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DESENVOLVIMENTO URBANO NO ARCO VIÁRIO DE POÇOS DE CALDAS 1

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DESENVOLVIMENTO URBANO NO ARCO VIÁRIO DE POÇOS DE CALDAS1

Andreza Helena Leite Ferreira2 Mariana Teixeira da Silva3

RESUMO

O artigo discorre sobre aspectos da urbanização dispersa no espaço intra-urbano de Poços de Caldas – Minas Gerais, identificando questões espaciais, administrativas e de gestão sobre concentrações populacionais que se desenvolvem junto a Rodovia do Contorno, com ênfase para a análise da área localizada na região de divisa interestadual Minas Gerais e São Paulo, conhecida como Marco Divisório, com vistas em aspectos de uso e ocupação as margens da rodovia no ponto de divisa entre Minas Gerais e São Paulo, busca evidenciar os conflitos de gestão territorial que ocorrem nesta área de fronteira por sobrepor as instâncias administrativas nos níveis de gestão Municipal e Estadual e também considera alguns aspectos históricos para melhor entendimento destes conflitos locais.

Palavras-chave: Planejamento urbano. Divisa interestadual. Uso do solo. Infraestrutura urbana.

INTRODUÇÃO

A pesquisa abrange parte do município de Poços de Caldas que é percorrido pela Rodovia Municipal Geraldo Martins Costa que é comumente chamada pelos habitantes locais de Rodovia do Contorno. Tem por objetivo o entendimento de como se opera a ocupação de áreas marginais através de análise do crescimento das manchas urbanas que conflitam com áreas ambientalmente frágeis que dispõem de forte representatividade na drenagem municipal e também são utilizadas para o cultivo, pecuária e extração mineral, além de processos de ocupação urbana de usos residencial, institucional, comércio, serviços e indústrias. Ocupações ordenadas nesta área são fundamentais para a preservação da qualidade ambiental e socioeconômica do município.

Foram selecionados para a análise do processo de ocupação três pontos principais que correspondem a entroncamentos de vias estruturais intra e intermunicipais que estão identificadas na figura 1 que correspondem aos nós viário 1, 2 e 3, sendo agora denominados de nós viário. Estes nós viários podem ser

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Trabalho apresentado no IV Seminário Nacional sobre População, Espaço e Ambiente, realizado nos dias 23 e 24 de Outubro de 2017, em Limeira, SP, nas dependências da FCA/UNICAMP.

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Faculdade de Arquitetura e Urbanismo; PUC Minas, Campus Poços de Caldas.

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entendidos como pontos dispersos da malha urbana e também como eixos que induzem o crescimento da cidade4.

FIGURA 1 – Município de Poços de Caldas. Nós Viários que correspondem ás principais

áreas de pesquisa. Imagem base Google Earth Pró, inserções gráficas das autoras

O nó viário 1 incide na rotatória que dá início à Rodovia do Contorno ligando-a com a estrada que dá acesso ao estado de São Paulo, a BR 267, que neste ponto faz divisa com o município paulista Águas da Prata, onde se encontra a concentração urbana denominada de Cascata; o nó viário 2 abrange o entroncamento da via estrutural municipal Avenida Vereador Edmundo Cardilho que se desenvolve após este entroncamento com nome de Avenida Alcoa e dá acesso ao município mineiro de Andradas quando torna-se a Rodovia BR 146, corresponde a maior mancha urbana da área de estudo por abrigar diversos bairros que ao todo somam aproximadamente trinta mil habitantes, cerca de um quinto da população total do município; o nó viário 3 está localizado no entroncamento por onde inicia a

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Os conceitos de dispersão urbana e eixos de crescimento são utilizados como base no preconizado pelos autores Reis (2006) e Portas; Domingues e Cabra (2003) e o que tange a identificação dos espaços intra e interurbanos baseia-se em Villaça (2001).

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BR 459 que se desenvolve até próximo a BR 116 – Rodovia Presidente Dutra e pela qual se acessa também a BR 381 – Rodovia Fernão Dias Poços de Caldas.

MATERIAIS E METÓDOS

As considerações feitas nesse trabalho envolvem pesquisas e análises cartográficas, visitas in loco, elaboração de mapas e outras informações documentais e imagéticas, além de aplicação de métodos já utilizados por outros pesquisadores que tratam desta questão, constatando que na área de estudo existem imprecisões nos limites fronteiriços que acarretam conflitos de uso de equipamentos urbanos sociais e de infraestrutura. Os planos de ordenamento urbano elaborados em 1970 e 2006 foram comparados para identificação dos vetores de crescimento e também para a busca de dados que pudessem dar embasamento a análise territorial pretendida.

O plano de 1970 trata de um Plano de Desenvolvimento Integrado – PDI, que aborda uma questão importante de ordem socioeconômica decorrente de um momento de transição quando a base econômica da cidade que estava estruturada em serviços de turismo entra em declino no final da década de quarenta e a necessidade de novas fontes de renda são buscadas no setor de extração e de processamento mineral tendo como fonte suas jazidas de bauxita. Atualmente o ordenamento urbano operante é o Plano Diretor Municipal – PDM, este último é decorrente do PDI e de dois outros planos o de 1984/1985 e o de 1994, adequados para a atual dinâmica municipal. Optou-se por maior aprofundamento no PDI e no PDM por que estes trazem um amplo diagnóstico que permitem fazer uma leitura destes dois momentos, porém sem desconsiderar os planos elaborados entre estes. Para maior entendimento desta dinâmica foram elaborados mapas comparativos e analíticos com uso de ferramentas digitais de análise territorial que permitem o uso de mapas interativos, tais como: Google Earth Pró, VGeo e ZEE MG e ZEE SP.

Segue abaixo os links de mapeamento interativos utilizados: DNIT

http://servicos.dnit.gov.br/vgeo/# Google Earth Pró

https://www.google.com.br/search?q=google+earth+pro&oq=Google+erth&a qs=chrome.2.69i57j0l5.5968j0j7&sourceid=chrome&ie=UTF-8

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Zoneamento Ecológico Econômico – Minas Gerais – ZEE MG http://geosisemanet.meioambiente.mg.gov.br/zee/

Zoneamento Ecológico Econômico – São Paulo – ZEE SP http://datageo.ambiente.sp.gov.br/app/?ctx=DATAGEO

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Busca-se explicitar alguns pontos de conflitos encontrados na área correspondente ao Nó Viário 1, chamado localmente de Marco Divisório, por estar na linha de divisa administrativa dos estados de São Paulo e de Minas Gerais e por se tratar de uma porção do território que já foi palco batalha durante a Revolução Constitucionalista de 1932, foram organizados mapas que tratam da questão de divisa até esta época, quando foi estabelecida a divisa estadual definitiva, porém o desenvolvimento urbano territorial que ocorreu até a presente data apresenta outras formas de conflito, entra as quais se destaca a questão do uso compartilhado de equipamentos urbanos de uso social e de redes de infraestrutura e de serviços urbanos concessionados. Foram verificados problemas pontuais, entre eles a dificuldade do cadastramento de alguns lotes, competências de manutenção de alguns equipamentos sociais e mobilidade.

Sobre o aspecto do cadastramento municipal, alguns lotes estão localizados exatamente sobre a linha divisória interestadual, remetendo aos proprietários possibilidade escolha quanto a definição do endereço. Isto afeta a cobrança de impostos territoriais, os valores fundiários, problemas quanto a desdobro ou unificação de lotes e para parcelamentos de solo.

Quanto a infraestrutura urbana, verificou-se que a rede de distribuição de água e de coleta de esgoto apresenta boa distribuição na totalidade da mancha urbana e é feita por empresa concessionária – SABESP, enquanto a distribuição de energia elétrica é feita pelo Departamento Municipal de Energia – DME de Poços de Caldas. Existe, portanto, uma prestação de serviço compartilhada entre as duas cidades para o atendimento da população local.

Os equipamentos públicos urbanos apresentam um nível de compartilhamento razoável quanto aos serviços instalados, como é o caso dos serviços de saúde e educação. O local conta com um único centro de saúde e uma única creche que estão localizadas território mineiro e são mantidas por Poços de Caldas; a escola de ensino fundamental é mantida por Águas da Prata e também

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comtempla toda população local. Escolas de ensino médio e superior estão ausentes e para isto é necessário deslocamento dos alunos, cujas escolas de maior nível estão localizadas em Poços de Caldas ocasionando maior custo para esta cidade porque Águas da Prata não dispõe de escolas de ensino superior. O mesmo ocorre no caso da saúde, uma vez que apenas Poços de Caldas dispõe deste serviço. Esta dinâmica implica no acúmulo de responsabilidade de prestação de serviços de educação e saúde para o município de Poços de Caldas uma vez que Águas da Prata é deficitária nestas coberturas.

Na questão mobilidade a maior parte dos deslocamentos da população que necessita de transporte coletivo é feita através de ônibus interurbanos convencionais que ligam Poços de Caldas até as áreas metropolitanas de Campinas e São Paulo. Águas da Prata oferece ônibus municipal que opera em pequeno número de viagens diárias, sendo uma no período da manhã e outra no período da tarde, enquanto Poços de Caldas oferece transporte municipal com maior número de viagens nos períodos da manhã, tarde e parte da noite. Observa-se que população não dispõe de transporte regular de vinte quatro horas por dia, uma vez que inclusive as linhas interurbanas são interrompidas durante a madrugada por um período de aproximadamente quatro horas entre a primeira e a última viagem diária. Isto afeta diretamente a população mais carente que, em caso emergencial, deve fazer uso de recursos próprios para uso de veículos de aluguel ou contar com a colaboração de outras pessoas da comunidade local. A análise do crescimento desta área urbana dispersa permite notar vários tipos de conflitos territoriais relativos ao limite municipal, que causam uma série de problemas aos gestores municipais e principalmente aos habitantes locais.

Cabe registrar que foram ouvidas algumas pessoas residentes no local que reclamam da condição por ter suas demandas por serviços recusadas em escolas e postos de saúde, sob a alegação de o equipamento pertencer a um município e suas residências estarem localizadas no município adjacente, sendo que a questão da mobilidade interfere muito para o acesso a determinados serviços que não estão disponíveis nesta região da divisa interestadual. Esses problemas podem ser entendidos como conflitos decorrentes desta gestão territorial compartilhada e com base em outras pesquisas que tratam deste assunto é possível observar algumas questões recorrentes neste tipo de território.

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CONCLUSÕES

A pesquisa debruça-se sobre o processo de crescimento urbano e verifica semelhanças e diferenças no uso do território que está ocupado ao longo da rodovia do contorno com especial atenção aos usos urbanos e conflitantes com as questões ambiental que afetam a região. Considerando que a Rodovia do Contorno serve a um crescente fluxo de pessoas e produtos que são por esta desviados da região central da cidade e que usualmente o fluxo intenso de rodovias colabora com a intensificação da ocupação para fins urbanos das áreas marginais e de conexões rodoviárias.

REFERÊNCIAS

CONSULTEC. Plano de Desenvolvimento Integrado. Poços de Caldas, MG, 1970. EXATUS. Diagnóstico 2006. Poços de Caldas, MG, 2006.

POÇOS DE CALDAS (Cidade). Lei Complementar nº 70 de 27 de dezembro de 2006. Poços de Caldas, MG, 2006.

POÇOS DE CALDAS (Cidade). Lei 5488 de 4 de janeiro de 1994. Poços de Caldas, MG, 1994.

PORTAS, N.; DOMINGUES, A.; CABRA, J. Políticas urbanas: tendências, estratégias e oportunidades. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003.

REIS, N. G. Notas sobre urbanização disperso e novas formas do tecido urbano. São Paulo, SP: Vila das Artes. 2006.

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