• Nenhum resultado encontrado

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DE SAÚDE CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA LUIZ GUILHERME RASMUSSEN TORRI

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DE SAÚDE CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA LUIZ GUILHERME RASMUSSEN TORRI"

Copied!
57
0
0

Texto

(1)

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

LUIZ GUILHERME RASMUSSEN TORRI

PROGRAMA DE COMPARTIMENTAÇÃO DA AVICULTURA BRASILEIRA

Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná como requisito parcial para a obtenção do grau de Médico Veterinário.

Orientador Acadêmico: Prof. Dra. Anderlise Borsoi

Orientador Profissional: Med. Vet. Guilherme Domingues

CURITIBA 2016

(2)

REITOR

Prof. Luiz Guilherme Rangel Santos

PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO Carlos Eduardo Rangel Santos

PRÓ-REITORA ACADÊMICA Prof. Dra. Carmen Luiza da Silva

DIRETOR DE GRADUAÇÃO Prof. Dr. João Henrique Faryniuk

COORDENADOR DO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA Prof. Dr. Welington Hartmann

(3)

LUIZ GUILHERME RASMUSSEN TORRI

PROGRAMA DE COMPARTIMENTAÇÃO DA AVICULTURA BRASILEIRA

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para obtenção do título de Médico (a) Veterinário (a) pela Comissão Examinadora do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná.

Comissão Examinadora:

Presidente: Professora Dra. Anderlise Borsoi

Professor Dr. Celso Grigoletti

Professor Dr. José Maurício França

(4)

Dedico em especial a minha família e a todos que de alguma forma contribuíram para que esta caminhada se concluísse. Cada amparo, independente de sua magnitude, foi essencial para a realização desta conquista. Minha eterna gratidão a todos!

(5)

Agradeço a toda minha família, principalmente meus pais Antoninho e Vera, minha irmã Indianara e meus sobrinhos Eduardo e Clara pelo o suporte durante toda a graduação, sem vocês nada seria possível.

A minha orientadora acadêmica Professora Doutora Anderlise Borsoi, pelos ensinamentos proporcionados, por sua inesgotável disposição em auxiliar, pela sua atenção e paciência, pelas oportunidades oferecidas e principalmente pela amizade e exemplo profissional a ser seguido.

A todos os mestres, sejam da Faculdade Evangélica do Paraná ou da Universidade Tuiuti do Paraná, que se fizeram presentes ao longo desta caminhada, por todo seu tempo e dedicação em transmitir com excelência seus conhecimentos para formar seus futuros colegas de profissão. Em especial a Professora Gisele Teserolli e o Professor Uriel Andrade que apesar dos percalços do destino sempre se fizeram presente durante minha graduação, eternamente como mestres, mas, sobretudo como exemplos e grandes amigos.

Ao meu orientador profissional Médico Veterinário Guilherme Domingues e toda a equipe da empresa, pela paciência, pelos conhecimentos transmitidos, pela amizade obtida e pela oportunidade oferecida.

Aos meus amigos, principalmente aos que fiz devido a Medicina Veterinária. Eduardo, Juan, Leopoldo e Valdeir, por todos os bons momentos compartilhados, pelas dificuldades superadas, pelos risos dados e auxílio mútuo quando era preciso. Amizades que tenho certeza que permanecerão por toda a vida.

Um grande ciclo vai se encerrando para que outros tenham início, contudo, se toda esta longa, árdua e prazerosa caminhada pudesse ser resumida em uma só palavra, esta palavra seria gratidão.

(6)

LISTA DE GRÁFICOS... 8

LISTA DE TABELAS... 9

LISTA DE FIGURAS... 10

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS... 11

RESUMO... 13

1 INTRODUÇÃO... 14

2 DADOS SOBRE O ESTÁGIO... 17

2.1 ORIENTADOR ACADÊMICO... 17

2.2 ORIENTADOR PROFISSIONAL... 17

2.3 HORAS DE ESTÁGIO... 17

2.4 DADOS SOBRE O LOCAL DE ESTÁGIO... 17

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA……….. 19

3.1 INFLUENZA AVIÁRIA... 19

3.2 DOENÇA DE NEWCASTLE... 23

3.3 POLÍTICAS PÚBLICAS BRASILEIRAS EM INFLUENZA AVIÁRIA E DOENÇA DE NEWCASTLE... 28

3.4 PROGRAMA DE COMPARTIMENTAÇÃO DA AVICULTURA... 30

4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS... 38

4.1 VISITAS TÉCNICAS... 39

4.2 MONITORIA SANITÁRIA... 40

(7)

4.6 TREINAMENTOS... 50 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 51 REFERÊNCIAS ... 53

(8)

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 PRODUÇÃO BRASILEIRA POR ESTADOS EM 2016... 14 GRÁFICO 2 PRINCIPAIS EXPORTADORES MUNDIAIS DE CARNE DE

FRANGO (MIL TONELADAS)... 15

(9)

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 CARGA HORÁRIA DEDICADA EM RELAÇÃO A ATIVIDADE DESENVOLVIDA DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO...

38

(10)

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 ESQUEMATIZAÇÃO DE UM COMPARTIMENTO... 31

FIGURA 2 TÉCNICA DE ESTÍMULO DE CONSUMO ATRAVÉS DE ARRAÇOAMENTO EM PAPEL... 39

FIGURA 3 AVES AGLOMERADAS MIGRANDO DE UM PONTO AO OUTRO DO AVIÁRIO DEVIDO A INSUFICIENTE DIVISÃO DO MESMO... 40

FIGURA 4 AVE APRESENTANDO INTENSA CONTAMINAÇÃO BACTERIANA... 41 FIGURA 5 PORÇÃO DO INTESTINO DELGADO COM LESÕES CARACTERÍSTICAS DE Eimeria Acervulina... 41 FIGURA 6 ARCO DE DESINFECÇÃO NA ENTRADA DA PROPRIEDADE... 44

FIGURA 7 COMPOSTEIRA EM CONDIÇÕES ESTRUTURAIS IDEAIS... 44

FIGURA 8 USO DE ROUPA DESCARTÁVEL DURANTE VISITA AO AVIÁRIO... 45

FIGURA 9 INTERIOR DE UM NÚCLEO EM CONDIÇÕES IDEAIS DE LIMPEZA... 45

FIGURA 10 AVIÁRIO EM PERÍODO DE INTERVALO PASSANDO POR PROCESSO DE FERMENTAÇÃO DE CAMA... 46

FIGURA 11 CAMA APRESENTANDO EMPASTAMENTO... 47

FIGURA 12 CAMA APRESENTANDO ALTO GRAU DE UMIDADE... 47

FIGURA 13 EXAUSTORES LATERAIS DE UM AVIÁRIO DARK HOUSE... 49 FIGURA 14 MENSURAÇÃO DA VELOCIDADE DO AR E DA PRESSÃO

ESTÁTICA DE UM AVIÁRIO... 50

(11)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

% Porcentagem

°C Grau (s) Celsius

m/s Metro (s) por segundo (s) US$ Dólares americanos

ABEF Associação Brasileira dos Exportadores de Frango ABPA Associação Brasileira de Proteína Animal

ADAPAR Agência de Defesa Agropecuária do Paraná APMV-1 Parainfluenzavirus Aviário Tipo 1

CIAS Central de Inteligência de Aves e Suínos da Embrapa

CIDASC Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina

CRMV Conselho Regional de Medicina Veterinária DN Doença de Newcastle

EGC Equipe de Gestão de Compartimento EUA Estados Unidos da América

HA Hemaglutinina

HPAI Influenza Aviária de Altamente Patogênica IA Influenza Aviária

IN Instrução Normativa

IPC International Poultry Council

(12)

LPAI Influenza Aviária de Baixa Patogenicidade

MAPA Ministério da Agricultura Pecuária e Desenvolvimento

NA Neuraminidase

OIE Organização Mundial de Saúde Animal pH Potencial Hidrogênico

PNSA Programa Nacional de Sanidade Avícola POP Procedimento Operacional Padrão ppm Partes por milhão

SDA Secretaria de Defesa Agropecuária SIF Serviço de Inspeção Federal

SPF Specific-pathogen-free

SVE Serviço Veterinário Estadual SVO Serviço Veterinário Oficial UBA União Brasileira de Avicultura UFA Unidade Funcional Associada UTP Universidade Tuiuti do Paraná UV Ultravioleta

(13)

RESUMO

O presente trabalho apresenta as atividades desenvolvidas no Estágio Curricular Obrigatório do curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná pelo acadêmico Luiz Guilherme Rasmussen Torri, sendo realizado na área de fomento de frango de corte. O estágio curricular foi realizado em uma companhia multinacional do segmento de proteína animal em uma unidade processadora de aves, situada no sudeste paranaense, sob Orientação Acadêmica da Professora Doutora Anderlise Borsoi e Orientação Profissional do Médico Veterinário Guilherme Domingues. O trabalho aborda o Programa de Compartimentação da Avicultura e as demais políticas públicas brasileiras em torno da Influenza Aviária e a Doença de Newcastle além de relatar as atividades desenvolvidas durante o estágio curricular.

Palavras-Chaves: Compartimentação; Influenza Aviária; Doença de Newcastle; biosseguridade.

(14)

1 INTRODUÇÃO

No ano de 2015, segundo a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) (2016), o Brasil ocupou o segundo lugar mundial em produção mundial de carne de frango, atrás apenas dos Estados Unidos da América (EUA), produzindo no total 13,14 milhões de toneladas de carne de frango, sendo os estados do sul do país os maiores contribuintes para esta marca, estando o Estado do Paraná em primeiro lugar da produção nacional, seguido por Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Gráfico 1).

GRÁFICO 1 – PRODUÇÃO BRASILEIRA POR ESTADOS EM 2016

FONTE: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PROTEÍNA ANIMAL (2016)

As exportações totalizaram 4.304,1 mil toneladas gerando uma receita de 7.167,8 milhões de dólares, fazendo o Brasil o maior exportador de carne de frango do mundo (Gráfico 2), sendo o Oriente Médio o principal comprador de carne de frango brasileira seguido pela Ásia e África (ABPA, 2016).

(15)

GRÁFICO 2 – PRINCIPAIS EXPORTADORES MUNDIAIS DE CARNE DE FRANGO (MIL TONELADAS) 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000

Brasil EUA União

Européia

Tailândia China

FONTE: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PROTEÍNA ANIMAL (2016)

No ano de 2015, devido a um surto de influenza aviária (IA) nos Estados Unidos da América, maior concorrente do Brasil no setor, fez com que as exportações brasileiras de carne de frango aumentassem (AVISITE, 2015). Os EUA possuíam um prazo para demonstrarem seis meses sem casos da doença para que as vendas externas fossem retomadas, porém, no inicio de 2016, outro surto no país foi notificado, dando continuidade ao embargo nas exportações estadunidenses e contribuindo para o crescimento do mercado brasileiro (G1, 2016).

Segundo Santos Filho e Talamini (2015), apesar do registro do crescimento em produção, exportação e consumo per capita, a avicultura brasileira no ano de 2015 observou também o aumento dos custos de produção devido, principalmente, a alta do dólar, o que impactou nos valores internos de milho, soja e insumos importados, além disso, fatores como o aumento do custo da energia elétrica e do preço do combustível também contribuíram para elevar o custo de produção do frango. No mês de setembro de 2016, o impacto da nutrição no custo total do frango foi de 70,99% tendo um aumento de 11,17% nos últimos 12 meses segundo a CIAS

(16)

(Central de Inteligência de Aves e Suínos da Embrapa) (CIAS, 2016). Dados que demonstram a importância dos preços das matérias primas, utilizadas na nutrição das aves, frente a todo o mercado avícola.

O objetivo final dos países produtores é sempre adquirir e manter o status de país livre de uma determinada enfermidade em todo seu território tanto para garantir o bem estar de toda a saúde pública como garantir a continuidade de suas exportações. Porém, o estabelecimento e manutenção deste status pode ser um grande desafio, principalmente quando se trata de doenças que facilmente podem cruzar as fronteiras internacionais. Frente a isso, surgiu o conceito da compartimentação, elaborado pela OIE (Organização Mundial de Saúde Animal), para que se estabelecesse e mantivesse uma subpopulação animal com status sanitário particular dentro das fronteiras de um país (OIE, 2016a).

O presente trabalho tem como objetivo relatar sobre as políticas públicas brasileiras em torno da Influenza Aviária e a Doença de Newcastle, em especial o Programa de Compartimentação da Avicultura através de uma revisão bibliográfica além de descrever as atividades realizadas durante o estágio curricular obrigatório, desenvolvido como requisito para obtenção do título de Médico Veterinário pela Universidade Tuiuti do Paraná.

(17)

2 DADOS SOBRE O ESTÁGIO

As atividades realizadas durante o estágio curricular abrangeram todo o setor de fomento de frango de corte.

2.1 ORIENTADOR ACADÊMICO

A orientação acadêmica foi conduzida pela Professora Doutora Anderlise Borsoi, Médica Veterinária, responsável pelas disciplinas de Inspeção de Carnes e Derivados e Inspeção de Leite e Derivados do curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP).

2.2 ORIENTADOR PROFISSIONAL

O estágio foi orientado pelo Médico Veterinário Guilherme Domingues, extensionista do setor de frango de corte da unidade.

2.3 HORAS DE ESTÁGIO

O período de estágio na unidade foi do dia 18 de julho a 21 de outubro de 2016 compreendendo 40 horas semanais, totalizando 584 horas exercidas.

2.4 DADOS SOBRE O LOCAL DE ESTÁGIO

O estágio curricular foi realizado em uma companhia multinacional do segmento de proteína animal em uma unidade processadora de aves, situada no sudeste paranaense.

Fundada no estado de Goiás, a partir de uma casa de carnes com capacidade de processar cinco cabeças de bovinos por dia, a companhia, é atualmente é uma das maiores produtoras de proteína animal do mundo, incluindo aves, bovinos, suínos, ovinos e couro.

A unidade comercial da companhia em que se desenvolveu o estágio engloba os segmentos de aves, suínos e alimentos processados, conta com 33 unidades de

(18)

processamento de aves e com um abate anual de 1.307,3 milhões de cabeças, sendo uma das maiores empresas do Brasil no segmento.

Preocupada em atender as exigências do mercado externo além de manter a qualidade e segurança dos alimentos produzidos, a empresa possui diversas certificações, como a ISO 14001 que trata de requisitos para sistema de gestão ambiental. Tais certificações garantem o início ou a manutenção de novas parcerias com a empresa. O processo para a certificação ocorre através de auditorias realizadas pelos próprios clientes ou empresas especializadas contratadas pelos mesmos.

A relação entre empresa e produtor ocorre na forma de integração, onde o fornecimento de pintainhos, ração e assistência técnica é garantido pela empresa, enquanto o integrado fornece a estrutura e a mão de obra para a criação dos animais. A unidade onde se realizou o estágio conta com 320 integrados ativos e com o processamento de, aproximadamente, 190 mil cabeças de aves por dia. A produção de pintainhos é provida pela própria unidade que conta com três núcleos próprios de recria e 25 unidades integradas de matrizes produzindo, aproximadamente, 5 milhões de ovos por mês direcionados ao incubatório próprio da unidade. A demanda de ração, tanto para matrizes quanto para o frango de corte é suprida pela fábrica de rações da unidade que conta com uma produção diária de, aproximadamente, 750 toneladas de ração.

Com o objetivo de buscar excelência na qualidade, a empresa trabalha com um corpo técnico multidisciplinar formado por profissionais atuantes em todas as etapas da produção do alimento para que, aliado a tecnologia empregada no processamento, o produto final tenha qualidade e segurança garantida para o consumidor final.

(19)

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 INFLUENZA AVIÁRIA

Até 1981, chamada de peste aviária e atualmente tratada como HPAI (Influenza Aviária Altamente Patogênica), a comumente chamada influenza aviária, distinguida de enfermidades bacterianas no ano de 1878, se trata de uma doença com alta capacidade de causar mortalidade em aves, chegando a índices de até 100%.

Já relatada em inúmeros países de vários continentes como, por exemplo, América do Norte, Europa e Ásia, trata-se de uma doença de etiologia viral causada por vírus cujo genoma é constituído por RNA simples e pertencentes à família Orthomyxoviridae. Os vírus da influenza são divididos em A, B e C, sendo que somente os do tipo A estão sendo relatados como causa da enfermidade nas aves. Há ainda outra divisão referente aos vírus de influenza tipo A, classificados de acordo com as suas relações antigênicas nas glicoproteínas de superfície chamadas de hemaglutininas (HA) e neuraminidase (NA). Atualmente são conhecidos 16 subtipos de HA (H1-H16) e nove de NA (N1-N9) podendo, aparentemente, cada vírus possuir qualquer combinação possível entre os antígenos, sendo que a maioria das combinações possíveis de antígenos dentro do subtipo de influenza A foram isolados a partir de espécies aviárias. Foram demonstrados como causadores da HPAI atualmente, somente os vírus de subtipos H5 e H7 em espécies suscetíveis, porém, esses subtipos não são em sua totalidade virulentos.

Uma grande variedade de aves já demonstrou ter sido infectada por vírus da influenza, entre elas as aves de vida livre, aves em cativeiro, patos domésticos, galinhas, perus além de outras espécies de aves domésticas sendo que o primeiro isolamento de vírus da influenza em aves selvagens ocorreu em 1961, na África do Sul. Porém, somente a partir da década de 1970 foi iniciada uma pesquisa sistemática de influenza em aves selvagens, o que levou ao conhecimento de grandes grupos de influenza vírus presentes na população de aves silvestres.

Não há clara definição do mecanismo de transmissão da enfermidade. Estudos demonstraram que o processo de transmissão é complexo e depende do subtipo viral, espécie acometida além de fatores ambientais. Quando comparados

(20)

com vírus de baixa patogenicidade, os subtipos de maior virulência tendem a demonstrar pouca transmissibilidade de aves infectadas para as suscetíveis, provavelmente devido ao fato desses vírus apresentarem maior potencial patogênico e consequentemente levando a morte rápida das aves sem que ocorra grande disseminação do agente infectante.

Grandes quantidades do vírus podem ser eliminadas pelas fezes, fato esse que em um cenário silvestre pode levar a contaminação de lagos e lagoas a tal ponto que o vírus pode ser isolado da água não tratada proveniente desses locais onde se encontram grandes populações de aves aquáticas. O vírus da influenza aviária pode permanecer na água de lagos, com potencial infectante, por mais de quatro dias a 22°C e mais de 30 dias a 0°C. Demonstrando assim, que a ingestão de fezes infectadas seja possivelmente o modo mais importante da transmissão da doença, seja ela ingerida diretamente ou indiretamente.

A introdução primária da influenza aviária em aves domésticas já foi relatada de diversas formas. Pode ocorrer através de outras aves domésticas que estejam infectadas e próximas a lotes suscetíveis, a partir de aves de vida livre que tenham contato com aves sadias e até mesmo através de outros animais, pois os vírus da influenza são capazes de acometer uma grande variedade de espécies além das aves, tornando mamíferos e outros animais potenciais reservatórios da doença para as aves (ALEXANDER, 2009b).

Na ultima década, vários surtos vieram sendo isolados em mamíferos como baleias e o próprio ser humano além de aves litorâneas como gaivotas, andorinhas e pinguins. Este cenário de coabitação entre aves e mamíferos em que ocorra a transmissão para as aves pode levar a graves consequências para a avicultura mundial (MORAES; SALLE; CARON, 2009).

Contudo, é a disseminação secundária da influenza através da transferência mecânica de fezes contaminadas a maior ameaça de propagação da enfermidade. Presentes nas fezes infectantes podem estar concentrações de até 107 partículas infecciosas por grama que podem continuar viáveis por mais de 44 dias. Para as aves domésticas, o homem parece ser a principal via de contaminação através da sua circulação nos núcleos de criação, sejam as pessoas donos ou funcionários do local, motoristas, caminhões de transporte de rações ou de aves e até mesmo a equipe técnica responsável pelo aviário.

(21)

Em geral, a expressão inicial da doença nos lotes afetados é a alta mortalidade dos animais que ocorre subitamente e pode se aproximar de 100% em poucos dias. Com relação aos sinais clínicos relacionados com a alta mortalidade, podem estar presentes: sinais de cunho respiratório, interrupção da postura de ovos, estertores, lacrimejamento excessivo, sinusite, edema de cabeça e face, diarreia e até mesmo sinais neurológicos.

As lesões apresentadas geralmente se relacionam com o sinal clinico observado, são variadas e não confirmam o diagnostico da doença. Nos casos mais agressivos, as aves podem apresentar lesões congestivas e hemorrágicas na pele, fígado, baço, coração, rins e pulmões. Porém, nos casos de alta mortalidade repentina há a ausência de lesões.

Estudos a nível histopatológico com o objetivo de pesquisar alguma lesão patognomônica não obtiveram resultados positivos, apresentando resultados variados em infecções por vírus de diferentes virulências. Em infeções por subtipos altamente virulentos foram observados sinais como necrose do miocárdio e miocardite. Foi observada também, necrose neuronal além de edema e hemorragia no tecido nervoso (ALEXANDER, 2009b).

Contudo, os sinais clínicos apresentados pelas aves oferecem apenas um diagnóstico presuntivo da doença pelo fato da possibilidade dos mesmos estarem presentes em outras enfermidades. O diagnóstico definitivo deve ser realizado através do isolamento e identificação do agente etiológico. Diagnósticos sorológicos podem ser usados para o auxilio na definição do problema além de detectar casos subclínicos da afecção (MORAES; SALLE; CARON, 2009).

O principal modo de prevenção contra a influenza aviária é impedir a introdução do vírus nos planteis através de medidas de biossegurança. Isso se torna um desafio quando é lembrado o fato de que a maioria dos países faz parte das rotas de migração de aves já infectadas pelo vírus mesmo que pela forma mais branda da enfermidade. Esse fato faz com que a prevenção tenha que ser realizada de acordo com a realidade do local em que tal núcleo esteja situado, ou seja, em nível de indústria ou até mesmo de granja.

Já em questão da prevenção da propagação secundária após um surto da doença, um ponto muito importante em relação à prevenção da transmissão da influenza está voltado a medidas de controle do pessoal e de equipamentos

(22)

presentes no foco da infecção e do seu trânsito por áreas livres do surto. A circulação dessas pessoas e equipamentos entre áreas livres e afetadas deve ser restringido o máximo possível e ainda aliados a medidas sanitárias como a troca de vestimenta, desinfecção de equipamentos e outras medidas de higiene (ALEXANDER, 2009b).

A influenza aviária está classificada na lista A das doenças notificáveis pela OIE, o que faz com que qualquer suspeita que haja sobre a ocorrência da doença seja imediatamente comunicada ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) para que tome as medidas necessárias de contenção da doença.

Até hoje o Brasil ainda não notificou a doença em seu território seja diagnosticada clinicamente ou laboratorialmente. Esse fato pode ter relação com condições de transmissão entre as aves silvestres aquáticas e as criações industriais, especialmente de perus e patos. Pela característica da pequena produção brasileira de perus e patos, praticamente não há o contato entre as aves silvestres e as espécies de criação industrial, além da baixa resistência do vírus frente a temperaturas elevadas características do clima brasileiro o que dificulta a difusão do mesmo na avicultura industrial brasileira (MORAES; SALLE; CARON, 2009).

Em um estudo realizado entre o ano de 2004 e 2007 em 7017 aviários produtores de frango de corte localizados em vários estados brasileiros, Mota et al (2013) não obtiveram isolamento do vírus da influenza. Contudo, foi delimitado um conglomerado epidemiológico envolvendo 24 municípios no estado de Rondônia através da relação dos dados geográficos do local e devido aos resultados sorológicos reagentes para o vírus. Nos estados de Pará e Pernambuco, foram isolados vírus do subtipo H3 de aves migratórias além de subtipos H2, H3, e H4 a partir de aves de subsistência nos estados de Amazonas, Pará, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Pelos resultados obtidos, concluíram que existe o risco sanitário para LPAI (influenza aviária de baixa patogenicidade) devido às populações de aves silvestres e de subsistência quando localizadas em áreas próximas das criações intensivas industriais.

Devido a sua estrutura, os vírus da influenza possuem a capacidade de se tornarem transmissíveis a seres humanos além das aves, processo chamado de

(23)

shifts antigênicos (mudanças da estrutura viral), fato esse já relatado quatro vezes na história, em 1918 (H1N1), 1957 (H2N2), 1968 (H3N2) e 1977 (H1N1) cada um levando a uma pandemia. As pandemias geradas pela influenza podem ser consideradas catastróficas, como a de 1918, denominada de Gripe Espanhola, ocasionou a morte de mais de 50 milhões de pessoas, aproximadamente 25% da população mundial, onde se caracterizou o potencial zoonótico da doença (MORAES; SALLE; CARON, 2009). Surtos ocorrem ocasionalmente ao redor do mundo causando alarde da população mundial. Estes fatos mostram que além do caráter de saúde animal, a influenza aviária possui grande impacto na saúde publica, tornando ainda mais importante o conhecimento da sua epidemiologia e a prevenção da introdução dos vírus em plantéis suscetíveis que possam levar a infecção de seres humanos (ALEXANDER, 2009b).

3.2 DOENÇA DE NEWCASTLE

A Doença de Newcastle (DN) ou Newcastle Disease, conhecida também por pseudopeste aviária, pneumoencefalite aviária e desordem respiratória nervosa, trata-se de uma infecção viral causada por um vírus do sorotipo Parainfluenzavirus aviário tipo 1 (APMV-1) que apresente Índice de Patogenicidade Intracerebral (IPIC) em pintos Gallus gallus SPF (Specific-Pathogen-Free) de um dia de idade maior do que 0,7.

Os integrantes da família Paramyxoviridae são vírus RNA envelopados de fita simples que possuem genoma não segmentado de polaridade negativa. Esta família se divide em outras duas sub-famílias, a Pneumovirinae, formada por dois gêneros, o Pneumovirus e Metapneumovirus além da sub-família Paramyxovirinae, composta por cinco gêneros, porém, é no gênero Avulavirus que está incluído o vírus da Doença de Newcastle além de outros parainfluenzavirus aviários pertencentes ao gênero.

Devido a sua característica estrutural de possuir um envelope formado de membrana celular modificada a partir do brotamento viral da célula do hospedeiro no momento da multiplicação, o vírus da Doença de Newcastle possui um ambiente

(24)

instável, onde a partir da ação da luz solar, luz UV, do aquecimento, oxidação, do pH e a grande parte dos agentes químicos o vírus pode ser destruído.

As estirpes do VDN (Vírus da Doença de Newcastle) podem ser classificadas em cinco patotipos de acordo com os sinais clínicos expressados pelas aves infectadas. São eles o velogênico viscerotrópico, altamente patogênico, levando a altos índices de mortalidade apresentando lesões hemorrágicas intestinais e repiratórias, o velogênico neurotrópico, patotipo que apresenta alta mortalidade associada a sinais nervosos e respiratórios, patotipo mesogênico, proporciona brandos sinais respiratórios e ocasionalmente sintomatologia nervosa, com baixa mortalidade, forma lentogênica ou vacinal, apresenta infecções respiratórias brandas ou subclínicas e a forma entérica assintomática que consiste usualmente em uma infecção entérica subclínica.

Contudo, estas classificações são raramente observadas em nível de campo, pois foram definidas a partir da inoculação dos vírus em aves SPF (Specific-Pathogen-Free) e os seus respectivos sinais clínicos (PAULILO; JÚNIOR, 2009).

Com relação aos hospedeiros da DN, além das aves, várias espécies podem ser acometidas pela enfermidade, como os répteis, principalmente serpentes, mamíferos e o homem. No que compreende as aves, o VDN tem a capacidade de infectar mais de 241 espécies de aves, o que representa 27 das 50 ordens de aves existentes (PAULILO; JÚNIOR, 2009). As cepas dos vírus já demonstraram infectar todas as espécies de aves domésticas, porém, algumas espécies demonstrem poucos sinais da doença quando infectadas com cepas de maior virulência para galinhas (ALEXANDER, 2009a).

Pelo menos três grandes panzootias marcaram a história da Doença de Newcastle, porém, não se pode especificar o local e nem quando a enfermidade emergiu. A primeira teve início no ano de 1926 e se difundiu para a maioria dos países e continentes do mundo, contudo a sua difusão foi bastante variada ocorrendo casos gerados pela amostra até a década de 1950.

O segundo episódio de uma panzootia da DN, parece ter tido inicio no final de 1960 no Oriente Médio e atingiu todos os continentes até o ano de 1973. Esta difusão mais agressiva foi associada ao comercio de espécies de psitacídeos,

(25)

principalmente nos continentes da América do Sul, América Central e Sudeste da Ásia.

No ano de 1970, no Oriente Médio, ocorreu a terceira panzootia, relatada principalmente como uma doença neurotrópica que atingiu pombos de competição e que se disseminou através da comercialização de pombos infectados. Foi identificada a doença em mais de vinte países, europeus em sua maioria, acometendo aves silvestres e também a avicultura industrial que na Inglaterra, por exemplo, ocorreram vinte surtos da doença em frangos de corte devido à contaminação da ração através de pombos infectados presentes na fábrica de rações.

O primeiro surto no Brasil ocorreu em 1953 em Belém e Macapá, onde aparentemente a importação de carcaças congeladas de aves dos Estados Unidos da América levou a introdução do vírus no país. Em seguida foram identificados surtos nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Após este surto na década de 50, apesar de endêmica, a DN se apresentou de forma esporádica acometendo planteis de pequena expressão em que eram controlados de forma rápida os focos através de vacinação e medidas profiláticas.

Até o ano de 1996, a maioria dos casos identificados e notificados da doença ao Ministério da Agricultura tiveram seu diagnóstico baseado apenas nas suspeitas clínicas e no isolamento viral sem a caracterização do agente etiológico, o que leva a possibilidade da ausência do VDN em alguns dos surtos.

A transmissão do VDN ocorre, principalmente, através do contato com fômites contaminados ou pela exposição a aerossóis de aves infectadas. Pela característica do vírus de se replicar em células epiteliais do trato digestivo o mesmo pode ser difundido, também, através de fezes contaminadas, seja pela ingestão direta ou indireta, através de ração ou água contaminada, das mesmas.

Uma das formas mais importantes da disseminação da DN está no movimento de pessoas e veículos entre núcleos com aves infectadas e núcleos com aves suscetíveis. Animais que transitem entre locais contaminados e entre aves suscetíveis igualmente representam um potencial risco para a difusão da enfermidade.

(26)

A alta resistência do vírus frente a baixas temperaturas faz com que o comércio, seja ele de produtos ou subprodutos de aves contaminadas que venham a ser abatidas durante surtos seja também uma fonte de disseminação do VDN.

Embora o período de incubação do VDN possa ser de até 15 dias, ele possui uma média de dois a seis dias. Em casos severos, a doença pode proporcionar a morte de 100% das aves em até 72 horas sem a presença de qualquer sinal clínico.

Os sinais clínicos expressados pelas aves afetadas pelo VDN são muito semelhantes a outras doenças infecciosas como a bronquite infecciosa, laringotraqueíte, coriza, entre outras. Doenças estas que levam tanto a complicações respiratórias quanto digestivas, indistinguíveis da Doença de Newcastle, tornando assim os sinais clínicos isolados uma ferramenta não confiável para o diagnóstico da enfermidade. No caso de infecção por vírus velogênicos neurotrópicos há também a presença de sinais neurológicos acompanhados de doença respiratória severa.

Em nível de necropsia, podem ser observados edema da cabeça, região do pescoço, peritraqueal e entrada do tórax, hemorragias e ulcerações na laringe, turvação dos sacos aéreos e inflamação da traqueia. Podem ser observadas hemorragias no coração além do aumento de volume do saco pericárdico. Hemorragias petequiais na mucosa do proventrículo e do intestino são frenquentemente observadas. Na maioria dos casos é observada diarreia verde brilhante ou sanguinolenta. Petéquias no peritônio associada à peritonite sero-fibrinosa podem ser observadas. Dentre os sinais nervosos que podem ocorrer estão torcicolos, tremores e paralisias das pernas e asas, ocorrem geralmente após outros sinais clínicos já serem identificados e frequentemente culminam na morte da ave.

O único método seguro para o diagnóstico da DN é o isolamento viral e a posterior caracterização do vírus.

A principal forma de controle da Doença de Newcastle é através da interdição da propriedade com foco da doença aliada a destruição de todo e qualquer produto infectado ou exposto ao vírus para que sejam removidas as formas mais ativas de sua transmissão. A estratégia é seguida através da associação de uma quarentena e controle do transito de animais, para que a disseminação do vírus seja contida, descontaminação para que seja eliminado qualquer vírus remanescente e também

(27)

pela vigilância para que seja determinada a extensão do surto (PAULILO; JÚNIOR, 2009).

Porém, antes que necessite ser controlada, a doença deve ser prevenida através de medidas de biosseguridade aliadas ou não a programas de vacinação dos planteis (PAULILO; JÚNIOR, 2009). A prevenção na maioria dos países está atreladas a programas implantados através de uma legislação própria, que pode ser muito variável pois depende da situação da doença, politicas de controle interno e do estado da vacinação do país importador ou exportador (ALEXANDER, 2009a).

Vários países possuem uma politica de sacrifício das aves infectadas com o descarte obrigatório das mesmas. Podem ser associadas restrições quanto ao movimento das aves e na produção de áreas afetadas. Quanto a vacinação, o seu critério também varia de acordo com a legislação do país, podendo ser profiláticas de todas as aves ou sendo obrigatória a “vacinação por anel” posterior a algum surto.

O vírus da Doença de Newcastle é um antígeno que pode afetar os seres humanos, visto que na Grã-Bretanha é considerado um agente biológico que pode causar doença nos seremos humanos além de oferecer risco para o pessoal, porém com improvável propagação na comunidade, sendo classificado no grupo 2 de risco do Comitê Conselheiro de Patógenos.

As infecções não representam ameaça a vida das pessoas, apresentando, em sua maioria, sinais de infecção ocular com irritações unilaterais ou bilaterais, lacrimejamento excessivo, edema das pálpebras, conjuntivites hemorragia subconjuntival.

O contagio da doença nos seres humanos foram resultantes do contato direto com o vírus, através de aves ou carcaças contaminadas. Apesar de não houver relatos da propagação da enfermidade de seres humanos para seres humanos, a propagação é provável. Os indivíduos acometidos eram, normalmente, os que possuíam contato direto com a fonte de infecção em suas profissões, tornando a doença de caráter ocupacional (ALEXANDER, 2009a).

(28)

3.3 POLÍTICAS PÚBLICAS BRASILEIRAS EM INFLUENZA AVIÁRIA E DOENÇA DE NEWCASTLE

No ano de 1994 é criado o Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) com a finalidade de definir ações que levassem a certificação sanitária da avicultura brasileira e consequentemente garantir a produção de alimentos saudáveis tanto para o mercado interno quanto para o externo, envolvendo medidas relacionadas a Doença de Newcastle, Influenza aviária, salmoneloses e micoplasmoses (BORSOI, 2016).

Desde a sua implantação, no PNSA, a Influenza Aviária é uma prioridade do programa, que foi pioneiro em relação à estruturação dos serviços veterinários públicos e privados de apoio, seja na área de campo, laboratório ou inspeção. Realizando o monitoramento seja da IN ou DN nos sítios de aves migratórias, na soroepidemiologia dos plantéis e na vigilância ativa no abate. Fato que posicionou o Brasil no mercado internacional de carne de aves. Desde 1994, o diagnóstico para IN foi implantado no laboratório do Ministério da Agricultura em Campinas. No ano de 1995 são determinadas as pertinências do Comitê Cientifico do PNSA, formado pelos maiores especialistas da área (LYRA, 2016).

Em 2004 é criado pela União Brasileira de Avicultura (UBA) e pela Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (ABEF) o programa de regionalização, objetivou a divisão do país em áreas geográficas de diferentes situações sanitárias para que, otimizando o controle sanitário, outras regiões não fossem afetadas em relação ao comércio internacional devido a uma possível ocorrência de alguma doença infectocontagiosa (AVICULTURA INDUSTRIAL, 2004).

No domínio do Programa Nacional de Sanidade Avícola, em 2006, foi aprovado o Plano Nacional de Prevenção da influenza Aviária e de Controle e Prevenção da Doença de Newcastle onde foram determinadas as normas de vigilância da Influenza Aviária para o diagnóstico clínico na ocasião de mortalidade anormal acima de 10% acumulado ou em 72 horas em frango de corte e também acima de 20% acumulado em matrizes e poedeiras. Notificação que deve ser feita

(29)

imediatamente ao Ministério da Agricultura que inspecionará as granjas em questão (LYRA, 2016).

Entra em vigor, em 2007, a Instrução Normativa (IN) 56 da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do MAPA, implantando de forma compulsória, normas mínimas de biosseguridade a serem seguidas para a obtenção do registro dos estabelecimentos avícolas frente ao Serviço Veterinário Oficial (SVO) do estado onde o mesmo se encontra. As medidas exigidas pela normativa englobam itens, como, por exemplo, padrão de piso, tamanho de malha das telas de proteção e dimensão das cercas de isolamento, itens esses para aperfeiçoar as barreiras de proteção contra a introdução e disseminação de possíveis doenças infectocontagiosas (UBABEF, 2012).

Era previsto para que em dois anos após a publicação da instrução normativa os estabelecimentos estivessem adequados, contudo, em dezembro de 2009 a SDA e o MAPA baixaram a Instrução Normativa 59 modificando alguns padrões da IN 56 e ainda estendendo o prazo de adequação para dezembro de 2012 atendendo aos pedidos do setor avícola (AVICULTURA INDUSTRIAL, 2012). Antes, a IN 61 de 5 de dezembro já havia alterado o prazo de registro, mas para estabelecimentos de reprodução (BORSOI, 2016).

Ainda assim, próximo ao final do prazo estipulado através da IN 59, uma nova instrução normativa é baixada. A IN 36, de 07 de dezembro de 2012, do MAPA modificou alguns pontos da IN 56, porém, as principais modificações foram referentes a não obrigatoriedade da instalação de telas de proteção em galpões do tipo californiano de postura comercial e também em relação aos estabelecimentos ainda não registrados, onde os mesmos passarão a ser considerados de maior suscetibilidade à introdução e disseminação de agentes patogênicos, devendo atender a um programa de gestão de risco diferenciado e mais rigoroso (AVISITE, 2012; AVICULTURA INDUSTRIAL, 2013; BORSOI, 2016).

Através da Portaria nº 253, o Ministério da Agricultura submeteu a consulta pública o Projeto de Instrução Normativa para instaurar o Plano Nacional de Prevenção e Vigilância da Influenza Aviária e da Doença de Newcastle. O projeto estabelece medidas sanitárias de controle, novas e mais rigorosas, a serem praticadas em um possível cenário de confirmação de foco (LYRA, 2016).

(30)

3.4 PROGRAMA DE COMPARTIMENTAÇÃO DA AVICULTURA

No ano de 2008, no Brasil, iniciavam estudos para a implantação do Programa de Compartimentação da Avicultura. Projeto elaborado pela OIE teve a cadeia da avicultura brasileira escolhida para que fosse realizado o projeto piloto do sistema, sob coordenação do Ministério da Agricultura e da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA, 2013).

O sistema consiste na esquematização da produção nacional em compartimentos, criando subpopulações, com um status sanitário diferenciado para uma ou mais doenças específicas, principalmente a Influenza Aviária e a Doença de Newcastle, fazendo com que eventos epidemiológicos se tornem mais fáceis de serem controlados através de normas de biossegurança mais rigorosas, auditorias de risco periódicas, sistema de rastreabilidade e vigilância dos planteis e dos animais domésticos próximos às unidades, assim, reduzindo impactos econômicos provocados pelo bloqueio das exportações devido a possíveis surtos e garantindo uma maior segurança sanitária à produção brasileira (ABPA, 2013; AVICULTURA INDUSTRIAL, 2014a). A implantação do conceito trás uma garantia adicional de segurança sanitária a outros processos de certificação já existentes (MAPA, 2014b).

O conceito de um compartimento amplia a aplicação de um limite de risco além de uma questão apenas geográfica e considera todos os fatores epidemiológicos que contribuem para a separação específica da doença entre as subpopulações.

O compartimento pode se estabelecer com respeito à determinada enfermidade ou até determinadas enfermidades. Este compartimento deve ser definido claramente, indicando a localização de todos os seus componentes, explorações incluídas e suas unidades funcionais relacionadas como fábricas de rações e abatedouros e sua inter-relação e contribuição para uma separação epidemiológica entre os animais em um compartimento (OIE, 2016a).

(31)

FIGURA 1 – ESQUEMATIZAÇÃO DE UM COMPARTIMENTO

FONTE: MAPA (2014a)

Os procedimentos utilizados para estabelecer um programa de compartimentação dependem diretamente da epidemiologia da enfermidade, da presença e do papel de espécies suscetíveis presentes na fauna silvestre e os fatores de meio ambiente.

Para que se defina um compartimento é necessário levar em consideração certos fatores, como a aplicação de medidas para que se evite a entrada do agente infeccioso além de sua rápida detecção de acordo com sua epidemiologia.

A compartimentação permite que uma subpopulação animal seja separada de demais animais, sejam eles domésticos ou silvestres. Isso é viável graças a medidas de biosseguridade que o conceito de regionalização não permitiria. No caso da ocorrência de um surto de alguma doença, o sistema de compartimentação permite ao país que o emprega o conceito de tirar proveito das relações epidemiológicas entre os compartimentos e das medidas de biosseguridade para facilitar o controle da doença e/ou a continuidade do comércio (OIE, 2016b).

(32)

A gestão e medidas de biosseguridade são os pilares principais de um compartimento, os fatores geográficos também possuem um papel importante na separação adequada do compartimento e das populações animais circulantes e de diferente situação sanitária (OIE, 2016a).

O plano de biosseguridade de um sistema de compartimentação irá descrever as devidas funções tanto do setor privado quanto do Serviço Veterinário Oficial para o andamento e a gestão ideal dos compartimentos. Também conterá as informações sobre o controle do deslocamento dos animais, registros de produção dos lotes, origem de rações, resultados provenientes da vigilância epidemiológica, natalidade e mortalidade dos animais, visitantes, histórico de morbidade, medicações e vacinações realizadas, documentação referente à formação do pessoal envolvido com a produção dos animais e qualquer outro critério que se julgue necessário para a avalição de redução de risco. As medidas para garantir a reavaliação periódica de riscos e ajuste conceitos também estrão descritas no plano de biosseguridade.

É indispensável à existência de um sistema confiável de identificação e rastreabilidade dos animais para validar a integridade sanitária do compartimento

Deve-se também ser levado em consideração fatores em torno do compartimento que possam levar risco sanitário para o mesmo como, por exemplo, a presença de animais domésticos e silvestres de diferente status sanitário, feiras e exposições agrícolas, zoológicos e quaisquer pontos de concentração de animais (OIE, 2016b).

Os fatores de infraestrutura dos núcleos de produção animal que compõem um compartimento também possuem grande contribuição para a eficácia da biosseguridade do mesmo (OIE, 2016a).

A responsabilidade do setor pecuário dentro do programa correspondem a aplicação de medidas de biosseguridade, documentação e registro dos deslocamento de pessoas e animais, sistemas de garantia de qualidade, monitoramento da eficácia e das medidas aplicadas, aplicação de medidas corretivas, vigilância dos compartimentos, comunicação rápida com os órgãos públicos e fácil acessibilidade dos registros.

Já a os serviços veterinários oficiais tem como função a emissão de certificados para o deslocamento dos animais, realização periódica de inspeção das instalações de alojamento, das medidas de biosseguridade além dos registros e

(33)

métodos de vigilância. Possuem também a responsabilidade da vigilância, notificação e diagnóstico de um possível surto.

O estabelecimento e manutenção da diferença de status sanitário entre compartimentos devem ser compatíveis com as características do compartimento em questão, levando em consideração fatores sanitários, condição sanitária das áreas limitantes, medidas de biosseguridade empregadas que englobam o controle do trânsito dos animais, utilização de fronteiras naturais e artificiais, segregação física dos animais, gestão comercial e os métodos de exploração, além da vigilância constante da enfermidade (OIE, 2016b).

Caso seja observado o descumprimento das medidas de biosseguridade determinadas, será suspensa a certificação de exportação do compartimento mesmo que não haja um surto estabelecido. O status de compartimento livre da doença não será concedido até que o compartimento tenha adotado as medidas necessárias para o restabelecimento do nível da biosseguridade original e a sua situação sanitária seja novamente aprovada por uma autoridade veterinária responsável.

Na ocasião de um compartimento considerado livre de certa enfermidade esteja em risco devido a uma alteração da situação sanitária de uma região próxima, ficará a cargo da autoridade veterinária avaliar imediatamente o status do compartimento em questão e determinar se haverá necessidade de adoção de medidas de biosseguridade adicionais para se preserve a integridade sanitária do mesmo.

A autoridade veterinária que possui autonomia para conceder, suspender e revogar o status de um compartimento deverá verificar continuamente o cumprimento de todos os requisitos essenciais para que se mantenha o status do compartimento e para assegurar que os países importadores tenham acesso a todas as informações necessárias (OIE, 2016a).

No início do ano de 2014, o Ministério da Agricultura reuniu um corpo técnico para que fosse desenvolvida uma normativa nacional que estabelecesse questões operacionais referentes à certificação sanitária, auditorias e supervisões além dos procedimentos de biosseguridade e vigilância epidemiológica para a prevenção de casos de Influenza Aviária e Doença de Newcastle (MAPA, 2014b). Doenças essas consideradas como emergenciais e com potencial de gerar grandes impactos econômicos, devido às restrições comerciais consequentes aos surtos, e sanitários tanto para a população humana quanto a população animal (MAPA, 2011).

(34)

Segundo Martins (2012), o preparo do setor avícola de cada país para enfrentar surtos de influenza Aviária é de extrema importância para diferir os impactos e consequências socioeconômicas visto que em frente a um surto na Ásia, o país do Vietnã teve uma estimativa nove vezes maior em perdas econômicas quando comparado ao Japão, com um setor avícola considerado melhor preparado do que o do país vietnamita. O autor ainda cita, em relação a investimentos para a prevenção de surtos, que na década passada foi estimada a quantia de 247 milhões de dólares para a melhora do sistema de controle da Influenza Aviária na América Latina. Investimento esse que poderia prevenir custos de mais de US$ 1,2 bilhão para que um possível surto fosse controlado, além de perdas entre 12 e 85 bilhões de dólares caso uma pandemia se alastrasse pelos países latino-americanos.

Segundo Marques (2013), entre os anos de 2012 e 2013, o México, teve aproximadamente uma perda de US$ 930 milhões devido a um surto de Influenza Aviária inicialmente detectado em granjas produtoras de ovos e causado pelo vírus A/H7N3.

Devido a um surto de IA ocorrido em 2004, a Tailândia teve sua produção reduzida em mais de 50% e as suas exportações de produtos in natura proibidas em todo o mundo. Somente em 2012 o país conseguiu equiparar seus números em exportações com os mesmos de dez anos anteriores. Para esta recuperação, o país tailandês lançou mão de vários investimentos principalmente na adequação das plantas de processamento, que passaram a produzir um número muito maior de produtos industrializados do que produtos in natura. Além disso, novas e mais rigorosas medidas de biosseguridade foram estabelecidas, sejam elas em relação ao trânsito de aves, período de vazio entre lotes nos aviários, auditorias anuais em todo o sistema produtivo. Estima-se que somente nas propriedades produtoras foram investidos aproximadamente 500 milhões de dólares pelas companhias avícolas (BUTLAND, 2013).

Ainda no ano de 2014, o Brasil se torna o primeiro país a elaborar uma legislação que regulamente o sistema de compartimentação na cadeia avícola. Tal fato ocorreu através da publicação da Instrução Normativa nº 21, de 21 de outubro de 2014 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, oficializando o modelo produtivo e estabelecendo premissas a serem seguidas para que a empresa

(35)

interessada a seguir o modelo de compartimentação seja certificada como tal (AVICULTURA INDUSTRIAL, 2014b).

As normas estabelecidas pela Instrução Normativa são de caráter facultativo e a mesma estabelece as normas técnicas de Certificação Sanitária da Compartimentação da Cadeia Produtiva Avícola de granjas de reprodução, corte e incubatórios, sejam de galinhas ou perus, para a infecção pelo vírus da Influenza Aviária e Doença de Newcastle.

A certificação definida pela IN tem como objetivo reconhecer e atestar subpopulações de aves com status sanitário diferenciado, por meio da implantação de procedimentos complementares de biosseguridade, vigilância epidemiológica, supervisões e auditorias.

Inicialmente, a IN trata das exigências para a certificação medida que engloba a instituição de uma Equipe de Gestão de Compartimento (EGC), entrega da documentação necessária para o Serviço Veterinário Oficial, registro de granjas e incubatórios, instituição de POPs (Procedimentos Operacionais Padrão) para as medidas de biosseguridade, promover registros auditáveis de todos os procedimentos de biosseguridade, capacitação de todos os profissionais envolvidos e a não realização da vacinação para DN em aves de corte. Além disso, os núcleos e incubatórios devem manter registros quanto ao consumo de água e ração, ganho de peso no caso da aptidão de corte, produção e aproveitamento de ovos, números quanto a eclosão nos incubatórios e os medicamentos utilizados.

A certificação sanitária ocorrerá através de auditorias do SVO e terá validade de dois anos devendo ser realizada a promoção de supervisões internas pela equipe de gestão do compartimento a cada quatro meses nos núcleos de corte e a cada três meses nos núcleos de reprodução, incubatórios e Unidades Funcionais Associadas (UFA). O SVO ficará responsável por auditorias anuais amostrais. Quanto às não conformidades, caso forem existentes deverão ser submetidas a medidas corretivas imediatas ou implantando um plano de ação para resolução do problema em até dois dias. A existência de não conformidades pode resultar desde advertência formal até o cancelamento da certificação do compartimento. O cancelamento imediato da certificação do compartimento pode ocorrer devido a

(36)

entrada de aves, ovos, material para cama ou forração de ninho que não sejam provenientes de compartimentos ou locais autorizados pela EGC ou pela ocorrência de infecção por Influenza Aviária ou Doença de Newcastle.

O processo de vigilância epidemiológica incluirá a vigilância sorológica de triagem das aves presentes nas unidades de produção e também das que estiverem presentes no raio de um quilometro dos compartimentos, testes realizados por laboratórios públicos credenciados. Avaliações clínicas por meio de necropsias poderão ser realizadas. Granjas de reprodução deverão realizar vacinação contra a Doença de Newcastle. Caso necessário, metodologias moleculares e de isolamento serão utilizadas para fins confirmatórios por meio dos laboratórios oficiais. Os custos provenientes dos exames laboratoriais serão arcados pela empresa voluntária.

Em caso de alerta sanitário, serão intensificadas as medidas de vigilância clínico-epidemiológica e as coletas de amostras nas unidades de produção.

As medidas de biosseguridade determinadas pela Instrução Normativa giram em torno do abastecimento de água, fornecimento de ração, proximidade de espécies suscetíveis a IA e DN em relação ao núcleo de produção, acesso de pessoas e veículos, entrada de materiais e equipamentos, uso de vacinas e produtos biológicos, e, por fim, o controle de pragas sejam essas insetos ou roedores (BRASIL, 2014).

A iniciativa para implantação do projeto contou com a contribuição de grandes empresas produtoras da cadeia avícola brasileira, e no ano de 2014, uma das companhias envolvidas teve a aprovação do seu projeto de compartimentação, sendo a primeira do Brasil a conseguir tal feito. A companhia em questão desenvolveu todo seu projeto seguindo estritamente as regras formuladas pela OIE. Vários fatores foram avaliados durante o desenvolvimento do projeto, como o fluxo de pessoas e veículos, qualidade da água, controle de pragas, localização e planta das fazendas. Equipamentos, instalações de desinfecção, tratamento de resíduos, vacinas e medicamentos e o movimento de animais de criação também foram elementos avaliados.

Todo o levantamento realizado pela empresa foi para que em alguma possível emergência sanitária as medidas para combatê-la possam ser feitas da maneira

(37)

mais rápida possível. Além disso, a companhia promoveu treinamento para os colaboradores para que os mesmos tenham capacidade de agir corretamente em possíveis surtos (AVICULTURA INDUSTRIAL, 2014a).

Frente ao cenário de implantação do sistema, o IPC (International Poultry Council), solicitou a OIE e seus países membros, no início do ano de 2015, o reconhecimento do programa de compartimentação como uma ferramenta que garanta o fluxo do comércio de carnes e material genético. Desta forma, países que tenham o programa implantado não teriam suas exportações suspensas mesmo com um caso de Influenza Aviária em seu território, porém, de produtos provenientes de compartimentos que estejam em uma distância segura dos afetados pelo surto da doença. Para que o reconhecimento aconteça é necessário que haja uma revisão das regras definidas pelo OIE Terrestrial Animal Health Code, código da organização que rege os sistemas de regionalização das produções (AVE WORLD, 2015),

(38)

4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Durante o período de estágio curricular, as atividades desenvolvidas se voltaram para a área de fomento do frango de corte da unidade. Incluíam as atividades exercidas as visitas técnicas nos aviários integrados, monitorias de sanidade e biosseguridade das granjas, registro das propriedades integradas seguindo normas da IN-56 do MAPA frente ao órgão de defesa agropecuária do Estado, avaliação de padrões técnicos de funcionamento de aviários sistema dark house e treinamentos realizados para a equipe técnica. Na tabela 1 estão discriminadas as atividades exercidas e a carga horária dedicada para cada uma.

TABELA 1 – CARGA HORÁRIA DEDICADA EM RELAÇÃO À ATIVIDADE DESENVOLVIDA DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO.

Atividade Desenvolvida Carga horária ou frequência

Visitas técnicas 100 horas

Monitorias sanitárias e de biosseguridade

76 horas

Registro de propriedades 240 horas

Avaliação de aviários Dark House 120 horas

Treinamentos 24 horas

Visita ao incubatório 8 horas

Visita ao abatedouro 8 horas

Visita a fábrica de rações 8 horas

(39)

4.1 VISITAS TÉCNICAS

As visitas técnicas tinham seu escopo direcionado, principalmente, as condições de manejo empregadas ao lote pelo integrado. Dentre os parâmetros avaliados durante a visita estavam fatores como a temperatura do aviário, se a mesma estava ideal para a faixa de idade do lote em produção, qualidade da água, deveria estar fresca e apresentando no mínimo 3ppm (partes por milhão) de cloro, regulagem de bebedouros e comedouros de acordo com o tamanho das aves, qualidade do ar, livre de gases nocivos aos animais além da qualidade da cama do aviário, deve se apresentar seca, macia e com boa capacidade de absorção.

Em especial nas fases pré-inicial e inicial, além dos parâmetros já mencionados, era também foco da visita o tamanho do pinteiro e se o mesmo atendia o número ideal de comedouros e bebedouros para um número pré-estipulado de aves pela empresa, além disso, os critérios a respeito de ventilação mínima, realizada para a renovação do ar no pinteiro e também o sistema de circulação de ar, para homogeneizar a temperatura do mesmo eram pontos sempre muito enfatizados nas visitas realizadas em lotes de fases iniciais. Também na fase pré-inicial era exigido pela integradora o arraçoamento na superfície de faixas de papel dispostos na cama do aviário para que fosse estimulado o consumo de ração pelos pintainhos.

FIGURA 2 – TÉCNICA DE ESTÍMULO DE CONSUMO ATRAVÉS DE ARRAÇOAMENTO EM PAPEL

(40)

Caso estes fatores estivessem fora do padrão estabelecido pela empresa aliado ao auxílio através da observação do comportamento dos animais frente a um ambiente desfavorável, eram feitas as recomendações necessárias para a melhoria das condições de manejo e criação do lote em respeito, ainda assim, as recomendações eram deixadas em registro na ficha do lote em respeito.

FIGURA 3 – AVES AGLOMERADAS MIGRANDO DE UM PONTO AO OUTRO DO AVIÁRIO DEVIDO A INSUFICIENTE DIVISÃO DO MESMO

O desempenho do lote era acompanhado através da ficha do mesmo, onde eram registradas as pesagens realizadas aos 7, 14, 21, 28 e 35 dias, mortalidade diária e consumo de água e ração. Além dos itens citados, a ficha do lote também possuía dados de rastreio como linhagem, incubatório fornecedor dos pintainhos, idade das matrizes, vacinas realizadas e quantidade de aves alojadas.

4.2 MONITORIA SANITÁRIA

A monitoria sanitária do lote era realizada através da necropsia de cinco aves selecionadas aleatoriamente no aviário, eram feitas em lotes de 18 a 22 dias e também de 28 a 32 dias. A classificação das lesões, caso houvessem, era realizada com base em um manual padrão elaborado pela empresa onde havia padrões de lesões já estabelecidos. Em sua maioria, as lesões eram qualificadas em

(41)

pontuações de, por exemplo, 0 a 3 ou também na ausência ou presença de alguma anormalidade.

FIGURA 4 – AVE APRESENTANDO INTENSA CONTAMINAÇÃO BACTERIANA

FIGURA 5 – PORÇÃO DO INTESTINO DELGADO COM LESÕES CARACTERÍSTICAS DE Eimeria Acervulina

(42)

Por exigência do Ministério da Agricultura através da IN 70 de 2003, todos os lotes de estabelecimentos comerciais de frangos de corte devem passar por coletas de amostras para pesquisa, isolamento e tipificação para Salmonella Enteritidis, Salmonella Typhimurium, Salmonella Gallinarum e Salmonella Pullorum o mais próximo possível possível da data de abate do lote, porém, com tempo hábil para que o resultado seja conhecido antes do abate das aves.

Durante o período de estágio foi possível o acompanhamento de algumas coletas de amostra para pesquisa de Salmonella. As coletas eram realizadas por volta do 35° dia de alojamento do lote através de suabes de arrasto, previamente transportados sob refrigeração em caixa térmica devidamente higienizada e desinfetada, sobre a cama do aviário.

Nos aviários registrados no Serviço Veterinário Estadual (SVE), eram coletados quatro suabes, agrupados em apenas um pool, sendo que cada dois suabes representavam 50% da superfície total do aviário. Já nos núcleos que ainda não haviam sido registrados no SVE a coleta era realizada através de quatro suabes, porém divididos em dois pools com dois suabes em cada, sendo que a cada dois suabes correspondiam a 50% da área do aviário.

Após a coleta, o suabe era imediatamente armazenado em saco plástico identificado e transferido para uma caixa isotérmica com gelo para o transporte até a unidade. Então, a amostra seguia através de transportadora para que fosse realizada a análise em um laboratório credenciado.

No dia 25 de outubro de 2016, o MAPA, através da Instrução Normativa Nº 20, revogou a IN Nº 70 de 2003 (AVISITE, 2016).

A IN 20 estabelece o controle e monitoramento da Salmonella spp. nos estabelecimentos avícolas comerciais de frangos e perus de corte e nos estabelecimento de abate de frangos, galinhas, perus de corte e reprodução, registrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF), com o objetivo de reduzir a prevalência do agente e definir um nível adequado de proteção ao consumidor.

O controle e monitoramento será realizado através da verificação do status sanitário dos lotes de galinhas e perus de reprodução destinados ao abate, monitoramento e controle de Salmonella spp. nos estabelecimentos de abates de aves registrados no SIF, adoção de medidas de controle específicas para Salmonella Typhimurium e Salmonella Enteritidis pelo fato de serem patógenos de

(43)

grande importância para a saúde públicam adoção de medidas de controle específicas para Salmonella Pullorum e Salmonella Gallinarum por serem patógenos de grande relevância para a saúde animal e através da gestão de risco baseado no banco de dados dos sorovares de Salmonella spp. e através de uma revisão periódica e sistemática das ações de monitoramento e controle (BRASIL, 2016).

Desde a sua data de publicação, a normativa concedeu um prazo de 120 dias para as adequações necessárias as novas exigências por parte dos estabelecimentos avícolas (AVISITE, 2016).

4.3 AUDITORIAS DE BIOSSEGURIDADE

A auditoria de biosseguridade era conduzida por meio de um check list pré-existente estruturado em quatro critérios de avaliação: registros; área externa; área interna; bem estar animal.

O primeiro item, voltado para os registros, avaliava se na propriedade em questão eram mantidos atualizados registros referentes à entrada de visitantes diretos e terceiros, uso de medicamentos que por ventura foram prescritos para o lote em andamento, registro de aplicação de inseticidas estabelecido, controle de roedores, análise microbiológica de água atualizada, presença de amostras de rações de até seis meses para que fosse possível garantir a rastreabilidade da mesma caso necessário e a avaliação do estado da ficha do lote em andamento, se a mesma estava com informações atualizadas, sem rasuras e espaços não preenchidos.

Na fase da avaliação que se tratava da área externa em relação ao aviário eram levados em consideração os itens como a presença de sabonete, papel toalha e álcool 70% para serem utilizados antes da entrada no aviário, disponibilidade de roupas para uso da equipe técnica durante as visitas, identificação e bom estado de conservação dos porta-iscas para controle de roedores, isolamento do aviário de forma a impedir a entrada de pássaros ou outros tipos de animais fontes de contaminação, pleno funcionamento do arco de desinfecção, limpeza da área ao entorno do aviário, silos de ração devidamente fechados e em bom estado de conservação, ausência de animais no interior da cerca de proteção, condição

(44)

estrutural da composteira de forma que garanta seu isolamento e seja possível o seu manejo de forma adequada, possibilidade da drenagem da água nos arredores do aviário para que não ocorra acumulo de umidade em sua lateral, existência de um único portão de entrada e saída do núcleo e por último a ausência de árvores frutíferas no interior do núcleo ou próximo a portaria.

FIGURA 6 – ARCO DE DESINFECÇÃO NA ENTRADA DA PROPRIEDADE

(45)

FIGURA 8 – USO DE ROUPA DESCARTÁVEL DURANTE VISITA AO AVIÁRIO

FIGURA 9 – INTERIOR DE UM NÚCLEO EM CONDIÇÕES IDEAIS DE LIMPEZA

Já no item que tratava da área interna do aviário os pontos avaliados consistiam na qualidade do manejo de intervalo de lotes em relação à fermentação correta da cama, lavagem dos equipamentos, queima de penas e aplicação de cal também era levado em consideração o nível de cloro na água dos bebedouros que deveriam estar apresentando no mínimo 3 ppm de cloro, presença de aves em decomposição no interior do aviário, acondicionamento adequado das aves mortas em recipientes identificados antes de serem levadas à composteira, correta higienização das mãos antes da entrada no aviário, presença de calçados para uso

Referências

Documentos relacionados

No relato de caso deste trabalho o animal foi diagnosticado com mucocele salivar clinicamente em um primeiro momento e após foi realizada a sialoadenectomia mandibular e

Este trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, da Universidade Tuiuti do Paraná,

( ) Trata-se de um programa do Ministério da Educação que concede bolsas de estudo integrais e parciais em instituições privadas de ensino superior, para alunos que frequen-

Pixinguinha, um dos mais importantes compositores e músicos da música brasileira, teve uma carreira musical com acontecimentos importantes para o desenvolvimento da música

Apresenta-se um estudo sobre os fundamentos teóricos, a saber: elementos da análise convexa, ordem parcial induzida por um cone K convexo, fechado, pontiagudo e com o interior não

No entanto não iremos apoiar a ideia de uma transição de fase sofrida pelo cristal de L-treonina a esta pressão, porque não temos certeza se este é um novo modo ou se

Os objetivos específicos do estágio curricular na área de anestesiologia veterinária foram acompanhar e auxiliar em procedimentos relacionados à anestesiologia,

As causas da deficiência de lágrima aquosa são radiação, que é utilizada no tratamento de neoplasia na cabeça; causa congênita, que geralmente ocorre em cães miniatura;