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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CÂMPUS UNIVERSITÁRIO DE RONDONÓPOLIS INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS ZOOTECNIA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CÂMPUS UNIVERSITÁRIO DE RONDONÓPOLIS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS

ZOOTECNIA

PEDRO EMANUEL DA COSTA LOURENÇO

A exigência em nitrogênio do capim Mulato II assemelha-se a U. brizantha ou U.

decumbens?

RONDONÓPOLIS-MT 2019

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PEDRO EMANUEL DA COSTA LOURENÇO

A exigência em nitrogênio do capim Mulato II assemelha-se a U. brizantha ou U.

decumbens?

Trabalho de Curso apresentado ao Curso de Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Rondonópolis, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Zootecnia.

Área de Concentração: Forragicultura e Pastagem Orientador: Prof. Dr. Carlos Eduardo Avelino Cabral.

Coorientadora: Carla Heloisa Avelino Cabral.

RONDONÓPOLIS-MT 2019

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AGRADECIMENTOS

Quero expressar minha gratidão a Deus, por Ele ter sido o maestro desse passo que está próximo a se concluir. Quando penso em quantas pessoas especiais eu encontrei na faculdade, fico realmente feliz e grato a Deus por ter colocado cada um em minha vida.

Agradeço aos meus pais, Rafael e Lilian por terem se dedicado de corpo e alma para nos dar uma ótima educação perante tantas dificuldades e hoje nos resta experiências e sorrisos. A ambos quero expressar meu imenso amor e gratidão.

Quero agradecer a minha melhor amiga Luciana por ser tão especial em minha vida, por ter me aturado todos esses anos e me ajudado a seguir em frente, sendo uma pessoa melhor a cada dia.

Aos meus companheiros de república Elber Lopes, Joaquim Conceição, Pedro T. Fraz, Juan Gadiel, Joe Bastista, Robson Almeida e Lucas, muito obrigado por sempre estarem presentes nos momentos mais alegres e nos mais tristes e difíceis. Em especial quero a agradecer ao Elber por ter sido uma peça chave no meu crescimento pessoal dentro e fora da academia e pelas inúmeras horas ganhas com conversas que nunca serão esquecidas.

Sou grato por meus orientadores Carlos e Carla, os quais tenho grande admiração e respeito, por terem sido um exemplo a se seguir e por suportarem todas minhas falhas e dificuldades nesses anos. Obrigado pela confiança, respeito, paciência e dedicação.

A todos meus amigos Luciana Gonçalves, Elber, Joaquim, Pedro T. Fraz, Juan Gadiel, Joe, Robson, Lucas, Leticia, Jenifer, Nathalia, Ruan, Dorfo, Jardel, Lucas Gimenes, todos meus amigos do basquete e a tantos outros. Obrigado por tudo, por estarem ao meu lado em festas, estudos, esportes e por estarem presentes também quando não havia nada para fazer, somente por estar perto.

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RESUMO

LOURENÇO, P.E.C. A exigência em nitrogênio do capim Mulato II assemelha-se a U. brizantha ou U. decumbens? 2019. 26 f. Trabalho de Curso (Bacharel em Zootecnia) – Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Rondonópolis, Rondonópolis, 2019.

O capim Mulato II (Urochloa hibrida cv. Mulato II), comercializado como Convert HD364, é um híbrido obtido a partir do cruzamento entre Urochloa ruziziensis x Urochloa decumbens x Urochloa brizantha pelo Centro Internacional de Agricultura Tropical. Este capim não está presente em vários boletins de recomendação a adubação e, logo, tem-se a necessidade de enquadrá-lo para que seja possível realizar manejos sustentáveis de adubação de pasto. Dessa forma, por meio de testes de identidade de modelos, objetivou-se identificar se a resposta à adubação nitrogenada do capim Mulato II se assemelha a resposta dos capins Marandu (U. brizantha cv. Marandu) e Decumbens (U. decumbens cv. Basilisk), visto que são progenitores de diferentes exigências em fertilidade do solo. O experimento foi realizado em casa de vegetação, da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Rondonópolis. Utilizou-se delineamento inteiramente casualizado, com um esquema fatorial 3x5 (três capins e cinco doses de nitrogênio), sendo quinze tratamentos e quatro repetições. Foram realizados três cortes avaliativos, de modo que o primeiro corte foi denominado implantação e a média dos outros cortes foi denominado rebrota. Os resultados foram submetidos à análise de regressão linear e quadrática e, em caso significativo, adotou-se o teste de F para comparar os modelos. Em caso de modelos distintos, realizou-se o teste F para comparação de interceptos e parâmetros das equações. Na fase de implantação o capim Mulato II apresenta grande semelhança com o capim Marandu, diferindo somente quanto a proteína bruta e proteína bruta da lâmina foliar. Tal semelhança se confirma na fase de rebrota, em que o capim Mulato II se assemelhou ao capim Marandu em todas as variáveis analisadas. Na implantação e rebrota, o capim Mulato II distinguiu do capim Decumbens para a maioria das variáveis analisadas. Desse modo, a exigência em nitrogênio do capim Mulato II é similar a U. brizantha cv. Marandu.

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ABSTRACT

LOURENÇO, P.E.C. Does the nitrogen requirement of Mulato II grass resemble U. brizantha or U. decumbens? 2019. 26 f. Trabalho de Curso (Bacharel em Zootecnia) – Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Rondonópolis, Rondonópolis, 2019.

Mulato II grass (Urochloa hybrid cv. Mulato II), marketed as Convert HD364, is a hybrid obtained from the cross between Urochloa ruziziensis x Urochloa decumbens x Urochloa brizantha by the International Center for Tropical Agriculture. This grass is not present in several fertilizer recommendation bulletins and, therefore, there is a need to frame it so that sustainable pasture fertilization management can be carried out. Thus, through model identity tests, the objective was to identify whether the response to nitrogen fertilization of Mulato II grass resembles the response of Marandu (U. brizantha cv. Marandu) and Decumbens (U. decumbens cv. Basilisk) grasses, as they are parents of different soil fertility requirements. The experiment was carried out in a greenhouse of the Federal University of Mato Grosso, Rondonópolis University Campus. A completely randomized design with a 3x5 factorial scheme (three grasses and five nitrogen doses) was used, with fifteen treatments and four replications. Three evaluative cuts were made, so that the first cut was called implantation and the average of the other cuts was called regrowth. The results were submitted to linear and quadratic regression analysis and, if significant, the F test was used to compare the models. In case of different models, the F test was performed to compare intercepts and parameters of the equations. In the implantation phase Mulato II grass is very similar to Marandu grass, differing only in crude protein, and crude protein of leaf blade. This similarity is confirmed in the regrowth phase, when Mulato II grass resembled Marandu grass in all analyzed variables. In the implantation and regrowth, Mulato II grass distinguished from Decumbens grass for most of the analyzed variables. Thus, the nitrogen requirement of Mulato II grass is similar to U. brizantha cv. Marandu.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 1 2. REVISÃO DE LITERATURA ... 2 2.1. Adubação nitrogenada ... 2 2.1. Híbridos de Urochloa ... 4 3. MATERIAL E MÉTODOS ... 6 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 7 4.1. Implantação ... 7 4.2. Rebrota ... 11 5. CONCLUSÃO ... 14 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 14

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1

1. INTRODUÇÃO

O capim Mulato II (Urochloa hibrida cv. Mulato II), comercializado como Convert HD364, é um híbrido obtido a partir do cruzamento entre U. ruziziensis x U. decumbens x U. brizantha pelo Centro Internacional de Agricultura Tropical (Argel, 2007). O capim Mulato II destaca-se como uma planta promissora por apresentar algumas vantagens, tais como alta adaptação às condições tropicais e subtropicais, bom vigor de crescimento, elevada produtividade de massa seca e qualidade da forragem produzida, tolerância à cigarrinha das pastagens, boa tolerância a períodos prolongados de seca, rápida rebrota e florescimento tardio (Vendramini et al., 2012). Porém, em virtude de ser um híbrido cujo programa de melhoramento envolveu braquiárias de diferentes exigências em fertilidade, existe dúvida sobre a recomendação de nutrientes para o capim Mulato II, para que seja possível realizar o manejo racional da adubação.

O manejo adequado da adubação tem o intuito evitar a escassez e o excesso de nutrientes, o que impacta sobre o processo de degradação e, inclusive, o custo de produção, respectivamente. Haja visto que o nitrogênio é um dos principais limitantes na manutenção de pastos, a aplicação correta é muito importante. A fonte de nitrogênio comumente utilizada é a ureia, que para ser produzida necessita-se de petróleo que é uma fonte de energia não renovável, logo, há necessidade de se empregar de forma correta o fertilizante, tendo em vista a sustentabilidade.

Apesar do Mulato II ter sido lançado no mercado em 2007, existem poucas pesquisas publicadas sobre sua adubação (Cabral et al., 2013; Santos et al., 2015; Silva et al., 2016; Fleitas et al., 2018; Silva et al., 2018). Assim, este capim não está presente em vários boletins de recomendação a adubação e, logo, tem-se a necessidade de enquadrá-lo para que seja possível realizar manejos adequados de adubação de pasto. Dessa forma, por meio de testes de identidade de modelos, objetivou-se identificar se a resposta à adubação nitrogenada do capim Mulato II se assemelha a resposta dos capins Marandu (U. brizantha cv. Marandu) e Decumbens (U. decumbens cv. Basilisk), visto que são progenitores de diferentes exigências em fertilidade do solo.

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2

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Adubação nitrogenada

Para a bovinocultura brasileira, que é desenvolvida principalmente com animais em pastejo, as pastagens degradadas são um grande problema. Isso tem como consequência uma perda de vigor e redução da produtividade, de modo que impacta sobre a capacidade de suporte do pasto e qualidade do alimento para os animais. Assim, evidencia-se efeitos negativos e onerosos ao produtor, com aumento de plantas invasoras, baixo teor de matéria orgânica, menor retenção de água no solo e ainda pode ocorrer em casos mais graves perda de solo (Peron; Evangelista, 2004).

Assim, uma das causas da degradação do pasto é a extração de nutrientes do sistema sem a devida reposição. Estes, nutrientes são perdidos por diversas formas, como volatilização, fixação no solo, lixiviação e principalmente no consumo dos animais, apesar de que uma parte desses nutrientes são devolvidos ao sistema (fezes e urina), contudo de forma desuniforme. Dessa maneira, há necessidade de repor todos os nutrientes extraídos, entretanto, a escassez de nitrogênio causa redução de produtividade, visto que, a adubação nitrogenada está associada ao aumento da produtividade das pastagens (Peron; Evangelista, 2004). O ciclo do nitrogênio é mencionado como importante fator para compreensão da degradação de pastos (BODDEY et al., 2004).

Dessa forma, o nitrogênio é o nutriente mais limitante para o crescimento das plantas é extraído em grande quantidade, como nitrato (NO3-) ou em menor quantidade

amônio (NH4+) (Souza; Lobato, 2004). A disponibilização do nitrogênio orgânico ocorre

por meio da mineralização realizada por microrganismos heterotróficos do solo, que têm como fonte de energia compostos orgânicos (Cantarella, 2007). A mineralização é influenciada de acordo com as características adequadas para atividade dos microrganismos como acidez, umidade e temperatura (Cantarella, 2007). No sistema produtivo brasileiro, principalmente no cerrado, o teor de matéria orgânica é baixo (3 e 5%), pois a matéria orgânica se decompõe rápido devido as altas temperaturas e umidade (Aidar; Kluthcouski, 2003).

Por isso, busca-se atender as necessidades nutricionais da planta, que são parcialmente supridas por meio do nitrogênio contido na matéria orgânica do solo e pelo nitrogênio proveniente da atmosfera. Logo, a adubação nitrogenada é de suma

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3 importância para atender as exigências nutricionais das plantas e gerar um resultado econômico positivo (Cantarella, 2007). Deve-se além da dose de nitrogênio, identificar as diferenças entre os fertilizantes que podem ser utilizados. O fertilizante nitrogenado utilizado interfere no sistema de maneira diferente, de modo que a escolha do fertilizante é de grande importância para a propriedade, podendo ser o diferencial econômico para o produtor.

Dentre os fertilizantes usados na pecuária, dois são mais difundidos, a ureia (44 a 46% N) e o sulfato de amônio (20 a 21% N), tendo cada um vantagens e desvantagens. A ureia é o fertilizante nitrogenado mais utilizado na pecuária, devido ao menor custo de nitrogênio por quilo de produto, fácil manipulação. Contudo, os principais desafios com a ureia são minimizar as perdas de nitrogênio por meio da volatilização (Primavesi et al., 2004). Para isso, a recomendação é que a adubação nitrogenada com ureia seja parcelada para evitar a volatilização e aumentar a eficiência do uso desse nutriente (Martha Junior, 2007). Outro aspecto que deve ser levado em consideração é o clima, temperaturas elevadas e chuvas antes da adubação, que acentuam a volatilização quando não ocorrem chuvas após a aplicação. Quanto maior o período sem chuva após a adubação, maior são as perdas por meio da volatilização e o ideal são chuvas superiores a 10-20 mm dentro de três dias após a aplicação do fertilizante (Martha Junior, 2003).

Em contrapartida, o sulfato de amônio tem a vantagem de apresentar menores perdas de nitrogênio por meio da volatilização e ainda ser uma fonte de enxofre (24% S), contudo o seu custo é mais elevado e há uma maior acidificação do solo em comparação com a ureia (Primavesi et al., 2004). Contudo, essa maior acidificação do solo pode ser explorada com o uso de fosfato reativo (Cabral et al., 2016), sendo o fósforo o nutriente mais caro na formação do pasto. Entretanto, na manutenção o fósforo deixa de ser um nutriente altamente requerido e o nitrogênio é o principal nutriente que deve ser suprido. O nitrogênio é essencial na manutenção do pasto por agir na formação de proteínas, cloroplastos, enzimas, e funções fisiológicas, atuando efetivamente na síntese estrutural da planta, além de participar dos processos metabólicos, de modo que a presença desse nutriente não só acarreta em maior resposta produtiva como em uma melhor qualidade da forrageira (Cecato et al., 2000).

O nitrogênio tem participação ativa na fotossíntese, fazendo parte da composição da clorofila, dentre outras funções fisiológicas na planta (Souza; Lobato, 2004). Por isso, a atividade fotossintética de uma planta depende da quantidade de nitrogênio disponível.

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4 Plantas com metabolismo C4 e CAM necessitam de uma menor quantidade de nitrogênio

para realizar a fotossíntese do que as plantas de metabolismo C3, pois a rubisco 1-5

bifosfato carboxilase (rusbisco) nessas plantas corresponde a 50% da proteína foliar solúvel, enquanto nas plantas C4 e CAM corresponde apenas 25% da proteína foliar

solúvel. Assim, a quantidade de nitrogênio destinado a enzimas de fixação de carbono em plantas C4 e CAM é relativamente menor que nas plantas C3. Dessa forma, as plantas C4

são capazes de produzir uma maior quantidade de massa de forragem por quilo de nitrogênio (Majerowicz, 2004).

O nitrogênio, diante de todas as funções mencionadas anteriormente, é importante, aumenta a massa de forragem, capacidade de suporte de gramíneas forrageiras e taxa de crescimento (Alexandrino, et al., 2004; Santos Junior et al., 2004; Alexandrino et al., 2005; Batista; Monteiro, 2006; Primavesi et al., 2006; Caminha, et al., 2010; Fagundes, et al., 2011; Silva, et al., 2013). Além do nitrogênio aumentar a produtividade da forrageira, ainda é importante na perenidade do pasto, devido a sua o nitrogênio aumentar a emissão de folhas e densidade de perfilhos (Garcez Neto et al., 2002; Alexandrino, et al., 2004; Alexandrino, et al., 2005; Batista; Monteiro, 2008; Alexandrino, et al., 2010; Caminha, et al., 2010; Silva, et al., 2013). Assim, com maior quantidade de folhas jovens no dossel forrageiro e a maior cobertura de solo com o aumento do perfilhamento, ocorre controle de plantas invasoras.

O sistema radicular também é um fator que auxilia na perenidade da pastagem, pois, a raiz funciona como reserva de carboidrato da planta, e ainda é na raiz que ocorre a absorção dos nutrientes necessários para o crescimento da planta. Com isso, nitrogênio é de grande importância em pastos degradados, pois a adubação nitrogenada estimula a recuperação e produção de raízes, que no processo de recuperação de pastagens degradadas tem grande relevância. Inicialmente ocorre a reestruturação das raízes das plantas degradadas para então possibilitar a absorção dos nutrientes necessários para a produção de massa de forragem (Cecato et al., 2000).

2.1. Híbridos de Urochloa

Na pecuária, quantidade de espécies de gramíneas que estão disponíveis ao produtor é relativamente pequena comparativamente aos cultivares de soja e híbridos de milho. Nestas culturas agrícolas anuais, existe grande mercado consumidor todos os anos,

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5 entretanto, na produção animal em pastejo, pelo fato da gramínea ser uma cultura permanente, ocorre procura e, assim, menor envolvimento de empresas.

Mesmo diante deste impasse, alguns capins têm sido lançados ao mercado como uma alternativa para o pecuarista. Dentre esses, destacam-se alguns híbridos de Urochloa: Mulato, Mulato II, Mavuno e Ipyporã. Os híbridos Mavuno, Mulato e Ipyporã são provenientes do cruzamento de U. brizantha e U. ruziziensis. Já o híbrido Malato II é proveniente do cruzamento de U. brizantha, U. ruziziensis e U. decumbens.

O híbrido Mavuno foi lançado em 2016 pela empresa Wolf Sementes, que teve como proposta apresentar um bom potencial produtivo e aceitabilidade pelos animais (Silva et al., 2018). Silva et al. (2018), estudando híbridos de Urochloa, observaram que o Mavuno teve resposta positiva em doses de nitrogênio demonstrando ser uma espécie responsiva a adubação nitrogenada.

O capim Mulato foi o primeiro híbrido do gênero Urochloa brizantha (U. ruziziensis clone 44-6 x U. brizantha CIAT 6297), desenvolvido pelo Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT). Foi lançado no ano de 2000 para comercialização no México, chegando ao Brasil por volta de 2003 e sua comercialização em 2004. Apesar de apresentar boas características produtivas esse híbrido é susceptível as cigarrinhas das pastagens e ao fungo Rhizoctonia solani (Argel et al., 2006), o que limitou o uso no Brasil.

O Ipyporã é o resultado do cruzamento, realizado pela Embrapa Gado de Corte em 1992, entre U. ruziziensis e U. brizantha. Entretanto, foi lançado somente em 2017, por meio da parceria entre a Embrapa e a UNIPASTO (Valle et al., 2017). Possui porte baixo, crescimento prostrado e tricomas na folha, colmo e bainha. Esse cultivar veio com o intuito de substituir a U. bizantha cv. Marandu, pois apresenta resistência as cigarrinhas das pastagens e também a cigarrinha da cana-de-açúcar (Mahanarva fimbriolata) (VALLE et al., 2017).

O capim Mulato II comercializado no Brasil pela Dow Agroceres com nome comercial de Convert HD 364, é um híbrido de capins do gênero Urochloa. Seu melhoramento iniciou em 1989 pelo CIAT, tem em sua composição três espécies, inicialmente duas U. ruziziensis clone 44-6 e U. decumbens cv. Basilisk que posteriormente converteu no Mulato II, a partir de testes com marcadores moleculares foi possível identificar alelos do U. brizantha cv. Marandu presente no capim U. ruziziensis, dessa forma, o Mulato II é um hibrido de três espécies de capins do gênero Urochloa. O

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6 capim possui boa adaptação a solos com baixa fertilidade e ácidos, é resistente a cigarrinhas das pastagens, moderadamente susceptível a Rhizoctonia solani (fungo foliar), possui crescimento csemicespitoso, tolerante a períodos prolongados de seca, dentre outras características que trazem vantagens no uso desse híbrido (Argel et al., 2006).

3. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado em casa de vegetação, da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Rondonópolis. Utilizou-se delineamento inteiramente casualizado, com um esquema fatorial 3x5 (três capins e cinco doses de nitrogênio), sendo quinze tratamentos e quatro repetições. As espécies forrageiras utilizadas foram Urochloa brizantha cv. Marandu (capim Marandu), Urochloa decumbens cv. Basilisk (capim Decumbens) e Urochloa hibrida cv. Mulato II (capim Mulato II) submetidas às doses de nitrogênio de 0; 100; 200; 300 e 400 mg dm-3.

As parcelas foram formadas por um vaso de capacidade de 5 dm3 admitindo-se

cinco plantas. O solo utilizado foi um Latossolo Vermelho de textura média (Tabela 1), coletado no Cerrado nativo. O solo foi peneirado antes de ser colocado nos vasos. Posteriormente a saturação por bases foi elevada para 50%, com a utilização de calcário dolomítico (PRNT: 86%).

Tabela 1 – Caracterização química e granulométrica de Latossolo Vermelho proveniente

de Cerrado nativo.

pH P K Ca Mg Al H T MO V M Areia Silte Argila

H20 mg dm-3 cmolc dm-3 g kg-1 % g kg-1

4,7 2,4 28 0,3 0,2 1,1 4,2 5,9 22,7 9,8 66,3 740 105 155

Após, realizou-se a adubação de implantação, com aplicação de fósforo, potássio, enxofre nas doses 200; 150 e 40 mg dm-3, respectivamente. A adubação com os micronutrientes foi de acordo com o remendado por Bonfim-Silva et al. (2007) com ácido bórico, cloreto de cobre, cloreto de zinco e molibdato de sódio, nas doses de 1,5; 2,5; 2,0 e 0,25 mg dm-3, respectivamente.

A semeadura foi realizada em bandejas de areia lavada, e posteriormente foi transplantado dez plantas por vaso. Cinco dias depois, realizou-se o desbaste,

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admitindo-7 se cinco plantas por vaso, juntamente foi realizado a adubação nitrogenada de implantação.

Trinta dias após o desbaste ocorreu o primeiro corte quantificando a altura das plantas, o número de folhas e perfilhos. A área de resíduo admitida foi de 10 cm do solo. Após o corte, foi feita a separação morfológica da parte aérea em lâminas foliares e colmo+bainha. Essas frações foram acondicionadas em sacos de papel e secas em estufa de circulação de ar a 65ºC por 72 horas, e em seguida pesadas (Silva e Queiroz, 2002). Esta primeira coleta foi denominada implantação, por ser o primeiro crescimento dos capins. Esse procedimento foi replicado para os demais cortes. Após cada corte foi realizado a adubação nitrogenada nas doses pré-estabelecidas e 200 mg dm-3 de potássio, na forma de ureia e cloreto de potássio, respectivamente. Os cortes realizados após a implantação foram denominados rebrota.

Foram avaliadas as seguintes características: massa seca da parte aérea, número de folhas, proteína bruta, proteína bruta da lâmina foliar, número de perfilhos e índice de clorofila. Na rebrota o perfilhamento foi calculado pela diferença entre o número de perfilhos no terceiro e no primeiro corte.

Os resultados foram submetidos à análise de regressão linear e quadrática e, em caso significativo, adotou-se o teste de F para comparar os modelos (Regazzi et al., 2003). Em caso de modelos distintos, realizou-se o teste F para comparação de interceptos e parâmetros das equações propostas, conforme Regazzi et al. (2003). Em todos os testes adotou-se 5% de probabilidade de erro.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

2.2. Implantação

Todas as variáveis foram descritas por modelo quadrático (P<0,05) para os três capins, exceto número de perfilho do capim Marandu, que foi descrito somente por modelo linear (Tabela 2). A maior massa de forragem dos capins esteve entre as doses de nitrogênio de 200 a 300 mg dm-3, de modo que em doses menores houve deficiência deste

nutriente e em doses maiores houve elevado potencial osmótico no solo.

Observou-se similaridade entre as respostas do capim Mulato II e do capim Marandu (P<0,05) para massa seca da parte aérea e número de folhas (Tabela 3), o que

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8 indica mesma produtividade e emissão de folhas tanto na presença da adubação nitrogenada quanto na ausência da mesma. Assim, para ambos capins, conforme aumentou-se as doses de nitrogênio, houve um acréscimo na quantidade de massa seca da parte aérea e número de folhas emitidas (Tabela 2), visto que o nitrogênio atua no desenvolvimento de tecido da planta, no aparecimento de folhas (Alexandrino et al., 2004).

Tabela 2 – Médias, resposta linear (L) e quadrática (Q), para massa seca da parte aérea,

número de folhas, proteína bruta, proteína bruta da lâmina foliar, número de perfilhos e índice de clorofila, dos capins Marandu, Decumbens e Mulato II, submetidos a diferentes doses de nitrogênio.

Capim Doses de nitrogênio L Q

0 100 200 300 400

Massa seca da parte aérea (g vaso-1)

Marandu 3,92 4,95 5,50 6,12 4,57 0,112ns 0,007

Decumbens 4,96 7,02 8,99 6,05 6,07 0,414ns <0,001

Mulato II 3,80 5,97 6,56 6,17 5,52 0,021 0,001

Número de folhas (vaso-1)

Marandu 21,25 27,88 33,75 33,07 28,13 0,033 0,006 Decumbens 32,38 49,13 69,13 48,38 56,00 0,006 <0,001 Mulato II 20,00 34,13 36,25 35,38 31,50 0,864ns <0,001 Proteína bruta (%) Marandu 12,61 21,42 23,71 24,52 24,00 <0,001 <0,001 Decumbens 10,67 17,28 20,46 21,12 23,23 <0,001 <0,001 Mulato II 12,15 21,74 24,98 25,71 26,20 <0,001 <0,001

Proteína bruta da lâmina foliar (%)

Marandu 14,89 23,47 25,67 26,69 25,93 <0,001 <0,001

Decumbens 14,69 20,10 24,02 23,90 26,84 <0,001 0,001

Mulato II 13,80 23,76 26,95 27,49 28,02 <0,001 <0,001

Número de perfilhos (vaso-1)

Marandu 17,25 19,25 22,50 26,50 21,25 0,021 0,075ns Decumbens 20,50 43,00 55,25 47,25 44,50 <0,001 <0,001 Mulato II 18,00 24,50 27,75 29,00 25,75 0,003 0,007 Índice de clorofila Marandu 33,62 39,85 42,16 47,20 45,16 <0,001 <0,001 Decumbens 35,71 43,80 48,10 46,93 44,30 <0,001 <0,001 Mulato II 37,70 45,21 47,21 50,58 50,47 <0,001 0,001

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9 Na ausência da adubação nitrogenada, os capins de modo geral responderam de forma distinta (P<0,05) para proteína bruta, proteína bruta da lâmina foliar e índice de clorofila (Tabela 3). O teor de proteína bruta é uma característica que confere qualidade às forrageiras, sendo de grande importância na alimentação de bovinos a pasto, pois demanda-se, pelo menos de 7 a 10% de proteína bruta na forragem para manter o crescimento microbiano e otimizar a digestão de fibra de baixa qualidade (Lazzarini et al., 2009).

Tabela 3 – Teste de identidade de modelo, intercepto e parâmetro, para massa seca da

parte aérea (MSPA), número de folhas (NF), proteína bruta (PB), proteína bruta da lâmina foliar (PBF), número de perfilhos (PERF) e índice de clorofila (IC), dos capins Marandu, Decumbens e Mulato II, submetidos a diferentes doses de nitrogênio.

Quando não se realizou adubação nitrogenada o capim Mulato II teve maior concentração de nitrogênio na parte aérea e lâminas foliares (Tabela 2), mesmo tendo a massa seca da parte aérea semelhante ao capim Marandu, tendo uma boa produtividade com qualidade superior. Em contrapartida, na presença da adubação nitrogenada o capim Mulato II e o capim Marandu tiveram respostas semelhantes (P<0,05).

Na adubação nitrogenada na implantação do pasto houve diferença nos modelos propostos para os capins Mulato II e Decumbens, o que demonstra respostas distintas para todas as variáveis avaliadas. Na ausência de adubação nitrogenada, ou seja, o intercepto do modelo, o capim Decumbens obteve maior valor para todas as variáveis avaliadas (Tabela 2), logo possui menor exigência nutricional que o capim Mulato II. Desta forma em condição sem reposição de nitrogênio, o capim Mulato II terá uma degradação mais rápida que o capim Decumbens.

Teste MSPA NF PB PBF PERF IC

Mulato II vs Marandu Modelo 0,1450ns 0,1612ns 0,0122 0,0418 - <0,0001 Intercepto --- --- <0,0001 <0,0001 - 0,0021 Parâmetro --- --- 0,0590ns 0,0568ns - 0,9335ns Mulato II vs Decumbens Modelo 0,0488 <0,0001 <0,0001 0,0007 <0,0001 0,0001 Intercepto 0,0021 0,0038 <0,0001 <0,0001 0,0056 0,1016ns Parâmetro 0,0071 0,0477 0,0291 0,0273 0,0002 0,0059

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10 Observou-se que para as características produtivas o capim Mulato II teve uma menor resposta que o capim Decumbens (Tabela 2), o que pode ser explicado pelo método de avaliar os capins em dias fixos, e não conforme a altura de manejo, pois nos dias de avaliação, o capim Decumbens tinha maior quantidade de colmo+bainha que os demais capins (Figura 1), assim ocorreu diferença no estádio de desenvolvimento, o que influenciou também a PB e PBLF.

Figura 1 – Massa seca de colmo+ bainha dos capins Marandu, Decumbens e Mulato II

na implantação (A) e rebrota (B) em resposta a adubação nitrogenada.

marandu = -0,0003x2 + 0,1322x + 1,6708 R² = 0,9489 decumbens = -0,0008x2 + 0,3435x + 3,9615 R² = 0,9394 mulato II = -0,0003x2 + 0,1293x + 4,0173 R² = 0,8582 2,00 7,00 12,00 17,00 22,00 27,00 32,00 37,00 42,00 47,00 0 100 200 300 400 Ma ss a sec a d e co lm o (g v aso -1 ) Dose de nitrogênio (mg dm-3) B ■ capim marandu ▲capim decumbens ● capim mulato II ' marandu = -2E-05x2 + 0,0079x + 2,2029 R² = 0,8664 decumbens = -6E-05x2 + 0,022x + 4,8614 R² = 0,5558

mulato II= -2E-05x2 + 0,0109x + 1,8739 R² = 0,9442 1,90 2,70 3,50 4,30 5,10 5,90 6,70 7,50 8,30 0 100 200 300 400 Ma ss a sec a d e co lm o ( g v aso -1 ) Dose de nitrogênio (mg dm-3) A ■ capim marandu ▲capim decumbens ● capim mulato II '

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11 A concentração de proteína do capim Mulato II foi maior do que no capim Decumbens, em grande parte pelo efeito de diluição dos nutrientes que ocorre conforme aumenta a produção de matéria seca da planta. O índice de clorofila do capim Mulato II foi igual ao capim Decumbens (intercepto igual), entretanto, os capins tiveram respostas distintas diante de adubação nitrogenada (Tabela 3). O índice de clorofila é um método para estimar o teor de proteína bruta nas forragens, de forma rápida, instantânea e não destrutiva (Godoy, 2007), mas carece de pesquisas para realizar curvas de calibração conforme as gramíneas.

2.3. Rebrota

Na rebrota apenas proteína bruta e proteína bruta da lâmina foliar do capim Decumbens teve reposta para modelo linear (Tabela 4). De modo similar a implantação, as demais variáveis foram descritas em modelo quadrático (P<0,05), conforme eleva-se as doses de nitrogênio aumenta a produtividade das forrageiras, sendo que esta decresce quando há uma elevada concentração de um nutriente, promovendo salinização do solo, o que resulta também em um desbalanço nutricional. Como o maior potencial osmótico ocorre restrição na absorção de água pelas raízes, o que leva a uma redução do crescimento das forrageiras (Silva et al., 2001).

Teve igualdade entre os modelos dos capins Marandu e Mulato II quanto a adubação nitrogenada (P<0,05) para as variáveis: massa seca da parte aérea, número de folhas, proteína bruta, proteína bruta da lâmina foliar, número de perfilhos e índice de clorofila. Dessa forma, evidenciou-se grande semelhança do capim Mulato II com o capim Marandu quanto a exigência de nitrogênio a partir da rebrota (Tabela 5). Os dados observados corroboram com, Teodoro et al. (2012) que constataram semelhança na composição bromatológica entre os dois capins.

(20)

12

Tabela 4 – Médias, resposta linear (L) e quadrática (Q), para massa seca da parte aérea,

número de folhas, proteína bruta, proteína bruta da lâmina foliar, número de perfilhos e índice de clorofila, dos capins Marandu, Decumbens e Mulato II, submetidos a diferentes doses de nitrogênio.

Ao comparar o capim Decumbens durante a fase da rebrota, o capim Mulato II, se comporta de maneira distinta quanto a adubação nitrogenada (Tabela 5). O capim Decumbens teve uma maior resposta na ausência da adubação nitrogenada. Assim, entende-se que o capim Decumbens é menos exigente em nitrogênio que o Mulato II, uma vez que na ausência da adubação nitrogenada foi o único capim que não apresentou perfilhamento negativo (Tabela 4). O perfilhamento e a emissão de folhas são dois

Capim Doses de nitrogênio L Q

0 100 200 300 400

Massa seca da parte aérea (g vaso-1)

Marandu 7,36 19,61 26,86 26,98 11,29 0.172ns <0,001 Decumbens 8,00 37,64 50,25 33,73 19,67 0,093ns <0,001 Mulato II 7,51 31,08 31,13 26,94 18,31 0,119ns <0,001 Número de folhas Marandu 50,75 95,50 115,88 141,00 64,88 0,214ns 0,001 Decumbens 81,38 256,38 368,00 288,38 235,88 <0,001 <0,001 Mulato II 45,38 124,75 134,75 146,63 111,38 0,012 0,002 Proteína bruta (%) Marandu 6,76 15,67 16,72 17,57 20,71 <0,001 <0,001 Decumbens 6,76 10,24 12,32 17,82 20,07 <0,001 0,340ns Mulato II 7,18 11,43 16,55 18,68 20,82 <0,001 <0,001

Proteína bruta da lâmina foliar (%)

Marandu 8,46 17,90 18,69 19,46 22,28 <0,001 <0,001

Decumbens 8,92 14,49 16,27 20,28 24,26 <0,001 0,664ns

Mulato II 9,01 14,15 18,83 21,42 23,65 <0,001 <0,001

Número de perfilhos (g vaso-1)

Marandu -1,50 12,25 21,75 15,25 -8,00 0,536ns <0,001 Decumbens 0,25 20,00 36,75 40,25 17,25 0,002 <0,001 Mulato II -4,25 21,75 21,50 13,50 8,00 0,317ns 0,001 Índice de clorofila Marandu 28,56 42,77 45,47 49,44 46,03 <0,001 <0,001 Decumbens 26,44 39,25 43,52 44,77 42,66 <0,001 <0,001 Mulato II 28,46 44,24 46,02 49,93 48,80 <0,001 <0,001

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13 aspectos de grande importância para se ter a perenidade do pasto, pois à medida que acontece a senescência do forrageira, o pasto deve emitir novos tecidos. Além disso, o perfilhamento é necessário para que haja maior cobertura de solo e reserva de carboidratos, visto que a cobertura de solo impede emergência de invasoras e erosão e as reservas são importantes nos momentos de estresse (pós-desfolha, seca, sombreamento), o que irá permitir o uso mais prolongado do pasto.

Tabela 5 – Teste de identidade de modelo, intercepto e parâmetro, para massa seca da

parte aérea (MSPA), número de folhas (NF), proteína bruta (PB), proteína bruta da lâmina foliar (PBF), número de perfilhos (PERF) e índice de clorofila (IC), dos capins Marandu, Decumbens e Mulato II, submetidos a diferentes doses de nitrogênio.

Considerando que o capim Mulato II teve maior restrição no desenvolvimento diante da falta de nitrogênio que o capim Decumbens e que a maior parcela das pastagens brasileiras não é adubada, em condição de campo, o capim Mulato II está mais suscetível a degradação que o capim Decumbens. O nitrogênio é o principal nutriete extraído pelas gramíneas forrageiras (Primavesi et al., 2004) e referido como o nutriente importante no processo de degradação dos pastos de braquiária (Boddey et al., 2004).

Dessa forma, na fase de implantação o capim Mulato II apresenta grande semelhança com o capim Marandu tendo apenas na ausência da adubação nitrogenada resposta distinta para proteína bruta e proteína bruta da lâmina foliar. Tal semelhança se confirma na fase de rebrota, em que o capim Mulato II se assemelhou ao capim Marandu em todas as variáveis analisadas. A exigência em nitrogênio do capim Mulato II é muito similar ao capim Marandu, de modo que se pode utilizar a mesma recomendação de adubação (Cantarutti et al., 1999; Martha Junior et al., 2007)

Teste MSPA NF PB PBF PERF IC

Mulato II x Marandu Modelo 0,2231ns 0,0644ns 0,4911ns 0,6042ns 0,2621ns 0,7384ns Intercepto --- --- --- --- --- --- Parâmetro --- --- --- --- --- --- Mulato II x Decumbens Modelo 0,0110 <0,0001 - - 0,0108 <0,0001 Intercepto <0,0001 0,0030 - - 0,0009 <0,0001 Parâmetro 0,0632ns 0,0005 - - 0,0048 0,4165ns

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14 Vale ressaltar que para definir a exigência nutricional de um novo capim tem a necessidade de se realizar uma série de pesquisas nos mais variados locais e condições, que demanda tempo e investimentos. O teste de identidade de modelo, em experimentos em vasos, pode ser uma ferramenta que auxilia enquanto os experimentos de campo ainda não foram concluídos.

5. CONCLUSÃO

O capim Mulato II assemelha-se ao capim Marandu em resposta a adubação nitrogenada. Novas pesquisas com a utilização do Teste de identidade de modelos devem ser realizadas, a fim de validar esta ferramenta.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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