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INFLAÇÃO. Boletim de Conjuntura Econômica Boletim n.58 Dezembro, Análise do segundo trimestre/2014 RESUMO

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Boletim de Conjuntura Econômica Boletim n.58 Dezembro, 2014

Neio Lucio Peres Gualda

Professor da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e coordenador da equipe de Preços do projeto de extensão “Conjuntura econômica brasileira – divulgação de análises”.

ngualda@uem.br

Beatriz Pontelli Tamoyo

beatrizpontelli@yahoo.com.br

Darlan Siegle Hartmann

darlandsh@hotmail.com

Jéssica Caroline Lopes Galindo

jcarlogalindo@gmail.com

Júlia Vicente da Guarda**

juliavguarda@gmail.com

Layon Marcos Rosa Francisco

layonmarcos@gmail.com

Luiz Fernando da Silva

luiz1702@gmail.com

Valdelei Peretti Filho

valdelei.peretti.filho@gmail.com

*Acadêmicos do curso de ciências econômicas da Universidade Estadual de Maringá – UEM e partici-pantes da equipe de atividade econômica do projeto Conjuntura Econômica Brasileira: Divulgação de Análises.

** Bolsista de Extensão pelo Programa de apoio a Inclusão Social da Fundação Araucária

Universidade Estadual de Maringá (UEM)

Correspondência/Contato

Av. Colombo, 5.790 – Bloco: C-34 – Sala 11

Jd. Universitário - Maringá - Paraná - Brasil

CEP 87020-900

Análise do segundo trimestre/2014

RESUMO

Neste Boletim a análise do comportamento dos preços na economia brasileira abrangerá segundo trimestre de 2014, tendo como referências as variações capta-das pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação brasileira. De tal forma, inicialmente será analisada a variação mensal dos preços capitada pelo IPCA no trimestre objeto de análise. Na sequência será discutido o nú-cleo de inflação que é uma medida que procura captar a tendência dos preços desconsiderando distúrbios resultantes de choques temporários, posteriormente serão analisados os principais instrumentos de políti-cas econômipolíti-cas adotados para o controle da inflação no trimestre, buscando se posicionar de forma crítica quanto aos seus resultados, e na parte final da análise serão discutidas as principais decisões do COPOM em relação à manutenção da meta inflacionária dentro dos limites superior e inferior.

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BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA: PREÇOS

Bol.Conj.Econ./UEM, n.58, p.41-44, Dezembro, 2014

IPCA

IPCA do mês de abril apresentou variação de 0,67% e ficou abaixo da taxa de 0,92% regis-trada no mês de março em 0,25 p.p. Apesar da sensível desaceleração, o acumulado em 12 meses alcançou a cifra de 6,28%, bastante superior ao centro da meta (4,5%) e próximo ao seu teto superior (6.5%).

Tabela 1 - IPCA - Abril/2014 - Variação de Preços - Grupos de Despesas GRUPOS IPCA Alimentação 1,19 Habitação 0,87 Artigos de Residência 0,2 Vestuário 0,47 Transporte 0,32 Saúde e Cuidados Pessoais 1,01 Despesas Pessoais 0,31 Educação 0,03 Comunicação 0,02 Geral/Mês 0,67 Acumulado 12 meses 6,28 Fonte: IBGE (2014).

Em relação a essa desaceleração pode-se dizer que dois grupos foram responsáveis: Alimenta-ção e Bebidas (de 1,92% em março para 1,19% em abril), devido à menor variação dos preços nos alimen-tos consumidos em casa, o que é o caso do tomate, que chegou a custar 32,85% a mais em março do que em abril; e Transporte (de 1,38% para 0,32%), devido aos menores reajustes das tarifas aéreas. Também apresentou desaceleração os grupos: Despesas Pes-soais (de 0,79% para 0,31%), Artigos de Residência (de 0,38% para 0,20%) e Educação (de 0,53% para 0,03%). Estas reduções nas variações se deve, princi-palmente, às fortes variações ocorrida no mês anteri-or, em razão do aquecimento da demanda de determi-nados itens que compõem estes grupos de despesas.

Já do lado dos quatro grupos que apresenta-ram variações superiores a março, destacam-se: Saú-de e Cuidados Pessoais (Saú-de 0,43% para 1,01%) em decorrência do aumento nos preços dos remédios; e Habitação (de 0,33% para 0,87%), com influência da conta de energia elétrica. Em comum nestes dois grupos o fato de serem preços administrados, cujos reajustes incidiram neste mês. Os grupos Vestuário (de 0,31% para 0,47%) e Comunicação (de -1,26% para 0,02%) também aceleraram. O primeiro em razão do lançamento da coleção de inverso e o segundo, face a elevada retração ocorrida no mês anterior.

O IPCA do mês de maio apresentou variação de 0,46% e ficou abaixo da taxa de 0,67% registrada no mês de abril em 0,21 %. O desempenho dos pre-ços neste mês mostra o mesmo comportamento de desaceleração verificada no mês anterior. Entretanto, o acumulado em 12 meses apresentou variação posi-tiva, passando de 6,28% para 6.38%, aproximando-se ainda mais do teto superior da meta de inflação.

Tabela 2 - IPCA - Maio/2014 - Variação de Preços - Grupos de Despesas GRUPOS IPCA Alimentação 0,58 Habitação 0,61 Artigos de Residência 1,03 Vestuário 0,84 Transporte -0,45 Saúde e Cuidados Pessoais 0,98 Despesas Pessoais 0,8 Educação 0,13 Comunicação 0,11 Geral/Mês 0,46 Acumulado 12 meses 6,38 Fonte: IBGE (2014).

Também em maio, as maiores desacelera-ções ocorreram nos preços dos itens que compõem o grupo Alimentação e Bebidas (de 1,19% para 0,58%), com forte influência dos alimentos consumidos em casa. Outro grupo que se destacou no movimento de preços, foi o de Transporte, com significativa variação negativa (deflação), de 0,32% para -0,45%, com que-da nas tarifas aéreas e nos combustíveis. Os desem-penhos destes dois grupos foram os principais res-ponsáveis pela desaceleração da taxa do IPCA. Os grupos Habitação (de 0,87% para 0,61%) e Saúde e Cuidados Pessoais (de 1,01% para 0,98%) também desaceleraram, porém, ainda apresentaram altas significativas nos preços.

Quanto aos grupos que apresentaram varia-ções superiores a abril, destacam-se: Artigos de Resi-dência (de 0,20% para 1,03%) com influência do au-mento nos preços dos eletrodomésticos; Despesas Pessoais (de 0,31% para 0,80%), principalmente pelo reajuste significativo nos preços do artigo Jogos de Azar. Também aceleraram: Vestuário (de 0,47% para 0,84%), Educação (de 0,03% para 0,13%) e Comuni-cação (de 0,02% para 0,11%).

Tabela 3 - IPCA - Junho/2014 - Variação de Preços - Grupos de Despesas GRUPOS IPCA Alimentação -0,11 Habitação 0,55 Artigos de Residência 0,38 Vestuário 0,49 Transporte 0,37 Saúde e Cuidados Pessoais 0,6 Despesas Pessoais 1,57 Educação 0,02 Comunicação -0,02 Geral/Mês 0,4 Acumulado 12 meses 6,52 Fonte: IBGE (2014).

Novamente, no mês de junho, se verifica o mo-vimento de desaceleração dos preços dos itens que compõem o IPCA. Neste mês o índice apresentou uma variação inferior ao mês anterior. A inflação apu-rada de 0,40% ficou 0,6 p.p abaixo da variação do

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mês maio. Em relação ao mesmo período do ano passado (0,26%), o IPCA desse mês registrou uma alta de 0,14 p.p, o que fez com que o acumulado nos últimos doze meses ultrapassasse o teto superior da meta de inflação, alcançando a marca de 6,52%.

Comparado com o desempenho dos preços no mês maio de 2014, dois grupos apresentaram acele-ração: Transportes (de -0,45% para 0,37%), com des-taque para Passagem aérea (de -21,11% para 21,95%); e Despesas Pessoais (de 0,80% para 1,57%), com destaque para Hotel (de 0,87% para 25,33%). Em relação ao primeiro, a aceleração se deve a forte queda nos preços das passagens aéreas no mês anterior, enquanto que no segundo, a forte aceleração esteve associada ao aumento da deman-da, decorrente da correção do valor do salário mínimo, que impulsionou a massa salarial, estimulando o au-mento da demanda.

Os movimentos de desaceleração foram regis-trados em sete grupos: Alimentação e Bebidas (de 0,58% para -0,11%), com destaque para Tomate (de 10,52% para -9,58%) e Batata-inglesa (de -9,13% para -11,46%); Artigos de Residência (de 1,03% para 0,38%), com destaque para TV, Som e Informática (de 0,57% para -0,89%); Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,98% para 0,60%); Vestuário (de 0,84% para 0,49%); Comunicação (de 0,11% para -0,02%), com destaque para Telefone Fixo (de 0,41% para 0,00%); Educação (de 0,13% para 0,02%); Habitação (de 0,61% para 0,55%), com destaque para Energia Elétrica Residen-cial (de 3,71% para 0,13%). Dando ênfase ao fato de que mesmo havendo desaceleração em sete grupos, apenas os grupos Alimentação e Bebidas e Comuni-cação registraram uma deflação no mês de Junho.

Núcleo de Inflação

núcleo de inflação é uma medida que procura captar a tendência dos preços, desconside-rando distúrbios resultantes de choques tem-porários.

Considerando o núcleo por exclusão (sem combustíveis – domésticos e de veículos e 10 itens do grupo alimentação no domicílio), como se pode observar na tabela 4, o mês de abril registrou 0,52% ante 0,58% no mês de março. O acumulado em 12 meses fechou em 6,43%, ficando abaixo do teto da meta que é de 6,5%. Já no mês de maio, houve uma pequena elevação se comparado com o mês anterior, registrando no mês 0,54% e no acumulado em 12 meses 6,48%, ficando novamente abaixo do teto da meta. O mês de junho registrou 0,71%, valor elevado se comparado com o mês de maio, esse aumento fez com que o acumulado em 12 meses ultrapassasse o teto, registrando 6,75%.

Tabela 4 - Núcleo por exclusão

Mensal Acumulado no ano 12 meses

Abril 0,52 2,41 6,43

Maio 0,54 2,96 6,48

Junho 0,71 3,70 6,75

Fonte: IBGE (2014).

Considerando as médias aparadas com sua-vização onde os itens combustíveis-domésticos, ener-gia elétrica, transporte público, combustíveis-veículos, serviços pessoais, fumo, cursos e comunicação têm suas variações distribuídas ao longo de 12 meses e após a suavização são excluídas as 20% maiores e 20% menores variações, como se pode observar na tabela 5, o mês de abril registrou 0,56% ante 0,59% no mês de março. O acumulado em 12 meses fechou em 6,00%, ficando abaixo do teto da meta que é de 6,5%. Já no mês de maio, houve uma elevação se compara-do com o mês anterior, registrancompara-do no mês 0,64% e no acumulado em 12 meses 6,12%, ficando novamente abaixo do teto da meta. O mês de junho registrou 0,56%, retornando ao patamar de abril, mesmo com essa redução, o acumulado em 12 meses registrou 6,34%, porém, mesmo com a elevação no acumulado, não atingiu o teto superior da meta.

Tabela 5 - Médias aparadas com suavização

Mensal Acumulado no ano 12 meses

Abril 0,56 2,23 6,00

Maio 0,64 2,88 6,12

Junho 0,56 3,46 6,34

Fonte: IBGE (2014).

Considerando o núcleo de dupla ponderação, onde os pesos originais – baseados na importância de cada item para a cesta do IPCA – são reponderados pelos respectivos graus de volatilidade relativa, como se pode observar na tabela 6, o mês de abril registrou 0,56% ante 0,59% no mês de março. Já no mês de maio, houve uma redução se comparado com o mês anterior, registrando 0,50% enquanto no mês de junho houve um aumento, fechando o mês em 0,61%. Nos três meses, o acumulado em 12 meses ultrapassou o teto da meta, que é de 6,5% e registraram 6,65% em abril e em maio e 6,85% em junho, patamar bastante superior ao teto máximo da meta de inflação para o período.

Tabela 6 – Dupla ponderação

Mensal Acumulado no ano 12 meses

Abril 0,56 2,41 6,65

Maio 0,50 2,92 6,65

Junho 0,61 3,55 6,85

Fonte: IBGE (2014).

Instrumentos, Medidas de controle e impactos

Comitê de Política Monetária (COPOM) esta-bilizou a taxa Selic em 11% em abril de 2014, segurando assim uma sequência de sucessi-vos aumentos da mesma desde março de 2013, até a última reunião do COPOM no dia 03 de setembro a taxa Selic ainda era de 11%. Se-gundo as expectativas do mercado e instituições fi-nanceiras consultadas semanalmente pelo Banco Central (Boletim Focus) publicado no dia 19 de setem-bro, a expectativa da Selic é de uma nova alta apenas a partir de 2015, ficando em torno de 12%. Portanto, a Selic no segundo trimestre de 2014 ficou estabilizada em 11%.

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BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA: PREÇOS

Bol.Conj.Econ./UEM, n.58, p.41-44, Dezembro, 2014

Segundo o boletim sobre as “Perspectivas para Inflação”, publicado pelo Banco Central do Brasil (BCB) em junho de 2014, relata que as pressões de custos salariais e a elevada variação dos índices de preços ao consumidor nos últimos doze meses que antecederam junho de 2014, contribuiu para que a inflação se mostrasse resistente. Segundo o Comitê, também concorreram para essa resistência dois im-portantes processos de ajustes de preços relativos ora em curso na economia, sendo eles: o realinhamento dos preços domésticos em relação aos internacionais e o realinhamento dos preços administrados em rela-ção aos livres. Para combater essas e outras pressões o COPOM relata no boletim do BCB, que as condições monetárias foram apertadas e que os efeitos da eleva-ção da Taxa Selic sobre a inflaeleva-ção, em parte, ainda estão por se materializar; bem como que, na presença de níveis de confiança relativamente modestos, os efeitos das ações de política monetária sobre a infla-ção tendem a ser potencializados.

Elevadas taxas de inflação geram distorções que levam a aumentos dos riscos e deprimem os in-vestimentos. Essas distorções se manifestam, por exemplo, no encurtamento dos horizontes de planeja-mento das famílias, empresas e governo, bem como na deterioração da confiança dos empresários. O COPOM enfatiza, também, que taxas de inflação ele-vadas subtraem o poder de compra de salários e transferências, com repercussões negativas sobre a confiança e o consumo das famílias. Como resultado final, altas taxas de inflação reduzem o potencial de crescimento da economia, bem como de geração de empregos e renda.

O uso da Selic, como instrumento de conten-ção inflacionária vem sendo constantemente utilizada pelo BCB, pois, de certa forma, controla o nível de consumo da população, à medida que, os juros ficam mais altos, logo os financiamentos se tornam mais caros, por conseguinte, os consumidores compram menos. De forma análoga, afeta as transações banca-rias haja vista que a Selic é tomada como parâmetro pelos bancos, com juros mais altos, consequentemen-te, os custos dos empréstimos serão maiores. Tam-bém se torna perniciosa para atividade econômica, pois diminuem o volume de investimento, por conse-guinte, afetando de forma incisiva o crescimento eco-nômico.

Neste contexto, dado a perda de fôlego do crescimento econômico, o BCB adotou medidas de estímulos ao credito para combater a retração da economia. Todavia, analistas ponderam que não have-rá resultados significativos em curto prazo, em virtude da indisposição dos consumidores em adquirir dividas atrelado a um ambiente de incerteza eleitoral. Por outro lado, fatores estruturais inerentes ao país, como a indexação de salários em relação à inflação, rigidez no mercado de trabalho e gastos mal orçados na or-ganização de eventos como a Copa do Mundo e Olim-píadas criaram um receituário amplo para inflação.

.A utilização das taxas de juros para comba-ter a alta dos preços é polemica, ao passo que muitos

analistas ponderam que elas estão em patamares tão elevados, que apenas pequena parcela da população toma empréstimos no sistema financeiro. Já analisan-do no âmbito das empresas, a elevação da Selic au-menta os custos dos empréstimos, todavia, o BNDES oferece financiamentos com juros subsidiados. Em um cenário em que empresas são pouco afetadas pelos custos de empréstimos e há poucos consumidores se financiando, a política de juros torna-se limitada.

Dessa forma, para combater de forma efetiva a alta dos preços, é necessário um ajuste fiscal com o objetivo de prover suporte à política monetária, permi-tindo uma redução das taxas de juros sem impactos inflacionários, por conseguinte, viabilizando uma políti-ca monetária mais flexível, visando fugir da dicotomia inflação alta e crescimento baixo. Também é necessá-rio a desmantelação da indexação, por sua vez, re-troalimenta a alta dos preços. Outra medida, não me-nos importante, é a disciplina fiscal por parte de autar-quias inferiores, como a Estadual e Municipal, que também exerce um componente importante das con-tas publicas. Na esfera da política econômica, é ne-cessária uma maior clareza do governo, no tocante as políticas anti-inflacionistas, devido ao fato que, medi-das que estimulam em demasia a demanda, claramen-te anulam os efeitos da política monetária.

Regime de Metas de Inflação (RMI)

regime de metas para inflação foi estabeleci-do pelo Decreto nº 3088, de 21 de junho de 1999, sendo o Conselho Monetário Nacional (CMN) o órgão responsável pela definição das metas a serem cumpridas. O Comitê de Política Monetária (Copom) utiliza a taxa Selic como o principal instrumento de política econômica para al-cançar o objetivo de manter a inflação dentro dos limites definidos pelo CMN. O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) origina-se a partir de taxas de juros efetivamente observadas no mercado e pode ser dividida em duas partes: a taxa de juros real e a taxa de inflação no período considerado. As taxas de juros utilizadas para calcular a Selic refletem, basi-camente, as condições instantâneas de liquidez no mercado monetário. O Selic é o depositário central dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional e pelo Banco Central do Brasil e nesta condição processa, relativa-mente a estes títulos, a emissão, o resgate, o paga-mento dos juros e a custódia.

No primeiro trimestre de 2014 o COPOM se reuniu duas vezes.

A inflação medida pelo IPCA foi de 0,55% em janeiro deste ano. Teve diminuição de 0,31 pontos percentuais (p.p), quando confrontado com mesmo período de 2013. Comparado com dezembro de 2013, percebe-se uma redução de 0,37 p.p. Assim, a infla-ção acumulada em 12 meses recuou para 5,59%.

Na 180ª reunião do COPOM, especifica-se que uma previsão de expansão moderada e superior do consumo em relação ao crescimento da oferta e

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aumentos salariais incompatíveis com ampliação da produtividade geram impactos negativos na inflação. O mesmo se aplica em relação a outras fontes de pres-são inflacionária, como depreciação e volatilidade cambial, mecanismos formais e informais de indexa-ção e as expectativas dos agentes econômicos.

Nesse contexto, as expectativas1 dos agentes apresentaram valores maiores que os efetivamente observados. O IPCA de janeiro era 0,74% e o acumu-lado, 6%. A Selic esperada era de 10,50% a.a. Por isso, a Selic foi acrescida em 0,5 p.p., passando ao patamar de 10,50% a.a., sem viés.

Em fevereiro, o IPCA teve resultado de 0,69%. Cresceu 0,15 p.p. frente ao valor observado em janeiro de 2014. Por consequência, a inflação acumulada em 12 meses aumentou para 5,68%.

As expectativas dos agentes relativas ao va-lor acumulado superaram os dados anteriormente apresentados. O IPCA mensal recuou para 0,63% e o de 12 meses manteve-se em 6%. A Selic esperada era de 10,75% a.a.

A 181ª reunião do COPOM aponta os mes-mos fatores anteriormente mencionados como origem da pressão e resistência inflacionária. Por conseguin-te, a Selic foi expandida para 10,75% a.a., sem viés.

A inflação, em março, ampliou-se para 0,92%, 0,23 p.p. maior que a de fevereiro. O observa-do em 12 meses ampliou-se para 6,15%. A expectati-va dos agentes em relação a mesma aumentou para 6,30% e o dado mensal também cresceu, sendo 0,84%. Esperava-se que a Selic seria de 11% a.a. em Abril. A Selic nesse mês era a mesma que a de feve-reiro.

No gráfico abaixo, encontram-se especifica-dos os daespecifica-dos sobre a Selic, a inflação mensal efetiva e a expectativa da mesma.

Gráfico 1 – Atas da Reunião do COPOM

Fonte: BCB (2014). Elaboração própria

Houve duas reuniões do COPOM no segundo trimestre de 2014. No primeiro encontro (a 182ª

reuni-ão), que ocorreu nos dias 1 e 2 de Abril, o COPOM fez a seguinte análise: considerando a manutenção da taxa de câmbio em R$2,20 e da taxa Selic em 10,75% ao ano (a.a.) em todo o horizonte relevante; o nível atividade econômica, no âmbito externo, moderado – com tendência de se intensificar no longo termo – e, no âmbito interno, intenso em função do elevado nível de consumo, advindo da retomada dos investimentos, da política fiscal de transferência de renda, do baixo desemprego, do aumento do crédito para pessoas físicas e jurídicas, e da pequena ociosidade no merca-do de fatores, em especial a merca-do mercamerca-do de trabalho, em que os salários tendem a aumentar em uma pro-porção maior que o aumento da produtividade; o me-canismo de indexação (formal e informal) e a visão dos agentes sobre a dinâmica da inflação; estes ele-mentos inter-relacionados fazem com que a inflação se mostre resistente.

Além disso, as expectativas do mercado, ex-pressas pelo Boletim Focus, para a inflação, de Abril era de 0.84% (que não se concretizou, já que a infla-ção de abril foi de 0,67%), de 2014 era de 6,30% (com tendência de alta pela 4ª semana seguida), e para a taxa SELIC era de elevação para 11,25% a.a. Destar-te, o COPOM decidiu, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros de 10,75% para 11% a.a. Percebe-se que as expectativas para tais variáveis não se concre-tizaram, já que foram respectivamente de 6,28% (IPCA acumulado) e 11% (Selic).

No segundo encontro (a 183ª reunião), reali-zado nos dias 27 e 28 de Maio, destacou os mesmos elementos levantados na 182ª reunião, incluindo a inflação de tal mês em 0,46% (praticamente concreti-zada em perfeito acordo com as expectativas) e a SELIC de 11% a.a. Os agentes econômicos espera-vam uma taxa mensal de inflação de 0,45% e a Selic em 11,25% a.a. Sendo assim, diante do cenário e das expectativas o Comitê deliberou por manter a taxa básica de juros em 11% a.a, sem viés. A inflação es-perada para o acumulado em doze meses foi de 6,38%. O valor efetivo da mesma foi de 6,28%. Ade-mais houve uma expectativa do mercado de acelera-ção dos preços de 0,34% para Junho, e a manutenacelera-ção da SELIC em 11% a.a. Com exceção da taxa de juros, a inflação efetiva foi maior que as expectativas, sendo de 0,40% nesse mês e o acumulado subiu para 6,52%, onde se esperava que fosse o mesmo valor da expectativa em Maio.

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1

Valores retirados do boletim Focus. Os boletins analisados são sempre o último antes da reunião do COPOM.

Referências

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