Mye’ym musu hi
t: Sateré-Mawé, Libras hawyi Karaiwa pusu
Minidicionário Trilíngue:
Indígena Sateré -Mawé em Libras
e Língua Portuguesa
MARLON JORGE SILVA DE AZEVEDO
Mye’ym musu hi
t: Sateré-Mawé, Libras hawyi Karaiwa pusu
Minidicionário Trilíngue
Indígena Sateré-Mawé em Libras e
Língua Portuguesa
MANAUS – AM. 2015
Autoria
Marlon Jorge Silva de Azevedo
Revisão de texto Língua Sateré-Mawé
Jesiel dos Santos Santos José de Oliveira
Desenhos
Raimundo Barbosa
Fotografias
Caroline Rhodis Azevedo
Ficha Catalográfica
Catalogação na fonte
Elaboração: Ana Castelo CRB11ª -314
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS – www.uea.edu.br
Av. Leonardo Malcher, 1728 – Ed. Professor Samuel Benchimol Pça. XIV de Janeiro. CEP. 69010-170 Manaus - Am
A994M Azevedo, Marlon Jorge Silva de
Minidicionário trilíngue indígena Sateré-Mawé em Libras e Língua Portuguesa = Mye’ym musu hit: Sateré-Mawé, Libras hawyi Karaiwa pusu . / Marlon Jorge Silva de Azevedo. – Manaus: UEA, 2015.
157fls. il.: 30cm.
Produto final apresentado ao Programa de Pós Graduação em Letras e Artes, da Universidade do Estado do Amazonas, como requisito para obtenção do título de Mestre em Letras, opção etnolinguística indígena.
Orientador: Prof. Dr. Valteir Martins.
1.Linguística 2.Língua de Sinais 3. Sateré-Mawé 4. Dicionário. I. Orientador: Prof. Dr. Valteir Martins. II.Título.
CDU: 81’374.4
"Quando eu aceito a língua de outra pessoa, eu aceito a pessoa. Quando eu rejeito a língua, eu rejeito a pessoa porque a língua é parte de nós mesmos. Quando eu aceito a língua de sinais, eu aceitei o surdo, e é importante ter sempre em mente que o surdo tem o DIREITO de ser surdo. Nós não devemos mudá-lo, devemos ensiná-lo, ajudá-lo, mas temos que permiti-lo SER SURDO".
Sateré-Mawé ywania torania aho’omowepi
t
A todos indígenas Sateré-Mawé, dedico.
Ho’o’ewaku hap -Agradecimentos
Imensamente grato, primeiramente à Deus que me permitiu chegar até aqui, pelas benções que me proporciona, por ter-me firmado os meus passos, e pôs em minhas mãos o dom de profetizar tua palavra e instruir-me a Língua de Sinais... No caminho, pensei que não suportaria a longa estrada... Recorri a ti, fizeste-me levantar e recomeçar uma nova vida...
Ao bispo de Parintins D. Giuliano Frigeni, pelo trabalho social e educacional desenvolvido na prelazia de Parintins.
Ao Dr. Cleinaldo de Almeida Costa Reitor da Universidade Estado do Amazonas, e Professor David Xavier Diretor do Centro de Estudos Superiores de Parintins, pela competência e excelência com a Educação do Amazonas.
Ao Dr. Carlos Alexandre Ferreira da Silva, Prefeito Municipal de Parintins - AM Ao Dr. Carlos Góes Pinheiro, Prefeito Municipal de Maués - AM
Ao Dr. Mecias Pereira Batista, Prefeito Municipal de Barreirinha - AM
Ao meu Orientador do Mestrado em Letras e Artes: Dr. Valteir Martins, a minha gratidão pelo profissionalismo e dedicação na transmissão do conhecimento. Serás uma referencia para minha vida profissional.
A Coordenadora do Curso de Mestrado Letras e Artes Dra. Juciane Cavalheiros pela competência e capacidade na formação de profissional em Letras Artes, Aos professores da turma de letras: Dra. Silvana Martins, Dr. Mauricio Mattos, Dr. Márcio e Dra. Luciane Páscoa, Dra. Gleidys Maia, agradeço pela acolhida e por acreditarem nos meus ideais.
Ao Dr. Camilo Ramos, pelas orientações e companheirismo.
A professora Maria Alcirene, amiga de todas as horas, que foi fundamental na elaboração de textos e correções de normas vigentes.
Aos meus colegas do Mestrado em Letras e Artes, especialmente a professora Joelma Carvalho, que foi muito gentil dando-me forças nas horas mais difíceis e com a turma em todo decorrer do curso.
Aos professores indígenas que contribuíram com este projeto, especialmente os professores: Josiel Santos, Jocimar Alencar e Jacob de Souza, José de Oliveira, minha eterna gratidão.
A todos meus amigos surdos e profissionais da educação, alunos da Universidade Estado do Amazonas pelo companheirismo no dia a dia, são gente querida que cada ano vem aumentando, seria uma injustiça citar uns e deixar outros de fora.
As instituições especificas e colaboradores voluntários que de algumas formas contribuíram para concretizar este produto:
MANAUS
Escola Estadual Augusto Carneiro dos Santos, Centro de Atendimento ao surdo – CAS
A Igreja Tabernáculo Batista Pastor Paulo Hatcher
PARINTINS
Fundação Nacional do Índio - FUNAI
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE Coordenadora Regional de Educação de Parintins - CREP Universidade Estadual do Amazonas – CESP
Distrito Sanitário Especial Indígena - DSEI Casa do Índio de Parintins
Escola Áudio Comunicação Pe.Paulo Manna Diocese de Parintins: Pe Henrique Uggé Escola Estadual Brandão de Amorim
Escola Estadual João Bosco Ramos de Lima Professor indígena Sateré-Mawé: José de Oliveira Professora Maria de Jesus Pacheco Ribeiro
MAUÉS
Secretaria de Educação Estadual Secretaria de Educação Municipal Casa do estudante indígena Sr. Jusivan
Tuxaua da Comunidade de Santa Maria Sr. Helito Barbosa Professor de libras e Intérprete Maxiliano Batista Barros
BARREIRINHA
Secretaria Municipal de Educação Indígena – SEMED
Coordenador Geral de Educação Indígena: Sr. Santino Lopes
Coordenador da Escola Profa. Rosa Cabral: Sr. Dulcemar F. dos Santos Professora Indígena Sateré-Mawé: Maria Inez
NHAMUNDÁ
Casa de Saúde Indígena DSEI SecretariaEstadualde Educação
BOA VISTA DO RAMOS
Secretaria Estadual de educação Escola Estadual Princesa Izabel
Comunidade na zona urbana Sateré-Mawé Professora Erly Tereza R. Góes
URUCARÁ
Pólo Base de Urucará – DSEI Distrito Sanitário Especial Indígena
Lider Indígena Etnia Hexkaryana: Caínã Mohso Márlucia Kutasa
Enfermeiro: Jonas Pontes
Dalva H. Farias Cantalixto de Melo Luiz Cantalixto de Melo
SÃO SEBASTIÃO DO UATUMÃ
Apopik /Sumário
1 Apresentação... 09
2 Historia, cultura e língua do povo Sateré-Mawé... 12
3 Imagens de pesquisa de Campo ... 15
4 Alfabeto Sateré-Mawé ... 17
5 Vogais em Sateré-Mawé ... 18
6 Alfabeto em Libras e Números Cardinais ... 19
7 Vocabulário e Utensílios Indígenas em trilíngue ... 20
8 Pronomes Pessoais ... 36
9 Família ... 40
10 Substantivos ... 44
11 Frutas variadas ... 67
12 Animais variados ... 73
13 Frases simples trilíngues ... 83
14 Cumprimentos e saudações ... 91
15 Pronomes pessoais ... 92
16 Pronomes possessivos ... 92
17 Pronomes demonstrativos ... 93
18 Pequenas frases do cotidiano ... 93
19 Diálogos simples Sateré-Mawé ... 95
20 Utensílios usados pelo Sateré-Mawé ... 98
21 Anatomia do corpo humano ... 103
22 Animais domésticos, selvagens, aves e insetos ... 106
23 Mini vocabulário comparativo Línguas Portuguesa e Sateré-Mawé ... 110
24 Estatuto do Índio ... 118
25 Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indigenas... 132
26 Lei nº10.436 de 24 abril de 2002 ... 140
27 Decreto nº5.626 de 20 de dezembro de 2005 ... 141
28 Imagens de pesquisa de campo... 151
Henoi hap/Apresentação
Este Minidicionário didático Trilíngue traduzido nas línguas Sateré-Mawé, Libras e Língua Portuguesa, é o resultado da pesquisa de dissertação de Mestrado em Letras e Artes, promovida pela Universidade Estado do Amazonas/UEA. Trata-se de um produto direcionado ao ensino-aprendizagem dos indígenas surdos Sateré-Mawé. O material vem com um conteúdo diversificado e técnicas de traduções linguísticas de simples compreensão. Auxilia e orienta os proffisionais educacionais na elaboração de suas estratégias metodológicas de ensino possibilitando um melhor aproveitamento e resultado de ensino no ambiente escolar.
Um ensino de qualidade requer recursos didáticos próprios para a clientela de alunos surdos indígenas para que assim desenvolvam suas habilidades linguística. Portanto, se faz necessário que a língua nativa Sateré-Mawé seja incluída no currículo escolar priorizando a língua de sinais como primeira língua de ensino para que a cultura indígena seja inserida e massificada para que os alunos indígenas surdos se sintam incluídos. Concomitantemente de forma bilingue, o ensino da língua Sateré-Mawé, é imprescindível para o resgate de sua língua e cultura.
Segundo Censo Socio-demográfico realizado em 2003 (Teixeira, 2005), nas Três comunidades Uacurapá (Parintins-AM), Marau-Urupadi (Maués-AM), e Rio Andirá (Barreirinha-AM), o número de alunos indígenas Sateré-Mawé matriculados era de 4.176 (quatro mil cento e setenta e seis) e cerca de 231 professores distribuídos nos municípios.
A língua Sateré-Mawé integra o tronco linguístico Tupi, sendo membro único da família mawé, de modo que, segundo Nunes Pereira (2003, p. 85), a língua difere dos Guarani-Tupinambá, que é do mesmo tronco, e não pode ser relacionada a outras famílias linguísticas. É uma língua de rico vocabulário, falada e escrita pelos Sateré-Mawé, desde seus ancestrais até a atualidade. Com o crescimento populacional brasileiro, as comunidades de etnias indígenas também se disseminaram aparecendo assim os indígenas surdos que vivem e se interajam em suas comunidades, mas pelos números pesquisados a maioria não conhecem sua língua nativa nem a língua de sinais e se comunicam através de gestos e sinais caseiros entre seus pares.
Os Sateré-Mawé habitam em sua maioria nas comunidades dos rios Marau e Andirá que pertencem aos municípios de Maués, Barreirinha receptivamente, esses dois municípios são Mesorregiões do Médio Amazonas e fazem partes da Microrregião de Parintins que por sua vez possui outras comunidades indígenas no rio Uaicurapá. Outros municípios que fazem parte da microrregião são: Boa Vista do Ramos, Nhamundá, Urucará e São Sebastião de Uatumã, sendo esses três últimos municípios, não há registros sobre a existência de comunidade indígena Sateré-Mawé.
Há também outras comunidades que residem na divisa do Amazonas com o Estado do Pará, ressaltando-se que as terras habitadas pelos indígenas Sateré-Mawé são legais demarcadas pelo governo federal.
A Língua de Sinais assim como a Língua Portuguesa, são línguas naturais, que diferem uma da outra em suas estruturas gramaticais. Para alunos surdos indígenas a Língua Brasileira de Sinais é a primeira língua a (L1), a Língua nativa Sateré-Mawé como segunda língua ( L2).
No Brasil, muitos surdos são bilíngues; utilizam a Língua Brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa em sua modalidade escrita, assim como muitos indígenas ouvintes a língua nativa em sua comunidade e a Língua Portuguesa nas zonas urbanas. O surdo Sateré-Mawé, este indivíduo pode ser trilíngue, já que além de sua língua nativa, há a Língua Brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa.
No Brasil, há 347.481 mil pessoas surdas conforme o Censo demográfico (IBGE 2010), esses dados crescem a cada ano, os surdos brasileiros que convivem em comunidades surdas, são os atores para a criação dos sinais de instituições, lugares públicos, vocabulários e utensílios domésticos. No caso dos indígenas surdos que ainda não conhecem a Libras é necessário o apoio de professores surdos capacitados em Língua Brasileira de Sinais para instruírem. Na pesquisa de campo realizamos oficinas de Libras, observou-se que os surdos foram capazes e reconheceram os sinais através da gramatica adaptada à eles, mostrando-lhes alguns objetos que usam na aldeia, com receptíveis sinais, com práticas eles conseguiram se expressar e sinalizar os sinais. As comunidades visitadas para a coleta de dados foram as comunidades de Santa Maria (02) surdos no Rio Marau localizado no município de Maués, Ponta Alegre (01) surdo no município de Barreirinha, no Rio Uiacurapá (02) surdos no município de Parintins. No mapeamento, não foram encontrados casais de surdos indígenas porém, existindo mais de dois surdos em uma mesma comunidade que não se conhecem e vivem isolados, há também famílias de pais ouvintes com filhos surdos, em outra
localização existe indígena surdos adulto que reside sozinho e não tem nenhuma dificuldades de viver em seu habitat.
Este Minidicionário contou com precioso apoio de professores indígenas Sateré-Mawé para a tradução do vocabulário e significado de alguns objetos utilizados pela comunidade Sateré-Mawé, a dificuldade inicial do autor foi a compreensão de algumas palavras da língua portuguesa inexistentes na língua Sateré-Mawé.
A proposta do autor para o ensino da Língua de Sinais para indígenas surdos, abrange a gramática completa visto que os indígenas surdos residem e estudam nas zonas rurais e urbanas até mesmo na Capital do Estado, tendo assim a necessidade de conhecer e aprender tudo que está ao seu redor, assim como a comunidade de indígenas ouvintes que utilizam a Língua Portuguesa para expressar objetos que necessitam na ausência da língua nativa.
No Dicionário Trilíngue, algumas palavras da língua portuguesa não existem na língua Sateré-Mawé, neste caso a palavra da língua portuguesa é falada ou escrita, no caso do surdo é usado o sinal, mas não é necessariamente obrigar o indígena surdo a aprender a Língua Portuguesa, em outra forma de ensino, a comunidade indígena poderá usar apenas os sinais e sua língua nativa, ficando a Língua Portuguesa como a terceira língua.
Por fim, este produto foi planejado como uma ferramenta de uso didático pedagógico, para que possa contribuir com a educação e comunicação dos indígenas surdos Sateré-Mawé, e promover o pleno exercício de sua cidadania.
Sateré-Mawé ia ywania eko ko’i
História, cultura e língua do povo Sateré-Mawé
Para começarmos a história dos indígenas Sateré-Mawé, é importante mencionar a chegada dos europeus no Brasil no século XV, o início da invasão nas terras indígenas e as consequências de exploração do pau-brasil, especiarias e matérias primas, como o minério, a cana de açúcar, as drogas do sertão, os indígenas brasileiros foram em grande parte literalmente exterminados e outros escravizados, além de serem expulsos de suas terras de origens. A região dos Rios Madeira e Tapajós, citados pelos Mawé como: “Nusoken” era a morada de seus ancestrais e de seus heróis míticos. Com os indígenas Satere-Mawé, os invasores brancos não foram diferentes. Os Mawé são um povo destemido, valente e de ânimo pacífico, que vivia em harmonia em sua comunidade. Os brancos usaram armas pesadas para eliminá-los e forçarem-os à escravidão. Houve muitas mortes, sangue e lágrimas de indígenas inocentes, enfim: muito sofrimento. Impuseram suas doutrinas pagãs aos Sateré-Mawé, que não resistiram a supremacia dos europeus e fugiram de suas terras.
O povo Sateré-Mawé habita, na sua maioria, nos municípios da Região do Médio Amazonas, que tem como microrregião o munícipio de Parintins que fica na divisa com o Estado do Pará, o Território denominado como Terra Indígena Andirá/Marau, demarcada pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI) em 1986, com 788.528 hectares. A microrregião de Parintins abrange os municípios de Maués, Barreirinha, ao Boa Vista do Ramos, Nhamundá, São Sebastião do Uatumã, Urucará e Parintins no Estado do Amazonas. A Terra Indígena Andirá-Marau, demarcada pela FUNAI, ocupa uma área que se estende pelos municípios de Maués, Parintins, Barreirinha (no estado do Amazonas), Itaituba e Aveiro (no vizinho estado do Pará). Possui população estimada nos dias atuais é de 12.000 indígenas distribuídos ao longo dos rios Andirá, Marau e Uaicurapá. Corresponde a uma área cujo usufruto exclusivo pertence à etnia Sateré-Mawé, que tradicionalmente a ocupa, com base no art. 231 da constituição Brasileira, concentrada em cerca de 80 comunidades indígenas Sateré-Mawé ao longo dos ditos rios e seus afluentes, reconhecida como representativa do povo Sateré-Mawé, o Conselho Geral da Tribo Sateré-Mawé (CGTSM).
No Rio Marau, no Município de Maués, existem 49 comunidades indígenas Sateré-Mawé, cada uma dessas aldeias tem um tuxaua que é o líder. Atualmente as aldeias são divididas por pólos. As comunidades sedes pólos são Nova Aldeia, no alto Marau, com 13 aldeias; Vila Nova, no médio Marau, com 13; Nova Esperança, no baixo Marau, com 13 aldeias; e Santa Maria, no Rio Manjuru, com 10 aldeias.
População Sateré-Mawé do município de Maués é de 5.200 indígenas, segundo dados da Casa Saúde Indígena de Maués (CASAI).
Após invasão europeia, os índios procuraram distanciamento para evitar o contato e, por isso, muitas comunidades, como as do Rio Marau, estão longe de áreas urbanas, em locais de difícil acesso, o que dificulta novas invasões.
Pertencente ao tronco linguístico Tupi, a língua Mawé como qualquer outra, é uma língua rica, com sua gramática e sistema fonético-fonológico próprio.Os Sateré-Mawé ao longo da historia receberam vários nomes dados pelos brancos: Mavoz, Malrié, Mangnés, Mangnês, Jaquezes, Magnazes, Mahués, Magnés, Mauris, Mawés, Maragná, Mahué, Magneses e Orapium, que foram ignorados pelos ancestrais. Etmologicamente, o termo Sateré, significa „‟Lagarta vermelho‟‟ e Mawé, significa„‟ Papaguaio inteligente, Guerreiro e curioso‟‟, referência ao clã mais importante é o Sateré considerado o clã dos chefes/tuxauas, aquele que indica tradicionalmente a linha sucessória dos chefes políticos. Muitos indígenas adultos masculinos estudam em faculdades, em zonas urbanas de suas localidades geográficas, e falam muito bem a língua portuguesa. No passado as mulheres eram proibidas de falar a língua portuguesa, em represálias às investidas dos portugueses que, em diversas formas, queriam civiliza-los e fazê-civiliza-los negar sua língua nativa. Com o movimento migratório causado pelas viagens exploratórias, apesar da perda de grandes quantidades de índios, os Sateré-Mawé preservaram sua língua até os dias atuais. Com escolas rurais e cursos de licenciatura intercultural nas zonas urbanas, foram formados novos professores indígenas que retornaram para suas comunidades de origem para ensinarem sua língua nativa para seus descendentes.
A cultura e as lendas Sateré-Mawé são manifestações indígenas que têm significado mítico e sagrado, de bem e de mal. Em algumas dessas manifestações, há vários segredos que nem mesmo os próprios indígenas sabem, a não ser que seja revelado pelo tuxaua, pajé ou pelo conhecedor da história Sateré-Mawé. O segredo é muito bem guardado pelos indígenas. Para citarmos um mistério, temos o Porantim, de que existem 03 cópias que são diferentes uma das outras. O original ninguém sabe
onde está e por onde andou. O Porantim tem o formato de um remo com desenhos e signos misteriosos que explica muitas origens. Fonte: Cultura, Ambiente, e Sociedade Sateré-Mawé – Governo do Amazonas – SEDUC AM – Pag. 12 – 1998. Complementado com a pesquisa do autor.
A história do guaraná é uma das bonitas histórias dos Sateré-Mawé que o município de Maués herda de seus primeiros habitantes. Com a lenda, Maués ficou internacionalmente famosa e conhecida no mundo inteiro como “ Terra do Guaraná”. Em áreas indígenas habitadas pelos Mawé, esse fruto tem um significado diferente no lar, nas comemorações e visita. Até nos dias atuais e, que para eles os brancos não compreendem o seu verdadeiro valor e significado. Em várias versões a História do Guaraná conta a historia de Uniawasap‟i que foi lambada e engravidou por uma cobra e deu a luz um bonito Curumim, que cresceu forte. Ele foi buscar frutos na floresta e foi morto pelos próprios tios. Como vingança, Uniawasap‟i prometeu que seu filho jamais iria morrer, então plantou o olho direito de seu filho que deu a origem do guaraná. Por isso a sua semente tem a forma de um olho. Em eventos culturais todo ano, preferencialmente no mês de setembro, com shows culturais, danças e concursos, Maués reverencia a lenda.
Kat’i-kat’i hap /Pesquisa de campo
Comunidade Santa Maria, indígena Sateré-Mawé no Rio Marau.
Com os surdos no município de Maués. Oficina de Libras para surdos e professores
Viagem para o município de Barreirinha no Amazonas
ALFABETO SATERÉ-MAWÉ
O alfabeto da Língua Sateré-Mawé é composta por 12 consoantes e 6 vogais que são estes: Mokyha ko‟i=Consoantes: G
. H. J
. M. N. K. P. R. S. T. W. G
G
a G
e Gi
G
y G
o G
u H Ha He Hi Hy Ho Hu
J
a J
e J
i J
y J
o J
u M Ma Me Mi My Mo Mu N Na Ne Ni Ny No Nu K Ka Ke Ki Ky Ko Ku P Pa Pe Pi Py Po Pu R Ra Re Ri Ry Ro Ru S Sa Se Si Sy So Su T Ta Te Ti Ty To Tu W Wa We Wi Wy Wo Wu ? ?a ?e ?i ?y ?o ?uSenug
ha ko‟i=Vogais: A. E. I. Y. O.U. Ha‟ag
hap ko‟i = (exemplos):Y E I A U O
ny
ne
ni
na
nu
no
py
pe
pi
pa
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po
sy
se
si
sa
su
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ku
ko
’y
‟e
‟i
‟a
‟u
‟o
Yp
ep
ip
ap
up
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Yk
ek
ik
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Yt
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ut
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Ym
em
im
am
um
Om
Yn
en
in
an
un
On
ALFABETO EM LÍNGUA DE SINAIS NÚMEROS CARDINAIS B A C Ç D E F G H I J K L M N O P Q Z X Y V U T S R W M M KJ I W W
0
1
2
3
4
5
8
7
6
9
1
0
VOCABULÁRIO DE UTENSÍLIOS INDÍGENAS TRILÍNGUE
Línguas:
Sateré-Mawé Português Libras
Mory‟ywat sio/Mory‟awat Arco
Yara Wato
Barco
Libras
Man
Beiju
Libras
Yara Canoa
Libras
More
kuat
Cacique
Libras
Kywa
Chapéu
Libras
Amanta
p Cocar Libras
Kui’a
Cuia
Libras
Hairu Dança
Libras
U
’i
Farinha
Libras
Apeman Feixe
Libras
Aria
Fogo
Libras
My
p yi’a kawiat
Forno de barro Libras
Pa
tu
Gareira
Libras
Warana
Guaraná
Libras
Og
ape
Japá
Libras
Sa
ri’ape sio saripe
Luva
Libras
Yni pi
ra pytyk hap
Malhadeira Libras
Mani
Mandioca
Libras
Pinawa
Palha
Libras
Paig
ni
Pajé
Libras
Panane Peneira
Libras
Weg
ku’a
Pilão
Libras
Puratig
Porantim
Libras
Apukuita /apukuite
Remo
Libras
Wo
mat/momat Ritual da Tucandeira
Libras
Mani’ay Tapioca
Libras
Yi
Terra/solo
Libras
U
ku
Timbó
Libras
u’isa
Tuxaua
Libras
Misej
ano Pronomes Pessoais
Libras
Uito
Eu
Libras
Mi’i
Ele
Libras
Aiwo’oty
py’ok
Nós dois
Libras
Aiwo’o tukawa’ok Nós quatro Libras
Eiwo’oty
py’ok
Vocês dois (a)
Libras
Eiwo’o tukawa’ok Vocês quatro Libras
Mierohik
Família
Libras
Ihaig
nia
Homem
Libras
Ywo
t
Pai
Libras
Ny
Mãe
Libras
Ny hi
t
Tia
Libras
Iywyt
Irmão dele
Libras
Mempyt
Filho
Libras
Ase’i
Avô
Libras
Sej
uha
Substantivos
Libras
Y’y
Água Libras
Mikoi
Árvore
Libras
Avião
Libras
Yara wato
Barco
Libras
Balão
Libras
Bola
Libras
Bolo Libras
Bicicleta
Libras
Bombom
Libras
kawe
Café
Libras
Amyap
Cadeira
Libras
wawori
Carro
Libras
Sewaure ypy ra
n
Celular
Libras
Akag
nan Computador Libras
We’ã
Coração
Libras
Dado
Libras
Wemu
’e hapyat
Escola
Libras
Kyse Faca Libras
Kumana
Feijão
Libras
G
a’apy Floresta
Libras
Og
Guarda chuva
Libras
Poti-poti
Helicóptero
Libras
A
hu
pot yat wato Hospital
Libras
Mag
kusaity
Internet
Libras
Tupana Yat
Igreja
Libras
wawori
kombi
Libras
Wan’i - wan’i ehap
Lápis
Libras
Mi
hy
Leite
Libras
Wa
ty
Lua
Libras
Paig
niran
Médico
Libras
Mag
ku kype
Mesa
Libras
Navio
Libras
akag
nan pep’i
Notbook
Libras
Wawori wato
Ônibus
Libras
Seha
Olho
Libras
Nu
Pedra
Libras
Man pewiu’i
Pizza
Libras
j
a’agkap ahyt
Quadro
Libras
A
t’ape
Relógio
Libras
y’y hy koro
Rio
Libras
Sapato
Libras
Sorvete Libras
sehaysaity
Telefone
Libras
Xícara
Libras
wemahara
p
Xadrex
Libras
wuat
i ywa koi =
FRUTAS VARIADAS
Wasa’i Açaí
Libras
Nana
Abacaxi
Libras
Pakua Banana
Libras
Coco
Libras
Wai’awa Goiaba
Libras
Limão
Libras
Maça
Libras
Manga
Libras
Melancia
Libras
Wuat’i hu
ria /
ANIMAIS VARIADOS
Awi’a Abelha
Libras
Kiã Aranha Libras
Wewato Anta Libras
morepe’i/morope’i Borboleta Libras
Burro
Libras
Cavalo
Libras
Moi
Cobra
Libras
Elefante
Libras
Sa
ri
Formiga
Libras
Pisana Gato Libras
Iaka
re Jacaré
Libras
Awyato wato Leão Libras
Hanu’a
n Macaco
Libras
Ype
ka Pato Libras
Weita
Pássaro Libras
Hamaut Porco Libras
Hapiri Rato Libras
Wawori wato Tartaruga Libras
Wewato wary’i Vaca Libras
Sateré-Mawé, Libras, Karaiwa pusu puat Ko´i sehay wempowat´koí
Frases simples nas línguas: Sateré-Mawé, Libras e Portuguesa.
Aria’yp kawiat ri yara wato.
O barco é de madeira.
Satere-Mawe ywania ti uruto.
Nós somos indígenas Sateré-Mawé.
Como é seu nome?
Ihot’ok, to’iro escola kape.
Bom dia, vai a escola?
He’a
t kosap ta’yn ti, to’iro’i ai’yat kape.
Mog
ki’ite ti womat hap e’at.
Amanhã é a celebração da tucandeira
Koity’i wuat mi’u wuat ri pi
ra.
Uity aikope toine’en.
Onde está a mamãe?
To’iro escola pake.
Vamos para a escola.
En apo tapy’yia Satere-Mawe.
Waku ti warana ahehaigte j
um hamo.
Guaraná faz bem para a saúde.
Uiwehik tuwy ti mi’i.
Tu’isa ti mi’i.
Ele é o tuxaua.
Uweig
e’ywot.
Quem é seu pai?
En ereine’en aj
umpe.
Tawa ti iwati hawyi ikahu kahato.
A aldeia é grande é bonita.
Mani kawiat ri man.
O beiju é de mandioca.
Uhehairu Satere.
Weita hap kawiat ri uhe’amanta
p.
Meu cocar é de pena de pássaro.
Pinawa kawiat ri ui’yat.
Minha casa é de palha.
Ewehik tuwy wo teren uito.
Wo‟opohuruk hap ko‟i / Cumprimentos e Saudações
Língua Sateré-Mawé
...Língua Portuguesa
Ihot‟ok!
...Bom dia!
Heika‟at!
...Boa tarde!
Wantym!
...Boa noite!
Meiko ira‟yn aru!
...Até já!
Mog
ki‟ite ira‟yn aru
...Até amanhã
Hay
...Oi/Olá
Waku se
se
...Muito obrigado
Meke
arekosap/mekepuo aru
...Com licença
Yt kat hap hi
n‟i/ yt kat hap‟i
...De nada!
Waku?
...Tudo bem?
Waku
...Bem/bom
Misej
ano / Pronomes Pessoais
LÍNGUA SATERÉ-MAWÉ ... LÍNGUA PORTUGUESA
Uito
...Eu
En
...Tu/Você
Mi‟i
...Ele/Ela
Aito...
...Nós
Uruto
...Nós
Eipe...
...Vós/Vocês
Mi‟iria
...Eles/Elas
Miej
ano / Pronomes Possessivos
Uiat/Uiwat
...Meu/Minha
Ewat
...Teu/Tua
Iwat
...Dele/Dela
Towat
...Dele/Dela
Aiwat
...Nosso/Nossa
Uruwat
...Nosso/Nossa
Eiwat
...Deles/Delas
I‟atuwat
...Deles/Delas
Ta‟atuwat
...Deles/delas
Pronomes Demonstrativos:
J
uewat
...Aquele/Aquela
kowat
...Este/Esta
J
uwat
...Esse/Essa
Sehay wempowa
t hit ko‟i / Pequenas frases do cotidiano
Uweig
tu‟isa?
...Quem é tuxaua?
Uweig
kapatai?
...Quem é capataz?
Uweig
e‟ywot?
...Quem é seu pai?
Uweig
ety?
...Quem é a sua mãe?
Uweig
ehary?
...Quem é a sua vó?
Uweig
e‟ase‟i?
...Quem é seu avô?
Uweig
en?
...Quem é você?
Uhesy
‟at
...Estou com fome
Uhe
ra /uhero
...Estou cansado(a)
Etiky‟esat?
...Você quer?
Areto ran
...Eu fui
kan?
...O quê?
Uipa
p
...Eu quero ir
Uweig
epuruwei?
...Quem é seu professor?
Uweig
epuruwei?
...Quem é sua professora?
Wo’ehay-wo’ehay hap ko’i = Diálogos na língua Sateré-Mawé.
Diálogo 1
a) Bom dia! Ihot‟ok!
b) Bom dia! Ihot‟ok!
a) Quanto custa o peixe?
Karania upi
etiweneru epira?
b) 20 Reais!
Ty
kat (=20) upi.
a) Vou querer.
Atiky‟esat.
b) Obrigado!
Waku se
se!
Diálogo 2
a) Olá!
Hay!
b) Boa tarde!
Heika‟at!
a) Meu nome é João e o seu? Uhet ri João‟e. Ewat?
b) Fátima! Fátima‟e!
a) Parece que te conheço? Morokuap sio‟i en?
b) Sim, sou professora! Hã,uito puruwei!
a) Que bom!
Pyno waku!
a) Já me formei! Aremomput‟ok tira‟yn neke!
a) Também sou professor! Uito wy puruwei wy!
b) Parabéns! Pyno waku!
a) Obrigado!
Waku se
se!
Diálogo 3
a) Como vai?
Aikotãig?
b) Bom dia!
Ihot‟ok!
a) Você é indígena?
En apo tapy‟yia?
b) Sim Sou!
Ta‟i,mi‟i rat!
a) Qual etnia?
Kat ywania?
b) Sateré-Mawé!
Sateré-Mawé rat!
a) Interessante!
Hentikeig
!
b) Obrigado!
Waku tirat!
Diálogo 4
a) Vamos para a caça? To‟i miat pe?
b) Quando? Karampe?
a) A noite! Wantymuo!
Paca! Pay!
Vou junto! Areto aru eupi
!
Não esquece do arco e fecha! Etiwaure tei‟o pyno mory‟a ko‟i!
Correto! A
repaig
!
Sateré-Mawé ekare’en imi’eko
wat ko’i
Utensílios usados pelos Sateré-Mawé
LÍNGUA SATERÉ-MAWÉ... LÍNGUA PORTUGUESA
Mory‟ywat/ mory‟awat
...Arco
Ta
wa
...Comunidade
Pina
...Anzol
Yara Wato
...Barco
kuiru‟a
...Balde
Man
...Beiju
Kamunti hi
t
...Bilha pequena
G
etap
...Casa
Yara
...Casco/Canoa
More
kuat
...Cacique
Miat ka
t…….
...Caçar
J
a‟ampe
...Chocalho
Wahi
...Colar
Amanta
p
...Cocar
Yhape
...Colher de pau
Man ype
...Crueira
Kui‟a
...Cuia
Hairu
...Dança
Muka
...Espinguarda
Kyse
...Faca
U
‟i
...Farinha
Apeman
...Feixe
Mory‟a
...Flecha
Aria
...Fogo
My
p u‟i nug hap
...Forno para fazer farinha
My
p yi‟a kawiat
...Forno de barro
Su
hu
...Fumo
Pa
tu
...Gareira
Warana
...Guaraná
Tapy‟yia
...Índio
Og
ape
...Japá
Kuriwu
...Jamaxi
Sa
ri ape
...Luva de tucandeira
Awyhap/ywyhap
...Machado
G
etap awerep‟a
...Maloca
Yni pi
ra pytyk hap
...Malhadeira
Mani
...Mandioca
Pinawa
...Palha branca
Paig
ni
...Pajé
Wa‟ã
...Panela
Yrysakag
...Paneiro
Poko
...Patrona
Hiwa
re
...Pau de chuva
Pi
ra kat...
...Pescar
Pi
ra kat hat
...Pescador
Pi
ra
...Peixe
Panane
...Peneira
Weg
ku‟a
...Pilão
Muse
...Pimenta
Kamunti
...Pote
Puratig
...Porantin
Apukuita/Apukuite
...Remo
Yni
...Rede
Y‟y hy koro
...Rio
Watyama
...Tucandeira
Patawi
...Suporte de cuia
Mani‟ay
...Goma de tapioca
Tamo
ra
...Tamborinho
Kyse‟yp
...Terçado
Yi
...Terra
Mo
horo
...Tipiti
U
ku
...Timbó
Ywania
...Tribo
Tu‟isa
...Tuxaua
Mi
t pit set ko’i / Anatomia do Corpo Humano:
LÍNGUA SATERÉ-MAWÉ ... LÍNGUA PORTUGUESA
My‟ampa
t
...Articulação do joelho
J
um my‟a
...Barriga
We
sap
...Barba/Bigode
Sempe
...Beiço/Lábios
We
...Boca
Weg
kot‟a
...Bochecha
Yke
...Braço
Akag
...Cabeça
Asap
...Cabelo
Mi
t okpuk
...Cadáver
My‟asusa
...Calcanhar
We‟ã
...Coração
Mopy‟akag
‟a
...Cotovelo
Oktu/Uptu
...Coxa
Ape
...Costa
Pi
t
...Corpo
Okpy
... ...Cu/Ânus
J
aig
...Dente
Mu‟uj
a
...Dedo
Mo‟ape
...Dorso da mão
My‟a
...Estomago
J
un
...Fezes
My‟a
...Fígado
My‟akag
‟a
...Joelho
Ywype
...Lado
Seg
ku
...Língua
Mo
...Mão
Setu‟a
...Nádegas/Bunda
Ampy
...Nariz
Seha
...Olho
Ahape
...Orelha
Anti‟ypy
...Ombro
Kag
...Osso
Mopy‟apyawawa
...Palma da mão
Sut‟yp
...Pescoço
Moti‟a
...Peito
Kag
‟oktu
...Perna
My
...Pé
Ahit
...Pênis
Kag
sap
...Pelo da perna
Wori‟a
...Pomo de adão
Nywa
...Queixo
Sewa
...Rosto/Face/Cara
Mi
...Seio/Mama
Sehapopesap
...Sílio
Myawa
...Sola do pé
Sehapopekag
‟asap
...Sobrancelha
Watu‟a
...Testa
Mu‟uj
a‟ampe
...Unha
Myrum‟a
...Umbigo
Si‟ã
...Vagina
Hu
ria ko’i, Ga’apypuat re, mopy haria hawyi muri -muri
Animais domésticos, selvagens, aves e insetos:
LÍNGUA SATERÉ-MAWÉ ... LÍNGUA PORTUGUESA
Awi‟a
...Abelha
Wewato
...Anta
Miat ko‟i
...Animais
Mokia
...Andorinha
kiã
...Aranha
Hanu
n
...Arara
Weita
...Ave/ passarinho
Arawe/ape‟i
...Barata
Awuru
...Besouro
Morepe‟i
/morope‟i
...Borboleta
Awahuru
...Cachorro do mato
Aware
...Cachorro
G
ap
...Caba
Karawo
t
...Cigarra
Moi
...Cobra
Akuri
...Cutia
Sapo
t
...Escorpião
Sa
ri
...Formiga
Hywi
...Gavião
Pisana
...Gato
Pohit
...Gafanhoto
Waipaka wa
ry‟i
...Galinha
Awyky
...Guariba
Iaka
re
...Jacaré
U
re
...Jacamim
Wawori
...Jabuti
Wakiu‟i wato
...Macaco velho
Hanu‟a
n
...Macaco prego
U
wi
...Minhoca
Haki‟i
...Morcego
Awyato
...Onça
Ahut
...Papagaio
Weita hi
t
...Passarinho
Weita
...Pássaro
Ype
ka
...Pato
Pay
...Paca
Pi
ra
...Peixe
Piriki
tu
...Periquito
Sama
...Pica pau
G
yp
...Piolho
Pykasu
...Pombo
Hamaut
...Porco
Ariukere
...Preguiça
J
ug
...Pulga
Hapiri
...Rato
Wa‟asa
...Sapo
Sahai
...Sauva-taia
Sahu
...Tatu
Wawori wato
...Tartaruga
Himpa
...Tamanduá
J
ug
kan
...Tucano
Watyama
...Tucandeira
Wewato
...Vaca
Yty
...Veado
Hami‟i
...Xauim
Sateré-Mawé pusu hawyi Karaiwa pusu ko’i
Mini Vocabulário Comparativo
Língua Portuguesa e Língua Sateré-Mawé
Água
...Y‟y
Árvore
...Mikoi
Abacaxi
...Nana
Açúcar
...Ukyt perup
Avó
...Hary
Avô
...Ase‟i
Açaí
...Wasa‟i
Alfabeto
...Sehay j
a‟agkap ahyt
Areia
...Yi kyt
Algodão
...Amog
kiusu‟ap
Agora
...Korã
Amanhã
...Mog
ki‟ite
Alto
...Uwaiti
/ywaititypore
Aquele/aquela
...Meke
wat
Acabaram
...Ta‟atumoma
Andando
...Hewyry
Azul
...Ihyry
p‟i
Amarelo
...Ika‟ay
Banho
...Wei
Banana
...Pakua
Batata
...Uriuru
Bebê
...Hirokat/hirakat
Bebida alcoólica
...Mahy
Branco
...Ikytsig
Bom
...Waku
Bonito
...G
ahu
Baixo
...Mytu‟i
Brigar
...Wu‟u
ka
Caminho
...Mu‟a
p
Carne
...Mu
‟i‟ok
Calor
...Hakup
Cará
...Awai‟a
Comida
...Mi‟u
Chuva
...I‟ama
n
Ceú
...A
tipy
Cinza
...Ywyrup
Carvão
...Aria sapue
Cupim
...Nupi‟a
Cesta
...Urutu
Caçador
...Miat ka
t hat
Cachaça
...Mahy
Cadeira/banco
...Amyap
Caju
...Ka
su
Cortar
...Tek
Coroa
...Amanta
p
Computador
...Akag
nan
Dia
...A
thot
Dois
...Ty
py
Escada
...Myta
Escola
...Wemu
‟ehap yat
Estrela
...Waikiru
Então
...Pyno
Feijão
...Kumanã
Folha
...Upip
Flor
...Mohy
t
Família
...Mierohik
Filho/filha
...Mempyt
Frutas
...Ywa ko‟i
Fósforo
...Aria‟ahyt
Flauta
...Kariwa
Feio
...G
ahu‟i
Guarda chuva
...Og
Goiaba
...Wai‟awa
Grande
...Wato
Gordo
...G
yt
Homem
...Ihaig
nia
Helicóptero
...Poti-Poti
Hoje
...Koity‟i
Irmão
...seyke‟et/seywyt
Irmã
...Seinyt
Igreja
...Tupana yat
Igarapé
...Y‟y hi
t‟i
Jesus
...Iesui
Laranja
...Sasum
Livro
...Popera
Língua
...Seg
ku
Leite
...Mi
hy
Lua
...Wa
ty
Mamãe
...Uity
Mulher
...Haryporia
Montanha
...Yity‟ok‟a
Mato
...G
a‟apy
Maracujá
...Murukui‟a
Mel
...Awi‟a hy
Muito
...Se
se
Magro
...G
ag
mot‟i
Mentira
...So
Menino
...Kurum hi
n
Menina
...Pi‟ã hi
n
Milho
...Awati
Najá
...Pu
wi
Ontem
...G
a‟atpo
Onda
...Y‟y hy‟apen‟ok
Ovo
...Hupi‟a
Oito
...Mantumye
Pensou
...Tuwanentup
Pai
...Ywo
t
Pedra
...Nu
Palmeiras
...Ma
re
Pupunha
...Myrawe
Primo
...Wy
‟iran
Porta
...Oken‟ypy
Pente
...Kywa
Preto
...Hu
n
Pouco
...I‟atu‟i/kuri
n
Pano
...Sokpekype
Pequeno
...Iwato‟i
Padre
...Pa‟i
Quarto
...Oka‟apy/aka‟apy
Quatro
...Tukawa
Quarta-feira
...Morokymosapyry
Quinta-feira
...Iakuaku
Quantos
...Karania
Rio
...Y‟y hykoro
Rapaz
...Kurum
Remédio
...Mohag
Rede
...Yni
Ruím
...Sa‟ag
Sol
...A
t
Senhora
...Ma
na
Semente
...J
a
‟yig
Sogro
...Sehamu
pot
Soldado
...Surara
Sala
...Okipy
Seis
...Mantuwe
Sete
...Mantuty
Segunda-feira
...Moroky‟ypy
Sexta-feira
...Supapa
Sábado
...Sauru
Sal
...Ukyt
Santo
...Tupana
Sujo
...ysyk‟a
Trabalho
...Motpa
p
Televisão
...Sehami‟u
Tio
...Ywo
t hit
Tia
...Ny hi
t
Todos
...Torania
Trovão
...Huru
‟e
Temporal
...Ywyt‟uato
Treva
...I‟ypyry
p
Tesoura
...Sapira
Três
...Mye‟ym
Terça-feira
...Morokomokoig
Tem
...Toig
Urina
...Sy
Um
...Wentup
Vai
...Moto
Você
...En
Vocês duas
...Eiwo‟otypy‟ok
Vocês três
...Eiwo‟omye
‟ym‟ok
Vocês quatro
...Eiwo‟otukawa‟ok
Vento
...Ywytu
Velho/Velha
...Nag
‟i-nag‟i
Vassoura
...Saware
Vermelho
...Ihup
Verde
...Ihyry
p
Vem
...Eriot
Vamos
...To‟iro
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI Nº 6.001, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1973.
Dispõe sobre o Estatuto do Índio.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei: TÍTULO I
Dos Princípios e Definições
Art. 1º Esta Lei regula a situação jurídica dos índios ou silvícolas e das comunidades indígenas, com o propósito de preservar a sua cultura e integrá-los, progressiva e harmoniosamente, à comunhão nacional.
Parágrafo único. Aos índios e às comunidades indígenas se estende a proteção das leis do País, nos mesmos termos em que se aplicam aos demais brasileiros, resguardados os usos, costumes e tradições indígenas, bem como as condições peculiares reconhecidas nesta Lei.
Art. 2° Cumpre à União, aos Estados e aos Municípios, bem como aos órgãos das respectivas administrações indiretas, nos limites de sua competência, para a proteção das comunidades indígenas e a preservação dos seus direitos:
I - estender aos índios os benefícios da legislação comum, sempre que possível a sua aplicação;
II - prestar assistência aos índios e às comunidades indígenas ainda não integrados à comunhão nacional;
III - respeitar, ao proporcionar aos índios meios para o seu desenvolvimento, as peculiaridades inerentes à sua condição;
IV - assegurar aos índios a possibilidade de livre escolha dos seus meios de vida e subsistência;
V - garantir aos índios a permanência voluntária no seu habitat , proporcionando-lhes ali recursos para seu desenvolvimento e progresso;
VI - respeitar, no processo de integração do índio à comunhão nacional, a coesão das comunidades indígenas, os seus valores culturais, tradições, usos e costumes;
VII - executar, sempre que possível mediante a colaboração dos índios, os programas e projetos tendentes a beneficiar as comunidades indígenas;
VIII - utilizar a cooperação, o espírito de iniciativa e as qualidades pessoais do índio, tendo em vista a melhoria de suas condições de vida e a sua integração no processo de desenvolvimento;
IX - garantir aos índios e comunidades indígenas, nos termos da Constituição, a posse permanente das terras que habitam, reconhecendo-lhes o direito ao usufruto exclusivo das riquezas naturais e de todas as utilidades naquelas terras existentes;
X - garantir aos índios o pleno exercício dos direitos civis e políticos que em face da legislação lhes couberem.
Parágrafo único. (Vetado).
Art. 3º Para os efeitos de lei, ficam estabelecidas as definições a seguir discriminadas:
I - Índio ou Silvícola - É todo indivíduo de origem e ascendência pré-colombiana que se identifica e é identificado como pertencente a um grupo étnico cujas características culturais o distinguem da sociedade nacional;
II - Comunidade Indígena ou Grupo Tribal - É um conjunto de famílias ou comunidades índias, quer vivendo em estado de completo isolamento em relação aos outros setores da comunhão nacional, quer em contatos intermitentes ou permanentes, sem contudo estarem neles integrados.
Art 4º Os índios são considerados:
I - Isolados - Quando vivem em grupos desconhecidos ou de que se possuem poucos e vagos informes através de contatos eventuais com elementos da comunhão nacional;
II - Em vias de integração - Quando, em contato intermitente ou permanente com grupos estranhos, conservam menor ou maior parte das condições de sua vida nativa, mas aceitam algumas práticas e modos de existência comuns aos demais setores da comunhão nacional, da qual vão necessitando cada vez mais para o próprio sustento;
III - Integrados - Quando incorporados à comunhão nacional e reconhecidos no pleno exercício dos direitos civis, ainda que conservem usos, costumes e tradições característicos da sua cultura.
TÍTULO II
Dos Direitos Civis e Políticos CAPÍTULO I
Art. 5º Aplicam-se aos índios ou silvícolas as normas dos artigos 145 e 146, da Constituição Federal, relativas à nacionalidade e à cidadania.
Parágrafo único. O exercício dos direitos civis e políticos pelo índio depende da verificação das condições especiais estabelecidas nesta Lei e na legislação pertinente.
Art. 6º Serão respeitados os usos, costumes e tradições das comunidades indígenas e seus efeitos, nas relações de família, na ordem de sucessão, no regime de propriedade e nos atos ou negócios realizados entre índios, salvo se optarem pela aplicação do direito comum.
Parágrafo único. Aplicam-se as normas de direito comum às relações entre índios não integrados e pessoas estranhas à comunidade indígena, excetuados os que forem menos favoráveis a eles e ressalvado o disposto nesta Lei.
CAPÍTULO II
Da Assistência ou Tutela
Art. 7º Os índios e as comunidades indígenas ainda não integrados à comunhão nacional ficam sujeito ao regime tutelar estabelecido nesta Lei.
§ 1º Ao regime tutelar estabelecido nesta Lei aplicam-se no que couber, os princípios e normas da tutela de direito comum, independendo, todavia, o exercício da tutela da especialização de bens imóveis em hipoteca legal, bem como da prestação de caução real ou fidejussória.
§ 2º Incumbe a tutela à União, que a exercerá através do competente órgão federal de assistência aos silvícolas.
Art. 8º São nulos os atos praticados entre o índio não integrado e qualquer pessoa estranha à comunidade indígena quando não tenha havido assistência do órgão tutelar competente.
Parágrafo único. Não se aplica a regra deste artigo no caso em que o índio revele consciência e conhecimento do ato praticado, desde que não lhe seja prejudicial, e da extensão dos seus efeitos.
Art. 9º Qualquer índio poderá requerer ao Juiz competente a sua liberação do regime tutelar previsto nesta Lei, investindo-se na plenitude da capacidade civil, desde que preencha os requisitos seguintes:
I - idade mínima de 21 anos;
II - conhecimento da língua portuguesa;
III - habilitação para o exercício de atividade útil, na comunhão nacional; IV - razoável compreensão dos usos e costumes da comunhão nacional.