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APELANTE: ESTADO DO RIO DE JANEIRO E FUNDO UNICO DE PREVIDENCIA SOCIAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO RIOPREVIDENCIA

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OITAVA CÂMARA CÍVEL

8º CC - APELAÇÃO CÍVEL Nº 0212035-20.2011.8.19.0001 1/9 RMP

APELAÇÃO CÍVEL Nº 0212035-20.2011.8.19.0001

6ª VARA DE FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DA CAPITAL

APELANTE: ESTADO DO RIO DE JANEIRO E FUNDO UNICO DE

PREVIDENCIA SOCIAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

RIOPREVIDENCIA

APELADOS:DENIZE GLORIA SILVA DE QUEIROZ RODRIGUES E

OUTROS

RELATOR: DES. CEZAR AUGUSTO RODRIGUES COSTA

PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. SERVIDORES DO

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO. PRETENSÃO DE

IMPLEMENTAÇÃO

IMEDIATA

DE

24%

EM

SEUS

VENCIMENTOS

PELO

RECONHECIMENTO

DA

INCONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 5º DA LEI

ESTADUAL Nº 1206/1987. INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO

DE JURISPRUDÊNCIA ACOLHIDO. RECONHECIMENTO DO

DIREITO AOS SERVIDORES DO PODER JUDICIÁRIO

ESTADUAL À PERCEPÇÃO DO REAJUSTE DE 24% (VINTE E

QUATRO POR CENTO), BEM COMO AO RECEBIMENTO DAS

RESPECTIVAS DIFERENÇAS, OBSERVADA A PRESCRIÇÃO

QUINQUENAL CUJO TERMO INCIAL SE VERIFICA NA DATA

DA PROPOSITURA DA PRESENTE DEMANDA.

Processos com idêntica questão de direito, suscitando decisões

diversas e até a deflagração de um incidente de uniformização de

jurisprudência pela Quinta Câmara Cível no processo nº

0064836-60.2012.8.19.0000.

Deve ser aplicado o verbete de uniformização de jurisprudência:

“Em respeito ao princípio constitucional da isonomia, os

serventuários que não integraram o polo ativo da Ação Ordinária nº.

002420-36.1988.8.19.0000, fazem jus, a exemplo dos autores da

referida ação, ao reajuste de 24% em seus vencimentos, bem como

à percepção das diferenças, a serem pagas de uma única vez,

devidamente corrigidas desde a data do pagamento efetuado

àqueles, compensando-se os valores já quitados, por força do

Processo Administrativo nº. 2010.259214, observada a prescrição

quinquenal, a contar da propositura de cada demanda, bem como as

condições pessoais e funcionais de cada serventuário, incidente

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OITAVA CÂMARA CÍVEL

Imposto de Renda e verbas previdenciárias por se tratarem de

diferenças vencimentais”.

Reexame necessário. Aplicação do artigo 1º-F da Lei 9494/1997,

nos moldes

da declaração de inconstitucionalidade parcial do artigo

5º da Lei Federal nº 11960/2009 (ADI’s 4.357, 4.372, 4.400 e

4.425) e de recentes precedentes do Superior Tribunal de Justiça.

Decisão Monocrática. Artigo 557 do Código de Processo Civil.

RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.

DECISÃO MONOCRÁTICA

Trata-se de apelação contra sentença proferida pelo Juízo da 4ª Vara

de Fazenda Pública da Comarca da Capital que julgou procedente o pedido de

cobrança de diferenças devidas do reconhecimento, em sede administrativa, do

reajuste de percentual de 24%, concedido pela Lei Estadual nº 1206/1987

(tendo em vista o reconhecimento, pelo Órgão Especial deste Tribunal, da

inconstitucionalidade do artigo 5º da referida lei, que excluía os servidores

deste Tribunal do reajuste por ela concedido) sobre os vencimentos dos

servidores do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro. Adoto da forma

regimental, o relatório da sentença de fls. 610/618 (item 00645):

Trata-se de ação ordinária movida por DENIZE GLÓRIA SILVA DE QUEIROZ RODRIGUES, ELÍDIA MARIA DE SOUZA CEZÁRIO, GERARDO FERREIRA DA SILVA, GRACE DE PAULA KELLER, JOSÉ FERREIRA ROMA FILHO, KRISSIA CHRISTINE DIAS DE SOUZA, MAILTON RANGEL DE FREITAS, MARIA DA CONCEIÇÃO PORTO DE OLIVEIRA SILVA, ROBERTO GOMES DA SILVA E ROBERTO PEREIRA DOS SANTOS em face do ESTADO DO RIO DE JANEIRO, na qual os autores pleiteiam, na qualidade de ocupantes de cargo efetivo do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro, em atividade e inativos, a declaração do seu direito de receber o percentual de aumento salarial de 24% e condenar o ERJ ao pagamento das prestações vencidas, com incidência de correção monetária, juros e honorários advocatícios. A inicial de fls. 02/34 veio instruída com documentos de fls. 35/372. À fl.403, decisão que indeferiu a antecipação dos efeitos de tutela e que desafiou agravo de instrumento (fls.407/436) desacolhido por Acordão de fls.585//604. Citado o réu apresentou contestação (fls.440/464), acompanhada de documento de fl.465. Réplica às fls.468/506, acompanhada de documentos de fls.507/581. Manifestação do MP à fl.608 no sentido da sua não intervenção no presente feito. É o relatório.

Dispositivo nos seguintes termos:

Isso posto, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO para CONDENAR o réu a reajustar os vencimentos dos autores fazendo incidir o percentual de e 5,51% e ainda ao pagamento das diferenças atrasadas, resguardada a prescrição quinquenal anterior ao ajuizamento da ação, incidindo índices de correção monetária a partir de cada vencimento, bem como acrescido de juros legais de 0,5% ao mês, nos termos da Lei nº 9.494/97, considerando o novo

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OITAVA CÂMARA CÍVEL

posicionamento do Supremo Tribunal Federal que declarou a inconstitucionalidade do § 12 do artigo 100, da CRFB e, por arrastamento, do artigo 5º, da Lei nº 11.960/2009. Em consequência, JULGO EXTINTO O FEITO COM JULGAMENTO DO MÉRITO, na forma do artigo 269, inciso I do Código de Processo Civil. Condeno o réu a ressarcir aos autores a custas adiantadas e ao pagamento de honorários advocatícios que fixo em R$ 600,00 na forma do artigo 20§ 4º do Código de Processo Civil. Decorrido o prazo para interposição de recurso voluntário, subam os autos ao E. Tribunal de Justiça, em consonância com o duplo grau obrigatório de jurisdição. P.R.I.

Apelação da parte ré, fls. 619/643 (item 00654), requerendo a

reforma da sentença e improcedência de todos os pedidos. Contrarrazões

apresentadas pelo autor, fls. 141/154 (item 00683), no sentido de negação de

provimento ao recurso de apelação da parte contrária.

Manifestação da Douta Procuradoria de Justiça no sentido de não

intervenção.

É o Relatório. Passo a decidir.

O recurso interposto é tempestivo e ostenta os demais requisitos de

admissibilidade, razão porque o conheço.

Deve-se ressaltar a complexidade da matéria tratada neste feito,

uma vez que esta vinha suscitando entendimentos divergentes neste Tribunal.

Enquanto alguns julgadores entendiam pela impossibilidade do alcance do

pagamento do reajuste, determinado a servidores elencados no mandado de

segurança nº 1987.004.00583, aos demais servidores, outros decidiam pela

obrigatoriedade da extensão do direito reconhecido pelo referido mandamus em

observância ao princípio constitucional de isonomia.

Em razão disto,

foi suscitada uniformização de jurisprudência pela

Quinta Câmara Cível, no processo nº 0297927.91.2011.8.19.0001 (nº

0064836-60.2012.8.19.0000 no Órgão Especial), cujo acórdão, publicado em 09/01/2014,

foi ementado no seguinte sentido:

“INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA SUSCITADO PELA E. QUINTA CÂMARA CÍVEL. Divergência quanto à implantação integral, nos vencimentos de servidores deste Poder Judiciário, do reajuste de 24% (vinte e quatro por cento), cujo direito foi reconhecido, inicialmente, aos serventuários que figuraram no polo ativo da Ação Ordinária nº 0024210. 36.1988. 19. 0001, com pagamento de atrasados e, posteriormente, pela decisão administrativa da Presidência do TJRJ, que aplicou tal reajuste a todos os servidores em atividade, a ser implantado de forma parcelada (5,53% em janeiro/2011, janeiro/2012, janeiro/2013 e 5,51% em janeiro/2014). O pleito decorre do art. 5º,

da Lei Estadual nº 1.206/1987, que excluiu os servidores da Justiça Estadual do Rio de Janeiro do reajuste de vencimentos de 70,5%, concedido a todo funcionalismo estadual. Tal dispositivo foi declarado inconstitucional por este Egrégio Órgão

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OITAVA CÂMARA CÍVEL

Especial, em sede de Mandado de Segurança originário de nº 583/1987, confirmado pelo E. Supremo Tribunal Federal. Dispõe o artigo 103 do Regimento Interno deste Tribunal de Justiça, que: “a decisão que declarar a inconstitucionalidade ou rejeitar a arguição, se for proferida por 17 (dezessete) ou mais votos, ou rejeitada em mais 02 (duas) sessões, será de aplicação obrigatória para todos os Órgãos do Tribunal”. Assim, mostra-se descabida a argumentação de que não podem ser aplicados aos demais serventuários os efeitos da inconstitucionalidade do art. 5º, da Lei nº 1.206/1987, reconhecida no Mandado de Segurança 583/1987. Em face de tal declaração de inconstitucionalidade, um grupo de cerca de 1.200 servidores ajuizou, em 1988, a referida Ação Ordinária nº 0024210.36.1988. 19. 0001, pleiteando a implementação do reajuste e cobrança de valores atrasados, na qual o Estado do Rio de Janeiro foi obrigado a implementar os 24%, nos vencimentos dos respectivos autores. Tal decisão transitou em julgado e, em decisão administrativa do então Presidente desta Corte, Des. Luiz Zveiter, foi determinada a implementação, de forma parcelada, do referido percentual, nos vencimentos dos demais servidores em atividade não amparados pela referida decisão judicial. Posteriormente, tal decisão foi estendida aos inativos, nos autos do processo administrativo nº 2011-019608.

Em que pese tais decisões administrativas terem amenizado a discrepância salarial entre os autores da referida Ação Ordinária e os demais servidores deste Poder Judiciário, ao ser parcelada a implementação do reajuste não foi garantida, de imediato, a isonomia de vencimentos para cargos iguais ou assemelhados do mesmo Poder, na forma prevista no art. 39, § 1º, da Constituição Federal de 1988. Tampouco foi garantido o direito ao recebimento dos atrasados. Assim, evidente o interesse e as demais condições da ação manejada nestes autos. Como não se trata de aumento de vencimentos, mas sim de reajuste, não há que se falar em aplicação do verbete nº 399, da Súmula de Jurisprudência do E. Supremo Tribunal Federal, a qual dispõe que “Não cabe

ao poder judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob fundamento de isonomia”. A relação jurídica deduzida em

Juízo tem natureza de obrigação de trato sucessivo, evidenciando que o fundo de direito não foi alcançado pela prescrição, sendo atingidas, apenas, as prestações vencidas no quinquênio anterior ao ajuizamento da demanda. Aplicação do verbete 85 da jurisprudência predominante do STJ. INCIDENTE ACOLHIDO com a Aprovação de Verbete Sumular a respeito, nos seguintes termos

“Em respeito ao princípio constitucional da isonomia, os serventuários que não integraram o polo ativo da Ação Ordinária nº. 002420-36.1988.8.19.0000, fazem jus, a exemplo dos autores da referida ação, ao reajuste de 24% em seus vencimentos, bem como à percepção das diferenças, a serem pagas de uma única vez, devidamente corrigidas desde a data do pagamento efetuado àqueles, compensando-se os valores já quitados, por força do Processo Administrativo nº. 2010.259214, observada a prescrição quinquenal, a contar da propositura de cada demanda, bem como as condições pessoais e funcionais de cada serventuário, incidente Imposto de Renda e verbas previdenciárias por se tratarem de diferenças vencimentais”. (grifos nossos)

A decisão em tela concluiu pela extensão da decisão proferida pelo

Órgão Especial, que declarou a inconstitucionalidade do art. 5º, da Lei Estadual

nº 1.206/1987, no Mandado de Segurança nº 583/1987, confirmado pelo E.

Supremo Tribunal Federal, usufruindo deste entendimento somente um grupo de

cerca de 1.200 servidores, ao ajuizarem, em 1988, a Ação Ordinária nº

0024210.36.1988.8.19.0001, pleiteando a implementação do reajuste e cobrança

de valores atrasados, na qual o Estado do Rio de Janeiro foi obrigado a

implementar, com o devido trânsito em julgado os 24%, nos vencimentos dos

respectivos autores.

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OITAVA CÂMARA CÍVEL

Não foi garantida, desde então, a isonomia de vencimentos para

cargos iguais ou assemelhados do mesmo Poder, na forma prevista no art. 39,

§1º, da Constituição Federal de 1988, bem como o direito ao recebimento dos

atrasados, afastando assim a preliminar de ausência de interesse de agir o

interesse, com a caracterização da presença das condições da ação na presente

demanda. No tocante à prescrição de fundo de direito, esta é repelida por este

Magistrado com base na decisão proferida no incidente, ao concluir que a

relação jurídica deduzida neste feito tem natureza de obrigação de trato

sucessivo, evidenciando que o fundo de direito não foi alcançado pela prescrição,

sendo atingidas, apenas, as prestações vencidas no quinquênio anterior ao

ajuizamento da demanda, conforme dispõe o verbete 85 da jurisprudência

predominante do Superior Tribunal de Justiça.

Portanto, o entendimento adotado na aludida decisão e ratificado por

este Magistrado busca a prevalência do princípio da isonomia, previsto no artigo

37, X, da Constituição Federal e artigo 7º, parte final, da Emenda Constitucional

nº 41/2003, não ofendendo o aventado verbete sumular nº 339 do Supremo

Tribunal Federal, eis que a questão em tela versa sobre equiparação e extensão

de reajustes e não o aumento genérico de vencimentos.

Cumpre frisar que a decisão do Órgão Especial reconheceu o direito

aos serventuários de reajuste de vencimentos previsto na Lei nº 1.206/87,

estendido por decisão administrativa a todos os servidores do Poder Judiciário,

ativos e inativos. Isto porque o fato gerador do direito remonta a 1987,

inexistindo óbice de extensão do reajuste devido aos servidores agora inativos.

Sendo assim, aplica-se ao caso em análise o que estabelece o verbete

sumular nº 300 desta Corte, in verbis:

“Em respeito ao princípio constitucional da isonomia, os serventuários que não integraram o polo ativo da Ação Ordinária nº. 002420-36.1988.8.19.0000, fazem jus, a exemplo dos autores da referida ação, ao reajuste de 24% em seus vencimentos, bem como à percepção das diferenças, a serem pagas de uma única vez, devidamente corrigidas desde a data do pagamento efetuado àqueles, compensando-se os valores já quitados, por força do Processo Administrativo nº. 2010.259214, observada a prescrição quinquenal, a contar da propositura de cada demanda, bem como as condições pessoais e funcionais de cada serventuário, incidente Imposto de Renda e verbas previdenciárias por se tratarem de diferenças vencimentais”.

O exarado tem sido adotado pela jurisprudência predominante deste

Tribunal:

0146413-57.2012.8.19.0001 - APELACAO / REEXAME NECESSARIO - DES.

JAIME DIAS PINHEIRO FILHO - Julgamento: 05/02/2014 - SETIMA CAMARA CIVEL - APELAÇÃO CÍVEL. OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C COBRANÇA. EXTENSÃO DO REAJUSTE DE 24% AOS SERVIDORES DO PODER

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OITAVA CÂMARA CÍVEL

JUDICIÁRIO. INCONSTITUCIONALIDADE RECONHECIDA PELO ÓRGÃO ESPECIAL DESTA CORTE DE JUSTIÇA DO ART. 5º DA LEI ESTADUAL Nº 1.206/87. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. APELA O ESTADO ARGUINDO A PRESCRIÇÃO DO FUNDO DE DIREITO E SE INSURGINDO CONTRA A CONCESSÃO DE REAJUSTE EXCLUSIVO AOS SERVIDORES DA JUSTIÇA, APLICABILIDADE DO VERBETE SUMULAR Nº 339 DO STF, AUSÊNCIA DE PROVA DE DEFASAGEM SALARIAL, NULIDADE DE ATO QUE RESULTE EM AUMENTO DE DESPESA COM PESSOAL (ART. 21, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI COMPLEMENTAR 101/2000 ¿ LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL). IMPOSSIBILIDADE. O CERNE DA PRESENTE DEMANDA REFERE-SE À RELAÇÃO JURÍDICA DE TRATO SUCESSIVO E NÃO A QUESTÃO SOBRE FUNDO DE DIREITO. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. A JURISPRUDÊNCIA DO STF POSICIONA-SE NO SENTIDO DE QUE HÁ POSSIBILIDADE DE EXTENSÃO DE REAJUSTE REMUNERATÓRIO, QUANDO HOUVER CARÁTER GERAL A TODO O FUNCIONALISMO. A LEI Nº 1.206/87 NÃO TEVE O CONDÃO DE CONCEDER GANHO REAL, MAS APENAS REPOSIÇÃO DE PERDAS SALARIAIS, NOTADAMENTE, PORQUE, À ÉPOCA, ENFRENTÁVAMOS UM PERÍODO DE HIPERINFLAÇÃO. JULGAMENTO DO INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA COM DECISÃO PUBLICADA EM 09.01.2014, SEGUNDO O QUAL OS SERVENTUÁRIOS QUE NÃO INTEGRARAM A AÇÃO ORDINÁRIA ONDE FOI RECONHECIDO O DIREITO AO REAJUSTE EM COMENTO, FAZEM JUS À PERCEPÇÃO DO PERCENTUAL, RESPEITADOS O PRAZO PRESCRICIONAL, BEM COMO OS ABATIMENTOS REFERENTES AOS VALORES JÁ RECEBIDOS A ESSE TÍTULO POR FORÇA DE PROCESSO ADMINISTRATIVO DESTA CORTE. APLICABILIDADE DO ART. 557, CAPUT, DO CPC. CONHEÇO DO RECURSO E A ELE NEGO SEGUIMENTO

0483814-51.2011.8.19.0001 - APELACAO - DES. ANTONIO SALDANHA

PALHEIRO - Julgamento: 04/02/2014 - QUINTA CAMARA CIVEL - APELAÇÃO CÍVEL. ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL. SERVIDORES PÚBLICOS DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. REAJUSTE DE 24%. O ÓRGÃO ESPECIAL DESTE TRIBUNAL DE JUSTIÇA, NO INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA Nº 0064836-60.2012.8.19.0000, SUSCITADO POR ESTE CÂMARA, PACIFICOU O ENTENDIMENTO DE QUE OS SERVENTUÁRIOS QUE NÃO INTEGRARAM O POLO ATIVO DA AÇÃO Nº 0024210-36.1988.8.19.0000, EM RESPEITO AO PRINCÍPIO DA ISONOMIA, FAZEM JUS AO REAJUSTE DE 24% EM SEUS VENCIMENTOS, BEM COMO A PERCEPÇÃO DAS DIFERENÇAS, A SEREM PAGOS DE UMA ÚNICA VEZ, DEVIDAMENTE CORRIGIDAS DESDE A DATA DO PAGAMENTO EFETUADO ÀQUELES, COMPENSANDO-SE OS VALORES JÁ QUITADOS, POR FORÇA DO PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 2010.259214, OBSERVADA A PRESCRIÇÃO QUINQUENAL A CONTAR DA PROPOSITURA DE CADA DEMANDA E AS CONDIÇÕES PESSOAIS E FUNCIONAIS DE CADA SERVENTUÁRIO. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA QUE DEVE SER MANTIDA. DIREITO À EFETIVAÇÃO IMEDIATA DO REAJUSTE E RECEBIMENTO DAS DIFERENÇAS VENCIDAS, REFERENTES AOS CINCO ANOS ANTERIORES À PROPOSITURA DA AÇÃO. NÃO INCIDÊNCIA DA SÚMULA 339 DO STF, PORQUANTO NÃO SE TRATA DE AUMENTO DE VENCIMENTOS, MAS SIM DE REAJUSTE. JUROS DE MORA. INCIDÊNCIA DO ARTIGO 1º-F DA LEI Nº 9.494/97, EM SUA REDAÇÃO ORIGINAL. O PLENÁRIO DO STF MANIFESTOU-SE PELA INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL, POR ARRASTAMENTO, DO ARTIGO 5º DA LEI Nº 11.960/2009, QUE ALTEROU A REDAÇÃO DO ARTIGO 1º-F DA LEI Nº 9.494/97. NEGADO SEGUIMENTO AO RECURSO

Deve-se ressaltar que sobre as diferenças devidas, incidirá juros de

mora calculados no percentual de 0,5% ao mês, a partir da MP n. 2.180-35/2001

até o advento da Lei n. 11.960/2009, que deu nova redação ao art. 1º-F da Lei n.

9.494/1997, e no percentual estabelecido para a caderneta de poupança, a

partir da Lei n. 11.960/2009. Já a correção monetária, por força da declaração

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OITAVA CÂMARA CÍVEL

de inconstitucionalidade parcial do artigo 5º da Lei 11.960, deverá ser calculada

com base no IPCA, índice que melhor reflete a inflação acumulada do período,

nos moldes do seguinte aresto:

AgRg no REsp 1422349 / SP - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL

2013/0393430-7 - Relator(a): Ministro HUMBERTO MARTINS (1130) - Órgão Julgador: T2 - SEGUNDA TURMA - Data do Julgamento: 04/02/2014 - Data da Publicação/Fonte: DJe 10/02/2014- Ementa; PROCESSUAL CIVIL. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. ART. 1º-F DA LEI N. 9.494/97 COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI N. 11.960/09. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL POR ARRASTAMENTO (ADIN 4.357/DF). QUESTÃO DECIDIDA SOB O RITO DO ART. 543-C DO CPC. TRÂNSITO EM JULGADO. DESNECESSIDADE. JULGAMENTO DE ADI NO STF. SOBRESTAMENTO. INDEFERIMENTO. 1. O Plenário do STF declarou a inconstitucionalidade parcial por arrastamento do art. 5º da Lei n. 11.960/09, no julgamento da ADI 4357/DF, Rel. Min. Ayres Brito, em 14.3.2013. 2. A Primeira Seção, por unanimidade, na ocasião do julgamento do Recurso Especial repetitivo 1.270.439/PR, assentou que, nas condenações impostas à Fazenda Pública de natureza não tributária, os juros moratórios devem ser calculados com base no índice oficial de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança, nos termos da regra do art. 1º-F da Lei n. 9.494/97, com redação da Lei n. 11.960/09. Já a correção monetária, por força da declaração de inconstitucionalidade parcial do art. 5º da Lei n. 11.960/09, deverá ser calculada com base no IPCA, índice que melhor reflete a inflação acumulada do período. 3. A pendência de julgamento no STF de ação em que se discute a constitucionalidade de lei não enseja o sobrestamento dos recursos que tramitam no STJ. Cabível o exame de tal pretensão somente em eventual juízo de admissibilidade de Recurso Extraordinário interposto nesta Corte Superior. 4. A jurisprudência do STJ assenta-se no assenta-sentido de que, para fins de aplicação do art. 543-C do CPC, é desnecessário que o recurso especial representativo de matéria repetitiva tenha transitado em julgado. 5. Não há falar em afronta ao artigo 97 da Constituição Federal, pois o art. 5º da Lei n. 11.960/09 já teve a inconstitucionalidade parcialmente reconhecida pelo STF, não cabendo novo reconhecimento da inconstitucionalidade por esta Corte. Ademais, nos termos em que foi editada a Súmula Vinculante 10 do STF, a violação à cláusula de reserva de plenário só ocorre quando a decisão, embora sem explicitar, afasta a incidência da norma ordinária pertinente à lide, para decidi-la sob critérios diversos alegadamente extraídos da Constituição. 6. A correção monetária e os juros de mora, como consectários legais da condenação principal, possuem natureza de ordem pública e podem ser analisados até mesmo de ofício, bastando que a matéria tenha sido debatida na Corte de origem. Logo, não há falar em reformatio in pejus. Agravo regimental improvido.

EDcl no AgRg nos EmbExeMS 7894 / DF

- EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS À EXECUÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA 2008/0282452-9 - Relator(a): Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR (1148) - Órgão Julgador: S3 - TERCEIRA SEÇÃO - Data do Julgamento: 11/12/2013 -Data da Publicação/Fonte: DJe 18/12/2013- Ementa: PROCESSO CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE. EXISTÊNCIA. EMBARGOS À EXECUÇÃO. VERBAS REMUNERATÓRIAS. JUROS DE MORA DEVIDOS PELA FAZENDA PÚBLICA. INCIDÊNCIA DA LEI N. 11.960/2009, QUE ALTEROU O ART. 1º-F DA LEI N. 9.494/1997. NATUREZA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA AOS PROCESSOS EM CURSO, QUANDO DA SUA VIGÊNCIA. EFEITO RETROATIVO. IMPOSSIBILIDADE. ART. 5º DA LEI N. 11.960/2009. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL, POR ARRASTAMENTO (ADIN N. 4.357/DF). 1. Os embargos de declaração somente são cabíveis quando presente, ao menos, uma das hipóteses previstas no art. 535 do Código de Processo Civil. 2. A incidência de juros de mora deve ser calculada no percentual de 0,5% ao mês, a partir da MP n. 2.180-35/2001 até o advento da Lei n.11.960/2009, que deu nova redação ao art. 1º-F da Lei n. 9.494/1997, e no percentual

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OITAVA CÂMARA CÍVEL

estabelecido para a caderneta de poupança, a partir da Lei n. 11.960/2009. 3. Já a correção monetária, por força da declaração de inconstitucionalidade parcial do art. 5º da Lei n. 11.960/2009 pelo Supremo Tribunal Federal na ADIn n. 4.357/DF (Relator o Ministro Ayres Britto), deve ser calculada com base no IPCA, índice que melhor reflete a inflação acumulada do período. 4. A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, seguindo a compreensão do Supremo Tribunal Federal, julgou a controvérsia em sede de recurso especial repetitivo (REsp n. 1.270.439/PR). 5. Embargos de declaração acolhidos sem efeitos modificativos.

Ressalte-se, ainda, a prescindibilidade de publicação da decisão que

declarou a inconstitucionalidade parcial por arrastamento do artigo 1º-F da Lei

11.960/09 para que haja a produção de seus efeitos, eis que no momento de sua

declaração há imediata retirada da norma legal do mundo jurídico, sob pena de

deixar viger uma regra em confronto declarado com a Constituição Federal.

Segue recente decisão do Superior Tribunal de Justiça que corrobora tal

entendimento:

PROCESSUAL CIVIL. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. ART. 1º-F DA LEI N. 9.494/97 COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI N. 11.960/09. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL POR ARRASTAMENTO (ADIN 4.357/DF). QUESTÃO DECIDIDA SOB O RITO DO ART. 543-C DO CPC. TRÂNSITO EM JULGADO. DESNECESSIDADE. JULGAMENTO DE ADI NO STF. SOBRESTAMENTO.

INDEFERIMENTO.

1. O Plenário do STF declarou a inconstitucionalidade parcial por arrastamento do art. 5º da Lei n. 11.960/09, no julgamento da ADI 4357/DF, Rel. Min. Ayres Brito, em 14.3.2013.

2. A Primeira Seção, por unanimidade, na ocasião do julgamento do Recurso Especial repetitivo 1.270.439/PR, assentou que, nas condenações impostas à Fazenda Pública de natureza não tributária, os juros moratórios devem ser calculados com base no índice oficial de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança, nos termos da regra do art. 1º-F da Lei n. 9.494/97, com redação da Lei n. 11.960/09. Já a correção monetária, por força da declaração de inconstitucionalidade parcial do art. 5º da Lei n. 11.960/09, deverá ser calculada com base no IPCA, índice que melhor reflete a inflação acumulada do período.

3. A pendência de julgamento no STF de ação em que se discute a constitucionalidade de lei não enseja o sobrestamento dos recursos que tramitam no STJ. Cabível o exame de tal pretensão somente em eventual juízo de admissibilidade de Recurso Extraordinário interposto nesta Corte Superior.

4. A jurisprudência do STJ assenta-se no sentido de que, para fins de aplicação do art. 543-C do CPC, é desnecessário que o recurso especial representativo de matéria repetitiva tenha transitado em julgado.

5. Não há falar em afronta ao artigo 97 da Constituição Federal, pois o art. 5º da Lei n. 11.960/09 já teve a inconstitucionalidade parcialmente reconhecida pelo STF, não cabendo novo reconhecimento da inconstitucionalidade por esta Corte. Ademais, nos termos em que foi editada a Súmula Vinculante 10 do STF, a violação à cláusula de reserva de plenário só ocorre quando a decisão, embora sem explicitar, afasta a incidência da norma ordinária pertinente à lide, para decidi-la sob critérios diversos alegadamente extraídos da Constituição.

6. A correção monetária e os juros de mora, como consectários legais da condenação principal, possuem natureza de ordem pública e podem ser analisados até mesmo de ofício, bastando que a matéria tenha sido debatida na Corte de origem. Logo, não há falar em reformatio in pejus.

Agravo regimental improvido.

(AgRg no REsp 1422349/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 04/02/2014, DJe 10/02/2014)

(9)

OITAVA CÂMARA CÍVEL

Diante do exposto, na forma do artigo 557 do Código de Processo

Civil, CONHEÇO O RECURSO E NEGO-LHE PROVIMENTO. Em REEXAME

NECESSÁRIO, reformo a sentença a fim de que (i) a correção monetária seja

calculada com base no índice IPCA, conforme recente entendimento do Superior

Tribunal de Justiça; (ii) os juros moratórios sejam no percentual de 0,5% ao

mês, a partir da data de publicação da MP 2.180-35/2001, que acrescentou o

art. 1º-F à Lei 9.494/1997 até advento da Lei 11.960/2009, que deu nova

redação ao art. 1º-F da Lei 9.494/1997; e no percentual estabelecido para

caderneta de poupança, a partir da edição da Lei 11.960/2009.

Rio de Janeiro, 23 de setembro de 2014.

Cezar Augusto Rodrigues Costa

Desembargador Relator

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