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1. O Projeto Piloto para alfabetização de crianças com seis anos da SEDUC/RS

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ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS COM SEIS ANOS (PROGRAMA CIRCUITO CAMPEÃO DO INSTITUTO AYRTON SENNA/SP)

PERES, Eliane/PPGE-FAE-UFPEL/etperes@terra.com.br

DIETRICH, Mara Denise N./ Bolsista PIBIC-CNPq/maradietrich@gmail.com EIXO: Políticas Públicas e Gestão Educacional / n. 11

Agência financiadora: CNPq Introdução

O presente estudo refere-se à implantação do Ensino Fundamental de nove anos e procura analisar o Projeto Piloto para a alfabetização de crianças com seis anos, promovido pela Secretaria Estadual de Educação (SEDUC) do Estado do Rio Grande do Sul desde 2007. Neste trabalho analisamos a adoção do programa Circuito Campeão, do Instituto Ayrton Senna de São Paulo - uma das quatro instituições contratadas para desenvolver o projeto piloto no Estado -, pela 5ª Coordenadoria Regional de Educação (5ª CRE), de Pelotas/RS.

A metodologia utilizada neste estudo foi a análise do próprio Projeto-Piloto para a Alfabetização de crianças com seis anos da SEDUC/RS, UNESCO e UNDIME/Seção RS, de 2007, do Relatório da 1ª Avaliação dos alunos da série inicial (1º ano) feita pelo Instituto Ayrton Senna (IAS), e de documentos coletados na 5ª CRE, como, por exemplo, fichas, relatórios, formulários, provas de Língua Portuguesa e Matemática do Projeto Circuito Campeã, IAS, aplicadas nas turmas experimentais da 5ª CRE. Além disso, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com a responsável pelo Projeto Piloto de Alfabetização na 5ª CRE/Pelotas, com uma coordenadora pedagógica que acompanha uma classe experimental, com três professoras alfabetizadoras de classes de 1º ano. Também foram acompanhadas e registradas reuniões de coordenadoras de escolas envolvidas no projeto Circuito Campeão. Em especial foram registradas, no diário de campo, falas de treze coordenadoras pedagógicas tanto de Pelotas, quanto de São Lourenço do Sul e de Piratini (municípios que fazem parte da 5ª Coordenadoria), durante o “Primeiro Encontro de Coordenadoras Pedagógicas”, promovido em agosto de 2007 pela 5ª CRE em parceria com o IAS para abordar, discutir e avaliar o andamento e os resultados obtidos no projeto no primeiro semestre nas respectivas instituições de ensino onde o projeto foi implantado desde início de 2007. Na pesquisa também estão sendo feitas observações na sala de aula

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de uma professora alfabetizadora da rede estadual de ensino de Pelotas envolvida no referido projeto piloto.

O Ensino Fundamental de nove anos com ingresso das crianças com seis anos é uma temática nova, polêmica e controversa no cenário educacional brasileiro. Nesse sentido, consideramos, como Santos e Vieira (2006, p. 778), que:

Existe necessidade de trabalho de pesquisa, acompanhamento e avaliação acerca desses processos decorrentes de decisões sobre políticas públicas, especificamente de educação, que produzem impacto no cotidiano das instituições escolares e na vida das famílias com filhos em idade escolar. Isso é de fundamental importância para construir posicionamentos mais bem fundamentados sobre as questões educacionais. Nesse sentido, é importante problematizar uma medida que aparentemente produz adesões acaloradas. É preciso tratar o ingresso de criança de 6 anos no ensino fundamental ampliado como objeto de pesquisa, como fenômeno a ser interrogado, na perspectiva da uma análise política, sociológica e pedagógica. Sair do lugar do “sou contra” ou “sou a favor”, ou quem é a favor é “democrático”, quem é contra ou levanta questões é “atrasado”.

Assim sendo, nosso primeiro movimento é o de constituir, no debate público, possibilidades de avançar na pesquisa aprofundando, como indicam Santos e Vieira (2006), os aspectos políticos, sociológicos e pedagógicos da política de ampliação do Ensino Fundamental para nove anos, em especial o caso das classes experimentais de alfabetização em andamento neste ano de 2007, no Rio Grande do Sul.

1. O Projeto Piloto para alfabetização de crianças com seis anos da SEDUC/RS

A lei federal nº 11.274, de 06 de fevereiro de 2006, alterou “a redação dos artigos 29, 30, 32 e 87 da Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, dispondo sobre a duração de 9 (nove) anos para o Ensino Fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade”. O artigo 3º da lei de 2006 prevê que: “O art. 32 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação:

Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão” (...).

Conforme o artigo 5º da lei 11.274, “os Municípios, os Estados e o Distrito Federal terão prazo até 2010 para implementar a obrigatoriedade para o Ensino Fundamental de nove anos, bem como as escolas particulares devem cumprir o mesmo prazo definido para os sistemas públicos de ensino”.

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Com base nessas alterações a Secretaria de Estado da Educação do Rio Grande do Sul, como coordenadora de políticas no âmbito do Estado, e a União Nacional de Dirigentes Municipais de Educação – Seção Rio Grande do Sul – UNDIME/RS, em regime de colaboração, com apoio do Escritório Antena da UNESCO no Estado, elaborou e está executando um projeto de alfabetização de crianças com seis anos de idade com o objetivo de realizar uma experiência piloto.

O referido projeto indica que “trata-se de três programas de intervenção pedagógica com foco na alfabetização, com vistas à construção do padrão de alfabetização a ser alcançado pelos alunos do primeiro ano do ensino fundamental de nove anos, mediante a definição da correspondente matriz de competência e habilidades cognitivas no período de fevereiro a dezembro de 2007” (Projeto Piloto para Alfabetização de crianças com seis anos, SEDUC/RS, 2007). Com esse objetivo foram contratadas quatro instituições que realizam trabalhos na alfabetização e na avaliação educacional, a saber: Instituto Ayrton Senna, com sede em São Paulo/SP, que desenvolve programa de gerenciamento da aprendizagem nos primeiros anos do Ensino Fundamental, denominado Circuito Campeão, que promove ações para fortalecer a gestão do ensino e da aprendizagem, buscando alcançar 95% de alfabetização no 1º ano, mediante sistemática de acompanhamento e análise de resultados para a tomada de decisões. Esse foi o projeto adotado pela 5ª CRE de Pelotas/RS. Grupo de Estudos sobre Educação, Metodologia de Pesquisa e Ação – GEEMPA, com sede em Porto Alegre/RS, que desenvolve um programa de alfabetização com bases teóricas do pós-construtivismo (psicogênese da alfabetização – níveis pré-silábico, silábico e alfabético – e interação social nas aprendizagens). Instituto Alfa e Beto, com sede em Belo Horizonte/MG, que desenvolve um programa para a alfabetização de crianças de 6 e 7 anos, com base no método fônico. Por fim, a Fundação CESGRANRIO, do Rio de Janeiro, que é responsável pelo cadastramento dos alunos, aplicação do teste de prontidão para a alfabetização, do teste da avaliação somativa e apresentação de resultados de desempenho e de movimentação escolar (Projeto Piloto, SEDUC/RS, 2007).

O orçamento do Instituto Ayrton Senna para o Estado do RS para implantar o projeto Circuito Campeão é o equivalente a R$ 100,00 por aluno/ano, incluindo a capacitação, o material didático-pedagógico, a supervisão e as despesas de viagem e hospedagem dos membros da equipe técnica do Instituto. O projeto prevê a instalação de 200 turmas no Estado; multiplicado pela média de 25 alunos por turma ao custo de R$ 100,00 o total recebido pelo Instituto Ayrton Senna é de R$ 500.000,00. O custo total do Projeto Piloto

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para alfabetização de crianças com seis anos de idade do RS gira em torno de R$ 1.609.150,00 divididos entre o GEEMPA, o Alfa e Beto, o Instituto Ayrton Senna e a Fundação CESGRANRIO (Projeto Piloto da SEDUC/RS, 2007).

O Projeto Piloto de alfabetização de crianças de seis anos da SEDUC/RS teve inicio com o cadastramento dos alunos e a aplicação de testes de prontidão para alfabetização no inicio do ano letivo pela CESGRANRIO1. O objetivo, com a aplicação desses testes e das provas no final do ano, é o de analisar, observar e avaliar, de forma somativa, os resultados do desempenho e das aprendizagens e a movimentação escolar dos alunos, tanto no inicio das aulas, quanto no final do ano letivo. Esses testes de prontidão e as provas de avaliação da aprendizagem realizadas durante o ano são compostos por questões selecionadas em conjunto com o respectivo responsável pelo programa de alfabetização participante na experiência, no caso da 5ª CRE, o projeto Circuito Campeão, do IAS.

Segundo o Projeto-Piloto para alfabetização de crianças com seis anos da SEDUC/RS, 2007, as etapas de desenvolvimentodo referido projeto são as seguintes:

Em fevereiro de 2007, foi o período denominado de “Mobilização”, que teve as seguintes atividades:

1. reunião com representantes das coordenadorias regionais da Secretaria Estadual Educação e Secretários Municipais de Educação e com a presença das quatro instituições participantes do projeto, em Porto Alegre, no dia 14 de fevereiro de 2007;

2. reuniões nos Municípios com os diretores e alfabetizadores das escolas estaduais e municipais para adesão ao projeto e escolha do programa a ser implementado, com assinatura do termo de adesão ao projeto por escola.

No mês de março as seguintes etapas estavam previstas e foram realizadas: 1. captação de recursos financeiros;

2. capacitação dos aplicadores dos testes de prontidão para alfabetização nos alunos pela fundação CESGRANRIO;

3. aplicação dos testes de prontidão para alfabetização nos alunos nas escolas pelos aplicadores;

1 Embora dispomos de todo material referente aos “teste de prontidão” da CESGRANRIO, em função do

limite do texto não será possível aqui a análise desse material Segundo o cronograma estabelecido no Projeto Piloto, haverá, ainda, a aplicação de provas de avaliação no final do ano, durante a primeira quinzena do mês de dezembro, pela CESGRANRIO.

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4. capacitação dos alfabetizadores, diretores e coordenadores pedagógicos pelas especialistas de cada um dos três programas de alfabetização participantes do projeto;

5. disponibilização dos respectivos materiais didático-pedagógicos às escolas.

Em abril teve inicio o trabalho pedagógico em sala de aula. Para além disso, foram previstas para o ano letivo:

1. acompanhamento dos diretores, coordenadores e alfabetizadores pelos supervisores designados pela Secretaria de Educação e Secretarias Municipais de Educação participantes do projeto, com assistência técnica dos responsáveis pelos três programas de alfabetização;

2. participação dos diretores, coordenadores e alfabetizadores em novos momentos de capacitação, de acordo com os planejamentos específicos de cada um dos três programas de alfabetização;

3. aplicação das avaliações formativas nos momentos previstos em cada um dos três programas de alfabetização;

Ainda no final do ano letivo de 2007 serão executadas as seguintes atividades:

1. aplicação, pela fundação CESGRANRIO, de teste de leitura, escrita e Matemática nas turmas participantes do projeto, incluindo as de controle;

2. devolução dos resultados às escolas e às professores num boletim com o desempenho de cada aluno da turma e com a analise da movimentação escolar – aprovação, reprovação, afastamento por abandono ou transferência, por escola; 3. encaminhamento do processo de definição da matriz de competências e habilidades

cognitivas de Leitura, Escrita e Matemática, a serem desenvolvidas com alunos de seis anos no primeiro ano do ensino fundamental de nove anos na rede estadual e, por adesão, em redes municipais de ensino no estado do Rio Grande do Sul. (Projeto Piloto, SEDUC/RS, 2007).

Esse processo é que temos procurado acompanhar na 5ª CRE de Pelotas/RS que aderiu ao programa Circuito Campeão do Instituto Ayrton Senna de São Paulo.

2. O programa Circuito Campeão do Instituto Ayrton Senna na 5ª CRE de Pelotas

Na 5ª CRE, em adesão ao programa Circuito Campeão do IAS, no início do ano letivo, foram realizadas reuniões com diretoras/es e professoras/es das escolas selecionadas para o projeto piloto com o objetivo de apresentar o referido projeto e a aprovação da proposta,

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para que então as escolas confirmassem sua adesão. Em meados de março e abril de 2007 foram realizados, em Porto Alegre, cursos de capacitação para as professoras alfabetizadoras com os integrantes do IAS, com carga horária de 40 horas/aula. Já as coordenadoras pedagógicas das escolas realizaram a capacitação na cidade de Pelotas em um único dia sob a responsabilidade do Instituto e da 5ª CRE. No programa Circuito Campeão as coordenadoras de escola têm funções importantes, como, por exemplo, o acompanhamento, a avaliação, a coleta e a sistematização de dados, entre outras atividades. No início do ano letivo as professoras receberam as “matrizes de habilidades cognitivas de Língua Portuguesa e de Matemática”, ou seja, os componentes curriculares, como são denominados pelas professoras alfabetizadoras, a serem desenvolvidas durante os quatro bimestres, divididas em eixos temáticos: 1) Língua Portuguesa, que abrange as práticas de leitura, as práticas de escrita e produção de texto, a linguagem oral; 2) Matemática, abrangendo números e operações, espaço e forma, grandezas e medidas, além da forma de tratamento da informação, que, segundo a matriz de habilidades do IAS, é forma que os alunos registram as informações por meio de estratégias próprias de aprendizagem, ou seja, a forma de os alunos descreverem o “caminho” que percorrem para chegar a resolução das atividades que são propostas em sala de aula pela professora.

Segundo as professoras entrevistadas na pesquisa, a afirmativa do IAS é a de que o trabalho do/a professor/a deve se desenvolver independentemente da concepção de educação, de alfabetização ou de método de ensino. O programa Circuito Campeão é uma proposta de gerenciamento de sala de aula. As professoras devem preencher fichas e relatórios de acompanhamento do desenvolvimento dos alunos com relação a vários aspectos como, por exemplo, a avaliação das aprendizagens, o desenvolvimento de habilidades, o uso de materiais pedagógicos específicos, as aprendizagens significativas, a auto-estima, a relação professor-aluno, o apoio ao professor, o ambiente da aprendizagem e a própria gestão das aprendizagens mediante observação, registro e análise acerca da freqüência do aluno, da realização da lição de casa, da quantidade de livros lidos por aluno relacionados aos temas de maior interesse, do desenvolvimento da leitura, da escrita e da língua oral, dos erros cometidos, do relacionamento com a professora e com os colegas, de como cada aluno se encontra em relação à média da turma. Há o estabelecimento de uma rotina de aula que prevê o recebimento dos alunos na escola e na sala de aula, a correção da lição de casa, o “Para Casa”2, a formação de hábitos de leitura, o desenvolvimento da

2 É interessante registrar que a expressão “Para Casa”, comum no sudeste do país é estranha às crianças do

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aula, a revisão do quê os alunos aprenderam durante a aula e o encaminhamento da lição de casa.

Um dos objetivos do Circuito Campeão é o de assegurar a todas as crianças matriculadas no Ensino Fundamental um tempo mais longo de convívio escolar com maiores oportunidades de aprendizagem. A aprendizagem, segundo o IAS, não depende apenas do aumento do tempo de permanência na escola, mas também do emprego mais eficaz desse tempo, para que todos aprendam mais e de maneira mais prazerosa (IAS, 2007).

O programa Circuito Campeão estabelece alguns indicadores e metas que devem ser atingidas durante o ano, conforme visto no quadro abaixo:

Quadro 1

Indicadores e metas que devem ser atingidas durante o ano letivo de 2007

Indicadores Metas

Dias letivos/horas aula 220 dias/800 horas

Freqüência do professor 98%

Freqüência do aluno 98%

Reprovação por falta 2%

Índices de aprovação 95%

Correção de fluxo 5% de distorção idade/série

Alfabetização na 1ª série 95%

Fonte: IAS, 2007.

Segundo dados disponibilizados pela 5ª CRE, em sua região de abrangência, em 2007, o programa Circuito Campeão está em andamento em 24 escolas estaduais (19 em Pelotas, uma em Arroio Grande, uma em Herval, uma em Piratini, duas em São Lourenço do Sul) e em 04 escolas municipais (duas no município de Arroio Grande, uma em Herval, uma em Piratini), totalizando, assim, 28 escolas e 30 turmas, somando 751 alunos envolvidos, como podemos visualizar no quadro abaixo:

Quadro 2

Escolas e turmas participantes do Projeto Piloto Circuito Campeão IAS na 5ª CRE

Municípios Redes

Estadual Municipal

Escolas Turmas Escolas Turmas

Arroio Grande 1 1 2 2 Herval - - 1 1 Pedro Osório 1 1 - - Pelotas 19 25 - - Piratini 1 1 1 1 “Tema”, como é denominado as tarefas de casa. A manutenção da expressão “Para Casa” evidencia o desconhecimento da realidade em que o projeto esta sendo “aplicado”.

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São Lourenço do Sul 2 2 - -

Total 24 30 4 4

Fonte: 5ª CRE – Coordenadoria Regional de Educação – 07/2007.

As professoras fazem o acompanhamento diário do desenvolvimento de seus alunos em sala de aula, registrando todos os processos em fichas e relatórios, que mensalmente são entregues à coordenadora pedagógica da escola que analisa e sintetiza esses dados e os repassa para a professora responsável pelo projeto na 5ª CRE. Essa, por sua vez, repassa todos os dados para o banco de dados via on-line do sistema informatizado do IAS, denominado SIASI. Aescola e as turmas envolvidas no projeto são identificadas por um código de acesso pela 5ª CRE e pela Fundação CESGRANRIO, para fins de avaliação. Há, portanto, uma forte burocratização do processo que, via de regra, não tem sido bem aceito por professoras envolvidas no projeto.

As professoras tinham, no início do ano, grande expectativa com o recebimento do material pedagógico do IAS, acordado no projeto com a SEDUC/RS. Cada turma envolvida no projeto recebeu os seguintes materiais para serem utilizados em sala de aula: 20 livros de literatura infantil; 06 conjuntos de alfabeto móvel e 06 conjuntos numéricos em E.v.a.

Nas entrevistas realizadas, evidenciamos alguns sentimentos das professoras alfabetizadoras em relação ao trabalho, que podem ser observados abaixo:

Frustração! Levei um banho de água fria quando cheguei em Porto Alegre e vi que o projeto do Instituto Ayrton Senna estimulava a competição entre os alunos e que o material que iríamos receber e recebemos se limitava apenas a livros e jogos em E.V.A. (Professora M, 2007).

Estou me tornando um zumbi, pois a carga horária de trabalho com o preenchimento de fichas, relatórios e os planejamentos de aulas... é exageradamente grande (Professora LC, 2007).

Nós somos meros aplicadores do projeto e eles [IAS e a 5ª CRE] desconsideram a nossa posição de educadores (Professora L, 2007).

Me sinto muito solta! A gente fica trabalhando no projeto e como alfabetizadoras não temos tido encontros com as outras professoras para dialogar e trocar experiências, pois é importante saber como a professora lá no [Bairro] Areal trabalha com o 1º ano dela, como podemos melhor, não há essa troca. É um projeto coordenado e deu! Não temos retorno algum de nada. De nada adianta o projeto querer 100% de aprovação se a escola não auxilia o professor e se ela não dá apoio e suporte ao aluno para vencer as suas dificuldades (Professora R, 2007).

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A fala de uma coordenadora de escola foi a seguinte:

Constantemente me questiono: o que devo fazer para que o projeto dê certo, pois as professoras não queriam aderir ao projeto, mas como eu e a escola acreditamos no projeto, pressionamos as professoras a aceitarem o projeto e agora estamos obtendo bons resultados (Coordenadora Pedagógica E. Encontro das CPs, 5ªCRE/IAS, 01.08.07). A coordenadora do programa Circuito Campeão na 5ª CRE assim manifestou-se na reunião das coordenadoras de escola em relação ao andamento do projeto:

(...) Realizei duas reuniões com as professoras alfabetizadoras e no terceiro encontro a grande maioria não compareceu (apenas três professoras vieram). Elas não demonstram muito interesse pelas reuniões e acabam não vindo. E vocês, como coordenadoras pedagógicas do projeto precisam me fornecer dados precisos, se não eu sofrei as conseqüências e isso não pode acontecer...

Gente, teve uma professora que até o mês de junho não realizou as rotinas em sala de aula, porque ela não havia compreendido o porquê de realizar a rotina. Isso não pode ocorrer!.

E uma outra turma ficou do dia 2 de julho até 4 de setembro sem aula por falta de professora que adoeceu e se afastou da escola. E neste caso terei que reformular um novo calendário para essa turma. (Coordenadora do Projeto Circuito Campeão na 5ª CRE, 09.01.07, curso FOCO 5ª CRE/IAS).

As poucas manifestações aqui reproduzidas revelam, entre outras coisas, a ausência de um debate mais amplo e de uma participação mais efetiva da comunidade escolar, principalmente das professoras alfabetizadoras no processo.

Luc Brunet (1995) considera que o êxito de novas políticas ou de novas culturas organizacionais, o planejamento de projetos de intervenção e de inovação, a própria eficácia da escola e o sucesso dos alunos estão relacionados ao clima organizacional da escola e, acrescentaríamos, a própria ação docente. Portanto, uma política educacional como a ampliação do Ensino Fundamental de nove anos com a matrícula obrigatória das crianças de seis anos poderá resultar diferente tendo em vista as diferentes realidades escolares e docentes. Contudo, sabe-se que nenhuma nova política educacional terá resultados positivos sem a ampla adesão de professoras e professores.

Além disso, é preciso levar em consideração as observações de Santos e Vieira (2006, p.789-790):

(...) As reformas ou mudanças no sistema educacional devem se fazer acompanhar de um maior investimento no apoio à sua implementação, em um período maior de tempo. Mudanças educacionais somente se consolidam no interior da cultura

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escolar se for fomentado o entusiasmo que se observa no processo de sua implantação e neutralizadas as oposições que possam gerar.

Portanto, o debate, o estudo, a avaliação, a possibilidade de formação dos docentes, de discussão com toda a comunidade escolar não pode ser apenas no momento primeiro da implantação de uma política, mas ao longo de um período que permita consolidar, na prática, a mudança proposta; tampouco essa implantação poderá ficar nas “mãos” de uma única instituição ou contar com um tipo único de avaliação. O processo deve ser amplo, democrático e participativo. Na ampliação do Ensino Fundamental para nove anos o trabalho de acompanhamento deverá estender-se por alguns anos para que efetivamente possamos avaliar o impacto disso no campo educacional, além de prever um conjunto de ações, de atores e de instituições que possam efetiva e colaborativamente construir propostas e projetos coletivos para a alfabetização de crianças com seis anos, em específico, e para todo Ensino Fundamental, em geral.

3. A avaliação no programa Circuito Campeão: as provas de Língua Portuguesa e Matemática aplicadas pelo IAS

Além da CESGRANRIO, o IAS, no caso da 5ª CRE, aplica provas de conhecimento de Língua Portuguesa e de Matemática aos alunos matriculados no 1º ano. Essas provas são elaboradas pelo IAS considerando as matrizes de habilidades do próprio Instituto, que foram distribuídas às professoras no início do ano letivo. As provas são enviadas às escolas em envelopes lacrados, juntamente com fichas, tanto de Língua Portuguesa quanto de Matemática, contendo as informações em relação ao procedimento de aplicação e correção de cada questão. Essas fichas contêm também os chamados descritores que são avaliados em cada prova.

Com relação à prova de Língua Portuguesa foram avaliadas questões referentes às matrizes de habilidades do programa que envolve a leitura e a escrita, e na prova de Matemática questões de números e operações, espaço e forma, grandezas e medidas, além da forma do tratamento da informação. Depois de aplicadas, as provas são corrigidas pela professora da classe, juntamente com a coordenadora pedagógica da escola e os resultados sintetizados em planilhas próprias para esse fim e repassados para a 5ª CRE que, automaticamente, repassa esses resultados para o sistema on-line SIASI do Instituto Ayrton Senna, em SP.

Os dados referentes às primeiras provas aplicadas no mês de junho pelo IAS foram disponibilizados através de um relatório que apresenta os resultados de todos os Estados

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brasileiros e Municípios envolvidos no projeto, demonstrando os índices que foram atingidos pelos alunos em cada área de conhecimento testada (IAS, Relatório, 2007).

Segundo o relatório do IAS, há 50.500 alunos envolvidos no projeto da série inicial (1º ano) em todo o Brasil, sendo 3.814 no Rio Grande do Sul3. As provas de Língua Portuguesa e Matemática foram aplicadas a 83,9% desses 50.500 alunos. Considerando esses números e os descritos de cada área testada, o relatório do IAS apresenta os seguintes resultados obtidos pelos alunos em junho de 2007. Observe-se que as porcentagens referem-se ao percentual de alunos que NÃO atingiu a habilidade exigida no descritor:

Quadro 3

Resultados obtidos nas provas de Língua Portuguesa Descritores Total geral de

alunos

% geral % RS

1 Escrever o próprio nome por completo. 6.757 16,0 7,3 2 Representar personagens de história ouvida. 3.258 7,7 6,4 3 Localizar os espaços em branco entre palavras,

em pequenas frases.

10.778 25,5 30,9

4 Corresponder palavras conhecidas às figuras. 9.721 23,0 29,2 5 Escrever nomes de desenhos. 16.896 39,9 56,7 6 Agrupar nomes que iniciam-se com a mesma

letra.

7.493 17,7 18,9

7 Cumpri instruções de jogos ou brincadeiras lidas por outrem.

7.203 17,0 13,4

Fonte: SIASI - Sistema Informatizado do Instituto Ayrton Senna /2007.

O estado do Rio Grande do Sul apresentou, conforme tabela acima, melhores índices em três descritores (1, 2, 7) e ficou abaixo da média nacional em quatro deles (3, 4, 4, 6). Pelo relatório, o desempenho mais desfavorável no Estado foi no descritor 5, com 56,7% de alunos que não atingiram o resultado positivo na questão proposta. A atividade da prova para testar o descritor 5 está abaixo reproduzida:

(Fonte: IAS. Prova de Língua Portuguesa, 2007).

3 Segundo o relatório, os outros estados/regiões são: Mato Grosso, Paraíba, Pernambuco, Municípios da Rede

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Além do descritor, na planilha de orientação das provas, há critérios de aplicação e critérios de correção. Os critérios gerais para a aplicação têm as seguintes orientações: a) Todos os enunciados e alternativas deverão ser lidos e explicados pelo (a) professor (a); b) O (A) professor (A) deverá ler cada em voz alta e aguardar pela resposta dos alunos. No caso específico do item 5, Escrever nomes de desenhos (56, 7% dos alunos no RS não se saíram bem), o critério de aplicação é o seguinte: 5) O professor poderá dizer os nomes das figuras: vaca, cavalo, foca, macaco, bode, girafa. Já nos critérios para a correção (para que a habilidade seja considerada desenvolvida), no caso específico do item 5, as professoras devem considerar correto quando o aluno: escrever de forma legível, pelo menos, os nomes de 4 animais, mesmo com incorreções ortográficas (IAS, 1ª Avaliação de Língua Portuguesa, 2007).

O IAS, considerando os resultados obtidos na prova de Língua Portuguesa, propõe os seguintes questionamentos: os professores planejam a partir das matrizes de habilidades? Favorecem a escrita pelos alunos, de palavras, frases e textos? Produzem textos coletivos? Como entendem os erros cometidos pelos alunos?Como organizam a turma de modo a favorecer a troca de saberes entre todos? Como o alfabeto móvel está sendo utilizado nas aulas? Que encaminhamentos são dados a partir dos resultados da avaliação? (IAS, Relatório, 2007).

Em relação à área da Matemática, os resultados da 1ª Avaliação do IAS, estão assim apresentados:

Quadro 4

Resultados obtidos nas provas de Matemática Descritores Total geral de

alunos

% Geral % RS

1 Organizar informações pessoais. 8.655 20,5 14,0 2 Reconhecer a mesma quantidade de objetos

independentemente da disposição em que foram agrupados.

3.602 8,5 6,7

3 Contar objetos e registrar a quantidade. (9). 5.736 13,6 11,5 4 Resolver situação-problema utilizando-se de

estratégias próprias.

14.717 34,9 47,8

5 Contar objetos e registrar a quantidade. (6,4,7). 5.027 11,9 12,6 6 Representar quantidades por meio de desenhos. 7.348 17,4 22,0 7 Distinguir objetos que rolam dos que não rolam. 6.215 14,7 16,1 8 Comparar objetos quanto à espessura. 4.539 10,8 10,9

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Fonte: SIASI - Sistema Informatizado do Instituto Ayrton Senna /2007.

Os alunos gaúchos do 1º ano do Ensino Fundamental, pelos dados disponibilizados, ficaram acima da média em três dos descritores (1, 2, 3), na área de Matemática, e tiveram mais erros, comparado ao índice nacional, em três descritores (4, 5, 6, 7) e praticamente fizeram a mesma média no descritor 8.

O resultado mais desfavorável no Estado do RS teria sido no item 4, resolver situação-problema utilizando-se de estratégias próprias. Nesse caso, a atividade da prova para testar o descritor é a que segue abaixo:

(Fonte: IAS. Prova de Matemática, 2007).

Os critérios para a aplicação têm as orientações gerais como no caso da prova de Língua Portuguesa. Já no critério para a correção, para o caso específico do item 4, as professoras deveriam considerar o acerto, de pelo menos, o número de pontos de um tabuleiro: 8 ou 5.

Para o caso de alunos que não desenvolveram as habilidades matemáticas o IAS, através do SIASI, recomenda intervenções na formação e planejamento dos professores, estimulando-os a desenvolverem nas crianças a contagem de objetos, em uma variedade de situações e de desafios para que consigam resolver situações-problemas e construir o sistema e numeração decimal. Alguns questionamentos são propostos, como por exemplo: os professores planejam a partir das matrizes de habilidades? Os alunos são encorajados pelos professores a encontrarem suas próprias estratégias de resolução? As diferentes estratégias encontradas para a resolução circulam entre todos os alunos da classe? (IAS, Relatório, 2007).

Considerando os resultados da primeira avaliação das provas aplicadas no mês de junho/2007, o relatório do IAS indica que é necessário refletir sobre esses resultados,

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buscando uma tomada de decisão política e técnica dos profissionais da educação a fim de efetivar o planejamento do ensino a partir das matrizes de habilidades, bem como o estudo metodológico para o ensino de determinados conteúdos nos quais os alunos necessitam superar suas dificuldades (IAS, Relatório, 2007).

Cabe-nos, contudo, outros questionamentos em relação à avaliação em questão: sabemos que os números, os dados, não são neutros; eles revelam formas de ver e interpretar o mundo, são construções humanas. O que precisa ser problematizado é, de um modo geral, os princípios de uma avaliação externa, especialmente tratando-se de avaliação da aprendizagem inicial da leitura e da escrita: quais os sentidos e os propósitos dessa avaliação? Em que medida ela efetivamente colabora na construção de uma política de Ensino Fundamental de nove anos? De um modo específico, a partir das tabelas dos resultados obtidos em Matemática e Língua Portuguesa por crianças do programa Circuito Campeão, podem ser questionados, entre outras coisas, os números gerais apresentados, o tipo de prova a que as crianças estão sendo submetidas, as exigências da prova, os enunciados, as chamadas ‘habilidades’ em questão, a posição das professoras em relação à avaliação, etc. Um conjunto de variáveis precisa ser considerado e não apenas se e como determinada ‘habilidade’ foi trabalhada pelas professoras. A pergunta que se impõe, nesse momento, entre muitas outras, é: o que a Secretária Estadual de Educação, como gestora das políticas de educação e como responsável direta pela implementação da lei 11.274, de 2006, fará diante dos resultados que estão sendo apresentados, principalmente a partir da avaliação feita pelo IAS? E, de modo geral, o que fará a partir dos projetos experimentais em andamento no Estado neste ano de 2007?

Considerações finais

Nosso objetivo com esse trabalho é fomentar o debate sobre a implantação do Ensino Fundamental de nove anos com a matrícula das crianças de seis anos, e, especialmente, ampliar a discussão sobre a atual política do Estado gaúcho em relação à essa questão.

Acreditamos que a política do Ensino Fundamental de nove anos poderá ser um tempo-espaço de uma construção de uma nova cultura escolar:

(...) Podemos pensar a implantação do Ensino Fundamental de nove anos, em nível nacional, como um espaço-tempo de mudar a escola, de modo que cada vez mais as crianças e os professores se assumam como responsáveis pelos projetos político-pedagógicos das escolas e pelos seus processos de ensino-aprendizagem (Goulart, 2006).

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Contudo, uma nova cultura escolar não depende da “boa vontade” dos professores e professoras que estão nas salas de aula. Ela está profundamente articulada a questões mais amplas como, por exemplo, a política salarial, as condições de trabalho e, especialmente, a possibilidade de formação dos docentes. Nesse sentido, um dos dados mais significativos da pesquisa em andamento é justamente essa: uma política estrutural como a de ampliação do Ensino Fundamental no Rio Grande do Sul não tem vindo acompanhada de uma sólida e sistemática formação continuada e de um debate amplo e democrático. E sabe-se que nenhum projeto político-pedagógico, nenhuma reforma educacional e melhorias no ensino são possíveis sem a formação dos professores. Como afirma António Nóvoa (1995, p. 09): “não há ensino de qualidade, nem reforma educativa, nem inovação pedagógica, sem uma adequada formação de professores”.

O que temos observado na experiência do Projeto Piloto da Secretaria Estadual de Educação do Estado do Rio Grande do Sul para alfabetização de crianças com seis anos (no caso em análise, o Programa Circuito Campeão do Instituto Ayrton Senna/SP) é um descompasso entre, principalmente, os gestores educacionais e as docentes envolvidas no processo. Quiçá um amplo debate seja aberto, ao final de 2007, período em que as classes experimentais serão avaliadas antes da expansão para toda a rede estadual de ensino, para que a política do Ensino Fundamental de nove anos beneficie aos que de fato e de direito devem ser atingidos por ela: as crianças com seis anos de idade. E, também e principalmente, para que as professoras que vivenciaram e vivenciam essa realidade possam ser ouvidas e suas posições consideradas efetivamente. As professoras alfabetizadoras, quando entrevistadas na pesquisa que desenvolvemos, revelam certa “decepção” com o programa Circuito Campeão, tanto com o material disponibilizado (alfabeto e numerais em E.v.a), quanto pelo excesso de trabalho (preenchimento de fichas, mapas, relatórios diários, semanais, mensais). As professoras alegam, também, que “não sabiam” do que se tratava o projeto antes de seu início efetivo. Com as atividades exigidas cotidianamente sentem-se controladas, “cobradas”, transformadas em “meras aplicadoras do projeto”.

Acreditamos que a obrigatoriedade da matrícula das crianças com seis anos no Ensino Fundamental de nove anos, instituída no Brasil com a Lei Federal de nº 11.274, de 06 de fevereiro de 2006, não pode estar à margem de um amplo e irrestrito debate sobre os rumos do Ensino Fundamental em seu conjunto. Não pode se dar sem antes procurarmos responder a velhas, mas sempre pertinentes questões: Qual escola? Qual infância? Qual

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currículo? Quais materiais? Qual avaliação? Qual alfabetização? Essas perguntas estão/estarão na pauta dos debates na atual política de Ensino Fundamental de nove anos da SEDUC/RS?

Nessa direção, é preciso dizer que nesse momento da investigação temos mais questionamentos que propriamente conclusões: quais serão os rumos da educação e do Ensino Fundamental de nove anos no Estado do Rio Grande do Sul? O que esperar da/na educação gaúcha, especialmente em 2008? E no caso específico do projeto Circuito Campeão: qual será a efetiva contribuição desse programa para a alfabetização das crianças e para a construção de referenciais para o 1º ano? O que os resultados das provas aplicadas entre as crianças do 1º ano possibilitarão? Haverá uma reformulação na estrutura curricular das escolas? E principalmente: o que tem a dizer as professoras alfabetizadoras envolvidas nesse processo? Como e quando elas serão ouvidas? Ao que tudo indica na pesquisa, elas anseiam por esse momento.

Para finalizar: se uma das metas do Projeto Piloto é, ao final do ano letivo de 2007, definir a matriz de competências e habilidades cognitivas de Leitura, Escrita e Matemática, a serem desenvolvidas com alunos de seis anos no primeiro ano do ensino fundamental de nove anos na rede estadual e, por adesão, em redes municipais de ensino no estado do Rio Grande do Sul, não caberia discutir o que são competências e habilidades? Quem as definirá? Como serão definidas? Os dados dessa pesquisa em andamento já anunciam respostas a essas questões. Cabe saber se as professoras, os alunos, os pais, a comunidade escolar em geral, estão de acordo com essas definições.

Referências

BRUNET, Luc. Clima de trabalho e eficácia da escola. In: NÓVOA, Antonio. As organizações escolares em análise. 2ª ed. Lisboa: Publicações D. Quixote, 1995.

GOULART, Cecília. Ensino Fundamental de nove anos: tempo de rever conceitos de infância, de ensino e aprendizagem e de escola. Disponível em:

www.tvebrasil.com.br/salto, 2006. Acessado em 03.03.2007.

INSTITUTO AYRTON SENNA (IAS). Desenvolvendo o Potencial das Novas Gerações. Capacitação Inicial 2007. Disponível em http://senna.globo.com/institutoayrtonsenna.br

Acessado em 18.09.07.

INSTITUTO AYRTON SENNA (IAS). Relatório. 1ª Avaliação junto aos alunos da Série Inicial, 2007.

LEI FEDERAL Nº 11.274, de 6 de Fevereiro de 06/02/2006. Altera a redação dos arts. 29, 30, 32 e 87 da Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, dispondo sobre a duração de 9 (nove) anos para o Ensino Fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade.

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NÓVOA, António (coord.). Os professores e a sua formação. 2ª ed. Lisboa: Publicações D. Quixote, 1995.

SANTOS, Lucíola Licínio de Castro Paixão e VIEIRA, Lívia Maria Fraga. “Agora seu filho entra mais cedo na escola”: a criança de seis anos no Ensino Fundamental de nove anos em Minas Gerais. Educação e Sociedade, Campinas, Vol. 27, N. 96 - Especial, P. 775-796, Out. 2006. Disponível em http://www.cedes.unicamp.br.

SEDUC/RS – UNESCO – UNDIME/Seção RS. Projeto-Piloto para a Alfabetização de crianças com seis anos. 2007. (documento fotocopiado).

SEDUC/RS. Yeda apresenta a empresários projeto piloto de alfabetização. Disponível em

http://www.riograndedosul.rs.gov.br e http://www.educaçao.rs.gov.br. Acessado

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