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CRESCIMENTO INICIAL DE Erythrina velutina WILLD. E Enterolobium contortisiliquum (VELL.) MORONG EM SOLO SALINIZADO

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Academic year: 2021

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Bolsista DTI-C/CNPq, UFC. CEP:60.455-760, Fortaleza, CE. (85) 9613.7740. magnum.ufc@gmail.com 2

Graduando em Agronomia/UFC 3

Mestranda em Engenharia Agrícola/DENA/UFC 4

Prof. Dr. Do Departamento de Fitotecnica/CCA/UFC

5 Prof. Dr. Departamento de Eng. Agrícola/DENA/CCA/UFC, bolsista de produtividade do CNPq

CRESCIMENTO INICIAL DE Erythrina velutina WILLD.

E Enterolobium contortisiliquum (VELL.) MORONG EM

SOLO SALINIZADO

M. S. Pereira1; J. E. S. Sousa2; M. C. Bessa3; F. P. Nogueira Filho2; A. M. E. Bezerra4; C. F. Lacerda5

RESUMO: O uso de espécies nativas tolerantes é fundamental para o crescimento de culturas

em áreas salinizadas. Objetivou-se nesta pesquisa avaliar o crescimento inicial de E. velutina Willd. (mulungu) e E. contortisiliquum (Vell.) Morong. (tamboril) em solo salinizados. As mudas foram mantidas em vasos com solo salino referente às condutividades elétricas (CE) de 1,2; 2,7; 4,7; 6,7 e 8,4 dS m-1, dispostos em blocos ao acaso em esquema de parcela subdividida. Aos 90 dias após a repicagem avaliou-se a altura (ALT), diâmetro do coleto (DC) e número de folhas (NF). Verificou-se interação significativa entre espécie e salinidade para o DC e NF. Entre o maior e menor nível salinidade do solo observou-se redução de 31,04% no DC e 53,10% no NF para o tamboril enquanto no mulungu a redução foi de 6,8% e 12,1%. Mulungu é a espécie mais tolerante à salinidade do solo. O solo com CE de 1,2 dS m-1 proporciona melhores condições para o desenvolvimento das espécies.

PALAVRAS-CHAVE: espécies nativas, níveis de sal, leguminosae

INITIAL GROWTH OF SEEDLINGS OF E. velutina

WILLD (MULUNGU) AND E. contortisiliquum (VELL.)

MORONG (TAMBORIL) IN SALINIZED SOIL

ABSTRACT: The use of native species is fundamental for the growth of cultures in salinized

areas. It is aimed in this experiment evaluate the initial growth of seedlings of E. velutina Willd. (mulungu) and E. contortisiliquum (Vell.) Morong. (tamboril) in salinized soil. The seedlings were kept in pots with saline soil reffering to the electrical conductivity (CE) of 1,2; 2,7; 4,7; 6,7 e 8,4 dS m-1, arranged in randomized blocks through a scheme of subdivided portion. 90 days after the transplanting, it was evaluated the height (ALT), stem diameter (DC) and number of leaves (NF). It was verified a significant interaction between specie and salinity for DC and NF. Among the levels of salinity of the soil, it was observed reduction of 31,04% of DC and 53,10% of NF for the tamboril while mulungu reduced 6,8% and 12,1% and proved to be the most tolerant for levels of salinity of the soil. The soil with CE provided the best conditions for the development of both species.

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INTRODUÇÃO

Com intuito de impulsionar a produção de alimentos nas regiões áridas e semiáridas do planeta, o uso da irrigação tornou-se uma ferramenta indispensável para suprir esta demanda, sendo estimulada pelo crescimento populacional e melhoria da qualidade de vida (Lopes et al., 2008). No entanto, o descontrole da irrigação, principalmente nas regiões onde há instabilidade climática, caso do nordeste brasileiro, pode ocasionar a degradação destas áreas, sendo a salinização dos solos um dos fatores que mais limita a produção agrícola em razão de seus efeitos no crescimento e desenvolvimento vegetal. Estima-se que 45 milhões de hectares enfrentem problemas devido à salinidade em todo o mundo (FAO, 2005).

A salinização dos solos afeta o crescimento e rendimento das plantas, podendo ocasionar a perda total das culturas (Lima Junior & Silva, 2010).Uma estratégia para mitigar os efeitos negativos da salinidade é o uso de espécies glicófitas tolerantes e/ou halófitas (Lacerda, 2009). Para Willadino et

al. (2010), a domesticação de plantas nativas tolerantes é fundamental para o crescimento de culturas

em áreas salinizadas. Estudos sobre a tolerância de espécies nativas foram realizados por Neves et al. (2004) com plantas de umbu (Spondias tuberosa Arr. Cam.) e Silva et al. (2009) com mudas de sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.). Apesar de tais estudos, ainda encontra-se grande limitação acerca da tolerância das espécies nativas aos graus de salinidade do solo.

As leguminosas Erythrina velutina Willd. (Papilionoideae) e Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong. (Mimosaoideae) conhecidas, respectivamente, como mulungu e tambroril são espécies arbóreas nativas da caatinga que possuem ampla distribuição no nordeste brasileiro (Lorenzi, 2002). O mulungu é utilizado como calmante e a árvore é ornamental, principalmente no período de floração. Quanto ao tamboril, a madeira e as raízes, longas e grossas, são usadas para confecção de jangadas e os frutos possuem saponina sendo utilizados como sabão. As sementes contêm enterolobina, proteína utilizada no controle biológico de coleópteros. Ambas as espécies podem ser indicadas para programas de recuperação de áreas degradadas (Pereira, 2011).

Diante do exposto, objetivou-se avaliar o crescimento inicial de mudas de Erytrhina velutina Willd. e Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong. em diferentes níveis de salinidade do solo.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado no Núcleo de Ensino e Pesquisa em Agricultura Urbana (NEPAU) do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará. O solo utilizado no experimento foi coletado em pontos distintos do Perímetro Irrigado de Morada Nova - CE, e a condutividade elétrica medida após análises realizadas em campo e laboratório.

Para o experimento foram utilizados cinco níveis de salinidade referentes às condutividades elétricas (CE) de 1,2; 2,7; 4,7; 6,7 e 8,4 dS m-1. O solo, com os cinco níveis de salinidade, foi peneirado isoladamente e distribuído em vasos com capacidade volumétrica de 5 litros/vaso, onde foram distribuídas as mudas de mulungu e tamboril, produzidas através de sementes coletadas no município de Crateús - CE, as quais foram dispostas em bandejas de isopor de 128 células e repicadas para os vasos 20 dias após a semeadura.

Para melhorar a drenagem, adicionou-se brita ao fundo de cada vaso e dois drenos nas laterais contendo areia lavada de rio. No momento da repicagem, com o intuito de minorar o

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choque salino, foi adicionado areia lavada de rio a cada vaso no orifício onde cada muda foi disposta dentro do vaso. As plantas foram irrigadas com água de poço apresentando salinidade inferior a 1,0 dS m-1, utilizando um sistema automático de irrigação localizada.

Os tratamentos foram distribuídos em blocos ao acaso, no esquema de parcelas subdivididas, sendo as espécies casualizadas nas parcelas e os níveis de salinidade do solo nas subparcelas, com cinco repetições e duas plantas por repetição. Aos 90 dias após a repicagem foram avaliadas as seguintes variáveis: altura (cm), medida com régua graduada da superfície do solo ao último nó; diâmetro do coleto (mm) com paquímetro digital Starrett 727 ® com precisão de 0,01 mm e número de folhas por contagem manual.

Após a coleta dos dados, cada variável foi submetida à análise de variância. Quando a interação espécie x salinidade foi significativa, efetuou-se o desdobramento salinidade dentro de cada espécie, com a respectiva análise de regressão conforme Banzatto e Konkra (2006). Os dados referentes às espécies nativas, quando significativos pelo teste F, foram submetidos ao teste de Tukey ao nível de 1% (**) e 5% (*) de probabilidade. Para as variáveis altura e número de folhas os dados foram transformados para Log (x) e (x + 1)1/2, respectivamente.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Examinando-se a Tabela 1 verifica-se a existência de interação entre espécie e salinidade para o diâmetro do coleto e número de folhas.

Como a interação espécie x salinidade não foi significativa para a altura pode indicar uma tolerância das espécies estudadas ao efeito da salinidade do solo. Campos (2001) assegura que para resistir a solos salinos as plantas podem, até certo ponto, aumentar a pressão osmótica da parte aérea e das raízes contrabalanceando a pressão osmótica da solução do solo. Em mudas de sabiá Silva et al. (2009) observou que a salinidade de 2 dS m-1 proporciona maior altura em relação as mudas produzidas com água contendo CE de 1 dS m-1.

A Figura 1 apresenta os ajustes do diâmetro do coleto (DC) e do número de folhas (NF) em função dos níveis de salinidade do solo para tamboril e mulungu. Em relação ao DC verifica-se que para o tamboril observou-se um ajuste linear enquanto para o mulungu a espécies apresentou um ajuste quadrático. Em relação ao desdobramento salinidade dentro de cada espécie para o diâmetro do coleto, o menor nível de salinidade (CE - 1,2 dS m-1) proporcionou a melhor condição para o desenvolvimento das espécies. A redução da condutividade elétrica de 8,4 dS m-1 para 1,2 dS m-1 CE proporciona um descréscimo de 6,8% no DC para o mulungu e de

31,04% para o tamboril. Em mudas de umbu Neves et al. (2004) obteve redução de 50% do diâmetro para a CE de 7,62 dS m-1 em relação 2,05 dS m-1. Tais resultados indicam maior resistência do mulungu aos níveis de sais do que as espécies tamboril e umbu.

Constatou-se uma tendência linear para o NF de tamboril e quadrático para a espécie mulungu em função do aumento da salinidade do solo. Observou-se que para o maior nível de salinidade do solo (CE-8,4 dS m-1) o tamboril apresentou menor tolerância com redução 53,1% no NF folhas em relação ao menor nível enquanto que a para a espécie mulungu a redução foi de 12,1%. Para Neves et al. (2004) a tolerância ao estresse salino varia entre as espécies e apesar de neste experimento não haver diferença significativa no NF entre as espécies, sugere-se que tais resultados podem ser inerentes a variabilidade genética das sementes, a fisiologia de cada espécie ou ao elevado coeficiente de variação (CV), normalmente encontrado em

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experimentos florestais, e que pode ser o responsável por não haver diferença significativa entre as espécies quanto a esta variável (Garcia, 1989).

CONCLUSÕES

O solo com CE de 1,2 dS.m-1 proporciona melhor condição para o desenvolvimento de mudas de mulungu e tamboril,

Mulungu apresenta maior tolerância aos níveis de salinidade do solo do que tamboril, nas condições do presente estudo.

AGRADECIMENTOS

Ao CNPq e ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Salinidade (INCTSal) pelo financiamento da pesquisa e ao CNPq, CAPES e FUNCAP pela concessão da bolsa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BANZATTO, D. A.; KRONKA, S. N. Experimentação agrícola. 3. ed. FUNEP, Jaboticabal, Brasil, 2006. 247p. CAMPOS, C. A. B. Germinação, desenvolvimento e produção do tomateiro industrial, sob estresse salino. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal de Paraíba, Campina Grande, 2001.

FAO. Global network on integrated soil management for sustainable use of saltaffected soils. 2005. Disponível em: http://www.fao.org/ag/AGL/agll/spush.

GARCIA, C. H. Tabelas para coeficiente de variância. Instituo de pesquisas e estudos florestais. Circular técnica nº 171, nov. 1989.

LACERDA, C. F. Estratégias de manejo do sistema solo-água-planta sob condições de salinidade. In: Anais do XXXII Congresso Brasileiro de Ciência do Solo, Anais... Fortaleza, SBCS, 2009 (PALESTRA). LIMA JÚNIOR, J. A.; SILVA, A. L. P. Estudo do processo de salinização para indicar medidas de prevenção de solos salinos. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer, Goiânia, vol.6, n.11, p.2, 2010.

LORENZI, H. Árvores Brasileiras - manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil - vol 02 - 2. edição. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum. 2002. 384 p.

LOPES, J. C.; MACEDO, C. M. P. Germinação de sementes de sob influência do teor de substrato e estresse salino. Revista Brasileira de Sementes, Brasília, v.30, n.3, p.79-85, 2008.

NEVES, O. S. C., CARVALHO, J. G., RODRIGUES, C. R. Crescimento e nutrição mineral de mudas de umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.) submetidas a níveis de salinidade em solução nutritiva. Ciência Agrotécnica, Lavras - MG, v. 28, n. 5, p. 997-1006, 2004.

PEREIRA, M.S. Manual Técnico: Conhecendo e produzindo sementes e mudas da caatinga. Fortaleza: Associação Caatinga, 2011. 86p.

SILVA, M. B. R., VIÉGAS, R. A., DANTAS NETO, J., FARIAS, S. A. R. Estresse salino em plantas da espécie florestal sabiá. Caminhos de Geografia, Uberlândia, v. 10, n. 30, p. 120 – 127. 2009.

WILLADINO, L.; CAMARA, T. R. Tolerância das plantas à salinidade: Aspectos fisiológicos e Bioquímicos. Enciclopédia Biofesra, Centro Científico Conhecer, Goiânia, vol. 6, n.11, p.2, 2010.

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Tabela 1. Resumo da análise de variância para altura, diâmetro do coleto e número de folhas de tamboril e mulungu em função de diferentes níveis de salinidade. Fortaleza – CE, 2011.

FV GL Quadrado Médio

Altura Diâmetro do Coleto Número de Folhas

Blocos 4 0,058 ns 0,467 ns 2,090 ns Espécie 1 0,195 ns 1241,763 ** 2,174 ns Resíduo (a) 4 0,043 0,792 0,926 Salinidade 4 0,018 ns 3,324 ** 0,647 ** Espécie x Salinidade 4 0,011 ns 2,250 * 0,411 * Resíduo (b) 32 0,008 0,687 0,134 CV (a) (%) 12,98 8,50 29,22 CV (b) (%) 5,44 7,92 11,14 **

Significativo a 1% de probabilidade pelo teste de tukey; * Significativo a 5% de probabilidade pelo teste de tukey; ns não significativo a 1% ou 5% de probabilidade pelo teste de tukey.

Figura 1. Diâmetro do coleto e número de folhas de mulungu e tamboril submetidas a diferentes níveis de salinidade do solo. Fortaleza- CE, 2011.

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