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YASMIM SILVA GALAN A IMPORTÂNCIA DA INSERÇÃO DO CIRURGIÃO DENTISTA NA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE ACOMPANHAMENTO AO PACIENTE BARIÁTRICO

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Macapá 2017

YASMIM SILVA GALAN

A IMPORTÂNCIA DA INSERÇÃO DO CIRURGIÃO

DENTISTA NA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE

ACOMPANHAMENTO AO PACIENTE BARIÁTRICO

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Macapá 2017

A IMPORTÂNCIA DA INSERÇÃO DO CIRURGIÃO

DENTISTA NA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE

ACOMPANHAMENTO AO PACIENTE BARIÁTRICO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Macapá, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em odontologia.

Orientador: Fábio Fritzke Bassani

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YASMIM SILVA GALAN

A IMPORTÂNCIA DA INSERÇÃO DO CIRURGIÃO DENTISTA NA

EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE ACOMPANHAMENTO AO

PACIENTE BARIÁTRICO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Macapá, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em odontologia.

BANCA EXAMINADORA

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

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Dedico este trabalho ao meu avô, Carlos Galan, in memorian, por ter me dado forças para trilhar esse caminho.

Não pôde me ver alcança-lo enquanto vivo, mas sei que aonde estiver, se orgulha da garra que sempre me incentivou a ter.

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AGRADECIMENTOS

À Deus, pela constante companhia e apoio em todos os momentos de minha vida. Obrigada por ter me dado coragem e força, diante das maiores adversidades, para trilhar este caminho.

Aos meus pais, pelo amor incondicional de toda a vida e pelo incentivo diário que me deram em todo meu caminhar acadêmico para que eu buscasse o conhecimento científico como meio para conquistar os mais diversos sonhos pessoais. A conquista desta etapa é nossa, por terem acreditado e apostado incessantemente no meu potencial.

Aos meus irmãos, Carlos Eduardo e Gabrielly, por me aguentarem durante os momentos de estresse, por ouvirem eu reclamar e ainda assim me abraçarem e me fazerem ter forças para continuar.

Às minhas primas, Janete e Aline, amigas, companheiras, profissionais e orientadoras. Sou grata por cada palavra de incentivo, por cada orientação e por todas as vezes que se puseram disponíveis a ouvir minhas preocupações e me acalmaram através de risadas e motivações.

Aos tão presentes, tio Menescal e tia Selma, meus padrinhos, com os quais eu pude compartilhar cada etapa desta caminhada. Agradeço pela constante atenção e pelos tantos abraços de motivação e segurança nos momentos em que mais precisei. À minha avó, Maria de Fátima, meu maior exemplo de força e determinação, minha maior incentivadora e pessoa que mais acreditou no meu potencial. Sou grata pelas incansáveis orações que enchem meu caminho de fé e esperança e pelas incontáveis vezes que me abraçou e me incentivou a não desistir.

Aos meus familiares, tia Márcia Galan, tia Mara, tio Marco, tio Augusto, tia Loriane e tia Leide, que, mesmo à distância, acreditaram no meu potencial e sempre me ajudaram através de orações e com palavras de incentivo.

Aos meus amigos de faculdade, Andresson, Areta, Ana Belle, Patrícia, Hosana, Ellen, por compartilharmos nossos conhecimentos, angústias e experiências sem os quais o curso não seria o mesmo. Agradeço por estarem comigo desde sempre.

A todos, que, direta ou indiretamente, colaboraram para a concretização deste sonho, que é a conclusão da graduação em odontologia.

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GALAN, Yasmim Silva. A importância da inserção do cirurgião dentista na equipe multiprofissional de acompanhamento ao paciente bariátrico. 2017. 33f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) – Faculdade de Macapá, Macapá, 2017.

RESUMO

Este trabalho teve como problema a importância do cirurgião dentista no acompanhamento ao paciente bariátrico. O objetivo geral foi analisar como a bariátrica modifica sistemicamente os indivíduos e como essas modificações influenciam na saúde bucal, utilizando-se de uma metodologia bibliográfica, qualitativa e descritiva, sendo os sujeitos publicações científicas virtuais com período de publicação entre os anos de 2010 e 2016. A gastroplastia mostrou consequências como xerostomia, hipossalivação, erosões dentárias, DTM, deficiência de vitamina D e deficiência de cálcio como fatores impulsionadores para a perda de elementos dentários e proliferação de lesões cariosas, sendo o dentista fundamental para assegurar a qualidade da saúde bucal desses pacientes, assim como proporcionar maior qualidade de vida.

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GALAN, Yasmim Silva. The importance of the insertion of the dental surgeon in the multiprofessional team of follow-up to the bariatric patient. 2017. 33f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) – Faculdade de Macapá, Macapá, 2017.

ABSTRACT

This study had as problem the importance of the dental surgeon in the follow up to the bariatric patient. The general objective was to analyze how bariatric systemically modifies individuals and how these changes influence oral health, using a bibliographical, qualitative and descriptive methodology, subjects being virtual scientific publications with period of publication between the years 2010 and 2016 .Gastroplasty showed consequences such as xerostomia, hyposalivation, dental erosions, DTM, vitamin D deficiency and calcium deficiency as factors driving the loss of dental elements and proliferation of carious lesions, and the dentist is fundamental to ensure the quality of oral health of these patients. patients, as well as providing a higher quality of life.

Key-words: Bariatric; Oral Health; Role of the dentist.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ATM Articulação Temporomandibular

CPO-D Dentes Cariados, Perdidos e Obturados DTM Disfunção Temporomandibular

ICDAS Índice Internacional Caries Detection e Assessment System IDD Índice de Desgaste Dentário

IMC Índice de Massa Corporal IPC Índice Periodontal Comunitário PIP Perda de Inserção Periodontal SUS Sistema Único de Saúde USP Universidade de São Paulo

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...13

1. CIRURGIA BARIÁTRICA...15

1.1 OBESIDADE X GASTROPLASTIA...15

1.2 MÉTODOS CIRÚRGICOS...16

1.3 PERFIL DA SAÚDE BUCAL DO CANDIDATO À GASTRECTOMIA...17

2 INTERFACE ENTRE SAÚDE BUCAL E BARIÁTRICA...19

2.1 EROSÕES DENTÁRIAS...21

2.2 HIPOSSALIVAÇÃO E XEROSTOMIA...22

2.3 HÁBITOS PARAFUNCIONAIS E DTM...22

3 MODIFICAÇÕES SISTÊMICAS, SAÚDE BUCAL E O PAPEL DO CD...24

3.1 DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D E PERDA ÓSSEA...25

3.2 DEFICIÊNCIA DE CÁLCIO...26

3.3 IMPORTÂNCIA DO CD NO ACOMPANHAMENTO AO BARIÁTRICO...27

CONSIDERAÇÕES FINAIS...29

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INTRODUÇÃO

A cirurgia bariátrica tem se apresentado na sociedade como uma alternativa de grande eficácia no tratamento da obesidade mórbida – indivíduos com IMC acima de 40mg/kg³ ou acima de 35,5mg/kg³ com presença de comorbidades associativas – no Brasil e no mundo. Esses procedimentos, no entanto, podem ser classificados em restritivos, quando há apenas modificação na capacidade gástrica, e mistas, quando há modificação gástrica e intestinal conjuntamente.

A realização da gastroplastia, seja ela mista ou restritiva, modificando apenas a intensidade, acarreta em consequências sistêmicas bem perceptíveis aos pacientes que foram submetidos a ela e para a equipe multiprofissional que os acompanham. A literatura, no entanto, já descreve e mostra a interação direta dessas modificações com a saúde bucal.

Como impacto direto da condição sistêmica do paciente gastroplastizado na saúde bucal, a literatura relata o baixo fluxo salivar, deficiência de cálcio e vitamina D, diminuição da densidade óssea e a presença comum de episódios de vômitos e regurgitação em pacientes submetidos a cirurgia bariátrica. Essas modificações podem comprometer totalmente o saudável funcionamento da saúde bucal, podendo ser citado a xerostomia, redução do processo de remineralização, o desenvolvimento mais facilmente de lesões cariosas, perda de elementos dentários, erosões dentárias, necrose pulpar, perda da dimensão vertical, sensibilidade dentária e lesões em tecidos moles.

Entretanto, mesmo já havendo descrição na literatura de todas essas consequências e de suas interações negativas com a saúde bucal, pode-se dizer que ainda é um assunto pouco discutido, abordado e entendido, tanto pelos profissionais que já compõem a equipe de acompanhamento a esses pacientes quanto para os próprios odontólogos. E é na tentativa de suprir essa lacuna, que a problemática do presente trabalho é identificar os impactos da condição sistêmica pós gastrectomia no sistema estomatognático e, assim, entender a importância de inserir o odontólogo na equipe multiprofissional de acompanhamento a esses pacientes.

Portanto, este trabalho tem como objetivo analisar como a bariátrica modifica sistemicamente o paciente e quais os impactos dessas modificações na saúde bucal e orofacial, e falaremos especificamente de como identificar as consequências pós

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cirúrgicas de importância ao cirurgião dentista, entender como elas acontecem e, assim, identificar a importância desses profissionais na equipe multiprofissional de acompanhamento ao paciente bariátrico, uma vez que são os CDs, os capacitados para tratar e prevenir qualquer impacto que possa vir a influenciar a saúde bucal desses pacientes.

Para tanto, foi realizado um trabalho de pesquisa bibliográfica através da revisão de literatura, cujo caráter é descritivo e qualitativo, utilizando de artigos, dissertações de mestrado e doutorado publicados no Brasil e internacionais, publicados entre os anos de 2010 e 2016, abordando o tema cirurgia bariátrica, modificações sistêmicas e suas consequências na saúde bucal. A pesquisa foi realizada através do Google Acadêmico, Scielo e Lilacs, sendo utilizado os seguintes termos para pesquisa: cirurgia bariátrica, saúde bucal e gastroplastia, modificações sistêmicas da redução de estômago, sendo o levantamento feito durante o período de 6 de setembro a 8 de setembro de 2017, cujo os critérios de inclusão foram artigos ou dissertações que falassem a respeito da cirurgia bariátrica e suas modificações sistêmicas ou que falassem especificamente das suas consequências na saúde bucal. Desta forma, se fez necessário a utilização de 21 artigos.

No capítulo 1 é abordado e explicado a relação entre obesidade e cirurgia bariátrica, o perfil da saúde bucal do candidato à gastrectomia e os métodos cirúrgicos existentes. Já no capítulo 2 é apresentado a relação existente entre a gastroplastia e algumas problemáticas na saúde bucal de caráter comportamental, enquanto no capítulo 3 é abordado as modificações sistêmicas já descritas na literatura após a redução de estômago que afetam diretamente a saúde oral e orofacial dos pacientes. E, assim, portanto, aborda-se a importância dos indivíduos gastrectomizados serem acompanhados por uma equipe multiprofissional que também conte com a presença de um cirurgião dentista.

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1 CIRURGIA BARIÁTRICA

1.1 OBESIDADE X GASTROPLASTIA

Segundo Cardozo (2012, p. 10-11) a obesidade, de maneira sucinta, pode ser entendida como sendo o excesso de gordura corpórea em uma proporção na qual pode levar o indivíduo a desenvolver doenças crônicas não transmissíveis, de caráter letal e/ou não letal. Por tal conceito e consequências à saúde do indivíduo, a obesidade é considerada como um problema de saúde pública. Silva et. al. (2015, p. 270-271) acrescentam que a obesidade é uma epidemia mundial, entendida como o acúmulo excessivo de tecido adiposo no organismo, sendo esse processo resposta da ingestão calórica acima do gasto energético do indivíduo.

Moraes et. al. (2013, p. 5) complementam, ainda, que a obesidade tem múltiplos fatores causais desenvolvidos pelo excesso de gordura. E, como resposta a esse processo de acúmulo de tecido adiposo, há o desenvolvimento de comorbidades como a hipertensão arterial, diabetes mellitus, problemas renais, de articulação/locomoção, aumento da incidência de certos tipos de câncer, complicações respiratórias (apneia obstrutiva do sono) e problemas psicológicos e emocionais.

A obesidade, portanto, é uma condição crônica que alcançou patamares considerados pandêmicos, sendo reconhecida, hoje, como um dos maiores e principais desafios dentro da saúde pública de países subdesenvolvidos e desenvolvidos. Atualmente, no Brasil, a prevalência de indivíduos com excesso de peso, aumentou significativamente, estimando-se uma estatística de 38,8 milhões (40,6%) de adultos acometidos (MARSICANO et. al., 2011, p. 80).

Em resposta a gravidade da obesidade mórbida tanto para a saúde individual quanto para as estatísticas de saúde pública, tem-se buscado alternativas de tratamento para solucionar e favorecer o prognóstico geral, surgindo assim, a cirurgia bariátrica. Este tratamento, portanto, surge com o objetivo de melhorar a qualidade de vida, auxiliar no processo de emagrecimento e melhorar e auxiliar o processo metabólico (MONTEIRO; ANGELIS, 2010, p. 20-22).

No ano de 2000, o Ministério da Saúde estabeleceu alguns critérios necessários para a submissão de gastroplastia como tratamento para a obesidade grau III, sendo eles: o Índice de Massa Corpórea (IMC), obtido através do cálculo cuja a fórmula é peso/altura², tendo como resultado necessário para ser considerado obeso

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mórbido, ou grau III, aquele que obtiver resultado a partir de 40kg/m² ou 35,5kg/m² com comorbidades associadas (CARDOZO 2012, p. 10-12).

Além mais, como os índices de obesidade está crescente entre os adolescentes, o Ministério da Saúde, recentemente, alterou a faixa etária mínima para a realização de gastrectomia de 18 anos para 16 anos, conforme pode ser encontrado na Consulta Pública n° 12, de 24 de setembro de 2012. Entretanto, apesar da cirurgia bariátrica ser um método eficaz no tratamento da obesidade, ela não está disponível para todos os indivíduos obesos mórbidos, estimando-se, que, pelo SUS, segundo dados epidemiológicos sobre a prevalência de obesidade e a quantidade de procedimentos realizados entre os anos 1999 e 2006, só consegue atender a cerca de 0,29% da demanda potencial, tendo o indivíduo que aguardar em torno de seis a doze anos para ser contemplado com o procedimento arcado pelo SUS (TINÓS, 2016, p. 28-30).

1.2 MÉTODOS CIRÚRGICOS

A gastrectomia pode ser classificada como restritiva, atuando diretamente na restrição volumétrica de alimento ingerido, disabsortiva, cuja atuação será através da diminuição da absorção de nutrientes, e mista, que unirá ambos os métodos. Sendo considerada como padrão-ouro, atualmente, a técnica Bypass gástrico em Y-de-Roux, por apresentar baixa morbimortalidade, encaixada dentro dos métodos mistos, associando restrição volumétrica e disabsorção nutricional (SANTOS, 2014, p. 12-13). Até 2012 o Consenso Latino Americano de Obesidade reconhecia apenas três técnicas cirúrgicas: gastroplastia vertical com bandagem, banda gástrica inflável e gastrectomia com derivação gastro-jejunal. Todas essas técnicas cirúrgicas são classificadas como métodos mistos, disabsortivos ou restritivos (MOURA-GREC et. al., 2012, p. 173-174). Atualmente, porém, existem cinco técnicas conhecidas e reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina e Ministério da Saúde, sendo elas: Banda Gástrica Ajustável (restritiva), Gastrectomia Vertical (restritiva), Bypass Gástrico em Y-de-Roux (mista), Derivação Biliopancreática ou Cirurgia de Scopinaro (mista) e Derivação Biliopancreática com Duodenal Switch (mista) (TINÓS, 2016, p. 30-31).

Segundo Tinós (2016, p. 31-31), dentro dos métodos reconhecidos atualmente pelo Ministério da Saúde e pelo Conselho Federal de Medicina, a técnica mista de Bypass gástrico em Y-de-Roux, que associa a derivação gastrojejunal à gastrectomia

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vertical e leva o indivíduo a uma restrição volumétrica no interior gástrico de cerca de 30ml e diminuição do processo de absorção nutricional em resposta a exclusão da maior parte do estômago e duodeno, é, atualmente, o método mais realizado no Brasil, por levar o paciente a perder cerca de 30-35% do peso original associado a uma baixa morbidade.

Todos os métodos cirúrgicos existentes como forma de auxiliar no tratamento da obesidade grau III acarretam consequências sistêmicas para o indivíduo a ela submetido, variando apenas a intensidade conforme a classificação em restritiva, disabsortiva ou mista, assim como estas poderão impulsionar problemas já existentes principalmente na saúde bucal. Portanto, todo e qualquer indivíduo que será submetido a qualquer método cirúrgico de gastrectomia deve ser acompanhado antes e após o procedimento por uma equipe multiprofissional, composta, atualmente, pelo cirurgião gástrico, psicólogo, endocrinologista, pneumologista, cardiologista e nutricionista (ANDRADE, 2013, p. 30-34).

1.3 PERFIL DA SAÚDE BUCAL DO CANDIDATO À GASTRECTOMIA

A obesidade grau III, ou obesidade mórbida, está associada a diversas comorbidades como hipertensão arterial, aumento da incidência de algumas formas de câncer, diabetes mellitus e complicações respiratórias. Além dessas, entretanto, ainda pode associá-la aio desenvolvimento de problemas orais, como a cárie, periodontite e a xerostomia (ANDRADE, 2013, p. 33-35).

Santos et. al. (2014, p. 89-91) realizaram um trabalho de análise descritiva da saúde bucal de 30 pacientes obesos não fumantes, sistemicamente saudáveis e obtiveram um resultado de 80% dessa população acometida por periodontite associada a presença de bolsa periodontal e presença de halitose, podendo esta ser justificada pela presença dos problemas periodontais.

Como resposta à doença cárie e a doença periodontal, ocorre a perda de elementos dentários (ANDRADE, 2013, p. 33-34). Este fator também é confirmado por Santos et. al. (2014, p. 91), ao afirmar, após o estudo realizado com essa população de indivíduos, que a obesidade grau III facilita a perda dentária e outras patologias associadas.

Cunha e Stefanello (2010, p. 24-27) também realizaram um estudo com 30 pacientes obesos mórbidos que estavam no processo preparatório para realização da gastrectomia, atendidos no Ambulatório de Endocrinologia do Serviço de Atendimento

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ao Obeso Mórbido do Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Porto Alegre, e obtiveram um resultado equivalente aos anteriormente citados: 73,4% dos pacientes apresentavam algum nível de problema periodontal, 70% apresentou sensação subjetiva de boca ou xerostomia e, segundo o critério ICDAS, obtiveram o valor de 93,3% para indivíduos que já extraíram pelo menos um elemento dentário em decorrência a instalação da doença cárie.

Santos (2014, p. 45-48) também realizou um estudo descritivo com 86 pacientes obesos mórbidos candidatos à cirurgia bariátrica, atendidos na Clínica privada Núcleo de Tratamento e Cirurgia da Obesidade, em Salvador. Neste estudo, por sua vez, 100% dos indivíduos possuíram alguma alteração de caráter periodontal, sendo 62,8% gengivite, 32,5% periodontite moderada e 4,7% periodontite severa. Quanto a hipossalivação, o estudo obteve um resultado de 22,1% dos pacientes acometidos. E, quanto ao índice de cárie, segundo o CPOD, uma média de 0,48 a 0,89 e elementos perdidos uma média de 2,7 a 3,8 por paciente.

Yamashita (2013, p. 53-60) também realizou um trabalho com 100 pacientes obesos mórbidos assistidos pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, para também avaliar os valores dos ICDAS, IPC, PIP, IDD dessa população, assim como as pesquisas anteriormente citadas. E, também, assim como as demais, mostrou e comprovou a correlação da obesidade com a doença periodontal em diferentes graus, desenvolvimento de cárie, hipossalivação e perda de elementos dentários.

Portanto, o perfil da saúde bucal do indivíduo obeso grau III, candidato à gastroplastia, é marcada pela presença frequente da doença cárie, doenças periodontais em diversos níveis (gengivite, periodontite moderada e periodontite severa), presença de bolsa periodontal, perda de inserção, perda de elementos dentários, presença de halitose e hipossalivação. E, todos esses problemas bucais podem ser intensificados após a realização da cirurgia bariátrica, como consequência da modificação sistêmica que ocorre após sua realização (ANDRADE, 2013, p. 33-35) (SANTOS et. al., 2014, p. 90-91) (YAMASHITA, 2013, p. 57-60).

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2 INTERFACE ENTRE A CIRURGIA BARIÁTRICA E SAÚDE BUCAL

Segundo Moura-Grec et. al. (2012, p. 174-175) após a realização da cirurgia bariátrica já é aguardada a má absorção de macro e micronutrientes, principalmente em pacientes que realizaram by-pass gástrico. Esta condição se dá em resposta a modificação anatômica gastrointestinal e em decorrência à alimentação restritiva adotava após o processo de gastrectomia. Esta, por sua vez, modificará a capacidade volumétrica de ingestão de alimentos, como pode influenciar e alterar as características dos nutrientes, também.

A nutrição restritiva ou deficiente culmina em uma precária saúde bucal. E, desta forma, o inverso também se faz verdadeiro. Qualquer alteração, portanto, na saúde oral do indivíduo, como desordens dolorosas da mucosa, xerostomia, cárie e doença periodontal, pode influenciar negativamente no processo de mastigação e, consequentemente, influenciará negativamente em toda a saúde orgânica do paciente em questão, uma vez que o paciente bariátrico necessita obrigatoriamente adotar o hábito de mastigar corretamente todo e qualquer alimento antes de enviá-lo para o trato gastrointestinal (NETTO, 2010, p. 26-27).

O periodonto é composto pela gengiva, ligamento periodontal, osso alveolar e cemento alveolar e age como um agente de ligação entre os elementos dentários e o osso alveolar e como instrumento de fixação e resistência às forças mastigatórias funcionais normais. Para uma saúde periodontal considerada saudável e aceitável é essencial que o indivíduo tenha um bom estado imunológico, nutricional e endocrinológico, além da presença essencial de um biofilme compatível com a mesma (KEIBER, 2014, p. 40-41).

Gonçalves et. al. (2010, p. 58-60) realizaram um trabalho de caráter descritivo e transversal com 30 pacientes atendidos na Unidade de Cirurgia Bariátrica e Metabólica do Hospital Geral Dr. César Cais e no Núcleo de Obesos do Ceará, com o intuito de analisar as consequências da cirurgia de gastroplastia na saúde bucal dos indivíduos que foram submetidos a ela. Neste trabalho puderam observar que 56,7% dos analisados apresentaram fluxo salivar inferior a 0,7mL, caracterizando hipossalivação, 30% apresentaram bolsas periodontais, 63,3% apresentaram erosão dentária e 64% dos analisados relataram episódios frequentes de vômitos, podendo ser o fator causal das erosões.

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Outros achados relacionados à saúde bucal dos pacientes submetidos a bariátrica são os hábitos parafuncionais associados geralmente ao quadro de ansiedade comum após a grastrectomia, como mordiscar lábios, bruxismos cêntricos e excêntricos, roer unhas e outros hábitos que podem desenvolver desconforto muscular e disfunções das articulações têmporo-mandibulares, assim como, propiciar e desenvolver o desgaste das incisais dos elementos dentários anteriores e fraturas de restaurações (MOURA-GREC et. al., 2012, p. 175-176).

Moura-Grec (2012, p. 36-37) relata as consequências sistêmicas comuns encontradas em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica, principalmente nos métodos mistos, como sendo a deficiência de vitamina D, cálcio, ferro e vitamina B12. Essas consequências, por sua vez, influenciam não somente a saúde orgânica do indivíduo, mas também a saúde bucal, podendo comprometer negativamente todo o processo de saúde e qualidade de vida dessas pessoas.

É válido ressaltar que após a submissão ao procedimento de redução de estômago, os pacientes necessitam adotar hábitos com o intuito de potencializar a absorção de nutrientes, como é o caso da potencialização do sistema mastigatório. No entanto, quando se há a somatória das consequências sistêmicas aos hábitos parafuncionais adquiridos ou intensificados após a cirurgia, todo o processo que dependerá da saúde bucal para o correto funcionamento, poderá ser comprometido de maneira negativa (GONÇALVES et. al., 2010, p. 59).

No Brasil, um grupo de 45 pessoas submetidas a cirurgia bariátrica foi acompanhado durante 5 anos por uma equipe multiprofissional no ambulatório da Clínica Cirúrgica do Aparelho Digestivo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Nessa análise, pode-se observar que 88,9% dos indivíduos apresentavam bruxismo noturno intensificado após a realização da gastrectomia, 96,6% apresentavam boca seca, 90% dos pacientes apresentaram aumento do número de lesões cariosas, tanto em superfícies lisas quanto em superfícies oclusais e, 95% apresentaram descalcificação dentária (TINÓS, 2016, p. 34-36).

Algumas das consequências após a redução de estômago que podem ter manifestação bucal é a presença de vômitos e refluxos gastroesofágicos recorrentes, que ao atingir a cavidade oral, podem causar lesão nos tecidos moles (aftas) e até mesmo no tecido duro, acarretando na desmineralização e no desgaste dentário.

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Entretanto, não são apenas as consequências pós-bariátrica que terão influência direta na saúde bucal, as mudanças dos hábitos também terão consequências. Esses indivíduos passam a se alimentar mais vezes durante o dia, em menores quantidades, podendo causar um aumento na formação de placa bacteriana, caso não realizem uma higiene bucal satisfatória, que poderá ocasionar, também, o aparecimento de lesões cariosas e o desenvolvimento de doenças periodontais (MARSICANO, 2013, p. 56-57).

2.1. EROSÕES DENTÁRIAS

As erosões dentárias, comumente encontradas em pacientes submetidos a cirurgia bariátrica, pode estar associada aos vômitos sucessivos que esses pacientes enfrentam muitas das vezes como consequência da Síndrome de Dumping. Essas erosões são caracterizadas por lesões lisas de contornos arredondados, sem sinais de pigmentação, predominantes nas faces palatinas e linguais dos posteriores, podendo observar, também, um encurtamento dos incisivos superiores, restaurações salientes e hiperestesia dentinária (SILVA, 2010, p. 16-18).

Pacientes que apresentam refluxo gastroesofágico tendem a apresentar maiores incidências de erosões dentárias. Esta é um tipo de lesão não cariosa que se dá em virtude a perda de estrutura dental causada por ação química, sem o envolvimento de bactérias, e pode ser classificada em extrínseca (consumo de frutas e ingestão de bebidas ácidas, ingestão de medicamentos como vitamina C e aspirina e fatores ambientais) e intrínsecas (doenças que provocam regurgitação do suco gástrico ou diminuição do fluxo salivar) (MOURA-GREC, 2012, p. 175-176).

O conteúdo gástrico, altamente ácido, em contato com o meio bucal corrói e desmineraliza o esmalte dentário nas superfícies palatais e linguais e, eventualmente, esta erosão pode progredir a tal ponto de afetar as superfícies dos elementos oclusos posteriores. Esses episódios frequentes de regurgitação gastroesofágica favorece um meio bucal ácido, proporcionando uma alteração negativa no tampão ideal necessário para ocorrer naturalmente os processos fisiológicos considerados normais e desejáveis (KEIBER, 2014, p. 42-43).

O processo de erosão dentária pode evoluir a tal ponto de desenvolver um processo de exposição dentinária, acarretando consequências cujos o sintoma é a hipersensibilidade após estimulação externa. O meio ácido oral pode ter origem de 3 formas distintas: fermentação de bactérias através de ingestão de alimentos ou

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bebidas que contenham carboidratos, especialmente sacarose, após ingestão de alimentos ácidos e a presença de suco gástrico, que é o caso dos pacientes submetidos a redução de estômago (NETTO, 2010, P. 28-29).

2.2. HIPOSSALIVAÇÃO E XEROSTOMIA

A saliva é uma secreção aquosa desenvolvida pelas glândulas parótidas, submandibulares e glândulas sublinguais e através das glândulas salivares menores distribuídas ao longo da mucosa oral. É considerado normal um fluxo salivar variando entre 1.000 a 1.500ml/dia, e o Ph variando entre 6 e 7. A saliva, por sua vez, desenvolve funções fundamentais na mastigação, fonação, digestão e lubrificação dos tecidos orais. A alteração no fluxo salivar tanto no que se refere a qualidade e quantidade, denomina-se hipossalivação, enquanto a xerostomia é apenas a sensação de boca seca (SILVA et. al., 2016, p. 141-142).

Gonçalves et. al. (2010, p. 57-59), em um estudo transversal realizado com 30 pacientes gastroplastizados atendidos na Unidade de Cirurgia Bariátrica e Metabólica do Hospital Geral Dr. César Cals e no Núcleo de Obesos do Ceará, observaram um fluxo salivar inferior a 0,7mL/min, caracterizando hipossalivação, na grande maioria dos indivíduos assistidos. E, como consequência dessa condição pode-se citar prejuízos significativos no processo de deglutição e fonação, além de não cumprir com a sua função do processo digestivo. A diminuição da secreção salivar resulta na diminuição do efeito tampão neutralizador, comprometendo o processo de remineralização das lesões iniciais do esmalte dentário, favorecendo a instalação da doença cárie.

2.3. HÁBITOS PARAFUNCIONAIS E DTM

Os hábitos parafuncionais correspondem a um grupo de alterações motoras e articulares da ATM, caracterizadas por morder os lábios, mastigar chicletes, ranger e/ou hábito de apertar os dentes, mastigação unilateral, sucção de dedos e/ou sucção digital, dormir com as mãos apoiando a cabeça, entre outros hábitos que influenciam negativamente o correto funcionamento bucal. Essas parafunções estão intimamente ligadas ao desenvolvimento de DTM (QUEIROZ et. al., 2015, p. 1-3).

Gonçalves et. al. (2010, p. 58-59) relatam que os pacientes bariátricos apresentam um quadro psicológico e emocional de ansiedade e estresse propiciando o surgimento e/ou intensificando os hábitos parafuncionais adquiridos antes da cirurgia bariátrica. Esses hábitos podem ser entendidos como uma forma de suprir

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e/ou amenizar a carga emocional que esses indivíduos acabam desenvolvendo após o procedimento cirúrgico, como consequência das mudanças drásticas de costumes e hábitos alimentares e de vida.

As DTMs, disfunções temporomandibulares, envolvem as articulações temporomandibulares e/ou músculos da mastigação e é um termo coletivo associado as desordens psicossociais e fisiológicas. Seus sintomas são basicamente dor à palpação muscular e/ou articular, função da mandíbula limitada e presença de ruídos articulares e sua etiologia é multifatorial, entretanto, é sabido que o estresse é o principal fator desencadeante. E, quando associado aos hábitos parafuncionais, que são fatores predisponentes, acaba desenvolvendo a disfunção temporomandibular (SIQUINELLI, MARSON, PROGIANTE, 2014, p. 2-3).

Os pacientes bariátricos, após realizarem o procedimento cirúrgico, passam a necessitar adotar hábitos compensatórios como forma de auxiliar o processo de absorção de nutrientes, uma vez que este passará a ser deficiente se sozinho. Entre esses hábitos compensatórios pode-se citar a necessidade de mastigar os alimentos e ingeri-los somente após passarem do estado físico de sólido para líquido. Entretanto, sem um condicionamento prévio para estimulação dos músculos mastigatórios, que anteriormente eram utilizados de maneira rápida, acaba por desenvolver um estresse muscular. Esse estresse associado aos hábitos parafuncionais acabam resultando no desenvolvimento ou na intensificação da disfunção temporomandibular (MOURA-GREC et. al. 2012, p. 174-176).

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3 MODIFICAÇÕES SISTÊMICAS, SAÚDE BUCAL E O PAPEL DO CD

Segundo Bordalo, Mourão e Bressan (2011, p.1023-1024), após a realização da gastroplastia o paciente que a ela foi submetido pode desenvolver deficiência nutricional, sendo nas técnicas disabsortivas e mistas mais acentuada e frequente. Essa deficiência pode ocorrer devido basicamente a restrição da capacidade de ingestão alimentar e a redução das áreas de absorção nutricional. Além mais, nas técnicas mistas e puramente disabsortivas, há a diminuição no tempo de trânsito alimentar como resultado do isolamento do duodeno, podendo também resultar em uma má absorção de micronutrientes, acentuada com a intolerância alimentar que pode ocorrer em alguns gastroplastizados.

Oliveira et. al. (2016, p.28-29), Ferreira (2016, p.29-30) e Santos et. al. (2015, p.29-30) colocam como principal modificação sistêmica e como fator desenvolvedor de todas as demais modificações, após a realização da cirurgia bariátrica, a deficiência nutricional em decorrência a má absorção de minerais e vitaminas lipossolúveis. Entre os minerais e vitaminas mais afetados, citam o ferro, o cálcio, vitamina D, vitamina B12 e o ácido fólico, todos mais acentuados e mais frequentemente relatados em pacientes submetidos a técnicas mistas ou disabsortivas de gastroplastização. Entretanto, nenhum indivíduo pós-bariátrica está excluído da possibilidade de desenvolver alguma deficiência nutricional a curto ou a longo prazo.

Qualquer procedimento de ressecção gástrica terá como consequência a redução das células parietais, produtoras do ácido clorídrico e, portanto, a diminuição da secreção gástrica. Desta forma, ao comprometer a metabolização inicial de ferro, prejudicará, também, a sua absorção no duodeno, em caso de pacientes submetidos a técnicas restritivas. Já em indivíduos submetidos a técnicas disabsortivas ou mistas, esse quadro será acentuado em decorrência ao isolamento do duodeno (TRAINA, 2010, p.79-80).

Quando há a deficiência de vitamina D, há, consequentemente, diminuição da absorção intestinal de cálcio, acarretando prejuízo na mineralização óssea, desenvolvimento de osteoporose, maior propensão a lesões cariosas em decorrência a diminuição da mineralização e maior propensão a fraturas ósseas (SARMENTO; CASAGRANDE; SCHAAN, 2014, p.89-91).

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O baixo fluxo salivar, fator determinante da sensação de boca seca e da hipossalivação - comuns em indivíduos gastrectomizados - diminui o efeito neutralizador da saliva, reduzindo o processo de remineralização de lesões iniciais em esmalte, potencializando a instalação de lesões cariosas. Todo esse processo de potencialização da proliferação da doença cárie é ainda mais intensificada com a deficiência de cálcio e de vitamina D, também comuns após a submissão a procedimentos bariátricos, que acarretarão na diminuta mineralização óssea (GONÇALVEZ et. al., 2010, p.58-59).

Bordalo, Mourão e Bressan (2011, p.1022) explicam que após a cirurgia bariátrica ocorre a redução do compartimento gástrico, tanto em técnicas mistas quanto em técnicas restritivas, diminuindo drasticamente a produção de células parietais do estômago- que são responsáveis pela produção de fator intrínseco- comprometendo a absorção de vitamina B12 no íleo distal e favorecendo o desenvolvimento de anemia perniciosa.

A diminuição da densidade óssea, consequência já identificada na literatura do pós-bariátrica poderá afetar também os tecidos ósseos da mandíbula e da maxila, resultando no comprometimento do periodonto de sustentação podendo acarretar na perda de elementos dentários (GREC, 2012, p.35-37).

Com a gastroplastia, surgem fatores que podem impulsionar o desenvolvimento de doença periodontal, como a perda de tônus dos tecidos periodontais, boca seca, hipersensibilidade, homeostasia oral comprometida em virtude a deficiência nutricional e o estresse emocional em decorrência a readaptação. Contudo, as modificações advindas com a realização da cirurgia bariátrica têm se mostrado como fatores potencializadores da doença periodontal e não auxiliadoras no processo de tratamento (PATARO, 2010, p. 44-46). Este fator é confirmado quando analisado os dados estatísticos. Em um estudo transversal realizado em Belo Horizonte, a incidência de periodontite em pacientes já gastrectomizados foi de 91,7%, contra 70,7% em pacientes em preparação (GREC, 2012, p. 35-37).

3.1. DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D E PERDA ÓSSEA

Moura-Grec et. al. (2012, p. 174-175), constataram que 40% dos pacientes no momento pré-operatório já apresentam deficiência de vitamina D e, 21%, no pós-operatório, apresentavam níveis ainda mais baixos que o nível basal, após 6 meses

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da operação. E, ainda, relatam que 31,7% dos pacientes bariátricos apresentam a necessidade de receber doses altas de suplementação de vitamina D.

Essa vitamina é de suma importância para manter o processo metabólico do cálcio em níveis normais. Quando há a deficiência dela, portanto, a absorção de cálcio passa a ser insuficiente, não conseguindo suprir as necessidades do organismo, podendo resultar em hiperparatiroidismo secundário, que é o aumento da produção do hormônio da paratireoide, além da retirada do cálcio dos ossos e da reabsorção nos rins para manter os níveis considerados recomendáveis. Em decorrência a toda essa cadeia, é relatado na literatura o desenvolvimento de ospeoporose em 26,3% dos pacientes com níveis basais abaixo da normalidade (SARMENTO; CASAGRANDE; SCHAAN, 2014, p.89-91).

O diagnóstico de diminuição da densidade óssea é relacionada na literatura com o processo de deficiência da vitamina D, após a realização da cirurgia bariátrica. Esse processo de perda óssea já comprovada, pode afetar as condições ósseas da maxila e mandíbula, podendo resultar na perda dentária em resposta ao comprometimento do periodonto de sustentação, sendo, inclusive, contraindicação para alguns procedimentos odontológicos como é o caso da realização de procedimentos de implantes dentários por comprometer o processo de ossointegração necessário para segurar o implante (MOURA-GREC et. al., 2012, p. 175).

Casagrande e Schaan (2014, p.89-90), acrescentam outro ponto de suma importância decorrente da deficiência de vitamina D, que é a diminuição da absorção de cálcio como consequência da modificação anatômica do trato gastrointestinal, propiciando o desenvolvimento e a proliferação de lesões cariosas.

Todos esses fatores supracitados associados como consequências da deficiência de vitamina D, a hipossalivação ou xerostomia, intensifica ainda a propensão do desenvolvimento das lesões cariosas, uma vez que os dentes já apresentam baixa mineralização e o baixo fluxo salivar diminui o efeito tampão neutralizador, comprometendo o processo de remineralização das lesões iniciais do esmalte dentário, favorecendo ainda mais a proliferação da doença cárie, comprometendo, assim, todo funcionamento consideravelmente saudável da saúde bucal e, portanto, a qualidade de vida desse indivíduo gastrectomizado (GONÇALVES et. al., 2010, p. 58-59).

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O cálcio é um nutriente absorvido preferencialmente através do duodeno e jejuno proximal, partes que são isoladas nos procedimentos mistos de cirurgia bariátrica, e a vitamina D atuará facilitando esse processo de absorção do cálcio em meio ácido. Em resposta a esse processo, os baixos níveis de vitamina D estão associados a uma baixa absorção de cálcio através da dieta alimentar, não significando, também, a diminuição de cálcio sérico. Quando as taxas de íons de cálcio baixam na corrente sanguínea, aumentam, consecutivamente, os níveis de hormônio da paratireoide (BORDALO; MOURÃO; BRESSAN, 2011, p. 1024-1025).

A deficiência de cálcio resulta na diminuição óssea e desmineralização dos elementos dentários, propiciando o meio para a proliferação da doença cárie. Todo esse processo pode ser mais ainda intensificado quando o indivíduo desenvolve osteoporose, patologia descrita na literatura como consequência posterior ao processo de hiperparatiroidismo e de comum desenvolvimento após a realização da cirurgia bariátrica (SANTOS et. al., 2015, p. 29-30).

3.3. IMPORTÂNCIA DO CD NO ACOMPANHAMENTO AO BARIÁTRICO Os indivíduos gastrectomizados passam a necessitar adotar comportamentos após o procedimento cirúrgico como forma compensatória para a má absorção de nutrientes - principalmente quando o método de escolha for misto ou disabsortivo -, como potencializar o sistema mastigatório. No entanto, o perfil da saúde bucal de candidatos em potencial para a realização de gastroplastia, atualmente, mostra a ausência de inúmeros elementos dentários, colocando em déficit o adequado funcionamento do processo mastigatório, mostrando a necessidade de realizar tratamento protético nesses pacientes e reabilitá-lo através da atuação do cirurgião-dentista (GONÇALVES et. al., 2010, p. 58-59).

Outro fator de grande impacto na saúde bucal e que será modificada após a cirurgia de redução de estômago é a rotina alimentar dos indivíduos. Estes passam a alimentar-se em menor quantidade e em maior frequência, havendo a necessidade de uma orientação preventiva com relação a correta higienização oral, uma vez que essa rotina favorecerá o meio para a atividade bacteriana (MOURA-GREC et. al., 2012, p.173-177). Sem contar que a cirurgia por si só já desencadeará modificações sistêmicas como a deficiência de cálcio e vitamina D e a posterior diminuição da densidade óssea e mineralização do esmalte dentário, que facilitará a instalação de

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lesões cariosas, exigindo um acompanhamento odontológico (GONÇALVES et. al., 2010, p. 58-59).

Moura-Grec et. al. (2012, p.173-177) apontam e chamam atenção, também, para outro fator muito comum após a gastroplastia e que tem repercussão negativa na cavidade oral: o refluxo gastroesofágico. Este, por sua vez, pode vir a desencadear erosões dentárias e halitose, colocando em desequilíbrio todo o sistema estomatognático. Desta forma, evidencia-se ainda mais a inclusão do cirurgião-dentista na equipe de acompanhamento ao paciente bariátrico tanto antes, quanto após a sua realização.

A saúde bucal não deve ser fator de interferência negativa na qualidade de vida do paciente bariátrico, mas sim fazer parte dela. E para que isso aconteça é necessário que o cirurgião-dentista esteja acompanhando esse paciente, antes e após a realização da redução de estômago, já que a literatura já evidencia, mesmo que ainda restritamente, a existência de consequências diretas da cirurgia bariátrica na saúde bucal, podendo ser fator desenvolvedor ou agravador de processos já existentes antes da gastrectomia (CARDOZO, 2012, p.12-13).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve por objetivo analisar como a bariátrica modifica sistemicamente o paciente a ela submetido e quais os impactos dessas modificações na saúde bucal e orofacial. Para tanto, foi tratado especificamente de como identificar essas consequências pós cirúrgicas de importância ao cirurgião dentista, entender como elas acontecem e, assim, chegar na importância do odontólogo na equipe multiprofissional de acompanhamento ao paciente bariátrico. Sendo todos os objetivos alcançados através do estudo e análise da literatura científica virtual.

Como ponto inicial buscou-se compreender a cirurgia bariátrica como um todo, sendo sua indicação baseada no IMC a partir de 40kg/m² ou igual ou superior a 35,5kg/m², desde que o indivíduo apresente comorbidades associadas a obesidade grau III. E, conjuntamente a essa análise, observou-se que o candidato a gastrectomia, no caso o obeso mórbido, pode apresentar uma saúde bucal já comprometida, com presença de cáries, perdas dentárias, xerostomia e periodontite. Quanto aos tipos cirúrgicos existentes, foram encontrados métodos classificados como restritivos, disabsortivos e mistos.

Posteriormente, analisou-se a interface entre saúde bucal e a realização da cirurgia bariátrica, onde pôde-se observar que, a depender do método cirúrgico de escolha, o paciente gastroplastizado poderá apresentar xerostomia, que é a sensação de boca seca, hipossalivação, que é a diminuição do fluxo salivar, erosões dentárias em virtude a vômitos e refluxos frequentes pós bariátrica por conta da síndrome de Dumping, e DTM, como consequência do estresse e da clínica de ansiedade comum após a cirurgia.

No capítulo 3, foi possível identificar as modificações sistêmicas causadas pela realização da redução de estômago que podem influenciar diretamente a saúde bucal desses pacientes, como a deficiência de vitamina D, que é de suma importância para a metabolização de cálcio, gerando perda óssea e, posteriormente, perda dentária. A deficiência de cálcio também foi relatada em grande escala na literatura científica virtual, podendo sua deficiência resultar na diminuição óssea e na desmineralização dos elementos dentários, propiciando o meio para a proliferação de lesões cariosas. Portanto, o acompanhamento odontológico se faz de suma necessidade, uma vez que, além das modificações já apresentadas anteriormente, esses pacientes

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também terão de adotar hábitos novos que podem ser prejudicados por conta da saúde bucal deficiente antes da realização cirúrgica, assim como pôde entender que a saúde oral, porta de entrada para todo o organismo, não deve ser fator de interferência negativa na qualidade de vida do paciente bariátrico, mas sim fazer parte dela, sendo o profissional dentista fundamental nesse processo.

Contudo, juntando todas as análises feitas ao longo deste trabalho, sugere-se uma análise comparativa entre pacientes bariátricos sem acompanhamento odontológico antes, durante e após a redução de estômago, e pacientes com esses cuidados, com o intuito de obter um resultado quantitativo do quão esse profissional é importante no acompanhamento desses pacientes. Hoje, na literatura, encontram-se os relatos das modificações pós gastrectomia que influenciam a saúde oral, mas falta dados estatísticos que comprovem a qualidade de vida para esses indivíduos e a falta dela associada ao acompanhamento odontológico ou falta deste.

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