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O Corpo Feminino No Cinema De Horror: Representações De Gênero E Sexualidades Nos Filmes Carrie, Halloween E Sexta-Feira 13 ( ).

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O Corpo Feminino No Cinema De Horror: Representações De Gênero E

Sexualidades Nos Filmes Carrie, Halloween E Sexta-Feira 13 (1970 - 1980).

Gabriela Müller Larocca1

Resumo: Nos Estados Unidos, o final da década de 1970 viu surgir uma força política reacionária à

contracultura dos anos 1960 e às suas forças libertárias, que organizava e avançava seu projeto apoiada por eleitores que temiam o término da segregação racial e os novos valores sexuais e morais. Críticas ao feminismo, à homossexualidade, ao aborto, ao divórcio e à “falta de autoridade social” começaram a ser tornar mais articuladas e frequentes, sendo que tal neoconservadorismo contou com o apoio da produção cultural e encontrou no cinema um forte aliado. O horror cinematográfico possui diversos subgêneros, sendo um deles denominado como slasher (derivado da palavra da língua inglesa slash, que significa retalhar ou cortar) surgindo no final da década de 1970 e atingindo grande popularidade nos anos 1980. Seus enredos geralmente contam a história de um psicopata que persegue e mata um grande número de vítimas, masculinas e femininas, sendo estas em sua grande maioria adolescentes, transgressores sexuais, marcados para a destruição devido a seus comportamentos e envolvimentos com bebidas, drogas ilícitas e sexo. Em 1976 Brian de Palma dirigiu o filme Carrie, a Estranha no qual a figura feminina é tratada com desconfiança e cuja sexualidade é reprimida por diversos fatores. A personagem principal adquire uma conformação monstruosa devido às conotações com a sexualidade de uma jovem que chega à adolescência. Poucos anos mais tarde, são sucessivamente lançados os filmes Halloween (1978) de John Carpenter e Sexta-Feira 13 (1980) de Sean S. Cunningham, ambos trazendo fortes elementos de violência contra o corpo feminino, com características conservadoras em relação à sexualidade, família e maternidade. A presente pesquisa, iniciada em 2014, propõe identificar e analisar a construção dessas produções cinematográficas e suas representações de gênero e sexualidade, bem como a abordagem específica em relação às mulheres, alvo preferencial da violência e da punição em tais produções. Ademais, deveremos refletir sobre a importância da maternidade e da feminilidade no gênero fílmico de horror, como parte de uma longa tradição cultural que as associam ao mal, assim como as incertezas, medos e inseguranças que despertam numa sociedade ainda marcadamente patriarcal. Pretende-se explorar como tais filmes representam um ajustamento visível nos termos de representação de gênero e da figura feminina num contexto cultural estadunidense abertamente reacionário, se mostrando em consonância com as reações políticas e culturais conservadoras da década de 1980.

Palavras-chave: História e Cinema, Gênero, Horror.

1. INTRODUÇÃO

A relação de estudo estabelecida entre os campos do cinema e da História tem se tornado, desde a década de 1980, um tema muito conhecido e abordado, se mostrando cada vez mais presente nos níveis acadêmicos como uma maneira nova e diferente de se estudar o passado.

Segundo o historiador Robert Rosenstone, tanto fontes escritas quanto audiovisuais referem-se a acontecimentos, momentos e movimentos reais do passado, sendo compostas por

1 Possui graduação em História pela Universidade Federal do Paraná. Atualmente é mestranda do Programa de Pós-Graduação em História pela mesma instituição, bolsista CNPq. E-mail: gabriela_larocca@hotmail.com

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conjuntos de convenções que desenvolvemos para falar de onde viemos(ROSENSTONE, 2010). No século XX, tanto o cinema quanto a televisão se transformaram no principal meio de transmissão das histórias que nossa cultura conta para si mesma, tornando-se importantes meios para delimitar nossa relação com o passado e para o entendimento da sociedade. Sendo assim, precisamos estudar o cinema como inserido em uma rede mais ampla de conhecimento, entrelaçado com diversos movimentos que ocorrem dentro do campo da literatura, dos discursos religiosos e da própria imprensa escrita.

Desta forma, o objetivo desta pesquisa, iniciada em 2014 e ainda em desenvolvimento, é problematizar o cinema de horror enquanto fonte histórica e de como a partir de uma maneira perversa e violenta este representa um ajustamento visível nos termos de representação de gênero e da figura feminina num contexto cultural estadunidense abertamente reacionário. Os valores de libertação tão associados aos movimentos dos anos 1970 encontraram uma reação difusa, mas culturalmente organizada e o cinema de horror desempenhou importante papel nesse contexto político. É possível afirmar que tais filmes estão em consonância com as reações políticas e culturais conservadoras nos Estados Unidos da década de 1980 (PHILLIPS, 2007).

2. PARA ALÉM DO MEDO: REPRESENTAÇÕES DE GÊNERO E SEXUALIDADES NO CINEMA DE HORROR

Os séculos XVIII e XIX foram prolíficos em relação à produção de saberes e práticas preocupadas com o corpo feminino e com sua alteridade. Tratava-se da constituição de um discurso científico e moral voltado para as diferenças sexuais, com a finalidade de demarcar espaços políticos de gênero, ou seja, definir lugares e estabelecer papéis para aqueles seres marcados pela sua diferença sexual: as mulheres (MARTINS, 2004) O surgimento da medicina da mulher, com a constituição de saberes como a obstetrícia e a ginecologia, aprofundaram e delimitaram a questão do exercício da função reprodutiva, estabelecendo a maternidade como uma função natural, com consequências imediatas para a definição essencialista e determinista da feminilidade. Construiu-se, portanto, a imagem feminina dependente e sustentada num corpo ambíguo, ora fonte de vida, ora fonte de ameaças à ordem masculina.

Os livros de medicina são reveladores da grande vontade em entender e explicar a diferença feminina. Os estudos médico-científicos se voltaram então para questões como a

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menstruação e a maternidade. Criou-se um corpo feminino completamente diferente do masculino, sendo que na definição da feminilidade o sexo era determinante. A principal ansiedade girava em torno de jovens mulheres, pois os médicos acreditavam que nesse momento de passagem do corpo da menina para o corpo apto para a reprodução vários acidentes e desvios poderiam acontecer, implicando graves consequências para o desenvolvimento da mulher normal. De tal forma, constrói-se uma imagem ambígua, que tem alcance até o século XX, podendo a mulher ser fonte de bondade, amor materno e companheirismo, mas cuja natureza física sem controle poderia desencadear a maldade, os vícios, a loucura e comportamentos criminosos (MARTINS, 2004). Logo, uma chave importante do domínio masculino na construção histórica e social do gênero encontra suas explicações e justificativas na diferença do corpo feminino.

No século XX a questão não é mais a inferioridade física ou mental das mulheres, mas sim a adequação de seus corpos e comportamentos aos modelos de eficácia, produtividade e competitividade. Diversos discursos voltados para a normalização passaram a ser produzidos e divulgados de maneira mais abrangente. A representação da feminilidade continua vinculada ao corpo e ao sexo, porém houve uma reorganização estratégica nas relações de poder e práticas de controle social, aparentando mais sutileza, porém não menos rigidez (MARTINS, 2004). Os discursos direcionados à normalização do corpo feminino se transformam em lugar de controle social e são amplamente divulgados pelos meios de comunicação de massa, reforçando de maneira sutil que o destino feminino está ligado a coisas sob as quais as mulheres têm pouco controle, como os ritmos de seus corpos e de uma pretensa e unitária natureza feminina. Durante este século as mulheres passaram a competir no mercado de trabalho e a reivindicar salários e posições iguais aos homens, porém no plano discursivo e nas imagens constantemente divulgadas pelas mídias prevalece a figura da mulher-corpo.

A vasta historiografia sobre a história das mulheres e das relações de gênero produzida na segunda metade do século XX mostra que algumas das mudanças em relação ao comportamento e ao corpo feminino foram realçadas durante a década de 1960, principalmente nos Estados Unidos da América. A contracultura, a revolução sexual e o início da emancipação feminina para além dos direitos políticos, estão na origem da ruptura com os padrões conservadores prevalecentes até então e com o questionamento dos valores e dos modelos comportamentais tradicionais. Os diversos movimentos sociais dos anos 1960 e 1970

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produziram mudanças radicais que afrouxaram os códigos morais, levando a uma libertação feminina que encorajou uma relação mais livre e consciente com o corpo e o desejo sexual. A atmosfera intensa e tumultuada dos anos 1960 nos Estados Unidos criou as condições para o fortalecimento do feminismo libertário e de lutas contra a discriminação sexual em busca da igualdade plena em todos os aspectos da sociedade (KARNAL, 2007). No que diz respeito à sexualidade, as décadas de 1960 e 1970 foram marcadas por experiências de liberalização e quebra de preconceitos, com comportamentos e atitudes sexo-afetivas mais espontâneas e plurais. As mulheres conquistaram elas próprias o exercício de sua sexualidade para além da reprodução, dando vazão aos desejos e aos prazeres, de tal forma que as relações se tornaram menos compromissadas, bem como questionadoras dos papéis rígidos e dicotômicos da família burguesa (PEREIRA, 2011).

A erosão da moralidade burguesa estadunidense tão associada ao conservadorismo dos anos 1950, com seus rígidos limites concernentes à sexualidade e ao gênero adstritos à família constituída pelo casamento, alcança seu clímax nos anos 1960 e 1970. Evidenciou-se naquele momento o aumento da popularidade de filmes e livros com abordagens mais francas sobre o sexo. É importante apontar que a revolução sexual não foi uma experiência majoritariamente voltada para os jovens, sendo também abraçada por adultos, possuindo como exemplo o crescimento de práticas como o swing (PHILLIPS, 2005). Os lares de subúrbio se tornaram mais permissivos às atividades sexuais, sendo que tanto adultos quanto adolescentes abraçaram uma atitude mais experimental em relação ao sexo. Portanto, é notável como as noções tradicionais de família, gênero e sexualidade foram profundamente abaladas durante estas duas décadas. Ao final dos anos 1960 os níveis de divórcio aumentaram dramaticamente, ao mesmo tempo em que as taxas de natalidade diminuíam devido à expansão dos meios contraceptivos. O número de mulheres casadas trabalhando fora aumentou significativamente. Todas estas tendências foram reflexos de atitudes mais liberais em relação ao papel da mulher na sociedade, o que contribuiu para afastar as pessoas, particularmente nos Estados Unidos e em alguns países europeus, dos modelos tradicionais de família e sexualidade, exigindo uma reformulação na dinâmica familiar e nas relações sexo-afetivas.

Contudo, ao final da década de 1970, de vários lugares e de diferentes pontos da produção cultural em países ocidentais, se observa um movimento de retorno nostálgico às imagens e motivações dos anos 1950, vistos como mais puros, simples e como uma época

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associada à felicidade e à ordem social e moral que foram abaladas pela contracultura e pelos movimentos sociais. Em meio à modificação dos valores e instituições tradicionais, muitos grupos sociais procuraram respaldo em um passado considerado como sendo portador de valores e segurança. É importante ressaltar que nem todos apoiavam a expansão das liberdades, sendo estas compreendidas como uma ameaça ao patriarcado, à família heterossexual, à religião e aos bons costumes. Do ponto de vista cultural, o retorno à uma estética dos anos 1950 correspondeu ao fortalecimento de filosofias e políticas conservadoras, reflexo de um senso comum de que a moral e os valores ocidentais e particularmente norte-americanos estavam sendo corrompidos e seriamente ameaçados. No final dos anos 1970 vemos surgir um novo projeto de reestabelecer a autoridade e a tradição permeando a vida cultural, política, econômica e social, que encontra um canal de divulgação e ressonância nas mídias (KARNAL, 2007). Constituía-se um movimento neoconservador que se irradiou em diversos setores da sociedade e da cultura norte-americana, sendo um de seus alvos centrais de reação a sexualidade e a liberação feminina.

Nos Estados Unidos o final da década de 1970 viu surgir uma força política reacionária à contracultura e às suas forças libertárias, que organizava e avançava seu projeto apoiada por eleitores que temiam o término da segregação racial e os novos valores sexuais e morais. Críticas ao feminismo, à homossexualidade, ao aborto, ao divórcio e a “falta de autoridade social” começaram a ser tornar mais articuladas e frequentes. Um dos exemplos desta nova mentalidade direcionada ao corpo feminino e ao feminismo é o movimento Direito à Vida2, lançado por mulheres conservadoras e religiosas que diziam ser o aborto “o pior pecado da revolução sexual” (KARNAL, 2007). As pretensões políticas do feminismo foram rechaçadas pelo neoconservadorismo que contou com o apoio da produção cultural e encontrou no cinema um forte aliado. É importante ressaltar que o cinema exerce um papel essencial na criação das sensibilidades modernas, tendo em vista que desde o final do século XIX a cultura é cada vez mais visual (ADELMAN, 2010). Sendo assim, o audiovisual possui profundas conexões com os significados que estão sendo produzidos em outros campos da vida social.

O horror como gênero literário começa a se configurar entre a segunda metade do século XVIII e o primeiro quartel do século XIX, com obras como Frankenstein (Mary

2 O movimento pro-life forteleceu-se após a aprovação do direito ao aborto pela Suprema Corte por conta do

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Shelley, 1818) e os contos de Edgar Allan Poe, encontrando posteriormente, espaço crescente no cinema. Para muitos historiadores o marco escolhido para o nascimento do horror no cinema é o estilo conhecido como expressionismo alemão3. Em sua trajetória como gênero, o

horror é marcado pela existência de ciclos, ou seja, em determinados períodos possui um grande público, dando ênfase a uma temática ou enredo, enquanto em outros seu público é mais seleto. É possível identificar ciclos como os filmes clássicos da Universal Studios nos anos 1930, durante a Grande Depressão, com seus enredos sobre Drácula (Dracula, Tod Browning, 1931) e Frankenstein (Frankenstein, James Whale, 1931) e o ciclo de ficção científica/horror dos anos 1950 que coincide com a primeira fase da Guerra Fria. Tais ciclos são contemporâneos à tensões sociais, sendo uma forma catalisadora de diversas angústias coletivas expressas por meio de uma iconografia de medo, aflição e repulsa. Entretanto, foi durante as décadas de 1960 e 1970 que o gênero teve expressão comercial e cultural visível, por meio de produções norte-americanas como A Noite dos Mortos Vivos (Night Of The

Living Dead, George Romero, 1968) e O Massacre da Serra Elétrica (The Texas Chainsaw Massacre, Tobe Hopper e Kim Henkel, 1974).

Observa-se com frequência que os ciclos de horror surgem em épocas de tensão social e que o gênero é um meio pelo qual as angústias de uma era podem se expressar. Não é de surpreender que o gênero de horror seja útil nesse aspecto, pois sua especialidade é o medo e a angústia. O que provavelmente acontece em certas circunstâncias históricas é que o gênero é capaz de incorporar ou assimilar angústias sociais genéricas em sua iconografia de medo e aflição (CARROLL, 1999, P. 277). Os filmes de horror, talvez mais do que qualquer outro gênero, parecem exercer grande impacto na vida das pessoas, principalmente por conseguirem capturar ansiedades e temores culturais de forma que os medos e ansiedades coletivas pareçam projetados na tela do cinema. Alguns tornam-se “momentos culturais”, atingindo certo nível de imortalidade, alcançando mais do que apenas seus fiéis fãs, sendo também conhecidos por pessoas que não gostam ou até condenam o gênero. É importante salientar que estes filmes não modificaram a cultura estadunidense, mas sim se conectaram a movimentos e direções culturais já existentes (PHILLIPS, 2005). Um filme de horror influente não cria necessariamente determinado padrão de ansiedade ou medo, mas seus elementos se conectam de maneira simpática a tendências da cultura em geral. Ao expressar, explícita ou implicitamente, sentimentos e angústias, o horror dá um espaço para a reflexão, em um processo dinâmico em que

3 Estilo cinematográfico que teve seu auge na década de 1920 e favorecia aspectos do surreal em sua narração e expressão. Os cineastas davam grande atenção a temáticas relacionadas ao sonho, fantástico, imaginário e à dimensão cósmica, além de apresentarem uma estética sombria e “deformada”. Entre seus filmes mais famosos figuram O Gabinete do Dr. Caligari (Das

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projetamos nossos medos coletivos na tela e esses medos são projetados de volta para nós (PHILLIPS, 2005). A história do filme de horror está essencialmente ligada à história da ansiedade no século XX, sendo que por meio da retrospectiva e da distância crítica é possível examinar a complexa relação entre filme e cultura, medo ficcional e ansiedade cultural, familiaridade e choque. São justamente suas relações com determinados momentos culturais que tem potencializado suas recepções, ou seja, certos filmes de horror podem ser considerados como medidores de um humor nacional e também como um importante espaço cultural onde os cidadãos podem se engajar num escape e examinar tendências, assim como fazer escolhas de como reagir e interpretá-las.

É importante considerar que o filme de horror, assim como qualquer outro, não aparece como um produto pronto, mas sim como um processo de produção. O significado não aparece sozinho no filme, sendo o resultado de um empreendimento coletivo entre produtores, diretores, exibidores e aqueles que o recebem. Depende em grande parte de uma evocação de participação do espectador, de um convencimento de que as ameaças projetadas têm um grau de realidade, já que a película existe dentro do contexto de sua própria produção e como parte de determinado ambiente. Em muitos casos, o espectador investiga também as consequências para si mesmo, ao perceber que é tão vulnerável quanto a vítima do filme.

Podemos afirmar que o horror trabalha com diversos temas e enredos, tendo diversos subgêneros, sendo um deles o de filmes denominados como slashers 4. Tal subgênero surge

no final da década de 1970 atingindo grande popularidade nos anos 1980. Seus enredos contam a história de um psicopata que persegue e mata um grande número de vítimas, masculinas e femininas, restando ao final apenas um único sobrevivente do grupo. As vítimas são em sua grande maioria adolescentes, transgressores sexuais, marcados para a destruição devido a seus comportamentos e envolvimentos com bebidas, drogas ilícitas e sexo. Em tais produções o assassinato com requintes de crueldade direcionado a jovens ativos sexualmente é um imperativo, afetando também os homens. Entretanto, a morte feminina é sempre a mais violenta e associada a uma crueldade mais “racionalizada”, tanto do ponto de vista do roteiro quanto dos “métodos” dos assassinos. Algumas garotas morrem porque estavam fazendo sexo, porém independente do filme, o motivo maior é sempre o mesmo: elas morrem por serem mulheres (CLOVER, 1993).

4 Slasher deriva da palavra inglesa slash que significa retalhar ou cortar, logo, slasher é aquele que corta ou usa algum instrumento afiado para atacar.

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Se durante os séculos XVIII e XIX houve uma intensa preocupação com o corpo feminino e sua alteridade, além da ansiedade em relação à puberdade feminina, sua sexualidade, menstruação e função reprodutora, podemos afirmar que durante o século XX tais questões ainda estavam presentes. Porém, agora se encontravam reformuladas, tendo apoio das palavras e dos mais diferentes discursos, principalmente das imagens e dos sentidos produzidos pelo cinema. É em tal contexto que três produções cinematográficas norte-americanas do gênero de horror são produzidas, obtendo grande sucesso de público e de bilheteria. É possível levantar a hipótese de que tais filmes lançados entre 1976 e 1980 criaram uma representação da mulher, principalmente da adolescente, muito ligada ao movimento neoconservador acima mencionado, além de demonstrarem o medo e a insegurança em relação ao feminino e suas sexualidades.

Carrie, a Estranha foi lançado em 1976, adaptação do romance homônimo de Stephen King, sendo dirigido pelo norte-americano Brian De Palma5, com um orçamento entre $1,8 milhões de dólares, rendendo posteriormente mais de $135 milhões. O filme conta a história da tímida adolescente Carrie White de 17 anos, que devido a suas roupas estranhas e sua criação religiosa, sofre todos os tipos de humilhações por parte de seus colegas da escola. A personagem é o alvo de todas as piadas da sala, sendo considerada a outsider social do colégio. Acerca de seu livro, Stephen King afirma que a personagem é em grande parte uma representação de como as mulheres encontram seus próprios canais de poder e de como os homens temem as mulheres e suas sexualidades (CLOVER, 1993).

O grande diferencial é que Carrie possui poderes paranormais que são fortalecidos com a chegada de sua primeira menstruação. O filme envolve em seu enredo traumas da adolescência e da criação materna, pautando-se em uma sexualidade contida pela mãe repressora e psicótica. Com a menstruação, a personagem se transforma em mulher, podendo a partir dai exercer a maternidade. Ignorando o que acontecia devido à educação repressora de sua mãe, em uma das primeiras cenas do filme, a jovem Carrie acredita que está morrendo devido a quantidade de sangue. Sua mãe, uma fanática religiosa, diz a ela que o sexo é algo sujo e que os homens são seres perversos. Ao pronunciar tais palavras a Sra. White reforça o medo e ansiedade tão associados historicamente ao corpo e à sexualidade feminina. Ao ser convidada para o baile da escola e ser submetida a uma perversa “brincadeira” envolvendo uma grande quantidade de sangue de porco jogado em cima de sua cabeça, Carrie dá início à

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morte e à destruição, matando praticamente todos os seus colegas com seus poderes paranormais. O filme é notadamente marcado por uma imagética menstrual, iniciando com a menarca da personagem e atingindo seu clímax com o sangue de animal que transforma Carrie em um ser demoníaco e destruidor. A imagem angelical e ingênua de Carrie, que é construída ao longo do filme, é suplantada por uma figura demoníaca com poderes sem controle, iniciados pelo sangue menstrual, fonte de sua dor, mas também de seu estranho poder. No filme vemos a reatualização da associação da figura feminina como o Mal encarnado, bem como da maternidade anormal, ou seja, sua possibilidade como ritual de morte e não de vida. (MARTINS, 2010).

Dois anos após o lançamento de Carrie, John Carpenter6 dirige Halloween: A Noite do Terror.7 É um dos filmes mais imitados na história do cinema estadunidense, popularizando a

fórmula de stalk-and-slash, ou seja, perseguir e matar (PHILLIPS, 2005), com um orçamento de cerca de 320 mil dólares e uma arrecadação inicial de mais de $55 milhões.8 A trama gira em torno de um assassino psicótico, Michael Myers, que persegue os moradores de uma pequena cidade fictícia do interior dos Estados Unidos durante o Dia das Bruxas, matando um grupo de amigos adolescentes, sendo que apenas uma garota, Laurie, interpretada por Jamie Lee Curtis, sobrevive. Na cena de abertura do filme dividimos o ponto de vista com alguém que rodeia uma casa e observa uma jovem mulher com seu namorado no sofá. O casal sobe para o andar superior e é seguido por esse intruso, que com uma máscara de palhaço, assassina os jovens com uma faca de açougue. Logo, descobrimos que o assassino é uma criança de cabelos loiros e olhar inocente, fantasiado de palhaço e com o nome de Michael. Quinze anos após os acontecimentos do início do filme, Michael escapa da clínica psiquiátrica em que estava internado e volta para sua cidade natal, Haddonfield, lugar do crime original e onde mora Laurie e seu grupo de amigos.

O filme traz o horror para o bairro familiar de subúrbio, com belas casas, arborizado e com a aparência segura, ou seja, o espectador sente que nada ali poderia desandar de forma errada. O medo que o filme causa é justamente a ideia de que o que se passa na tela poderia acontecer em qualquer lugar e com qualquer pessoa. O assassino funciona como uma figura

6 John Carpenter é um diretor estadunidense conhecido por seus filmes de horror e de ficção científica. Dirigiu também: O Nevoeiro (1980), Fuga de Nova York (1981), Christine, O Carro Assassino (1983) e diversos outros longas.

7 Em 2006 foi escolhido, entre mais de cem títulos, para pertencer ao National Film Registry, uma seleção de filmes que serão preservados na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos.

8 O filme deu origem a uma franquia com mais nove filmes, respectivamente: Halloween II – O Pesadelo Continua (1981); Halloween III – A Noite das Bruxas (1982); Halloween IV – O Retorno de Michael Myers (1988); Halloween V – A Vingança de Michael Myers (1989); Halloween VI – A Última Vingança (1995); Halloween H20 – Vinte Anos Depois (1998); Halloween – Ressurreição (2002); Halloween (2007) e Halloween II (2009), sendo os últimos dois refilmagens.

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punitiva que impõe, mesmo de maneira absurdamente anticonvencional, a ordem em um mundo caótico, castigando comportamentos sexuais. Trata-se portanto de um retorno cultural aos valores mais conservadores.

As vítimas, nesse tipo de filme, estão sempre relacionadas ao sexo ou a comportamentos mais livres, envolvendo: bebidas e drogas e explorando claramente os limites culturais norte-americanos e puritanos em relação à sexualidade. As figuras materna e paterna estão ausentes, facilitando, graças à sua negligência, os atos dos adolescentes, ou seja, a função do slasher é substituir os pais e sua disciplina, julgando e punindo severamente tais comportamentos (PHILLIPS, 2007). Michael Myers atua como o mal reencarnado, não existindo nenhuma explicação acerca de seu comportamento, sendo creditado muitas vezes apenas como The Shape, ou seja, a sombra.

Uma figura muito associada aos contos de horror é o bicho-papão, figura mítica e geralmente usada para designar um demônio ou espírito que vem para atormentar ou devorar suas vítimas. Sua forma varia de acordo com o período cultural e histórico em que está inserido, mas sua característica essencial é sua relação com as fronteiras culturais e principalmente com a fronteira entre as ideias de certo e errado (PHILLIPS, 2007). Em muitos filmes, tal figura personifica o caos que existe nos outros lados destas fronteiras, funcionando como um aviso do perigo que é cruzar estes limites. Sendo assim, o conto do bicho papão é criado e utilizado como um maneira de ensinar as crianças e adolescente a obedecer as regras dentro de uma disciplina mais severa e punitiva. De tal maneira, podemos apontar que Michael representa um diferente aspecto do bicho-papão, ou seja, não vem para trazer caos cultural ou moral, mas sim para punir aquele que é considerado depravado ou imoral.

A única sobrevivente ao ataque descontrolado de Michael é Laurie, um modelo ideal de adolescente dentro dos novos padrões conservadores: sem experiência sexual, dedicada aos estudos e com qualidades maternas, atuando enquanto babá de duas crianças e priorizando sua segurança. Sua pureza é justamente o que a defende da ira do slasher. Halloween surge então, como um conto de punição e imposição de valores tradicionais em uma época associada à permissividade e ao declínio dos valores familiares. O filme usa elementos básicos e que serão utilizados por inúmeras outras produções: um assassino confuso e indeterminado sexualmente; uso de armas primitivas e fálicas; vítimas, em sua maioria jovens sexualmente

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ativos, em que as mulheres sofrem maior violência e por último, a existência da final girl9, ou

seja, uma personagem feminina que sobrevive a todos os ataques por se enquadrar no modelo neoconservador divulgado pelos Estados Unidos da década de 1970 e 1980.

É nesse ambiente reacionário que em 1980 um filme muito inspirado em Halloween

chega às telas de cinema, dirigido por Sean S. Cunningham.10 A história de Sexta-Feira 13 se inicia em 1958 quando um casal de monitores do acampamento Crystal Lake, namora escondido ao invés de cuidar das crianças que estavam sob sua responsabilidade. Como resultado, um menino, Jason Voorhees, se afoga no lago, sendo que logo na sequência os adolescentes são mortos a facadas por um assassino desconhecido. Voltando para o presente, em 1980, o acampamento está prestes a reabrir depois de 22 anos e dessa vez um novo grupo de jovens volta ao local para trabalhar, porém antes do verão começar os assassinatos recomeçam. Eles são perseguidos e mortos de forma brutal e violenta, com exceção de Alice Hardy, interpretada por Adrienne King, até que no clímax nos é revelado que o assassino é, na verdade, a bondosa Mrs. Voorhees, mãe do menino que se afogou em 1958. O filme é um marco definitivo das sequências e cópias, abrindo espaço para uma quantidade enorme de imitações (KONOW, 2012). Em uma cena final marcante Alice, a final girl, em uma luta com Mrs. Voorhees a decapita perto do lago do acampamento.

O enredo apresenta personagens muito recorrentes no imaginário norte-americano: a garota mais experiente sexualmente; o atleta; o namorado em potencial; o palhaço da turma e a última sobrevivente, aquela adolescente caracterizada por sua sexualidade sob controle e adequada aos padrões mais conservadores. Os jovens, principalmente as meninas, sofrem mortes extremamente violentas, punidas por seu comportamento permissivo com seus corpos e se transformando nos principais alvos do assassino. O acampamento de férias, tão presente na cultura estadunidense, como um lugar idílico e pacífico, se transforma no caos e na violência. O que deveria ser o melhor momento de suas vidas acaba se tornando uma lição sangrenta de adequação e comportamento.

A personagem Mrs. Voorhees, interpretada por Betsy Palmer, evoca outra imagem feminina que é a da maternidade disfuncional e causadora do mal. Ao longo do filme, a personagem interage com os adolescentes se revestindo com uma personalidade amorosa,

9 Termo cunhado pela professora estadunidense de estudos cinematográficos Carol J. Clover em seu ensaio Her Body,

Himself publicado originalmente em 1987.

10 Conhecido por criar a franquia de filmes Sexta-Feira 13, dirigiu poucos filmes, se concentrando na área de produção de filmes do gênero de horror como: Aniversário Macabro (1972) e House (1986).

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bondosa e dedicada. Porém, ao alcançarmos o clímax, é desvendada sua verdadeira face: de mãe louca e violenta, ou seja, representante do estereótipo de que as mulheres são seres capazes de descambar para a loucura e para a violência quando não conseguem a realização plena de sua pretensa natureza feminina. A imagem da mulher enquanto mãe representa uma norma e quando esse papel lhe é negado, esta pode ser impelida a extremos psicóticos e perversos (KELLNER, 2001). A psicopatia da personagem é tanta que Jason, seu filho, vive dentro da sua mente, a incitando a cometer os crimes, como no momento em que com uma voz infantil repete: “Mate ela mamãe, mate ela!”. É fato que mulheres assassinas são raras em filmes de horror, sendo que suas razões para tal ato são significantemente diferentes dos homens, ou seja, Mrs. Voorhees atua como uma figura punitiva, mas que diferentemente de Michael Myers, encarna a figura familiar, mais notadamente a materna. O filme deu origem a 12 sequências11, sendo que somente a primeira possui um personagem assassino feminino. A partir de Sexta-Feira 13 – Parte II, lançado em 1981 o slasher se torna o próprio Jason Voorhees, que inexplicavelmente ganha vida novamente e assume uma fisionomia adulta.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os primeiros debates sobre a representação das mulheres no cinema se iniciaram na década de 1970. Elabora-se a ideia de que o olhar cinematográfico e as figuras por ele geradas são predominantemente masculinas, reforçando as ideias de ativo/masculino e passivo/feminino, sendo as mulheres olhadas, exibidas e tendo sua aparência codificada para produzir um forte impacto visual e erótico (MULVEY, 1999). O cinema possibilita que os sonhos e fantasias masculinas sejam engajadas em torno de mulheres com corpos objetificados e idealizados, ou seja, estas personagens são construídas muito mais como objetos do olhar - em uma clara posição de subordinação - do que como sujeitos. O audiovisual é abordado como uma das fontes de expressão dominante da cultura patriarcal, sendo que o olhar masculino dominante, com base em seu poder político, econômico e sexual, relega a mulher à marginalidade, ecoando a ameaça que a sexualidade feminina representa (KAPLAN, 1995). Constrói-se o feminino de maneira específica, de tal forma que este reflita

11 Sexta-Feira 13 – Parte II (1981); Sexta-Feira 13 – Parte III (1982); Sexta-Feira 13 – O Capítulo Final (1984); Sexta-Feira 13 – Parte V: Um Novo Começo (1985); Sexta-Feira 13 – Parte VI: Jason Vive (1986); Sexta-Feira 13 – Parte VII: A Matança Continue (1988); Sexta-Feira 13 – Parte VIII: Jason Ataca Nova York (1989); Jason Vai Para o Inferno: a Última Sexta-Feira (1993); Jason X (2001); Freddy VS. Jason (2003) e Sexta-Feira 13 (2009), o último sendo uma refilmagem do original de 1980.

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as necessidades e o inconsciente patriarcal. Sendo assim, a figura feminina é objeto a ser olhado e consumido pelo espectador masculino.

Em boa parte da produção imagética, fílmica ou de outra natureza, a mulher é portadora do mal devido a sua sexualidade, podendo ser controlada por meio de artifícios como: a doença ou miséria que resultem em morte; pelo matrimônio ou em última instância pelo assassinato causado por uma arma representante do falo, que a domine e a elimine (KAPLAN, 1995). A mulher aparece como objeto erótico dentro da tela e como objeto erótico para o espectador na sala de projeção, exemplificando que a magia do cinema está equipada com uma manipulação do prazer visual satisfatório, codificando o erótico dentro da linguagem da ordem patriarcal dominante (MULVEY, 1999). O audiovisual também pode funcionar como uma via dupla, mostrando as restrições e limitações que a família nuclear impõe à mulher e também a educando a aceitar tais restrições como naturais e inevitáveis. Na sua grande maioria, personagens masculinos – e aqui podemos incluir os slashers - devolvem ao espectador do mesmo sexo seu ego mais perfeito espelhado, com uma sensação de controle que reforça a impotência do feminino. O cinema constitui assim, uma produção particular e plena de discursos de gênero, elaborando uma ampla teia de relações sociais e também de classe e raça, na qual as lutas simbólicas são um dos principais terrenos da luta política (ADELMAN, 2010).

De tal forma com esta pesquisa pretendemos compreender o surgimento de uma violência extrema direcionada ao corpo feminino no cinema de horror, em um contexto estadunidense marcado pelo retorno de imagens e políticas neoconservadoras. Buscamos compreender como o horror também se encontra inserido dentro das representações de gênero e sexualidades, tendo como alvo principal o público adolescente, criando identificações com os personagens exibidos nas telas e atuando como advertência, principalmente para as mulheres. Estas foram relegadas à ausência, silêncio e marginalidade por muito tempo, seja na sociedade, nas produções culturais ou na produção do conhecimento. A questão do olhar masculino no cinema reforça tal ideia, sendo este visto como capaz de dominar e reprimir a mulher por meio de um poder controlador sobre seu discurso e desejo (KAPLAN, 1995). Tendo isto em mente, acreditamos ser de suma importância entender como esta construção de gênero - a mulher - é inserida no audiovisual, principalmente no recorte temporal escolhido, quando a brutalidade contra o corpo feminino ganha espaço inigualável nos filmes de horror. A questão de gênero nos processos de fazer cinema é ainda insuficientemente abordada, tendo

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em vista que o discurso cinematográfico produz, constrói e dissemina formas poderosas na vida social e mental (ADELMAN, 2010).

O corpo feminino sempre se mostrou como lugar de embate entre o Bem e o Mal, tendo fortes associações com o monstruoso e o demoníaco, como podemos notar claramente na personagem Carrie (MARTINS, 2010). Concomitantemente ao corpo, a maternidade também foi reprimida e temida, exceto em níveis como o da idealização e da romantização. Observamos que diversos filmes, inclusive os utilizados neste trabalho, utilizam mitos, tabus e o inconsciente medo da sociedade em relação à figura feminina, sendo esta caracterizada de diversas maneiras: vítima, monstro, louca ou sedutora. Desta forma, procuramos fornecer com esta pesquisa interpretações e subsídios para se repensar a representação feminina pelo cinema, questionando dimensões de poder e identidades tidas como naturais, tendo em mente as construções subjetivas das sensibilidades e de sentimentos contraditórios nas sociedades contemporâneas.

4. REFERÊNCIAS:

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KELLNER, Douglas. A Cultura da Mídia – Estudos Culturais: Identidade e Política Entre o Moderno e Pós-Moderno. Bauru, São Paulo: EDUSC, 2001.

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Referências

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