DIÁRIO DA REPÚBLICA
I
A
S É R I E
Esta 1.a série do Diárioda República é constituída
pelas partes A e B
Sumario229A Sup 0
S U M Á R I O
Presidência do Conselho de Ministros
Decreto-Lei n.o388/99:
Estabelece o regime a aplicar aos corpos especiais que existem no quadro de pessoal do Instituto Nacional do Desporto . . . 6694
Ministério do Trabalho e da Solidariedade
Decreto-Lei n.o389/99:Regulamenta a Lei n.o71/98, de 3 de Novembro, que
estabeleceu as bases do enquadramento jurídico do voluntariado . . . 6694
Ministério do Ambiente
Decreto-Lei n.o390/99:Altera o Decreto-Lei n.o 56/99, de 26 de Fevereiro
(transpõe para o direito interno a Directiva n.o86/280/CEE, do Conselho, de 12 de Junho, relativa
aos valores limite e aos objectivos de qualidade para a descarga de certas substâncias perigosas, e a Directiva n.o88/347/CEE, do Conselho, de 16 de Junho, que
altera o anexoIIda Directiva n.o86/280/CEE) . . . . 6698
Ministério da Cultura
Decreto-Lei n.o391/99:Altera o Decreto-Lei n.o361/91, de 3 de Outubro, que
PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS
Decreto-Lei n.o388/99
de 30 de Setembro
A Lei Orgânica do Instituto Nacional do Desporto foi aprovada pelo Decreto-Lei n.o62/97, de 26 de Março,
tendo sido posteriormente aprovado o respectivo quadro de pessoal com a Portaria n.o847/98, de 8 de Outubro.
No âmbito do quadro deste instituto público existem, integrados na Direcção de Serviços de Medicina Des-portiva, médicos, técnicos superiores de saúde, enfer-meiros e técnicos de diagnóstico e terapêutica. Importa, por isso, definir as regras a aplicar a estes corpos especiais.
Assim:
Nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 198.o da
Constituição, o Governo decreta o seguinte: Artigo único
Corpos especiais do Instituto Nacional do Desporto
1 — O Instituto Nacional do Desporto dispõe, no domínio dos recursos humanos, dos seguintes corpos especiais:
a) A carreira médica hospitalar, integrada no
grupo de pessoal técnico superior;
b) A carreira técnica superior de saúde, ramo
labo-ratorial, integrada no grupo de pessoal técnico superior;
c) A carreira de enfermagem, integrada no grupo
de pessoal técnico;
d) A carreira de técnico de diagnóstico e
terapêu-tica, integrada no grupo de pessoal técnico, cuja área funcional inclui técnicos de análises clí-nicas, técnicos de cardiopneumografia, técnicos de radiologia e fisioterapeutas.
2 — Relativamente às carreiras previstas nas alíneas
a), c) e d) do número anterior aplica-se o respectivo
regime legal estabelecido no âmbito do Ministério da Saúde.
3 — No que se refere à carreira prevista a alínea b) do n.o1 aplica-se o respectivo regime legal estabelecido
no âmbito do Ministério da Saúde, excepto no que diz respeito à regulamentação do concurso de admissão ao estágio.
4 — O processo do concurso de admissão ao estágio para a carreira técnica superior de saúde mencionada na alínea b) do n.o1 será estabelecido por portaria
con-junta do Ministro da Saúde, do membro do Governo responsável pela área da Administração Pública e do membro do Governo responsável pela área do desporto. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 29 de Julho de 1999. — Jaime José Matos da Gama —
Antó-nio Luciano Pacheco de Sousa Franco — Fausto de Sousa Correia — Maria de Belém Roseira Martins Coelho Hen-riques de Pina — José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa.
Promulgado em 16 de Setembro de 1999. Publique-se.
O Presidente da República, JORGESAMPAIO.
Referendado em 20 de Setembro de 1999. O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira
Guterres.
MINISTÉRIO DO TRABALHO E DA SOLIDARIEDADE
Decreto-Lei n.o389/99
de 30 de Setembro
O voluntariado é uma actividade inerente ao exercício de cidadania que se traduz numa relação solidária para com o próximo, participando, de forma livre e orga-nizada, na solução dos problemas que afectam a socie-dade em geral.
Reconhecendo que o trabalho voluntário representa hoje um dos instrumentos básicos de participação da sociedade civil nos mais diversos domínios de actividade, a Lei n.o71/98, de 3 de Novembro, estabeleceu as bases
do enquadramento jurídico do voluntariado.
Procurando ir ao encontro das necessidades sentidas pelos voluntários e pelas diversas entidades que enqua-dram a sua acção, a lei do voluntariado delimitou com precisão o conceito de voluntariado, definiu os princípios enquadradores do trabalho voluntário e contemplou um conjunto de medidas consubstanciadas em direitos e deveres dos voluntários e das organizações promotoras no âmbito de um compromisso livremente assumido de dar cumprimento a um programa de voluntariado.
Tendo em conta a liberdade que caracteriza e define o voluntariado, a regulamentação da citada lei, nos ter-mos do seu artigo 11.o, cinge-se às condições necessárias
à sua integral e efectiva aplicação e às condições de efectivação dos direitos consignados no n.o 1 do seu
artigo 7.o, designadamente nas alíneas f), g) e j).
Partindo destas premissas, designadamente no que respeita à garantia da liberdade inerente ao voluntariado e do exercício de cidadania expresso numa participação solidária, a presente regulamentação, no desenvolvi-mento da Lei n.o71/98, contempla também instrumentos
operativos que permitam efectivar direitos dos volun-tários e promover e consolidar um voluntariado sólido, qualificado e reconhecido socialmente.
Neste contexto, são, assim, objecto de regulamentação as condições de efectivação dos direitos consignados no n.o 1 do artigo 7.o, bem como outras medidas que, de
harmonia com o disposto no seu artigo 11.o, se mostram
necessárias à sua integral e efectiva aplicação.
É, designadamente, o caso de se contemplar a criação do Conselho Nacional para a Promoção do Volunta-riado, cuja composição será definida por resolução do Conselho de Ministros, o mesmo acontecendo ao orga-nismo que prestará o apoio necessário ao seu funcio-namento e execução das deliberações.
Esta entidade, para além de operacionalizar diversas acções relacionadas com a efectivação dos direitos dos voluntários, designadamente no que respeita à cobertura de responsabilidade civil das organizações promotoras, em caso de acidente ou doença contraída no exercício do trabalho voluntário e à emissão e controlo do cartão de identificação do voluntário, terá como objectivos fundamentais:
Desenvolver as acções indispensáveis ao efectivo conhecimento e caracterização do universo dos voluntários;
Apoiar as organizações promotoras e dinamizar acções de formação, bem como outros progra-mas que contribuam para uma melhor qualidade e eficácia do trabalho voluntário, e desenvolver todo um conjunto de medidas que, situadas numa lógica de promoção e divulgação do
volunta-riado, concorram, de forma sistemática, para a sua valorização e para sensibilizar a sociedade em geral para a importância da acção voluntária como instrumento de solidariedade e desen-volvimento.
Nesta base, o presente diploma procede à regula-mentação da Lei n.o71/98, de 3 de Novembro, criando
as condições que permitam promover e apoiar o volun-tariado tendo em conta a relevância da sua acção na construção de uma sociedade mais solidária e preocu-pada com os seus membros.
Assim:
Em cumprimento do previsto no artigo 11.o da Lei
n.o17/98, de 3 de Novembro, e nos termos da alínea c)
do n.o 1 do artigo 198.o da Constituição, o Governo
decreta, para valer como lei geral da República, o seguinte:
CAPÍTULO I
Disposições gerais
Artigo 1.o Objectivos
O presente diploma regulamenta a Lei n.o71/98, de
3 de Novembro, que estabeleceu as bases do enqua-dramento jurídico do voluntariado.
Artigo 2.o Organizações promotoras
1 — Reúnem condições para integrar voluntários e coordenar o exercício da sua actividade as pessoas colec-tivas que desenvolvam actividades nos domínios a que se refere o n.o 3 do artigo 4.o da Lei n.o 71/98, de 3
de Novembro, e que se integrem numa das seguintes categorias:
a) Pessoas colectivas de direito público de âmbito
nacional, regional ou local;
b) Pessoas colectivas de utilidade pública
admi-nistrativa;
c) Pessoas colectivas de utilidade pública, incluindo
as instituições particulares de solidariedade social.
2 — Podem ainda reunir condições para integrar voluntários e coordenar o exercício da sua actividade organizações não incluídas no número anterior, desde que o ministério da respectiva tutela considere com inte-resse as suas actividades e efectivo e relevante o seu funcionamento.
Artigo 3.o
Emissão do cartão de identificação do voluntário
1 — A emissão do cartão de identificação de volun-tário é efectuada mediante requerimento da organização promotora dirigido à entidade responsável pela sua emissão.
2 — Do requerimento deverão constar os seguintes elementos:
a) Referência à celebração do programa do
volun-tariado a que se refere o artigo 9.o da Lei
n.o71/98, de 3 de Novembro;
b) Nome e residência do voluntário, bem como
duas fotografias tipo passe;
c) Identificação da área de actividade do
volun-tário, nos termos do n.o 3 do artigo 4.o da Lei
n.o71/98, de 3 de Novembro.
3 — A suspensão ou a cessação da colaboração do voluntário determina a obrigatoriedade da devolução do cartão de identificação do voluntário à organização promotora.
4 — No caso da cessação da colaboração do volun-tário a organização promotora deverá dar conhecimento do facto e devolver o cartão de identificação do volun-tário à entidade responsável pela sua emissão.
Artigo 4.o
Cartão de identificação de voluntário
1 — O cartão de identificação de voluntário deve obedecer às dimensões de 8,5 cm×6,5 cm e conter obri-gatoriamente elementos respeitantes à identificação do voluntário, da organização promotora e da área de acti-vidade do voluntário.
2 — Do cartão deve ainda constar a identificação da entidade responsável pela sua emissão, bem como a data em que foi emitido.
3 — O cartão de identificação de voluntário é emitido segundo modelo a aprovar por portaria do Ministro do Trabalho e da Solidariedade.
Artigo 5.o
Acreditação e certificação do trabalho voluntário
A acreditação e certificação do trabalho voluntário efectua-se mediante certificado emitido pela organiza-ção promotora no âmbito da qual o voluntário desen-volve o seu trabalho, onde, para além da identificação do voluntário, deve constar, designadamente, o domínio da respectiva actividade, o local onde foi exercida, bem como o seu início e duração.
CAPÍTULO II
Enquadramento no regime do seguro social voluntário
Artigo 6.o Requisitos
Pode beneficiar do regime do seguro social voluntário a que se refere a alínea c) do n.o 1 do artigo 7.o da
Lei n.o71/98, de 3 de Novembro, o voluntário que
preen-cha, cumulativamente, os seguintes requisitos:
a) Tenha mais de 18 anos;
b) Esteja integrado num programa de
volunta-riado, nos termos do artigo 9.oda Lei n.o71/98,
de 3 de Novembro;
c) Não esteja abrangido por regime obrigatório de
protecção social pelo exercício simultâneo de actividade profissional, nomeadamente aufe-rindo prestações de desemprego;
d) Não seja pensionista da segurança social ou de
Artigo 7.o Requerimento
1 — O enquadramento no regime do seguro social voluntário depende da manifestação de vontade do inte-ressado, mediante a apresentação de requerimento no centro regional de segurança social cujo âmbito terri-torial abranja a área de actividade da respectiva orga-nização promotora, instruído com os seguintes docu-mentos:
a) Bilhete de identidade, cédula pessoal, certidão
de nascimento ou outro documento de iden-tificação;
b) Declaração emitida pela organização promotora
comprovativa de que o voluntário se insere num programa de voluntariado;
c) Declaração do interessado de que preenche os
requisitos constantes das alíneas c) e d) do n.o1
do artigo 6.o;
d) Certificação médica de aptidão para o trabalho
efectuada pelo sistema de verificação de inca-pacidades, através do médico relator.
2 — O interessado deve comunicar ao centro regional de segurança social todas as alterações da sua situação susceptíveis de influenciar o enquadramento no regime do seguro social voluntário.
Artigo 8.o Cessação do enquadramento
1 — A cessação do trabalho voluntário determina a cessação do enquadramento no regime do seguro social voluntário, devendo a organização promotora comuni-car tal facto ao centro regional competente, até ao final do mês seguinte àquele em que se verificou a respectiva cessação.
2 — Verifica-se ainda a cessação do enquadramento no regime quando o beneficiário deixar de preencher algum dos requisitos constantes do artigo 6.o
3 — A cessação do enquadramento produz efeitos a partir da data do facto determinante da mesma.
Artigo 9.o Reinício do enquadramento
O enquadramento pode ser retomado, a requeri-mento do voluntário, desde que os requisitos sejam de novo comprovados.
Artigo 10.o Esquema de prestações
1 — O voluntário abrangido pelo seguro social volun-tário, nos termos do presente diploma, tem direito às prestações nas eventualidades de invalidez, velhice, morte e doença profissional.
2 — A cobertura do risco de doenças profissionais é assegurada pelo Centro Nacional de Protecção contra os Riscos Profissionais.
3 — Para efeitos do disposto no número anterior, a actividade prestada como voluntário considera-se equi-parada a actividade profissional.
Artigo 11.o Obrigação contributiva
1 — As contribuições para a segurança social são determinadas pela aplicação das taxas contributivas, para as respectivas eventualidades, nos termos do dis-posto nos artigos 39.oe 40.o do Decreto-Lei n.o 40/89,
de 12 de Fevereiro, à remuneração mínima nacional garantida à generalidade dos trabalhadores.
2 — O pagamento das contribuições referidas nos números anteriores é efectuado pela organização pro-motora que integra o voluntário.
Artigo 12.o Regime subsidiário
Em tudo o que não se encontre especificamente regu-lado no presente capítulo aplicam-se as disposições em vigor para o seguro social voluntário constantes do Decreto-Lei n.o40/89, de 1 de Fevereiro.
CAPÍTULO III
Voluntário empregado
Artigo 13.o
Convocação do voluntário empregado, durante o período de trabalho
1 — O voluntário empregado pode ser convocado pela organização promotora, para prestar a sua acti-vidade durante o tempo de trabalho, nos seguintes casos:
a) Por motivo de cumprimento de missões urgentes
que envolvam o recurso a determinados meios humanos que não se encontrem disponíveis em número suficiente ou com a preparação ade-quada para esse efeito;
b) Em situação de emergência, calamidade pública,
acidentes de origem climatérica ou humana que pela sua dimensão ou gravidade justifiquem a mobilização dos meios existentes afectos às áreas responsáveis pelo controlo da situação e reposição da normalidade ou em casos de força maior devidamente justificados;
c) Em situações especiais inadiáveis em que a
par-ticipação do voluntário seja considerada impres-cindível para a prossecução dos objectivos do programa de voluntariado.
2 — Para efeitos do disposto na alínea c) do número anterior o voluntário dispõe de um crédito de quarenta horas anuais.
Artigo 14.o Termos da convocatória
As faltas ao trabalho pelos motivos referidos no artigo anterior devem ser precedidas de convocação escrita da organização promotora, da qual conste a natureza da actividade a desempenhar e o motivo que a justifique, podendo, em caso de reconhecida urgência, ser feita por outro meio, designadamente por telefone, devendo ser confirmada por escrito no dia útil imediato.
Artigo 15.o Efeitos das faltas
As faltas ao trabalho do voluntário empregado, devi-damente convocado, consideram-se justificadas, sem
perda de retribuição ou quaisquer outros direitos e rega-lias, nos termos do n.o2 do artigo 7.oda Lei n.o71/98,
mediante a apresentação da convocatória e do docu-mento comprovativo do cumpridocu-mento da missão para que foi convocado, passado pela organização promotora.
CAPÍTULO IV
Acidente ou doença contraída no exercício do trabalho voluntário
Artigo 16.o Seguro obrigatório
1 — A protecção do voluntário em caso de acidente ou doença sofridos ou contraídos por causa directa e especificamente imputável ao exercício do trabalho voluntário é garantida pela organização promotora, mediante seguro a efectuar com as entidades legalmente autorizadas para a sua realização.
2 — O seguro obrigatório compreende uma indem-nização e um subsídio diário a atribuir, respectivamente, nos casos de morte e invalidez permanente e de inca-pacidade temporária.
Artigo 17.o Apólice de seguro de grupo
Para a realização do seguro obrigatório será contra-tada apólice de seguro de grupo.
CAPÍTULO V
Programa de voluntariado
Artigo 18.o Programa de voluntariado
1 — Na elaboração do programa de voluntariado a que se refere o artigo 9.o da Lei n.o 71/98 deverão ser
tidas em conta as especificidades de cada sector de acti-vidade em que se exerce o voluntariado.
2 — A especificidade de cada sector de actividade poderá justificar a elaboração de um modelo de pro-grama a aprovar pelo ministro da tutela.
Artigo 19.o
Despesas derivadas do cumprimento do programa de voluntariado
1 — O voluntário, sem prejuízo da realização de des-pesas inadiáveis e reembolsáveis nos termos da alínea j) do artigo 7.o da Lei n.o 71/98, não pode ser onerado
com despesas que resultem exclusivamente do exercício regular do trabalho voluntário nos termos acordados no respectivo programa.
2 — Sempre que a utilização de transportes públicos pelo voluntário seja derivada exclusivamente do cum-primento do programa de voluntariado, a organização promotora diligenciará no sentido de ser facultado ao voluntário o título ou meio adequado de transporte.
CAPÍTULO VI
Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado
Artigo 20.o Constituição
1 — Com o fim de desenvolver e qualificar o volun-tariado é criado o Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado.
2 — Por resolução do Conselho de Ministros serão definidas a composição do Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado, assim como o organismo que lhe prestará o apoio necessário ao seu funciona-mento e execução das suas deliberações.
Artigo 21.o Competências
Compete ao Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado desenvolver as acções indispensáveis à promoção, coordenação e qualificação do voluntariado, nomeadamente:
a) Desenvolver as acções adequadas ao
conheci-mento e caracterização do universo dos volun-tários;
b) Emitir o cartão de identificação do voluntário
nos termos estabelecidos no artigo 3.o;
c) Promover as acções inerentes à contratação de
uma apólice de seguro de grupo entre as orga-nizações promotoras e as entidades seguradoras tendo em vista a cobertura da responsabilidade civil nos termos referidos nos artigos 16.o e
seguintes;
d) Providenciar junto das empresas
transportado-ras, sempre que se justifique, a celebração de acordos para utilização de transportes públicos pelos voluntários, considerando o disposto no n.o2 do artigo 19.o;
e) Dinamizar, com as organizações promotoras,
acções de formação, bem como outros progra-mas que contribuam para uma melhor qualidade e eficácia do trabalho voluntário;
f) Conceder apoio técnico às organizações
promo-toras mediante a disponibilização de informação com interesse para o exercício do voluntariado;
g) Promover e divulgar o voluntariado como forma
de participação social e de solidariedade entre os cidadãos, através dos meios adequados, incluindo os meios de comunicação social;
h) Sensibilizar a sociedade em geral para a
impor-tância do voluntariado como forma de exercício do direito de cidadania, promovendo a reali-zação de debates, conferências e iniciativas afins;
i) Promover a realização de estudos sociológicos,
designadamente em colaboração com as univer-sidades, sobre a atitude, predisposição e moti-vação dos cidadãos para a realização do trabalho voluntário;
j) Sensibilizar as empresas para, em termos
cur-riculares, valorizarem a experiência adquirida em acções de voluntariado, especialmente dos jovens à procura de emprego;
l) Acompanhar a aplicação do presente diploma
e propor as medidas que se revelem adequadas ao seu aperfeiçoamento e desenvolvimento.
CAPÍTULO VII
Disposições finais
Artigo 22.o Avaliação
No prazo de um ano após a entrada em vigor do pre-sente diploma será feita a avaliação dos mecanismos no mesmo estabelecidos para operacionalização e promoção do trabalho voluntário, nomeadamente o desenvolvido pelos titulares dos órgãos sociais das organizações pro-motoras, tendo em vista a introdução das alterações que se mostrem necessárias.
Artigo 23.o Entrada em vigor
O presente diploma entra em vigor um mês após a data da sua publicação.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 22 de Julho de 1999. — Jaime José Matos da Gama —
Gui-lherme d’Oliveira Martins — Francisco Ventura Ramos — Eduardo Luís Barreto Ferro Rodrigues — José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa.
Promulgado em 17 de Setembro de 1999. Publique-se.
O Presidente da República, JORGESAMPAIO. Referendado em 20 de Setembro de 1999. O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira
Guterres.
MINISTÉRIO DO AMBIENTE
Decreto-Lei n.o390/99
de 30 de Setembro
Aquando da publicação da Portaria n.o 895/94, de
3 de Outubro, foi por lapso considerado que a trans-posição da Directiva n.o 86/280/CEE, do Conselho, de
12 de Junho, relativa aos valores limite e aos objectivos de qualidade para a descarga de certas substâncias peri-gosas, e da Directiva n.o 88/347/CEE, de 16 de Junho,
que altera o anexo II da Directiva n.o 86/280/CEE,
haviam já sido transpostas para o direito interno através do Decreto-Lei n.o 74/90, de 7 de Março, entretanto
revogado pelo Decreto-Lei n.o236/98, de 1 de Agosto.
A respectiva transposição foi entretanto efectuada pelo Decreto-Lei n.o56/99, de 26 de Fevereiro.
Por forma a uniformizar o respectivo regime jurídico e de modo a incluir na legislação nacional disposições que regulem de forma adequada a descarga no meio hídrico de certas substâncias perigosas — cuja toxici-dade e elevado potencial de persistência e
bioacumu-lação exigem, numa perspectiva de protecção dos recur-sos e da saúde pública, um controlo estrito da sua emis-são —, torna-se assim necessário alterar o Decreto-Lei n.o56/99, de 26 de Fevereiro, transpondo também para
o direito interno a Directiva n.o 90/415/CEE, de 27 de
Julho, que altera o anexoIIda Directiva n.o86/280/CEE.
Foi ouvida a Associação Nacional de Municípios Portugueses.
Assim, nos termos da alínea a) do n.o1 do artigo 198.o
da Constituição, o Governo decreta, para valer como lei geral da República, o seguinte:
Artigo 1.o
Os artigos 1.o e 3.o do Decreto-Lei n.o 56/99, de 26
de Fevereiro, passam a ter a seguinte redacção: «Artigo 1.o
[. . .]
1 — O presente diploma transpõe para o direito interno a Directiva n.o 86/280/CEE, do Conselho, de
12 de Junho, a Directiva n.o88/347/CEE, de 16 de Junho,
e a Directiva n.o 90/415/CEE, de 27 de Julho, e tem
por objectivo fixar os valores limite a considerar na fixa-ção das normas de descarga de águas residuais na água e no solo, os objectivos de qualidade para certas subs-tâncias ditas ‘perigosas’, os métodos de referência e o respectivo processo de controlo, com vista a eliminar ou reduzir a poluição que podem provocar nesses meios. 2 — . . . . Artigo 3.o [. . .] 1 — . . . . a) . . . . b) . . . . c) . . . . d) . . . . e) . . . . f) . . . . g) . . . . h) . . . . i) . . . . j) . . . . l) 1, 2-dicloroetano (DCE); m) Tricloroetileno (TRI); n) Percloroetileno (PER); o) Triclorobenzeno (TCB). 2 — . . . . 3 — . . . . 4 — . . . . 5 — . . . .» Artigo 2.o
Ao anexoIIao Decreto-Lei n.o56/99, de 26 de
Feve-reiro, são aditados os capítulosVIII,IX,XeXI, publicados em anexo ao presente decreto-lei e dele fazendo parte integrante.
Artigo 3.o
É revogada a Portaria n.o 895/94, de 3 de Outubro.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 12 de Agosto de 1999. — António Manuel de Oliveira
Guter-res — Joaquim Augusto Nunes de Pina Moura — Maria de Belém Roseira Martins Coelho Henriques de Pina — António Ricardo Rocha de Magalhães — José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa.
Promulgado em 17 de Setembro de 1999. Publique-se.
O Presidente da República, JORGESAMPAIO. Referendado em 20 de Setembro de 1999. O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira
Guterres.
VIII — Disposições específicas relativas ao 1, 2-dicloroetano (DCE) (1) n.o CAS — 107-06-2
A) Valores limite das normas de descarga
Valor limite (4)
Peso (g/t) (5)
Concentração (mg/l) (6)
Tipo de instalações industriais (2) (3) Valor médio
a) Produção apenas de 1, 2-dicloroetano (sem transformação ou utilização no mesmo local) Mês 2,5 1,25
Dia 5 2,5
b) Produção de 1, 2-dicloroetano e transformação ou utilização no mesmo local, excepto para
os fins definidos na alínea e) (7). MêsDia 105 2,55
c) Transformação de 1, 2-dicloroetano noutras substâncias que não sejam cloreto de vinilo (8) Mês 2,5 1
Dia 5 2
d) Utilização de DCE para o desengorduramento de metais [fora de uma instalação industrial
abrangida pela alínea b)] (9). MêsDia –– 0,10,2
e) Utilização de DCE na produção de permutadores de iões (10) . . . . Mês – –
Dia – –
(1) O artigo 8.oaplica-se, nomeadamente, à utilização de DCE como solvente fora do local de produção ou de transformação, quando as descargas anuais forem inferiores a 30
kg/ano.
(2) A capacidade de produção de DCE purificado tem em conta a reciclagem para a secção de purificação de DCE nessa instalação da fracção de DCE não submetida a um processo
de cracking na unidade de produção de cloreto de vinilo (CV) associada à unidade de produção de DCE.
A capacidade de produção ou de transformação corresponde à capacidade licenciada, ou, caso não esteja definida, à quantidade anual mais elevada, produzida ou transformada durante os quatro anos imediatamente anteriores à concessão ou à revisão da licença. A capacidade licenciada pela direcção regional do ambiente (DRA) não deverá ser muito diferente da produção efectiva.
(3) Poderá ser criado um sistema de controlo simplificado se as descargas anuais não ultrapassarem 30 kg/ano.
(4) Tendo em conta a volatilidade do DCE e a fim de assegurar que as medidas de protecção das águas não acarretam um aumento de poluição, por esta substância, do solo
ou do ar, no caso de ser utilizado um processo que recorra à agitação ao ar livre dos efluentes que contêm DCE, os valores limite deverão ser observados a montante das instalações correspondentes, assegurando o controlo do conjunto das águas susceptíveis de estarem poluídas.
(5) Os valores limite são estabelecidos em relação:
Nos sectores a) e b), à capacidade de produção de DCE purificado, expresso em toneladas; No sector c), à capacidade de transformação de DCE, expresso em toneladas.
Todavia, no caso do sector b), se a capacidade de transformação e de utilização for superior à capacidade de produção, os valores limite aplicar-se-ão relativamente à capacidade global de transformação e utilização. Se existirem várias instalações industriais no mesmo local, os valores limite aplicar-se-ão ao conjunto dessas instalações.
(6) Sem prejuízo do n.o2 do anexoIao presente diploma, as concentrações limite são indicadas em relação aos seguintes volumes de referência:
Sector a): 2 m3/t de capacidade de produção de DCE purificado;
Sector b): 2,500 m3/t de capacidade de produção de DCE purificado;
Sector c): 2,500 m3/t de capacidade de transformação de DCE.
(7) Os valores limite têm em consideração todas as fontes difusas internas e ou a utilização de DCE como solvente dentro da instalação industrial de produção, sendo assim assegurada
uma redução das descargas de DCE de mais de 99 %.
De qualquer forma, a combinação da melhor tecnologia disponível e a ausência de qualquer fonte difusa interna permite realizar uma redução superior a 99,9 %. (8) As produções visadas são, nomeadamente, as de etileno diamina, etileno poliamina, 1, 1, 1-tricloroetano, tricloroetileno e percloroetileno.
(9) Estes valores limite só se aplicam às instalações industriais cujas descargas anuais excedam 30 kg/ano.
(10) Os valores limite para este sector serão fixados logo que o progresso técnico e científico o permita ou quando estejam disponíveis valores limite fixados a nível da União Europeia.
B) Objectivos de qualidade Meio Objectivos de qualidade Unidade de medida
Águas interiores de superfície . . . .
Águas de estuário . . . 10 mg/l Águas costeiras do litoral . . . .
Águas marítimas territoriais . . . .
C) Métodos de referência
1 — O método de medição de referência para a deter-minação da presença de 1, 2-dicloroetano nos efluentes e nas águas é a cromatografia em fase gasosa com detec-ção por captura de electrões após extracdetec-ção por solvente apropriado ou a cromatografia em fase gasosa após iso-lamento pelo processo purge and trap e retenção por meio de separador capilar arrefecido por criogenia. O limite de determinação é de 10 mg/l para os efluentes e de 1 mg/l para as águas.
2 — A exactidão e a precisão do método devem ser de ± 50 % para uma concentração que represente duas vezes o valor do limite de determinação.
3 — As DRA poderão estabelecer concentrações de
DCE com base nas quantidades de AOX (compostos
halogenados absorvíveis), EOX (compostos
halogena-dos extractáveis) ou VOX (compostos halogenahalogena-dos volá-teis), desde que a Comissão considere, previamente, que esses métodos produzem resultados equivalentes e até à adopção da directiva geral sobre solventes.
As DRA estabelecerão, periodicamente, a relação de concentração entre o DCE e o parâmetro utilizado.
IX — Disposições específicas relativas ao tricloroetileno (TRI) (1) n.oCAS — 79-01-6
A) Valores limite das normas de descarga
Valor limite (3)
Peso
(g/t) (4) Concentração(mg/l) (5)
Tipo de instalações industriais (2) Valor médio
a) Produção de tricloroetileno (TRI) e de percloroetileno (PER) . . . . Mês 2,5 0,5
Dia 5 1
b) Utilização de tricloroetileno (TRI) para desengorduramento de metais (6) . . . . Mês – 0,1
Dia – 0,2
(1) O artigo 8.oaplica-se, nomeadamente, à utilização de TRI como solvente para a limpeza a seco, para a extracção de gorduras ou de aromas e para o desengorduramento de
metais, quando as descargas anuais forem inferiores a 30 kg/ano.
(2) Poderá ser criado um sistema de controlo simplificado se as descargas anuais não ultrapassarem 30 kg/ano.
(3) Tendo em conta a volatilidade do tricloroetileno e a fim de assegurar que as medidas de protecção das águas não acarretam um aumento de poluição, por esta substância,
do solo ou do ar, no caso de ser utilizado um processo que recorra à agitação ao ar livre dos efluentes que contêm tricloroetileno, os valores limite deverão ser observados a montante das instalações correspondentes, assegurando o controlo do conjunto das águas susceptíveis de estarem poluídas.
(4) No caso do sector a), os valores limite de descarga de tricloroetileno são indicados em relação à capacidade de produção global de TRI+PER.
Para as instalações industriais existentes que utilizem a desidrocloração do tetracloroetano, a capacidade de produção é equivalente à capacidade de produção TRI – PER, sendo o rácio de produção TRI-PER considerado a um terço.
A capacidade de produção ou de transformação corresponde à capacidade licenciada, ou, caso não esteja definida, à quantidade anual mais elevada, produzida ou transformada durante os quatro anos imediatamente anteriores à concessão ou à revisão da licença. A capacidade licenciada pela DRA não deverá ser muito diferente da produção efectiva. (5) Sem prejuízo do n.o2 do anexoIao presente diploma, as concentrações limite de TRI são indicadas em relação ao seguinte volume de referência: sector a): 5 m3/t de capacidade
de produção de TRI+PER.
(6) Estes valores limite só se aplicam às instalações industriais cujas descargas anuais excedam 30 kg/ano.
B) Objectivos de qualidade Meio Objectivos de qualidade Unidade de medida
Águas interiores de superfície . . . .
Águas de estuário . . . 10 mg/l Águas costeiras do litoral . . . .
Águas marítimas territoriais . . . .
C) Métodos de referência
1 — O método de medição de referência para a deter-minação da presença de tricloroetileno (TRI) nos efluen-tes e nas águas é a cromatografia em fase gasosa com
detecção por captura de electrões após extracção por solvente apropriado.
O limite de determinação de TRI é de 10 mg/l para os efluentes e de 0,1 mg/l para as águas.
2 — A exactidão e a precisão do método devem ser de ±50 % para uma concentração que represente duas vezes o valor do limite de determinação.
3 — As DRA poderão estabelecer concentrações de
TRI com base nas quantidades de AOX (compostos
halogenados absorvíveis), EOX (compostos halogena-dos extractáveis) ou VOX (compostos halogenahalogena-dos volá-teis), desde que a Comissão considere, previamente, que esses métodos produzem resultados equivalentes e até à adopção da directiva geral sobre solventes.
As DRA estabelecerão, periodicamente, a relação de concentração entre o TRI e o parâmetro utilizado.
X — Disposições específicas relativas ao percloroetileno (PER) (1) n.oCAS — 127-18-4
A) Valores limite das normas de descarga
Valor limite (3)
Peso (g/t) (4)
Concentração (mg/l) (5)
Tipo de instalações industriais (2) Valor médio
a) Produção de tricloroetileno (TRI) e de percloroetileno (PER) (processos TRI–PER) . . . . Mês 2,5 0,5
Dia 5 1
b) Produção de tetracloreto de carbono e de percloroetileno (processos TETRA+PER) . . . . Mês 2,5 1,25
Valor limite (3)
Peso
(g/t) (4) Concentração(mg/l) (5)
Tipo de instalações industriais (2) Valor médio
c) Utilização de PER para o desengorduramento de metais (6) . . . . Mês – 0,1
Dia – 0,2
d) Produção de clorofluocarbono (7) . . . . Mês – –
Dia – –
(1) O artigo 8.oaplica-se, nomeadamente, à utilização de PER como solvente para a limpeza a seco, para a extracção de gorduras ou de aromas e para o desengorduramento de
metais, quando as descargas anuais forem inferiores a 30 kg/ano.
(2) Poderá ser criado um sistema de controlo simplificado se as descargas anuais não ultrapassarem 30 kg/ano.
(3) Tendo em conta a volatilidade do percloroetileno e a fim de assegurar que as medidas de protecção das águas não acarretam um aumento de poluição, por esta substância,
do solo ou do ar, no caso de ser utilizado um processo que recorra à agitação ao ar livre dos efluentes que contêm percloroetileno, os valores limite deverão ser observados a montante das instalações correspondentes, assegurando o controlo do conjunto das águas susceptíveis de estarem poluídas.
(4) No caso dos sectores a) e b), os valores limite de descarga de PER são indicados, quer relativamente à capacidade de produção global de TRI+PER, quer relativamente à
capacidade de produção global de TETRA+PER.
A capacidade de produção ou de transformação corresponde à capacidade licenciada, ou, caso não esteja definida, à quantidade anual mais elevada, produzida ou transformada durante os quatro anos imediatamente anteriores à concessão ou à revisão da licença. A capacidade licenciada pela DRA não deverá ser muito diferente da produção efectiva.
(5) Sem prejuízo do n.o2 do anexoIao presente diploma, as concentrações limite de PER são indicadas em relação aos seguintes volumes de referência:
Sector a): 5m3/t de capacidade de produção de TRI+PER;
Sector b): 2 m3/t de produção de TETRA+PER.
(6) Estes valores limite só se aplicam às instalações industriais cujas descargas anuais excedam 30 kg/ano.
(7) Os valores limite para este sector serão fixados logo que o progresso técnico e científico o permita ou quando estejam disponíveis valores limite fixados a nível da União Europeia.
B) Objectivos de qualidade Meio Objectivos de qualidade Unidade de medida
Águas interiores de superfície . . . .
Águas de estuário . . . 10 mg/l Águas costeiras do litoral . . . .
Águas marítimas territoriais . . . .
C) Métodos de referência
1 — O método de medição de referência para a deter-minação da presença de percloroetileno (PER) nos efluentes e nas águas é a cromatografia em fase gasosa
com detecção por captura de electrões após extracção por solvente adequado.
O limite de determinação de PER é de 10 mg/l para os efluentes e de 0,1 mg/l para as águas.
2 — A exactidão e a precisão do método devem ser de ±50 % para uma concentração que represente duas vezes o valor do limite de determinação.
3 — As DRA poderão estabelecer concentrações de
PER com base nas quantidades de AOX (compostos
halogenados absorvíveis), EOX (compostos halogena-dos extractáveis) ou VOX (compostos halogenahalogena-dos volá-teis), desde que a Comissão considere, previamente, que esses métodos produzem resultados equivalentes e até à adopção da directiva geral sobre solventes.
As DRA estabelecerão, periodicamente, a relação de concentração entre o PER e o parâmetro utilizado.
XI — Disposições específicas relativas ao triclorobenzeno (TCB) (1)
A) Valores limite das normas de descarga
Valor limite (2)
Peso (g/t) (3)
Concentração (mg/l) (4)
Tipo de instalações industriais Valor médio
a) Produção de TCB por desidrocloração de HCH e ou transformação de TCB . . . . Mês 10 1
Dia 20 2
b) Utilização e ou transformação de clorobenzenos por cloração do benzeno . . . . Mês 0,5 0,05
Dia 1 0,1
(1) O TCB pode apresentar-se sob a forma de um dos seus três isómeros:
1, 2, 3-TCB — CAS n.o87-61-6;
1, 2, 4-TCB — CAS n.o120-82-1 (n.o118 da lista CEE);
1, 3, 5-TCB — CAS n.o180-70-3.
O TCB técnico (n.o117 da lista CEE) é uma mistura dos três isómeros, com preponderância de 1, 2, 4-TCB, podendo igualmente conter pequenas quantidades de di- e tetraclorobenzeno.
No entanto, as disposições do presente diploma aplicam-se ao TCB total (soma dos três isómeros).
(2) O artigo 8.oaplica-se, nomeadamente, à utilização de TCB como solvente ou suporte de corantes na indústria têxtil ou como componente dos óleos utilizados em transformadores
enquanto não existir legislação comunitária específica a este respeito.
(3) Os valores limite de descarga de TCB (soma dos três isómeros) são indicados:
Sector a): em relação à capacidade global de produção de TCB;
Sector b): em relação à capacidade global de produção ou de transformação de monoclorobenzenos e diclorobenzenos.
A capacidade de produção ou de transformação corresponde à capacidade licenciada, ou, caso não esteja definida, à quantidade anual mais elevada, produzida ou transformada durante os quatro anos imediatamente anteriores à concessão ou à revisão da licença. A capacidade licenciada pela DRA não deverá ser muito diferente da produção efectiva.
(4) Sem prejuízo do n.o2 do anexoIao presente diploma, as concentrações limite são indicadas em relação aos seguintes volumes de referência: Sector a): 10 m3/t de TCB produzido ou transformado;
B) Objectivos de qualidade (1) Meio Objectivos de qualidade Unidade de medida
Águas interiores de superfície . . . . Águas de estuário . . . .
0,4 mg/l Águas costeiras do litoral . . . .
Águas marítimas territoriais . . . .
(1) Não deve haver, com o tempo, qualquer aumento significativo, directo ou indirecto,
na poluição resultante de descargas de HCBD que afectem a sua concentração em sedimentos, moluscos, crustáceos e peixes.
C) Métodos de referência
1 — O método de medição de referência para a deter-minação da presença de triclorobenzeno (TCB) nos efluentes e nas águas é a cromatografia em fase gasosa com detecção por captura de electrões após extracção por solvente adequado. O limite de determinação para cada isómero separadamente é de 1 mg/l para os efluen-tes e de 10 mg/l para as águas.
2 — O método de referência para a determinação do
TCB nos sedimentos e nos organismos é a cromatografia
em fase gasosa com detecção por captura de electrões após preparação adequada da amostra. O limite de determinação para cada isómero separadamente é de 1 mg/l de matéria seca.
3 — A exactidão e a precisão do método devem ser de ±50 % para uma concentração que represente duas vezes o valor do limite de determinação.
4 — As DRA poderão estabelecer concentrações de
TCB com base nas quantidades de AOX (compostos
halogenados absorvíveis) ou EOX (compostos haloge-nados extractáveis) desde que a Comissão considere, previamente, que esses métodos produzem resultados equivalentes e até à adopção da directiva geral sobre solventes.
As DRA estabelecerão, periodicamente, a relação de concentração entre o TCB e o parâmetro utilizado.
MINISTÉRIO DA CULTURA
Decreto-Lei n.o391/99
de 30 de Setembro
Propôs-se o Governo, como consta do seu Programa, rever o modelo organizacional do Centro Cultural de Belém (CCB), por forma a permitir maior flexibilidade de gestão, uma mais clara assunção das responsabili-dades por parte do Estado, a captação de apoios mece-náticos e a geração de receitas próprias e, por outro lado, reforçar a definição do CCB como espaço pri-vilegiado de articulação entre as grandes instituições estatais de produção artística e entre estas e os pro-motores culturais privados.
Ao longo dos três últimos anos e meio foi possível desenhar e implementar um inovador projecto cultural para o CCB: definiram-se novas orientações, expandi-ram-se as actividades, prosseguiu-se uma programação diversificada e dirigida a todos os públicos. A recente abertura do Museu do Design é um exemplo, dos de maior significado, da consolidação da nova orientação seguida. Como se propunha o Governo, o projecto
cul-tural do CCB tem-se concretizado graças à conjugação e articulação de esforços de instituições culturais públi-cas, de artistas, criadores, produtores e promotores pri-vados. E tem recebido grande acolhimento do público que aflui ao Centro para participar das numerosas ini-ciativas que nele se têm desenvolvido. Hoje em dia o CCB é uma inquestionável referência na vida cultural do País, estabeleceu relações estreitas com numerosas entidades nacionais e estrangeiras e goza de um forte prestígio internacional.
Esclarecido o modelo cultural, torna-se agora neces-sário redefinir o modelo organizacional que melhor o sirva. O Estado não pode deixar de assumir as suas responsabilidades face a um equipamento que, cons-truído com dinheiros públicos, é, em grande parte, e não pode deixar de sê-lo, sustentado por dinheiros públicos.
Apesar de o CCB gerar receitas próprias que cobrem cerca de metade das suas despesas, o projecto cultural que desenvolve, de manifesto interesse público, não é viável sem um comprometimento regular e efectivo do Estado. O modelo previsto pelo anterior governo, que se fundava na aliança entre Estado e empresas — que teriam uma participação muito significativa quer no financiamento das actividades do CCB, quer na sua ges-tão —, desde muito cedo demonstrou estar assente numa ficção que nada tinha a ver com a realidade. A captação de apoios mecenáticos privados tem-se reve-lado, aliás — o que se compreende bem —, ser mais profícua quando orientada para projectos concretos do CCB do que quando dirigida ao seu apoio institucional. Analisaram-se e ponderaram-se vários modelos orga-nizacionais e concluiu-se que, na fase de consolidação em que se encontra o CCB, o que garante a indispensável flexibilidade de gestão de um equipamento complexo e com uma actividade intensa e muito diversifi-cada — seja no domínio cultural, seja no das actividades que geram importantes fontes de receita — é o que assume uma profunda reforma do modelo vigente. O CCB dispõe de um património que lhe permite gerar receitas muito significativas, mas para a prossecução do interesse público cultural que lhe está confiado carece de um apoio sustentado do Estado, que, pelo seu lado, deve dispor de meios de intervenção na gestão do Centro.
Pelo presente diploma alteram-se algumas normas do Decreto-Lei n.o 361/91, de 3 de Outubro, que criou a
Fundação das Descobertas, e modificam-se os estatutos dessa Fundação. Algumas alterações são meras actua-lizações face à nova conjuntura da ordem jurídica, mas as de maior significado reflectem o empenho e a res-ponsabilidade do Estado na vida do CCB.
A alteração do nome de Fundação das Descobertas para Fundação Centro Cultural de Belém visa eliminar um factor de perturbação na identificação do Centro, ajustando a designação ao nome por que é conhecido nacional e internacionalmente, bem como clarificar que o CCB não tem, nem nunca teve, apesar das intenções do anterior governo, que nunca foram concretizadas, nenhum papel particular a desempenhar na valorização das descobertas quinhentistas.
Nos estatutos agora modificados, para além de ajus-tamentos de pormenor, ampliaram-se os fins e as acti-vidades do CCB, modificou-se o elenco e as compe-tências dos seus órgãos sociais, nomeadamente supri-mindo-se o conselho de mecenas que não correspondia a nenhuma co-responsabilização das empresas
funda-doras na vida do Centro, e harmonizou-se a respon-sabilidade financiadora do Estado com o seu empenho na definição e condução da política cultural do CCB. Com as presentes alterações, o Governo conclui a reestruturação que se propôs levar a cabo nas institui-ções culturais por que é responsável, reestruturação indispensável para o desenvolvimento da política que tem vindo a implementar.
Assim:
Nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 198.o da
Constituição, o Governo decreta o seguinte: Artigo 1.o
É alterada a denominação da Fundação das Desco-bertas, instituída pelo Decreto-Lei n.o 361/91, de 3 de
Outubro, que passa a designar-se Fundação Centro Cul-tural de Belém.
Artigo 2.o
1 — São alterados os estatutos da agora denominada Fundação Centro Cultural de Belém e aprovado o novo texto dos mesmos, publicado em anexo ao presente diploma.
2 — A presente alteração está dispensada de cele-bração de escritura pública, constituindo o presente diploma título suficiente para todos os efeitos legais, nomeadamente de registo.
Artigo 3.o
As remissões efectuadas nos artigos 2.o e 5.o, n.o 1,
do Decreto-Lei n.o 361/91, de 3 de Outubro, para os
artigos 35.oe 5.odos estatutos consideram-se feitas,
res-pectivamente, para os artigos 29.oe 5.odo actual texto.
Artigo 4.o
É alterado o n.o 2 do artigo 3.o do Decreto-Lei
n.o 361/91, de 3 de Outubro, que passa ter a seguinte
redacção:
«Artigo 3.o
1 — . . . . 2 — O estatutos poderão ser alterados por proposta do Ministro da Cultura, ouvidos o conselho directivo e o conselho de administração.
3 — . . . .» Artigo 5.o
É alterado o artigo 7.o do Decreto-Lei n.o 361/91,
de 3 de Outubro, que passa a ter a seguinte redacção: «Artigo 7.o
À Fundação Centro Cultural de Belém aplica-se o regime previsto na alínea c) do n.o 1 do artigo 1.o do
Decreto-Lei n.o 74/99, de 16 de Março, sem sujeição
ao reconhecimento previsto no n.o2 do mesmo artigo.»
Artigo 6.o
São revogados os n.os6 e 8 do artigo 5.oe o artigo 8.o
do Decreto-Lei n.o361/91, de 3 de Outubro.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 12 de Agosto de 1999. — António Manuel de Oliveira
Guter-r e s — A n t ó n i o L u c i a n o P a c h e c o d e S o u s a Franco — Manuel Maria Ferreira Carrilho.
Promulgado em 13 de Setembro de 1999. Publique-se.
O Presidente da República, JORGESAMPAIO.
Referendado em 20 de Setembro de 1999. O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira
Guterres.
ANEXO
ESTATUTOS DA FUNDAÇÃO CENTRO CULTURAL DE BELÉM
CAPÍTULO I
Disposições gerais
Artigo 1.o Natureza
A Fundação Centro Cultural de Belém, adiante desig-nada abreviadamente por Fundação, é uma instituição de direito privado e utilidade pública que se rege pelos presentes estatutos e em tudo o que neles for omisso pela legislação aplicável às fundações.
Artigo 2.o Sede e duração
A Fundação tem a sua sede em Lisboa e durará por tempo ilimitado, podendo criar delegações ou quaisquer outras formas de representação onde for julgado neces-sário para o cumprimento dos seus fins.
Artigo 3.o Fins
1 — A Fundação tem por fins a promoção da cultura, em particular da portuguesa, desenvolvendo a criação e a difusão, em todas as suas modalidades, bem como o apoio a acções de formação com relevância na área da cultura, promovendo a formação técnica especiali-zada dos agentes e profissionais deste domínio ou domí-nios afins.
2 — Além dos fins gerais mencionados no número anterior, a Fundação tem por fim especial assegurar a conservação, administração e desenvolvimento do património designado por Centro Cultural de Belém, garantindo a harmonia entre os cinco módulos que o integram e fazendo respeitar os mais elevados níveis de qualidade, bem como a vocação global e coerência do projecto.
Artigo 4.o Actividades
1 — Para a realização dos seus fins, a Fundação poderá promover:
a) A manutenção de um ou mais museus
per-manentes;
b) A criação de centros de formação e de
docu-mentação no domínio das actividades culturais ou outras infra-estruturas de apoio ao desen-volvimento das artes;
c) Exposições, espectáculos de teatro, cinema,
dança, música, ópera e, em geral, a realização de qualquer manifestação cultural, quer nas suas instalações, quer noutros locais;
d) A realização ou promoção de cursos, ateliers de
formação, actividades de investigação e pesquisa em todos os domínios artísticos, bem como a realização de conferências, colóquios, debates ou manifestações de qualquer outro tipo que contribuam para a realização dos fins da Fun-dação;
e) A edição e publicação, sob qualquer forma, de
obras relacionadas com a cultura portuguesa ou universal;
f) O intercâmbio com instituições congéneres
nacio-nais ou estrangeiras no domínio das suas acti-vidades;
g) Quaisquer outras actividades que se ajustem às
finalidades da Fundação.
2 — A Fundação promoverá todas as actividades que contribuam para a rentabilização do património de que é titular.
3 — Na consecução das actividades referidas no n.o1
a Fundação procurará promover a inserção de Portugal nos circuitos internacionais de manifestações culturais e de turismo cultural, bem como a projecção da cultura e da ciência nacionais nesses circuitos.
CAPÍTULO II
Regime patrimonial e financeiro
Artigo 5.o Património
1 — O património da Fundação é constituído:
a) Pelo direito de superfície perpétuo e gratuito
dos imóveis designados por módulos n.os 1, 2
e 3 que integram o Centro Cultural de Belém e dos terrenos que constituem suas partes integrantes;
b) Pelo direito de superfície perpétuo e gratuito
dos terrenos que se encontram afectos à cons-trução dos módulos n.os4 e 5 do Centro Cultural
de Belém;
c) Pelo valor das contribuições iniciais dos seus
fundadores.
2 — O património da Fundação é ainda integrado:
a) Pelo recheio do museu ou museus permanentes,
em regime de propriedade ou usufruto, tem-porário ou vitalício, conforme resultar do acto de dotação;
b) Pelo valor das contribuições regulares ou
extraor-dinárias que os seus fundadores ou outras enti-dades entendam conceder;
c) Pelo valor dos subsídios periódicos ou
extraor-dinários que o Estado entenda conceder;
d) Por todos os bens móveis ou imóveis que a
Fun-dação adquirir por compra, doação, herança, legado ou por qualquer outro título;
e) Pelo produto da alienação de bens imóveis ou
de direitos de superfície de que seja titular;
f) Pelas receitas de exploração dos módulos que
integram o Centro Cultural de Belém ou de quaisquer outros bens de que venha a ser titular;
g) Pelos rendimentos de direitos de que seja ou
venha a ser detentora, designadamente no âmbito de contratos de gestão, cessão de explo-ração, arrendamento ou outros;
h) Pelas receitas provenientes de aplicações
finan-ceiras;
i) Pelo produto de subscrições públicas;
j) Pelo produto da venda de obras bibliográficas
ou fonográficas, filmes, vídeos, CD-ROM, outros bens de consumo multimedia ou que uti-lizem tecnologias conhecidas ou ainda desco-nhecidas, diapositivos, postais, cartazes, gravu-ras, serigrafias, obras de arte ou reproduções, artigos de merchandising, bem como todo o tipo de produtos de sua produção ou de terceiros, cuja venda esteja autorizada;
l) Por contrapartidas financeiras no âmbito de
protocolos ou qualquer outro tipo de contratos com instituições nacionais ou estrangeiras;
m) Pelo produto da prestação de serviços a
ter-ceiros;
n) Quaisquer outros rendimentos ou valores que
provenham da sua actividade ou que, por lei ou negócio jurídico, lhe devam pertencer.
Artigo 6.o
Gestão patrimonial e financeira
1 — Salvaguardadas as limitações impostas pelos pre-sentes estatutos ou decorrentes da lei, a Fundação gere com total autonomia o seu património.
2 — Os investimentos da Fundação deverão respeitar o critério da optimização da gestão do seu património. 3 — A Fundação poderá fazer investimentos, quer em Portugal, quer no estrangeiro, negociar e contrair empréstimos, conceder garantias, bem como participar no capital de sociedades comerciais ou criar sociedades que sejam instrumento útil para a prossecução do objec-tivo de optimização da gestão do seu património.
Artigo 7.o
Regime especial de afectação do património
1 — Os bens descritos no artigo 5.o, n.o1, alínea a),
dos presentes estatutos são inalienáveis e não podem ser dados em garantia.
2 — Ao regime referido no n.o 1 ficará sujeito o
recheio de museus permanentes instalados no Centro Cultural de Belém, se o contrário não resultar do acto de dotação.
CAPÍTULO III
Gestão cultural
Artigo 8.o Objectivo
A promoção de uma oferta cultural diversificada, per-manente, actualizada e de alta qualidade constitui objec-tivo essencial da Fundação.
Artigo 9.o
Plano trienal de actividades culturais
A Fundação deve apresentar, para aprovação, ao Ministro da Cultura o seu plano trienal de actividades
culturais, o qual deverá ser acompanhado do parecer do conselho directivo.
Artigo 10.o Contratos com terceiros
Os contratos que, eventualmente, a Fundação entenda celebrar com terceiros e que envolvam a res-ponsabilidade directa destes na gestão cultural estão obrigatoriamente sujeitos ao plano de actividades pre-visto no artigo anterior.
CAPÍTULO IV Organização e funcionamento SECÇÃO I Órgãos da Fundação Artigo 11.o Órgãos
São órgãos da Fundação:
a) O presidente; b) O conselho directivo; c) O conselho de administração; d) O conselho fiscal. SECÇÃO II Presidente Artigo 12.o Nomeação e mandato
O presidente da Fundação é designado por despacho do Ministro da Cultura e exerce o seu mandato por um período de três anos, renovável.
Artigo 13.o Funções e competência
1 — O presidente da Fundação é, por inerência, pre-sidente do conselho directivo e do conselho de admi-nistração.
2 — Compete ao presidente da Fundação:
a) Velar pela correcta aplicação das decisões do
Ministro da Cultura, das deliberações do con-selho de administração, do concon-selho directivo e do conselho fiscal;
b) Submeter à apreciação do Ministro da Cultura
os assuntos que careçam dessa apreciação;
c) Convocar reuniões conjuntas do conselho de
administração e do conselho fiscal sempre que o julgar conveniente;
d) Atribuir a cada membro do conselho de
admi-nistração o pelouro ou pelouros que entenda dever competir-lhes;
e) Representar a Fundação no plano nacional e
internacional;
f) Desempenhar as demais atribuições que lhe são
cometidas na lei e nos presentes estatutos.
SECÇÃO III
Conselho directivo
Artigo 14.o Constituição
1 — O conselho directivo é composto por sete mem-bros.
2 — Os vogais do conselho directivo são designados do seguinte modo:
a) Cinco pelo Ministro da Cultura; b) Um pelo Ministro das Finanças.
3 — O conselho directivo elegerá, no início do seu mandato e de entre os seus membros, um vice-pre-sidente.
Artigo 15.o Mandato
O mandato do conselho directivo é de três anos. Artigo 16.o
Competência
Compete, em especial, ao conselho directivo:
a) Definir e estabelecer as políticas gerais de
fun-cionamento da Fundação;
b) Definir as políticas e orientação de investimento
da Fundação;
c) Discutir e aprovar o orçamento e o plano anual
de actividades da Fundação;
d) Discutir e aprovar o plano trienal de actividades
culturais, por proposta do conselho de admi-nistração;
e) Discutir e aprovar o balanço anual e as contas
de cada exercício, bem como o relatório do selho de administração, obtido o parecer do con-selho fiscal;
f) Fixar a remuneração dos membros dos órgãos
sociais;
g) Decidir sobre quaisquer outras matérias que
res-peitem à actividade da Fundação e que, pelos presentes estatutos, não constituam competên-cia exclusiva de outros órgãos.
Artigo 17.o Funcionamento
1 — O conselho directivo reúne-se ordinariamente duas vezes por ano, para discutir e aprovar o orçamento e o plano anual de actividades e o balanço anual, contas do exercício e o relatório do conselho de administração, e extraordinariamente quando convocado pelo presi-dente ou pelo vice-presipresi-dente.
2 — As deliberações do conselho directivo são toma-das por maioria.
SECÇÃO IV
Conselho de administração
Artigo 18.o Constituição
O conselho de administração é constituído por três membros, sendo os vogais designados por despacho do Ministro da Cultura.
Artigo 19.o Mandato
O mandato dos membros do conselho de adminis-tração é de três anos.
Artigo 20.o Remuneração
Os membros do conselho de administração são remunerados.
Artigo 21.o Competência
Ao conselho de administração compete, em geral, a administração da Fundação e, em especial:
a) Definir a organização interna da Fundação; b) Administrar e dispor do património da
Funda-ção, cabendo-lhe deliberar sobre a alienaFunda-ção, total ou parcial, de direitos de superfície de que aquela seja titular e sobre a aquisição, alienação ou oneração de bens móveis ou imóveis, devendo, neste âmbito, decidir sobre a celebra-ção de todo o tipo de contratos que envolvam, nomeadamente, a gestão ou a exploração parcial ou global do seu património e a construção de imóveis sobre o mesmo;
c) Preparar e submeter à aprovação do conselho
directivo e do Ministro da Cultura o orçamento e o plano de actividades anuais da Fundação;
d) Preparar e submeter à aprovação do conselho
directivo e do Ministro da Cultura o relatório anual, o balanço e as contas de cada exercício, acompanhados do parecer do conselho fiscal;
e) Elaborar e propor ao conselho directivo e ao
Ministro da Cultura o plano trienal de activi-dades culturais;
f) Contrair empréstimos e conceder garantias; g) Avaliar e aprovar propostas de projectos ou de
actividades, aprovar a concessão de subvenções, apoios ou empréstimos a projectos específicos e quaisquer outras despesas da Fundação;
h) Contratar e dirigir o pessoal da Fundação; i) Representar a Fundação, quer em juízo, activa
e passivamente, quer em quaisquer actos ou contratos;
l) Instituir, manter e conservar sistemas internos
de controlo contabilístico, incluindo os livros e registos respeitantes a todas as transacções e entradas e saídas de fundos, por forma a reflec-tirem correctamente, em cada momento, a situa-ção patrimonial e financeira da Fundasitua-ção;
m) Providenciar para que os livros e registos
con-tabilísticos da Fundação sejam devidamente fis-calizados, pelo menos uma vez por ano, por uma empresa independente e conceituada de audi-toria;
n) Nomear o director ou directores do museu ou
museus permanentes, caso tal se justifique. Artigo 22.o
Funcionamento
1 — O conselho de administração reúne-se ordina-riamente de 15 em 15 dias e extraordinaordina-riamente quando convocado pelo presidente.
2 — As deliberações do conselho de administração são tomadas por maioria, tendo o presidente voto de qualidade.
3 — Poderá o conselho de administração delegar no presidente ou, sob proposta deste, em qualquer vogal a administração corrente de alguma ou algumas acti-vidades da Fundação.
Artigo 23.o Vinculação
A Fundação fica obrigada em quaisquer actos ou tratos pela assinatura conjunta de dois membros do con-selho de administração ou pela assinatura de um ou mais mandatários, nos termos dos respectivos mandatos.
SECÇÃO V
Conselho fiscal
Artigo 24.o Composição
1 — O conselho fiscal é composto por três membros, sendo um designado pelo conselho directivo, outro pelo Ministro da Cultura, e o terceiro, revisor oficial de con-tas, que presidirá, pelo Ministro das Finanças.
2 — O mandato dos membros do conselho fiscal é de três anos.
3 — O exercício das funções de membro do conselho fiscal é remunerado.
Artigo 25.o Competência
1 — Compete ao conselho fiscal:
a) Verificar se a administração da Fundação se
exerce de acordo com a lei e os estatutos;
b) Verificar a regularidade dos livros e registos
contabilísticos, bem como dos documentos;
c) Verificar, sempre que o julgue conveniente e
pela forma que repute adequada, a existência dos bens ou valores pertencentes à Fundação;
d) Verificar a exactidão das contas anuais da
Fundação;
e) Elaborar um relatório anual sobre a sua acção
de fiscalização e emitir parecer sobre as contas anuais apresentadas pelo conselho de admi-nistração.
2 — Os membros do conselho fiscal devem proceder, conjunta ou separadamente e em qualquer época do ano, aos actos de inspecção e verificação que tiverem por convenientes para o cabal exercício das suas funções.
CAPÍTULO V
Modificação dos estatutos e extinção da Fundação
Artigo 26.o Modificação dos estatutos
1 — Os presentes estatutos poderão ser alterados por proposta do Ministro da Cultura, ouvido o conselho directivo e o conselho de administração.
2 — A aprovação do Governo será concedida por deli-beração do Conselho de Ministros.
Artigo 27.o Extinção da Fundação
1 — O Governo, sob proposta do conselho directivo, poderá deliberar sobre a extinção da Fundação.
2 — Em caso de extinção da Fundação, o seu patri-mónio reverterá para o Estado, que o deverá aplicar exclusivamente em fins de desenvolvimento cultural do País.
CAPÍTULO VI
Disposições finais e transitórias
Artigo 28.o Fundadores iniciais
Os fundadores iniciais da Fundação, para além do Estado, são:
Banco Comercial Português, S. A.; Banco Totta & Açores, S. A.; Caixa Geral de Depósitos; Crédito Predial Português;
Companhia de Seguros Mundial Confiança, S. A.; Petróleos de Portugal — PETROGAL, S. A.; Siderurgia Nacional, E. P.;
Tabaqueira — Empresa Industrial de Taba-cos, S. A.;
TAP-Air Portugal, S. A.
Artigo 29.o
Referências ao terreno de construção e aos módulos
As referências dos presentes estatutos ao terreno afecto à construção do Centro Cultural de Belém e aos módulos que o integram consideram-se realizadas ao terreno que se encontra afecto à sua construção, nos termos do n.o5 da Resolução do Conselho de Ministros
n.o 3/88, de 12 de Janeiro, e aos cinco módulos que
o integram, nos termos do estudo prévio vencedor do concurso aberto na sequência do n.o3 da referida
reso-lução do Conselho de Ministros. Artigo 30.o Disposição transitória
1 — O presidente e os membros do conselho de admi-nistração e do conselho fiscal da Fundação em exercício ao tempo da alteração destes estatutos permanecem em exercício pleno de funções até completarem o mandato para que foram designados.
2 — Os membros do conselho directivo e do conselho de mecenas em exercício ao tempo da alteração destes estatutos cessam o seu mandato na data da entrada em vigor dessa alteração.
3 — O novo conselho directivo inicia funções logo que designada a maioria dos seus membros.