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Legislação Tributária do Estado do MS ATE E FRE

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Academic year: 2021

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Legislação Tributária do Estado do MS – ATE E FRE

Aula 03

Professor André Fantoni

“Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida e viver com paixão, perder

com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e vida é muito curta para ser insignificante.” (Chaplin)

Olá meus amigos, rumo ao Pantanal Sul Matogrossense! Prontos?

Pense que esse é o seu último Natal e Reveillon que serão sacrificados, em breve você terá o Governo como patrão, e pode acreditar, vale muito a pena todo esse seu esforço! Mira na estabilidade e no respeito conquistados!

Nosso tema de hoje será: Lei Complementar 87/96 e Lei Complementar 123/2006. Essas leis complementares federais são as mais importantes para a nossa provinha; a LC 87/96 é a famosa Lei Kandir, que traz as regras gerais acerca do ICMS; e a LC 123 é a lei que trata do Simples Nacional. Vamos ver os dispositivos que caem sempre nas provas e, é claro, mais uma bateria de exercícios comentados!

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1 Lei Complementar 87/96 – Lei Kandir

A Lei Complementar 87/96 estabelece as normas gerais aplicáveis ao ICMS. Os leitores vão perceber que muitos dispositivos da CF serão reproduzidos aqui na Lei Kandir e todos os dispositivos da Lei Kandir estarão reproduzidos na Legislação Ordinária Estadual do MS (Lei 1.810/97).

Como bem lembramos, a nossa Constituição prevê que várias matérias devem ser reguladas por lei complementar, eis aí a moça então: a Lei Kandir!

A Lei Kandir nos traz assim, em relação ao ICMS, as definições dos fatos geradores, bases de cálculo, os sujeitos passivos e o local das operações e prestações.

Art. 1º Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir o imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior.

Este artigo 1º da Lei Kandir é apenas uma reprodução do art. 155, II, da CF. Ele traz a competência dos estados e do DF para a instituição do ICMS.

1.1 Incidências

Art. 2° O imposto incide sobre:

I – operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares;

O principal fato gerador do ICMS é a circulação de mercadorias. Houve a circulação física, então incide o ICMS; já no caso da circulação apenas jurídica, é necessário que tenha havido a troca de titularidade das mercadorias.

Outro ponto importante é que a Lei Kandir deu fim ao conflito entre estados e municípios no que tange à competência para tributar o fornecimento de alimentação e bebidas em bares e restaurantes. O município alegava que era prestação de serviço; todavia, hoje não restam mais dúvidas: a venda de bebidas e alimentação em qualquer estabelecimento comercial está no campo de incidência do ICMS.

II – prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores;

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Este é o caso do famoso frete, além dos serviços de transporte de pessoas e valores.

III – prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza;

O ICMS, no caso dos serviços de comunicação, fica restrito apenas às prestações

onerosas (Internet, TV a cabo etc.), não sendo tributados, assim, os serviços de TV

aberta.

IV – fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios; V – fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao imposto sobre serviços, de competência dos Municípios, quando a lei complementar aplicável expressamente o sujeitar à incidência do imposto estadual.

Mesma disposição do artigo 155, §2º, IX, “b”, da Constituição Federal. Para os concursos públicos é necessário que se tenha na cabeça os serviços que constam na lista da LC 116, com a ressalva da incidência do ICMS (7.02, 7.05, 9.01, 14.01, 14.03 e 17.11).

§ 1º O imposto incide também:

I – sobre a entrada de mercadoria ou bem importados do exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade;

Após a vigência da EC 33/2001, as pessoas físicas que importarem mercadorias do exterior também são consideradas como contribuintes do ICMS.

II – sobre o serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior;

Este dispositivo inclui no campo de incidência do ICMS os serviços internacionais, sejam de transportes ou de comunicação, prestados ou iniciados no exterior. Um exemplo bem comum hoje em dia é a “ligação a cobrar” vinda do exterior.

III – sobre a entrada, no território do Estado destinatário, de petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou à industrialização, decorrentes de operações interestaduais, cabendo o imposto ao Estado onde estiver localizado o adquirente.

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Com relação aos combustíveis derivados do petróleo e energia elétrica, o fato gerador ocorre no momento da entrada, quando estes não forem destinados à industrialização ou comercialização, isto é, quando for adquirido para consumo.

§ 2º A caracterização do fato gerador independe da natureza jurídica da operação que o constitua.

Importantíssimo esse comando, que de forma clara nos traz que o fato gerador do ICMS é a circulação de mercadoria, seja por doação, troca, devolução ou qualquer ato jurídico que caracterize troca de titularidade das mercadorias ou de qualquer outra forma de circulação, independente do nome que se dê à operação.

Este dispositivo reforça ainda o disposto no artigo 118 do CTN, que diz que a definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos.

1.2 Não incidências

Art. 3º O imposto não incide sobre:

I – operações com livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão;

A Lei Kandir repete a imunidade objetiva dos livros, jornais e etc. previstos na CF, artigo 150, VI, “c”.

Aqui vale chamar a atenção para uma pegadinha de prova que usualmente o examinador pratica; a tinta destinada à impressão desses periódicos não está imune da incidência do imposto.

Ressaltamos também a importância de saber o que não é considerado livro, para o estado do Mato Grosso, segundo a Lei 7.098/98, no artigo 4º, §1º.

II – operações e prestações que destinem ao exterior mercadorias, inclusive produtos primários e produtos industrializados semi-elaborados, ou serviços;

Já vimos que a EC 42/03 tornou imune toda e qualquer mercadoria destinada à exportação, inclusive os serviços agregados nestas operações, como, por exemplo, o frete ou serviços de comunicação destinados ao exterior.

Veja o que diz o parágrafo único deste artigo no que tange à equiparação à

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III – operações interestaduais relativas a energia elétrica e petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, quando destinados à industrialização ou à comercialização;

Assunto visto também no artigo 155 da CF, que cria a imunidade na saída dos combustíveis derivados do petróleo quando estes forem destinados à industrialização ou à comercialização.

IV – operações com ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial;

O ouro, quando definido como ativo financeiro, também é imune. Observa-se que não se trata do ouro comercializado como mercadoria, por exemplo, em joias.

V – operações relativas a mercadorias que tenham sido ou que se destinem a ser utilizadas na prestação, pelo próprio autor da saída, de serviço de qualquer natureza definido em lei complementar como sujeito ao imposto sobre serviços, de competência dos Municípios, ressalvadas as hipóteses previstas na mesma lei complementar;

Este artigo veio para solucionar o conflito de competências entre os estados e municípios, principalmente após a edição da Lei Complementar 116/03.

VI – operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de propriedade de estabelecimento industrial, comercial ou de outra espécie;

Quando a circulação da mercadoria se der pela transferência de propriedade do estabelecimento, este fato está fora do campo de incidência do ICMS.

VII – operações decorrentes de alienação fiduciária em garantia, inclusive a operação efetuada pelo credor em decorrência do inadimplemento do devedor;

Na operação de alienação fiduciária, quando o proprietário fiduciário, que tem a posse do bem, não cumprir com as suas obrigações, há então o retorno da propriedade ao devedor alienante em função do inadimplemento da obrigação. Sendo assim, sobre essa transação e a transferência da propriedade plena sobre o bem para o devedor, após a quitação das prestações, não incide o ICMS.

VIII – operações de arrendamento mercantil, não compreendida a venda do bem arrendado ao arrendatário;

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Nas operações de leasing, na transferência do bem do arrendante para o arrendatário e o seu retorno ao final do contrato de arrendamento não há incidência do ICMS. Todavia, se ao final do contrato houver a venda deste bem, então sobre essa operação incidirá o ICMS sobre o valor residual do bem.

IX – operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de bens móveis salvados de sinistro para companhias seguradoras.

Também não incide o ICMS quando, por exemplo, uma seguradora consegue recuperar um veículo que tenha sido roubado e o prêmio já tenha sido pago ao segurado na transferência deste veículo para a propriedade da seguradora.

Parágrafo único. Equipara-se às operações de que trata o inciso II a saída de mercadoria realizada com o fim específico de exportação para o exterior, destinada a:

I – empresa comercial exportadora, inclusive tradings ou outro estabelecimento da mesma empresa;

II – armazém alfandegado ou entreposto aduaneiro.

Já analisadas anteriormente as disposições equiparadas à exportação e que gozam do benefício da imunidade relativa ao ICMS.

1.3 Sujeição passiva

Art. 4º Contribuinte é qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadoria ou prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior.

Aqui, novamente, destacamos as características do contribuinte, tais como habitualidade e/ou quantidade que caracterize intuito comercial. No entanto o parágrafo único traz mais uma hipótese:

Parágrafo único. É também contribuinte a pessoa física ou jurídica que, mesmo sem habitualidade ou intuito comercial: I – importe mercadorias ou bens do exterior, qualquer que seja a sua finalidade;

II – seja destinatária de serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior;

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III – adquira em licitação mercadorias ou bens apreendidos ou abandonados;

IV – adquira lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estado, quando não destinados à comercialização ou à industrialização.

Nesses casos citados, independente de qualquer outra exigência ou situação, aqueles que praticarem tais atos serão tratados como contribuintes. São eles: o importador de bens ou serviços, o arrematante e o consumidor final de combustíveis derivados de petróleo e energia elétrica. São os contribuintes incondicionais!

Art. 5º Lei poderá atribuir a terceiros a responsabilidade pelo pagamento do imposto e acréscimos devidos pelo contribuinte ou responsável, quando os atos ou omissões daqueles concorrerem para o não recolhimento do tributo.

Este comando, fundamentado pelo artigo 128 do CTN, permite, mediante lei, que o legislador atribua a responsabilidade tributária a terceiros desde que estes tenham relação com o fato gerador do imposto. O exemplo clássico, visto em todos os estados, é o caso do transportador, que se tornou responsável solidário com o contribuinte pelas mercadorias flagradas desacompanhadas de documentação fiscal. 1.4 Da substituição tributária

Art. 6º Lei estadual poderá atribuir a contribuinte do imposto ou a depositário a qualquer título a responsabilidade pelo seu pagamento, hipótese em que assumirá a condição de substituto tributário.

Aqui o legislador começa os comandos a respeito da substituição tributária (ST), assunto que será introduzido agora e explicado mais detalhadamente em capítulo à parte.

Importante observar que este dispositivo permite que seja responsável por ST não só o outro contribuinte da cadeia do imposto, como também o depositário a qualquer título.

§ 1º A responsabilidade poderá ser atribuída em relação ao imposto incidente sobre uma ou mais operações ou prestações, sejam antecedentes, concomitantes ou subsequentes, inclusive ao valor decorrente da diferença entre alíquotas interna e interestadual nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado em outro Estado, que seja contribuinte do imposto.

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Neste comando, o legislador nos mostra a possibilidade de haver a ST para operações posteriores (fato gerador presumido ainda não ocorreu), concomitante ou para operações anteriores (diferimento).

§ 2º A atribuição de responsabilidade dar-se-á em relação a mercadorias, bens ou serviços previstos em lei de cada Estado.

O legislador pode estabelecer quem ou quais produtos estão sujeitos a este regime, por exemplo, no estado do MS, temos que automóveis, cerveja, cigarro, Red Bull, entre outros, estão sujeitos ao recolhimento por substituição tributária.

Art. 7º Para efeito de exigência do imposto por substituição tributária, inclui-se, também, como fato gerador do imposto, a entrada de mercadoria ou bem no estabelecimento do adquirente ou em outro por ele indicado.

Neste artigo, ocorre a aplicação da chamada responsabilidade solidária, prevista no art. 128 do CTN, uma vez que, se o contribuinte substituto não recolheu o imposto devido, então o ônus recairá sobre o contribuinte substituído, quando da entrada da mercadoria no seu estabelecimento. É um mecanismo criado para resguardar a fiscalização estadual.

Art. 8º A base de cálculo, para fins de substituição tributária, será: I – em relação às operações ou prestações antecedentes ou concomitantes, o valor da operação ou prestação praticado pelo contribuinte substituído;

II – em relação às operações ou prestações subsequentes, obtida pelo somatório das parcelas seguintes:

a) o valor da operação ou prestação própria realizada pelo substituto tributário ou pelo substituído intermediário;

b) o montante dos valores de seguro, de frete e de outros encargos cobrados ou transferíveis aos adquirentes ou tomadores de serviço;

c) a margem de valor agregado, inclusive lucro, relativa às operações ou prestações subsequentes.

Aqui está prevista a forma de se calcular a base de cálculo para apuração do tributo a ser recolhido. No caso das operações antecedentes (diferimento) é mais fácil porque a operação já ocorreu e sabemos o seu valor; já na retenção antecipada, é preciso usar a margem de lucro estabelecida pelo estado para compor a BC da operação futura (FG presumido).

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§ 1º Na hipótese de responsabilidade tributária em relação às operações ou prestações antecedentes, o imposto devido pelas referidas operações ou prestações será pago pelo responsável, quando:

I – da entrada ou recebimento da mercadoria, do bem ou do serviço;

II – da saída subsequente por ele promovida, ainda que isenta ou não tributada;

III – ocorrer qualquer saída ou evento que impossibilite a ocorrência do fato determinante do pagamento do imposto.

Já neste comando, o legislador determina o momento da ocorrência do fato gerador.

§ 2º Tratando-se de mercadoria ou serviço cujo preço final a consumidor, único ou máximo, seja fixado por órgão público competente, a base de cálculo do imposto, para fins de substituição tributária, é o referido preço por ele estabelecido. § 3º Existindo preço final a consumidor sugerido pelo fabricante ou importador, poderá a lei estabelecer como base de cálculo este preço.

Esses dois parágrafos trazem novas hipóteses de base de cálculo para fins de ST. No primeiro caso, é a famosa “pauta fiscal”, fixada pela SEFAZ; e no segundo caso, o preço sugerido pelo fabricante, que geralmente vem estampado nas embalagens.

§ 4º A margem a que se refere a alínea c do inciso II do caput será estabelecida com base em preços usualmente praticados no mercado considerado, obtidos por levantamento, ainda que por amostragem ou através de informações e outros elementos fornecidos por entidades representativas dos respectivos setores, adotando-se a média ponderada dos preços coletados, devendo os critérios para sua fixação ser previstos em lei.

Este parágrafo nos remete à Margem de Valor Agregado, usada para se chegar à base de cálculo nas operações subsequentes, na ST. Essa média é calculada levando em consideração uma média ponderada dos preços de mercado, mas podem ficar tranquilos que esse cálculo não cai na prova; o examinador já diz qual o valor desta margem, também conhecida com margem de lucro.

§ 5º O imposto a ser pago por substituição tributária, na hipótese do inciso II do caput, corresponderá à diferença entre o valor resultante da aplicação da alíquota prevista para as operações ou prestações internas do Estado de destino sobre a respectiva base de cálculo e o valor do imposto devido pela operação ou prestação própria do substituto.

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Como já vimos no início, o ICMS é não cumulativo. Então, para se apurar o imposto devido, devemos deduzir o valor de ICMS creditado ao contribuinte. Vejamos:

O contribuinte adquire uma mercadoria por R$100, com alíquota interestadual de 7%, portanto este tem o direito a um crédito de R$7, correto? Sim.

Supondo que a MVA (Margem de Valor Agregado) dele seja de 60% e alíquota interna de 17%, temos que a base de cálculo será 100 x 1,6 = R$160, e aplicando a alíquota interna, temos que o ICMS é de 160 x 0,17 = R$ 27,20.

Porém, o ICMS devido será: 27,20 – 7 = R$ 20,20. Viu? Tranquilo né? Muito! Rs

§ 6º Em substituição ao disposto no inciso II do caput, a base de cálculo em relação às operações ou prestações subsequentes poderá ser o preço a consumidor final usualmente praticado no mercado considerado, relativamente ao serviço, à mercadoria ou sua similar, em condições de livre concorrência, adotando-se para sua apuração as regras estabelecidas no § 4º deste artigo.

Essa seria uma exceção ao disposto no inciso II, sendo mais uma forma de fixação da base de cálculo; o arbitramento, previsto no CTN e na legislação estadual. Porém, este arbitramento não pode ser ao bel-prazer do agente tributário, mas, sim, baseado nos preços praticados no mercado local, e deve ser usado quando o fiscal não possuir elementos suficientes para determinar a exatidão da mesma.

Art. 9º A adoção do regime de substituição tributária em operações interestaduais dependerá de acordo específico celebrado pelos Estados interessados.

O regime de ST só poderá ser implementado caso haja o convênio ou protocolo entre as unidades da Federação, visto que envolve contribuintes de diversos estados e repasses financeiros.

§ 1º A responsabilidade a que se refere o art. 6º poderá ser atribuída:

I – ao contribuinte que realizar operação interestadual com petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, em relação às operações subsequentes;

II – às empresas geradoras ou distribuidoras de energia elétrica, nas operações internas e interestaduais, na condição de contribuinte ou de substituto tributário, pelo pagamento do imposto, desde a produção ou importação até a última operação, sendo seu cálculo efetuado sobre o preço praticado na operação final, assegurado seu recolhimento ao Estado onde deva ocorrer essa operação.

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§ 2º Nas operações interestaduais com as mercadorias de que tratam os incisos I e II do parágrafo anterior, que tenham como destinatário consumidor final, o imposto incidente na operação será devido ao Estado onde estiver localizado o adquirente e será pago pelo remetente.

Neste comando, o legislador apenas cita alguns contribuintes que possuem legitimidade para assumir a condição de substituto tributário; entretanto, este rol

não é taxativo, mas apenas exemplificativo, pois a legislação estadual poderá atribuir

esta condição a outros contribuintes.

Art. 10. É assegurado ao contribuinte substituído o direito à restituição do valor do imposto pago por força da substituição tributária, correspondente ao fato gerador presumido que não se realizar.

Nos casos de ST progressiva, ou seja, para operações posteriores em que o substituto retém o ICMS mesmo antes de o FG ocorrer, por se tratar de um FG presumido, quando este não ocorrer por qualquer motivo, o contribuinte substituído terá direito à restituição do imposto retido em relação ao FG que não se realizou.

§ 1º Formulado o pedido de restituição e não havendo deliberação no prazo de noventa dias, o contribuinte substituído poderá se creditar, em sua escrita fiscal, do valor objeto do pedido, devidamente atualizado segundo os mesmos critérios aplicáveis ao tributo.

Nos casos em que o fato gerador presumido não se realizar, e após o pedido de restituição, caso a Fazenda estadual não se manifeste no prazo de 90 dias, o contribuinte substituído poderá se creditar deste valor no seu livro fiscal.

§ 2º Na hipótese do parágrafo anterior, sobrevindo decisão contrária irrecorrível, o contribuinte substituído, no prazo de quinze dias da respectiva notificação, procederá ao estorno dos créditos lançados, também devidamente atualizados, com o pagamento dos acréscimos legais cabíveis.

Entretanto, se mesmo após isso a Fazenda se pronunciar pela negativa do direito ao crédito, então o contribuinte deverá, no prazo de 15 dias, após ser notificado, proceder ao estorno dos créditos lançados.

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1.5 Do Local da operação

Art. 11. O local da operação ou da prestação, para os efeitos da cobrança do imposto e definição do estabelecimento responsável, é:

I – tratando-se de mercadoria ou bem:

a) o do estabelecimento onde se encontre, no momento da ocorrência do fato gerador;

Via de regra, o local da operação está vinculado ao momento da ocorrência do fato gerador, ou seja, ao estabelecimento do contribuinte sujeito passivo.

b) onde se encontre, quando em situação irregular pela falta de documentação fiscal ou quando acompanhado de documentação inidônea, como dispuser a legislação tributária;

Entretanto, nos casos em que a mercadoria estiver em situação irregular, considera-se o local da ocorrência do FG aquele onde a mercadoria for encontrada, pois considera-se não há documentação fiscal, não há como o Fisco determinar com exatidão o local de entrada ou saída destas mercadorias. Na prática, é o caso das abordagens de equipes de fiscalização volante de trânsito em caminhões que transportam mercadorias descobertas de notas fiscais.

c) o do estabelecimento que transfira a propriedade, ou o título que a represente, de mercadoria por ele adquirida no País e que por ele não tenha transitado;

Este comando se refere à circulação ficta, no mesmo estado, ou seja, houve apenas a troca de titularidade do bem (circulação jurídica), sem haver a circulação de fato, o que mesmo assim caracteriza a incidência do ICMS.

O caso mais comum ocorre quando uma empresa Alfa deposita sua mercadoria em um armazém geral e, após realizar a transação para outra empresa Beta, esta não retira a mercadoria deste armazém por questões de logística. Houve a troca de titularidade, mas a mercadoria não circulou de fato, porém houve a circulação jurídica. ICMS nele!

Atenção ao que diz o §1º deste artigo.

d) importado do exterior, o do estabelecimento onde ocorrer a entrada física;

e) importado do exterior, o do domicílio do adquirente, quando não estabelecido;

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No caso da importação de bens e mercadorias do exterior, o local da operação é o domicílio/estabelecimento do adquirente, seja pessoa física ou jurídica.

f) aquele onde seja realizada a licitação, no caso de arrematação de mercadoria ou bem importados do exterior e apreendidos ou abandonados;

Quando ocorre de um bem importado do exterior estar em situação irregular, ele será apreendido e irá a leilão. Neste caso, o local da operação será aquele onde este bem foi arrematado no processo de licitação, modalidade leilão (administrativo; judicial não).

g) o do Estado onde estiver localizado o adquirente, inclusive consumidor final, nas operações interestaduais com energia elétrica e petróleo, lubrificantes e combustíveis dele derivados, quando não destinados à industrialização ou à comercialização;

Este dispositivo ratifica o que foi explanado anteriormente a respeito da imunidade na saída de combustíveis derivados do petróleo e energia elétrica, sendo o local da operação o do estabelecimento do adquirente, quando estes não forem destinados à industrialização ou à comercialização. Esta medida tende a beneficiar sempre o estado destinatário, ou seja, onde efetivamente ocorreu o consumo do produto.

h) o do Estado de onde o ouro tenha sido extraído, quando não considerado como ativo financeiro ou instrumento cambial;

Como já vimos, o ouro, quando for definido como ativo financeiro, é imune ao ICMS, porém, quando for tratado como mercadoria (cordão, anel etc.), estará sujeito à incidência do imposto, que será devido ao estado de onde o ouro foi extraído.

i) o de desembarque do produto, na hipótese de captura de peixes, crustáceos e moluscos;

O local onde as embarcações de pesca atracam para desembarcar os peixes é considerado o local do fato gerador, independente de onde foi pescado o bichinho ou onde tenha domicílio o pescador. Isto porque cada barco é considerado um estabelecimento autônomo para efeitos de tributação.

II – tratando-se de prestação de serviço de transporte: a) onde tenha início a prestação;

b) onde se encontre o transportador, quando em situação irregular pela falta de documentação fiscal ou quando

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acompanhada de documentação inidônea, como dispuser a legislação tributária;

c) o do estabelecimento destinatário do serviço, na hipótese do inciso XIII do art. 12 e para os efeitos do § 3º do art. 13;

No caso dos serviços de transporte, também conhecido como frete, a regra é que o local do fato gerador é onde se deu o início da prestação do serviço.

III – tratando-se de prestação onerosa de serviço de comunicação:

a) o da prestação do serviço de radiodifusão sonora e de som e imagem, assim entendido o da geração, emissão, transmissão e retransmissão, repetição, ampliação e recepção;

b) o do estabelecimento da concessionária ou da permissionária que forneça ficha, cartão, ou assemelhados com que o serviço é pago;

c) o do estabelecimento destinatário do serviço, na hipótese e para os efeitos do inciso XIII do art. 12;

c-1) o do estabelecimento ou domicílio do tomador do serviço, quando prestado por meio de satélite;

d) onde seja cobrado o serviço, nos demais casos;

No caso dos serviços de telecomunicações onerosas, a regra geral é que o local de ocorrência do FG seja onde ele foi cobrado.

Vale atentar às seguintes exceções, reiteradamente cobradas nos concursos, que, quando o serviço for prestado mediante fornecimento de fichas/cartão telefônico, o

local não será a “banca de jornal do seu Zé” que vendeu o cartão, nem o famoso

“orelhão” de onde é feita uma ligação, por exemplo, mas, sim, o estabelecimento da

concessionária que forneceu os meios para o serviço.

IV – tratando-se de serviços prestados ou iniciados no exterior, o do estabelecimento ou do domicílio do destinatário.

E ainda, no caso de uma ligação a cobrar do exterior, o local do FG é o estabelecimento do destinatário, localizado neste país. Até porque ficaria inviável cobrar tributo no exterior.

§ 1º O disposto na alínea c do inciso I não se aplica às mercadorias recebidas em regime de depósito de contribuinte de Estado que não o do depositário.

Ou seja, se a empresa depositante da mercadoria e o armazém geral (depositário) estiverem localizados em estados distintos, a regra da alínea “c” não seria aplicada,

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sendo considerado, assim, o local de operação o do estabelecimento onde estiver depositada a mercadoria.

§ 2º Para os efeitos da alínea h do inciso I, o ouro, quando definido como ativo financeiro ou instrumento cambial, deve ter sua origem identificada.

§ 3º Para efeito desta Lei Complementar, estabelecimento é o local, privado ou público, edificado ou não, próprio ou de terceiro, onde pessoas físicas ou jurídicas exerçam suas atividades em caráter temporário ou permanente, bem como onde se encontrem armazenadas mercadorias, observado, ainda, o seguinte:

I – na impossibilidade de determinação do estabelecimento, considera-se como tal o local em que tenha sido efetuada a operação ou prestação, encontrada a mercadoria ou constatada a prestação;

II – é autônomo cada estabelecimento do mesmo titular;

III – considera-se também estabelecimento autônomo o veículo usado no comércio ambulante e na captura de pescado;

IV – respondem pelo crédito tributário todos os estabelecimentos do mesmo titular.

Aqui é importante ressaltar o que diz os incisos II e IV, no qual todos os estabelecimentos do mesmo titular respondem solidariamente pelo crédito tributário deste. Entretanto, considera-se autônomo cada um desses estabelecimentos para efeito de apuração dos créditos, débitos e demais obrigações tributárias.

O veículo usado para transportar as mercadorias e realizar vendas a varejo (comércio ambulante) é considerado autônomo.

§ 5º Quando a mercadoria for remetida para armazém geral ou para depósito fechado do próprio contribuinte, no mesmo Estado, a posterior saída considerar-se-á ocorrida no estabelecimento do depositante, salvo se para retornar ao estabelecimento remetente.

Dispositivo importante que diz que, quando os estabelecimentos do remetente e do depositário estiverem situados no mesmo estado, e uma empresa envia a mercadoria para o depósito fechado ou armazém geral, a posterior saída desta mercadoria será considerada como saída da empresa remetente, exceto no caso desta mercadoria estar retornando à origem.

§ 6º Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, tratando-se de serviços não medidos, que envolvam localidades situadas em

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diferentes unidades da Federação e cujo preço seja cobrado por períodos definidos, o imposto devido será recolhido em partes iguais para as unidades da Federação onde estiverem localizados o prestador e o tomador.

Este dispositivo veio para resolver um conflito de competência entre os estados, principalmente nos casos ligados a provedores de internet, que por vezes estavam em um estado, porém o usuário se situava em outro. E aí? Para quem vai o imposto? Será repartido entre as duas unidades da Federação.

1.6 Do momento da ocorrência do fato gerador

Art. 12. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento:

I – da saída de mercadoria de estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular;

II – do fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias por qualquer estabelecimento;

III – da transmissão a terceiro de mercadoria depositada em armazém geral ou em depósito fechado, no Estado do transmitente;

IV – da transmissão de propriedade de mercadoria, ou de título que a represente, quando a mercadoria não tiver transitado pelo estabelecimento transmitente;

V – do início da prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, de qualquer natureza;

VI – do ato final do transporte iniciado no exterior;

VII – das prestações onerosas de serviços de comunicação, feita por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza;

VIII – do fornecimento de mercadoria com prestação de serviços: a) não compreendidos na competência tributária dos

Municípios;

b) compreendidos na competência tributária dos Municípios e com indicação expressa de incidência do imposto de competência estadual, como definido na lei complementar aplicável;

IX – do desembaraço aduaneiro de mercadorias ou bens importados do exterior;

X – do recebimento, pelo destinatário, de serviço prestado no

exterior;

XI – da aquisição em licitação pública de mercadorias ou bens importados do exterior e apreendidos ou abandonados;

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XII – da entrada no território do Estado de lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estado, quando não destinados à comercialização ou à industrialização;

XIII – da utilização, por contribuinte, de serviço cuja prestação se tenha iniciado em outro Estado e não esteja vinculada a operação ou prestação subsequente.

Artigo de suma importância que é cobrado de forma literal nos exames. Sugerimos olhar com certo carinho a tabela-resumo que consta ao fim da aula.

§ 1º Na hipótese do inciso VII, quando o serviço for prestado mediante pagamento em ficha, cartão ou assemelhados, considera-se ocorrido o fato gerador do imposto quando do fornecimento desses instrumentos ao usuário.

O fato gerador não ocorre quando da utilização do cartão telefônico, mas, sim, no momento do fornecimento dos meios para o usuário final; trata-se de um fato gerador presumido.

Interessante observar uma curiosidade: a lei do Mato Grosso do Sul já está atualizada quanto aos avanços tecnológicos, inclusive prevendo o momento do fato gerador no caso de recargas de cartão para celular pré-pago, sendo este o momento no qual o crédito fica disponibilizado no celular.

§ 2º Na hipótese do inciso IX, após o desembaraço aduaneiro, a entrega, pelo depositário, de mercadoria ou bem importados do exterior deverá ser autorizada pelo órgão responsável pelo seu desembaraço, que somente se fará mediante a exibição do comprovante de pagamento do imposto incidente no ato do despacho aduaneiro, salvo disposição em contrário.

Aqui se observa a imposição de uma obrigação acessória aos entrepostos aduaneiros, que só poderão liberar as mercadorias importadas após autorização da Receita Federal, depois da prova de pagamento (Documento de Arrecadação) ou apresentação da GLME (guia de desoneração do ICMS) expedida pela SEFAZ/MS.

§ 3º Na hipótese de entrega de mercadoria ou bem importados do exterior antes do desembaraço aduaneiro, considera-se ocorrido o fato gerador neste momento, devendo a autoridade responsável, salvo disposição em contrário, exigir a comprovação do pagamento do imposto.

(18)

Há casos, ainda, que, por decisão judicial, seja determinada a entrega do produto importado ao importador antes mesmo do desembaraço (remédios, por exemplo). Sendo assim, o momento do FG fica antecipado para o ato da entrega deste.

(19)

Questões comentadas

01. (SEFAZ-RJ/FGV/2008) Nos termos da Lei Complementar 87/96, o local da operação ou prestação, para efeitos de cobrança do imposto e definição do estabelecimento responsável é:

a) O Estado onde tiver localizado o adquirente em qualquer hipótese

b) Tratando-se de mercadoria ou bem, o Estado onde o ouro tenha sido extraído, quando considerado como ativo financeiro ou instrumento cambial

c) Tratando-se de mercadoria ou bem, o domicílio do adquirente, na hipótese da captura de peixes, crustáceos e moluscos

d) Tratando-se de mercadoria ou bem importados do exterior, o Distrito Federal

e) Tratando-se de prestação onerosa de serviço de comunicação, o estabelecimento da concessionária ou da permissionária que forneça ficha, cartão ou assemelhados com que o serviço é pago.

A letra A é falsa, pois essa hipótese não se aplica a qualquer caso, mas apenas quando da entrada de combustíveis derivados de petróleo e energia elétrica. Na assertiva B, o erro se dá pelo fato de que o ouro, quando considerado ativo financeiro, nem fato gerador é; trata-se de uma imunidade.

Na assertiva C, o correto seria o local de desembarque do pescado e na D – importação – o local da operação, a qual determina o sujeito ativo, é onde se encontrar o adquirente final da mercadoria ou o estabelecimento do importador. A assertiva E está correta, nos termos do artigo 11, III, “b” da Lei Kandir.

Gabarito: E

02. (SEFAZ-RJ/FGV/2008) Nos termos da Lei Complementar 87/96, considera-se ocorrido o fato gerador do imposto incidente na importação no momento:

a) Da entrada das mercadorias ou bens importados do exterior no estabelecimento e do recebimento pelo destinatário de serviço prestado no exterior

b) Do fechamento de câmbio relativo às mercadorias ou bens importados do exterior e do recebimento pelo destinatário de serviço prestado no exterior c) Do desembaraço aduaneiro de mercadorias ou bens importados do exterior

(20)

d) Do desembaraço aduaneiro de mercadorias ou bens importados e do recebimento pelo destinatário de serviço prestado no exterior

e) Do desembaraço aduaneiro de mercadorias ou bens importados e do serviço prestado no exterior

Literalidade do artigo 12, IX e X, da Lei Kandir. Gabarito: D

03. (SEFAZ-RJ/FGV/2008) Nos termos da LC 87/96 o ICMS não incide sobre:

I. Operações decorrentes de alienação fiduciária em garantia, inclusive a operação efetuada pelo credor em função do inadimplemento do devedor; II. O fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e

estabelecimentos similares;

III. Operações com livros, jornais, periódico e o papel destinado à sua impressão Analise os itens acima e assinale:

a) Se nenhum item estiver correto

b) Se somente os itens I e II estiverem corretos c) Se somente os itens II e III estiverem corretos d) Se somente os itens I e III estiverem corretos e) Se todos os itens estiverem corretos

O ICMS não incide sobre a alienação fiduciária em garantia, inclusive se ocorrer o direito de retomada do bem. Assim como também não incide sobre os livros, jornais etc.

No entanto, o fornecimento de alimentação e bebidas por qualquer estabelecimento é FG do ICMS, segundo os comandos do artigo 2º, I, da Lei Kandir.

Gabarito: D

04. (PGE-PE/FCC/2006) O princípio da não cumulatividade do ICMS:

a) Favorece a incidência em “cascata” sobre todas as operações tributadas num determinado ciclo econômico

b) Propicia que o montante a pagar pelo contribuinte resulta da diferença a maior, em determinado período, entre o imposto devido pelas saídas de mercadorias do estabelecimento e o crédito decorrentes das entradas

(21)

d) Permite que a tributação seja maior ou menor em função da essencialidade da mercadoria

e) Veda a criação de outro imposto com mesmo fato gerador ou a mesma base de cálculo

Princípio específico do ICMS, a não cumulatividade (compensação entre débito e crédito) veio justamente para evitar o efeito cascata, que seria a cobrança cumulativa do imposto sobre imposto, transformando a carga tributária numa bola de neve. Falsa a letra A e correta a letra B.

A letra C não está correta, uma vez que este princípio não veda a bitributação, desde que esta tenha previsão legal. E temos vários casos práticos, como o IPI fazendo parte da BC do ICMS, ou até mesmo o ICMS sendo cobrado sobre o ICMS (pois é um imposto por dentro).

A letra D é falsa e se refere ao princípio da seletividade, que, apesar de ocorrer em MS, é facultativo.

A letra E deu uma viajada, pois tenta trazer institutos do Direito Tributário que nada têm a ver com nosso princípio da não cumulatividade.

Gabarito: B

05. (SEFAZ-SP/FCC/2009) Com base nos arts. 7º, 8º e 10 da Lei Kandir, para efeitos de exigência ou da restituição do imposto pago por substituição tributária, é incorreto afirmar:

a) A entrada de mercadoria ou bem no estabelecimento do adquirente, ou em outro, por ele indicado, será considerada também como fato gerador do imposto

b) Na operação interestadual com combustíveis derivados de petróleo, destinada a consumidor final, o imposto será devido ao Estado onde estiver localizado o remetente e pago pelo adquirente

c) O contribuinte substituído poderá se creditar, em sua escrita fiscal, do valor do imposto pago a maior, atualizado segundo os mesmos critérios aplicáveis ao tributo, quando o pedido de restituição não for decidido no prazo de 90 dias d) O imposto a ser pago em relação às operações subsequentes, corresponderá

à diferença entre o valor resultante da aplicação da alíquota prevista para as operações ou prestações internas do Estado de destino, sobre a respectiva base de cálculo, e o valor do imposto devido pela operação própria do substituto

e) A adoção do regime de substituição tributária em operações interestaduais dependerá de acordo específico celebrado pelos Estados interessados

(22)

A única assertiva falsa é a letra B, pois o examinador inverteu os termos para tentar lhe confundir; conseguiu? Já sabemos que o combustível derivado de petróleo tem como parâmetro de tributação o estado de destino (onde ocorre o

consumo), mas, por ser sujeito à substituição tributária, deve ser recolhido pelo

remetente e será destinado ao estado do destinatário! Gabarito: B

06. (SEFAZ-SP/FCC/2006) Analise as seguintes afirmações sobre o instituto da Substituição tributária:

I. O instituto da Substituição tributária da qual são modalidades o diferimento e a sujeição passiva com retenção antecipada do imposto, é instrumento de política fiscal dos Estados. Tanto o diferimento, que se refere às operações antecedentes, quanto a substituição com retenção antecipada, que se refere às operações subsequentes, prestam-se, unicamente, para facilitar a fiscalização do contribuinte que pertencem a segmentos de atividade econômica com pequeno número de fabricantes, grande número de atacadistas e um número ainda maior de varejistas

II. A ST com retenção antecipada do imposto, segundo o artigo 6º da Lei Complementar 87/96, deve ser criada por Lei Estadual, hipótese em que ela se aplica, desde logo, tanto em relação às operações internas como nas operações interestaduais

III. O fundamento legal de validade da ST, com retenção antecipada do ICMS é a Lei Kandir, que contém o comando para que o Estado possa designar um contribuinte responsável pelo pagamento do imposto cujo fato gerador ainda nem aconteceu

IV. Na omissão da lei estadual que cria a substituição tributária com retenção antecipada do imposto, deve-se entender que está assegurado ao contribuinte substituído o direito à restituição do valor do imposto pago, por força da ST, correspondente ao fato gerador presumido que não se realizou

Está correto o que se afirma APENAS em: a) I

b) I e II c) III d) III e IV e) IV

(23)

A assertiva I é falsa. Esse termo “apenas” é muito chamativo para nós

concurseiros. Aliás, tal regra até é aplicada, mas apenas para as operações cuja

retenção do ICMS ocorre antecipadamente. No diferimento, é o inverso, portanto, a questão mentiu.

A II também é falsa, pois, para aplicação da ST nas operações interestaduais, não basta lei estadual, mas, sim, um acordo específico entre as unidades da Federação envolvidas.

O item III está errado, pois o embasamento legal para se antecipar o ICMS, cujo FG ainda nem ocorreu (presumido), é a própria CF/88 e não a Lei Kandir.

O item IV está correto, pois cabe ao substituído pleitear a restituição do ICMS que for retido antecipadamente, no caso em que o FG presumido não se realizar. Gabarito: E

07. (Fantoni) Importador de Mato Grosso do Sul, sediado em Dourados, adquire carga de cerveja da Holanda. Em 10 de março de 2011, ocorreu a saída da mercadoria do porto holandês; no dia 25 de março de 2011, aconteceu o desembaraço da mercadoria no Porto de Santos (SP); no dia 27 de março de 2011, a mercadoria ingressou em território sul mato-grossense, pelo município de Três Lagoas; e no dia 28 de março de 2011, a mercadoria deu entrada no estabelecimento do contribuinte importador, em Dourados. Nesse caso, considera-se ocorrido o fato gerador em:

a) 10 de março de 2011; b) 25 de março de 2011; c) 27 de março de 2011; d) 28 de março de 2011;

e) Não se configura como fato gerador do ICMS.

O FG, quando da operação de importação, ocorre na data do desembaraço aduaneiro, nos termos do artigo 12, IX, da Lei Kandir.

(24)

08. (Fantoni) O ICMS não incide sobre:

a) Operações com livros, jornais, periódicos e o papel e a tinta destinados à sua impressão

b) Operações de alienação fiduciária em garantia, exceto a operação efetuada pelo credor em decorrência do inadimplemento do devedor

c) Operações com artigo funerário, quando promovida por empresa do ramo concomitantemente com a prestação de serviço funerário, previsto na LC116/03 sem ressalvas

d) Operação de transferência de bens móveis salvados de sinistro à Cia. Seguradora, inclusive na saída posterior da seguradora

e) Saída interestadual de mercadoria destinada a armazém geral ou depósito fechado do próprio contribuinte, para depósito em nome do remetente, bem como o respectivo retorno ao estabelecimento depositante

Na assertiva A, temos a pegadinha da “tinta”, que não foi contemplada pela extensão da não incidência objetiva. Alternativa falsa!

Na assertiva B, não existe o “exceto”, pois a operação de retomada também está abarcada pela não incidência.

A assertiva C está correta, pois no caso de prestação de serviço previsto na competência tributária do município, sem ressalvas para cobrança do ICMS, envolvendo o fornecimento de mercadorias, fica sujeita apenas ao ISS, sendo assim, NI do ICMS.

A afirmação da letra D só está correta até a Cia. Seguradora; a posterior saída desta não está contemplada com NI pela Lei Kandir.

A assertiva E também tem uma maldade, pois a não incidência supracitada só se aplica se as remessas para armazenagem ou depósito fossem internas, ou seja, depositante e armazém geral situados no mesmo estado.

(25)

09. (Fantoni) No que tange às normas relativas à substituição tributária, assinale a alternativa correta:

a) É assegurado ao contribuinte substituto o direito à restituição do valor do imposto pago por força da substituição tributária, correspondente ao fato gerador presumido que, comprovadamente, não se realizar

b) Ocorre o diferimento do ICMS quando o recolhimento do imposto devido por ocasião da operação com determinada mercadoria ou prestação de serviço for transferido para operação ou prestação posterior

c) Como regra geral, o diferimento do ICMS, quando previsto para operação com determinada mercadoria, alcança a prestação de serviço de transporte a ela relacionada

d) Na documentação fiscal relativa à operação ou prestação com ICMS diferido, além do destaque do imposto diferido, deverá consignar no campo informações complementares a fundamentação para tal diferimento

e) Poderá ser atribuída a responsabilidade pelo pagamento do imposto devido ao estado de Mato Grosso do Sul na operação correspondente, ao estabelecimento destinatário da mercadoria acobertada pelo diferimento, hipótese em que fica postergado o fato gerador e o pagamento do ICMS devido.

Na assertiva A tem uma pegadinha clássica, muito usada pelas bancas. Quem pode pedir a restituição do ICMS retido antecipadamente por ST é o contribuinte substituído e não o substituto.

A assertiva B está boa! Trata da ST para operações antecedentes – o diferimento – , onde o lançamento e o recolhimento do ICMS ficam postergados para etapa seguinte.

A letra C é falsa, pois, salvo disposição em contrário, o mecanismo se aplica apenas às operações.

Na letra D, o erro está na afirmação acerca do destaque do imposto. Ora, se o ICMS é diferido, não houve pagamento, não sendo devido o seu destaque em nota fiscal.

A assertiva E é falsa, pois não há postergação do fato gerador, mas tão somente do lançamento e pagamento!

(26)

10. De acordo com a Lei Kandir:

a) Lei estadual poderá atribuir a contribuinte do imposto ou a depositário, a qualquer título, a responsabilidade pelo seu pagamento, porém a adoção do regime de substituição tributária dependerá de convênio específico celebrado pelas Unidades da Federação;

b) Lei estadual poderá atribuir a contribuinte do imposto ou a depositário, a qualquer título, a responsabilidade pelo seu pagamento, porém a adoção do regime de substituição tributária em operações interestaduais dependerá de autorização do Senado Federal;

c) Lei estadual poderá atribuir a contribuinte do imposto ou a depositário, a qualquer título, a responsabilidade pelo seu pagamento, porém a adoção do regime de substituição tributária em operações interestaduais dependerá de acordo específico celebrado pelos Estados interessados;

d) Lei estadual poderá atribuir a contribuinte do imposto ou a depositário, a qualquer título, a responsabilidade pelo seu pagamento, porém a adoção do regime de substituição tributária em operações internas dependerá de convênio específico celebrado pelas Unidades da Federação;

e) Lei estadual poderá atribuir, somente a contribuinte do imposto, a responsabilidade pelo seu pagamento, hipótese em que este assumirá a condição de substituto tributário, porém a adoção do regime de substituição tributária em operações interestaduais dependerá de acordo específico celebrado pelos Estados interessados;

Questão literal que exige o conhecimento simples do artigo 6º da LC 87/96. Gabarito: C

11. (Fantoni) No caso de substituição tributária progressiva ou para frente, a base de cálculo do imposto, na forma da LC 87/96, será:

a) o valor da prestação

b) o valor da operação praticada pelo contribuinte substituído

c) o valor da operação ou prestação própria realizada pelo substituto tributário, acrescido do montante dos valores de seguro, frete e de outros encargos cobrados ou transferíveis aos adquirentes ou tomadores de serviço e da margem de valor agregado, inclusive lucro

d) o valor da operação ou prestação própria realizada pelo substituto tributário, acrescido do montante dos valores de seguro, frete e de outros encargos cobrados ou transferíveis aos adquirentes ou tomadores de serviço e da margem de valor agregado, excluído lucro

e) o valor das operações praticadas pelo substituído, acrescida a margem de lucro estabelecida pela SEFAZ/MS

(27)

12. (Fantoni) Jhonny Walker adquiriu uma motocicleta R1, de 1000 cm3, a prazo. A

operação foi realizada com alienação fiduciária, com reserva de domínio, em favor da financeira Belvedere S.A. Ao ficar desempregado, Jhonny deixou de pagar 3 parcelas da motocicleta, motivo pelo qual a financeira ajuizou uma ação de busca e apreensão do veículo, tendo sua pretensão atendida pelo juiz. Essa operação de retomada do bem, sob a ótica da incidência do ICMS:

a) não é tributada pois está alcançada pela não incidência;

b) é tributada, mas, como foi vendida com Substituição Tributária na primeira operação, fica “já tributada até o consumidor final” enquanto circular no território sul mato-grossense;

c) é tributada, mas tem uma redução de base de cálculo de tal forma que a carga tributária final seja de 12%;

d) é tributada normalmente com alíquota interna;

e) é tributada, pela alíquota interna, porém, como se trata de bem usado, goza de uma redução de base de cálculo.

Artigo 3º, VII, da LC 87/96. Gabarito: A

13. (Fantoni) É correto afirmar que a aquisição de mercadoria sujeita ao regime de substituição tributária, sem que tenha sido feita a retenção do imposto na operação anterior:

a) torna o adquirente responsável solidário pelo recolhimento do ICMS não retido, sem qualquer benefício de ordem

b) torna o adquirente responsável solidário pelo recolhimento do ICMS não retido, apenas nas operações interestaduais

c) exime o contribuinte substituto da penalidade relativa à não retenção, desde que o substituído seja domiciliado no Mato Grosso do Sul

d) exonera o adquirente de responsabilidade quanto ao pagamento do ICMS não retido, pois a obrigação principal é do substituto tributário (remetente) e) torna o adquirente responsável subsidiário pelo recolhimento do ICMS não

retido, no caso de ausência de retenção total

Questão apenas para deixar bem claro um dispositivo, que nem sempre se encontra de forma expressa na legislação ordinária, mas que é cobrado em provas: a responsabilidade na ST é solidária entre substituto e substituído, portanto não comporta benefício de ordem!

(28)

14. (Fantoni) Assinale a afirmativa incorreta acerca do evento Substituição Tributária a) Se a autoridade fiscal não deliberar quanto a pedido de restituição no prazo

de 90 dias, o substituído poderá se creditar do valor pleiteado

b) Se o substituto descumprir reiteradamente a legislação tributária, a responsabilidade pelo pagamento do imposto pode ser atribuída ao adquirente

c) Se o substituído, por qualquer motivo, não efetuar a venda da mercadoria submetida ao regime de ST, terá direito à restituição do ICMS pago pelo substituto, pelo fato gerador presumido

d) Se existir preço final a consumidor, único ou mínimo, fixado por órgão público competente, a base de cálculo do imposto, para fins de ST, será o referido preço

e) Se substituto e substituído se situarem em Estados diversos, a aplicação do regime depende de acordo específico celebrado entre as respectivas Unidades da federação

Mais uma vez a responsabilidade é solidária. Sendo assim, a assertiva B está equivocada.

Gabarito: B

15. (SEFAZ-RO/FCC/2010) Considera-se ocorrido o fato gerador do ICMS no momento:

a) Da aquisição em licitação pública de mercadorias apreendidas ou abandonadas do exterior e apreendidas ou abandonadas, excetuados os bens adquiridos nessas circunstâncias

b) Da saída de mercadoria de estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular

c) Da entrada na repartição aduaneira das mercadorias ou bens importados do exterior

d) Do fornecimento de mercadoria com prestação de serviços compreendidos na competência tributária do município e sem indicação expressa de incidência do ICMS, como definido em lei complementar aplicável

e) Do ato final do transporte com término no exterior

A Alternativa B está prevista no artigo 12, I, e retrata bem o princípio da autonomia dos estabelecimentos, ou seja, é FG a simples transferência de mercadorias entre estabelecimentos do mesmo titular.

(29)

2 Lei Complementar 123/06

ME, EPP e o Simples Nacional

A LC 123/06 que versa sobre o tratamento diferenciado dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte, tem sido cobrada cada vez com maior frequência nas provas de concurso de todas as áreas.

Vamos ver, então, os principais dispositivos que interessam à nossa matéria de Legislação!

Definição Microempresa

Ano-calendário com receita bruta igual ou

inferior a R$ 360.000,00

No caso de início de atividade no próprio ano-calendário, os limites serão proporcionais ao número de

meses em que a microempresa ou a empresa

de pequeno porte tiver exercido atividade, inclusive

as frações de meses. EPP

Ano-calendário com receita bruta superior a R$ 360.000,00 e igual ou

inferior a R$ 3.600.000,00 Obs.:

1. Cabe ao Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN) apreciar a necessidade de revisão dos limites, a partir de 1º de janeiro de 2015.

2. Para fins de enquadramento como empresa de pequeno porte, poderão ser auferidas receitas no mercado interno até o limite de R$ 3.600.000,00, e, adicionalmente, receitas decorrentes da exportação de mercadorias, inclusive quando realizada por meio de comercial exportadora ou da sociedade de propósito específico prevista no art. 56 desta lei complementar, desde que as receitas de exportação também não excedam o limite de R$ 3.600.000,00. Neste caso, para efeito de determinação da alíquota, o sujeito passivo utilizará a receita bruta acumulada nos 12 (doze) meses anteriores ao do período de apuração, considerando a receita bruta total da empresa nos mercados interno e externo.

• Os Estados poderão optar pela aplicação de sublimite para efeito de recolhimento do ICMS na forma do Simples Nacional em seus respectivos territórios.

• Os Estados cuja participação no PIB brasileiro seja igual ou superior a 5% ficam obrigados a adotar todas as faixas de receita bruta anual.

(30)

• A opção feita na forma do art. 19 desta Lei Complementar pelos Estados importará adoção do mesmo limite de receita bruta anual para efeito de recolhimento na forma do ISS dos Municípios nele localizados, bem como para o do ISS devido no Distrito Federal.

Dos tributos e contribuições incluídos no Simples Nacional

Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ, exceto nas seguintes hipóteses, para as quais será observada a legislação aplicável às demais pessoas jurídicas:

a) o relativo aos rendimentos ou ganhos líquidos auferidos em aplicações de renda fixa ou variável, hipótese na qual a incidência será definitiva;

b) relativo aos ganhos de capital auferidos na alienação de bens do ativo permanente; e

c) relativo aos pagamentos ou créditos efetuados pela pessoa jurídica a pessoas físicas.

Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, não excluindo a incidência na importação e em outras situações previstas na legislação, devido pelo contribuinte ou responsável em relação aos quais será observada a legislação aplicável às demais pessoas jurídicas.

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL

Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS, exceto se incidente na importação de bens e serviços, quando será observada a legislação aplicável às demais pessoas jurídicas.

Contribuição para o PIS/PASEP, exceto se incidente na importação de bens e serviços, quando será observada a legislação aplicável às demais pessoas jurídicas. Contribuição Patronal Previdenciária – CPP para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica, exceto nas seguintes hipóteses, para as quais será observada a legislação aplicável às demais pessoas jurídicas:

a) à construção de imóveis e obras de engenharia em geral, inclusive sob a forma de subempreitada, execução de projetos;

b) serviços de paisagismo, bem como decoração de interiores; e c) serviço de vigilância, limpeza ou conservação.

(31)

Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, exceto quando devido nas seguintes hipóteses, quando será observada a legislação aplicável às demais pessoas jurídicas:

a) nas operações ou prestações sujeitas ao regime de substituição tributária;

b) por terceiro, a que o contribuinte se ache obrigado, por força da legislação estadual ou distrital vigente;

c) na entrada, no território do Estado ou do Distrito Federal, de petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, bem como energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou industrialização;

d) por ocasião do desembaraço aduaneiro;

e) na aquisição ou manutenção em estoque de mercadoria descoberta de documento fiscal;

f) na operação ou prestação descoberta de documento fiscal;

g) nas operações com bens ou mercadorias sujeitas ao regime de antecipação do recolhimento do imposto, nas aquisições em outros estados e Distrito Federal: 1. com encerramento da tributação;

2. sem encerramento da tributação, hipótese em que será cobrada a diferença entre a alíquota interna e a interestadual calculada tomando-se por base as alíquotas aplicáveis às pessoas jurídicas não optantes pelo Simples Nacional, sendo vedada a agregação de qualquer valor;

h) nas aquisições em outros estados e no Distrito Federal de bens ou mercadorias, não sujeitas ao regime de antecipação do recolhimento do imposto, relativo à diferença entre a alíquota interna e a interestadual calculada tomando-se por base as alíquotas aplicáveis às pessoas jurídicas não optantes pelo Simples Nacional. Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS, exceto nas seguintes hipóteses, para as quais será observada a legislação aplicável às demais pessoas jurídicas:

a) em relação aos serviços sujeitos à substituição tributária ou retenção na fonte; b) na importação de serviços.

Obs. 1:

O recolhimento na forma do Simples Nacional também não exclui a incidência dos seguintes impostos ou contribuições, devidos na qualidade de contribuinte ou

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responsável, em relação aos quais será observada a legislação aplicável às demais pessoas jurídicas:

a) Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários – IOF;

b) Imposto sobre a Importação de Produtos Estrangeiros – II;

c) Imposto sobre a Exportação, para o Exterior, de Produtos Nacionais ou Nacionalizados – IE;

d) Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR;

e) Contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS;

f) Contribuição para manutenção da Seguridade Social, relativa ao trabalhador; g) Contribuição para a Seguridade Social, relativa à pessoa do empresário, na

qualidade de contribuinte individual;

h) demais tributos de competência da União, dos estados, do Distrito Federal ou dos municípios, não relacionados na Lei Complementar 123/06.

Obs. 2:

As empresas optantes pelo Simples Nacional ficam dispensadas do pagamento das demais contribuições instituídas pela União, inclusive as contribuições para as entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical, de que trata o art. 240 da Constituição Federal, e demais entidades de serviço social autônomo.

Obs. 3:

Consideram-se isentos do imposto de renda, na fonte e na declaração de ajuste do beneficiário, os valores efetivamente pagos ou distribuídos ao titular ou sócio da microempresa ou empresa de pequeno porte optante pelo Simples Nacional, salvo os que corresponderem a pró-labore, aluguéis ou serviços prestados.

(33)

Opção

A opção deverá ser realizada até o último dia útil no mês de janeiro, na forma a ser estabelecida em ato do Comitê Gestor, sendo irretratável para todo o ano-calendário.

Efeitos

A partir do primeiro dia do ano-calendário da opção, ou, desde que exercida nos termos, prazo e condições a serem estabelecidos no ato do Comitê Gestor a partir da data do início de atividade.

Das Vedações ao Ingresso no Simples Nacional

Art. 17. Não poderão recolher os impostos e contribuições na forma do Simples Nacional a microempresa ou a empresa de pequeno porte:

I – que explore atividade de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, gerenciamento de ativos (asset management), compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring);

II – que tenha sócio domiciliado no exterior;

III – de cujo capital participe entidade da administração pública, direta ou indireta, federal, estadual ou municipal;

IV – (REVOGADO)

V – que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, ou com as Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa;

VI – que preste serviço de transporte intermunicipal e interestadual de passageiros;

VII – que seja geradora, transmissora, distribuidora ou comercializadora de energia elétrica;

VIII – que exerça atividade de importação ou fabricação de automóveis e motocicletas;

IX – que exerça atividade de importação de combustíveis; X – que exerça atividade de produção ou venda no atacado de:

a) cigarros, cigarrilhas, charutos, filtros para cigarros, armas de fogo, munições e pólvoras, explosivos e detonantes;

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b) bebidas a seguir descritas: 1 – alcoólicas;

2 – refrigerantes, inclusive águas saborizadas gaseificadas;

3 – preparações compostas, não alcoólicas (extratos concentrados ou sabores concentrados), para elaboração de bebida refrigerante, com capacidade de diluição de até 10 (dez) partes da bebida para cada parte do concentrado;

4 – cervejas sem álcool;

XI – que tenha por finalidade a prestação de serviços decorrentes do exercício de atividade intelectual, de natureza técnica, científica, desportiva, artística ou cultural, que constitua profissão regulamentada ou não, bem como a que preste serviços de instrutor, de corretor, de despachante ou de qualquer tipo de intermediação de negócios;

XII – que realize cessão ou locação de mão-de-obra; XIII – que realize atividade de consultoria;

XIV – que se dedique ao loteamento e à incorporação de imóveis;

XV – que realize atividade de locação de imóveis próprios, exceto quando se referir a prestação de serviços tributados pelo ISS; XVI – com ausência de inscrição ou com irregularidade em cadastro fiscal federal, municipal ou estadual, quando exigível. § 1º As vedações relativas a exercício de atividades previstas no

caput deste artigo não se aplicam às pessoas jurídicas que se

dediquem exclusivamente às atividades referidas nos §§ 5º-B a 5º-E do art. 18 desta Lei Complementar, ou as exerçam em conjunto com outras atividades que não tenham sido objeto de vedação no caput deste artigo.

Da Exclusão do Simples Nacional

Art. 28. A exclusão do Simples Nacional será feita de ofício ou mediante comunicação das empresas optantes.

Parágrafo único. As regras previstas nesta seção e o modo de sua implementação serão regulamentados pelo Comitê Gestor. Art. 29. A exclusão de ofício das empresas optantes pelo Simples Nacional dar-se-á quando:

I – verificada a falta de comunicação de exclusão obrigatória; II – for oferecido embaraço à fiscalização, caracterizado pela negativa não justificada de exibição de livros e documentos a que estiverem obrigadas, bem como pelo não fornecimento de informações sobre bens, movimentação financeira, negócio ou atividade que estiverem intimadas a apresentar, e nas demais hipóteses que autorizam a requisição de auxílio da força pública;

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III – for oferecida resistência à fiscalização, caracterizada pela negativa de acesso ao estabelecimento, ao domicílio fiscal ou a qualquer outro local onde desenvolvam suas atividades ou se encontrem bens de sua propriedade;

IV – a sua constituição ocorrer por interpostas pessoas;

V – tiver sido constatada prática reiterada de infração ao disposto nesta Lei Complementar;

VI – a empresa for declarada inapta, na forma dos arts. 81 e 82 da

Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, e alterações

posteriores;

VII – comercializar mercadorias objeto de contrabando ou descaminho;

VIII – houver falta de escrituração do livro-caixa ou não permitir a identificação da movimentação financeira, inclusive bancária; IX – for constatado que durante o ano-calendário o valor das despesas pagas supera em 20% (vinte por cento) o valor de ingressos de recursos no mesmo período, excluído o ano de início de atividade;

X – for constatado que durante o ano-calendário o valor das aquisições de mercadorias para comercialização ou industrialização, ressalvadas hipóteses justificadas de aumento de estoque, for superior a 80% (oitenta por cento) dos ingressos de recursos no mesmo período, excluído o ano de início de atividade;

XI – houver descumprimento reiterado da obrigação contida no inciso I do caput do art. 26;

XII – omitir de forma reiterada da folha de pagamento da empresa ou de documento de informações previsto pela legislação previdenciária, trabalhista ou tributária, segurado empregado, trabalhador avulso ou contribuinte individual que lhe preste serviço.

§ 1º Nas hipóteses previstas nos incisos II a XII do caput deste artigo, a exclusão produzirá efeitos a partir do próprio mês em que incorridas, impedindo a opção pelo regime diferenciado e favorecido desta Lei Complementar pelos próximos 3 (três) anos-calendário seguintes.

§ 2º O prazo de que trata o § 1º deste artigo será elevado para 10 (dez) anos caso seja constatada a utilização de artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento que induza ou mantenha a fiscalização em erro, com o fim de suprimir ou reduzir o pagamento de tributo apurável segundo o regime especial previsto nesta Lei Complementar.

§ 3º A exclusão de ofício será realizada na forma regulamentada pelo Comitê Gestor, cabendo o lançamento dos tributos e contribuições apurados aos respectivos entes tributantes.

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