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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS THIAGO RODRIGUES DE SOUSA

Fatores que influenciam na aceitação do uso de recursos tecnológicos como ferramenta de ensino pelos professores do curso de Ciências Contábeis da UFRN

Natal/RN 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS THIAGO RODRIGUES DE SOUSA

Fatores que influenciam na aceitação do uso de recursos tecnológicos como ferramenta de ensino pelos professores do curso de Ciências Contábeis da UFRN

Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Natal/RN 2017

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Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA

Thiago Rodrigues de Sousa.

Fatores que influenciam na aceitação do uso de recursos tecnológicos como ferramenta de ensino pelos professores do curso de Ciências Contábeis da UFRN/ Thiago Rodrigues de Sousa. - Natal, 2017.

68f.: il.

Orientador: Prof. Esp. João Victor Joaquim dos Santos.

Monografia (Graduação em Ciências Contábeis) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de Ciências Contábeis.

1. Ciências Contábeis - Ensino - Monografia. 2. Recursos tecnológicos - Monografia. 3. Modelo UTAUT - Monografia. I. Santos, João Victor Joaquim dos. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

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THIAGO RODRIGUES DE SOUSA

FATORES QUE INFLUENCIAM NA ACEITAÇÃO DO USO DE RECURSOS TECNOLÓGICOS COMO FERRAMENTA DE ENSINO PELOS PROFESSORES DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DA UFRN.

Monografia apresentada como requisito à obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Aprovada em: ____ / ____ / ________.

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________________________ João Victor Joaquim dos Santos

Prof. Orientador

___________________________________________________________________________ Marke Geisy da Silva Dantas

Examinador 1

___________________________________________________________________________ Yuri Gomes Paiva Azevedo

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“Deus, que nos dá cada dia como um tesouro, pedirá que prestemos contas [...]. Hoje é um dom precioso de Deus. O pensamento ‘um dia vou’ [...], pode ser o ladrão da oportunidade de aproveitar o tempo e receber as bênçãos da eternidade”.

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DEDICATÓRIA

A meu Pai Celestial, que com Sua misericórdia me deu a vida e capacidade necessárias para o desenvolvimento desta pesquisa.

A minha mãe, Gerinalva Sousa, por acreditar em meu potencial e por ter me incentivado e ajudado com toda paciência e amor.

A minha amada esposa, meu braço direito e esquerdo, minha ajuda constante, por sua paciência e apoio imensuráveis em cada etapa do curso; certamente sem ela eu não teria conseguido.

Ao Profº Espec. João Victor Joaquim dos Santos, meu orientador, por acreditar em mim como pesquisador, despendendo ajuda e apoio nos momentos em que mais precisei. Aos professores Marke Dantas e Ridalvo Oliveira, que também tanto me ajudaram nessa jornada quase sem fim que é um trabalho monográfico.

A todos os professores deste curso, que foram tão importantes nesta etapa de minha vida e essenciais para o desenvolvimento desta monografia.

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AGRADECIMENTOS

A minha família por me apoiar, animar nos momentos de dificuldades. Pela alegria nas vitórias e ajuda nas tristezas.

Ao Profº Espec. João Victor Joaquim dos Santos, que em meio a tantos projetos, despendeu de seu tempo para me orientar, dando-me um norte quanto a pesquisa desenvolvida nesta obra.

Aos meus queridos amigos que acreditaram em meu desempenho acadêmico e me encorajaram a perseverar até o fim.

A minha querida esposa Emellyne Sousa, que generosamente me ajudou com o resumo em inglês.

A minha prima Jacqueline Rodrigues da Silva por me ajudar com a correção deste trabalho, adequando-o as regras exigidas pela ABNT.

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte, por proporcionar a estrutura necessária para minha graduação e realização desta monografia.

A todos os professores do curso de Ciências Contábeis desta instituição, que, durante todo curso, esforçaram-se em qualificar de maneira eficaz os seus alunos.

Aos servidores por seu trabalho árduo.

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RESUMO

O presente estudo tem por finalidade coletar informações sobre a percepção dos docentes quanto ao uso de recursos tecnológicos no curso de Ciências Contábeis da UFRN. Como base para pesquisa se optou pelo Modelo UTAUT – Teoria Unificada da Aceitação e Uso de Tecnologia. Para isso, como metodologia, fez-se uma análise descritiva, por meio de um levantamento ou survey, utilizando-se de um questionário eletrônico enviado por e-mail aos docentes do Departamento de Contabilidade da IES com o fito de quantificar as proposições inerentes ao tema estudado. De acordo com o modelo de Venkatesh et al (2000), o questionário abordou perguntas que contemplaram uma investigação sobre os fatores: Expectativa de Desempenho, Expectativa de Esforço, Influência Social e Condições Facilitadoras. Os resultados indicaram que o fator Expectativa de Desempenho é o que mais exerceu influência na decisão de uso de recursos tecnológicos em sala de aula. Os fatores Expectativa de Esforço e Influência Social apresentaram um peso moderado, ambos influenciados pela condição da idade, onde os docentes qualificados como pertencentes a Geração Y (menor faixa etária) demostraram maior destreza e propensão a inclusão da tecnologia em suas classes. As Condições Facilitadores foram consideradas satisfatórias pela maioria dos respondentes válidos. Concluiu-se, portanto, que o nível de utilização de recursos tecnológicos por parte dos docentes no Curso de Contabilidade da UFRN foi de 26,90% para àqueles que fazem pouco ou nenhum uso de tais recursos e 73,10% para àqueles que têm na tecnologia uma aliada para o ensino em sala de aula.

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ABSTRACT

The present research aims to collect information about professors’ perception on the use of technologic resources in UFRN Accounting course. Based on a research, it was chosen the UTAUT model – Unified Theory of Acceptance and Use of Technology. For this purpose, the methodology adopted was descriptive analysis, using a data collection or survey, through an electronic questionnaire sent by email to the Accounting Department professors of College Educational Institution with the aim of quantify the propositions of this work. According to Venkatesh et al (2000) model, the questionnaire approached questions that contemplated an investigation of some factors: expectation of the performance, expectation of the endeavor, Social Influence and facilitating conditions. The results showed that performance’s expectation had most influence when decisions are made of use of technologic resources in classroom. Expectation of the endeavor and Social Influence showed a moderate importance, both influenced by age conditions, where qualified professors belongs to Generation Y (lower age patient) demonstrated largest dexterity and propensity to include technology in classes. Facilitating conditions were considerate satisfied by most of the answers. In conclusion, the level of use of technological resources by UFRN Accounting professors was 26,90% to whom uses low or none technologic resources and 73,10% to whom uses technology as an allied to teach.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Theory of Reasoned Action (TRA) ... 19

Figura 2 - Tecnology Acceptance Model (TAM) ... 21

Figura 3 – Unified Theory of Acceptance and Use of Techonology - Modelo UTATU ... 28

Figura 4 - Evolução do ensino da contabilidade no Brasil ... 35

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LISTA DE GRÁFICOS

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Modelos e Teorias de Aceitação de Tecnologia incluídos no Modelo UTAUT ... 22

Quadro 2 – Fatores Determinantes para o Modelo UTAUT ... 27

Quadro 3 – Vantagens e Desvantagens do Modelo Pedagógico Tradicional ... 32

Quadro 4 – Principal vantagem e desvangem do Modelo Pedagógico Construtivista ... 33

Quadro 5 – Aplicação de Modelos de Aceitação na área de ensino ... 39

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Caracterização dos Respondentes ... 48

Tabela 2 - Respostas do Construto Expectativa de Desempenho ... 49

Tabela 3 - Respostas do Construto Expectativa de Esforço ... 51

Tabela 4 - Respostas do Construto Influência Social ... 52

Tabela 5 - Respostas do Construto Condições Facilitadoras ... 54

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LISTA DE ABREVIATURAS

BI – Business Intelligence ou Inteligência nos Negócios. C – TAM-TPB – combinação dos modelos TAM e TPB. CCSA – Centro de Ciências Sociais Aplicadas.

CNE – Conselho Nacional de Educação.

CRM – Costumer Relationship Manegement ou Gestão de Relacionamento com o cliente. ERP – Enterprise Resource Planning ou Sistema de Gestão Empresarial.

FCEA – Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas. FEA – Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade. IDT – Innovate Diffusion Theory ou Teoria da Difusão da Inovação. IES – Instituição de Ensino Superior.

MM – Motivational Model ou Modelo Motivacional.

PC (MPCU) – Model of PC Utilization ou Modelo de Utilização do PC. RN – Rio Grande do Norte.

SCT – Social Cognitive Theory ou Teoria Social Cognitiva.

TAM – Tecnology Acceptance Model ou Modelo de Aceitação da Tecnologia. TAM 2 – Tecnology Acceptance Model 2 ou Modelo de Aceitação da Tecnologia 2. TAMPST – Modelo para Previsão de Aceitação de Tecnologia para os Professores. TIC – Tecnologia da Informação e Comunicação.

TPB – Theory of Planned Behavior ou Teoria do Comportamento Planejado. TRA – Theory of Reasoned Action ou Teoria da Ação Racionalizada.

UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. USP – Universidade de São Paulo.

UTAUT – Unified Theory of Acceptance and Use of Techonology ou Teoria ou Teoria Unificada da Aceitação e do Uso de Tecnologia.

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 15 1.1 PROBLEMÁTICA DE PESQUISA ... 16 1.2 OBJETIVOS ... 16 1.2.1 Objetivo geral ... 16 1.2.2 Objetivos específicos ... 16 1.3 JUSTIFICATIVA ... 17 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 18

2.1 MODELOS DE PREVISÃO E ACEITAÇÃO DA TECNOLOGIA ... 18

2.1.1 Tecnology Acceptance Model (TAM) ... 19

2.1.2 Unified Theory of Acceptance and Use of Tecnology (UTAUT) ... 21

2.2 CONCEPÇÃO PEDAGÓGICA ... 28

2.2.1 Modelo Pedagógico Tradicional ... 31

2.2.2 Modelo Pedagógico Construtivista ... 32

2.3 ENSINO DE CONTABILIDADE E O USO DE TECNOLOGIA ... 33

3 METODOLOGIA ... 43

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 43

3.2 POPULAÇÃO ALVO E AMOSTRA DA PESQUISA ... 44

4 ANÁLISE DE DADOS ... 47

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 58

REFERÊNCIAS ... 61

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1 INTRODUÇÃO

A contabilidade enfrenta mudanças significativas, por conseguinte necessita de inovações no âmbito da formação do profissional. Nessa perspectiva, a proposta das Diretrizes Curriculares dos Cursos de Graduação em Ciências Contábeis aponta para o desenvolvimento da capacidade crítico analítica, associada a uma visão sistêmica e a geração de informações para a tomada de decisão, Conselho Nacional de Educação [CNE] (2004).

Segundo Gadotti (2000, p. 272), pensar a educação hoje sem considerar os aspectos da tecnologia contemporânea, colabora para que o “indivíduo do nosso tempo viva isolado num analfabetismo funcional e social”. Diante destas orientações, associada às necessidades do meio em que estamos vivendo atualmente, com o surgimento de constantes mudanças, novas e avançadas tecnologias e a percepção de um mundo com relações dinâmicas, a universidade deverá reconstruir seu papel, proporcionando e gerando conhecimentos amplos e desenvolvimento social (MITRE et al., 2008).

Dados apresentados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira e Ministério da Educação (2013), evidenciam que o perfil dos estudantes de Ciências Contábeis é formado por jovens com idade de até 29 anos. Nesse sentido, levando em consideração que indivíduos que crescem em determinados períodos de tempo, tendem a apresentar conjuntos de crenças, valores, atitudes e expectativas, impactando no comportamento geral desses indivíduos, pode-se afirmar que a maioria dos alunos de Ciências Contábeis pertencem as chamadas Gerações Y e Z, que se utilizam o tempo todo de ferramentas tecnológicas como smartphones, tablets, etc., para buscarem informações (SHAW; FAIRHURST, 2008).

Porém, apesar da utilização de tecnologia ser constante no cenário cotidiano atual, ainda não é percebido uma grande inserção desta no ambiente escolar (KRUGER; ENSSLIN, 2013). Nesse sentido, a integração da tecnologia no processo educacional é impulsionada, muitas vezes, pelas faculdades e universidades, oferecendo uma série de benefícios para as instituições, como a possibilidade de novas oportunidades para melhorar o processo de ensino-aprendizagem, o alcance de objetivos específicos de aprendizagem de forma mais eficiente, além da preparação dos alunos para a vida em um mundo globalizado.

No que se refere à aceitação do uso de novas tecnologias, com o intuito de estruturar um modelo que unificasse os principais estudos da área, encontra-se na literatura alguns modelos teóricos que buscam explicá-la. Um exemplo é a Teoria Unificada da Aceitação e Uso de

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Tecnologia (UTAUT – Unified Theory of Acceptance and Use of Technology), que centraliza os fatores determinantes em críticos e em contingências relacionadas com a previsão da intenção comportamental de usar uma tecnologia, principalmente em contextos organizacionais (VENKATESH et al., 2003).

Segundo Venkatesch et al. (2003), esse modelo analisa e compara oito modelos relevantes: a Teoria da Ação Racionalizada (TRA); o Modelo de Aceitação da Tecnologia (TAM); o Modelo Motivacional (MM); a Teoria do Comportamento Planejado (TPB); a combinação entre a TAM e a TPB; o Modelo de Utilização do PC (MPCU); a Teoria da Difusão da Inovação (IDT) e a Teoria Social Cognitiva (SCT).

Segundo o que foi explicado, levando-se em consideração a intenção de analisar os fatores influenciadores na adoção de recursos tecnológicos, o estudo ora trabalhado convergiu à problemática de pesquisa discutida no tópico a seguir.

1.1 PROBLEMÁTICA DE PESQUISA

Diante do exposto surge o seguinte problema de pesquisa: quais os fatores que levam a aceitação do uso de novas tecnologias de ensino por parte dos professores do curso de Ciências Contábeis da UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

O objetivo do trabalho é investigar fatores que influenciam na aceitação do uso de recursos tecnológicos como ferramentas de ensino pelos professores do curso de ciências contábeis na UFRN.

1.2.2 Objetivos específicos

Com o fim de alcançar o objetivo geral proposto, são traçados os seguintes objetivos específicos:

 analisar a relação dos fatores do Modelo UTAUT na adoção de recursos tecnológicos por parte dos professores;

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 identificar o nível de utilização de recursos tecnológicos por parte dos professores de ciências contábeis da UFRN; e

 elencar quais os recursos tecnológicos estão sendo utilizados pelos professores do curso de ciências contábeis da UFRN.

1.3 JUSTIFICATIVA

A sociedade contemporânea vem apresentando variadas formas de nortear o ensino sistematizado. O avanço tecnológico exige do docente um aperfeiçoamento perene, especialmente no que tange os recursos de tecnologia que podem ser aplicados em sala de aula. Desta forma, são necessários professores mais capacitados para inserir essa prática de modo a auxiliar os alunos em sala de aula. De acordo com Nunes (2009, p. 12), “os padrões tradicionalmente conhecidos de ensino estão dando lugar a novas formas de construir conhecimentos. Tal alteração é característica significativa da inserção das novas tecnologias ao ensino”.

Estudos e pesquisas sobre a aceitação da tecnologia, tanto por indivíduos quanto por organizações, têm sido escritos nos últimos anos sob o prisma de diversas abordagens. Tais questionamentos são realizados na intenção de encontrar melhorias e elucidar fatores intrínsecos e extrínsecos envolvidos nas decisões, intenções e satisfação dos indivíduos quanto à aceitação e uso da tecnologia da informação, através de vários testes e métodos de avaliação (SILVA et al, 2013).

Entender e criar as condições sob as quais os sistemas de informação e novas tecnologias são adotados pelas organizações humanas permanece, entretanto, sendo uma área de pesquisa de alta prioridade (VENKATESH; DAVIS, 2000).

O estudo se justifica pela importância da utilização de ferramentas de ensino compatíveis com os desafios enfrentados hoje no ensino superior brasileiro. Os recursos tecnológicos, nas diversas áreas oferecidas, têm a capacidade de melhorar a eficiência do docente, otimizando seu tempo e desempenho, tanto nas aulas ministradas como na interação com os discentes. Além disso, percebe-se que há uma necessidade de estudos que discutam sobre o tema, pois a literatura evidencia uma baixa adoção dessas ferramentas tecnológicas por parte dos professores (NGANGA, 2015; NOGUEIRA, 2014).

Nessa perspectiva, o próximo capítulo fala sobre o referencial teórico utilizado para embasar o estudo.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 MODELOS DE PREVISÃO E ACEITAÇÃO DA TECNOLOGIA

No final da década de 1980 as empresas passaram a investir quantias consideráveis em recursos tecnológicos e, por muitas vezes, essas inovações não eram utilizadas por seus funcionários tal como se era esperado pela ótica de melhoria do novo recurso (NOGUEIRA, 2014). Nesta mesma época, estudos sobre a adoção de tecnologia ganharam força e pesquisas foram realizadas buscando compreender a ação do indivíduo sobre adotar ou não uma tecnologia e quais fatores influenciavam essa decisão (DAVIS, 1989).

Nessa perspectiva, a Teoria da Ação Racional ou Theory of Reasoned Action (TRA) de Fishbein e Ajzen, foi das teorias ligadas ao comportamento que mais se firmou (LIMA; D’AMORIM, 1986), e fala sobre o comportamento e seu entendimento, desenvolvida na linha da Psicologia Social. Essa teoria trouxe contribuições significativas as pesquisas decorrentes.

Nogueira (2014) fala que essa teoria se fundamenta na ideia de que todas as decisões tomadas pelos sujeitos humanos são racionais, intencionalmente apoiadas nos fatores pessoal e social, que são, respectivamente, Atitude – uma predisposição baseada em crenças, direcionando o indivíduo a adotar ou não determinado comportamento – e Norma Subjetiva – motivações sociais para adoção de um dado comportamento.

Sobre a Norma Subjetiva, Fishbein e Ajzen (1975) esclarecem que é significativo para o indivíduo a opinião daqueles que lhe são importantes, sobre ele adotar ou não determinado comportamento (no caso, a utilização de uma dada tecnologia).

A Figura 1 traz uma sequência lógica dos construtos utilizados na avalição da TRA para adoção de determinado comportamento.

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Figura 1 - Theory of Reasoned Action (TRA)

Fonte: adaptado de Nogueira (2014, p. 60).

Desta forma, o indivíduo se utiliza de suas crenças e valores já existentes a fim de definir uma intenção de comportamento, que é influenciada pela Norma Subjetiva, em outras palavras, a consideração dada a opinião daqueles que lhe são importantes, no processo de adoção deste dado comportamento.

Em virtude das fundamentações desta teoria, surgem posteriormente vários modelos sobre adoção de tecnologias, entre elas duas mais difundidas: o Techonoly Accpetance Model (TAM), de Davis, e o TAM 2, com evoluções a partir desta, de Venkatesh e Davis, assim como o Unified Theory of Acceptance and Use of Techonology (UTAUT), de Venkatesh et al.

2.1.1 Tecnology Acceptance Model (TAM)

O Tecnology Acceptance Model ou Modelo de Aceitação de Tecnologia (TAM) como é mais conhecido, foi proposto por Fred D. Davis e adaptado do Theory of Reasoned Action (TRA), de Fishbein e Ajzben (1975). Seu estudo é aplicado especificamente para usuários de sistemas de informação, e considerado um dos mais influentes e mais utilizados pelos pesquisadores para descrever a aceitação de determinada tecnologia, estudando a influência de fatores humanos na adoção de novas tecnologias (SILVA et al, 2013).

Para Davis (1989) as pessoas têm a tendência de usar ou não uma nova tecnologia com o objetivo de melhorar seu desempenho no trabalho – utilidade percebida. No entanto, mesmo que essa pessoa entenda que uma determinada tecnologia é útil, sua utilização poderá ser prejudicada se o uso for muito complicado, de modo que o esforço não compense o uso – facilidade percebida. Sendo assim, o Modelo TAM está baseado basicamente em dois construtos: a Utilidade Percebida (Perceived Usefulness) e a Facilidade de Uso Percebida (Perceived Easy of Use).

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A Utilidade Percebida é definida como o “grau em que uma pessoa acredita que pelo uso de um determinado sistema poderia ter uma melhor performance em seu trabalho”. Já a Facilidade de Uso Percebida se refere ao “grau em que uma pessoa acredita que usando um determinado sistema estaria livre do esforço” (DAVIS, 1989, p. 320).

Seguindo a mesma linha de raciocínio, esses são os dois principais fatores que explicam a adoção de uma determinada tecnologia, ou seja, quando se entende que o uso de um sistema ou tecnologia poderá melhorar e/ou facilitar o trabalho desenvolvido, obtendo melhores resultados, e, além disso, percebe-se que tal tecnologia não será complexa ao extremo causando maior esforço (tornando fácil a migração e utilização da nova tecnologia). Desta forma, o indivíduo estará inclinado a fazer a adoção.

Para Silva (2013), de acordo com o Modelo TAM, o uso dos sistemas de informação seria determinado pela intenção de uso, definido, por sua vez, em conjunto, pela atitude de uso em relação ao uso real do sistema e pela utilidade percebida, cada uma exercendo um peso relativo. Esta relação sugere o envolvimento do sentimento positivo sobre as ações. Já a relação entre utilidade percebida e intenção de uso é embasada na ideia de que as pessoas, num contexto organizacional, formam intenções relacionadas ao comportamento que elas acreditam que aumentarão o seu desempenho no trabalho.

O Modelo TAM também fala sobre fatores externos (características do sistema, processo de desenvolvimento, treinamento, etc.), que podem afetar o modelo. Contudo, essa variável estaria ligada diretamente sobre a Utilidade Percebida e a Facilidade de Uso, e não sobre a Atitude para o Uso.

Dentro da ótica deste modelo, estes dois fatores são os que têm maior impacto sobre a Atitude para o Uso. Nota-se, na Figura 2, que a Percepção da Facilidade de Uso influencia diretamente na Atitude para o Uso por meio da Utilidade Percebida (NOGUEIRA, 2014).

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Figura 2 - Tecnology Acceptance Model (TAM)

Fonte: adaptado de Nogueira (2014, p. 63).

Este modelo é útil para identificar o porquê da não aceitação de um sistema ou tecnologia em particular pelos usuários e, consequentemente, implementar os passos corretivos adequados (DAVIS, 1989).

2.1.2 Unified Theory of Acceptance and Use of Tecnology (UTAUT)

Desenvolvido por Viswanath Venkatesh, Michael G. Morris, Gordon B. Davis e Fred D. Davis em 2003, o Unified Theory of Acceptande and Use of Tecnology (UTAUT) surgiu logo após a publicação do TAM, numa busca de unificar os modelos mais difundidos sobre aceitação de tecnologia, bem como explicar por que algumas pessoas são mais ou menos propensas a adotar e usar tecnologia (GRUZD; STAVES; WILK, 2012).

Este novo estudo foi concebido a partir de oito modelos já existentes, a saber: Theory of Reasoned Action (TRA), Technology Acceptance Model (TAM), Motivational Model (MM), Theory of Planned Behavior (TPB), uma combinação dos modelos TAM e TPB (C-TAM-TPB), Model of PC Utilization (MPCU), Innovate Diffusion Theory (IDT) e Social Cognitive Theory (SCT).

O modelo traz como objetivo quatro pontos: (a) revisar os modelos já existentes sobre aceitação de tecnologia; (b) comparar empiricamente os oito modelos; (c) propor um modelo unificado (UTAUT); e (d) validar empiricamente o UTAUT. Além disso, o UTAUT “possui maior capacidade de explicação das variáveis ‘Intenção de Uso’ e ‘Comportamento de Uso’, quando comparado aos demais modelos de aceitação já existentes” (NGANGA, 2015, p. 64).

Uma vez que o UTAUT se caracteriza pela união de vários modelos, apresenta-se no Quadro 1 um resumo de cada um deles.

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Quadro 1 – Modelos e Teorias de Aceitação de Tecnologia incluídos no Modelo UTAUT Modelo Nível de Análise Autores Originais Variável Dependente Fatores/Constructos Independentes Definições dos Fatores/Constructos independentes Theory of Reasoned Action (TRA) Individual Fishbein e Ajzen (1975) Intenção de Comportamento / Comportamento Atual

Atitude para o Comportamento (attitude toward behavior)

“Sentimento positivo ou negativo do indivíduo sobre determinado comportamento” (Fishbein e Ajzen, 1975, p. 216). Norma Subjetiva

(subjective norm)

“A percepção do indivíduo sobre o que a maioria das pessoas que são importantes para ele pensam sobre adotar ou não o comportamento em questão” (Fishbein e Ajzen, 1975, p. 302). Techonoly Acceptance Model (TAM) Individual Davis (1986, 1989); Venkatesh & Davis (2000) Intenção de Comportamento / Uso Efetivo do Sistema Utilidade Percebida (perceived usefulness)

“Grau em que uma pessoa acredita que pelo uso de um determinado sistema poderia melhorar o seu trabalho (Davis, 1989, p. 320).

Percepção da Facilidade de Uso (perceived ease of use)

“Grau em que uma pessoa acredita que usando determinado sistema estaria livre de esforço” (Davis, 1989, 320).

Norma Subjetiva Adaptado da TRA, foi incluído a partir do TAM 2.

Motivational Model (MM) Individual Vallerand (1997) Intenção de Comportamento Motivação Extrínseca (extrinsic mottivation)

A percepção que o usuário vai querer realizar uma atividade “porque ela é percebida como fundamental para alcançar resultados valiosos que são distintos da atividade em si, como melhorar o desempenho no trabalho, gratificações ou promoções” (Davis, Bagozzi & Warshaw, 1992, p. 1112).

Motivação Intrínseca (intrinsic mottivation)

A percepção que o usuário irá realizar uma atividade “sem qualquer outro tipo de incentivo além da realização do processo em si” (Davis et al., 1992, p. 1112).

Theory of Planned Behavior (TPB) Individual Ajzen (1991) Intenção de Comportamento / Comportamento Atual

Atitude para o Comportamento Adaptado do TRA Norma Subjetiva Adaptado do TRA Percepção do Controle

Comportamental

(perceived behavioral control)

“A facilidade ou dificuldade percebida para realizar o comportamento” (Ajzen, 1991, p. 183). No contexto de sistemas de informação se refere a “percepção de restrições internas ou externas ao comportamento” (Ajzen, 1991, citado por Taylor & Todd, 1995b, p. 149).

Continua... Fonte: Nogueira (2014, p. 69).

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Quadro 1 – Modelos e Teorias de Aceitação de Tecnologia incluídos no Modelo UTAUT ...continuação Modelo Nível de Análise Autores Originais Variável Dependente Fatores/Constructos Independentes Definições dos Fatores/Constructos independentes Combined TAM and TPB (C-TAM-TPB) Individual Taylor & Todd (1995) Comportamento de Uso

Atitude para o Comportamento Adaptado do TRA/TPB. Norma Subjetiva Adaptado do TRA/TPB. Percepção do Controle

Comportamental Adaptado do TRA/TPB. Utilidade Percebida Adaptado do TAM.

Modelo of PC Utilization (MPCU) Individual Thompson, Higgins e Howell (1991) Intenção de Comportamento Job-fit

A extensão em que um indivíduo acredita que usando (uma tecnologia) pode melhorar a performance no seu trabalho (Thompson et al., 1991, p. 128).

Complexidade (complexity)

“O nível em que uma inovação é percebida como relativamente difícil de entender e utilizar” (Thompson et al., 1991, p. 128). Consequências de Longo Prazo

(long-term consequence)

“Resultados que tenham uma recompensa no futuro” (Thompson et al., 1991, p. 129).

Affect Towards Use

“Sentimentos de alegria, exaltação, ou prazer, ou depressão, desgosto, desprazer, ou ódio associado por um indivíduo com um determinado ato” (Thompson et al., 1991, p. 127).

Fatores Sociais (social factors)

“A internalização pelo indivíduo da cultura subjetiva do grupo de referência, e acordos específicos que o indivíduo fez com outros, na situação social específica” (Thompson et al., 1991, p. 126).

Condições Facilitadoras (facilitating Conditions)

“Fatores objetivos no ambiente que os observadores concordam que torna fácil cumprir determinado ato” (Thompson el al., 1991, p. 129).

Continua... Fonte: Nogueira (2014, p. 69).

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Quadro 1 – Modelos e Teorias de Aceitação de Tecnologia incluídos no Modelo UTAUT ...continuação Modelo Nível de Análise Autores Originais Variável Dependente Fatores/Constructos Independentes Definições dos Fatores/Constructos independentes Innovation Diffusion Theory (IDT) Grupo, empresa, ramo de atividade e sociedade. G. C. Moore & Benbasat (1991); Rogers (1995) Sucesso na implementação ou adoção de tecnologia Vantagem relativa (relative advantage)

“O nível que uma inovação é percebida como sendo melhor que sua precursora” (G. C. Moore & Benbasat, 1991, p. 195).

Facilidade de Uso (ease of use)

“O nível que uma inovação é percebida como sendo difícil de usar” (G. C. Moore & Benbasat, 1991, p. 195).

Imagem (image)

“O grau que se percebe que uma inovação pode melhorar a imagem ou status no sistema social” (G. C. Moore & Benbasat, 1991, p. 195).

Visibilidade (visibility)

O grau em que um pode ver os outros utilizando o sistema na organização (G. C. Moore & Benbasat, 1991).

Compatibilidade (compatibility)

“O grau em que uma inovação é percebida como sendo consistente com os já existentes valores, necessidades e experiências passadas dos potenciais adotantes” (G. C. Moore & Benbasat, 1991, p. 195). Demonstrabilidade dos

resultados

(results demonstrability

“A tangibilidade dos resultados pelo uso da inovação, incluindo a sua observação e comunicação” (G. C. Moore & Benbasat, 1991, p. 203).

Uso voluntário (voluntariness of use)

“O grau em que o uso de uma inovação é percebido como

voluntário ou de vontade própria” (G. C. Moore & Benbasat, 1991, p. 195).

Continua... Fonte: Nogueira (2014, p. 69).

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Quadro 1 – Modelos e Teorias de Aceitação de Tecnologia incluídos no Modelo UTAUT ...continuação Modelo Nível de análise Autores originais Variável dependente Fatores/Constructos independentes Definições dos Fatores/Constructos independentes Social Cognitive Theory (SCT) Individual/ Grupo Bandura (1986) Aprendizagem, Mudança no comportamento

Resultado das expectativas de desempenho (outcome expectations-performance)

A performance relacionada como consequência do comportamento. Especificamente, as expectativas de desempenhos relacionadas com os resultados do trabalho (Compeau & Higgins, 1995).

Resultados das expetativas pessoais (outcome

expectations-personal)

As consequências pessoais do comportamento. Especificamente, as expectativas pessoais que tratam da estima pessoal e sensação de realização (Compeau & Higgins, 1995).

Auto-eficácia (self-efficacy)

Julgamento de uma habilidade de utilizar uma tecnologia (computador) para cumprir uma determinada tarefa ou trabalho. Affect Gosto de um indivíduo por um determinado comportamento (uso

de computador). Ansiedade

(anxiety)

Evocação de reações ansiosas ou emocionais quando se trata de realizar um comportamento (usando um computador).

(27)

Terminada a revisão dos oito modelos mencionados no Quadro 1, Venkatesh et al. (2003) procedeu com seu segundo objetivo: a comparação empírica daqueles. Seu estudo foi realizado num período de seis meses e contemplou quatro empresas de diferentes setores: entretenimento, serviços de telecomunicações, bancário e setor público. Nesta etapa da pesquisa, utilizou-se um questionário montado a partir dos construtos dos modelos já existentes, cuja aplicação se deu com 215 colaboradores das empresas participantes da pesquisa.

Depois de coletados, os dados foram submetidos a análise estatística, e concluiu-se que todos os oito modelos analisados apresentaram um poder de explicação individual na ordem de 17% a 42% da Intenção de Uso. Nganga (2015) relata que pelo menos um construto exerceu mais influência nos períodos analisados, e destaca a Atitude, em TRA e TPB; a Utilidade Percebida, em TAM e C-TM-TPB; a Motivação Intrínseca, em MM; o Job-Fit, em MPCU; a Vantagem Relativa na IDT, e o Resultado das Expectativas, em SCT.

Após a análise individual de cada um dos oito modelos, Venkatesh et al. (2003) verificou a existência de quatro principais construtos, cujo propósito foi significativo para explicar a Intenção de Uso do sistema, sendo eles: Expectativa de Desempenho, Expectativa de Esforço, Influência Social e Condições Facilitadores, de acordo com o Quadro 2. A partir de destes fatores, a Teoria Unificada da Aceitação e do Uso de Tecnologia – Modelo UTAUT foi formulada por Venkatesh et al. (2003).

(28)

Quadro 2 – Fatores Determinantes para o Modelo UTAUT

Fatores Determinantes Definição

Expectativa de Desempenho

“É definida como o grau em que o indivíduo acredita que usando a tecnologia, ela o ajudará a melhorar o desempenho no trabalho” (Venkatesh et al., 2003, p. 447). Exemplo, “quanto o sistema o auxiliará a realizar tarefas mais rapidamente, a aumentar a produtividade, etc.”, (Nganga, 2015, p. 68).

Expectativa de Esforço

“O grau de facilidade associado à utilização do sistema” (Venkatesh et al., 2003, p. 450). Exemplo, “o nível de nitidez e compreensão que o sistema possui” (Nganga, 2015, p. 70).

Influência Social

“É o grau em que um indivíduo percebe que pessoas importantes acreditam que ele deve utilizar o sistema” (Venkatesh et al., 2003, p. 451). Exemplo, “a influência que pessoas exercem sobre um indivíduo em relação ao ato de utilizar ou não um novo sistema” (Nganga, 2015, p. 71).

Condições Facilitadoras

“O grau em que o indivíduo acredita que existe uma estrutura técnica e organizacional para dar suporte na utilização do sistema” (Venkatesh et al., 2003, p. 453). Exemplo, “refere-se ao fato de o indivíduo possuir ou não os recursos necessários para utilizar o sistema” (Nganga, 2015, p. 73).

Fonte: elaborado pelo autor.

Além dos construtos identificados como determinantes para o Modelo UTAUT, os autores identificaram mais quatro fatores que podem influenciar na utilização de tecnologias, os quais são: Experiência, Gênero, Idade e Voluntariedade de Uso. Sobre eles, Nogueira (2014, p. 74) escreveu que “os resultados indicaram que os fatores Expectativa de Esforço e Influência Social têm maior influência na Intenção de Uso da tecnologia para mulheres, trabalhadores mais velhos e com experiência limitada em tecnologia. Enquanto a Expectativa de Desempenho é mais significativa para homens e jovens trabalhadores”. A interação entre os construtos pode ser visualizada na Figura 3.

(29)

Figura 3 – Unified Theory of Acceptance and Use of Techonology - Modelo UTATU

Fonte: adaptado de Venkatesh et al. (2003).

Como parte final da pesquisa, os autores aplicaram o Modelo UTAUT, colhendo novos dados em duas outras empresas, diferentes em segmento das quatro primeiras organizações analisadas, com o fim de validar o modelo. As empresas atuavam no setor de serviços financeiros e varejo de eletrônicos, e a pesquisa foi aplicada com 133 participantes, sendo 80 respondentes da primeira e 53 da segunda. De acordo com Nogueira (2014, p. 75), “o Modelo UTAUT atingiu um poder explicativo de 70% da intenção de uso, percentual este superior aos obtidos quando analisados individualmente os oito modelos que o compõe (17% a 42%), demonstrando assim sua validade”.

Uma vez falado sobre alguns dos modelos de aceitação da tecnologia mais importantes para o presente estudo, o próximo tópico traz um apanhado sobre a concepção pedagógica, conhecimento necessário para entender a importância da prática pedagógica aliada a utilização dos recursos tecnológicos no intuito de melhorar a prática do ensino-aprendizagem.

2.2 CONCEPÇÃO PEDAGÓGICA

O termo tecnologia ou a tecnologia, embora tratado como algo da atualidade, tem seu início nas tenras épocas, quando o homem em sua fase “arcaica” criou o machado, por exemplo, como uma forma de melhorar sua condição de vida, trazendo assim, mudanças em seu meio. Ou seja, a tecnologia se apresenta em cada época de uma maneira diferente.

(30)

Sob essa ótica, pode-se dizer que não somente as “novas” tecnologias exercem influência significativa. Esse termo apenas serve para demarcar constantes mudanças e expansões no meio tecnológico. “A partir da capacidade de rever, investigar e modificar uma determinada técnica, já existente, e utilizá-la para melhorar o desempenho de uma atividade ou conhecimento, nascem as novas tecnologias” (NUNES, 2009, p. 17).

A oralidade é considerada como a forma de comunicação mais antiga que existe. O rádio, televisão ou uma simples conversa, caracterizam como a informação era disseminada através desse tipo de tecnologia. Assim, a linguagem falada foi uma das primeiras modalidades tecnológicas da humanidade, gerando métodos a partir da tecnologia principal e imediata que eles tinham: a comunicação por meio da oralidade.

A escrita também se apresenta como uma inovação tecnológica. Iniciada no período Neolítico, seu surgimento traz consigo a necessidade de se compreender o que está sendo comunicado graficamente. Para Lévy (1993, p. 87), “a escrita foi inventada diversas vezes e separadamente nas grandes civilizações agrícolas da Antiguidade. Reproduz, no domínio da comunicação, a relação com o tempo e o espaço que a agricultura havia introduzido na ordem da subsistência alimentar”.

Kenski (2011, p. 36) faz referência a escrita dizendo que esta dá autonomia ao conhecimento, ou seja, “não há mais a necessidade presencial do comunicador, informando, observando e orientando seus discípulos”.

Essa autonomia chega a sociedade atual trazendo um processo de produção e uso da linguagem oral, da escrita e da síntese entre som, imagem e movimento, o que se denomina como as tecnologias específicas de informação e comunicação, as TICs. A partir de então, a sociedade contemporânea se depara com os computadores, técnicas de som, imagens, programas e textos que marcam a nova forma de conhecimento. Lévy (1993, p. 40), explicando sobre a leitura e a escrita, na linguagem digital, que pode ser desenvolvida através de diferentes modalidades como a estrutura discursiva e o hipertexto1, conclui que “o hipertexto ou a multimídia interativa adequam-se particularmente aos usos educativos. [...] Quanto mais ativamente uma pessoa participar da aquisição de um conhecimento, mais ela irá integrar e reter aquilo que aprender”.

Diante do exposto, percebe-se a importância da adaptação dessa nova forma de tecnologia no meio educativo, especialmente das pessoas envolvidas nesse processo, como os docentes, caso queiram praticar uma pedagogia ativa, como citado por Lévy.

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Nunes (2009), explicando sobre as tecnologias e recursos didáticos, esclarece que em épocas passadas era fundamental o pensar e desenvolver novas tecnologias para atender a recentes demandas. Na docência não foi diferente, motivo pelo qual, nos tempos modernos, aceita-se outros métodos e técnicas do que existe de mais moderno nas áreas de tecnologia.

A tecnologia e os recursos didáticos são ferramentas que auxiliam o docente na prática pedagógica, também conhecida como concepção pedagógica, definida por Traversini e Buaes (2009, p. 145) como “práticas pedagógicas operacionalizadas por meio de conjuntos de atividades escolares propostas pelos professores com vistas a alcançar a aprendizagem de determinados conhecimentos, valores e comportamentos”. No cenário contábil, as principais estratégias de ensino são: aula expositiva, seminários, resolução de exercícios, casos para ensino, jogos de empresa, escritório e/ou laboratório, palestras, entre outros (MAZZIONI, 2013; PETRUCI; BATISTON, 2006).

Na concepção ou modelo pedagógico, a metodologia é apenas um entre vários elementos, e pode compreender características como: os papeis assumidos pelos estudantes e pelos docentes em sala de aula, a relação aluno-professor, os instrumentos e os processos avaliativos, a formação do cidadão (da pessoa) que transforma e é transformado pelo meio em que vive (o mundo), a influência social e cultural na qual está inserido, a transmissão de conhecimento, a educação, o papel da escola e o processo de ensino-aprendizagem (NOGUEIRA, 2014; MIZUKAMI, 1986).

De acordo com Becker (2004, apud NOGUEIRA, 2014, p. 83), os papeis do professor e do aluno no processo de ensino-aprendizagem são estabelecidos sob dois enfoques: o Empirismo (Tradicionalista) e o Construtivismo. A aprendizagem, caracterizada como a transmissão do conhecimento é o que define o Empirismo, ou a abordagem tradicionalista. Já no Construtivismo, o aluno é o centro e personagem ativo no processo de ensino-aprendizagem, ou seja, autor de sua própria experiência.

Esses dois modelos ou abordagens de ensino, centrado no Professor (Tradicionalista) e centrado no Aluno (Construtivista), são, portanto, os mais conhecidos e difundidos. Apresenta-se nos próximos dois tópicos as características principais de cada modelo.

(32)

2.2.1 Modelo Pedagógico Tradicional

Neste modelo pedagógico, os professores se utilizam da velha metodologia de ensino para transmitir conteúdos aos estudantes, caracterizada basicamente pelas aulas expositivas e pelas demonstrações do docente em sala de aula. A aprendizagem é vista como a transmissão do conhecimento, onde de um lado se tem o professor, detentor do conhecimento, e do outro, o aluno, que precisa aprender, tornando-se assim, um agente meramente passivo. Como consequência, Nogueira (2014, p. 84) diz que “a relação professor-aluno é vertical, pois o docente decide qual o conteúdo, metodologia e avaliação, restando ao aluno absorver o que lhe foi ensinado”.

Além da metodologia de exposição de conteúdo, o modelo tradicionalista se utiliza da resolução de exercícios para assimilação do assunto adquirido (KRÜGER; ENSSLIN, 2013). Na intenção de proporcionar a fixação do conteúdo, são utilizados vários exercícios de repetição, de forma que o aluno memorize o que foi passado e tenha condições de reproduzi-lo na prova. Na visão de Mizukami (1986), tais processos avaliativos ambicionam predominantemente a reprodução exata do conteúdo transmitido em sala de aula. Desta forma, a medida utilizada para avaliar é a quantidade e exatidão de informações que se consegue reproduzir (NOGUEIRA, 2014).

Embora muitos autores falem das desvantagens desse modelo (KRÜGER; ENSSLIN, 2013; MIZUKAMI, 1986; NOGUEIRA, 2014), nem só críticas são atribuídas a este, pois há muitos méritos que devem ser reconhecidos, uma vez que todos os que o criticam foram educados sob essa mesma abordagem. O Quadro 3 traz um resumo das vantagens e desvantagens do Modelo Tradicionalista.

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Quadro 3 – Vantagens e Desvantagens do Modelo Pedagógico Tradicional

Vantagens Desvantagens

O professor possui maior controle da aula.

O aluno assimila apenas o que é transmitido pelo docente e não desenvolve um pensamento crítico.

O professor não consegue mensurar o que o aluno realmente aprendeu do conteúdo exposto.

O professor tem domínio do que está apresentando ao aluno

Dificuldade de ensinar a prática por meio de aulas expositivas.

O conteúdo já é pré-estabelecido pelo professor e pela escola.

Cientificidade na escola tradicional.

Tratamento igual para todos os alunos, mesmo com estilos e tempos de aprendizagem diferentes.

Conteúdos trabalhados em sala de aula totalmente desvinculados do aspecto social. Fonte: Krüger & Ensslin (2013) e Saviani (2012).

Entre críticas e elogios, o Método Tradicionalista ainda é o mais amplamente disseminado no Brasil (Krüger & Ensslin, 2013), a despeito dos esforços para utilização de outros métodos.

2.2.2 Modelo Pedagógico Construtivista

Neste novo modelo pedagógico, o aluno se torna o centro e não mais o professor. O aluno é o foco principal. Libâneo (2005, p. 27) explica que “o construtivismo, no campo da educação, refere-se a uma teoria em que a aprendizagem humana é resultado de uma construção mental realizada pelos sujeitos com base na sua ação sobre o mundo e na interação com outros”. Becker (1994, p. 88-89) define construtivismo como “A ideia de que nada, a rigor, está pronto, acabado, e de que, especificamente, o conhecimento não é dado, em nenhuma instância, como algo terminado. Ele se constitui pela interação do indivíduo com o meio físico e social”.

O professor, neste modelo, assume o importante papel de mediador/facilitador entre o aluno e o processo de aprendizagem, ou seja, o docente não atua mais como o detentor da sabedoria que repassa o conhecimento, mas sim orienta o aluno a buscar e construir seus próprios conhecimentos.

Abreu e Masetto (1980, p. 11) destacam que o papel do professor no ensino superior “não é ensinar, mas ajudar o aluno a aprender; não é transmitir informações, mas criar condições

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para que o aluno adquira informações; não é fazer brilhantes preleções para divulgar a cultura, mas organizar estratégias para que o aluno conheça a cultura existente e crie cultura”.

O Quadro 4 traz a principal vantagem e desvantagem do Modelo Pedagógico Construtivista, de acordo com estudiosos do tema.

Quadro 4 – Principal vantagem e desvangem do Modelo Pedagógico Construtivista

Vantagem Desvantagem

O discente aprende a construir seu conhecimento, a trabalhar em equipe, a desenvolver um pensamento crítico, a ser um aprendiz independente e autônomo, de modo que tenha motivação e capacidade para continuar aprendendo (Nogueira, 2014; Krüger e Ensslin, 2013).

O professor tem mais dificuldade em controlar a aula, tendo em vista que cada aluno possui um ritmo diferente para adquirir e desenvolver os conhecimentos necessários para a construção de sua própria aprendizagem (Nogueira, 2014, p. 87). Fonte: Adaptado de Nogueira (2014).

Segundo Krüger e Ensslin (2013, p. 231), o Modelo Construtivista visa a formação de profissionais autossuficientes que conseguem enfrentar os desafios do mercado de trabalho, construindo um indivíduo “reflexivo, que consegue verificar a realidade e construir conhecimento. Para construir o seu conhecimento, o aluno é estimulado a analisar, refletir, verificar soluções para os seus problemas e, a partir de suas análises, realizar escolhas e tomar decisões”.

Nestes tópicos relacionados a concepção pedagógica foi remontado um pouco sobre a utilização de tecnologia nas várias épocas, demonstrando que esta não se resume apenas ao uso de aparelhos modernos, mas de técnicas utilizadas para melhorar o processo de ensino-aprendizagem. No entanto, é importante salientar que os recursos tecnológicos modernos, cada vez mais eficazes e disponíveis, contribuíram de forma significativa para os avanços na docência e abriram portas para que o Método Construtivista seja cada vez mais disseminado, permitindo, tal como mencionado anteriormente, que os alunos sejam protagonistas na aquisição do conhecimento, uma vez que um grande leque de opções lhes são oferecidas a fim de que assimilem melhor os conteúdos e técnicas.

O próximo tópico trará uma explanação sobre o ensino de contabilidade e a utilização de tecnologia como ferramenta para o docente em sala de aula.

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A Contabilidade se caracteriza como uma ciência aplicada, cujo trabalho é obter, registrar, organizar e interpretar os momentos patrimoniais, financeiros e econômicos das mais diversas entidades da sociedade, a saber: pessoas físicas e jurídicas, instituições sem fins lucrativos e pessoas de Direito Público, como município, Estado e União. Henri Fayol (1977), define contabilidade como o órgão visual da empresa; que deve permitir, a qualquer momento, que se saiba com precisão onde se está e para onde se vai. Além disso, deve fornecer, sobre a situação econômica da empresa, dados os mais claros e exatos.

Sá (1997, p. 16) lembra que a “Contabilidade nasceu com a civilização e jamais deixará de existir em decorrência dela; talvez, por isso, quase sempre seus progressos coincidiram com aqueles que caracterizaram os da evolução do homem”. Um aspecto perceptível nos trabalhos históricos desenvolvidos a partir do século XXI é a importância do ensino e de suas condições de oferta, para atender à crescente demanda por profissionais mais qualificados, a fim de atuar numa economia que, ao longo do século XIX, ensaiou seus primeiros passos e, desde o século XX, busca sua consolidação (PELEIAS et al, 2007).

Espera-se nas universidades que, ao se formar, o estudante detenha além das habilidades básicas ao exercício de sua profissão, condições intelectuais para continuar na busca do aprendizado durante sua vida pós-graduação. Também é esperando deste que a ética e a cidadania norteiem sua formação (CUNHA;PINTO, 2009). A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em sua Lei 9.394, Art. 43, estabelece que a educação superior tem por finalidade:

I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo;

II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua;

III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive; IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação;

V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração;

VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade;

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VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição.

VIII - atuar em favor da universalização e do aprimoramento da educação básica, mediante a formação e a capacitação de profissionais, a realização de pesquisas pedagógicas e o desenvolvimento de atividades de extensão que aproximem os dois níveis escolares.

Em seu estudo sobre a evolução do ensino de contabilidade no Brasil, Peleias (2007) afirma que o ensino contábil começou no século XIX, com as Aulas de Comércio e do Instituto Comercial do Rio de Janeiro. Já no século XX, contemplou o ensino comercial, os cursos profissionalizantes, bem como a criação do ensino superior e a pós-graduação Stricto Sensu em Ciências Contábeis, conforme mostra a Figura 4 sobre a evolução do ensino superior em contabilidade no Brasil.

Figura 4 - Evolução do ensino da contabilidade no Brasil

Fonte: Peleias et al (2007, p. 23).

O surgimento do curso de Contabilidade ocorreu nos anos 40, com a criação do curso superior de Ciências Contábeis e Atuariais, através do Decreto Lei nº 7.988, de 22.09.1945, com duração de 4 anos, concedendo o título de Bacharel em Ciências Contábeis. Uma das primeiras instituições de ensino foi a Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas –

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FCEA, uma dependência da Universidade de São Paulo, que mais tarde viria a se tornar a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FEA, que foi base para o primeiro núcleo de pesquisa Contábil no Brasil, com contribuições notórias para a área. Iudícibus (2006, p. 41) afirma que “(...) foi com a fundação da Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da USP, em 1946, e com a instalação do curso de Ciências Contábeis e Atuariais, que o Brasil ganhou o primeiro núcleo efetivo, embora modesto, de pesquisa contábil nos moldes norte-americanos”.

Levando-se em consideração a formação docente e os avanços tecnológicos instalados na sociedade, Perrenoud (2000) assevera que, dentre as dez novas competências que o docente precisa para o processo de ensino-aprendizagem, está contida a utilização de novas tecnologias, uma vez que “as tecnologias novas não poderiam ser indiferentes a nenhum professor, por modificarem a maneira de viver, de se divertir, de se informar, trabalhar e pensar” (PERRENOUD, 2000, p. 138).

As tecnologias não substituem o papel do professor, apenas permitem que algumas das tarefas e funções do professor sejam modificadas. Todavia, o docente tem na tecnologia o recurso para ampliar a forma de preparar a aula. Não se pode esperar que as novas tecnologias tragam uma solução mágica para modificar a relação pedagógica; elas, por sua vez, facilitam grandemente a pesquisa individual e em grupo, a troca de experiências entre professores, entre alunos e entre alunos e professores (MORAN, 1998).

Maia (2003, p. 54), falando sobre o novo papel do docente ante as novas tecnologias, esclarece que o professor pode “se transformar no estimulador do aprendizado do aluno, gerando nele a curiosidade em conhecer, em pesquisar, em buscar a informação mais relevante; num segundo momento, coordenar o processo de apresentação dos resultados pelos alunos”. Nessa nova atribuição, o professor deve incutir no discente a ideia de que ele precisa assumir a responsabilidade por sua própria educação, fortalecendo o aprendizado colaborativo, dinamizando a comunicação e a troca de informação entre os demais participantes. Além disso, como forma de alicerçar a aprendizagem, deve ser incentivado a participar de atividades individuais e em grupo.

Uma vez que os alunos abracem a ideia de buscar a própria educação, suas habilidades podem ser testadas por meio de alguns recursos pedagógicos, tais como: simulações, participação em jogos de empresa, trabalhos de conclusão de curso, projetos, etc. Já o método avaliativo poderá ser feito por meio das mídias a disposição no curso como a internet, videoconferências ou as mídias tradicionais, conforme critérios e parâmetros estabelecidos pelos professores.

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Uma das formas mais comuns de obter o conhecimento de maneira autônoma, mundialmente estabelecido, é o computador. A despeito dos primeiros modelos, hoje esse equipamento permite ser levado para qualquer lugar sem muita dificuldade. Em telas menores ou maiores, ou ainda através de tablets e celulares, tais dispositivos permitem ao aluno o acesso fácil e rápido a informação, contribuindo de forma significativa para a aquisição do conhecimento.

Neves (2002, apud MAIA 2003, p. 60) falando sobre o uso do computador, aponta que o computador pessoal “pode permitir que as pessoas trabalhem de suas próprias maneiras, em velocidades variadas. Quando usado como instrumento pedagógico [...] deve objetivar o contato do educando com as novas tecnologias, podendo melhorar a qualidade do processo educacional”.

A figura 5 traz, de forma sucinta, como os computadores podem ser aplicados na área da educação.

Figura 5 - Computadores na Educação

Fonte: adaptado de MAIER et al. (2013).

Além dos computadores, os avanços na tecnologia disponibilizam, de forma cada vez mais abrangente, o acesso a dispositivos móveis, que, como consequência, gerou uma mudança notória no ensino superior. Essa demanda criou a necessidade de oferecer materiais para estudo e informações exclusivos para utilização nesses dispositivos, deixando de lado a mídia

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impressa. Essa prática tem o potencial de melhorar as taxas de sucesso dos alunos, assim como a qualidade da experiência de aprendizagem (ROOYEN, 2010).

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2.4 ESTUDOS ANTERIORES

De início os Modelos de Aceitação de Tecnologia foram criados e aplicados no contexto empresarial, uma vez que as organizações estavam investindo grandes recursos em tecnologia e tal esforço era desprezado pelos funcionários. Era importante entender as razões da não aceitação. No entanto, com o passar do tempo, tais modelos também se tornaram aplicáveis a diversas áreas, entre elas o ensino, tendo como foco o professor. O Quadro 5 traz os resultados de algumas pesquisas recentes relacionadas a área do ensino.

Quadro 5 – Aplicação de Modelos de Aceitação na área de ensino

Continua...

Fonte: adaptado de Nogueira (2014).

Autor Tema Pesquisa Modelo

Utilizado Construtos Achados da Pesquisa

Gon, Xu e Yu (2004) Atitude e Intenção de Uso de um ambiente virtual de aprendizagem por professores que participaram como alunos do Bachelor in Education Degree Program na Hong Kong University of Science em Tecnology. Modelo de Aceitação de Tecnologia – TAM Utilidade Percebida e Facilidade de Uso Percebida

“Os resultados indicam que a Utilidade Percebida foi o fator que afetou significativamente a Intenção de Uso dos professores” (Nogueira, 2014, p. 80). Anderson et al. (2006) Adoção de tablets no ensino por professores universitário norte-americanos Teoria Unificada da Aceitação e do Uso de Tecnologia – UTAUT Expectativa de Desempenho, Voluntariedade, Expectativa de Esforço, Influência Social e Condições Facilitadoras

“Os pesquisadores inferiram que o modelo atingiu um poder explicativo de 69% da variância de uso. Sendo que a Expectativa de Desempenho e a Voluntariedade foram os fatores mais significantes na aceitação pelos investigados, enquanto os fatores Expectativa de Esforço, Influência Social e Condições Facilitadoras não foram significantes” (Nogueira, 2014, p. 80). W.-T. Wang e Wang (2009) Uso de Ambientes Virtuais de Aprendizagem em três universidades de Taiwan Modelo de Aceitação de Tecnologia – TAM Utilidade Percebida (Expectativa de Desempenho), Norma Subjetiva (Influência Social) e Facilidade de Uso (Expetativa de Esforço.

“Os autores verificaram que a Utilidade Percebida (Expectativa de Desempenho) e a Norma Subjetiva (Influência Social) têm influência direta na Intenção de Uso, enquanto a Facilidade de Uso (Expectativa de Esforço)” (Nogueira, 2014, p. 79).

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Quadro 5 – Aplicação de Modelos de Aceitação na área de ensino

...continuação...

Continua... Fonte: adaptado de Nogueira (2014).

Autor Tema Pesquisa Modelo

Utilizado Construtos Achados da Pesquisa

Teo (2010a, 2010d) e Teo (2011) Aceitação de tecnologia dos professores do ensino fundamental e médio. Modelo para Previsão da Aceitação de Tecnologia para os Professores em Formação – (TAMPST) Utilidade Percebida, Facilidade de Uso Percebida, Norma Subjetiva, Condições Facilitadoras e Atitude para o Uso de Computadores

“Em sua investigação, com 592 professores em Singapura, encontrou que os fatores tinham poder explicativo de 61,3% da variância da Intenção de Uso dentre os professores” (Nogueira, 2014, p. 81). Islam (2011) Utilização do Moodle ® em uma universidade da Finlândia Teoria Unificada da Aceitação e do Uso de Tecnologia – UTAUT Divisão de Condições Facilitadoras em: Compatibilidade, Acesso e Perceived Behavioral Control.

“A pesquisa destaca que a Expectativa de Esforço e a Compatibilidade demonstraram impacto significativo sobre a Expectativa de Desempenho, explicando 62% da variância deste fator. E a Compatibilidade e Perceived Behavioral Control apresentaram impacto significativo sobre a Expectativa de Esforço, explicando 58% da sua variância” (Nogueira, 2014, p. 78). Oye et al. (2011) Uso de Tecnologias da Informação (TICS) por professores universitários na Nigéria Teoria Unificada da Aceitação e do Uso de Tecnologia – UTAUT Expectativa de Desempenho, Expectativa de Esforço, Influência Social e Condições Facilitadoras

“Os autores verificaram que todos os fatores do modelo UTAUT apresentaram relação com a Intenção de Uso. Contudo, dentre eles, o fator mais influente foi a Expectativa de Desempenho (Nogueira, 2014, p. 80). Tolentino (2011) Decisão de adoção e continuação de uso de portais web da universidade na University of the East – Manila (Filipinas) Modelo de Aceitação de Tecnologia – TAM Utilidade Percebida (Expectativa de Desempenho) e Facilidade de Uso Percebida (Expectativa de Esforço)

“Os resultados indicam que que a Utilidade Percebida (Expectativa de Desempenho) e a Facilidade de Uso Percebida (Expectativa de Esforço) estavam relacionadas com a Intenção de Utilizar a Tecnologia. No entanto, quando analisada a intenção de continuar o uso do ambiente, apenas a Utilidade Percebida manteve-se como determinante” (Nogueira, 2014, p. 80).

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Quadro 5 – Aplicação de Modelos de Aceitação na área de ensino

...continuação...

Continua... Fonte: adaptado de Nogueira (2014).

Autor Tema Pesquisa Modelo

Utilizado Construtos Achados da Pesquisa

Perez et al. (2012) Adoção do Moodle ® em uma IES privada do Estado de São Paulo Teoria da Difusão da Inovação – IDT Vantagem Relativa (Expectativa de Desempenho), Compatibilidade, Experimentação, Facilidade de Uso (Expectativa de Esforço), Imagem (Influência Social), Uso Voluntário, Visibilidade e Demonstração de Resulado.

“Os resultados da pesquisa indicaram que as características Vantagem Relativa (Expectativa de Desempenho), Uso Voluntário, Facilidade de Uso (Expectativa de Esforço), Experimentação, Visibilidade e Demonstração de Resultado afetam significativamente a adoção do uso. Sendo que a Facilidade de Uso foi a característica que apresentou o maior coeficiente de regressão com a adoção da inovação. Por outro lado, Imagem (Influência Social) e Compatibilidade não apresentaram relevâncias para adoção” (Nogueira, 2014, p. 79). Nogueira (2014) Adoção do AVA em IES de Ciências Contábeis no Brasil. Teoria Unificada da Aceitação e do Uso de Tecnologia – UTAUT Expectativa de Desempenho, Expectativa de Esforço, Intenção de Uso, Comportamento de Uso, Condições Facilitadoras, Influência Social, Concepção Pedagógica: Tradicional e Concepção Pedagógica: Construtivista. Os resultados da pesquisa demonstram que as características: Expectativa de Desempenho foi um fator preponderante para utilização do AVA, enquanto que a Expectativa de Esforço teve impacto moderado nessa escolha. A Influência Social não teve relevância para os docentes na escolha do AVA; Já as Condições Facilitadoras apresentaram estrutura suficiente para utilização do ambiente virtual, facilitando a adoção. A concepção pedagógica, seja na Tradicional ou Construtivista, os decentes optaram por utilizar o AVA (Nogueira, 2014, p. 193-195).

(43)

Quadro 5 – Aplicação de Modelos de Aceitação na área de ensino

...continuação

Fonte: adaptado de Nogueira (2014).

As pesquisas relacionadas no Quadro 5, em sua maioria, recorreram aos modelos TAM e UTAUT para esclarecer a Intenção de Uso. Verificou-se que a Expectativa de Desempenho exerceu influência positiva, em contrapartida dos demais fatores do modelo UTAUT, que influenciaram em algumas pesquisas e outras não. Tais estudos buscaram explicar, no sentido da Tecnologia da Informação, os aspectos que mais impeliram na Intenção de Uso dos docentes. Feito o apanhado sobre os modelos de aceitação de novas tecnologias, bem como um aporte teórico no que se refere ao ensino de contabilidade no Brasil, bem como sobre a concepção pedagógica, especificamente as visões tradicionalista e construtivista, o próximo tópico falará a respeito dos aspectos metodológicos.

Autor Tema Pesquisa Modelo

Utilizado Construtos Achados da Pesquisa

Nganga. (2015) Aceitação do uso de recursos tecnológicos pelos docentes de pós-graduação em Contablidade. Teoria Unificada da Aceitação e do Uso de Tecnologia – UTAUT Expectativa de Desempenho, Expectativa de Esforço, Influência Social, Condições Facilitadoras e Intenção de Uso; as variáveis Gênero, Idade, Expectativa.

A pesquisa concluiu que os construtos Expectativa de Desempenho, Expectavida de Esforço e Influência social possuíam relação positiva com a intenção de uso. Já as variáveis Expectativa, Gênero e Idade impactaram a Intenção de Uso (Nganga 2015, p. 115).

Referências

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