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La repartición de los costos y la diversificación de los orígenes de los financiamientos de la enseñanza superior, en Portugal

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Academic year: 2021

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La repartición de los costos y la diversificación de los orígenes de los financiamientos de la enseñanza superior, en Portugal

Introdução

Neste artigo pretendemos responder a duas questões principais: Quais os custos de educação e de vida que os estudantes do ES em Portugal, têm que suportar? E Qual a situação destes estudantes no contexto internacional. Com a resposta a estas questões pretendemos evidenciar que, em Portugal, a acessibilidade e affordability (capacidade para pagar) dos estudantes do ensino superior dependem fortemente das políticas sociais concretizadas em bolsas, subsídios (de residência e de alimentação) e programas de empréstimos

O artigo é composto por 3 partes: a primeira mostra, brevemente a evolução do ensino superior em Portugal; a segunda apresenta um estudo empírico acerca dos custos do ensino superior a partir da análise dos resultados obtidos através da aplicação de um questionário a uma amostra representativa dos estudantes do ensino superior, em Portugal, em 2004/2005; na terceira comparamos esses resultados com os resultados homólogos no contexto internacional, usando a metodologia e dados do Global HE Rankings, Affordability in Comparative Perspective Survey (Usher & Cervenan, 2005).

1. Evolução recente do Ensino Superior

Portugal conheceu um crescimento explosivo do número de estudantes do ensino superior, passando de cerca de 24000 no ano 1960/61 para os quase 400000 em 2007/2008. Tendo em atenção que, até 1986, a oferta de ES era, fundamentalmente, pública, não espanta que a oferta privada só comece a ganhar expressão após essa data.

Figura 1 – Evolução do número de estudantes matriculados no ensino superior, por tipo de instituição

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Fonte: De1960/61 to 70 /11 in A situação Social em Portugal, 1960-1995, org. António Barreto 1980/81, 1990/91 and 2000/2001 – Direcção Geral do Ensino Superior – DSAT; 2006/2007 – GPEARI-OCES/DSEI

Esta explosão do ES público foi acompanhada pelo aumento da oferta educativa o que exigiu um esforço orçamental da parte do governo, seja no recrutamento de professores, seja no plano de construção e de equipamentos ou no orçamento das instituições. Por exemplo, o plano de construção e de equipamento levado a cabo por todo o país saldou-se num investimento, entre 1998 e 2006 na ordem de 1.8 biliões€ a preços correntes. Esta pressão sobre o orçamento de estado surge a justificar a implementação de uma propina no ensino público com a Lei 20/1992 (por um governo de centro direita mas continuada pelos futuros governos socialistas), situação associada à política de cost-sharing (Johnstone (2004). Deste modo, os estudantes passam a pagar uma propina anualmente actualizada que, que não podendo exceder o valor da propina em 1941 actualizada, em cada ano, pela aplicação do índice de preços do consumidor, passou dos 6.5€/ano, em 1992, aos actuais cerca de 1000€/ano.

Simultaneamente, o sistema de apoio social aos estudantes do ES, que compreende bolsas e diversos subsídios directos (de habitação, transporte e de emergência) e indirectos (residência, cantinas, assistência médica) cresceu, garantindo a um bom número de estudantes capacidade para permanecerem no ensino. O quadro 1 testemunha essa realidade. 0 50.000 100.000 150.000 200.000 250.000 300.000 350.000 400.000 1960/61 1970/71 1980/81 1990/91 2000/2001 2007/2008 Public HE Private HE

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Quadro 1: Evolução do nº estudantes, nº de candidatos a bolsa e nº de bolseiros Nº estudantes (1) Nº candidates a bolsa (2) 2/1x100 Nº bolseiros (3) 3/2x100 1988/99 327643 74872 15 50436 67 2006/07 312240 87443 21 66968 76

Source: DGESup – Student Support Fund/ Student Support Fund Service Office

2. Custos de educação e de vida dos estudantes portugueses do ensino superior

Com o objectivo de conhecer as despesas dos estudantes portugueses com a educação, foi aplicado um questionário, entre Maio e Junho de 2005, a uma amostra representativa dos estudantes do ensino superior, num total de 1040 questionários. Era uma amostra estratificada em função das variáveis: tipo de ensino (superior e politécnico) e de instituição (pública e privada), seguindo uma metodologia semelhante à já utilizada por Belmiro Gil Cabrito, em 1995, a uma amostra representativa dos estudantes universitários portugueses, num total de 2026 estudantes.

.Seguindo Johnstone (1986), foi-lhes pedido indicarem as suas despesas anuais:

- despesas de vida e correntes (alojamento, alimentação, telefone, médicas, transportes e despesas pessoais como vestuário, calçado, higiene, lazer, etc.);

- despesas de educação (propinas, matriculas, livros e material didáctico, equipamento, viagens de estudo).

Do questionário foi possível retirar a informação apresentada no quadro abaixo:

Quadro 2 – Despesas totais médias anuais dos estudantes do ES (de vida e de educação)

Ens. Público 5310.1 € Ens. Privado 8127.9 €

Total 6127.2 €

Fonte: Cerdeira, 2008.

Os valores calculados mostram que a situação dos estudantes piorou, no período para que se conhecem dados nacionais (1995 e 2005). Observe-se a figura 2:

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16,9% 83,1% 21,9% 78,1% 39,0% 61,0% 42,0% 58,0% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0%

Public Universities 1995 Public Universities 2005 Private Universities 1995 Private Universities 2005

Education Costs Living Costs

Fonte: Cabrito (2002); Cerdeira (2008)

A comparação dos dados obtidos com ambos os questionários mostra que no período 1994/95-2004/05 houve um aumento nominal de 37% dos custos dos estudantes universitários públicos e de 31% nos privados, com um aumento significativo no valor da propina nos estabelecimentos públicos (um aumento de 452%).

3. Comparação das despesas dos estudantes portugueses do ensino superior com os resultados do Global HE Ranking Survey

Em primeiro lugar concretizemos os conceitos de affordability e de acessibilidade. O primeiro refere-se à capacidade para pagar educação (Hill et al.; 2003; Usher et al., 2005) enquanto que o segundo refere-se especificamente à capacidade para que as pessoas de qualquer background para obter a educação que deseja e está muito ligado às questões da igualdade de oportunidades, da equidade e da estratificação social (Usher & Steele, 2006).

Muitos estudos sobre a affordability e sobre a acessibilidade utilizam o PIB como o indicador possível, dada a dificuldade em encontrar informação sobre rendimentos individuais ou das famílias. Assim aconteceu no HE Rankings, Affordability and Accessibility in Comparative Perspective, conduzido no quadro do Educational Policy Institute by Usher & Cervenan (2005), acerca de 15 países.

Assim, determinámos a relação existente entre as despesas que os estudantes realizam com a sua educação com o PIB e o PIB per capita, no sentido de podermos comparar esses valores com os determinados por Usher & Cervenan, em 2005. Observe-se o quadro 3:

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Quadro 3 – Acessibilidade dos estudantes portugueses: custos versus PIB per capita, em 2005

Valor€ %PIB

PIB per capita 20056 (1) 16.891

Custos de educação 2005 (2) 1.841 11

Custos de vida 2005 (3) 2.880 17

Custos totais 2005 (4)=(2)+(3) 4.721 28

Bolsas por estudante 2004/2005 (a) (5) 266

Custo líquido (6)=(4)+(5) 4.455 26

Deduções Impostos (b) (7) 600

Custo líquido depois de deduções 2005 (8)=(6)+(7) 3.856 23

Empréstimos por aluno 2005 (9) 0

Despesas totais 2005 (out of pocket) 2005 (!0)=(4)-(5)-(9) 4.455 26 Despesas totais depois das deduções fiscais 2005 (11)=(10)-(7) 3.856 23 Fonte: Cerdeira, 2008.

(a) Valor obtido tendo em atenção o valor de 101 341 636€ inscrito no OE de 2005, para apoios aos estudantes e o número total de estudantes inscritos no sistema, 380 937, em 2004/2005

(b) No ano de 2005, o governo fixou em 599.52€ as deduções familiares por cada filho a estudar.

Dê-se atenção às figuras seguintes, que compara a situação dos estudantes portugueses do ES com a dos estudantes referenciados em Usher & Cervenan (2005)..

Figura 3 – Comparação entre custos de educação e PIB per capita

Source: Usher & Cervenan (2005) – Global HE Rankings, (OCDE, 2003 PPP) Portugal – Cerdeira L, (2008)

A análise do quadro mostra que a posição dos estudantes portugueses só não é pior que a situação do modelo escolar anglo-saxónico Reino Unido (12&), Austrália (13%),

1 3 % 5 % 3 % 3 % 1 4 % 1 % 6 % 8 % 4 % 8 % 2 9 % 7 % 1 6 % 3 % 1 2 % 2 6 % 1 1 % 0 % 5 % 1 0 % 1 5 % 2 0 % 2 5 % 3 0 % Au s tr a li a Au s tr ia B e lg iu m (F le m is h ) B e lg iu m (F r e n c h )) C a nada Fi nl a n d Fr an c e Ge rm a n y Ir el an d It a ly Ja p a n Ne th e rl a n d s Ne w Z e a la n d Sw e d e n Un it e d K in g d o m U n it e d S tat es Po rt u g a l

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Canadá (14%), mas muito pior que os países do modelo europeu continental, como Áustria (5%), Bélgica (3%), França (6%), Irlanda (4%), Suécia (3%).

No que respeita ao custo de vida, o quadro abaixo mostra que a situação portuguesa encontra-se muito próxima da generalidade dos países em análise (só o Reino Unido e a Nova Zelândia apresentam valores superiores).

Figura 4 – Comparação entre os custos de vida dos estudantes do ES e o PIB per capita

Source: Usher & Cervenan (2005) – Global HE Rankings, (OCDE, 2003 PPP) Portugal - Cerdeira L, (2008)

Em termos globais, o custo anual total dos estudantes portugueses representa 28% do PIB per capita, só ultrapassado, no caso europeu, pelo Reino Unido.

Figura 5 – Comparação entre os custos totais dos estudantes do ES e o PIB per capita

2 3 % 1 9 % 1 5 %1 6 % 1 6 % 1 9 % 2 0 % 1 6 % 1 3 % 1 6 % 2 2 % 1 7 % 3 6 % 2 0 % 3 2 % 1 7 % 1 7 % 0 % 5 % 1 0 % 1 5 % 2 0 % 2 5 % 3 0 % 3 5 % 4 0 % Au s tra li a Au s tr ia B e lg iu m ( F le mi s h ) Be lg iu m ( F re n c h )) Ca n a d a Fi n la n d F ran ce Ge r m a n y Ir el an d It a ly Jap an Ne th e rl a n d s N e w Z eal an d Sw e d e n U n it e d K ingdo m U n it ed S tat e s P o rt ugal 36% 24% 17%19% 30% 20% 26% 24% 18% 24% 51% 24% 51% 24% 44% 43% 28% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% Au s tr a li a Au s tr ia B e lg iu m ( F le m is h ) B e lg iu m ( F re n c h )) Ca n a d a Fi n la n d Fr a n ce Ge rm a n y Ir el an d It a ly Jap a n Ne th e rl a n d s N e w Z eal an d Sw e d en Un it e d Ki n g d o m U n it ed S ta tes Po rt u g a l

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Source: Usher & Cervenan (2005) – Global HE Rankings, (OCDE, 2003 PPP) Portugal - Cerdeira L, (2008)

Se dermos atenção às despesas totais das famílias depois de deduzidos todos os subsídios e bolsas recebidos, podemos ver que a situação portuguesa continua, pelo menos no quadro europeu, a ser a mais pesada para os estudantes.

Figura 6 – Comparação entre os custos dos estudantes do ES depois das deduções fiscais e o PIB per capita

Source: Usher & Cervenan (2005) – Global HE Rankings, (OCDE, 2003 PPP) Portugal – Cerdeira L, (2008)

Finalmente, se compararmos as despesas efectuadas pelos estudantes com o valor dos apoios atribuídos, veremos que a situação portuguesa continua a ser uma das menos favoráveis, nomeadamente quando se compara com os países nórdicos.

Figura 7 – Comparação entre os apoios aos estudantes e os custos de educação 22% 15% 14%15% 17% 8% 19% 14% 15% 23% 44% 8% 33% 2% 24% 17% 23% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% Au s tr a li a Au s tr ia B e lg iu m ( F le m is h ) B e lg iu m ( F re n c h ) C a na da Fi n la n d Fr a n c e Ge rm a n y Ir el an d It a ly Jap an Ne th e rl a n d s N e w Z e al an d S w ed en Un it e d Ki n g d o m U n it e d S tat es Po rt u g a l 4 0 % 3 8 % 2 2 % 1 9 % 4 2 % 5 8% 2 8 % 4 0 % 1 6% 4 % 1 5 % 6 7 % 3 5% 9 3 % 4 4 % 6 0 % 1 8 % 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 1 00% tra li a st r ia m is h ) e nc h ) n ad a n la n d a nc e m an y e la n d It a ly a pa n an d s a la n d e de n g do m ta te s tug a l

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Fonte: Usher e Cervenan (2005) – Global HE Rankings, (OCDE, 2003 PPP) Portugal – Cerdeira L, (2008)

Reflexões finais

De entre os diversos indicadores calculados, apenas o relativo ao peso das despesas correntes relativamente ao PIB per capita (17%) é que apresenta valores muito próximos dos que se verificam nos restantes países em análise. Em todas as outras situações, a posição dos estudantes portugueses do ensino superior encontra-se muito aquém dos seus colegas.

A análise realizada mostra bem a situação pouco favorável de Portugal no que respeita ao grau de acessibilidade e de affordability dos estudantes portugueses do ensino superior, quando comparados com os seus colegas da generalidade dos países europeus. Indubitavelmente, comparada com a situação evidenciada por Usher & Cervenan (2005) em Global HE Ranking Survey, a situação dos estudantes portugueses é a que menos configura uma situação justa no acesso e capacidade de permanência dos estudantes no ensino superior.

Referências

Cabrito, B. (2002). Financiamento do Ensino Superior: Condição Social e Despesas de Educação dos Estudantes Universitários em Portugal, Lisboa: Educa.

Cerdeira, L. (2008). O Financiamento do Ensino Superior Português. A Partilha de custos, Dissertação de Doutoramento, Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação.

Hill, C., Winston, G. & Boyd, S. (2003). Affordability: Family Incomes and Net Prices at Highly Selective Private Colleges and Universities, William College. Retirado da internet em Outubro, em: http://www.williams.edu/wpehe/DPs/DP-66r.pdf.

Johnstone, D. B. (2004). “Cost-sharing and equity in HE: Implications of income contingent loans”, in P.N. Teixeira, B. Jongbloed, D. Dill, e A. Amaral (Eds.), Markets in HE, Dordrecht, The Netherlands: Kluwer Academic Publishers, pp. 37-60.

Johnstone, D.B. (1986). Sharing the Costs of HE. Student Financial Assistance in the United Kingdom, The Federal Republic of Germany, France, Sweden and the United State. New York: College Board Publications.

Usher, A. e Cervenan, A. (2005). Global HE Rankings, Affordability and Accessibility in Comparative Perspective, Toronto: EPI, Educational Policy Institute.

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Usher, A. e Steel, K. (2006). Beyond the 49th Parallel II, the Affordability of University Education. Toronto: EPI – Educational Policy Institute.

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