Regina Célia Veiga da Fonseca
2008
Metodologia do Trabalho
Científico
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IESDE Brasil S.A
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F676 Fonseca, Regina Célia Veiga da. / Metodologia do Trabalho
Científico. / Regina Célia Veiga da Fonseca. — Curitiba : IESDE Brasil S.A. , 2008.
92 p.
ISBN: 978-85-7638-731-2
1. Ciência – Metodologia. 2. Pesquisa. 3. Redação Técnica. 4. Metodologia. 5. Trabalhos Científicos. I. Título.
CDD 001.42
5.ª reimpressão
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Regina Célia Veiga da Fonseca
Mestre em Engenharia de Produção com concentração em Mídia e Conhecimento pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Graduada em Letras Português-Inglês pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP). Graduada em Psicologia pela UTP. Professora de Metodologia Científica e Comunicação Empresarial em cursos de graduação e pós-graduação. Seus estudos e pesquisas situam-se no âmbito das Ciências Sociais Aplicadas,
Humanas e da Saúde.
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sumário
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O pensamento evolutivo:
metodologia, raciocínio e conhecimento
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09 | A base do pensamento evolutivo 10 | O raciocínio lógico
11 | Raciocínio dedutivo 11 | Raciocínio indutivo
12 | O conhecimento de senso comum 13 | O conhecimento científico 14 | A metodologia científica
O método científico e a pesquisa
19
20 | Método experimental 21 | O caráter provisório da ciência 21 | Pesquisa
O tema de uma pesquisa,
problema, hipóteses e variáveis
27
27 | A escolha do tema
28 | Predicados de um bom tema 29 | Como formular um problema? 30 | Como construir hipóteses? 30 | Variáveis
Métodos quantitativos,
qualitativos e coleta de dados
35
35 | Método quantitativo 35 | Método qualitativo 36 | Coleta de dados
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Estrutura de
um projeto e técnicas de leitura
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46 | Elementos geralmente usados em um projeto de pesquisa 49 | Técnicas de leitura
Estilo e redação de um texto,
observação e linguagem científica
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55 | Parágrafo 56 | Frases curtas 56 | Vocabulário
57 | Palavras desnecessárias ou vícios de linguagem 58 | Coesão
59 | Coerência
61 | Estrutura de um texto
62 | Observação e linguagem científica
Estrutura de uma monografia
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69 | Elementos pré-textuais 70 | Elementos textuais 74 | Elementos pós-textuais
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sumário
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sumário
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Normas da ABNT
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79 | Digitação e estrutura de um trabalho acadêmico 82 | Notas de rodapé
83 | Citações 85 | Referências
Referências
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Introdução
Prezado aluno, a Metodologia Científica procura colocar à sua disposição um conjunto de diretrizes para auxiliá-lo na tarefa de pesquisa em diferentes conteúdos científicos, na coleta e organização de dados, na elaboração e na apresentação de textos científicos. Espera-se que, a partir da teoria aqui apresentada, você possa reconhecer a importância da Metodologia Científica como um facilitador do pensamento científico sob todos os aspectos, além de identificá-la como base para a atividade profissional que, por definição, precisa ser ordenada, metódica e lógica. Como resultado, o trabalho aqui exposto caracteriza-se por uma apresentação simples, clara e lógica, a fim de favorecer o desenvolvimento de competências que melhorem a capacidade de pensar e agir com cientificidade, seja no âmbito acadêmico ou profissional. Esta obra começa falando sobre a base do pensamento evolutivo, que teve início com a curiosidade inata da natureza humana e foi se aprimorando com o passar dos séculos, encantando o homem com a vastidão de tudo o que pode ser conhecido no mundo. Em seguida, apresenta algumas diretrizes
para a organização desse pensar e as regras estabelecidas para tornar possíveis tanto a ordenação quanto o repasse desse conhecimento acumulado para todos que por ele se interessarem. Isso é a Metodologia Científica!
Metodologia do T
ra
balho Científico
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A
presentação
Prezado aluno,
A Metodologia Científica procura colocar à sua disposição, um conjunto de diretrizes para auxiliá-lo na tarefa de pesquisa em diferentes conteúdos científicos, na coleta e organização de dados, na elaboração e na apresenta-ção de textos científicos.
Espera-se que, a partir da teoria aqui apresentada, você possa reconhecer a importância da Metodologia Científica como um facilitador do pensamen-to científico sob pensamen-todos os aspecpensamen-tos, além de identificá-la como base para a atividade profissional que, por definição, precisa ser ordenada, metódica e lógica.
Como resultado disso, esta obra caracteriza-se com uma apresentação simples, clara e lógica, a fim de favorecer o desenvolvimento de competên-cias que melhorem a capacidade de pensar e agir com cientificidade, seja no âmbito acadêmico ou profissional.
Esta obra começa falando sobre a base do pensamento evolutivo, que teve início com a curiosidade inata da natureza humana e foi se aprimoran-do com o passar aprimoran-dos séculos, encantanaprimoran-do o homem com a vastidão aprimoran-do que pode ser conhecido no mundo.
Em seguida, apresenta algumas diretrizes para a organização desse pensar e as regras estabelecidas para tornar possível, tanto a ordenação quanto o repasse desse conhecimento acumulado para todos que por ele se interes-sarem. Isso é a Metodologia Científica!
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O pensamento evolutivo:
metodologia, raciocínio
e conhecimento
A base do pensamento evolutivo
A partir do momento em que o homem tomou conhecimento de sua existência no mundo, começou a explicar os fenômenos com os quais se deparava constantemente. Inicialmente, o fez de uma forma intuitiva, criando mitos para justificar aquilo que não compreendia. Durante algum tempo, essas explicações bastaram ao homem, porém, a sua capacidade pensante fez surgir nele a necessidade de uma outra explicação, que fosse racional, sobre si próprio, sobre o mundo e os seus inúmeros fenômenos.
Dessa necessidade nasceu a filosofia, na Grécia, por volta do século VI a.C. Por meio de um longo processo histórico, ela surgiu promovendo a passagem daquele saber intuitivo e superficial para um saber racional e mais seguro. Isso, no entanto, aconteceu sem o rompimento brusco com todos os conhe-cimentos do passado. Assim, durante muito tempo, os primeiros filósofos gregos compartilharam de diversas crenças míticas, enquanto desenvolviam o conhecimento racional que caracterizaria a filosofia.
O homem queria uma nova explicação para o mundo, por isso partiu em busca de verdades decorrentes de um pensamento lógico e coerente. Essa busca o tornou cada vez mais exigente com o conhecimento que adquiria e transmitia.
No início, o saber filosófico designava a totalidade do conhecimento racional desenvolvido pelo homem. Abrangia os mais diversos tipos de conhecimento que hoje entendemos como pertencentes à Matemática, à Astronomia, à Física, à Biologia, à Lógica, à Ética etc. Todo o conjunto dos conhecimentos racionais integrava o universo do saber filosófico.
Com o passar dos anos, muitos desses conhecimentos foram conquistando autonomia e se desprenderam do saber filosófico. Assim, essas ciências passaram a direcionar suas investigações a certos campos delimitados da realidade, e o fazem ainda hoje de forma cada vez mais “localizada”. Esse
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Metodologia do Trabalho Científico
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processo continua evoluindo, de tal maneira, que o mundo atual caracteriza-se como a “era dos especialistas”. Essa especialização, no entanto, também pode constituir-se num problema, pois conduz a uma pulverização do saber e à perda da visão mais ampla do conhecimento humano (COTRIM, 1999).
Hoje, o homem busca um conhecimento que, além de ser verdadeiro, deve ser específico nas diferentes áreas de interesse.
Todo o acúmulo e a especificidade do conhecimento geram a necessidade, cada vez maior, de que o estudioso utilize mecanismos que facilitem e colaborem com o seu trabalho de investigação, para que o conhecimento a ser adquirido possa estar cada vez mais próximo da verdade.
O raciocínio lógico
O raciocínio lógico é a arte de bem pensar e, de acordo com Hegel (apud CHAUÍ, 1998, p.80), “de modo algum podemos renunciar ao pensamento”. Para se ter uma idéia mais clara a respeito de raciocínio lógico, vejamos, sinteticamente, o que é raciocínio e o que é lógica.
O raciocínio é um processo mental que consiste em encadear logicamente dois ou mais juízos antecedentes, em busca de um juízo novo, denominado conclusão ou inferência. Em lógica, tem o nome de argumentação, que é um tipo de operação discursiva do pensamento. A argumentação consiste em encadear logicamente juízos e deles tirar uma conclusão. Tradicionalmente, dividimos os argumentos em dois tipos: os dedutivos e os indutivos.
A lógica é uma parte da filosofia, é a ciência do pensamento. Sua definição geral pode ser a seguinte: “ciência que tem por objetivo determinar, por entre todas as operações intelectuais que tendem para o conhecimento do verdadeiro, as que são válidas, e as que não o são” (COTRIM, 1999, p.303).
Para o filósofo grego Aristóteles (séc. IV a.C) a lógica é um instrumento para pensar melhor e, embora alguns filósofos anteriores a ele tenham estabelecido algumas leis do pensamento, nenhum o fez com tal amplitude e rigor. Por essa razão, “a lógica Aristotélica permaneceu através dos séculos até os nossos dias” (ARANHA; MARTINS, 1999, p.85). Essas contribuições foram incorporadas e desenvolvidas pelos modernos métodos da lógica matemática ou simbólica.
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O pensamento evolutivo: metodologia, raciocínio e conhecimento
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Raciocínio dedutivo
É o argumento cuja conclusão é inferida necessariamente de duas premissas. É o raciocínio que nos permite tirar, de uma ou várias proposições, uma conclusão que delas decorre logicamente. A Matemática, por exemplo, usa predominantemente processos dedutivos de raciocínio.
O argumento dedutivo é aquele que se desenvolve de premissas gerais para chegar a uma conclusão particular. Exemplo:
Premissa A: Todos os homens são mortais. Premissa B: Epaminondas é homem. Conclusão: Logo, Epaminondas é mortal.
A conclusão particular de que Epaminondas é mortal é necessária porque deriva das premissas anteriores de que “todos os homens são mortais” e de que “Epaminondas é homem”.
Raciocínio indutivo
É o raciocínio ou forma de conhecimento pelo qual passamos do particular ao universal, do especial ao geral, do conhecimento dos fatos ao conhecimento das leis.
O argumento indutivo é aquele que parte de proposições particulares para chegar a uma conclusão geral. Exemplo:
Proposição A: O cobre, o zinco e a prata conduzem energia. Proposição B: Ora, o cobre, o zinco e a prata são metais. Conclusão: Logo, todo metal é condutor de energia.
Partindo da observação e análise dos fatos e fenômenos, podemos elaborar proposições particulares verdadeiras. Com base nessas proposições, o argumento indutivo tende a chegar a conclusões gerais apenas provavelmente verdadeiras, mas não seguramente verdadeiras (COTRIM, 1999, p.312).
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Metodologia do Trabalho Científico
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Chauí (1998, p. 67) diz que a “indução realiza um caminho exatamente contrário ao da dedução. Com a indução partimos de casos particulares iguais ou semelhantes e procuramos a lei geral, a definição geral ou a teoria geral que explica e subordina todos esses casos particulares”.
O conhecimento de senso comum
O conhecimento de senso comum é a forma mais usual que o homem utiliza para interpretar a si mesmo, seu mundo e o universo como um todo. Essa produção de interpretações significativas, isto é, esse conhecimento, é o do senso comum. Também é chamado de conhecimento ordinário, popular, comum ou empírico (KÖCHE, 1997). O conhecimento do senso comum é o “conhecimento do povo, obtido ao acaso, após inúmeras tentativas. É ametódico e assistemático.” (CERVO; BERVIAN, 1996, p.7)
Esse conhecimento surge como conseqüência da necessidade do homem de resolver problemas imediatos, que aparecem na vida prática e decorrem do contato direto com os fatos e fenômenos que vão acontecendo no dia-a-dia. Na idade pré-histórica, por exemplo, o homem soube fazer uso das cavernas para abrigar-se das intempéries e proteger-se da ameaça dos animais selvagens. Progressivamente, foi aprendendo a dominar a natureza, inventou a roda, meios mais eficazes de caça e de pesca, canoas para navegar nos lagos e rios, instrumentos para o cultivo do solo e tantos outros. O uso da moeda, o carro puxado por animais, o uso de remédios caseiros utilizando ervas hoje classificadas como medicinais, a fabricação de utensílios domésticos, o estabelecimento de normas e leis que regulamentavam a convivência dos indivíduos no grupo social, são exemplos que demonstram como o homem evoluiu historicamente buscando e produzindo um conhecimento útil gerado pela necessidade de produzir soluções para os seus problemas de sobrevivência (KÖCHE, 1997).
O conhecimento do senso comum é o resultado da necessidade de resolver os problemas diários. Não é, portanto, programado ou planejado antecipadamente. À medida que a vida vai acontecendo, ele se desenvolve, seguindo a ordem natural dos acontecimentos. Nele, há uma tendência de manter o sujeito que o elabora como um espectador passivo da realidade, sem uma reflexão acerca do assunto. Por isso, o conhecimento do senso comum caracteriza-se por ser elaborado de forma espontânea e instintiva. Segundo Buzzi (apud KÖCHE, 1997, p.24), “o conhecimento do senso comum é um viver sem conhecer”.
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O pensamento evolutivo: metodologia, raciocínio e conhecimento
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Esse conhecimento permanece num nível superficial. Um viver sem conhecer significa que o senso comum, quando busca informações e elabora soluções para os seus problemas imediatos, não especifica as razões ou fundamentos teóricos que demonstram ou justificam o seu uso, sua possível correção ou confiabilidade, por não compreender e não saber explicar as relações que há entre os fenômenos. No senso comum se utilizam, geralmente, conhecimentos que funcionam razoavelmente bem na solução dos problemas imediatos, apesar de não se compreender ou de se desconhecer as explicações a respeito de seu sucesso. Esses conhecimentos, pelo fato de darem certo, transformam-se em convicções, em crenças que são repassadas de um indivíduo para o outro e de uma geração para a outra (KÖCHE, 1997).
O conhecimento científico
O “conhecimento científico vai além do empírico, procurando conhecer além do fenômeno, suas causas e leis” (CERVO; BERVIAN, 1996, p. 7).
O conhecimento científico surge da necessidade de o homem compreender os fenômenos de forma clara, o mais próxima da verdade. Ele sai de uma posição meramente passiva. “Cabe ao homem, otimizando o uso da sua racionalidade, propor uma forma sistemática, metódica e crítica da sua função de desvelar o mundo, compreendê-lo, explicá-lo e dominá-lo” (KÖCHE, 1997, p.24). O autor diz,
o que impulsiona o homem em direção à ciência é a necessidade de compreender a cadeia de
relações que se esconde por trás das aparências sensíveis dos objetos, fatos ou fenômenos,
captadas pela percepção sensorial e analisadas de forma superficial, subjetiva e a crítica pelo senso comum. O homem quer ir além dessa forma de ver a realidade imediatamente percebida e descobrir os princípios explicativos que servem de base para a compreensão da organização, classificação e ordenação da natureza em que está inserido. Não é a simples organização ou classificação que caracterizam um conhecimento científico, mas a organização e classificação sustentadas em princípios explicativos. O catálogo de um bibliotecário é um trabalho de grande valor e utilidade, sem, contudo, poder ser chamado de ciência.
Através desses princípios, a realidade passa a ser percebida pelos olhos da ciência não de uma forma desordenada e fragmentada, como ocorre na visão subjetiva do senso comum, mas sob o enfoque de um princípio explicativo que esclarece e proporciona a compreensão do tipo de relação que se estabelece sobre os fatos, coisas e fenômenos, unificando a visão de mundo. Nesse sentido, o conhecimento científico é expresso sob a forma de enunciados que explicam as condições que determinam a ocorrência dos fatos e dos fenômenos relacionados a um problema (KÖCHE, 1997).
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Metodologia do Trabalho Científico
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O conhecimento científico é um produto resultante da investigação científica. Surge não apenas da necessidade de encontrar soluções para problemas de ordem prática da vida diária, característica do conhecimento do senso comum, mas do desejo e da necessidade de fornecer explicações sistemáticas que possam ser testadas e criticadas através de provas empíricas. É um produto da necessidade de se alcançar um conhecimento “seguro”.
Pode surgir como problema de investigação, também das experiências e crenças do senso comum [...] A investigação científica se inicia quando se descobre que os conhecimentos existentes, originários das crenças do senso comum, das religiões ou da mitologia, são insuficientes e impotentes para explicar os problemas e as dúvidas que surgem. A investigação científica é a construção e a busca de um saber que acontece no momento em que se reconhece a ineficácia dos conhecimentos existentes, incapazes de responder de forma consistente e justificável às perguntas e dúvidas levantadas. (KÖCHE, 1997, p.24)
A metodologia científica
A metodologia trata das formas de se fazer ciência. Cuida dos procedimentos, das ferramentas e dos caminhos para se atingir a realidade teórica e prática, pois essa é a finalidade da ciência (DEMO, 1985).
Quando nos decidimos a fazer ciência, é importante chegarmos a um determinado lugar, previamente proposto. Para tanto, a metodologia oferece vários caminhos. Cabe ao estudioso, ao cientista escolher e usar a alternativa mais adequada ao seu trabalho.
É essencial entendermos a importância da metodologia para a formação do cientista; ela é condição fundamental de seu amadurecimento como personalidade científica. Quando o cientista segue um método específico, promove o espírito crítico, capaz de realizar a autoconsciência do trajeto feito e por fazer. Também delimita sua criatividade e sua potencialidade no espaço de trabalho. A ciência propõe-se a captar e manipular a realidade assim como ela é. Segundo Demo (1985), a metodologia desenvolve a preocupação em torno de “como” chegar a essa realidade.
Mais do que uma disciplina, a metodologia científica nos introduz no mundo dos procedimentos sistemáticos e racionais, base da formação tanto do estudioso quanto do profissional, pois ambos atuam, além da prática, no mundo das idéias. Pode-se afirmar até que a prática nasce da concepção sobre o que deve ser realizado e qualquer tomada de decisão fundamenta-se naquilo que fundamenta-se afirma como o mais lógico, racional, eficiente e eficaz.
Os trabalhos científicos mais comuns são:
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O pensamento evolutivo: metodologia, raciocínio e conhecimento
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Resenha. Resumo crítico de determinado livro. Geralmente é requerida como tarefa intermediária complementar a uma disciplina de curso ou é solicitada como artigo para divulgação em publicações periódicas especializadas.
Revisão bibliográfica. Discute as contribuições de vários autores sobre um tema específico. Geralmente, é preparada logo após a conclusão do projeto de pesquisa e poderá figurar como um capítulo do trabalho final.
Projeto de pesquisa. É o planejamento da pesquisa propriamente dito, dele constando elementos como delimitação, fontes, metodologia, cronograma, entre outros. É solicitado como a primeira etapa de qualquer pesquisa a ser desenvolvida.
Monografia. É o relato de uma pesquisa, geralmente escrita como tarefa final de uma disciplina, de um curso de graduação ou de especialização.
Dissertação. É o relato de uma pesquisa desenvolvida num projeto de mestrado.
Tese. É o relato de uma pesquisa desenvolvida num projeto de doutorado.
As diretrizes aqui apresentadas facilitam o procedimento na elaboração de trabalhos científicos. Presume-se, portanto, que a sua ausência dificulta o trabalho do estudante, transtorna a tarefa dos professores, complica a catalogação e armazenagem dos textos e prejudica a disseminação da informação. “Elas não devem ser tomadas como uma ´camisa de força`, mas como um conjunto de orientações a serem seguidas.” (AZEVEDO, 2000, p. 10)
Síntese
O estudo da Metodologia Científica estimula a reflexão, que propicia a descoberta da realidade que nos rodeia.
Os fundamentos da Metodologia Científica fornecem instrumentos para a comprovação de hipóteses que fazemos sobre a realidade. Os procedimentos em Metodologia Científica orientam-nos na análise e na apresentação dos resultados da investigação científica.
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Metodologia do Trabalho Científico
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Ampliando seus conhecimentos
A coisa mais bela que o homem pode experimentar é o sentido do mistério. É a fonte de toda verdadeira arte e de toda verdadeira ciência. Quem nunca experi-mentou essa sensação, encontra-se como que morto: seus olhos estão fechados. [...] Saber que aquilo, que para nós é impenetrável, existe realmente e se manifesta com a mais alta sabedoria e a mais radiante beleza que os nossos pobres sentidos con-seguem perceber somente em suas formas primitivas, essa consciência, esse senti-mento, é a essência da verdadeira religiosidade.
Albert Einstein
Atividades de aplicação
1. Vídeo: A Guerra do Fogo (França/Canadá, 1981, 96 min.). Direção Jean-Jacques Annaud. Por causa de uma briga, apaga-se o fogo de uma tribo pré-histórica, que só sabia conservá-lo, não reproduzi-lo. O filme apresenta as principais hipóteses de evolução da humanidade a partir, ou em função, da descoberta da tecnologia do fogo. Assista ao filme e reflita sobre a evolução do homem.
2. Pense e discuta com os seus colegas:
a. Qual é o sentido do ser humano pensar sobre seus problemas e seus questionamentos?
b. É possível entender um problema sem saber a resposta dele? c. Existe um método para desvendar mistérios?
d. Qual é a sua atitude diante do mistério?
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