• Nenhum resultado encontrado

MONITORAMENTO DA FAUNA DE VERTEBRADOS TERRESTRES UHE MAUÁ

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "MONITORAMENTO DA FAUNA DE VERTEBRADOS TERRESTRES UHE MAUÁ"

Copied!
57
0
0

Texto

(1)

M

ONITORAMENTO DA

F

AUNA DE

V

ERTEBRADOS

T

ERRESTRES

UHE MAUÁ

Monitoramento Pós-enchimento

16º Relatório Parcial

Fevereiro de 2013

(2)

C

OORDENAÇÃO E EXECUÇÃO

Equipe Técnica

_______________________________ Alberto Urben-Filho

Biólogo, CRBio: 25255-07D, CTF: 96670 Coordenação técnica Geral

_______________________________ Marcelo Alejandro Villegas Vallejos

Biólogo, CRBio: 50725-07D, CTF: 1039117 Avifauna

_______________________________ Gilberto Alves de Souza Filho Biólogo, CRBio: 30568-07D, CTF: 2825958

Reptiliofauna

_______________________________ Fernando José Venâncio Biólogo, CRBio: 53.827-03/07D, CTF:1821013

Mastozoofauna

_______________________________ Lucas Ribeiro Mariotto Biólogo, CRBio: 63.847-03/07D, CTF:1844434

(3)

REVISÃO E ORGANIZAÇÃO EDITORIAL

Marcelo Alejandro Villegas Vallejos Alberto Urben-Filho

Fernando Costa Straube (Técnico, CTF: 324515)

TÉCNICOS COLABORADORES

Carlos Eduardo Conte Gledson Vigiano Bianconi Leonardo Rafael Deconto

AUXILIARES DE CAMPO

Albert Gallon de Aguiar Alexandre C. de Azevedo Beatrice S. B. dos Santos Conrado Augusto Vieira Crasso Paulo Bosco Breviglieri

Cristiano de Carvalho Daniel Son Danilo José Vieira Capela Darlene da Silva Gonçalves

Débora Regina Zancanaro Elaine Cristina Bornancin

Jadna Cristina Dittrich Silva Janael Ricetti Josias Alan Rezzini Marcelo Augusto da Silva

Marcus Castilho Michele Fernandes Gonçalves

Nelson Rodrigues da Silva Simone de Andrade

Tamara Molin Tony Andrey Bichinski Teixeira

Urubatan M. Skerrat Suckow

COMPANHIA PARANAENSE DE ENERGIA (COPEL)

Júlia Azevedo Santos Representante técnica da Copel

(Cláusula XIII, item 5, Contrato CCC-Copel n° 43311/2009) Bióloga, CRBio 45250/07

Referenciação sugerida:

HORI. 2013. Monitoramento da Fauna de Vertebrados Terrestres na UHE Mauá: Monitoramento Pós-enchimento, 16º relatório parcial (feveriro de 2013). Curitiba, Hori Consultoria Ambiental e Copel Geração e Distribuição. Relatório técnico de distribuição restrita. 57 pp.

(4)

S

UMÁRIO

I.EMENTA 8

II.SÍNTESE COMPARATIVA DO MONITORAMENTO 9

II.1. Avifauna 9

II.1.1. Análises de riqueza e abundância 9

II.1.2. Composição de espécies 10

II.1.3. Aves de sub-bosque florestal 12

II.1.4. Aves noturnas 14

II.2. Reptiliofauna 17

II.2.1 Análises de riqueza 17

II.2.2. Análises de abundância 18

II.2.3. Análises de diversidade e equitabilidade 19

II.3. Mastozoofauna 21

II.3.1. Descrição qualiquantitativa geral 21

II.3.1.1. Pequenos mamíferos terrestres 21

II.3.1.2. Pequenos mamíferos voadores 24

II.3.1.3. Mamíferos de médio e grande porte 26

II.3.2. Síntese dos resultados 27

II.4. Anfibiofauna 29

II.4.1 Síntese do monitoramento 29

II.4.2 Suficiência amostral 31

II.4.3. Curvas de diversidade 33

II.4.4. Diferenças de riqueza e abundância 36

III.ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PARA A ULTIMA ETAPA 37 IV.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E LITERATURA CONSULTADA 38

V.APÊNDICES 39

(5)

L

ISTA DE

F

IGURAS

SÍNTESE COMPARATIVA DO MONITORAMENTO

FIGURA II.1.1. Ordenações entre as etapas pré-impacto, durante a supressão e enchimento do

reservatório. 12

FIGURA II.1.2. Frequência de capturas e recapturas de aves em redes-de-neblina ao longo das etapas do “Programa de monitoramento da fauna de vertebrados terrestres – UHE

Mauá”. 13

FIGURA II.1.3. Frequência de ocorrência de Nyctiphrynus ocellatus ao longo do monitoramento

nas áreas controle e na área impactada. 14

FIGURA II.1.4. Frequência de ocorrência de Strigidae ao longo do monitoramento nas áreas

controle e na área impactada. 15

FIGURA II.3.1. Riqueza cumulativa observada de pequenos mamíferos e estimadas em função do número cumulativo de amostras durante o “Programa de monitoramento da fauna de

vertebrados terrestres – UHE Mauá”. 21

FIGURA II.3.2. Número de passagens de morcegos registrados com auxilio do detector de ultrassom em cada sítio amostral do “Programa de monitoramento da fauna de

vertebrados terrestres – UHE Mauá”. 25

FIGURA II.3.3. Número de passagens de morcegos registrados ao longo das campanhas do “Programa de monitoramento da fauna de vertebrados terrestres – UHE Mauá”. 25 FIGURA II.3.4. Riqueza cumulativa observada de mamíferos de médio grande porte, em função

do número cumulativo de amostras das campanhas do “Programa de monitoramento da fauna de vertebrados terrestres – UHE Mauá”. 27 FIGURA II.4.1.Curvas de acumulação de espécies para o método de amostragem em sítios de

reprodução para cada etapa do monitoramento de fauna da UHE Mauá, com a

respectiva curva do estimador ACE. 32

FIGURA II.4.2.Curvas de acumulação de espécies para o método de armadilhas de interceptação e queda para cada etapa do monitoramento de fauna da UHE Mauá, com a respectiva

curva do estimador ACE. 33

FIGURA II.4.3. Curvas de rarefação baseadas em amostras geradas para cada etapa do monitoramento de fauna da UHE Mauá (pré-impacto, supressão e enchimento) para

cada método de estudo. 34

FIGURA II.4.4. Curvas de rarefação baseadas em indivíduos geradas para cada etapa do monitoramento de fauna da UHE Mauá para o método de estudo amostragem em sítio

de reprodução, em cada unidade. 35

FIGURA II.4.5. Curvas de rarefação baseadas em indivíduos geradas para cada etapa do monitoramento de fauna da Usina Hidrelétrica Mauá para o método de estudo armadilhas de interceptação e queda, em cada unidade. 35

(6)

L

ISTA DE

T

ABELAS

SÍNTESE COMPARATIVA DO MONITORAMENTO

TABELA II.2.1. Répteis registrados no “Programa de monitoramento da fauna de vertebrados

terrestres - UHE Mauá”. 17

TABELA II.2.2. Abundância absoluta das espécies de répteis registradas nas unidades amostrais e

na área de influência indireta da UHE Mauá. 19

TABELA II.2.3. Diversidade e equitabilidade da reptiliofauna das unidades amostrais obtidas durante as etapas do “Programa de monitoramento da fauna de vertebrados

terrestres – UHE Mauá”. 20

TABELA II.3.1. Esforço amostral despendido no estudo dos pequenos mamíferos não-voadores por método no “Programa de monitoramento da fauna de vertebrados terrestres –

UHE Mauá”. 22

TABELA II.3.2. Índices de diversidade de pequenos mamíferos não-voadores capturados nas três etapas do estudo ao longo do “Programa de monitoramento de vertebrados terrestres

– UHE Mauá”. 23

TABELA II.4.1. Espécies de anfíbios registradas em cada etapa do monitoramento de fauna UHE

Mauá, com os respectivos métodos de registros. 30

TABELA II.4.2. Resultados do teste do qui-quadrado para cada unidade amostral e para duas amostragens em cada estação referentes às três etapas do monitoramento de fauna da UHE Mauá. Computaram-se estes valores somente para o método de amostragem em sítios de reprodução em relação à riqueza e abundância absoluta das espécies de

anfíbios. 36

TABELA II.4.3. Resultados do teste do qui-quadrado para cada unidade amostral e para duas amostragens em cada estação referentes às três etapas do monitoramento de fauna da UHE Mauá. Computaram-se estes valores somente para o método de interceptação e queda em relação à riqueza e abundância absoluta das espécies de anfíbios. 36

(7)

A

PÊNDICES

APÊNDICE 1. Métodos e procedimentos relacionados ao estudo da avifauna no “Programa de monitoramento da fauna de vertebrados terrestres – UHE Mauá”. 39 APÊNDICE 2. Algumas aves registradas na região do empreendimento “UHE Mauá”. 40 APÊNDICE 3. Répteis registrados na região do empreendimento “UHE Mauá”. 41 APÊNDICE 4. Métodos empregados para o registro de mamíferos no “Programa de

monitoramento da fauna de vertebrados terrestres – UHE Mauá”. 42 APÊNDICE 5. Alguns mamíferos capturados na região do empreendimento “UHE Mauá”. 43 APÊNDICE 6. Alguns mamíferos registrados em armadilhas fotográficas na região do

empreendimendo “UHE Mauá”. 44

APÊNDICE 7. Alguns anfíbios registrados na região do empreendimento “UHE Mauá”. 45

A

NEXOS

ANEXO 1. Certificado de regularidade Urben-Filho & Straube Consultores (pessoa jurídica) junto

ao Cadastro Técnico Federal – IBAMA. 47

ANEXO 2. Autorização para captura, coleta e transporte de material biológico IAP n° 36492. 48 ANEXO 3. Carta de intenção de recebimento de material biológico proveniente dos estudos de

monitoramento da fauna nas áreas de influências da UHE Mauá emitido pelo Museu

de História Natural Capão da Imbuia. 50

ANEXO 4. Anotações de Responsabilidade Técnica da equipe envolvida. 51 ANEXO 5. Certificados de Regularidade da equipe técnica envolvida (pessoas físicas) junto ao

Cadastro Técnico Federal – IBAMA. 52

ANEXO 6. Registro de Instrução de Segurança Ministrada à equipe técnica do “Programa de Monitoramento da fauna de vertebrados terrestres – UHE Mauá”. 57

TERMINOLOGIA:

1. Todas as coordenadas geográficas UTM apresentadas neste documento referem-se ao South

American Datum 1969 (SAD 69) e, considerando a localização geográfica da área de estudo, ao

Fuso 22 J.

2. A grafia dos horários do dia baseia-se na normatização do ISO-8601, indicando o momento cronológico associado à notação -03 ou -02 se, respectivamente, referente à correção UTC para os horários solar ou brasileiro de verão (BST). A mesma norma ISO é considerada para abreviações de datas.

3. A ortografia adotada segue a 5a edição do “VOCABULÁRIO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA” (VOLP), publicado pela Academia Brasileira de Letras em março de 2009.

(8)

I

E

MENTA

O presente documento faz parte de uma série de relatórios técnicos que atendem a requisitos parciais do Contrato CCC-Copel N° 43311/2009, celebrado entre a Copel Geração e Transmissão

S.A. e a Urben-Filho e Straube Consultores S/S Ltda (Hori Consultoria Ambiental), o qual define

os termos de serviços especializados para o monitoramento da fauna na região do empreendimento Usina Hidrelétrica (UHE) Mauá, compreendendo os quatro grupos de vertebrados terrestres silvestres (aves, répteis, mamíferos e anfíbios). O relatório encontra-se organizado sob a forma de um Relatório de Atividades, diferentemente dos documentos anteriores. As campanhas do pós-enchimento encontram-se em planejamento e os dados até então coligidos serão re-analisados para adequá-los à ótica da ultima etapa, de acordo a um espectro temporal contínuo seguindo os impactos da instalação do empreendimento. Estes dados, juntamente com as informações de campo, serão apresentadas em documento futuro. Aqui são relatados os seguintes itens:

Síntese comparativa do monitoramento Atividades desenvolvidas para a ultima etapa

(9)

II

S

ÍNTESE COMPARATIVA DO MONITORAMENTO

II.1. Avifauna

II.1.1. Análises de riqueza e abundância

No intuito de tornar comparativos os índices de riqueza computados ao longo do estudo, realizamos as presentes análises a partir das médias pontuais de riqueza e relações e riqueza, conforme Slud (1976). Uma síntese dos valores obtidos em cada uma das três etapas e nas três unidades amostrais é apresentada na TABELA II.1.1.

TABELA II.1.1. Índices de riqueza avifaunística das três unidades amostrais.

LEGENDA: R, riqueza pontual média; Rñp/pa, média pontual da relação de riqueza Não-Passeriformes/Passeriformes;

Rt/p, média pontual da relação de riqueza Tyranni/Passeres.

Índice UFA ULI UCO

Pré Supr. Ench. Pré Supr. Ench. Pré Supr. Ench.

R 14,95 16,00 20,18 9,50 9,44 10,54 12,37 15,11 14,95 Rñp/pa 0,145 0,169 0,203 0,152 0,234 0,156 0,173 0,178 0,209

Rt/p 1,70 2,18 2,04 1,03 1,44 1,14 1,78 2,69 1,31

Observou-se incremento nos valores de riqueza pontual, assim como na proporção de Não-Passeriformes e Tyranni, apenas em UFA, ao passo que nas demais unidades os valores flutuaram ou alteraram-se com menor intensidade. Pequena elevação dos valores foi observada na Unidade Controle, tanto na riqueza, quanto na relação de Não-Passeriformes nas amostragens.

A variação direcional nesses índices após a ocorrência do impacto reforça os resultados anteriores, quais sejam, o da ocorrência de fuga de espéciemes das áreas afetada e o adensamento de espécies na unidade amostral. Não obstante, índices maiores são classicamente considerados como indicadores de ambientes bem conservados, ou de uma avifauna rica e com elementos de estritos requerimentos ecológicos. Esta interpretação não é cabível neste caso, onde as mudanças registradas prestam-se sim para evidenciar a ocorrência de algum impacto sobre a avifauna local, neste caso, a fuga de espécies que outrora ocupavam

(10)

áreas mais próximas ao Rio Tibagi e, após a perda de seus hábitats originais, foram levadas a buscar novas localidades para estabelecer seus territórios e áreas de forrageamento. Um exemplo provável dessa relação é Phylloscartes sylviolus, espécie que passou sem registros durante o pré-impacto, mas que se tornou habitual em toda a encosta estudada.

A densidade de aves em cada unidade amostral variou ao longo das três etapas, mas foi mais marcante em UFA do que em ULI e UCO (TABELA II.1.2). No período pré-impacto a densidade em UFA era de 21,87 indivíduos por hectare (ind/ha), passando a 22,58 durante a supressão e atingindo 28,66 ind/ha na fase de enchimento. Em ULI a densidade não variou grandemente entre as três etapas, ao passo que em UCO houve aumento na densidade registrada no período de supressão da vegetação, valor que se manteve constante na etapa seguinte.

TABELA II.1.2. Índices de diversidade avifaunística das três unidades amostrais.

LEGENDA: C, número total de contatos; d, densidade média de indivíduos por hectare (ind/ha); H’, índice de

diversidade de Shannon; e, índice de equitabilidade de Pielou. Valores de diversidade em negrito indicam que a diferença é estatisticamente significativa (α = 0,05).

Índice UFA ULI UCO

Pré Supr. Ench. Pré Supr. Ench. Pré Supr. Ench.

C 1030 319 495 637 185 253 829 299 357 d 21,87 22,58 28,66 13,57 13,09 14,88 17,62 21,16 20,69

H’ 4,02 3,88 4,01 3,76 3,59 3,62 4,07 3,91 4,03

e 0,58 0,67 0,65 0,54 0,67 0,66 0,62 0,72 0,68

O cômputo dos índices de Shannon revelam que houve alteração desse índice apenas entre o período pré-impacto e durante a supressão vegetacional, mas não entre este e o enchimento, ou entre o pré-impacto e a terceira etapa. Isso ocorreu em todas as unidades amostrais, indicativo de que provavelmente o esforço amostral diferenciado – menor na segunda etapa – e não qualquer outra variável biológica, tenha sido responsável por estes resultados.

II.1.2. Composição de espécies

A análise de dados ecológicos é inevitavelmente multivariada, uma vez que em geral se analisam muitas localidades, cada qual ocupada por uma miríade de espécies (as variáveis).

(11)

ordenação com os dados quantitativos em pontos de escuta no intuito de verificar se ocorreram alterações, mesmo que sutis, na composição de espécies ao longo do impacto.

Nas ordenações é possível perceber que houve algumas alterações na similaridade de espécies entre as etapas, ilustrado pelo afastamento das amostragens durante a supressão (em vermelho) e enchimento do reservatório (em azul) em relação ao período pré-impacto (negro) (FIGURA II.1.1). Estas mudanças não foram evidentes em UCO, visível pela maior sobreposição de similaridade entre as etapas, mas deve-se considerar que nesta análise é difícil separar os efeitos da sazonalidade – sabidamente influentes sobre a avifauna – daqueles oriundos diretamente dos impactos.

(12)

FIGURA II.1.1. Ordenações, pelo método NMDS (escalonamento multidimensional não-métrico), da similaridade

(índice de Bray-Curtis) entre as etapas pré-impacto (negro), durante a supressão (vermelho) e enchimento do reservatório (azul). Apresentam-se separadamente as curvas das três unidades, respectivamente UFA (acima), ULI (no meio) e UCO (abaixo).

Nossas análises indicam claramente que a composição específica das unidades amostrais alterou-se em diferentes graus ao longo do impacto estudado. Na unidade controle tais mudanças foram aparentemente menos bruscas e indicam que a sazonalidade pode ter sido fundamental na definição dos padrões observados. Por outro lado, nas unidades UFA e ULI verificou-se adulteração em graus semelhantes entre as amostragens do pré-impacto e nas duas etapas posteriores acompanhando os efeitos antrópicos. Estes efeitos são possivelmente atribuíveis a outros fatores, tais como o afugentamento de aves das áreas diretamente impactadas. Esta conjectura inicial também será retomada em discussões mais adiante, quando se apresentem outros resultados obtidos ao longo do monitoramento.

II.1.3. Aves de sub-bosque florestal

Ao todo capturaram-se 520 indivíduos com a amostragem em redes-de-neblina, dos quais 178 no pré-impacto e 342 após o início dos desmatamentos. A frequência de capturas e de recaptura tem aumentado consistentemente ao longo das etapas do estudo (FIGURA II.1.2), resultado que ilustra com maior propriedade o aumento na densidade local de aves seguindo o impacto da perda de hábitat pelas aves.

(13)

FIGURA II.1.2. Frequência de capturas (porção escura) e recapturas (porção clara) de aves em redes-de-neblina ao

longo das etapas do “Programa de monitoramento da fauna de vertebrados terrestres – UHE Mauá”.

Análises específicas pelo local de captura, contrastando os resultados obtidos nas linhas A e B, estão em andamento e tem o intuito de verificar a influência desse adensamento sobre as diferetes espécies que ocupam esses ambientes. Conforme apontado em documentos anteriores há diferença na estrutura da vegetação entre as duas linhas de captura decorrente do fato da linha A estar instalada na encosta íngreme da unidade amostral, e a LINHA B alocar-se em maior proximidade da planície aluvial do Rio Tibagi.

As informações das recapturas nos permitem levantar algumas hipóteses sobre a dinâmica territorial e de deslocamentos da avifauna na localidade explorada. Algumas espécies ocupavam toda a regiao para forrageio, ocupando tanto as áreas de encosta (linha A), quanto de baixada (linha B), tendo portanto perdido ambientes propícios de seus territórios. Isto ficou claro pela captura dessas aves em ambas as linhas no pré-impacto e durante a supressão, etapa em que os ambientes da linha B não foram suprimidos. A partir de agosto de 2012, quando as áreas de baixada foram tomadas pelo reservatório, as matas alagadas foram efetivamente perdidas para esses pássaros. Outras espécies foram deslocadas de seus ambientes de ocupação, anteriormente registradas apenas na linha B, passando a ocupar a encosta. É o caso de alguns exemplares de Hemitriccus diops, Platyrinchus mystaceus e

Schiffornis virescens. Estes resultados indicam claramente que alguns exemplares de aves que

mantinham territórios na área diretamente afetada pela supressão e alagamento se evadiram de suas áreas originais, colonizando os remanescentes adjacentes e potencialmente elevando a competição intra e inter-específica nessas localidades.

0 1 2 3 4 5 6 Pré Supressão Enchimento Fr e q u ê n ci a d e c ap tu ra (.10 -3)

(14)

II.1.4. Aves noturnas

A frequência de encontro de espécies noturnas alterou-se ao longo das etapas do monitoramento, sendo que os resultados permitem traçar diferentes hipóteses do que pode ter ocorrido com os grupos avaliados.

Nyctiphrynus ocellatus foi regularmente registrado em ambas as transecções e sua frequência

de ocorrência nas áreas impactada não apresentou nenhuma tendência de alteração ao longo das etapas (FIGURA II.1.3). Por outro lado, detectou-se tendência à diminuição no número de registros, portanto mais baixa ocorrência, na transecção controle. A dinâmica verificada neste estudo, baseada em frequência de ocorrência da espécie, não permite aferir quais fatores podem ser determinantes para a presença de N.ocellatus nas matas avaliadas, mas considerando que as condições ambientais são semelhantes em ambas as áreas e nos eventos de amostragem, sugere-se que algum fator natural pode estar atuando sobre os indivíduos que habitam toda a região, levando à menor ocorrência ao longo do tempo, mas que este efeito pode ter sido nublado na área impactada em decorrência do afugentamento de aves das áreas mais baixas, onde houve perda de hábitat florestal. Estudos específicos sobre esta espécie, e também de Caprimulgus sericocaudatus, podem elucidar quais seus requerimentos de hábitat e auxiliar na compreensão dos padrões observados.

FIGURA II.1.3. Frequência de ocorrência de Nyctiphrynus ocellatus ao longo do monitoramento nas áreas controle

(círculos e linha cheia) e na área impactada (losangos e linha pontilhada). 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 0 2 4 6 8 10 12 14 Fr e q u ê n ci a d e o co rr ê n ci a Amostra Controle Impacto

(15)

Os registros de Strix hylophila foram muito mais escassos, não tendo sido mais registrada na transecção A a partir da 6ª amostragem, ainda no pré-impacto. Um evento de grande importância, mas não controlado inicialmente por nosso estudo, pode ter contribuído na ocupação desta coruja nessa localidade. Antes do início das amostragens a paisagem de UFA era dominada por matas nativas entremeadas a plantios maduros de Pinus sp. Nesse período o encontro com Strix hylophila, na ocasião feito de forma ocasional, se dava regularmente. Após a colheita dos talhões os contatos com essa coruja cessaram, mesmo com a continuidade do uso de chama eletrônica (playback). Outras espécies da família foram registradas no estudo, todas encontradas por vocalizações espontâneas, e para fins comparativos conduzimos a presente análise com a totalidade dos registros de Strigidae. Semelhantemente ao verificado para N.ocellatus, houve notável tendência ao decréscimo na frequência de encontros com corujas na área controle ao longo do estudo, ao passo que detectamos leve aumento no número de indivíduos na área impactada (FIGURA II.1.4).

FIGURA II.1.4. Frequência de ocorrência de Strigidae ao longo do monitoramento nas áreas controle (círculos e linha

cheia) e na área impactada (losangos e linha pontilhada).

Muitas corujas foram encontradas nas imediações de áreas desmatadas durante a supressão, e este padrão se manteve também na etapa de enchimento de reservatório. Este fenômeno, de atração desses predadores às bordas das áreas afetadas, pode ter sido fundamental na alteração do uso de hábitat de Strigidae ao longo do estudo.

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0 2 4 6 8 10 12 14 Fr e q u ê n ci a d e r e gi str o Amostra Controle Impacto

(16)

Os resultados do estudo detectaram a ocorrência de afugentamento de aves após o impacto de supressão vegetacional, fenômeno que se manteve também durante o enchimento do reservatório, quando novas áreas florestadas (não desmatadas) foram submersas.

Esta conclusão suporta-se por uma gama de dados que indicam diretamente o efeito da fuga: (i) o maior aumento na riqueza e densidade de aves em UFA quando comparada às demais unidades; (ii) a elevação na frequência de capturas e recapturas em redes-de-neblina; (iii) o encontro de aves habitantes de áreas de baixada em áreas de encosta, indicando que foram deslocadas de seus ambientes originais. Dentre as evidências indiretas do impacto sobre a dinâmica da avifauna, encotramos (i) a costância da frequência de ocorrência de aves insetívoras noturnas ao longo do monitoramento, ao passo que detectou-se diminuição de sua ocupação na área controle e (ii) a alteração no uso de hábitat por predadore noturnos – neste caso, Strix hylophila em particular e Strigidae em um sentido mais amplo –, os quais passaram a preferir áreas de forrageio nas imediações das áreas impactadas e ausentando-se das matas remanescentes.

Vale destacar ainda outro tipo de impacto, oposto ao afugentamento, que foi o encontro de espécies em áreas recém desmatadas e em áreas alagadas, evidência de que não se ausentam dessas localidades de imediato. Vinte e duas espécies foram encontradas em uma frente de desmate, em ambientes florestados que haviam sido derrubados há dois dias, e outras quinze foram encontradas em matas alagadas, com apenas as copas das árvores emersas. Supõe-se que algumas dessas aves somente se evadam dessas localidades tardiamente, mantendo-se nesses ambientes até o término de seus recursos, ou serem vitimados por predadores. No caso de ambientes submersos, essas aves são provavelmente vitimadas pela ausência de áreas de forrageio e afogamento, conforme indicam alguns dados oriundos dos trabalhos de resgate de fauna. Esses encontros são indícios que, pelo menos para parte da avifauna altamente fiel a seus territórios, tanto a supressão direcionada, quanto a elevação gradual do nível da água, não permite a fuga desses espécimes a novas áreas, não obstante existam ambientes florestados nas imediações.

(17)

II.2. Reptiliofauna

II.2.1 Análises de riqueza

Das 19 espécies registradas 13 são serpentes e seis lagartos (TABELA II.2.1). Um breve relatório

fotográfico ilustrando as espécies registradas neste estudo encontra-se no APÊNDICE 3.

Comparando-se a riqueza obtida entres as fases, verifica-se que a partir da segunda etapa houve um decréscimo na riqueza observada, resultado diretamente relacionado ao menor número de campanhas nas duas últimas fases quando comparado com o pré-impacto, bem como aos efeitos da sazonalidade sobre os índices de captura e encontro em busca ativa.

Ao contrário do esperado para as etapas durante a supressão e enchimento, não houve grandes diferenças na riqueza de espécies que evidenciem a ocorrência direta de impactos sobre a reptiliofauna local, não desconsiderando sua existência, apenas que estes não foram detectados durante o estudo.

TABELA II.2.1. Répteis registrados no “Programa de monitoramento da fauna de vertebrados terrestres - UHE Mauá”. LEGENDA: UFA, Unidade Frente/APP; ULI, Unidade Linhão; UCO, Unidade Controle; AII, Área de Influência Indireta.

Táxon

Pré-Impacto Supressão Enchimento

UFA ULI UCO AII UFA ULI UCO AII UFA ULI UCO AII SAURIA Gekkonidae Hemidactylus mabouia X Mabuyidae Aspronema dorsivittatum X Leiosauridae Enyalius perditus X X X X X X X X X X Diploglossidae Ophiodes fragilis X X Gymnophthalmidae Cercosaura schreibersii X Teiidae Salvator merianae X X X X X X SERPENTES Anomalepididae Liotyphlops beui X Colubridae

(18)

Táxon

Pré-Impacto Supressão Enchimento

UFA ULI UCO AII UFA ULI UCO AII UFA ULI UCO AII

Spilotes pullatus X Dipsadidae Echinanthera cyanopleura X X Erythrolamprus aesculapii X X X Philodryas olfersii X Tomodon dorsatus X X Tropidodryas striaticeps X Xenodon merremii X Xenodon neuwiedii X X X Elapidae Micrurus altirostris X X Micrurus corallinus X X Viperidae Bothrops jararaca X X X X X X X X Crotalus durissus X X Riqueza 8 5 3 9 4 1 3 6 2 3 2 4

II.2.2. Análises de abundância

Ao todo nosso estudo compreendeu o encontro de 196 indivíduos de répteis e embora as serpentes sejam mais especiosas na amostragem, os lagartos as excedem em número de indivíduos (TABELA II.2.2). Dentro desses grupos, o lagarto Enyalius perditus foi a espécie com maior número de registros, e Bothrops jararaca foi a serpente com mais indivíduos observados.

Assim como verificado para a riqueza, a abundância de espécies se distribuiu de forma bastante desigual entre os táxons e as unidades amostrais (TABELA II.2.2). Adicionalmente, não

houve diferenças marcantes na abundância de indivíduos capturados entre as etapas que evidencie a ocorrência direta dos impactos.

(19)

TABELA II.2.2. Abundância absoluta das espécies de répteis registradas nas unidades amostrais e na área de

influência indireta da UHE Mauá.

LEGENDA: UFA, Unidade Frente/APP; ULI, Unidade Linhão; UCO, Unidade Controle; AII, Área de Influência Indireta;

Cons, consolidado para toda área de estudo.

Táxon

Pré-Impacto Supressão Enchimento

Con Total UFA ULI UCO AII UFA ULI UCO AII UFA ULI UCO AII

A. dorsivittatum 3 3 C. schreibersii 6 6 E. perditus 23 16 31 1 8 3 14 5 3 5 109 H. mabouia 2 2 O. fragilis 1 1 2 S. merianae 5 2 10 1 4 4 26 148 B. jararaca 4 4 3 2 4 1 1 1 20 C. durissus 4 1 5 E. cyanopleura 1 1 2 E. aesculapii 1 1 1 3 L. beui 1 1 M. altirostris 1 1 2 M. corallinus 1 1 2 P. olfersii 1 1 S. pullatus 1 1 T. dorsatus 1 1 2 T. striaticeps 1 1 X. merremii 1 1 X. neuwiedii 5 1 1 7 48 Total 41 29 35 23 14 3 16 9 6 5 6 9 196

II.2.3.

Análises de diversidade e equitabilidade

Avaliando-se os índices de diversidade e equitabilidade computados com os presentes dados, verifica-se que estes valores variaram bastante ao longo das etapas e entre as unidades amostrais (TABELA II.2.3), mas tal discrepância está ligada diretamente à diferença de esforço

amostral e aos efeitos da sazonalidade sobre os registros. Nesse sentido, estas análises não se mostraram sensíveis para permitir diagnosticar os impactos diretos da perda de hábitat sobre a reptiliofauna nas áreas atingidas.

(20)

TABELA II.2.3. Diversidade e equitabilidade da reptiliofauna das unidades amostrais obtidas durante as etapas do

“Programa de monitoramento da fauna de vertebrados terrestres – UHE Mauá”.

LEGENDA: UFA, Unidade Frente/APP; SFR, Subunidade Frente; SAP1, Subunidade APP1; ULI, Unidade Linhão; UCO,

Unidade Controle; H’, índice de diversidade de Shannon; e, índice de equitabilidade de Pielou.

Pré-Impacto Supressão Enchimento

Índice UFA ULI UCO UFA ULI UCO UFA ULI UCO

SFR SAP1 SAP1 SAP1

H’ 1,64 1,01 1,28 0,31 0,38 0 0,24 0,45 0,95 0,45

(21)

II.3. Mastozoofauna

II.3.1. Descrição qualiquantitativa geral

II.3.1.1.PEQUENOS MAMÍFEROS TERRESTRES

No cômputo geral houve 1 220 capturas de 1 089 indivíduos, sendo que mais de 70% do total foram marcados e liberados, tratando-se de um número expressivo de capturas quando comparadas com outros estudos envolvendo estes grupos (Gheler-Costa, 2002; Pardini & Umetsu, 2006; Becker et al., 2007). No total foram incorporados à coleção de referência 359 indivíduos (cerca de 29%), é importante mencionar que mais da metade do total deste valor se deu com o animal encontrado sem vida no interior das armadilhas. As armadilhas de interceptação e queda são bastante eficiente em amostragem de vertebrados terrestres. No entanto, sua utilização em campo pode acarretar altos níveis de mortalidade em pequenos mamíferos (Karraker, 2001), geralmente associada à inanição e colapso fisiológico devido a baixas temperaturas e chuvas intensas.

Durante as amostragens do monitoramento nos dois conjuntos de armadilhas (captura viva e intercepção e queda) somaram-se, 18 espécies de pequenos mamíferos não-voadores, sendo que os valores estimados pelos algoritmos testados foram: ACE (n = 18,40) e Bootstrap (n= 18,83) (FIGURA II.3.1).

FIGURA II.3.1. Riqueza cumulativa (curva do coletor) observada de pequenos mamíferos (curva preta) e estimada

pelos métodos ACE (curva cinza escura) e Bootstrap (curva cinza clara) em função do número cumulativo de 0 4 8 12 16 20 24 1 6 11 16 21 26 31 36 41 46 51 56 61 66 71 76 81 Núm e ro de es ci e s

Dias acumulativos de amostragem

Bootstrap = 18,83

Ace = 18,40

(22)

amostras (dias) durante o “Programa de monitoramento da fauna de vertebrados terrestres – UHE Mauá”. Ilustra-se também os respectivos desvio padrão (linhas pontilhadas).

Observando-se separadamente as etapas amostrais, a maior riqueza específica foi a do pré-impacto com 17 espécies, seguido das campanhas enchimento com 13 espécies e posteriormente supressão vegetacional com 11 espécies. A distribuição de abundância (número de capturas) seguiu também a mesma sequência lógica, ou seja, nas campanhas pré-impacto somou 577 indivíduos, durante a supressão vegetacional 127 indivíduos e por fim durante o enchimento 385 indivíduos (TABELA II.3.1).

TABELA II.3.1. Esforço amostral despendido no estudo dos pequenos mamíferos não-voadores por método no

“Programa de monitoramento da fauna de vertebrados terrestres – UHE Mauá”.

Campanhas Esforço amostral total

Interceptação e queda Captura viva Riqueza Capturas Recapturas Pré-Impacto 8.352 baldes.dia 5.280 armadilhas.noite 17 577 51

Supressão 1.980 baldes.dia 1.440 armadilhas.noite 11 127 12

Enchimento 2.400 baldes.dia 1.920 armadilhas.noite 13 385 68

Analisando separadamente apenas as capturas percebe-se que na etapa enchimento os valores de capturas foram ligeiramente próximos a da etapa pré-impacto, sendo que esta última contou com um número muito superior no esforço de amostragem quando comparado com a primeira. Isso nos leva a ponderar que de fato houve mesmo que pontualmente grande influência sob a comunidade de pequenos mamíferos não-voadores no decorrer da etapa enchimento. Outro fato importante que fundamenta a idéia da influência foi o número absolutamente atípico de capturas ocorridos na primeira campanha durante a supressão o corrido no mês de julho de 2012. Este fenômeno muito possivelmente esta atrelado ao adensamento pontual de indivíduos nas áreas adjacentes a cota do reservatório naquela época, fato que as áreas UCO e ULI não seguiram um padrão tão acentuando como visto na UFA na mesma data. Com relação à comparação entre as campanhas pré e durante impacto (Enchimento) nota-se uma mudança brusca na quantidade de capturas, esta situação não foi encontrada durante a etapa de supressão vegetacional, a qual se julgou ser a parte mais significativa do impacto na fauna autóctone.

(23)

Comparando as três etapas do estudo a maior diversidade foi verificada no pré-impacto (2,12 nats.ind-1), mas deve-se considerar que esta análise é bastante sensível às diferenças em esforço amostral, e a variação nos valores pode não refletir somente os efeitos do impacto (TABELA II.3.2).

TABELA II.3.2. Índices de diversidade de pequenos mamíferos não-voadores capturados nas três etapas do estudo ao

longo do “Programa de monitoramento de vertebrados terrestres – UHE Mauá”.

LEGENDA: R, riqueza; Ab, abundância absoluta; H’, índice de diversidade de Shannon; e, índice de equitabilidade de Pielou; Rr, riqueza relativa ao total capturado; Abr, abundância relativa ao total calculado.

Índice Pré-Impacto Supressão Enchimento Consolidado

R 17 11 13 18

Ab 577 127 385 1089

H’ 2,12 2,00 1,14 1,94

e 0,76 0,83 0,44 0,68

Em comunidades estáveis de pequenos mamíferos, assim como em outros grupos biológicos, é usualmente observada a dominância de poucas espécies, e vários táxons pouco abundantes, considerados raros na assembléia (Fleming, 1975). Esse padrão está geralmente ligado à alta flexibilidade adaptativa das espécies ditas dominantes (Lessa et al., 1999), as quais buscam formas e padrões variados para colonizar o ambiente, mas pode estar associado à heterogeneidade ambiental por meio do uso diferenciado de recursos entre as espécies. No decorrer de todo o estudo as espécies com maior número de capturas foram Oligoryzomys

nigripes (n = 461), Thaptomys nigrita (n = 136), Brucepattersonius cf. iheringi (n = 85) e Euryoryzomys russatus (n = 84), resultado que indica a dominância de poucas espécies na área

de estudo, visto que estes quatro táxons juntos representam mais de 62% de todas as capturas.

As informações das recapturas (n = 131) nos permitem levantar algumas hipóteses sobre a dinâmica territorial e de deslocamentos das espécies nas unidades. Todas as recapturas em armadilhas de intercepção e queda se concentraram nas mesmas linhas em que os animais foram originalmente capturados, sugerindo áreas de vida restritas e deslocamentos de pequena amplitude. Fato que confirma estas restrições e permanência em determinada localidade foi à maior captura por parte das armadilhas de captura viva durante as quatro campanhas de enchimento na UFA. Desta forma percebeu-se um maior número de capturas, levando ao raciocínio que a área onde esta posicionada a grade de armadilhas (UFA) esta

(24)

passando possivelmente por um período momentâneo de adensamento de animais, uma vez que estas armadilhas atraem os espécimes com a oferta de alimento. Ocorrendo inclusive recapturas sistemáticas de mesmos indivíduos durante todos os dias de exposição do equipamento e entre os meses, uma vez que na última etapa do estudo foi seguida de intervalos mensais. Estes padrões de recapturas em armadilhas de captura viva na etapa pré-impacto não foi frequente e com valores bem mais recuados, quando comparados com a da etapa enchimento.

Tal resultado leva à interpretação de que o efeito do enchimento nas comunidades adjacentes pode ter influências mais fortes e evidentes nos espécies mais comuns. Uma vez que nossos esforços indicam que grande parte das espécies amostradas está presentes em todas as unidades amostrais, e foi visto um maior acréscimo de capturas na UFA, a qual passou diretamente pelo processo de impacto ambiental.

Ademais, mesmo tendo-se acumulado o grande volume de informações, é importante ter em mente que as interpretações aqui apresentadas são únicas e exclusivas daquela localidade sob influência particular das etapas de execução do empreendimento, uma vez que as variações ecológicas intrínsecas são grandes e muitas delas totalmente desconhecidas, desta forma o presente estudo representa uma avaliação razoavelmente detalhada dos efeitos pontuais, dada a riqueza de informações até então observadas e o caráter particular do esforço amostral deste estudo.

II.3.1.2.PEQUENOS MAMÍFEROS VOADORES

Com o desenvolvimento do novo protocolo de estudo para os morcegos através do dispositivo de detecção de ultrassom, permitiu averiguar de forma momentânea e única o nível de atividade de morcegos durante todas as etapas do estudo. Desta forma este método foi valioso para análises ligadas a intensidade de forrageio e principalmente acerca de mudanças ou tendências no uso do hábitat ao longo tempo e espaço.

Durante todo o estudo foram realizadas 11 amostragens em cada local demarcado, tendo-se iniciado novo protocolo metodológico no mês de outubro 2010. Ao todo somam-se 1661

(25)

Aluvial A (n = 466), por fim temos Ilha Submontana A (n = 343) e APP Submontana B (n = 257) (FIGURA II.3.2).

FIGURA II.3.2. Número de passagens de morcegos registrados com auxilio do detector de ultrassom em cada sítio

amostral do “Programa de monitoramento da fauna de vertebrados terrestres – UHE Mauá”.

Nota-se que de uma forma geral houve pequenas variação no número de passagens dentro das etapas, como esclarecido em outros relatórios, porém quando confrontados os dados entre as etapas é possível observar o aumento de passagens de morcegos durante a supressão vegetacional e posterior queda, mas mantendo-se números elevados de indivíduos, no enchimento do reservatório(FIGURA II.3.3).

FIGURA II.3.3. Número de passagens de morcegos (média) registrados ao longo das campanhas do “Programa de

monitoramento da fauna de vertebrados terrestres – UHE Mauá”. 595 257 343 466 0 100 200 300 400 500 600 700

APP Aluvial C APP Submontana B ILHA Submontana A ILHA Aluvial A N úm er o d e p as sa ge ns 97.8 258.5 164.8 0 50 100 150 200 250 300

Pré-Impacto Supressão Enchimento

N úm er o d e p as sa ge ns

(26)

Dentre os grupos estudados os registros de morcegos mostraram grande flutuação seguindo os eventos de impacto ao longo do estudo. A remoção da vegetação florestal foi seguida de picos de registros concentrados em duas campanhas, seguindo-se da etapa de enchimento do reservatório a qual também apreentou picos, porém menos intensos, de registros. Mesmo com grande capacidade de dispersão, os morcegos ainda aparentaram ter seu uso de hábitat afetado, mesmo que indiretamente pelo alagamento.

Efeitos diretos, no entanto, ainda podem estar sendo desencadeados pelo enchimento, por exemplo quando remanescentes florestais são lentamente submersos pela água, suprimindo áreas de forrageio e/ou abrigo de algumas espécies de morcegos. Impactos dessa natureza podem ter sido notavelmente importante ao longo do rio Tibagi e seus tributários, locais com grande quantidade de fendas em pedras e ocos em árvores antigas que poderiam ser utilizados por colônias de morcegos. A inundação desses locais possivelmente levou ao deslocamento forçado de quirópteros por toda a área não inundada.

Entendemos que para os dados consolidados do monitoramento de morcegos, embora se tenha diagnosticado substancial adulteração no comportamento desses animais, é possível observar um padrão pontual de mudança no uso de hábitat. Dessa forma, o uso de detectores de ultrassom para realização de estudos que visem à aferição de impactos durante a implementação de empreendimentos – que via de regra produzem impactos de curto prazo e localizados – pode fornecer informações importantes sobre a dinâmica biótica, permitindo refinamentos futuros, especialmente levando-se em conta a incipiente aplicação deste método amostral na região Neotropical e mesmo de estudos técnicos neste tipo singular de situação de impacto.

II.3.1.3.MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE

Avaliando-se os registros efetuados por evidências diretas (in loco) e indiretas (rastros, fezes, tocas), registraram-se 27 espécies de mamíferos de médio e grande porte, valor muito próximo àqueles sugeridos em literatura para AAR (FIGURA II.5.4). Este resultado sugere também que a suficiência amostral foi atingida nos esforços qualitativos e, desta forma, o inventário representa com razoável correspondência a comunidade desse grupo de mamíferos

(27)

FIGURA II.3.4. Riqueza cumulativa observada (curva preta) de mamíferos de médio grande porte (curva do coletor),

em função do número cumulativo de amostras (campanhas) das campanhas do “Programa de monitoramento da fauna de vertebrados terrestres – UHE Mauá”.

É interessante mencionar que a maioria das espécies de médio e grande porte foi registrada de maneira ocasional. Diversos apontamentos ocorreram durante a instalação e revisão das armadilhas, bem como durante o deslocamento entre as unidades e sítios amostrais. Nestes percursos tentou-se procurar locais propícios para busca de pegadas por sua característica de solo (ex.: banhados, locais de solo úmido e proximidades com corpos d’água) e cada área visitada foi rigorosamente inspecionada identificando-se, quando possível, as pegadas encontradas (Becker & Dalponte, 1991; Lima-Borges & Tomás, 2004). Esta fonte de registro foi substancial para o inventário de representantes das ordens Cingulata, Pilosa, Carnivora e Artiodactyla.

As espécies de médio e grande porte observadas nas áreas do empreendimento incluem-se em uma escala de grande importância ecológica e principalmente de conservação como, por exemplo, os porcos do mato e os cervídeos, incluindo também os representantes da ordem Carnivora. Essas e outras espécies de médio e grande porte têm sido mencionadas pela comunidade científica como bons indicares de impacto da atividade humana ou integridade ambiental (Morrison et al., 2007).

II.3.2. Síntese dos resultados

A mastozoofauna das áreas estudadas encontra-se com informações sequenciais e importantes, tanto do ponto de vista qualitativo quanto quantitativo, para embasar

0 5 10 15 20 25 30 Camp. 1 Camp. 3 Camp. 5 Camp. 7 Camp. 9 Camp. 11 Camp. 13 Camp. 15 Camp. 17 Camp. 19 Núm e ro de es ci e s

(28)

interpretações acerca dos impactos ocorridos, bem como para subsidiar ações de estudos específicos e de mitigação de impacto sobre as espécies de mamíferos deste de outros empreendimentos hidrelétricos.

No decorrer do estudo não é possível distinguir com clareza as comunidades entre as diferentes unidades, sugerindo que os fatores ambientais que determinam a estruturação das comunidades não são simples, embora tenham-se observado táxons mais especialistas, que ocorrem somente em uma ou outra localidade devido a algumas características peculiares de hábitat.

Quanto à comparação entre as etapas pré-impacto e durante as intervenções é necessário fazer algumas considerações. Para os pequenos mamíferos não-voadores destaca-se que a resposta dessas comunidades às alterações ambientais é bastante direcionada e pontual devido à sua massa corporal diminuta e à capacidade restrita de deslocamentos diários (Vieira & Cunha, 2008). Além dessa baixa mobilidade, a presença de barreiras ambientais impostas a alguns pequenos mamíferos, como alguns tipos de matrizes, impetem que pequenos vertebrados se movimentem livremente entre as manchas de hábitat remanescente (Stevens

et al., 2004).

Um dos efeitos detectados no estudo, mas que carece de investigação particular, é o efeito dos espécimes desalojados pelas supressão de hábitat sobre a comunidade residente. Os dados aqui coligidos sugerem que este é um efeito potencialmente severo, incluindo aumento de competição (inter e intra-específicas), forçando à exclusão desse montante adicional de animais, ou mesmo a expulsão de espécimes anteriormente fixados, conforme evidenciado pelas grandes flutuações na captura de mamíferos de pequeno porte, valores que não se mantiveram durante as etapas de supressão e enchimento.

No caso dos mamíferos voadores e as espécies de maior porte, que tem mais facilidade na fuga dado ao seu potencial maior de deslocamento, algumas respostas também puderam ser detectadas no estudo, como alteração no uso de hábitats e possível adensamento pelo afugentamento das áreas impactadas.

(29)

II.4. Anfibiofauna

II.4.1 Síntese do monitoramento

O monitoramento da anfíbiofauna das áreas de influência da UHE Mauá até a etapa do enchimento apresentou importantes informações a respeito da dinâmica populacional, da temporal e espacial das espécies e dados sobre os impactos da supressão da vegetação sobre a taxocenose.

Durante o monitoramento pré-impacto foram registrados 32 espécies de anfíbios (TABELA

II.4.1). Informações sobre a área de vida de algumas populações demonstrou a sensibilidade deste grupo diante dos futuros impactos. Verificou-se a territorialidade das espécies

Aplastodiscus albosignatus e Crossodactylus sp., e uma restrita área de vida tanto para estas

duas espécies quanto para Scinax catharinae. Observou-se a dinâmica das populações de

Rhinella abei e R. icterica, demonstrando a dependência de fragmentos florestais no

recrutamento dos jovens e da conexão dos fragmentos com os sítios reprodutivos em áreas abertas. Quanto ao uso espacial dos sítios reprodutivos, observou-se uma forte relação de ambientes lênticos de borda de florestas com a diversidade de anfíbios, fortemente influenciada pela grande diversidade de hilídeos. A preferência deste grupo por estes ambientes pode estar associada à baixa presença de predadores aquáticos, principalmente peixes (Resetarits & Wilbur, 1989), já que muitas espécies desta família depositam seus ovos diretamente na água. Alternativamente, essa diversidade em borda de floresta pode estar associada à estrutura de vegetação destes habitats que se adéquam as relações de competição das diferentes espécies de hilídeos, possibilitando uma segregação espacial (Conte & Machado, 2005). Sobre a distribuição temporal das espécies, notou-se uma correlação entre a variação da precipitação e temperatura sobre a riqueza e abundância de anfíbios, com a tendência de mais espécies estarem ativas, forrageando e se reproduzindo, na primavera e no verão, caracterizadas como estações quentes e chuvosas.

No monitoramento durante a supressão vegetacional foram registradas 21 espécies de anfíbios (TABELA II.4.1), sendo uma espécie nova para todo o estudo, totalizando 33 espécies de anfíbios. Observou-se a extinção local das populações de Aplastodiscus albosignatus,

(30)

APP A e C. Nenhum indivíduo foi encontrado no brejo acima do riacho da APP A, nem acima do riacho da APP C.

Na atual etapa do monitoramento forma registradas 28 espécies de anfíbios, sendo dois novos registros para o estudo: Dendropsophus sanborni e Aplastodiscus perviridis (TABELA II.4.1).

TABELA II.4.1. Espécies de anfíbios registradas em cada etapa do monitoramento de fauna UHE Mauá, com os

respectivos métodos de registros.

LEGENDA: 1. Armadilhas de interceptação e queda; 2. Amostragem em sítios de reprodução.

Família Espécie MR Pré-Impacto Supressão Enchimento

Brachycephalidae Ischnocnema henselii 1,2 X X X

Bufonidae Rhinella abei 1,2 X X X

Rhinella icterica 1,2 X X X

Melanophryniscus cf. tumifrons 1 X

Craugastoridae Haddadus binotatus 1 X X X

Cycloramphidae Odontophrynus americanus 1,2 X X

Proceratophrys brauni 1 X

Hylidae Aplastodiscus albosignatus 2 X X X

Aplastodiscus perviridis 2 X Bokermannohyla circumdata 2 X X Dendropsophus microps 2 X X X Dendropsophus minutus 2 X X X Dendropsophus sanborni 2 X Hypsiboas albopunctatus 2 X Hypsiboas faber 2 X X X Hypsiboas prasinus 2 X X X Hypsiboas sp. (gr. pulchellus) 2 X X X Phyllomedusa tetraploidea 2 X X X Phasmahyla sp. 2 X Scinax aromothyella 2 X X Scinax rizibilis 2 X

Scinax aff. catharinae 2 X X X

Scinax fuscovarius 2,3 X X X

Scinax perereca 2 X X X

Sphaenorhynchus caramaschii 2 X X X

Trachycephalus dibernardoi 1 X

Hylodidae Crossodactylus sp. 1,2 X X X

Leiuperidae Physalaemus cuvieri 1,2 X X X

Physalaemus aff. gracilis 1,2 X X

Leptodactylidae Leptodactylus fuscus 1,2 X X X

Leptodactylus notoaktites 1,2 X X X

Leptodactylus mystacinus 1,2 X X

Leptodactylus latrans* 2 X X X

Microhylidae Elachistocleis bicolor 2 X

Ranidae Lithobates catesbeianus 1 X

(31)

O total de anfíbios é de 35 espécies e representa 90% das espécies encontradas para o município de Telêmaco Borba (Conte & Rossa-Feres, 2006). As espécies que não foram encontradas são: Vitreorana uranoscopa, Dendropsophus anceps (o único taboal que se tem registro dessa espécie não fez parte do estudo de monitoramento), Scinax squalirostris, Scinax

sp. (gr. x-signatus) e Leptodactylus gracilis. A espécie Melanophryniscus cf. tumiforns é citada

para a região no trabalho de Machado (2004). Isso totaliza somente na região de Telêmaco Borba 40 espécies de anfíbios anuros.

II.4.2 Suficiência amostral

Em todas as etapas do monitoramento as curvas de acumulação de espécies em relação ao estimador ACE para o método amostragem em sítio de reprodução demonstram tendência à assíntota (FIGURA II.4.1).

(32)

FIGURA II.4.1.Curvas de acumulação de espécies para o método de amostragem em sítios de reprodução para cada etapa do monitoramento de fauna da UHE Mauá, com a respectiva curva do estimador ACE.

LEGENDA: a. Pré-impacto; b. Supressão; c. Enchimento.

Ao contrário, para o método de armadilhas de interceptação e queda, somente na etapa supressão a curva de acumulação de espécie tende à estabilização (FIGURA II.4.2B). Na etapa pré-impacto eram esperadas mais espécies, o que foi verificado em campanhas posteriores. Mesmo assim, na etapa de enchimento os dados indicam que mais espécies podem ser encontradas (FIGURA II.4.2C).

(33)

FIGURA II.4.2.Curvas de acumulação de espécies para o método de armadilhas de interceptação e queda para cada etapa do monitoramento de fauna da UHE Mauá, com a respectiva curva do estimador ACE.

LEGENDA: a. Pré-impacto; b. Supressão; c. Enchimento.

II.4.3. Curvas de diversidade

Visualmente, as curvas de rarefação de espécies baseadas em amostras demonstraram que para o método de amostragem em sítio de reprodução ocorreu um aumento no encontro de espécies durante a etapa de enchimento quando se equivale o esforço amostral (em dias) entre as três etapas. A menor diversidade foi obtida durante a supressão (FIGURA II.4.3A). Para o método de armadilhas de interceptação e queda (FIGURA II.4.3B), a maior diversidade foi encontrada durante a etapa pré-impacto. Contudo, embora as curvas apresentem essas

(34)

tendências, não se obteve diferença significativa entre elas, conforme ilustrado pela grande abrangência das curvas dos intervalos de confiança.

FIGURA II.4.3. Curvas de rarefação baseadas em amostras geradas para cada etapa do monitoramento de fauna da

UHE Mauá (pré-impacto, supressão e enchimento) para cada método de estudo.

LEGENDA: a. Amostragem em sítio de reprodução; b. Armadilhas de interceptação e queda.

Fazendo as análises separadamente nas unidades amostrais, verifica-se que nas unidades Frente, APP e Linhão há maior diversidade na etapa pré-impacto quando comparado ao esforço equivalente para o método de amostragem em sítio de reprodução, diferença que é estatisticamente significativa (FIGURA II.4.4).

(35)

FIGURA II.4.4. Curvas de rarefação baseadas em indivíduos geradas para cada etapa do monitoramento de fauna da

UHE Mauá (quadrado - pré-impacto, losango - supressão e triângulo - enchimento) para o método de estudo amostragem em sítio de reprodução, em cada unidade.

LEGENDA: a. Unidade Frente; b. Unidade APP; c. Unidade Controle; d. Unidade Linhão.

O mesmo ocorre para o método de armadilhas de interceptação e queda, mas o resultado é verificado em todas as unidades amostrais (FIGURA II.4.5).

FIGURA II.4.5. Curvas de rarefação baseadas em indivíduos geradas para cada etapa do monitoramento de fauna da

Usina Hidrelétrica Mauá (quadrado - pré-impacto, losango - supressão e triângulo - enchimento) para o método de estudo armadilhas de interceptação e queda, em cada unidade.

(36)

II.4.4. Diferenças de riqueza e abundância

Detectamos diferenças significativas nos resultados obtidos pelo método de amostragem em sítio de reprodução quanto à riqueza de espécies da unidade Frente e na unidade Controle entre as etapas de monitoramento (TABELA II.4.2). No caso dos valores de abundância pelo mesmo método, o teste apontou diferenças na unidade Linhão, unidade APP, unidade Controle e unidade Frente (TABELA II.4.2).

TABELA II.4.2. Resultados do teste do qui-quadrado para cada unidade amostral e para duas amostragens em cada

estação referentes às três etapas do monitoramento de fauna da UHE Mauá. Computaram-se estes valores somente para o método de amostragem em sítios de reprodução em relação à riqueza e abundância absoluta das espécies de anfíbios. Ilustram-se apenas os valores estatisticamente significativos (α = 0,05).

Estação ULI UFA-APP UFA-Frente UCO

Riqueza Inverno - - - - Inverno - - 8,07 - Primavera - - 5,96 - Primavera - - - 7,8 Abundância Inverno 10,75 - 28,79 17,64 Inverno - - 79,35 - Primavera - - 85,72 13,72 Primavera 7,54 8,82 8,59 18,06

Para o método de armadilhas de interceptação e queda, somente para na primavera e nas unidades Frente e APP obteve-se diferenças significativas entre o esperado e o observado (TABELA II.4.3.)

TABELA II.4.3. Resultados do teste do qui-quadrado para cada unidade amostral e para duas amostragens em cada

estação referentes às três etapas do monitoramento de fauna da UHE Mauá. Computaram-se estes valores somente para o método de interceptação e queda em relação à riqueza e abundância absoluta das espécies de anfíbios. Ilustram-se apenas os valores estatisticamente significativos (α = 0,05).

Estação ULI UFA-APP UFA-Frente UCO

Riqueza Inverno - - - - Inverno - - - - Primavera - - - - Primavera - - - - Abundância Inverno - - - - Inverno - - - - Primavera - 7,62 24,5 - Primavera - - - -

(37)

III

A

TIVIDADES DESENVOLVIDAS PARA A ULTIMA ETAPA

Em conformidade com o cronograma inicialmente elaborado para o presente estudo, todos os preparativos para a continuidade do monitoramento em campo vem sendo desenvolvidas desde o término da 3ª etapa. Estas ações envolvem (i) a organização e análise dos dados acumulados até então, (ii) manutenção de equipamentos e petrechos usados em campo, (iii) realização de reuniões técnicas para novas discussões metodológicas e analíticas, entre outras.

Devido à aproximação do término do estudo a equipe técnica também vem desenvolvendo a concepção de um documento técnico final para apresentar os resultados consolidados do monitoramento, dando especial ênfase ao atendimento dos requerimentos do estudo e inicialmente propostos no plano de trabalho. Além destas informações outras deverão ser incluídas, todas obtidas ao longo das atividades de campo e escritório e consideradas partes integrantes e de fundamental importância técnico-científica no escopo ambiental do empreendimento.

A integração dos dados do presente monitoramento com os estudos específicos a serem iniciados a partir de 2013 também deverá ser realizada a partir dos próximos relatórios. Tais interações são fundamentais para consubstanciar as ações de pesquisa e eventual manejo de modo mais adequado, considerando todo o universo de informações colhidos durante a instalação e nos primeiros momentos do empreendimento.

(38)

IV

R

EFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E

LITERATURA CONSULTADA

Becker, M. & Dalponte, J.C. 1991. Rastros de mamíferos silvestres brasileiros: um guia de campo. Brasília: Universidade de Brasília. 180 p.

Becker, R.G.; Paise, G.; Baumgarten L.C. & Vieira, E.M. 2007. Estrutura de Comunidades de Pequenos Mamíferos e Densidade de Necromys lasiurus (Rodentia, Sigmodontinae) em Áreas Abertas de Cerrado no Brasil Central. Mastozoología Neotropical, 14(2):157-168.

Conte, C. E. & Rossa-feres, D. C. 2006. Diversidade e ocorrência temporal da anurofauna (Amphibia. Anura) em São José dos Pinhais. Paraná. Brasil. Revista Brasileira de Zoologia. 23(1): 162-175. Fleming, T.H. 1975. The role of small mammals in tropical ecosystems. In: Golley, K.P.; Ryszkowski. Small

mammals: their productivity and population dynamics: Cambridge Univesity Press.

Gheler-Costa, C.; Verdade, L.M. & Almeida, A.F. 2002. Mamíferos não-voadores do campus "Luiz de Queiroz", Universidade de São Paulo, Piracicaba, Brasil. Revta. bras. Zool. 19(2): 203-214.

Karraker, N.E. 2001. String theory: reducing mortality of mammals in pitfall traps. Wildlife Society Bulletin 29: 1158-1162.

Lessa,G.; Gonçalves, P.R.; MoraisJúnior, M.M.; Costa, F.M.; Pereira, R.F. e Paglia, A.P. 1999. Caracterização e monitoramento da fauna de pequenos mamíferos terrestres de uma fragmento de mata secundária em Viçosa, Minas Gerais. Bios, Cadernos do Departamento de Ciências Biológicas da PUC Minas, 7(7): 41-49.

Lima Borges, P.A. & Tomás, W.M. 2004. Guia de rastros e outros vestígios de mamíferos do Pantanal. Corumbá: EMBRAPA Pantanal. 139 p.

Machado, R.A. 2004. Ecologia de assembléias de anfíbios anuros no município de Telêmaco Borba, Paraná, sul do Brasil. Tese de doutorado, Universidade Federal do Paraná, Curitiba.

Morrison, J.C., Sechrest, W., Dinerstein, E.; Wilcove, D. S. & Lamoreux, J.F. 2007. Persistence of large mammal faunas as indicators of global human impacts. Journal of Mammalogy 88(6):1363–1380. Pardini, R. & Umetsu. 2006. Pequenos mamíferos não-voadores da Reserva Florestal do Morro Grande

distribuição das espécies e da diversidade em uma área de Mata Atlântica. Biota Neotropica 6(2): 3-20.

Resetarits, W. J. and H. M. Wilbur. 1989. Choice of oviposition site by Hyla chrysoscelis: Role of predators and competitors. Ecology 70:220-228.

Slud, P. 1976. Geographic and climatic relationships of avifaunas with special reference to comparative distribuition in the neotropics. Smithsonian Contributions in Zoology 212:1-150.

Stevens, V.M., Polus, E., Wesselingh, R.A., Schtickzelle, N. & Baguette, M. 2004. Quantifying functional connectivity: experimental evidence for patchspecific resistance in the natterjack toad (Bufo

(39)

V

A

PÊNDICES

APÊNDICE 1. Métodos e procedimentos relacionados ao estudo da avifauna no “Programa de monitoramento da

fauna de vertebrados terrestres – UHE Mauá”.

LEGENDA: 1. amostragem por ponto de escuta; 2. redes-de-neblina; 3. ave capturada em rede-de-neblina; 4. anilhamento; 5. tomada de dados biométricos; 6. ave anilhada.

1 2

3 4

(40)

APÊNDICE 2. Algumas aves registradas na região do empreendimento “UHE Mauá”.

LEGENDA: 1. Drymophila rubricollis; 2. Spizaetus melanoleucus; 3. Campylorhamphus falcularius; 4. Onychorhynchus

swainsoni; 5. Grallaria varia registrada em armadilha fotográfica; 6. Pulsatrix koeniswaldiana registrada em

armadilha fotográfica.

1 2

3 4

(41)

APÊNDICE 3. Répteis registrados na região do empreendimento “UHE Mauá” durante a segunda fase deste estudo. LEGENDA: 1. iguaninha (Enyalius perditus); 2. teiú (Tupinambis merianae); 3. corredeira-do-mato (Echinanthera

cyanopleura); 4. falsa-coral (Erythrolamprus aesculapii); 5. verde-listrada (Philodryas olfersii); 6.

cobra-espada (Tomodon dorsatus); 7. coral-verdadeira (Micrurus altirostris); 8. jararaca (Bothropoides jararaca).

1 2

3 4

5 6

(42)

APÊNDICE 4. Métodos empregados para o registro de mamíferos no “Programa de monitoramento da fauna de

vertebrados terrestres – UHE Mauá”.

LEGENDA: 1 e 2. Armadilhas do tipo live-trap; 3. Armadilha de queta (pitfall); 4. Akodon sp. utilizando abrigo na armadilha-de-queda (pitfall); 5. Busca por evidências; e 6. Armadilhas fotográficas.

1 2

3 4

(43)

APÊNDICE 5. Alguns mamíferos capturados na região do empreendimento “UHE Mauá”.

LEGENDA: 1. Brucepattersonius cf. iheringi; 2. Thaptomys nigrita; 3. Juliomys pictipes; 4. Monodelphis cf. sorex 5.

Monodelphis iheringi; e 6. Gracilinanus microtarsus.

1 2

3 4

(44)

APÊNDICE 6. Alguns mamíferos registrados em armadilhas fotográficas na região do empreendimendo “UHE Mauá”. LEGENDA: 1. Leopardus pardalis; 2. Cuniculus paca; 3. Dasyprocta azarae; 4. Eira barbara; 5. Pecari tajacu; e 6.

Myrmecophaga tridactyla.

1 2

3 4

(45)

APÊNDICE 7. Algumas imagens das espécies de anfíbios encontradas durante o estudo do “Monitoramento de fauna

de vertebrados terrestres – UHE Mauá”. 1. Hypsiboas sp. (gr. pulchellus); 2. Rhinella icterica; 3. Physalaemus cuvieri; 4. Phyllomedusa disticta; 5. Melanophryniscus cf. tumifrons; 6. Leptodactylus mystacinus; 7. Dendropsophus

microps; 8. Haddadus binotatus; 9. Bokermannohyla circumdata; 10. Scinax aff. catharinae; 11. Ischnocnema henselii; 12. Crossodactylus sp.; 13. Aplastodiscus albosignatus; 14. Hypsiboas faber.

1 2

3 4

(46)

7 8

9 10

Referências

Documentos relacionados

http://pt.yourpdfguides.com/dref/3883315.. · Sua câmera irá mostar o aviso de movimento quando tirar fotos com pouca luz. Automático: A câmera selecionará a configuração de flash

Se você aumentar o zoom num objeto no modo Fotografia e o indicador de zoom estiver no alcance digital, sua câmera está usando o zoom Digital.. Usando ambos, zoom Ótico 26X e Digital

A produção de biogás das amostras com mistura de lodo e resíduo (Figura 2a) foi maior do que as misturas com água, resultando em valores de geração acumulada de biogás de 81,08

bateria Insira um cartão de memória e bateria Funções básicas 14 Conheça sua câmera Microfone Botão de zoom · No Modo de fotografia: Aumentar ou diminuir o zoom · No

À medida que a câmera tenta permitir mais entrada de luz, a velocidade do obturador é reduzida. Isso pode tornar difícil manter a câmera fixa o tempo suficiente para capturar uma

Relação dos processos de PESSOA JURÍDICA deferidos pela Unidade de Atendimento “ad referendum” da Câmara Especializada Engenharia Industrial, referente aos meses de março

Mestre ou doutor na área de Matemática, Computação ou áreas afins.. Mestre ou doutor na área de Computação ou Especialização na área de Programação de

BAIRRO LIMPÃO 1 1 3 3 UBS FINCO UBS DEMARCHI UBS IPÊ UBS FERRAZÓPOLIS UBS FARINA UBS LEBLON UBS JORDANÓPOLIS..