• Nenhum resultado encontrado

ANO XXVII ª SEMANA DE OUTUBRO DE 2016 BOLETIM INFORMARE Nº 41/2016

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "ANO XXVII ª SEMANA DE OUTUBRO DE 2016 BOLETIM INFORMARE Nº 41/2016"

Copied!
29
0
0

Texto

(1)

ANO XXVII - 2016 - 2ª SEMANA DE OUTUBRO DE 2016

BOLETIM INFORMARE Nº 41/2016

ASSUNTOS

ASSUNTOS

ASSUNTOS

ASSUNTOS TRABALHISTAS

TRABALHISTAS

TRABALHISTAS

TRABALHISTAS

ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE HORAS – CONSIDERAÇÕES ... Pág.1035 ACORDO DE PRORROGAÇÃO DE HORAS – CONSIDERAÇÕES ... Pág.1046 SIPAT - SEMANA INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES DO TRABALHO - OBRIGATORIEDADE - QUALQUER

(2)

ASSUNTOS

ASSUNTOS

ASSUNTOS

ASSUNTOS TRABALHISTAS

TRABALHISTAS

TRABALHISTAS

TRABALHISTAS

ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE HORAS Considerações Sumário 1. Introdução 2. Conceitos 2.1 – Jornada De Trabalho 2.2 – Horas Extras 2.3 – Banco De Horas

3. Acordo De Compensação De Horas 3.1 – Conceito

3.2 - Acordo Por Escrito 3.3 - Limite De Horário 3.4 - Compensação Do Sábado

3.5 – Descaracterização Do Acordo De Compensação 3.6 - Ficha Ou Livro De Registro – Anotação

4. Compensação Através De Acordo Ou Convenção Coletiva 4.1 – Celebração

4.2 - Registro E Arquivo 4.3 – Validade

4.4 - Duração Máxima

4.5 - Afixação Dos Acordos Em Local Visível

5. Acordo De Compensação E Prorrogação Simultâneos 6. Trabalho Insalubre - Licença Prévia

7. Jornada 12 X 36

8. Empregados Menores (16 (Dezesseis) A 18 (Dezoito) Anos) 9. Profissões E Modalidades Proibidas De Celebrar Acordo 10. Contrato A Prazo – Extinção

11. Aviso Prévio Trabalhado

12. Desconto Das Faltas Injustificadas E O Acordo De Compensação De Horas 13. Fiscalização/Penalidades

13.1 - Quanto Ao Trabalho Do Menor

1. INTRODUÇÃO

As limitações da jornada de trabalho estão estabelecidas na Constituição Federal (CF), na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e em outras Legislações ordinárias.

A jornada de trabalho ou duração do trabalho é a forma do empregado participar com suas funções na empresa, sempre vinculado a um período de horas, expressas no contrato de trabalho e firmado entre empregador e empregado.

De acordo com a Legislação (Artigo 58 da CLT e Artigo 7° da CF), a jornada de trabalho padrão é de 44 (quarenta e quatro) horas semanais ou 8 (oito) horas diárias, para os empregados em qualquer atividade privada, desde que não seja fixado expressamente outro limite. E para todos os fins legais, admitidas pela jurisprudência e fiscalização, um empregado que trabalha 8 (oito) horas por dia e no máximo 44 (quarenta e quatro) horas na semana, tem carga mensal de 220 (duzentas e vinte) horas.

Nesta matéria será tratada sobre o acordo de compensação de horas, com sua possibilidades, vedações e procedimentos, conforme determina as legislações vigentes.

2. CONCEITOS

Para melhor compreensão da matéria, segue abaixo alguns conceitos relacionadas a carga horária do empregado.

2.1 – Jornada De Trabalho

A jornada de trabalho ou duração do trabalho é a forma do empregado participar com suas funções na empresa, sempre vinculado a um período de horas.

Jornada de trabalho também é o tempo em que o empregado esteja à disposição de seu empregador aguardando ou executando ordens.

A jornada de trabalho normal será o espaço de tempo durante o qual o empregado deverá prestar serviço ou permanecer à disposição do empregador. (Ministério do Trabalho e Emprego)

(3)

“Jornada de trabalho é a quantidade de labor diário do empregado, podendo ser analisado sob três prismas: do tempo efetivamente trabalhado, do tempo à disposição do empregador e do tempo in itinere. (MARTINS - 2001, p. 437)”.

“Jornada de trabalho é o tempo em que o empregado permanece, mesmo sem trabalhar, à disposição do empregador e quando, em casos especiais, manda computar como de jornada de trabalho o tempo em que o empregado se locomove para atingir o local de trabalho”. (NASCIMENTO: 2003)

“A jornada de trabalho normal será o espaço de tempo durante o qual o empregado deverá prestar serviço ou permanecer à disposição do empregador, com habitualidade, executadas as horas extraordinárias. Nos termos da CF, art. 7º, XIII, sua duração deverá ser de até 8 horas diárias, e 44 horas semanais”. (Extraído do site do Ministério do Trabalho e Emprego http://www3.mte.gov.br/ouvidoria/duvidas_trabalhistas.asp).

2.2 – Horas Extras

A expressão horas extras, excedente ou horas suplementares, também conhecida como prorrogação à jornada de trabalho, é quando o empregado excede na quantidade de horas contratualmente determinadas.

O pagamento de horas extras está previsto na Constituição Federal, no art. 7º, inciso XVI, o qual garante o direito aos trabalhadores urbanos e rurais de“remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal”.

A Legislação do Trabalho, visando garantir proteção ao empregado e não deixar o limite do tempo por conveniência do empregador, procurou limitar esta prorrogação a 2 (duas) horas diárias (Artigo 59 da CLT).

2.3 – Banco De Horas

Banco de horas é um sistema de flexibilização da jornada de trabalho diária que possibilita a posterior compensação de horas trabalhadas, ou seja, corresponde em acrescer a jornada de determinados dias em função de outro suprimido, sem que essas horas configurem como horas extras.

“O Banco de Horas é um acordo de compensação em que as horas excedentes trabalhadas em um dia são compensadas com a correspondente diminuição da jornada em outro dia. Sua validade está prevista na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), no parágrafo 2º do artigo 59”.

A Lei nº 9.601/1998 trouxe a alteração dos parágrafos 2º e 3º do artigo 59 da CLT, legalizando o banco de horas e possibilitando a compensação de horas, conforme seu art. 6º:

“Art. 6º - O art. 59 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT passa a vigorar com a seguinte redação:

Artigo 59 da CLT, § 2º - Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de cento e vinte dias, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias”.

O entendimento da jurisprudência sobre a compensação de horário só será válido com o cumprimento das exigências legais, através de documento hábil, por escrito e comprovado com o acordo exigido por lei, através da convenção coletiva (Artigo 7º, XIII, CF/1988).

3. ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE HORAS

A Constituição Federal, em seu art. 7º, inciso XIII, limitou a duração do trabalho normal não superior a 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho.

Também tem o artigo 58 da CLT: “A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite”.

3.1 – Conceito

O acordo de compensação de horas é o sistema utilizado pelas empresas para a compensação de pequenas diferenças na jornada de trabalho dos seus empregados.

(4)

“O acordo de compensação de jornada é um contrato acessório ao contrato individual de trabalho”.

A compensação da jornada de trabalho tem previsão no artigo 7°, inciso XIII, da Constituição Federal, que estabelece a permissão de compensação de horário.

Normalmente, existem situações tais como a dos empregados que não trabalham aos sábados ou ainda redução ou supressão do trabalho que antecedem os feriados.

Exemplos:

a) segundas-feiras que antecedem feriados às terças-feiras; b) sextas-feiras que sucedem feriados às quintas-feiras; c) dias de carnaval e quarta-feira de cinzas (meio expediente); d) a jornada do sábado é trabalhada durante a semana; etc.

3.2 - Acordo Por Escrito

Segundo a CLT, em seu artigo 59 e também a Súmula do TST n° 85, a compensação de horas exige acordo escrito entre empregado e empregador ou contrato coletivo de trabalho.

“O acordo de compensação não poderá ser verbal ou tácito, deverá ser por escrito, pois a lei prevê expressamente a sua forma escrita. No caso de homologado pelo sindicato da categoria profissional, trata-se de exigência decorrente da interpretação do art. 7º, XIII, da Constituição Federal que presume a compensação através de acordo ou convenção coletiva de trabalho”.

“Art. 59, § 2º da CLT - Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)”.

“SÚMULA Nº 85 DO TST (TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO) COMPENSAÇÃO DE JORNADA (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 182, 220 e 223 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005

I. A compensação de jornada de trabalho deve ser ajustada por acordo individual escrito, acordo coletivo ou convenção coletiva. (ex-Súmula nº 85 - primeira parte - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)

II. O acordo individual para compensação de horas é válido, salvo se houver norma coletiva em sentido contrário. (ex-OJ nº 182 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000)

III. O mero não-atendimento das exigências legais para a compensação de jornada, inclusive quando encetada mediante acordo tácito, não implica a repetição do pagamento das horas excedentes à jornada normal diária, se não dilatada a jornada máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional. (ex-Súmula nº 85 - segunda parte - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)

IV. A prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordo de compensação de jornada. Nesta hipótese, as horas que ultrapassarem a jornada semanal normal deverão ser pagas como horas extraordinárias e, quanto àquelas destinadas à compensação, deverá ser pago a mais apenas o adicional por trabalho extraordinário. (ex-OJ nº 220 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)”.

Jurisprudência:

RECURSO DE REVISTA. HORA EXTRA. COMPENSAÇÃO CLÁSSICA. ACORDO DE COMPENSAÇÃO. ACORDO INDIVIDUAL ESCRITO. VALIDADE. SÚMULA 85/TST. A jurisprudência desta Corte (consubstanciada na Súmula 85, I/TST)é no sentido de que a compensação de jornada de trabalho deve ser ajustada por acordo individual escrito, acordo coletivo ou convenção coletiva. Na hipótese dos autos, o Tribunal a quo, ao considerar inválido o acordo de compensação individual escrito, contrariou a Súmula 85, I/TST. Recurso de revista conhecido e provido. (Processo: RR 9492220125040663 – Relator(a): Mauricio Godinho Delgado – Julgamento: 03.12.2014)

(5)

Na jornada de trabalho para fins de compensação, permite-se prorrogar até o máximo de 2 (duas) horas diárias, respeitando-se a duração normal de 44 (quarenta e quatro) horas semanais e o limite máximo diário de 10 (dez) horas (Artigo 59 da CLT), ou seja, o acordo de compensação não poderá ultrapassar 2 (duas) horas diárias além da jornada normal ou 10 (dez) horas semanais.

A compensação pode acontecer tanto no início do período de trabalho quanto no seu término, ou seja, o empregado pode entrar mais cedo do seu horário normal ou sair mais tarde.

Exemplo:

a) 8h x 5 (2ª a 6ª feira) = 40h e 4h (sábado), totalizando a jornada semanal de 44h;

b) acréscimo de 48 minutos por dia de 2ª a 6ª feira, para compensar o sábado, ficando assim:

- No sábado a jornada diária são 4h, então, 60 minutos x 4 = 240 minutos : 5 dias (2ª a 6ª feira) = 48 minutos; Jornada de trabalho do empregado de segunda-feira a sexta-feira será das 08h às 17:48h, com 1 (uma) hora de intervalo intrajornada e compensando o sábado.

*Jornada diária = 08:48 horas (8:48h x 5 dias, segunda-feira a sexta-feira) = 44 horas semanais.

Jurisprudência:

ACORDO DE COMPENSAÇÃO. INVALIDADE. LIMITE DE 10 HORAS DIÁRIAS EXCEDIDO. HORAS EXTRAS HABITUAIS. SÚMULA 85 DO TST. O acordo de compensação da jornada de trabalho ajustado entre as partes, por meio de norma coletiva, deve ser invalidado quando infringir constantemente o limite de 10 horas diárias previsto no art. 59, § 2º, da CLT, e, ainda, quando ficar caracterizada a não-obediência dos limites diários acertados, configurando prestação de horas extras, à teor da Súmula 85 do TST.” (Acórdão 04875-2007-016-12-00-5- Des. Edson Mendes de Oliveira - Publicado no TRTSC/DOE em 09-07-2008)

3.4 - Compensação Do Sábado

Tem empresas que utilizam o sistema de compensação de horário de trabalho, para compensar o sábado, o qual os empregados exercem uma jornada de trabalho superior a 8 (oito) horas diárias, perfazendo um jornada total de 44 (quarenta e quatro) horas semanais. Que pode ser, por exemplo:

a) acordos de compensação de horas, para compensar o sábado, onde o empregado trabalha uma jornada de 8 horas e 48 minutos, de segunda a sexta-feira;

b) acordos de compensação de horas, para compensar o sábado, onde o empregado trabalha uma jornada de 9 (nove) horas diárias de segunda a quinta-feira.

As empresas que possuem acordo de compensação de horas com seus empregados não podem utilizar o sistema de compensação quando houver feriado coincidente com o sábado.

Exemplos:

a) O empregado com jornada de trabalho de segunda a sexta-feira das 08h às 17:48h, com 1 (uma) hora de intervalo intrajornada e compensando o sábado.

Jornada diária = 08:48 horas (8:48h x 5 dias, segunda-feira a sexta-feira) = 44 horas semanais.

b) O empregado com jornada de trabalho de segunda a quinta das 08h às 18h e na sexta-feira das 08h às 17h, com 1h (uma) hora de intervalo intrajornada e compensando o sábado.

- Jornada diária = 09:00 horas, de segunda a quinta-feira com uma hora de intervalo; - Jornada diária = 08:00 horas, na sexta-feira com uma hora de intervalo;

- Totalizando a jornada semanal (9 x 4 = 36h de segunda-feira a quinta-feira e 8 x 1 = 8h na sexta-feira = 36 + 8 = 44h) 44 horas semanais.

(6)

Observação: Verificar também o subitem “3.5 – Descaracterização Do Acordo De Compensação” e as

jurisprudências.

3.5 – Descaracterização Do Acordo De Compensação

Conforme a Súmula n° 85 do TST, inciso IV, a prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordo de compensação de jornada. Nesta hipótese, as horas que ultrapassarem a jornada semanal normal deverão ser pagas como horas extraordinárias e, quanto àquelas destinadas à compensação, deverá ser pago a mais apenas o adicional por trabalho extraordinário.

Conforme jurisprudência se torna inválido e ineficaz o acordo para compensação, quando na prática houver habitual labor aos sábados, dia que era destinado ao descanso, com isso faz jus o empregado ao recebimento do adicional de no mínimo 50% (cinquenta por cento), de acordo com o artigo 59 da CLT, pois não havendo as horas destinadas à compensação, caracteriza-se como horas-extras.

Extraído das jurisprudências abaixo: “A ocorrência de trabalho habitual em sábados invalida o regime de

compensação quando a finalidade do acordo seja exatamente a supressão do labor em tais dias, tornando desnecessária a demonstração de horas extraordinárias, pois evidente o labor em sobrejornada”.

Jurisprudências:

HORAS EXTRAS. TRABALHO HABITUAL NOS DIAS DESTINADOS À COMPENSAÇÃO (SÁBADOS). DESNECESSIDADE DE DEMONSTRATIVO DE HORAS EXTRAS. SÚMULA 85, IV, DO TST. A ocorrência de trabalho habitual em sábados invalida o regime de compensação quando a finalidade do acordo seja exatamente a supressão do labor em tais dias, tornando desnecessária a demonstração de horas extraordinárias, pois evidente o labor em sobrejornada. Nos termos do item IV, da Súmula 85, do TST, porém, uma vez descaracterizado o acordo de compensação, a condenação deve se restringir ao pagamento do adicional para as horas destinadas à compensação, pois já foram remuneradas de forma simples, remanescendo o pagamento integral (valor da hora normal acrescido do adicional) das horas excedentes da jornada semanal. (TRT-PR-11292-2012-041-09-00-4-ACO-26370-2013 - 6A. TURMA - Relator: SUELI GIL EL-RAFIHI - Publicado no DEJT em 02.07.2013)

ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE JORNADA - DESCARACTERIZAÇÃO. Considerando-se que o acordo de compensação de jornada é um negócio jurídico bilateral, sua plena e eficaz realização decorre da conjugação simultânea dos requisitos da existência, validade e eficácia. Na hipótese tratada nos autos o acordo firmado entre as partes tornou-se inválido e ineficaz, já que na prática houve habitual labor aos sábados, dia que era destinado ao descanso. Logo, não produz os efeitos jurídicos desejados pela recorrente. Recurso da reclamada que se nega provimento. (TRT-PR-00726-2005-655-09-00-3-ACO-06588-2007 - 4. T. Rel.: Arnor Lima Neto. Publicado no DJPR em 13.03.2007)

3.6 - Ficha Ou Livro De Registro – Anotação

De acordo com o art. 74, § 1º, o acordo de compensação deve ser anotado no livro ou ficha de registro dos empregados.

“Art. 74 - § 1º da CLT, o horário de trabalho será anotado em registro de empregados com a indicação de acordos ou contratos coletivos porventura celebrados”.

4. COMPENSAÇÃO ATRAVÉS DE ACORDO OU CONVENÇÃO COLETIVA

A Constituição Federal/1988, em seu artigo 7º, XIII, estabelece que a compensação de horas deve ser realizada mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho.

“O acordo de compensação não poderá ser verbal ou tácito, deverá ser por escrito, pois a lei prevê expressamente a sua forma escrita. No caso de homologado pelo sindicato da categoria profissional, trata-se de exigência decorrente da interpretação do art. 7º, XIII, da Constituição Federal que presume a compensação através de acordo ou convenção coletiva de trabalho”.

“Art. 7º da CF/88 - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

(7)

XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho”.

O artigo 59 da CLT que estabelece o acordo de compensação de horas individuais não foi revogado, conforme abaixo:

“Art. 59 da CLT - A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente a 2 (duas), mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho.

§ 2º - Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias”.

Importante: Devido à previsão constitucional, nossa Lei Magna, para se evitar maiores problemas com a justiça

trabalhista e até mesmo com a fiscalização, o empregador deverá realizar o acordo de compensação de horas mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho.

Jurisprudência:

ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE HORAS. INVALIDADE. Não se pode dar validade ao acordo de prorrogação e compensação de horas firmado individualmente entre o empregado e a empresa quando, à evidência, apenas previa o elastecimento da carga semanal de trabalho, sem conferir, em contrapartida, qualquer compensação de horário benéfica ao empregado e quando o horário instituído por meio desse ajuste não estava respaldado em convenção coletiva de trabalho. (TRT 12.º Região - RO - 03602 - 2006 - 050 - 12-00-3 - 3.ª TURMA - Rel. Lourdes Dreyer - DJ 22.10.2007)

4.1 – Celebração

O acordo coletivo é celebrado por escrito, sem emendas nem rasuras, entre os sindicatos da categoria e as empresas acordantes, conforme artigo 613 da CLT.

“Art. 613, parágrafo único da CLT - As Convenções e os Acordos serão celebrados por escrito, sem emendas nem rasuras, em tantas vias quantos forem os sindicatos convenentes ou as empresas acordantes, além de uma destinada a registro”.

4.2 - Registro E Arquivo

Os sindicatos convenentes ou as empresas acordantes providenciam a entrega de 1 (uma) via do acordo, dentro de 8 (oito) dias da assinatura do acordo, nos órgãos regionais do Ministério do Trabalho, para fins de registro e arquivo, conforme artigo 614 da CLT.

4.3 – Validade

O acordo entra em vigência 3 (três) dias após a entrega efetuada no MTE, com validade por até 2 (dois) anos. “Art. 614, § 1º da CLT - As Convenções e os Acordos entrarão em vigor 3 (três) dias após a data da entrega dos mesmos no órgão referido neste artigo”.

4.4 - Duração Máxima

De acordo com o artigo 614 da CLT em seu § 3º, não será permitido estipular duração de Convenção ou Acordo superior a 2 (dois) anos.

4.5 - Afixação Dos Acordos Em Local Visível

Contados 5 (cinco) dias da data de entrega, dentro deste prazo, os sindicatos convenentes devem afixar cópia autêntica dos acordos, de modo visível, nas respectivas sedes e estabelecimentos das empresas compreendidas em seu campo de aplicação.

“Art. 614, § 2º da CLT - Cópias autênticas das Convenções e dos Acordos deverão ser afixadas de modo visível, pelos Sindicatos convenentes, nas respectivas sedes e nos estabelecimentos das empresas compreendidas no seu campo de aplicação, dentro de 5 (cinco) dias da data de depósito previsto neste artigo”.

(8)

5. ACORDO DE COMPENSAÇÃO E PRORROGAÇÃO SIMULTÂNEOS

Não existe na legislação, dispositivos que tratam sobre os acordos de compensação e prorrogação simultâneos, porém, tem decisões nos tribunais contra e favor dessa ocorrência, conforme segue as jurisprudências abaixo.

Extraído das jurisprudências abaixo:

A favor: “Não existe em nosso ordenamento jurídico norma que impeça a realização de horas extras

simultaneamente ao regime compensatório, desde que sejam observados, é claro, os limites legais impostos à duração da jornada de trabalho”.

Contra: “É inadmissível a acumulação da compensação de jornada com a prestação de horas extras, por ser

manifesta a incompatibilidade entre o acordo de compensação e de prorrogação”.

Jurisprudências:

PROC. Nº TST-RR-387.406/97.5 HORAS EXTRAS. ACORDO DE COMPENSAÇÃO E PRORROGAÇÃO DE JORNADA SIMULTÂNEOS - Não existe em nosso ordenamento jurídico norma que impeça a realização de horas extras simultaneamente ao regime compensatório, desde que sejam observados, é claro, os limites legais impostos à duração da jornada de trabalho. Há, na verdade, a autorização expressa da norma consolidada, ex vi do art. 61, para a extrapolação do limite legal ou convencionado para a duração do trabalho na hipótese de necessidade imperiosa. Recurso provido. (Processo: RR 38740619975 387406/1997.5 – Relator(a): Ronaldo Lopes Leal – Julgamento: 06.02.2002)

ACORDO DE COMPENSAÇÃO E DE PRORROGAÇÃO DE JORNADA ACUMULADO COM BANCO DE HORAS. PREVISÃO CONVENCIONAL. INCOMPATIBILIDADE. É inadmissível a acumulação da compensação de jornada com a prestação de horas extras, por ser manifesta a incompatibilidade entre o acordo de compensação e de prorrogação. As cláusulas normativas que prevêem essa possibilidade carecem de validade jurídica por atentarem contra a norma constitucional que assegura a “redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança” (CF-88, art. 7°, inciso XXII). Não há respaldo legal para a implantação simultânea de sistema misto de compensação semanal com “banco de horas”, dada a impossibilidade de convivência dos dois regimes, posto que o primeiro supõe que os excessos diários de jornada sejam compensados na semana, enquanto o segundo, dentro de prazo mais elástico. A realização de trabalho além do limite máximo de tolerância de 10 horas diárias imposto pelo caput e par. 2º do art. 59 da CLT, torna nulo o acordo de compensação e o “banco de horas”. TRT-PR-RO-05037-2002-Acordao-23276-2002

6. TRABALHO INSALUBRE - LICENÇA PRÉVIA

Nas atividades insalubres, assim consideradas as constantes dos quadros mencionados no capítulo "Da Segurança e da Medicina do Trabalho", ou que neles venham a ser incluídas por ato do Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, quaisquer prorrogações só poderão ser acordadas mediante licença prévia das autoridades competentes em matéria de higiene do trabalho, as quais, para esse efeito, procederão aos necessários exames locais e à verificação dos métodos e processos de trabalho, quer diretamente, quer por intermédio de autoridades sanitárias federais, estaduais e municipais, com quem entrarão em entendimento para tal fim (Artigo 60 da CLT). “SÚMULA Nº 349 DO TST (TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO) ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE HORÁRIO EM ATIVIDADE INSALUBRE, CELEBRADO POR ACORDO COLETIVO. VALIDADE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003: A validade de acordo coletivo ou convenção coletiva de compensação de jornada de trabalho em atividade insalubre prescinde da inspeção prévia da autoridade competente em matéria de higiene do trabalho (art. 7º, XIII, da CF/1988; art. 60 da CLT)”.

Jurisprudência:

ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE HORÁRIO EM ATIVIDADE INSALUBRE, CELEBRADO POR ACORDO COLETIVO. VALIDADE. A validade de acordo coletivo ou convenção coletiva de compensação de jornada de trabalho em atividade insalubre não prescinde da inspeção prévia da autoridade competente em matéria de higiene do trabalho (CRFB, art. 7º, XIII; CLT, art. 60). (Processo: TRT18, RO - 0011109-42.2015.5.18.0104, Relator(a):. MARIO SERGIO BOTTAZZO, 3ª TURMA, - Julgamento: 09.12.2015)

7. JORNADA 12 X 36

A jornada de trabalho especial (12 X 36) é uma prática adotada entre algumas profissões, em que se necessita de um plantão para que o serviço não seja interrompido.

(9)

O sistema de compensação de horas da jornada 12 x 36 tem sido aprovada em várias decisões do TST e do TRT, porém, não tem previsão na nossa Legislação e sim em algumas convenções coletivas. Com isso a empresa deverá sempre verificar as condições dessa jornada com o sindicato da respectiva categoria profissional.

A jurisprudência é vasta nesta questão de jornada de trabalho e existem doutrinas e jurisprudências que sempre tiveram como válida tal previsão, ressaltando o respeito aos referidos instrumentos normativos, garantido pelo inciso XXVI do artigo 7º da Constituição Federal/1988.

“SÚMULA N.º 444 DO TST (TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO). JORNADA DE TRABALHO. NORMA COLETIVA. LEI. ESCALA DE 12 POR 36. VALIDADE. É valida, em caráter excepcional, a jornada de doze horas de trabalho por trinta e seis de descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho, assegurada a remuneração em dobro dos feriados trabalhados. O empregado não tem direito ao pagamento de adicional referente ao labor prestado na décima primeira e décima segunda horas”.

Ressalta-se, porém, que também tem entendimentos que o regime de trabalho da jornada de trabalho de 12X36 é compensatório, pois trabalha-se 12 (doze) horas e folga-se 36 (trinta e seis) horas e ainda pode ser integralmente pago através de horas extras previamente pactuadas em instrumento normativo.

Algumas decisões judiciais entendem que esse tipo de escala é muito mais nocivo à saúde do trabalhador, pois gera uma estafa e dificuldade de recuperação do próprio organismo, que fica privado do sono e em estado de tensão devido a muitas horas de trabalho contínuo.

Conforme o Precedente Administrativo nº 81, aprovado pelo Ato Declaratório da Secretaria da Inspeção do Trabalho - SIT nº 10, de 03 de agosto de 2009, orienta a ação dos Auditores Fiscais do Trabalho sobre o exercício de suas atribuições:

“PRECEDENTE ADMINISTRATIVO DO DEPARTAMENTO DE FISCALIZAÇÃO DO TRABALHO – TEM. Nº 81 - REGIME DE COMPENSAÇÃO. JORNADA DE TRABALHO 12 X 36 HORAS. ADMISSIBILIDADE: Não obstante a limitação do art. 59, caput, da CLT, admite-se o regime de compensação 12 x 36, quando previsto em convenção coletiva e praticado em atividade que não exige esforço constante e intenso, devido às vantagens que proporciona ao trabalhador: descanso de 36 horas entre as jornadas, menor número de deslocamentos residência - trabalho - residência, duração do trabalho semanal inferior a 44 horas. Referência normativa: art. 7º, XIII da Constituição Federal”.

Jurisprudências:

RECURSO DE REVISTA. HORA EXTRA. REGIME DE COMPENSAÇÃO DE 12X36 HORAS. NORMA COLETIVA. VALIDADE. Decisão recorrida em sintonia com a jurisprudência iterativa desta Corte, consubstanciada na Sumula nº 444"de seguinte teor: - É valida, em caráter excepcional, a jornada de doze horas de trabalho por trinta e seis de descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho, assegurada a remuneração em dobro dos feriados trabalhados. O empregado não tem direito ao pagamento de adicional referente ao labor prestado na décima primeira e décima segunda horas". O Tribunal Regional não emitiu tese acerca da carga de trabalho mensal ou semanal do trabalhador, de maneira que não há como aferir se a jornada de trabalho ultrapassava 220 horas mensais ou 44 horas semanais, pelo que incide o óbice da falta de prequestionamento, ao teor da Súmula nº 297 do TST. Recurso de revista a que não se conhece. (Processo: RR 1238009620105170008 – Relator(a): Kátia Magalhães Arruda – Julgamento: 05.02.2014)

HORAS EXTRAS - COMPENSAÇÃO DE HORÁRIO - REGIME DE 12 X 36 HORAS - Não há ilicitude na celebração de acordo de compensação de horário adotando o regime de 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso, sobretudo quando autorizado em convenção coletiva de trabalho. A Constituição Federal de 1988 assegura a validade dos Acordos e Convenções Coletivas de Trabalho e afasta restrições anteriormente existentes em relação à compensação da jornada laboral. (TRT 12ª R. – RO-V. 8401/2001 - (01923/2002) - Florianópolis - 1ª T. - Rel. Juiz Gerson Paulo Taboada Conrado - J. 19.02.2002)

8. EMPREGADOS MENORES (16 (DEZESSEIS) A 18 (DEZOITO) ANOS)

Em relação aos empregados menores (16 (dezesseis) a 18 (dezoito) anos), a compensação de horas somente poderá ser firmada mediante existência de acordo coletivo celebrado com o sindicato da classe.

Quando ocorrer novas admissões de menores no decorrer da vigência do acordo coletivo, eles estarão sujeitos às normas estipuladas, desde que previamente avisados.

(10)

“Art. 413 da CLT - É vedado prorrogar a duração normal diária do trabalho do menor, salvo:

I - até mais 2 (duas) horas, independentemente de acréscimo salarial, mediante convenção ou acordo coletivo nos termos do Título VI desta Consolidação, desde que o excesso de horas em um dia seja compensado pela diminuição e, outro, de modo a ser observado o limite máximo de 48 (quarenta e oito) horas semanais ou outro inferior legalmente fixado;

II - excepcionalmente, por motivo de força maior, até o máximo de 12 (doze) horas, com acréscimo salarial de pelo menos 50% (cinqüenta por cento) sobre a hora normal e desde que o trabalho do menor seja imprescindível ao funcionamento do estabelecimento.

Parágrafo único - Aplica-se à prorrogação do trabalho do menor o dispositivo no art. 375, no parágrafo único do art. 376, no art 378 e no art. 384 desta Consolidação”.

NOTA INFORMARE - É proibido o labor extraordinário ao menor, sendo possível a prorrogação da jornada em regime de compensação ou em caso de força maior, devendo ser observado o intervalo de 15 minutos antes do início do período extraordinário de trabalho.

Jurisprudência:

TRABALHO DOMENOR. ACORDO DE COMPENSAÇÃO NULO. ART. 413, I, Da CLT. EXTRAPOLAÇÃO DA JORNADA DIÁRIA. DEVIDAS AS HORAS EXCEDENTES À OITAVA. Decisão que considera nulo acordo de compensação realizado com empregado menor, mas determina a limitação da condenação em horas extras às que excederem a duração semanal de trabalho, ofende ao art. 413, I da CLT. (Processo: RR 3721316619975125555 372131-66.1997.5.12.5555 – Relator(a): Aloysio Silva Corrêa da Veiga – Julgamento: 16.05.2001)

9. PROFISSÕES E MODALIDADES PROIBIDAS DE CELEBRAR ACORDO

Não podem celebrar acordos de compensação de horário de trabalho as seguintes profissões e modalidades: a) Ascensoristas (Lei nº 3.270/1957);

b) Telefonistas (CLT, art. 227);

c) Menor Aprendiz (Decreto nº 5.598/2005);

d) Empregados a tempo parcial, jornada máxima de 25 (vinte e cinco) horas semanais, artigo 59, § 4º, da CLT; e) Entre outras.

10. CONTRATO A PRAZO – EXTINÇÃO

Quando ocorrer a extinção de contrato a prazo determinado, o empregador deverá ficar atento para que o empregado não realize compensação de dia que seja posterior ao término do contrato, pois, dessa forma estará evitando que, por 1 (um) dia, o contrato a prazo determinado possa ser considerado como indeterminado e gerando, assim, indenizações próprias.

Neste caso, será mais viável o empregador dispensar o empregado naquela semana sem a realização da compensação, perfazendo então jornada normal.

11. AVISO PRÉVIO TRABALHADO

Na situação em que o empregado cumpra aviso prévio, o empregador deverá fica atento quanto à última semana do aviso prévio, pois o empregado não poderá realizar compensação de dia que seja posterior ao término do referido aviso, senão será desconsiderado e anulado o aviso prévio. Neste caso, ele deverá dispensá-lo naquela semana de realizar a compensação, uma vez que quando o empregado é dispensado pelo empregador e escolhe a redução de 2 (duas) horas diárias, ele não pode perfazer horas extras. Já quando o empregado escolhe a redução dos 7 (sete) dias, o empregador deverá dispensá-lo do cumprimento das horas compensadas na última semana do aviso prévio, ou remunerar as horas excedentes (as que eram compensadas) com adicional de extra de no mínimo 50% (cinqüenta por cento).

(11)

Observação: A mesma situação, referente à compensação, vai ocorrer quando o empregado pede a demissão e

cumpre o aviso prévio.

No caso de uma rescisão de contrato de trabalho, onde não houve a compensação total da jornada extraordinária, o empregado terá direito ao pagamento das horas-extras não compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração da data da rescisão.

12. DESCONTO DAS FALTAS INJUSTIFICADAS E O ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE HORAS

Ocorrendo os atrasos ou faltas não justificadas, a Legislação permite que a empresa possa descontar dos seus empregados estas faltas na sua remuneração, ou a importância referente ao tempo que ele deixou de trabalhar. Quando o empregado falta ao trabalho sem justificativa, ele deixa, inclusive, de laborar a fração diária estabelecida no acordo de compensação referente ao sábado, o cálculo relativo a essa jornada que foi acrescida de segunda a sexta-feira, o empregador poderá descontar do seu salário.

Exemplos:

a) Conforme o acordo de compensação de horas, o empregado trabalha 9 (nove) horas de segunda a quinta-feira e na sexta-feira 8 (oito) horas, perfazendo, assim, um total de 44 (quarenta e quatro) horas semanais, isso para compensar o sábado. Se ele faltar sem justificativa ao trabalho, por exemplo, em um terça-feira, serão descontadas 9 (nove) horas de seu salário.

b) Se o empregado tem a jornada de segunda a sexta-feira das 8 (oito) horas e 48 (quarenta e oito) minutos para compensar o sábado, e ele faltar sem justificativa ao trabalho, por exemplo, na quinta-feira, o desconto referente ao salário dele será de 8 horas e 48 minutos.

13. FISCALIZAÇÃO/PENALIDADES

Durante a fiscalização os auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego e tanto os da Previdência Social podem exigir a apresentação do acordo de compensação de horas dos empregados.

Caso sejam descumpridas quaisquer determinações do capítulo da “Duração do Trabalho”, inclusive no que se refere às horas extras, a Portaria MTE nº 290, de 11.04.1997, estabelece o pagamento de multa trabalhista administrativa, no mínimo de 37,8285 UFIR e no máximo de 3.782,8472 UFIR, podendo ser dobrado na reincidência, oposição ou desacato (Artigo 75 da CLT).

Com a extinção da referida unidade, em 27.10.2000, a reconversão em real dos valores expressos em UFIR será efetuada com base no valor desta unidade fixado para o exercício de 2000 (R$ 1,0641 - Portaria MF nº 488/1999). “As horas extras prestadas com violação nas situações citadas acima serão consideradas ilícitas e o empregador será coibido com sanções administrativas, sem prejuízo do direito do empregado ao recebimento das horas extras, cumulada com respectivo adicional”.

“A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ações de cumprimento de cláusulas inseridas em acordo ou convenção coletiva, ainda que não homologados judicialmente (art. 114 CF)” (TST 5ªT. RR-101.966/94.7).

13.1 - Quanto Ao Trabalho Do Menor

Quanto ao trabalho do menor, os infratores estarão sujeitos à multa de 378,2847 UFIR por menor irregular até o máximo de 1.891,4236 UFIR, dobrada na reincidência.

14. MODELOS DE ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE HORAS

A empresa deverá entrar em contato com o sindicato da classe e verificar o modelo mais adequado a ser adotado, para formalização do acordo de compensação de horas.

Segue abaixo dos modelos de acordo de compensação de horas.

a) Modelo I:

ACORDO DE COMPENSAÇAO DE HORAS DE TRABALHO PARA ELIMINAÇÃO DO EXPEDIENTE AOS SÁBADOS

(12)

Pelo presente instrumento e na melhor forma de direito, as partes:

...(nome),(nacionalidade), (estado civil), (profissão), titular do CPF nº (...), RG (...), residente na Rua (endereço), que por força do presente contrato passa a ser simplesmente denominado EMPREGADOR.

...(nome), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), titular do CPF nº (...), RG (...), CTPS (número), residente na Rua (endereço) doravante designado EMPREGADO.

As partes acima identificadas têm, entre si, justo e acertado o presente Acordo de Prorrogação do Horário de Trabalho, que será conduzido pelas cláusulas abaixo, conforme os dispositivos do artigo 59 da CLT.

DA JORNADA DE TRABALHO

Cláusula 1ª: Nos termos do art. 59, § 2º(1), da Consolidação das Leis do Trabalho, fica acordado entre as partes contratantes o acréscimo de 48 (quarenta e oito) minutos suplementares à jornada normal de trabalho, de segunda à sexta-feira, sem implicar em acréscimo do salário, ocorrendo à compensação mediante a eliminação do expediente aos sábados.

Cláusula 2ª: Perfaz-se, com isso, um total de 44 (quarenta e quatro) horas semanais de trabalho.

Cláusula 3º: Havendo feriado aos sábados nestas semanas, se o horário de trabalho for de 7:20 horas (sete horas e vinte minutos) diários, de segunda à sexta-feira, as horas excedentes serão pagas como horas extras, conforme o artigo 59 da CLT.

Por estarem de pleno acordo, é devidamente contratado e assinam o presente acordo as partes identificadas. ... de ... de ... ____________________________________________ Empregador ____________________________________________ Empregado ____________________________________________ Testemunha b) Modelo II:

ACORDO COLETIVO DE SUSPENSÃO DA JORNADA DE TRABALHO AOS SÁBADOS

Que entre si ajustam, de um lado, a empresa ... ..., com sede a Rua ..., nº 2052 - Bairro ... - Cidade ..., inscrita no CNPJ sob o nº ... , representada pela sua Sócia Administradora ..., portadora do CPF ... e, de outro lado, os empregados pertencentes à categoria diferenciada de motoristas (condutores de veículos), adiante assinados, que, após tomarem conhecimento da proposta apresentada pela empresa, abaixo reproduzida, concordam com todos os seus termos e autorizam o SINDICATO DOS TRABALHADORES ..., com sede ..., inscrito no CNPJ sob o nº ... e no código sindical ..., representado por seu Presidente ..., CPF: ..., adiante assinado, a firmar o presente, o qual atende a vontade das partes:

Cláusula 1ª - Nos termos dos artigos 58, 59 inciso 2º, 384, 611 e seguintes da CLT, é celebrado o presente Acordo Coletivo para prorrogação da jornada de trabalho diária e suspensão da jornada de trabalho aos sábados.

Cláusula 2ª - O horário de trabalho, em decorrência deste acordo, passa a ser o seguinte perfazendo 44 (quarenta e quatro) horas semanais;

Cláusula 3ª - De segunda à sexta-feira, início às 08:00 (oito horas) e término às 18:00 (dezoito horas), com intervalo de 01:17 (uma e dezessete minutos) para almoço e descanso, conforme revezamento;

(13)

Nas semanas em que o sábado coincidir com feriado, a jornada de trabalho diária do empregado será de 08:00 (oito horas), ficando vedada à prorrogação.

O empregado que trabalharem a cima das 44:00 (quarenta e quatro) horas semanais, receberão as horas extras com adicional conforme Convenção Coletiva de Trabalho vigente.

Todos os empregados que forem admitidos para prestar serviços à empresa sujeitar-se-ão ao horário e cláusulas deste acordo, porque a este darão adesão automaticamente, a partir da inclusão no quadro de pessoal da empresa acordante.

O prazo de vigência deste acordo é de 02 (dois) anos, iniciando-se quando estiver com o registrado na Delegacia Regional do trabalho, conforme determina o artigo 614 da CLT.

Por mútuo acordo entre as partes, fica o presente “Acordo de Prorrogação de Horas”, assinados, em três vias, o qual terá vigência até ...

___________________________ de ___________________ de ___________. ________________________________________________________________ Nome da Empresa e CNPJ

________________________________________________________________ SINDICATO DOS TRABALHADORES

_________________________________________________________________ Nome do Empregado e CPF:

Fundamentos Legais: Os citados no texto.

ACORDO DE PRORROGAÇÃO DE HORAS Considerações Sumário 1. Introdução 2. Conceitos 2.1 – Jornada De Trabalho 2.2 – Horas Extras 2.3 – Banco De Horas

3. Acordo De Prorrogação De Horas 3.1 - Acordo Por Escrito

3.1.1 - Acordo Coletivo Ou Convenção Coletiva 3.2 – Requisitos

3.3 - Prazo Determinado Ou Indeterminado 3.4 - Prorrogação Da Jornada Diária 3.5 - Ficha Ou Livro De Registro – Anotação 3.6 – Supressão De Horas Extras

3.7 - Reposição De Horas - Interrupção De Serviços - Força Maior 3.8 - Registro E Arquivo

4. Acordo De Compensação E Prorrogação Simultâneas 5. Necessidade Imperiosa

6. Licença Prévia Para Atividades Insalubres 7. Turnos Ininterruptos De Revezamento

8. Vedado Celebrar Acordo De Prorrogação De Horário 8.1 – Contrato A Tempo Parcial

8.2 - Trabalho Do Menor

9. Penalidades/Multas Administrativas 10. Modelos De Acordo De Prorrogação

1. INTRODUÇÃO

As limitações da jornada de trabalho estão estabelecidas na Constituição Federal (CF), na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e em outras Legislações ordinárias.

A Constituição Federal de 1988, artigo 7º, inciso XIII, prestigiou a flexibilização do Direito do Trabalho, sendo a duração do trabalho normal não superior a 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais e podendo celebrar o acordo de prorrogação de horas.

(14)

O artigo 59 da CLT dispõe sobre o acordo de prorrogação de horas, porém existem entendimentos que pode ser firmado diretamente, entre os empregados (maiores de idade, seja do sexo masculino ou feminino) e empregador, ou por meio de Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho.

A jornada de trabalho ou duração do trabalho é a forma do empregado participar com suas funções na empresa, sempre vinculado a um período de horas, expressas no contrato de trabalho e firmado entre empregador e empregado.

Nesta matéria será tratada sobre o acordo de prorrogação de horas, com suas possibilidades, vedações e procedimentos, conforme determina as legislações vigentes.

2. CONCEITOS

Para melhor compreensão da matéria, segue abaixo alguns conceitos relacionadas a carga horária do empregado.

2.1 – Jornada De Trabalho

A jornada de trabalho ou duração do trabalho é a forma do empregado participar com suas funções na empresa, sempre vinculado a um período de horas.

Jornada de trabalho também é o tempo em que o empregado esteja à disposição de seu empregador aguardando ou executando ordens.

A jornada de trabalho normal será o espaço de tempo durante o qual o empregado deverá prestar serviço ou permanecer à disposição do empregador. (Ministério do Trabalho e Emprego)

“Jornada de trabalho é o tempo em que o empregado permanece, mesmo sem trabalhar, à disposição do empregador e quando, em casos especiais, manda computar como de jornada de trabalho o tempo em que o empregado se locomove para atingir o local de trabalho”. (NASCIMENTO: 2003)

“A jornada de trabalho normal será o espaço de tempo durante o qual o empregado deverá prestar serviço ou permanecer à disposição do empregador, com habitualidade, executadas as horas extraordinárias. Nos termos da CF, art. 7º, XIII, sua duração deverá ser de até 8 horas diárias, e 44 horas semanais”. (Extraído do site do Ministério do Trabalho e Emprego http://www3.mte.gov.br/ouvidoria/duvidas_trabalhistas.asp).

2.2 – Horas Extras

A expressão horas extras, excedente ou horas suplementares, também conhecida como prorrogação à jornada de trabalho, é quando o empregado excede na quantidade de horas contratualmente determinadas.

O pagamento de horas extras está previsto na Constituição Federal, no art. 7º, inciso XVI, o qual garante o direito aos trabalhadores urbanos e rurais de “remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal”.

A Legislação do Trabalho, visando garantir proteção ao empregado e não deixar o limite do tempo por conveniência do empregador, procurou limitar esta prorrogação a 2 (duas) horas diárias (Artigo 59 da CLT).

Importante: Conforme o artigo 384 da CLT, em caso de prorrogação do horário normal, será obrigatório um

descanso de 15 (quinze) minutos no mínimo, antes do início do período extraordinário do trabalho. E o intervalo de 15 (quinze) minutos não concedido deve ser remunerado como labor extraordinário.

2.3 – Banco De Horas

Banco de horas é um sistema de flexibilização da jornada de trabalho diária que possibilita a posterior compensação de horas trabalhadas, ou seja, corresponde em acrescer a jornada de determinados dias em função de outro suprimido, sem que essas horas configurem como horas extras.

“O Banco de Horas é um acordo de compensação em que as horas excedentes trabalhadas em um dia são compensadas com a correspondente diminuição da jornada em outro dia. Sua validade está prevista na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), no parágrafo 2º do artigo 59”.

A Lei nº 9.601/1998 trouxe a alteração dos parágrafos 2º e 3º do artigo 59 da CLT, legalizando o banco de horas e possibilitando a compensação de horas, conforme seu art. 6º:

(15)

“Art. 6º - O art. 59 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT passa a vigorar com a seguinte redação:

Artigo 59 da CLT, § 2º - Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de cento e vinte dias, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias”.

O entendimento da jurisprudência sobre a compensação de horário só será válido com o cumprimento das exigências legais, através de documento hábil, por escrito e comprovado com o acordo exigido por lei, através da convenção coletiva (Artigo 7º, XIII, CF/1988).

Então, de acordo com a Legislação e também jurisprudência, o banco de horas terá validade somente quando for acordado junto ao Sindicato da categoria. Desta forma, a empresa não poderá sem a concordância do sindicato, adotar o Banco de Horas.

3. ACORDO DE PRORROGAÇÃO DE HORAS

Acordo de prorrogação de horas é o contrato realizado para o pagamento de horas extras na prorrogação da jornada de trabalho. E esta prorrogação tende em atender o empregador, que por natureza da ocorrência do momento, solicita do empregado uma disponibilidade maior de seu horário contratual.

“Acordo de prorrogação de horas de trabalho é específico para realização de horas extras, ou seja, o empregado trabalha até 2 (duas) horas além da jornada normal, recebendo as horas suplementares acrescidas do adicional extraordinário de, no mínimo, 50% (cinqüenta por cento)”.

“Art. 59 da CLT - A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente de 2 (duas), mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho”.

3.1 - Acordo Por Escrito

O acordo de prorrogação de horas precisa ser firmado por escrito e não tácito, conforme entendimentos nos tribunais, pois caso contrário “impede o controle e a verificação do cumprimento das condições pactuadas pelas partes”, e deverá ser em 2 (duas) vias, onde uma via é para o empregador e a outra para o empregado.

“O acordo de prorrogação de horas não poderá ser verbal ou tácito, deverá ser por escrito, pois a lei prevê expressamente a sua forma escrita. No caso de homologado pelo sindicato da categoria profissional, trata-se de exigência decorrente da interpretação do art. 7º, XIII, da Constituição Federal que presume a prorrogação através de acordo ou convenção coletiva de trabalho”.

Segue abaixo, uma decisão judicial a respeito da invalidade do acordo tácito.

Jurisprudências:

JORNADA DE TRABALHO. HORAS EXTRAS. ACORDO DE PRORROGAÇÃO E COMPENSAÇÃO. VEDAÇÃO AO ACORDO TÁCITO. NECESSIDADE DE ACORDO ESCRITO. A validade de um ato não se condiciona apenas ao fato de ser ele mais benéfico para o trabalhador, porquanto impossível às partes desprezar formalidades instituídas pelo ordenamento jurídico. Tanto o inciso XIII do art. 7º da CRFB quanto o caput do art. 59 da CLT se reportam ao acordo escrito para a implantação de um sistema de prorrogação e compensação. Nesse sentido é o item I da Súmula n. 85 do TST. Prevalência, também, do art. 107 do CC. (Processo: RO 02846200705412005 SC 02846-2007-054-12-00-5– Publicação: 14.01.2009)

PRORROGAÇÃO DE HORAS EXTRAS. ACORDO TÁCITO. INVALIDADE. É ausente de valia o acordo tácito ou verbal de prorrogação e compensação de jornada porque a avença desse modo firmada, além de não preencher os requisitos legais, impede o controle e a verificação do cumprimento das condições pactuadas pelas partes, e ao não formalizar os parâmetros de compensação obstaculiza a sua avaliação. (RO 05299-2000-002-12-85-7)

3.1.1 - Acordo Coletivo Ou Convenção Coletiva

“Convenção coletiva é um instrumento normativo auto-elaborado em nível de categoria e na base territorial dos sindicatos estipulantes, foram definidas (Art. 611 da CLT) como o acordo de caráter normativo pelo qual dois ou mais sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho”.

(16)

De acordo com a Súmula nº 85 do TST (Tribunal Superior do Trabalho), o acordo coletivo poderá ser feito por acordo individual escrito, mas para segurança das partes, se faz necessário que seja feito por intermédio de Acordo Coletivo ou Convenção Coletiva, uma vez que a Constituição Federal estabelece que é necessário negociação coletiva.

“CF/88, artigo 7°, inciso XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho”.

“Art. 59 da CLT - A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente de 2 (duas), mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho.

§ 1º - Do acordo ou do contrato coletivo de trabalho deverá constar, obrigatoriamente, a importância da remuneração da hora suplementar, que será, pelo menos, 50% (vinte por cento) superior à da hora normal. (Vide CF, art. 7º inciso XVI)”.

Extraído das jurisprudências abaixo:

a) “É insuscetível de homologação cláusula genérica de prorrogação da jornada de trabalho acima de dez horas...”.

b) “O limite estabelecido para a jornada de trabalho somente pode ser prorrogado para fins de compensação mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho, na forma do que previsto no inciso XIII do art. 7º da Carta de 1988”.

Jurisprudências:

ACORDO EM DISSÍDIO COLETIVO. PRORROGAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO. É insuscetível de homologação cláusula genérica de prorrogação da jornada de trabalho acima de dez horas, constante de acordo em dissídio coletivo, ante o previsto nos arts. 7°, XII e XVI, da Constituição Federal e 59, § 2º da CLT... (Processo: RO 29619220115040000 2961-92.2011.5.04.0000 - Relator(a): Kátia Magalhães Arruda – Julgamento: 13.05.2013)

JORNADA DE TRABALHO. LIMITE. PRORROGAÇÃO. NECESSIDADE DE NEGOCIAÇÃO COLETIVA - O limite estabelecido para a jornada de trabalho somente pode ser prorrogado para fins de compensação mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho, na forma do que previsto no inciso XIII do art. 7º da Carta de 1988. Não basta a empresa citar a cláusula convencional para comprovação da legalidade da alteração, sendo essencial a exibição do instrumento normativo no qual se comprove a vontade coletiva da categoria. Horas extras devidas. Sentença mantida. Tribunal Regional do Trabalho – TRT 24ªR (PROCESSO Nº 0041800- 90.2009.5.24.0004-RO.1)

3.2 – Requisitos

Conforme já mencionado no subitem “3.1” desta matéria, o acordo de prorrogação de horas deverá ser por escrito. E este acordo precisa conter no mínimo os requisitos abaixo:

a) horas suplementares diárias não excedente de 2 (duas), artigo 59 da CLT; b) discriminação dos dias de trabalho e respectivos horários;

c) fixação do valor da remuneração devida nas horas normais de trabalho e a importância da remuneração da hora suplementar, que será, pelo menos, 50% (vinte por cento) superior à da hora normal, artigo 59 da CLT; d) a realização do acordo por prazo determinado ou indeterminado deverá ser verificado junto a convenção coletiva.

3.3 - Prazo Determinado Ou Indeterminado

O acordo de prorrogação de horas pode ser firmado por prazo determinado ou indeterminado, com todos os empregados maiores de idade, seja do sexo masculino ou feminino, porém deverá ser verificado na convenção coletiva quais os procedimentos para esta realização.

Importante: A orientação sobre o acordo de prorrogação de horas é que seja estabelecido por prazo determinado,

(17)

contratadas mesmo que não as tenha realizado, ou seja, isso por entender que o empregado está à disposição do empregador.

3.4 - Prorrogação Da Jornada Diária

Caso ocorra a prorrogação da jornada diária, as horas excedentes, ou seja, as horas extras deverão ser:

a) pagas conforme determina o artigo 59 da CLT, ou seja, a importância da remuneração da hora suplementar, que será, pelo menos, 50% (vinte por cento) superior à da hora norma;

b) compensadas, conforme trata os procedimentos do banco de horas;

c) quando se tratar de casos de força maior deverão ser pagas em valor não inferior ao da hora normal, conforme dispõe o artigo 61 da CLT.

Como foi citado no subitem “3.3” desta matéria, a prorrogação deverá ocorrer por tempo determinado, ou seja, pelo prazo necessário à realização do serviço, e sempre renovando quando for necessário, porém, respeitando os dispositivos do artigo 59 da CLT.

3.5 - Ficha Ou Livro De Registro – Anotação

De acordo com o art. 74, § 1º, o acordo de compensação deve ser anotado no livro ou ficha de registro dos empregados.

“Art. 74 - § 1º da CLT, o horário de trabalho será anotado em registro de empregados com a indicação de acordos ou contratos coletivos porventura celebrados”.

Deverá ser anotado no livro ou ficha de registro de empregados o acordo de prorrogação de horas, conforme o artigo 41 da CLT, como também o artigo 626 da CLT que trata sobre a fiscalização das normas de proteção ao trabalho.

“Art. 41 da CLT, parágrafo único - Além da qualificação civil ou profissional de cada trabalhador, deverão ser anotados todos os dados relativos à sua admissão no emprego, durante a efetividade do trabalho, a férias, acidentes e demais circunstâncias que interessem à proteção do trabalhador”.

“Art. 626, da CLT - Incumbe às autoridades competentes do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, ou àquelas que exerçam funções delegadas, a fiscalização do fiel cumprimento das normas de proteção ao trabalho. Parágrafo único - Os fiscais dos Institutos de Seguro Social e das entidades paraestatais em geral, dependentes do Ministério do Trabalho, serão competentes para a fiscalização a que se refere o presente artigo, na forma das instruções que forem expedidas pelo Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio”.

3.6 – Supressão De Horas Extras

Quando o empregado deixa de laborar horas-extras, está caracterizada a condição que autoriza a supressão das horas extraordinárias.

A supressão das horas-extras habitualmente prestadas por pelo menos 1 (um) ano, assegura ao empregado o direito a uma indenização, correspondente ao valor das horas-extras laboradas em 1 (um) mês para cada ano ou fração igual ou superior a 6 (seis) meses em que houve trabalho em sobrejornada.

A indenização das horas-extras não irá incorporar ao salário do empregado por ocasião de sua supressão. Ele receberá uma indenização única e o seu salário volta a ter o valor equivalente ao número de horas normais trabalhadas no mês, ou seja, o salário do empregado não irá sofrer alteração, o valor será normal, após o pagamento da supressão.

“SÚMULA DO TST (TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO Nº 291: AS (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 – A supressão, pelo empregador, do serviço suplementar prestado com habitualidade, durante pelo menos 1 (um) ano, assegura ao empregado o direito à indenização correspondente ao valor de 1 (um) mês das horas suprimidas para cada ano ou fração igual ou superior a seis meses de prestação de serviço acima da jornada normal. O cálculo observará a média das horas suplementares efetivamente trabalhadas nos últimos 12 (doze) meses, multiplicada pelo valor da hora extra do dia da supressão”.

(18)

De acordo com o § 3º do art. 61 da CLT, as horas não trabalhadas em decorrência de causas acidentais ou de força maior, ou seja, a interrupção do trabalho poderá ser reposta pelos empregados na base de 2 (duas) horas por dia, no máximo de 45 (quarenta e cinco) dias ao ano, respeitado o limite de 10 (dez) horas diárias. As referidas horas não sofrerão acréscimo salarial e será preciso a autorização prévia da Delegacia Regional do Trabalho para a referida reposição.

“CLT, Artigo 61, § 3º - Sempre que ocorrer interrupção do trabalho, resultante de causas acidentais, ou de força maior, que determinem a impossibilidade de sua realização, a duração do trabalho poderá ser prorrogada pelo tempo necessário até o máximo de 2 (duas) horas, durante o número de dias indispensáveis à recuperação do tempo perdido, desde que não exceda de 10 (dez) horas diárias, em período não superior a 45 (quarenta e cinco) dias por ano, sujeita essa recuperação à prévia autorização da autoridade competente”.

“Art. 501 da CLT - Entende-se como força maior todo acontecimento inevitável, em relação à vontade do empregador, e para a realização do qual esta não concorreu, direta ou indiretamente.

§ 1º - A imprevidência do empregador exclui a razão de força maior.

§ 2º - À ocorrência do motivo de força maior que não afetar substancialmente, nem for suscetível de afetar, em tais condições, a situação econômica e financeira da empresa, não se aplicam as restrições desta lei referentes ao disposto neste Capítulo”.

Observação: Verificar também o item “5”, nesta matéria. 3.8 - Registro E Arquivo

Os sindicatos convenentes ou as empresas acordantes providenciam a entrega de 1 (uma) via do acordo, dentro de 8 (oito) dias da assinatura do acordo, nos órgãos regionais do Ministério do Trabalho, para fins de registro e arquivo, conforme artigo 614 da CLT.

4. ACORDO DE COMPENSAÇÃO E PRORROGAÇÃO SIMULTÂNEAS

Não existe na legislação, dispositivos que tratam sobre os acordos de compensação e prorrogação simultâneos, porém, tem decisões nos tribunais contra e favor dessa ocorrência, conforme segue as jurisprudências abaixo.

Extraído das jurisprudências abaixo:

A favor: “Não existe em nosso ordenamento jurídico norma que impeça a realização de horas extras

simultaneamente ao regime compensatório, desde que sejam observados, é claro, os limites legais impostos à duração da jornada de trabalho”.

Contra: “É inadmissível a acumulação da compensação de jornada com a prestação de horas extras, por ser

manifesta a incompatibilidade entre o acordo de compensação e de prorrogação”.

Jurisprudências:

HORAS EXTRAS. ACORDO DE COMPENSAÇÃO E PRORROGAÇÃO DE JORNADA SIMULTÂNEOS - Não existe em nosso ordenamento jurídico norma que impeça a realização de horas extras simultaneamente ao regime compensatório, desde que sejam observados, é claro, os limites legais impostos à duração da jornada de trabalho. Há, na verdade, a autorização expressa da norma consolidada, ex vi do art. 61, para a extrapolação do limite legal ou convencionado para a duração do trabalho na hipótese de necessidade imperiosa. Recurso provido. (Processo: RR 38740619975 387406/1997.5 – Relator(a): Ronaldo Lopes Leal – Julgamento: 06.02.2002)

ACORDO DE COMPENSAÇÃO E DE PRORROGAÇÃO DE JORNADA ACUMULADO COM BANCO DE HORAS. PREVISÃO CONVENCIONAL. INCOMPATIBILIDADE. É inadmissível a acumulação da compensação de jornada com a prestação de horas extras, por ser manifesta a incompatibilidade entre o acordo de compensação e de prorrogação. As cláusulas normativas que prevêem essa possibilidade carecem de validade jurídica por atentarem contra a norma constitucional que assegura a “redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança” (CF-88, art. 7°, inciso XXII). Não há respaldo legal para a implantação simultânea de sistema misto de compensação semanal com “banco de horas”, dada a impossibilidade de convivência dos dois regimes, posto que o primeiro supõe que os excessos diários de jornada sejam compensados na semana, enquanto o segundo, dentro de prazo mais elástico. A realização de trabalho além do limite máximo de tolerância

(19)

de 10 horas diárias imposto pelo caput e par. 2º do art. 59 da CLT, torna nulo o acordo de compensação e o “banco de horas”. TRT-PR-RO-05037-2002-Acordao-23276-2002

5. NECESSIDADE IMPERIOSA

Necessidade imperiosa ocorre por um elemento externo, geralmente natural e excepcional, como “blakout”, as enchentes, entre outros, pois o acontecimento é inevitável, e estas ocorrências são contra a vontade do empregador, ou seja, situações pela qual não houve participação ou vontade própria do mesmo, de forma direta ou indireta. (vide também o subitem “3.7” desta matéria).

“Art. 501 da CLT - Entende-se como força maior todo acontecimento inevitável, em relação à vontade do empregador, e para a realização do qual esta não concorreu, direta ou indiretamente”.

Em virtude de necessidade imperiosa, o artigo 61 da CLT prevê que, excepcionalmente, o limite legal de 2 (duas) horas-extras diários poderá ser ultrapassado, caso o empregador necessite prorrogar a jornada de seu empregados, tais como:

a) motivo de força maior: que são acontecimentos relacionados a fatos externos, independentes da vontade humana, que impedem o cumprimento das obrigações, tais como incêndios, inundações, guerras, etc. Neste caso, não há limite para aumento da jornada para os empregados maiores (artigo 501 da CLT);

b) realização ou conclusão de serviços inadiáveis: que são aqueles serviços cuja inexecução acarrete prejuízo manifesto, por exemplo, o descarregamento de um caminhão contendo produtos alimentícios altamente perecíveis. Neste caso, a jornada poderá ser aumentada em até 4 (quatro) horas diárias, exclusivamente para os empregados maiores.

Observação: Matéria sobre o assunto, verificar o Boletim INFORMARE n° 8/2014 – Horas Extras, em assuntos

trabalhistas.

6. LICENÇA PRÉVIA PARA ATIVIDADES INSALUBRES

Nas atividades insalubres, assim consideradas as constantes dos quadros mencionados no capítulo "Da Segurança e da Medicina do Trabalho", ou que neles venham a ser incluídas por ato do Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, quaisquer prorrogações só poderão ser acordadas mediante licença prévia das autoridades competentes em matéria de higiene do trabalho, as quais, para esse efeito, procederão aos necessários exames locais e à verificação dos métodos e processos de trabalho, quer diretamente, quer por intermédio de autoridades sanitárias federais, estaduais e municipais, com quem entrarão em entendimento para tal fim (Artigo 60 da CLT). “SÚMULA Nº 349 DO TST (TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO) ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE HORÁRIO EM ATIVIDADE INSALUBRE, CELEBRADO POR ACORDO COLETIVO. VALIDADE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003: A validade de acordo coletivo ou convenção coletiva de compensação de jornada de trabalho em atividade insalubre prescinde da inspeção prévia da autoridade competente em matéria de higiene do trabalho (art. 7º, XIII, da CF/1988; art. 60 da CLT)”.

7. TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO

De acordo com a Instrução Normativa SRT - Secretário de Relações do Trabalho nº 01, de 12 de outubro de 1988, que dispõe sobre a ação a ser desenvolvida pelos Fiscais do Trabalho e também da fiscalização do fiel cumprimento das normas de proteção ao trabalho. No trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, a jornada será de 6 (seis) horas e a prorrogação somente é admitida perante negociação coletiva.

A referida jornada depende da ocorrência concomitante de vários fatores:

a) existência de turnos, significando que a empresa mantém uma ordem ou alteração dos horários de trabalho prestado em revezamento;

b) que os turnos sejam em revezamento, ou seja, o empregado, ou turmas de empregados, trabalham alternadamente para que se possibilite, em face da ininterrupção do trabalho, o descanso de outro empregado ou turma;

c) que o revezamento seja ininterrupto, isto é, não sofra solução de continuidade no período de 24 (vinte e quatro) horas, independente se houver ou não trabalho aos domingos.

Referências

Documentos relacionados

b.2) serviços médicos em geral, não compreendidos em serviços hospitalares ou em serviços médicos de que tratam os subitens 11.11.1 e 11.11.2, prestados por

Os produtos de procedência estrangeira importados pela Zona Franca de Manaus serão desembaraçados com suspensão do imposto, que será convertida em isenção quando

Num frasco de vidro coloque um pouco de água, bastante sal grosso, doze folhas de laranjeira e uma fotografia da pessoa a curar (virada para cima). Coloque

Sendo assim, tais atividades estão inseridas na perspectiva sócio-crítica, já que se baseiam no reconhecimento dos modelos matemáticos que são utilizados na sociedade como

XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da

Exemplo: ao mover ação reivindicatória, o autor denuncia a lide ao alienante para que, se eventualmente perder a demanda principal (declarado que não é

b) Um balanço reportado a uma data que não anteceda o trimestre anterior à data do projecto de fusão; ou.. 2 - O projecto de fusão deve ser submetido a deliberação dos sócios

XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da