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Sexualidade, gênero e reprodução na juventude ST. 28 Acácia Batista Diasi

Universidade Estadual de Feira de Santana/ MUSA-UFBA Palavras-chave: gravidez, sexualidade, adolescência.

Da iniciação sexual à gravidez na adolescência.

É próprio da contemporaneidade que a passagem dos jovens para a vida adulta seja marcada por uma multiplicidade de situações expressas nas “primeiras vezes” (Bozon, 1997; Galland, 1997) em que o indivíduo realiza novas experiências, entre as quais se destacam: a iniciação sexual, a primeira gravidez e o primeiro filho. Cada experiência está associada ao itinerário para a maturidade social que é composta por períodos de restrições e de liberdade, entre outros, e se efetiva no processo de interações sucessivas, marcadas por autonomia parcial e independência controlada (Bozon, 1997).

O exercício da sexualidade revela como os atores sociais conferem significações às suas práticas, que são parte integrante de seus comportamentos (Bozon e Leridon, 1993). Assim, as mudanças ocorridas na sociedade, sobretudo aquelas impulsionadas pelo movimento feminista, nas quais as mulheres conquistam maior nível de escolarização, independência econômica e engendram transformações nas estruturas familiares (inclusive em decorrência do divórcio), “contribuem para quebrar a dóxa e ampliar o espaço das possibilidades em matéria de sexualidade” (Bourdieu, 1999: 108).

A quebra do vínculo entre relação sexual e procriação, que privilegiava o casamento como espaço da reprodução biológica e social, promove novas atitudes e posicionamentos dos indivíduos nas suas práticas sexuais. Embora as relações sexuais ainda traduzam situações de “dominação masculina” e tendam a legitimar a sexualidade heterossexual, evidenciando certa inércia dos habitus (Bourdieu, 1999), está em curso um processo de mudança nas relações entre os gêneros e na expressão da sexualidade no Brasil (Heilborn, 1998a). Nesse sentido, é perceptível que os sujeitos, especialmente as mulheres, revelem novas posições de ser e estar sexualmente inseridos e interagindo na sociedade (Giddens, 2000).

O início da vida afetivo-sexual dos sujeitos evidencia as diferentes posições e atuações sociais sobre a composição de si e o relacionamento com o outro, particularmente a partir do processo de “socialização do gênero” (Heilborn, 1998b). Para os/as jovens, esse é um processo lento e gradativo, novas sensações são descobertas e a aproximação entre os parceiros/as é “permeada por carícias íntimas, desvelamento gradativo do próprio corpo e do corpo do parceiro, conversas, dúvidas e medos” (Brandão, 2003: 87). As narrativas juvenis sobre as suas primeiras

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experiências afetivo-sexuais revelam comportamentos moldados por uma cultura sexual brasileira (Parker, 1991), na qual homens e mulheres expressam as formas como vivenciam a sexualidade.

Nesse sentido, este trabalho versa sobre a experiência da sexualidade de jovens de 18 a 24 anos, de ambos os sexos, residentes na cidade de Salvador – Bahia, que se tornaram pais e mães na adolescência. Os dados são provenientes da Pesquisa GRAVADii realizada em três capitais do Brasil, durante os anos de 1999 a 2002. Esse estudo obteve aprovação do Comitê de Ética das três instituições envolvidas.

Os/as entrevistados/as, narraram, entre outras coisas, as suas experiências e práticas juvenis, sobretudo àquelas referentes à trajetória afetivo-sexual, tendo por base o período inicial da adolescência. Assim, a partir das entrevistas realizadas percebe-se que o/as adolescentes consideram que a primeira relação sexual corresponde ao momento em que deixam de ser virgens, o que significa, para homens e mulheres, o coito com penetração vaginal. Antes desse desfecho, eles/as experimentam outras práticas sexuais, como as carícias íntimas, que compõem o processo de aproximação - “cumplicidade e intimidade” entre os parceiros (Brandão, 2003, 2004). Um trecho do depoimento de Carlos (23 anos, camada popular) é ilustrativo: namorava, fazia um bocado de coisa.

Pronto, foi daí que rolou a vontade sexual. Ou como explica Ana (19 anos, camada média): é todo dia uma coisinha... futuca daqui, futuca dali...

De modo geral, o momento da primeira relação sexual é esperado com ansiedade. A conversa entre amigos/as instiga a vontade e a curiosidade, categorias correlacionadas com o masculino e o feminino, respectivamente (Salem, 2004). Se por um lado, a entrada de adolescentes, de ambos os sexos, na sexualidade evidencia proximidades quanto a práticas e datas; por outro lado, são divergentes no que diz respeito a expectativas e representações (Lhomond, 1999).

Nas narrativas das jovens das camadas populares, é comum a referência ao termo “me perdi” para designar que não são mais virgensiii. Essa terminologia foi também mencionada por Fábio (24 anos, camada popular), ao contar a sua primeira vez: Namorei Aline, foi a menina que se perdeu comigo e

eu me perdi com ela. Eu tinha 15 anos, ela estava fazendo 15 anos. Foi no aniversário dela. Assim,

ambos “perderam” a virgindade. O uso da expressão “me perdi” parece aludir a um sentido contrastante à prática do “namoro na porta”, mencionado especialmente pelas jovens, definido como um namoro localizado, oficializado junto à família, socialmente aceito e, em princípio, passível de controleiv.

Mesmo com as mudanças em curso nos relacionamentos afetivo-sexuais, algumas das quais muito presentes no comportamento juvenil, observa-se que na cidade de Salvador acontecem determinadas atitudes, valores e práticas sociais característicos de um estilo considerado mais tradicional, sobretudo nas camadas populares. O compromisso do namoro e seus desdobramentos,

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entre os quais a “perda da virgindade”, são questões emblemáticas de um código moral e que, necessariamente, não estão circunscritas somente a uma determinada camada social.

O significado da primeira vez revela especificidades de gênero, pois as mulheres destacam que a sua ocorrência está vinculada a uma conjuntura de namorov, o que endossa a construção da relação de confiança entre os pares. As jovens fazem referência ao sentimento de medo na ocasião da perda da virgindade, um temor que indica diferentes conotações. Assim, as narrativas enunciam certo receio sobre o ato sexual e suas conseqüências, mas, também, as incertezas acerca da intencionalidade do namorado e a continuidade ou não da relação afetiva e se o momento e a pessoa são adequados. Joana (20 anos, camada média) explicita as angústias vividas nesse momento: na

época, eu achava que quando a primeira vez acontecesse, ele me largaria, não mais me procuraria.

Mara (18 anos, camada popular) afirma que o namorado paquerava outras meninas e justifica:

também eu era virgem, ele sempre queria e eu tinha medo. Mas, quando começou a ter ciúmes do

seu namorado com as outras meninas, revela que “cedeu” e tiveram a primeira relação sexual.

Os parceiros das jovens são geralmente mais velhos do que elas, mas verifica-se uma diminuição da diferença etária entre os pares – também observado no caso dos rapazes. Ou seja, o calendário de iniciação sexual de moças e rapazes tende a se aproximar (Bozon, 2004; Heilborn, 1998). Os relatos evidenciam que tal iniciação ocorre majoritariamente entre as jovens mães na faixa etária de 14 a 16 anos e entre os jovens pais, na faixa de 12 a 14 anos. No entanto, para as moças ainda vigora uma orientação (familiar) de preservação da virgindade, quando se deve avaliar se o momento e o parceiro são adequados, embora seja perceptível uma perda relativa do valor a ela atribuído (Heilborn, 1998). Para os rapazes, verifica-se ainda certo estímulo para o início das atividades sexuais. Porém, algumas mudanças já são registradas, sobretudo o fato da iniciação sexual ocorrer no âmbito de relacionamentos afetivos estáveis, com as namoradas, também adolescentes, embora persista a busca por mulheres mais velhas, a quem atribuem terem mais experiência. A iniciação sexual no contexto de relacionamentos estáveis tem sido apontada como um novo padrão entre as gerações mais jovens (Heilborn, 1999). Também, verifica-se uma menor freqüência desta iniciação com parceiras eventuais (Heilborn, 1998).

Os jovens reafirmam a separação entre aprendizagem sexual e relação amorosa (Leal, 2003), mas vale ressaltar que no grupo de 10 rapazes, três deles tiveram sua primeira relação sexual com moças que também eram virgens. A primeira vez, para eles, é sempre descrita como algo positivo, e que apesar de ser um momento rápido, é bom para caramba. Revelam muita ansiedade em deixar de ser virgem e, assim, não importa muito o desempenho e sim a passagem para o mundo dos “iniciados” (Salem, 2004). Segundo Elder (21 anos, camada média), o quanto mais rápido o homem

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a transformação de adolescente em homem. Milton (19 anos, camada popular) indica a importância do adolescente ter a sua primeira transa, pois é uma questão de honra, visto que quanto mais tarde ocorre, mais ele está sendo discriminado pelos outros. Entretanto, ainda que exista a pressão social, há também o desejo de que a iniciação sexual seja realizada com alguém conhecido, como ocorreu com Pedro (19 anos, camada média), se for com uma pessoa que você conhece, que tem amizade, aí

fica gostoso. As narrativas masculinas são sucintas quando o assunto é sexo, em algumas delas é

possível perceber um significado especial atribuído à parceira da primeira relação sexual.

No imaginário social, comumente, a sexualidade juvenil é retratada de forma “irresponsável”, contribuindo para a representação sobre a gravidez na adolescência. Diferente do que a mídia propaga sobre as atitudes adolescentes, observou-se que as gravidezes surgem no contexto de relações estáveis e alguns/mas com o/a primeiro/a parceiro/a. Entre as 10 moças entrevistadas, cinco engravidaram do primeiro parceiro sexual; entre os rapazes apenas Carlos vivenciou a mesma situação. As famílias têm conhecimento do namoro e provavelmente das relações sexuais, mesmo sem conversar com os filhos e, assim, sem esclarecer a intimidade da vida amorosa destes. De modo geral, os/as entrevistados destacam a falta de diálogo em casa sobre tais assuntos, ainda que se afirme o predomínio de valores igualitários e individualizantes das camadas médias. Uma vez que as relações interpessoais são baseadas em uma dinâmica familiar menos hierarquizada, espera-se que “a família pode também vir a se constituir (em maior ou menor grau) em um espaço de interlocução das experiências sexuais e reprodutivas dos filhos” (Brandão et. al., 2001: 163). Joana (camada média) pondera que antes do filho nascer, não dava espaço para meus pais conversarem

comigo e eu conversar com eles. Duas outras jovens, ambas pertencentes às camadas populares,

ressaltam a ausência maternavi, quando se tratava do tema sexualidade: mãinha pode conversar com

outras pessoas, mas comigo não. Dentro de casa não fala nada, afirma uma delas.

Nos depoimentos juvenis, esses assuntos aparecem em momentos circunstanciais, não se constituindo em conversa de caráter mais íntimo, capaz de instituir uma relação de confiança que permita esclarecimento e posicionamento deles/as e de seus pais. Entretanto, outras entrevistadas obtiveram informações sobre sexo com as mães. Ana (19 anos, camada média) conta que desde que

ficou mocinha, ela [a mãe] explicava as coisas. Kátia e Dilma (camadas populares) também

mencionam conversas com a mãe. Dilma relata a decepção da sua mãe quando descobriu que estava grávida e lembra o que lhe disse: “Eu não te expliquei tudo como devia ser?". Então, eu respondi:

"É, mãinha, só que aconteceu. Não foi porque eu quis, mas também porque eu não quis, aconteceu". O risco de gravidez se constitui no principal assunto impulsionador do diálogo na

família sobre o exercício da sexualidade. Mas, como salienta Brandão (2003, 2004) o tema sexo é abordado nas conversas em família de forma indireta, pouco clara e com reticências. Entre os

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rapazes, nas referências familiares aparecem os irmãos mais velhos (e seus amigos), pais e tios como principais interlocutores.

O início das relações sexuais no namoro, inclusive com o não uso ou o uso irregular de contraceptivos, promove uma dinâmica na relação permeada de incertezas e receios sobre a ocorrência da gravidez. Contudo, os “sustos” não são suficientes para promover uma conduta contraceptiva (Brandão, 2004). Aposta-se na sorte e, com o passar do tempo, sem que o risco se concretize, os jovens acreditam, cada vez mais, na pouca probabilidade de engravidar.

Quando então a gravidez acontece, as/os jovens admitem o descuido, comumente chamado de

vacilo, termo que consideram adequado para designar o evento. Alguns deles relatam que ter filhos

foi tema de conversa entre o casal, mas o desejo era logo postergado, pois sentiam-se jovens demais para constituir família.

Predomina entre os sujeitos atitudes de surpresa, desespero e angústia no momento da confirmação da gravidez: meu Deus, o que é que eu vou fazer da minha vida agora?. Essa foi a primeira reação de Ana (camada média) que estava sozinha ao receber a confirmação no exame. Um jovem lembra que estava junto com a namorada quando viu aquela setazinha ridícula

confirmando: positivo. Segundo ele, a cabeça entrou em parafuso. Três jovens classificam o

ocorrido como uma fatalidade: Ana que engravidou durante a mudança de método contraceptivo; Marlene (camada popular) que não teve uma transa completa, e, segundo ela, como não houve

penetração, foi um susto! Nunca imaginamos... E Noel (camada popular) que, algum tempo depois

do término do namoro, que coincidiu com sua mudança temporária da casa parental para casa da tia, soube na escola que a ex-namorada estava com problema de saúde o que provocou mudanças no seu corpo. Quando toma conhecimento da gravidez e da sua participação, ele atônito afirma: O que

estou sabendo é que ela estava com um mioma. Que mioma é esse que já está para nascer?

Os parceiros das jovens entrevistadas que vivenciaram a gravidez na adolescência, geralmente são mais velhos do que elas, alguns são os mesmos da iniciação sexual. A diferença etária entre esses pares apresenta uma variação de 3 a 12 anos a mais, para os homens; situação contrária a dos rapazes entrevistados. Apenas Dilma (camada popular) é dois anos mais velha do que seu parceiro. No caso dos homens, há uma inversão: apenas Noel era mais novo do que a parceira à época da primeira gravidez que resultou no seu primeiro filho. Ele registra que desde a adolescência sempre gostou de se relacionar com mulheres mais velhas, modelo presente no caso dos seus pais. No geral, os jovens tendem a namorar mulheres da mesma faixa etária ou um pouco mais nova. Esse padrão de assimetria etária entre os sexos revela traços estruturantes do mercado afetivo-matrimonial, na sociedade brasileira. As mulheres tendem a procurar homens mais velhos a medida que eles podem oferecer condições mais favoráveis de comprometer-se em um relacionamento (Bozon, 1995).

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dos sujeitos e, simultaneamente, geram outras linhas de conformação do desenrolar do vínculo entre os parceiros.

A diferença etária também influencia as negociações e decisões sobre a gravidez. Os depoimentos femininos apontam para o fato de que os parceiros mais velhos possuem uma inserção social diferente dos rapazes da mesma faixa etária que elas e, portanto, já possuem uma maior independência e autonomia frente à família de origem, como também, mais responsabilidade e capacidade de prover-se, o que favorece a assunção da paternidade. Contudo, a análise dos dados indica que a prática da assunção paterna não está atrelada a idade do parceiro, e tampouco à sua inserção no mercado de trabalho. Está, sobretudo, articulada com o sentido de responsabilidade com as funções parentais.

A gravidez, na maioria das vezes, é resultante de um exercício da sexualidade cada vez mais precoce entre os adolescentes. O momento atual revela que a autonomia sexual antecede a autonomia social dos jovens, os pais tornam-se testemunhas e cúmplices desse processo e intensificam suas orientações para os projetos escolares e profissionais (Bozon, 2004), mas continuam sem promover um diálogo mais intimista sobre o comportamento sexual dos filhos. O/as entrevistados/as, por sua vez, reconhecem que suas práticas sexuais os/as tornam vulneráveis à experiência de parentalidade. Assim, revelam que o filho poderia ter sido postergado, mas positivam a existência dele, especialmente pela legitimidade adquirida, sobretudo na família, a partir da condição de maternidade e paternidade.

Referências

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BOZON, Michel. Amor, sexualidade e relações sociais de sexo na França contemporânea. Estudos Feministas, Rio de Janeiro: IFCS/UFRJ – PPCIS/UERJ. 1995, vol. 3, n. 1. p.122-135

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_________. Sociologia da Sexualidade. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2004

BOZON, Michel & LERIDON, Henri. Les constructions sociales de la sexualité. In: BOZON, M & LERIDON, H. (coord.) Sexualité et sciences sociales. Population, n5, set/out, 1993, p.1173-95. Paris, INED:PUF

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HEILBORN, Maria Luiza. Gravidez na adolescência: considerações preliminares sobre as dimensões culturais de um problema social. In: VIEIRA, Elisabeth (org.) et all. Seminário Gravidez na Adolescência. Rio de Janeiro: CEPIA/IPEA. 1998a. p.23-32

__________.. A primeira vez nunca se esquece. Estudos Feministas. Rio de Janeiro: UFRJ/IFCS, v.6, n.2, 1998b. p.370-374

__________. Construção de si, gênero e sexualidade. In: HEILBORN, M. L. (org.) Sexualidade: o olhar das Ciências Sociais. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999. p.40-58

__________. & BRANDÃO, Elaine R. Introdução: ciências sociais e sexualidade. In: HEILBORN, Maria Luiza (org.). Sexualidade: o olhar das ciências sociais. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999. p.7-17

GIDDENS, Anthony. Conversas com Anthony Giddens: o sentido da modernidade. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2000

LEAL, Andréa F. Uma antropologia da experiência amorosa: estudo de representações sociais sobre sexualidade. Dissertação de Mestrado em Antropologia Social – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 2003

LHOMOND, Brigitte. Sexualidade e juventude na França, In: HEILBORN, Maria Luiza (org.). Sexualidade: o olhar das ciências sociais. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999. p.77-95

PARKER, Richard G. Corpos, prazeres e paixões: a cultura sexual no Brasil contemporâneo. São Paulo: Ed. Best Seller, 1991

SALEM, Tania. “Homem... já viu, né?”: representações sobre sexualidade e gênero entre homens de classe popular. In: HEILBORN, Maria Luiza (org.). Família e Sexualidade. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2004. p.15-61

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Professora Adjunta da Universidade Estadual de Feira de Santana, Coordenação colegiada do Mulieribus/UEFS. Pesquisadora associada do MUSA/UFBA. A apresentação deste trabalho conta com o apoio da FAPESB – Fundo de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia.

ii

O projeto “Gravidez na Adolescência: Estudo Multicêntrico sobre Jovens, Sexualidade e Reprodução no Brasil” foi elaborado originalmente por Maria Luiza Heilborn (IMS/UERJ), Michel Bozon (INED, Paris), Estela Aquino (MUSA/UFBA), Daniela Knauth (NUPACS/UFRGS) e Ondina Fachel Leal (NUPACS/UFRGS). A pesquisa foi realizada por três centros: Programa em Gênero, Sexualidade e Saúde do IMS/UERJ, Programa de Estudos em Gênero, Mulher e Saúde do ISC/UFBA e Núcleo de Pesquisa em Antropologia do Corpo e da Saúde da UFRGS. O grupo de pesquisadores compreende Maria Luiza Heilborn (coordenadora), Estela Aquino, Daniela Knauth, Michel Bozon, Ceres G. Victora, Fabíola Rohden, Cecília McCalum, Tania Salem e Elaine Reis Brandão. O consultor estatístico é Antônio José Ribeiro Dias (IBGE). A pesquisa é financiada pela Fundação Ford e contou com o apoio do CNPq.

iii

Talita (21 anos, camada popular) faz uso da expressão foi meu devedor para designar o parceiro da primeira relação sexual. Esse termo, embora não seja mais tão comum entre os jovens, é facilmente compreensível. Quando solicitado que ela explicasse, afirmou: Porque se diz que entregou a pureza, só que a gente não diz mais devedor, a gente fala de outro jeito.

iv

Heilborn (1984) alude ao termo “namoro de portão”, em um estudo de camadas médias de um subúrbio carioca, demonstrando que este tinha o sentido de compromisso, inclusive por ser mais público e controlado. Já Brandão (2004) observa, também em camadas médias cariocas, que as moças destacam a categoria “namoro sério” como referência ao relacionamento em que o namorado freqüenta a sua casa, onde há a presença dos pais e/ou responsáveis, não mais se referindo a terminologia utilizada anteriormente.

v

Entre as 10 jovens mães entrevistadas, apenas uma, pertencente à camada média, não teve a primeira relação sexual em um contexto de namoro.

vi

A presença e a atitude paterna nesse contexto não são esperadas por parte das moças, mesmo diálogos sobre outros temas com o pai não é comumente referido.

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