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Resumo de actividades realizadas pela UMCCI na área dos Cuidados Paliativos

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Academic year: 2021

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Resumo de actividades realizadas pela UMCCI na área dos 

Cuidados Paliativos 

                    V.  31.08.10 

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2 SUMÁRIO  0.  RESUMO EXECUTIVO ... 3  1.  INTRODUÇÃO ... 8  2.  SITUAÇÃO DE PARTIDA ... 9  3.  O PROGRAMA NACIONAL DE CUIDADOS PALIATIVOS (PNCP) ... 12  4.  AVANÇOS NA GESTÃO ... 20  5.  UM CAMINHO PARA A QUALIDADE ... 21  6.  PRÓXIMOS PASSOS ... 25     

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3

0. RESUMO EXECUTIVO 

 

SITUAÇÃO DE PARTIDA  (2005) 

• Existência  de  Programa  Nacional  de  Cuidados  Paliativos  ‐  PNCP (versão 2004); 

• Escassez  de  respostas  específicas  em  Cuidados  Paliativos  (CP):  

o 4 Unidades de Internamento (UI) (3 em hospitais e  1 em lar) com 53 Lugares de Internamento (LI);  o 4 Equipas (3 domiciliárias e 1 hospitalar);  o Sem instrumentos de monitorização e avaliação;  • Para  além  das  respostas  específicas  de  CP  já  existentes,  a 

prestação  desses  cuidados  já  era,  contudo,  um  facto  em  algumas  instituições  hospitalares,  designadamente  no  IPOFGL,  EPE,  onde  se  implementará  o  Centro  Piloto  de  Cuidados Paliativos. 

• As  regiões  do  Alentejo  e  Algarve  não  dispunham  de  nenhum recurso de CP. 

 

VISÃO INTERNACIONAL  • Na  Europa  existem  diferentes  modelos  de  organização  de  CP  bem  como  diferenças  na  disponibilidade  de  serviços  e  sua qualidade. 

• O  nível  de  desenvolvimento  dos  serviços  de  CP  é  específico.    CRIAÇÃO DA REDE  NACIONAL PARA OS  CUIDADOS CONTINUADOS  INTEGRADOS (RNCCI) 

• A  criação  da  RNCCI  em  2006  estabelece‐se  como  uma  oportunidade  de  implementação  a  nível  nacional  de  serviços de CP.      APROVADO O PNCP ONDE SE  DEFINEM OS ELEMENTOS  CONCEPTUAIS,  ORGANIZATIVOS E  FUNCIONAIS, ELABORADO  ATRAVÉS DE UM PROCESSO  • Em 2007 o Sr. Ministro da Saúde cria um grupo de trabalho  para rever o PNCP com o objectivo de adaptar o programa  à nova realidade do Serviço Nacional de Saúde (criação da  RNCCI  e  serviços  de  CP)  e  operacionalizar  os  seus  objectivos.  A  nova  versão  do  PNCP  foi  sujeita  a  discussão  pública e entregue a final de 2008. 

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4 CONSENSUALIZADO COM OS 

AGENTES‐CHAVE 

• A  versão  de  2008  foi  submetida  à  revisão  de  peritos  da  Organização Mundial de Saúde (OMS) de forma a adaptá‐lo  às recomendações internacionais. Esta versão foi aprovada  em Março de 2009. 

• Na implementação do PNCP visa‐se obter reconhecimento  como  Projecto  Demonstrativo  da  OMS  (“WHO  Demonstration  Project”),  de  acordo  com  as  cartas  em  anexo.  

• Considera‐se  que  os  CP  são  uma  resposta  integrante  do  SNS  (incluindo  Hospitais,  RNCCI,  Cuidados  de  Saúde  Primários), flexível, adaptando‐se às características locais e  regionais, focada nos Cuidados domiciliários.    IDENTIFICAÇÃO DOS  RESPONSÁVEIS PELA  OPERACIONALIZAÇÃO DO  PNCP 

• A  Unidade  Missão  para  os  Cuidados  Continuados  Integrados  (UMCCI),  enquanto  coordenadora  da  RNCCI,  assume o aperfeiçoamento e operacionalização do PNCP e  a sua adaptação às necessidades do país. 

• A UMCCI contará a partir de 2011 com a assessoria de um  perito  da  OMS  e  com  a  consultoria  de  uma  experiência‐ piloto  sediada  no  Instituto  Português  de  Oncologia,  Francisco Gentil de Lisboa (IPOFGL, EPE).    DEFINIDOS OS RÁCIOS DE  COBERTURA DE  NECESSIDADES E CALCULADA  A OFERTA NECESSÁRIA 

• Foram  definidos  os  rácios  de  cobertura  de  necessidades  com  base  nas  referências  internacionais  (European  Association for Palliative Care) e adaptados à realidade de  Portugal. 

Assim o PNCP estabelece: 

1  Equipa  Intra‐hospitalar  de  Suporte  em  Cuidados  Paliativos  (EIHSCP)  por  hospital  (prestarão  apoio  intra‐ hospitalar e assessoria técnica às UI da RNCCI e às ECCI);  • 1 Equipa de Cuidados Continuados Integrados (ECCI) com 

formação em CP em todas as UCC; 

64‐80  lugares  de  internamento  por  1  milhão  de  habitantes, distribuídos da seguinte forma: 

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5 mais  de  250  camas  ou  especializados  em  oncologia.  Considerando  30%,  equivale  a  194‐243  lugares  de  internamento em Portugal Continental; 

o 40‐60%  das  UCP  integrarão  a  RNCCI.  Considera‐se  que  50%  do  n.º  de  lugares  de  internamento  previstos  se  localizará nestas unidades (entre 324 a 405 lugares);  o 20‐40%  em  unidades  da  RNCCI  de  outras  tipologias 

(Unidades  de  Convalescença/Unidade  de  Média  Duração  e  Reabilitação/Unidade  de  Longa  Duração  e  Manutenção)    sem  especificação  de  CP.  Considera‐se  que  20%  dos  lugares  de  internamento  previstos  se  localizarão em unidades da RNCCI não específicas de CP  (entre 130‐162 lugares). 

Os rácios supra mencionados devem estar de acordo com  a  perspectiva  demográfica.  Em  regiões  com  maior  dispersão  populacional,  deve  ser  considerada  uma  opção  relevante  a  presença  de  equipas  interdisciplinares,  com  flexibilidade de papéis e responsabilidades. 

Os CP são transversais a toda a RNCCI e podem e devem  ser  prestados  em  todas  as  tipologias  assegurando‐se,  o  envolvimento dos cuidadores e a proximidade com o meio  habitual  de  vida,  principal  enfoque  dos  cuidados  de  proximidade de que a RNCCI é exemplo. 

  OFERTA ACTUAL E OFERTA A 

DESENVOLVER 

Actualmente existem (Agosto de 2010): 

o 50  LI  em  UCP  dos  hospitais  de  agudos  (N.º  de  LI  em  falta:  entre  144  a  193  LI,  com  base  no  planeamento realizado com base no PNCP);  o 126 LI em UCP da RNCCI estando previstas, com o 

apoio  financeiro  dos  Programas  Modelar  I  e  II,  o  aumento para 190 camas (N.º de LI em falta: entre  134 a 215 LI, com base no planeamento realizado  com base no PNCP); 

o 15  EIHSCP  (por  desenvolver  em  100%  dos  hospitais); 

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6 o 40 ECCI com formação em CP.   PLANO DE ACÇÃO – PRÓXIMO TRIÉNIO   (2010‐2013)  • À UMCCI compete garantir a implementação do PNCP.   • À UMCCI compete a apresentação do Plano de Actividades   que concretize o PNCP nos próximos 3 anos.  • A implementação do PNCP é coordenada e avaliada a nível  nacional  pela  RNCCI  e  acompanhada  e  avaliada  a  nível  regional pelas ARS.    O CAMINHO PARA A  QUALIDADE: RESULTADOS  ALCANÇADOS  • Em implementação a experiência‐piloto a ser desenvolvida,  no  IPOFGL,  EPE,  Serviço  de  Oncologia  Médica  (carta  de  compromisso  já  assinada  entre  a  instituição  e  a  ARSLVT).  Será  um  serviço  de  referência  na  área,  com  vertentes  de  formação  teórico‐prática,  acrescido  de  consultoria  especializada nesta área. 

  • Os  resultados  dos  inquéritos  de  satisfação  aos  utentes  internados  nas  UCP  da  RNCCI  (nos  anos  de  2007  e  2008,  UMCCI) apresentam uma maior percentagem de satisfação  na categoria “Muito Bom” em relação às outras tipologias  da RNCCI.    FORMAÇÃO  • No processo de implementação de Unidades e Equipas da  RNCCI, foi contemplada, nos Planos Anuais de Formação no  âmbito da Rede (realizados em 2006, 2007 e 2008), a área  dos  Cuidados  Paliativos,  contando  com  aproximadamente  542  participantes  nas  formações  já  desenvolvidas.  Os  conteúdos  de  formação  incidiram  sobre  modelos  de  intervenção  em  CP,  a  qualidade  em  CP,  modelos  de  monitorização  e  avaliação  e  formação  clínica  em  serviço  com  visitas  e  estágios  em  centros  de  referência  internacional  e  tutorias  e  acompanhamento  directo  a  equipas  de  profissionais  e  plataformas  on‐line  de  apoio.  Estas  actividades  foram  dirigidas  a  profissionais  das  entidades  prestadoras  (médicos,  enfermeiros,  assistentes  sociais  e  psicólogos),  e  membros  das  equipas  de 

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7 coordenação da RNCCI (nível central, regional e local).   • Os  resultados  do  inquérito  a  profissionais  das  UCP 

(aplicado  em  2008  pela  UMCCI)  permitem  inferir  necessidades de formação em CP, designadamente na área  do controlo da Dor. 

  INTRODUZIDOS 

INSTRUMENTOS DE GESTÃO 

• À  medida  que  são  desenvolvidos  instrumentos  de  gestão  na  RNCCI,  são  contemplados  e  definidos  também  instrumentos na área dos CP. 

• Assim,  no  âmbito  da  RNCCI,  foram  definidos  modelos  de  contratos  com  os  prestadores  de  CP,  alocadas  verbas  específicas  para  CP  e  definida  a  tabela  de  preços  para  pagamento  da  diária  deste  tipo  de  cuidados,  assim  como  verba específica para o pagamento de fármacos nas UCP.    AVANÇOS NOS  INSTRUMENTOS DE APOIO À  GESTÃO CLÍNICA  • A UMCCI tem promovido a introdução na prática clínica da  abordagem multidisciplinar e interdisciplinar, pautada pela  elaboração de Planos Individuais de Intervenção, com base  na análise multidimensional de necessidades.    MELHORIA NOS  RESULTADOS   • Nas UCP da RNCCI foram já assistidos, entre 2006 e 2010,  um  total  de  4.183  utentes,  de  um  total  de  5.178  referenciados. 

  • A  demora  média  em  2010  dos  utentes  assistidos  nas  UCP  da RNCCI foi de 31 dias. 

  • A taxa de ocupação média das UCP tem vindo a aumentar, 

situando‐se em 2010 em 91%. 

• O  perfil  de  diagnóstico  mais  frequente  nas  UCP  da  RNCCI  em  2010  corresponde  a  doenças  oncológicas  (87%),  seguido das doenças neurodegenerativas (7%). 

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1. INTRODUÇÃO   

 

o O  presente  documento  tem  como  objectivo  apresentar  as  actividades  realizadas  entre  2006  e  2010 realizadas no âmbito da RNCCI na área dos CP. 

 

o O aumento da esperança média de vida, da incidência de neoplasias e outras doenças crónicas,  incuráveis, assim como uma nova exigência social (melhoria de cuidados no final de vida, apoio  emocional,  promoção  da  autonomia,  morte  com  dignidade),  tornam  a  prestação  de  cuidados  aos  doentes  em  fase  avançada  de  doença,  com  sofrimento,  ou  em  estado  terminal,  um  dos  factores essenciais de qualquer sistema de saúde.   

 

o Os CP têm um lugar próprio no sistema de saúde. Para além de contribuírem para a melhoria da  qualidade  de  vida  e  diminuição  do  sofrimento,  contribuem  também  para  a  melhoria  da  eficiência global e para a utilização apropriada dos recursos do sistema. 

 

o Assim  a  OMS  considera  os  CP  como  uma  prioridade  da  política  de  saúde  (PNCP,  2009)  e  recomenda vivamente a sua prestação em todas as vertentes do sistema de saúde, garantindo a  sua transversalidade em todos os níveis de cuidados, com base nas necessidades identificadas e  recomendando uma abordagem programada e planeada numa perspectiva de apoio integrado.   

o Está consensualizado internacionalmente que os CP se baseiam numa concepção integrada de  cuidados,  centrada  no  doente  e  sua  família/  cuidador  informal,  estruturando‐se  a  partir  do  trabalho multi e interdisciplinar dos profissionais e do voluntariado.  

 

o Os  CP  têm  como  objectivos  essenciais:  o  alívio  do  sofrimento,  a  promoção  da  dignidade,  da  autonomia e da qualidade de vida; e a promoção da adaptação emocional à situação.                      

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2. SITUAÇÃO DE PARTIDA 

 

o O  Plano  Nacional  de  Saúde  2004  –  2010  identifica  os  CP  como  uma  área  prioritária  de  intervenção.  

 

o No ano 2005, o estudo Palliative Care Facts in Europe demonstrava que os recursos existentes  em  Portugal  Continental  eram  escassos  e  sem  um  modelo  de  organização  homogéneo  entre  eles. No total, existiam em Portugal Continental 8 Respostas em Cuidados Paliativos: 

 

3  unidades  intra‐hospitalares  (nos  IPOFG  do  Porto,  IPOFG  de  Coimbra  e  Hospital  do  Fundão); 

1 unidade em lar (Santa Casa da Misericórdia – SCM‐  da Amadora); 

3 equipas domiciliárias (Centro de Saúde de Odivelas, SCM Azeitão e IPOFG Porto); 1 equipa hospitalar (Hospital de S. João).  

TOTAL:  4  Unidades  Internamento  (intra‐hospitalares+lar)  e  3  Equipas  domiciliárias  e  1  Equipa Hospitalar.    o Para além das respostas específicas de CP já existentes, a prestação desses cuidados já era um  facto em algumas instituições hospitalares, designadamente no IPOFGL, onde se implementará  o Centro Piloto de CP.    o Os habitantes das regiões do Alentejo e Algarve não dispunham de qualquer serviço na região.  Nas  outras  regiões  onde  estes  recursos  estavam  instalados,  apresentavam  uma  baixa  taxa  de  cobertura, tal como se pode observar na figura seguinte: 

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Fonte: Estudo Palliative Care Facts in Europe for 2005; Estimativas da População 2005, INE 

 

o Acresce  que  as  unidades  de  internamento  intra‐hospitalares  existentes  davam  resposta  exclusiva aos utentes com proveniência dos serviços do próprio hospital. 

 

o Nestes  8  serviços,  não  se  consideravam  instrumentos  normalizados  à  gestão  dos  cuidados:  valorização  da  abordagem/avaliação  da  dor,  no  âmbito  da  prestação  de  CP,  complementar  ao  preconizado pelo PNCP. 

 

o Existiam  em  2005,  Unidades  de  Dor  de  três  tipos  (Comissão  de  Acompanhamento  do  Plano  Nacional de Luta Contra a Dor, 2005):  • Unidades de Dor Crónica (em 51 hospitais),   • Unidades de Dor Aguda Pós‐Operatória (em 25 hospitais) e   • Analgesia em Obstetrícia (em 34 hospitais).     As Unidades de Dor Crónica (UCD) classificavam‐se em 2005 em quatro tipos:  

• Unidades  de  Dor  de  Nível  Básico  (assim  designadas  por  não  preencherem  os  critérios  para  se  classificarem  como  Unidades  Terapêuticas  de  Dor,  existindo  um  total  de  31  unidades em 2005),   • Unidades Terapêuticas de Dor (3 em 2005),   • Unidades Multidisciplinares de Dor (17 em 2005) e,  N.º de unidades de internamento e lugares de CP existentes em Portugal Continental (2005)  Região  N.º unidades  internamento  N.º lugares  internamento  N.º habitantes  Portugal  Continental (INE  2005)  Cobertura Territorial (camas/100.000  hab.)  Norte  20 3.737.791 0,54  Centro  25 2.382.448 1,05  LVT  8 2.779.097 0,29  Alentejo  0 765.971 Algarve  0 416.847 Total  (Continente)  53  10.082.154  0,53 

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11 • Centro Multidisciplinar de Dor (inexistente).  

A  percentagem  de  hospitais  com  actividade  em  dor  crónica  em  2005  era  de  42%,  o  que  revela  a    lacuna  existente  na  organização  de  recursos  específicos  para  dar  resposta  à  dor  crónica.  A  distribuição  por  região  de  UDC  no  ano  2005  pode  ser  consultada  na  tabela  apresentada em seguida:  Região  Hospitais com  Actividade em Dor  Crónica em 2005  N.º de Unidades de Dor Crónica por tipologia  (2005)  N.º  Unidades de  Dor de Nível  Básico  Unidades  Terapêuticas  de Dor  Unidades  Multidisciplinares  de Dor  ARS Norte 11  22% 6 0 5  ARS Centro  18  50% 13 1 4  ARS LVT  15  36% 5 2 8  ARS Alentejo  4  100% 4 0 0  ARS Algarve  3  100% 3 0 0  Total  51  42% 31 3 17  Fonte: Comissão de Acompanhamento do Plano Nacional de Luta Contra a Dor, 2005   

o O  desenvolvimento  de  CP,  à  semelhança  do  que  acontece  nas  restantes  tipologias  da  RNCCI,  para além de contribuir para a melhoria da qualidade dos cuidados prestados aos utentes com  doença  incurável  e  em  fase  avançada,  introduz  inovações  ao  modelo  clássico  de  abordagem  desta  natureza,  tais  como  a  prestação  multidisciplinar  e  intersectorial,  que  garantem  a  continuidade de cuidados.  

 

o Face ao diagnóstico de situação sobre os CP em Portugal e a definição de políticas de saúde no  âmbito  do  programa  do  actual  Governo,  é  criada  a  RNCCI  em  2006  por  Decreto‐Lei  n.º  101/2006,  de  6  de  Junho,  assumindo‐se  como  uma  oportunidade  para  o  impulso  do  desenvolvimento de serviços de internamento e de ambulatório em CP, integrada no SNS e com  a  oferta  em  articulação  de  recursos  existentes  a  nível  hospitalar  e  dos  Cuidados  de  Saúde  Primários (CSP).    o Em 2009, foi atribuída à UMCCI, enquanto coordenadora nacional da RNCCI, o aperfeiçoamento  e operacionalização do PNCP e a sua adaptação às necessidades do país.         

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12 3. O PROGRAMA NACIONAL DE CUIDADOS PALIATIVOS (PNCP)    a. O PROCESSO DE ELABORAÇÃO    o O PNCP actualmente em vigor (aprovado a 29 de Março de 2009 pela Sra. Ministra da Saúde)  teve  como  objectivo  a  adaptação  do  programa  à  realidade  do  SNS,  especialmente  após  o  desenvolvimento dos primeiros serviços de CP no país e à criação da RNCCI. 

 

o Os antecedentes deste processo são os seguintes:   

• Em  2007,  pelo  despacho  n.º  28941,  de  22  de  Novembro,  do  então  Ministro  da  Saúde,  é  nomeado  um  Grupo  de  Trabalho  (GT),  com  o  objectivo  de  efectuar  a  revisão  do  PNCP  em  vigor, de 15 de Junho de 2004, adequando‐o às exigências da OMS;    • O referido GT elaborou uma proposta do PNCP que foi apresentada publicamente em Julho  de 2008, e colocada em discussão pública. Na sequência da discussão pública, o GT efectuou  uma nova versão do Programa, entregue no final de 2008;    • Por Despacho da Sra. Ministra da Saúde a revisão do PNCP é aprovada a 29 de Março de 2010  e:  ‐ Dá‐se por concluída a intervenção do GT nomeado pelo despacho 28941/2007; 

‐  Incumbe‐se  a  UMCCI  para  apresentação  do  Plano  de  Actividades  que  concretize  o  PNCP  nos próximos três anos.  

 

o Compete  assim  à  UMCCI,  enquanto  coordenadora  nacional  da  RNCCI,  o  aperfeiçoamento  e  operacionalização do PNCP.                   

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13 b. VISÃO INTERNACIONAL 

 

o Na  Europa  existem  diferentes  modelos  de  organização  de  CP  bem  como  diferenças  na  disponibilidade de serviços e sua qualidade.    o O nível de desenvolvimento dos serviços de CP é distinto, tal como se observa no quadro:    País  Nível de desenvolvimento de recursos de Cuidados paliativos  Alemanha  + Áustria  Bulgária  + Dinamarca  Incipiente Espanha  + Finlândia  Escassa França  + Holanda  Hungria  Incipiente Itália  Noruega  Incipiente Polónia  Escassa Reino Unido  + República Checa  Escassa Roménia  ‐  Suécia  Incipiente Portugal  Incipiente LEGENDA: +   Existem recursos de saúde instalados de forma adequada, que se baseiam num plano da autoridade de saúde do  País. ‐   Não existem recursos nem plano para o seu desenvolvimento. Escassa ‐ Quando o desenvolvimento é demasiado pobre em recursos, existem áreas geográficas sem cobertura e não  obedece a nenhum plano da autoridade de saúde mas sim a iniciativas locais, pelo que o seu desenvolvimento futuro é  incerto. Incipiente ‐ Quando o desenvolvimento é pobre em recursos e existem áreas geográficas sem cobertura, mas existe um  plano da autoridade de Saúde para completar e desenvolver este tipo de serviços no futuro. Fonte: Análise da actividade e perfil dos utentes assistidos em recursos de CC na Europa, UMCCI 2009     

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14 c. OS PRINCIPAIS CONTEÚDOS DO PNCP 

o O  PNCP  encontra‐se  adequado  às  exigências  estabelecidas  pela  OMS.  A  sua  implementação  visa  obter  reconhecimento  como  Projecto  Demonstrativo  da  OMS  (“WHO  Demonstration  Project)  desenvolvendo  práticas  consistentes  com  as  boas  práticas  internacionais  e  estimular  técnicos e responsáveis para a implementação eficaz dos objectivos propostos. 

 

o O  PNCP  assume  uma  organização  de  CP  integrada  (incluindo  Hospitais,  RNCCI,  CSP),  flexível,  adaptando‐se às características locais e regionais. 

 

o No PNCP é aceite que existe necessidade de usar os recursos (humanos e financeiros) de forma  eficiente  e  considera‐se  que  os  CP  não  são  separados  do  sistema  de  saúde,  como  resposta  paralela, sendo dele um elemento integrante. 

 

o A  implementação  do  PNCP  é  acompanhada  e  avaliada  a  nível  regional  pelas  Administrações  Regionais de Saúde (ARS) e, a nível nacional, pela UMCCI.    o De acordo com a European Association for Palliative Care (EAPC) as referências internacionais  assinalam como rácio orientador, nomeadamente: 1 EIHSCP por hospital com mais de 250 camas; 1 ECSCP para uma área populacional com 140 a 200 mil habitantes; 80‐100 lugares de internamento por 1 milhão de habitantes.    

o Neste  sentido,  foram  definidas  no  PNCP  metas  de  implementação  a  partir  dos  rácios  de  cobertura internacionais, apresentados no ponto seguinte.  

 

o Os  rácios  supra  mencionados  devem  ser  aliados  à  perspectiva  demográfica.  Em  regiões  com  dispersão populacional é considerado que equipas interdisciplinares com flexibilidade de papéis  e responsabilidades sejam uma opção relevante. Este planeamento deve ter em linha de conta  os rácios de recursos a diferentes níveis – para as EIHSCP (Hospitalares), o número de camas em  unidades de Cuidados Paliativos (hospital de agudos e fora deles), para as ECSCP (Domiciliárias)  –  de  forma  a  serem  ponderadas  respostas  a  diferentes  níveis  de  recursos,  tendo  em  conta  as  características socio‐demográficas das regiões.  

(15)

15 Assim: 

 

o O  PNCP  diferencia  níveis  de  serviços  de  internamento  em  CP,  em  função  da  complexidade  atendida. 

20‐30%  em  UCP  integradas  em  hospitais  (com  mais  de  250  camas  ou  especializados  em  oncologia). Considerando 30%, o n.º de lugares de internamento situar‐se‐ia em 19‐24 por 1  milhão de habitantes;  • 40‐60% em UCP da RNCCI. Considerando 50%, o n.º de lugares de internamento situar‐se‐ia  em 32‐40 camas por 1 milhão habitantes;  • 20‐40% em unidades da RNCCI não específicas de CP. Considerando 20%, o n.º de lugares de  internamento corresponderia a 13‐16 camas por 1 milhão de habitantes.    

o Não  se  prevendo  condições  imediatas  para  o  desenvolvimento  de  ECSCP,  o  PNCP  prevê  a  prestação  de  CP  no  domicílio  por  parte  de  ECCI  com  formação  em  CP,  pretendendo‐se  dar  formação a todas as ECCI. 

 

o O carácter multidimensional das necessidades, a pluri‐sintomatologia, o impacto emocional no  doente, na família e na equipa, bem como a evolução em crise, pressupõe uma complexidade de  cuidados  a  prestar.  Por  isso,  a  intervenção  deve  ser  centrada  nas  necessidades  de  cada  doente/família. 

 

o Assim,  os  CP  são  conceptualizados  como  cuidados  transversais  a  toda  a  RNCCI  e  devem  ser  prestados  em  todas  as  tipologias  assegurando‐se,  o  envolvimento  dos  cuidadores  e  a  proximidade com o meio habitual de vida, principal objectivo dos cuidados de proximidade. Em  toda a RNCCI, deve ser considerada na prestação de cuidados o conforto e qualidade de vida,  assumindo‐se a necessidade dos profissionais terem conhecimentos para a prestação de CP.   

o No  PNCP  prevê‐se  que  as  EIHSCP  prestem,  para  além  de  apoio  intra‐hospitalar,  suporte  de  consultoria em CP às unidades de internamento da RNCCI e às ECCI. Neste sentido, e pelo papel  que  estas  equipas  assumirão  no  âmbito  da  consultoria,  importa  reforçar  as  suas  capacidades  através de programas de formação e monitorizar a sua actividade. 

   

(16)

16 Resumo dos rácios de cobertura de necessidades, n.º de recursos previstos no PNCP e situação  actual 

 

Tipologia  Situação actual  Previsão 

EIHSCP  15 Equipas  1 por hospital 

LUGARES DE INTERNAMENTO (LI)    648 – 810 LI  30% em hospitais de agudos  (hospitais com mais de 250  camas ou especializados em  oncologia), destinadas a um  perfil agudo e complexo.   50 LI, entre 21% a 26% do  previsto.    194 a 243 LI    50% em UCP da RNCCI, para  tratamento de situações  crónicas e menos complexas.   126* LI de UCP na RNCCI  (Agosto 2010): entre 31% a  39% do previsto.    324 a 405 LI    20% para prestação de CP, em  unidades não específicas da  RNCCI.   ‐  Entre 130 a 162 LI    ECSCP  No PNCP considera‐se não  estarem reunidas as  condições necessárias para  o seu desenvolvimento  generalizado a curto‐prazo.  Planear‐se‐á a sua  criação em áreas em  que a densidade  populacional o  justifique.  ECCI com formação em CP  40 ECCI com formação em  CP.  1 ECCI por UCC com  formação em CP.  * Destaca‐se que 66% (83 LI) da capacidade instalada provém da reconversão de recursos de  serviços de Hospitais.  No âmbito do programa Modelar I e II, foram atribuídos apoios financeiros que permitem  estender o n.º de LI a 190 (59% do previsto).  Fontes:  PNCP, 2009  Estimativas da população 2008, INE  Capacidade instalada na RNCCI a 15 Agosto de 2010 (UMCCI)  Levantamento dos RH das ECCI com formação específica em CP,2009 (UMCCI)   

(17)

17 o Do  acompanhamento  efectuado  pela  OMS  na  revisão  do  PNCP,  resultou  uma  carta  de 

reconhecimento relativamente ao seu conteúdo:   

“O Centro Colaborador da Organização Mundial de Saúde de Políticas Públicas de  Cuidados Paliativos (CCOMS), tendo  participado  com  a  Unidade  Missão  para  os  Cuidados  Continuados  Integrados  na  elaboração  do  documento  supra  referido, através do Dr. Xavier Gomez‐Batiste, vem por este meio expressar a sua concordância e ratificar o conteúdo da  Proposta de revisão do Programa Nacional de Cuidados Paliativos.” 

 

o N.º de  lugares  de  internamento  em  CP necessários  em Portugal  Continental, por nível  e  por  região, de acordo com 80% dos rácios internacionais. Valor máximo: 80 LI por 1 M habitantes.  Valor mínimo: 64 LI por 1 M habitantes, de acordo com a figura seguinte:    Região    População  (INE 2008)  N.º total de LI em CP necessários em Portugal Continental  (80% rácios internacionais – Valor mínimo e máximo)  N.º total LI  N.º total LI em  H. agudos  (30%)   N.º total LI em  UCP da RNCCI  (50%)  N.º total LI em  UI da RNCCI  não específicas  em CP (20%)  Valor  Mín.  Valor  Max.  Valor  Mín.  Valor  Max.  Valor  Mín.  Valor  Max.  Valor  Mín.  Valor  Max.  Norte  3.745.439  239  299 72 90 120 150  48  60 Centro  1.786.692  114  143  34  43  57  71  23  29 LVT  3.665.613  234  293 70 88 117 146  47  59 Alentejo  507.481  32  41  10  12  16  20  6  8 Algarve  430.084  27  34 8 10 14 17  5  7 TOTAL  10.135.309  648  810  194  243  324  405  130  162 Fonte: PNCP, 2009 e Estimativas da população 2008, INE     

(18)

18 o N.º de lugares de internamento de CP em hospitais existentes a 15.08.10 e n.º de lugares em  falta, de acordo com os rácios internacionais (80%), discriminando o valor mínimo e máximo a  atingir por região, conforme figura seguinte:  Região  N.º LI em UCP ‐ H.  agudos (30% dos rácios  internacionais)  N. LI de UCP em  Hospitais   (Agosto 2010)  N.º LI de UCP em  Hospitais em falta  Valor  mínimo  Valor  máximo  Valor  mínimo  Valor  máximo Norte  72  90  20  52  70 Centro  34  43 25 9  18 LVT  70  88  5  65  83 Alentejo  10  12 0 10  12 Algarve  8  10  0  8  10 TOTAL 194  243 50 144  193 % ‐  ‐  21‐26%  ‐  Fonte: PNCP, 2009 e Estimativas da população 2008, INE   

o N.º  de  lugares  de  internamento  específicos  de  CP  existentes  na  RNCCI  a  15.08.10  e  n.º  de  lugares em falta, de acordo com os rácios internacionais (80%), discriminando o valor mínimo e  máximo a atingir por região:    Região  N.º LI de UCP na  RNCCI  (40% dos rácios  internacionais)  N.º LI em UCP da RNCCI  (existentes e previstas em Programa  Modelar)  N.º LI de UCP em  falta na RNCCI  Valor  mínimo  Valor  máximo  Existentes  (Agosto  2010)  Previstas  Modelar  Previstas  Modelar  II  Total  previsto  Valor  mínimo  Valor  máximo  Norte  120  150  35 10 20 65 55  85 Centro  57  71  14 0 0 14 43  57 LVT  117  146  61 15 19 95 22  51 Alentejo  16  20  6 0 0 6 10  14 Algarve  14  17  10 0 0 10 4  7 TOTAL  324  405  126 25 39 190 134  215 ‐  ‐  31%‐39% ‐ ‐ 47%‐49% ‐  ‐ Fonte: PNCP, 2009, Estimativas da população 2008, INE, Capacidade instalada na RNCCI a 15.08.10 (UMCCI), Programa  Modelar I e II (UMCCI)     

(19)

19 o Capacidade das ECCI para prestar CP (Inquérito realizado às ECCI, 2009)  Capacidade declarada pelas ECCI para  prestar CP  Observações  Não tem  38%  ‐  Tem capacidade própria  23%  ‐  Tem capacidade mas necessita de apoio  de retaguarda especializada  39%  68% recorre a serviços nos Hospitais;   32% recorre a ECCI.  Universo de respostas: 57  Fonte: Inquérito às ECCI (2009)      

d. PRINCIPAIS  RESULTADOS  DA  RNCCI:  UM  PROCESSO  DE  EVOLUÇÃO  CONTÍNUA  DE  ACTIVIDADE EM CP    o O número de utentes referenciados para UCP da RNCCI desde 2006 até à actualidade situou‐se  em 5.178, dos quais 4.183 foram já assistidos, conforme figura:   Período  Utentes  referenciados  Incremento  Inter‐anual  Utentes  assistidos  Incremento  Inter‐anual  01.10.2006‐31.12.07  255 ‐ 270  ‐ 2008  1.408  452%  645  139% 2009  2.198 56% 2.018  213% 01.01.10‐15.08.10  1.317  ‐  1.250  ‐ Total  5.178 4.183 Fonte: Relatórios de monitorização do desenvolvimento e actividade da RNCCI 2007, 2008 e 2009 e dados ad‐hoc 1º semestre  2010, UMCCI  o A taxa de ocupação nas UCP da RNCCI tem vindo a crescer desde 2006, atingindo em 2010 os  valores mais elevados (91%), valor ilustrado pela figura seguinte: 

PERÍODO  Demora média  Taxa de ocupação 

01.10.06 – 31.12.07  26  70%  2008  32  s.d.  2009  25  89%  2010  31  91%  Média  28,5  83%  Fonte: UMCCI 

(20)

20 o Os  diagnósticos  mais  comuns  nas  UCP  da  RNCCI  são  as  doenças  oncológicas  (87%),  conforme 

figura:              Fonte: Dados 1º semestre 2010, UMCCI      4. AVANÇOS NA GESTÃO 

o A  UMCCI  desenvolveu,  uma  série  de  instrumentos  de  gestão  da  RNCCI.  Especificamente  em  relação  à  prestação  de  CP,  estão  definidos  e  implementados  os  seguintes  instrumentos,  por  âmbito de intervenção: 

ÂMBITO  DESCRIÇÃO 

CRITÉRIOS  DE 

REFERENCIAÇÃO  PARA  UNIDADES  DE  CP  DA  RNCCI 

 

Foram  definidos  e  regulamentados  os  Critérios  de  admissão  na  tipologia de internamento de Cuidados Paliativos da RNCCI:  ‐  no  âmbito  das  experiências  ‐  piloto  (Directiva  técnica  n.º  1/2006),  e  actualizados  no  período  de  alargamento  por  Directiva  técnica n.º 1/2008; 

‐ Em 2009 foi realizada uma revisão e adequação dos critérios de  referenciação  para  Cuidados  Paliativos,  a  qual  foi  realizada  e  consensualizada em colaboração com os profissionais prestadores  e OMS e ratificada por esta. Esta proposta de referenciação incluir  a  diferenciação  da  situação  de  complexidade  do  utente,  estando  assim  em  consonância  com  o  previsto  no  âmbito  da  revisão  do  PNCP. 

MODELO  DE 

PAGAMENTO 

Preços  por  diária  de  internamento  e  utente  em  UCP  definidos  em  Portaria.  Diagnósticos mais comuns nas UCP da RNCCI (2010) (%)  Doenças Oncológicas  87%  Doenças Neurodegenerativas  7%  Doenças Cardiovasculares  3%  Doenças Respiratórias  1%  Outros Diagnósticos  2% 

(21)

21

ÂMBITO  DESCRIÇÃO 

MODELOS  DE 

ACORDOS 

Elaborado  o  modelo  de  acordo  com  prestadores  de  unidades  de  internamento de CP. 

RECOMENDAÇÃOES  PARA  INSTALAÇÕES  E  EQUIPAMENTOS 

Realizado documento com recomendações para as UCP. 

o Com  o  desenvolvimento  do  PNCP,  serão  aperfeiçoados/criados  novos  instrumentos  que  permitam  a  implementação  das  respostas,  a  sua  monitorização  e  avaliação,  bem  como  a  garantia da segurança e qualidade dos cuidados prestados no âmbito dos CP.      5. UM CAMINHO PARA A QUALIDADE  a) Centro Piloto de Cuidados Paliativos  o Em 2009 foi assinada uma carta de compromisso entre o IPOFGL, EPE e a ARSLVT para a criação  de um “Centro Piloto de Cuidados Paliativos” como experiência‐piloto.     o Através desta experiência poderá ser criado um serviço de referência na área dos CP (vertentes  de formação teórica e prática e de investigação), a que acresce consultoria especializada.    b) Tempo de espera para admissão em UCP da RNCCI    o O tempo médio de espera para entrada nas UCP em 2010 da RNCCI situou‐se em 7 dias. 

Demora média para entrada nas UCP da RNCCI em 2010 (N.º dias)

Norte Centro LVT Alentejo Algarve N.º médio

2 9 20 2 2 7 dias

Fonte: Dados 1º semestre 2010, UMCCI 

(22)

22 c) Auditorias   o Em 2009 foram realizadas 8 auditorias organizacionais às UCP da RNCCI.   o Foram igualmente efectuadas 3 auditorias clínicas às UCP.   o No futuro, prevê‐se alargar as auditorias a todos os prestadores de CP.     d) Satisfação dos utentes e profissionais  o Os resultados dos inquéritos aos utentes assistidos nas UI da RNCCI, realizados nos anos 20071 e  20082 (UMCCI) revelam que os utentes das UCP são os que melhor avaliam globalmente: Os cuidados de saúde recebidos: há uma maior percentagem de avaliações de “muito bom”  (dados válidos tanto em 2007 como em 2008);  • A unidade onde estão internados, verificando‐se uma ligeira descida dos níveis de satisfação  consoante o aumento da duração da estadia (dados válidos tanto em 2007 como em 2008);  • 89% dos utentes das UCP consideram ter melhorado após admissão nas unidades (Inquérito  de satisfação de 2008, UMCCI).    o Nos resultados do Inquérito de satisfação aos colaboradores das UCCI, realizados no ano 2008  (UMCCI),  podem‐se  inferir  necessidades  de  formação  no  âmbito  dos  CP,  nomeadamente  na  área da dor.  

   

o Apesar de o desenvolvimento em Portugal ser incipiente, de 2006 a 2010, ainda sem revisão do  PNCP,  com  nova  visão  e  estratégia,  à  luz  das  mais  actuais  recomendações  internacionais,  a  RNCCI foi implementando respostas a nível de CP, que levou a que a OMS emanasse uma carta  de  reconhecimento  pelo  trabalho  feito,  consequência  do  acompanhamento  que  efectuou  à  revisão do Programa. O seu conteúdo enaltece o caminho efectuado em 3 anos: 

 

“A Organização Mundial de Saúde (OMS), através do Centro Colaborador da OMS para Programas Públicos de CP  (CCOMS)  teve  oportunidade  de  acompanhar  a  evolução  dos  serviços  de  CP  no  âmbito  da  RNCCI  e,  à  luz  das  experiências internacionais, destaca‐se o avanço que Portugal realizou nos últimos três anos, tendo em conta uma  situação  de  partida  de  grande  escassez  de  recursos  de  CP  no  território  nacional  e  que  este  desenvolvimento  se  iniciou no final de 2006.  1  3,6% do total de inquiridos paliativos, 7 respostas.  2  2,9% do total de inquiridos – 7 respostas. 

(23)

23

A  experiência  internacional  aconselha  que  a  implementação  e  o  alargamento  de  respostas  sejam  realizados  de  forma progressiva, garantindo assim a sua adaptação e adequação às particularidades de cada país. Desta forma,  o  CCOMS  tem  acompanhado  esta  implementação  com  o  objectivo  de  contribuir  para  um  desenvolvimento  adequado e sustentado. Destacam‐se assim, como êxitos alcançados nos três últimos anos, o aumento de recursos  de  internamento  de  CP,  a  constituição  de  equipas  domiciliárias  com  especialização  em  CP  e  a  forte  aposta  já  anunciada  no  desenvolvimento  de  Equipas  Hospitalares  de  Suporte  em  CP  em  todos  os  Hospitais  do  Serviço  Nacional de Saúde; as acções de formação e divulgação que têm sido desenvolvidas, apoiando os profissionais no  âmbito da organização, funcionamento e prestação de Cuidados Paliativos e, finalmente, a definição de critérios e  instrumentos em contexto de participação com os profissionais prestadores de cuidados.”    e) A formação como alavanca para a criação de CP   

o Desde  a  criação  da  RNCCI  que  a  UMCCI  reconhece  a  importância  que  a  formação  dos  profissionais  assume  na  prestação  de  cuidados  adequados  e  de  qualidade  no  âmbito  da  paliação. 

 

o Neste domínio, a UMCCI tem reiterado, nos últimos anos, os CP como uma das áreas prioritárias  a  concretizar  nos  planos  de  formação  a  apresentar  pelas  várias  instituições  candidatas  a  financiamento no âmbito do Programa Operacional do Potencial Humano (POPH), tipologia de  intervenção  “Qualificação  dos  Profissionais  da  Administração  Pública  Central  e  Local  e  dos  Profissionais de Saúde” a desenvolver no contexto de cada região. 

 

o Importa  salientar  que  da  responsabilidade  da  UMCCI  foram  desenvolvidas  as  acções  que  se  indicam de seguida: 

 

• No âmbito do projecto “Unidades de Internamento de Referência”, no qual participaram as  unidades  seleccionadas  e  que  aderiram  a  esta  iniciativa,  foi  desenvolvida  formação  em  contexto de trabalho, através de visitas / estágios em centros de referência na prestação de  cuidados  paliativos  da  Rede  de  Cuidados  Continuados  Integrados  da  Catalunha.  Esta  formação,  com  acompanhamento  e  supervisão  directa  de  peritos  na  área,  visou  o  desenvolvimento  de  competências  de  âmbito  clínico  e  organizacional  no  contexto  da  paliação. 

 

• Foram  realizados,  ainda,  diversos  eventos  formativos  subordinados  a  temáticas  específicas  dos cuidados paliativos com a participação de vários peritos. 

(24)

24 36% 18% 45% 61% 80% 11% 18% 30% 13% 23% 11% 27% 21% 13% 9% 20% 21% 59% 34% 20% 4% 9% 7% 2% 2% 4% 4% 2% 0% 20% 40% 60% 80% 100%

Médicos Enferm eiros Assistentes Sociais Psicólogos Fisioterapeutas Outros

Nenhuma Seminários Formação Básica Formação Avançada + Seminários Formação Avançada

• O quadro seguinte sintetiza a formação realizada:   

Resumo da formação realizada pela UMCCI na área de CP (2006‐2010) 

Ano  Designação  N.º de 

Acções  N.º de  Participantes   2006  2007  2008 

Formação  em  contexto  de  trabalho  através  de  visitas/estágios a unidades e equipas de referência da Rede  de Cuidados Continuados da Catalunha    Workshop de peritos    8    1  75    ‐      2008  2009 

Workshop  específico  para  unidades  e  equipas  de  cuidados 

paliativos  2  8 

 Workshop  –  "Modelo  de  organização  e  planeamento  das 

Equipas de Cuidados Paliativos”  1  35 

Workshop ‐ "Boas práticas em Cuidados Paliativos”  1  44  Seminário  sobre  “modelos  de  qualidade,  monitorização  e 

avaliação em CP”  1  ‐  Reunião Nacional de Cuidados Paliativos  1  230  2010  Formação em dor crónica (acções previstas entre Setembro  e Dezembro de 2010)  6  150  Total  21  542  Fonte: UMCCI    o Verifica‐se, contudo, no terreno que existem profissionais sem formação em CP. Por exemplo,  segundo um inquérito da UMCCI realizado em Dezembro de 2009, aplicado aos profissionais das  várias ECCI no país, constatou‐se que no universo das respostas (68%), 36% dos médicos e 18%  dos  enfermeiros  declararam  não  ter  recebido  formação  em  cuidados  paliativos.  A  figura  seguinte ilustra os resultados obtidos:                    Elaboração própria. Fonte: Inquérito às ECCI (2009)

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6. PRÓXIMOS PASSOS 

a) A FORMAÇÃO COMO PILAR DO DESENVOLVIMENTO DO PNCP 

A  UMCCI  pretende  continuar  a  dar  grande  enfoque  às  actividades  de  Formação.  Para  o  efeito,  constituiu parceria com o IPOFGL, E.P.E. Conta, também, com o apoio às actividades de formação  da  Fundação Grunenthal e da Fundação Calouste Gulbenkian, através do qual se prevê a formação de  cerca 1.000 profissionais CP que prestam cuidados nas unidades de internamento e ECCI da Rede em  Dor e CP.  Para além disso, realizará um mentoring específico a uma selecção de ECCI e ULDM.    b) ELABORAÇÃO DO PLANO DE ACÇÃO EM 2010‐2013 

O  Plano  de  Acção  para  o  próximo  triénio  é  da  responsabilidade  da  UMCCI  e  será  apresentado  até  final do ano. Contará com a participação e assessoria da OMS na sua elaboração.    No próximo triénio, as actividades deverão centrar‐se:  • Na criação e alargamento de respostas;  No reforço das competências formativas dos profissionais e da capacidade de investigação  por parte das entidades prestadoras. 

Na  criação/  adaptação  dos  instrumentos  de  gestão  e  avaliação  necessários  para  o  desenvolvimento e ajuste contínuo do Plano, entre outros: 

o Desenvolvidos  acordos  ou  contratos‐programa  homogéneos  entre  as  entidades  prestadoras, e específicos por nível de cuidados e tipologia de serviço; 

o Desenvolvidos a nível regional os mecanismos de financiamento de cada tipologia  de serviço; 

o Definidos indicadores que permitam obter uma visão holística da implementação,  enquanto  à  estrutura,  processo  e  resultados,  relativos  quer  à  implementação  global  do  Plano  como  à  qualidade  da  prestação  de  cuidados  realizada  pelos  prestadores; 

o Divulgados  resultados  que  permitam  a  realização  de  benchmarking  entre  as  entidades prestadoras;  

Elaborados Planos operacionais anuais de Implementação que definam as metas anuais de  implementação das respostas e contribuam para promover boas práticas. 

Referências

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