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A PRODUÇÃO DE ATOS DE FALA COM EFEITO RISÍVEL NAS TIRAS DE HAGAR, O HORRÍVEL

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A PRODUÇÃO DE ATOS DE FALA COM EFEITO RISÍVEL NAS TIRAS DE HAGAR, O HORRÍVEL

José Ricardo Carvalho - UFS Este texto tem o propósito de expor recursos de linguagem presentes no gênero tira de humor que exploram a ambivalência e o implícito para provocar o efeito risível. Para alcançar tal objetivo, aplicamos os dispositivos de análise adotados pela Pragmática na interpretação das tiras, demonstrando que o riso decorre da produção de atos infelizes de fala. Desta forma, estabelecemos uma proposta de leitura do gênero tira de humor sob uma perspectiva enunciativa. Uma das maiores dificuldades para analisar textos que pretendem fazer rir é a identificação das especificidades do funcionamento da linguagem do humor, diferindo de outros universos textuais. Muitos estudos não definem a esfera do domínio humorístico como prática social de interação discursiva, reduzindo as análises a aspectos sociológicos ou lingüísticos, de maneira isolada. Por conseqüência, questões relevantes que abordam os dispositivos enunciativos, destinados à produção de efeitos humorísticos, são desconsideradas. Sendo assim, este texto tem o propósito de expor recursos de linguagem presentes no gênero tira de humor que exploram a ambivalência e o implícito para provocar o efeito risível. Para alcançar tal objetivo, aplicamos os dispositivos de análise adotados pela Pragmática na interpretação das tiras, demonstrando que o riso decorre da produção de atos infelizes de fala. Desta forma, estabelecemos uma proposta de leitura do gênero tira de humor sob uma perspectiva enunciativa.

As tiras, de uma maneira geral, utilizam muitos recursos icônicos que remetem ao plano das ações de uma forma distinta das narrativas que utilizam somente a linguagem verbal. Nelas não há um narrador explícito que conduz o leitor a construir uma imagem dos personagens e do cenário por meio de palavras. No lugar de textos regulados por signos verbais, temos a projeção de enunciados constituídos pela associação de dizeres com a representação icônica do contexto de sua enunciação.

Diferente da narrativa tradicional, promovida pela alternância dos enunciados verbais assumidos pelo narrador e pelos personagens, as tiras em quadrinhos são organizadas pelo discurso direto em que os personagens assumem a palavra sob o apoio das imagens que procuram traduzir o cenário e as circunstâncias enunciativas. Nesse sentido, os enunciados reservam em sua configuração aspectos formais que os distinguem dos textos puramente verbais. Sua estrutura é compacta e condensada, as expressões dos personagens são focalizadas para que o leitor se detenha em pontos específicos para os quais o autor sugere um olhar crítico. Além destas diferenças, do ponto de vista estrutural e funcional, a escolha temática sobre os assuntos abordados, em consonância com peculiaridades sócio-culturais dos interlocutores, vão determinar o efeito risível. De acordo com Mendonça, as tiras podem ser caracterizadas da seguinte forma:

As tiras são um subtipo de HQ; mais curtas (até 4 quadrinhos) e, portanto, de caráter sintético, podem ser seqüenciais (“capítulos” de narrativas maiores) ou fechadas (um episódio por dia). Quanto às temáticas, algumas tiras também satirizam aspectos econômicos e políticos do país, embora não sejam tão “datadas” como a charge. Dividimos as tiras fechadas em dois subtipos: a) tiras-piadas, em que o humor é obtido por meio das estratégias discursivas utilizadas nas piadas de um modo geral, como a possibilidade de dupla interpretação, sendo selecionada pelo autor a menos provável; b) tiras-episódio, nas quais o humor é baseado especificamente no desenvolvimento da temática numa determinada situação, de modo a realçar as características das personagens (...). Podemos, então, caracterizar provisoriamente a HQ como um gênero icônico ou icônico-verbal narrativo cuja progressão temporal se organiza quadro a quadro. Como elementos típicos, a HQ

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apresenta os desenhos, os quadros e os balões e/ou legendas, onde é inserido o texto verbal (MENDONÇA, 2002, p.199).

Diferentemente das piadas, que descrevem o espaço enunciativo onde se realiza a fala por meio de uma descrição verbal, as tiras descrevem o contexto com ilustrações que representam cenários, gestos e expressões dos personagens. Além de informações ditas nos balões e ilustradas nos quadrinhos, existe um espaço do não-dito e do não-visto que configuram implícitos responsáveis pela produção do humor. Insere-se no âmbito deste gênero um conjunto de elementos responsável pela evolução e graça da narrativa. Se de um lado, o leitor ri das atitudes e da fala produzidas pelos personagens, de outro lado, o leitor identifica um trabalho de arregimentação de vozes que o quadrinhista articula para produzir ironias, paradoxo e nonsense. Junto com a análise das falas e do comportamento dos personagens, existe a apreciação da orientação argumentativa incongruente propulsora do riso.

O modo como o autor seleciona e distribui as ações enquadradas funciona como sistema de referência cronológica e, por que não dizer, um sistema ideológico, já que a narração é contada a partir de uma determinada perspectiva. Em muitos casos, o quadrinhista expõe proposições e atitudes defendidas pelos personagens em uma perspectiva ridicularizante ou contraditória, do ponto de vista da enunciação. Cabe ao analista observar os contrastes e as pistas projetadas na representação construída pela linguagem icônica e pelos enunciados verbais.

Para refletirmos sobre os procedimentos enunciativos que geram efeito risível, no interior do gênero tiras, partimos do pressuposto de que os dispositivos humorísticos derivam de formulações implícitas apresentadas em diversos níveis da linguagem. Neste contexto, identifica-se que não há uma teoria específica ligada ao discurso do humor. De acordo com Possenti (1998, p.21), não há uma lingüística do humor, pelo menos, por três razões:

a) não há uma lingüística que tenha tomado por base textos humorísticos para tentar descobrir o que faz com que um texto seja humorístico, do ponto de vista dos ingredientes lingüísticos;

b) no caso de se concluir que o humor não tem origem lingüística, que ele não é da ordem da língua, não há uma lingüística que explicite ou organize os ingredientes lingüísticos que são acionados para que o humor se produza;

c) não há uma lingüística que se ocupe de decidir se os mecanismos explorados para a função humorística têm exclusivamente essa função ou se se trata do agenciamento circunstancial de um conjunto de fatores, cada um deles podendo ser responsável pela produção de outro tipo de efeito em outras circunstâncias ou em outros gêneros textuais.

Estas constatações levam-nos a reafirmar uma abordagem enunciativa para compreender a linguagem humorística das tiras. A exposição desses pressupostos teóricos nos ajudará a refletir sobre o modo de produção dos enunciados de humor encontrados nas tiras. Consideramos como foco central o modo de organização e funcionamento da linguagem do humor presente no gênero tira em quadrinhos associado à compreensão dos estudos advindos da Pragmática no modo de analisar seu discurso.

A Teoria dos Atos de Fala e a Leitura dos Enunciados

A reflexão sobre os efeitos que um enunciado pode causar no âmbito discursivo ganha uma nova dimensão nos estudos da linguagem com o surgimento da noção de performativo. O inglês John Langshaw Austin (1911-1960), um dos principais representantes da Pragmática1, explorou a interpretação do enunciado, trazendo a exterioridade como elemento constitutivo da linguagem. Durante muitos séculos, o estudo dos enunciados se fundamentou em princípios de descrição e

1 “... a Pragmática analisa, de um lado, o uso concreto da linguagem, com vistas em seus usuários e usuárias, na

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constatação da verdade encontrada nos proferimentos. Os enunciados eram lidos como uma declaração que poderia ser identificada como falsa ou verdadeira. Em uma série de conferências proferidas em 1955 e publicadas, depois de sua morte, no livro How to do things with words (1962), Austin afirma que a palavra nem sempre está representando coisas no mundo, mas promovendo ações. Ao dizer “eu te batizo” ou “eu aposto duzentos reais”, o falante não está fazendo uma declaração sobre um estado de coisas existente, mas executando uma ação. Neste caso, o que está em jogo não é o valor de verdade de uma sentença, e sim o tipo de atividade exercida no ato de proferir um enunciado.

Austin, durante a exposição de sua teoria sobre os atos de fala, vai reformulando seu posicionamento diante dos impasses que ele próprio apresenta. Inicialmente, tenta contrapor os enunciados constatativos e perfomativos. Para ele, os enunciados constatativos têm como princípio a condição de serem falsos ou verdadeiros. Já os enunciados performativos estão sujeitos a critérios de felicidade ou infelicidade, isto é, se o ato de fala for bem sucedido do ponto de vista da ação realizada pelo falante, diremos que o ato de fala foi feliz.

Para identificar as condições de felicidade de um enunciado performativo, Austin afirma que a noção de ato de fala está ancorada em duas premissas básicas: a idéia de comunicação como ato social concreto, mediado por convenções produzidas por uma comunidade discursiva, e a visão de linguagem como forma de ação capaz de gerar efeitos de sentidos sobre o outro no ato de dizer. Com isso, ele desloca o estudo dos enunciados centrados na frase para o estudo dos atos de fala. Para que um ato performativo seja bem-sucedido, é preciso que um conjunto de condições atue, concomitantemente, como argumenta Austin (1990 p.31):

(A.1) Deve existir um procedimento convencionalmente aceito, que apresente um determinado efeito convencional e que inclua o proferimento de certas palavras, por certas pessoas, e em certas circunstâncias; e além disso, que

(A.2) as pessoas e as circunstâncias particulares, em cada caso, devem ser adequadas ao procedimento específico invocado.

(B.1) O procedimento tem de ser executado, por todos os participantes, de modo correto e

(B.2) completo.

(G.1) Nos casos em que, como ocorre com freqüência, o procedimento visa às pessoas com seus pensamentos e sentimentos, ou visa à instauração de uma conduta correspondente por parte de alguns dos participantes, então aquele que participa do procedimento, e o invoca deve de fato ter tais pensamentos ou sentimentos, e os participantes devem ter a intenção de se conduzirem de maneira adequada, e, além disso,

(G.2) devem realmente conduzir-se dessa maneira subseqüentemente.

A investigação dos enunciados performativos se fundamenta na noção de papéis sociais determinados por convenções estabelecidas em um ritual de fala. Determinados atos de fala só têm valor efetivo se forem proferidos por alguém autorizado em uma comunidade discursiva. Só poderá dizer: “Eu os declaro marido e mulher”, um representante da Igreja que assuma o papel de padre em uma cerimônia de casamento. Se este mesmo proferimento for dito por um convidado, o casamento não se efetivará. Se o noivo disser ‘sim’ e já for casado com outra mulher, tal ato não efetivará o casamento. Ou seja, a performance pode ser nula, se o falante e os participantes não estiverem investidos de condições para a realização de tal ato. Austin esclarece que o fato de um ato ser nulo, não significa que ele deixou de ser realizado. Contudo, o ato pode ser cometido de forma infeliz. Desta forma, Austin (1990, p.33) descreve seis casos de infelicidade no esquema a seguir, por nós adaptado:

INFELICIDADES AB

Insucessos Ato intencionado nulo

G Abusos Atos vazios

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A

Apelos indevidos Ato rejeitado

B

Falhas na execução do ato (defeituoso o incompleto) G1 Insinceridade (pensamentos, sentimentos e intenções) G2 ? (A1) (A2) (B1) (B2) Procedimento não-convencional não-atuação Má formulação de acordo com as circunstâncias Má-atuação Desempenho incorreto dos participantes para execução do ato. Má execução. Ação correspon-dente abortiva por

parte do ouvinte. Não execução.

Dissimulação ?

A infelicidade de um ato de fala decorre da violação das condições que possibilitam a sua efetivação de maneira satisfatória. Nos casos (A) e (B) os atos são considerados nulos, enquanto que nos casos (G1) e (G2) são tidos, apenas, como infelizes, visto a ação ser executada de forma abusiva ou vazia de intenção. Apesar de o estudo sobre os enunciados performativos de Austin não levar em consideração atos de fala de entidades ficcionais, podemos reconhecer no desempenho dos personagens das tiras de humor a execução de atos de fala infelizes como fator de produção do efeito cômico. Da mesma forma que o tropeço do palhaço nos leva a rir, os de fala podem ser realizados de maneira inadequada à situação enunciativa, gerando, assim o riso.

(Folha de São Paulo, 08/1/03)

Apesar de Eddie Sortudo utilizar a fórmula lingüística correta para fazer um pedido de uma bebida refinada, o contexto no qual é realizado o proferimento não permite o sucesso de seu ato de fala. Eddie se encontra em um bar de terceira categoria e não em um restaurante fino. Neste local, não há muita escolha de bebida, portanto seu esforço para pedir um vinho importado, bem envelhecido, delicado ao paladar foi em vão. Podemos dizer que o humor deste tipo de tira consiste em atos de fala que exprimem inadequação e conseqüentemente a não-concretização de um propósito. Para tanto, os personagens executam atos que são mal-sucedidos ou anulados. Nesse sentido, para interpretar um ato de fala é preciso estar atento aos papéis sociais desempenhados pelos locutores, às escolhas lingüísticas, às condições de produção dos enunciados.

O Verbo Performativo e a Força Ilocucional

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(QUINO, 20/12/06).

Austin, no decorrer de suas conferências, desenvolve critérios gramaticais para explicitar a ordem dos performativos. Em um primeiro momento, ele assume que a realização do performativo é gerada por meio de enunciados inscritos na primeira pessoa do singular do presente do indicativo. A produção do enunciado de Mafalda - “Quero te avisar que o Manolito está aprendendo a jogar bilboquê, e é um desastre!” - foi proferido em primeira pessoa, explicitando o desejo de avisar sua amiga do perigo que corria com o bilboquê de Manolito, produzindo assim uma ação com conseqüências. Neste caso, o verbo performativo aparece de maneira explícita, cabendo ao destinatário, diante da força ilocucional, reconhecer a ação inscrita no enunciado. Contudo, o ato de avisar, realizado por Mafalda, não se caracterizou como uma antecipação de um perigo eminente, visto que Susanita já havia sido atingida pelo bilboquê. Sob essa perspectiva, o ato de fala de Mafalda foi insatisfatório devido ao conjunto de acontecimentos que antecederam situação discursiva.

A felicidade de um ato de fala um enunciado depende da situação de interação entre os interlocutores. Vejamos como o enunciado de Eddie foi organizado pelo quadrinhista para provocar humor sob a perspectiva aqui abordada.

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(Folha de São Paulo, 08/1/03)

A força de um ato de fala é determinada pelo contexto em que um enunciado é projetado. Hagar, ao ver Eddie correndo e gritando: “Corra!”, imediatamente obedeceu a voz do amigo. A força do enunciado proferido por Eddie promove uma ordem de fuga, devido a um suposto perigo iminente. Este ato de fala, no primeiro momento, manifesta-se como uma forma bem-sucedida, visto que a ordem de Eddie foi levada em consideração por Hagar. É somente nas duas últimas vinhetas que Hagar descobre que a razão da ordem não se trata de um aviso de perigo, mas de recomendações médicas que afirmam que correr faz bem à saúde. Tal constatação faz com que a força do enunciado de Eddie se esvazie e a ação deixe de ser executada.

Com este exemplo, percebemos que a força ilocucional não está ligada, somente, à intenção do falante, mas às condições favoráveis para a realização de um ato. Cavalcanti (1989, p.64) retoma os estudos de Van Dijk (1980), para apresentar condições mínimas para atribuir força ilocucionária a um ato de fala. O ouvinte, ou o leitor, em uma situação de interação, deverá levar em conta os seguintes tópicos:

A. Propriedades da estrutura do enunciado (atribuídas com base nas regras gramaticais);

B. Propriedades paralingüísticas, tais como acento, entoação, etc., de um lado, gestos, expressão facial, movimentos corporais, etc., de outro;

C. Observação/percepção do contexto comunicativo (presença e propriedade de objetos, freqüentemente pessoas, etc.);

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E. Mais em particular: conhecimento/crenças com respeito ao tipo de interação em progresso, e às estruturas dos contextos anteriores à interação;

F. Conhecimento/crenças derivadas de atos de fala anteriores referentes a partes anteriores do discurso, ambos no nível micro (ou local) e no nível macro (ou global);

G. Semântica geral, em particular o conhecimento convencional sobre (inter-) ação, regras, etc., especialmente aquelas da pragmática;

H. Outras espécies de conhecimento geral de mundo.

É possível perceber, nas tiras em quadrinhos, mal-entendidos decorrentes da discrepância entre valores ilocucionais, atribuídos pelos personagens ao proferir um enunciado. Um ato infeliz decorre, assim, de equívocos e atitudes de resistência a um determinado posicionamento em uma interação verbal. Sendo assim, os atos de fala não devem ser analisados isoladamente, visto que o sentido se constitui em uma cadeia de sentidos entre os participantes em um processo de negociação. Quando um falante profere um enunciado, seu dizer é confrontado com um estado de coisas existente e com um conjunto de crenças e expectativas. Desta maneira, um ato de fala pode inspirar um efeito contrário ao intencionado pelo locutor.2 Em muitos episódios retratados nas tiras em quadrinhos, observamos que as falas atribuídas aos personagens têm um intuito de projetar um efeito sobre seu destinatário, no entanto seus resultados divergem do que foi inicialmente calculado pelo sujeito responsável pelo ato de fala. Tal procedimento é um dos recursos explorados para a produção do discurso do humor, como no exemplo a seguir:

(Jornal O Globo, 07/8/06)

Vemos na tira organizada por Browne uma encenação cômico-humorística por meio de um tropeço enunciativo cometido por Eddie. O ato de fala de Eddie - “Você percebeu que este é Hagar, o horrível?” - imprime uma força ilocucional de intimidar o garçom a oferecer uma mesa, imediatamente, devido à fama de mal que seu amigo Hagar possui. Todavia o efeito do enunciado gera conseqüências contrárias àquelas esperadas por Eddie, visto que o garçom não se deixa intimidar. Consolida-se assim, mais um ato infeliz que não realiza um intento diante das divergências de outro participante.

Concluímos afirmando que trabalho de Austin é uma excelente ferramenta teórica para explicar o funcionamento discursivo humorístico de atos de fala mal sucedidos ou anulados, em decorrência de convenções transgredidas ou formulações interpretativas equivocadas. Da mesma forma que o cômico explora tropeços para provocar o riso, pode-se evidenciar atos de fala infelizes que assumem um papel importante nas análises do ponto de vista discursivo.

Refrências

2 “Devemos considerar de modo global a situação que fez o proferimento – isto é, o ato de fala em sua totalidade

– para que se possa perceber o paralelismo que há entre a declaração e o proferimento performativo, e como um e outro podem dar errado. Em casos especiais, a importância do ato de fala total, na totalidade da situação de fala emerge progressivamente da lógica; e assim podemos ir assimilando o proferimento supostamente constatativo ao performativo”. (AUSTIN, 1990, p.56).

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ALMEIDA, Guido Antônio. Aspectos da Filosofia da Linguagem. In: MARCONDES, Danilo (org.). Significação, verdade e ação; ensaios de filosofia analítica da linguagem. Niterói: EDUFF, 1986. AUSTIN, J. L. Quando dizer é fazer – palavras e ações. Porto Alegre, Artes Médicas, 1990.

BAKHTIN, M. M./ VOLOSHINOV, V. N. Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1995.

CALVALCANTI, Marilda do Couto. Interação leitor-texto: aspectos de interpretação pragmática. Campinas: Editora da UNICAMP, 1989.

MENDONÇA, Márcia Rodrigues de Souza. Um gênero quadro a quadro: a história em quadrinhos. In: DIONÍSIO, Ângela Paiva; MACHADO, Anna Rachel; BEZERA, Maria Auxiliadora.(Orgs.) Gêneros Textuais. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002.

POSSENTI, Sírio. Os humores da língua: análises lingüísticas de piadas. Campinas: Mercado de Letras, 1998.

ROSAS, Marta. Tradução de Humor: transcriando piadas. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. Jornais:

FOLHA DE SÃO PAULO. Folha Ilustrada. Tiras de “Hagar, o Horrível”. JORNAL O GLOBO. Segundo Caderno. Tiras de “Hagar, o Horrível”. Endereço eletrônico

CLUBE DA MAFALDA:

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Referências

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