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CARTAS A UM
© 2007, Elsevier Editora Ltda.
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Copidesque: Shirley Lima da Silva Braz Editoração Eletrônica: Estúdio Castellani
Revisão Gráfica: Edna Cavalcanti e Cássia Tegedor da Cruz Projeto Gráfico: Folio Design
Elsevier Editora Ltda. A Qualidade da Informação. Rua Sete de Setembro, 111 – 16º andar 20050-006 Rio de Janeiro RJ Brasil Telefone: (21) 3970-9300 FAX: (21) 2507-1991 E-mail:info@elsevier.com.br
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ISBN 978-85-352-2177-0
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CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte. Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ
M979c Müssnich, Francisco
Cartas a um jovem advogado: paixão, determinação e talento/ Francisco Müssnich. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
(Cartas a um jovem...)
ISBN 978-85-352-2177-0
1. Müssnich, Francisco. 2. Advogados – Brasil. 3. Advocacia – Orientação profissional. I. Título. II. Série.
A G R A D E C I M E N T O S
Fui escolhido para assinar este livro em razão do reco-nhecimento que obtive em minha profissão.
Todo o mérito de que fui merecedor um dia, deve ser compartilhado com os sócios atuais e passados do Barbosa,
Müssnich& Aragão colegas de escritório. Eu tenho muito
orgulho de saber que, na sala ao lado, estão pessoas como eles.
O reconhecimento também se verifica porque tive a oportunidade de conviver e aprender com grandes mestres do Direito e com advogados extraordinários do Brasil e do exterior. Alguns estarão citados ao longo do texto. Outros, não. Agradeço a todos os que me ensinaram e que convive-ram comigo nestes anos. Não me arrisco a listar os nomes porque sempre terei esquecido algum.
Agradeço a minha mãe. Por tudo. Pela vida inteira que dedicou a seus filhos. Pelo apoio. Pela compreensão. Pelas críticas e sugestões ao texto final.
Agradeço a meus irmãos Maria Pia e Luiz, amigos insu-peráveis.
Agradeço a meus filhos Francisco e Luiza. O reconhe-cimento dos dois é, de longe, o que eu mais persigo na vida.
Agradeço a Verônica, inspiração no trabalho e na co-ragem. Pela força. Pelo afeto.
Agradeço a meu pai, pelas lições que pude aprender quando ainda não tinha partido.
Agradeço por fim a todos os que tiveram a generosidade de ler este livro e contribuir com sugestões para o texto final.
N O T A D E E S C L A R E C I M E N T O
A idéia deste livro sempre me fascinou. É uma honra ter a oportunidade de assinar “Cartas a um jovem advoga-do”, versão brasileira. Li o similar americano, “Letters for a young lawyer”, escrito por Alan Dershowitz. Dershowitz é, como se sabe, um grande nome do Direito norte-ame-ricano. Esteve diante de alguns casos bastante polêmicos, um deles o famoso caso O. J. Simpson. Foi até encarnado no cinema, em “O Reverso da Fortuna”, por conta de outra das personalidades controvertidas que se viu chamado a de-fender. Minha responsabilidade não foi pequena diante do autor da versão americana. Meu primeiro impulso foi co-meçar pelo começo. Cheguei a idealizar todo um capítulo sobre as origens do Direito e o conceito de Justiça. Parei.
Cheguei à conclusão que o livro cumpriria melhor a missão a que se propõe a partir da utilização de uma linguagem mais coloquial. Minha intenção foi oferecer um pouco de minha experiência pessoal, desde os primeiros tempos de estudante até os dias de hoje. Com base nestas experiên-cias, procurei deixar algumas sugestões, apontar certos ca-minhos. Tive em mente, todo o tempo, o jovem que um dia imaginou seguir a carreira jurídica. Espero sinceramente que este livro seja um estímulo nesta direção.
A P R E S E N T A Ç Ã O
Hollywood nem sempre é generosa com os advogados. Um exemplo é o filme O Advogado do Diabo, com Al Pacino, cujo personagem é sócio majoritário de uma banca de advo-cacia americana que contrata um advogado iniciante, per-sonagem de Keanu Reeves. À medida que o filme se desenro-la, constata-se que o personagem de Al Pacino é o próprio diabo. O diabo em pessoa, na pele de um advogado. O cinema em geral capta o que está no imaginário das pessoas. Por que um advogado é escolhido para personificar o próprio demo? Já discuti o assunto exaustivamente. A única coisa que sei é que minha profissão está longe de ser demoníaca. Felizmen-te, o filme citado reserva uma espécie de redenção para o jo-vem advogado vivido por Reeves, em que pese uma
seqüên-cia final marcada pela ambigüidade. De todo modo, perto do desfecho, Reeves se recusa a prosseguir com a defesa de um homem que cometeu um crime brutal.
Noutro filme recente O Mentiroso, Jim Carrey é um ad-vogado que vê sua vida virada de cabeça para baixo porque é obrigado a passar um dia inteiro sem mentir. Mais uma vez, advogados são associados a valores condenáveis e comportamentos duvidosos. No final, uma vez mais, o per-sonagem encontra a redenção. Carrey decide fundar sua carreira em novas bases, sem mentiras ou manipulações.
Por que advogados são associados a vilões com tanta freqüência? A reflexão que faço é que a advocacia sempre lida com o poder, em suas naturezas mais variadas. O pró-prio saber jurídico é um poder em si. Num país como o Bra-sil, o mero acesso ao conhecimento já é a materialização de algum nível de poder.
Como em toda profissão, há bons e maus profissionais de Direito. Talvez no Brasil, por suas características cultu-rais, ou sabe-se lá por que razão, os maus advogados te-nham merecido maior exposição. São os que fazem uso in-devido do conhecimento adquirido. Isso contribui para manchar toda a categoria.
Este livro – que agora chega às mãos de advogados ini-ciantes, apaixonados pela profissão como eu – é também
uma tentativa de redenção. Por meio dele, gostaria de res-gatar a aura que, um dia, essa profissão já teve e comunicar aos mais jovens o orgulho que tenho de uma das mais no-bres profissões que um ser humano pode exercer. O mesmo cinema que nem sempre tem sido generoso com a advoca-cia produziu um filme como O Sol é para todos, de 1962. Poucos personagens poderiam ser mais dignos do que o Atticus Finch (Gregory Peck). Foi um filme que certamente influenciou milhões de pessoas a desejar seguir a carreira jurídica. O Atticus Finch vivido por Peck foi um grande herói do cinema. Não somos heróis, é verdade. Também não so-mos o diabo de Al Pacino. Quem soso-mos? Não sei. Não há uma resposta única.
Talvez este livro ajude o leitor a descobrir quem ele de-seja ser. Talvez o auxilie a reconhecer sua verdadeira voca-ção, que tipo de inclinação deve orientar sua carreira. O que talvez se possa perseguir é ao menos alguma espécie de grandeza. Uma grandeza de outra ordem. Não exatamente a grandeza de uma grande causa humanitária, de salvar a vida de um inocente. O que talvez se possa e deva perseguir é a grandeza de reconhecer que somos feitos da mesma na-tureza, não importa a profissão. E que esta natureza deve vir acompanhada de princípios inegociáveis e de uma
dife-renciação, de um traço que vai nos tornar profissionais úni-cos à nossa maneira.
O que precisamos descobrir é o que vai nos diferenciar em cada atividade. No meu caso, sou movido pela paixão. Acho que não há advocacia sem paixão, como provavel-mente não há jornalismo sem paixão, ou medicina sem pai-xão, ou teatro sem paixão. É o que me diferencia a meus próprios olhos. Procuro exercer esta paixão em cada gesto, em cada pesquisa, em cada movimento. Esta paixão se tra-duz em alguns princípios dos quais jamais me desvio. São estes princípios e convicções que procuro oferecer aqui, além do relato de algumas experiências de ordem bastante pessoal. É um relato despretensioso, leve, voltado para o jo-vem profissional do Direito. Se, um dia, este livro for lem-brado por alguns desses jovens advogados como algo que os tenha estimulado de alguma forma na profissão, terei sido bem-sucedido. Eu terei, a meu modo, colaborado um pouquinho para a redenção de minha profissão e para de-monstrar o orgulho que sinto por ela. Espero transmitir um pouco desse orgulho a cada um dos leitores.
S U M Á R I O
1. ALGUNS TALENTOS INDISPENSÁVEIS 1
2. A FORMAÇÃO DO ADVOGADO 7
3. COMO ESTUDAR 13
4. PÔQUER, ENGENHARIA E TEATRO 21
5. TESOURO DA JUVENTUDE 27
6. QUE TIPO DE ADVOGADO QUERO SER? 31
7. VIDA REAL 41
8. PREPARE SEU CORAÇÃO 55
9. UNIVERSIDADE MADE IN USA 61
10. O EXAME DA ORDEM 69
12. DE VOLTA DO MESTRADO 81
13. NÃO LEIA; FALE 87
14. CONSTRUINDO UMA REPUTAÇÃO 95
15. O SONHO DO PRÓPRIO ESCRITÓRIO 107
16. LINHA DIRETA 117
17. O CAPITAL HUMANO 123
18. A IMPORTÂNCIA DO VOLUNTARIADO 131
19. QUANTO VALE SUA HORA DE TRABALHO? 137
20. A ALMA DO NEGÓCIO 143 21. A ARTE DA NEGOCIAÇÃO 153 22. VESTIR A CAMISA 163 23. DEFESA DE ACUSADOS 169 24. A IMPORTÂNCIA DA MÍDIA 175 25. ATÉ BREVE 179
