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Determining Factors Related to Breastfeeding

Fatores Determinantes Relacionados ao Aleitamento Materno

Determinantes relacionados con la lactancia materna

ABSTRACT

Objective: to diagnose the prevalence and determinants of exclusive breastfeeding. methodology: Cross - sectional descriptive study. The data were collected through a questionnaire applied to the mothers, whose analysis used the chi-square test, adopting a significance level of 5%. results: They showed a high prevalence of weaned children (50%) and of these 27.5% used bottle feeding and 45% had an early introduction of food before 6 months; About 22.5% of the children had infant formulas, 22.5% of cow's milk and milk powder (30%); The prevalence of exclusive breastfeeding up to 4 months was 50%, Conclusion: The population studied has a high prevalence of weaning and exclusive breastfeeding is below that recommended by the Ministry of Health, which suggests the need for actions Aimed at promoting, supporting and encouraging breastfeeding.

RESUMO

Objetivo: diagnosticar a prevalência e os fatores determinantes do aleitamento materno exclusivo. Método: Estudo de caráter transversal descritivo. Os dados foram coletados por meio de questionário aplicado junto às mães, cuja análise utilizou o teste qui-quadrado, adotando-se um nível de significância de 5%. Resultados: Demonstraram uma alta prevalência de crianças desmamadas (50%) e que dessas 27,5% faziam uso de mamadeiras e 45% houve introdução precoce de alimentos antes dos 6 meses; cerca de 22,5% das crianças faziam de formulas infantis, 22,5% de leite de vaca e leite em pó (30%); a prevalência de aleitamento materno exclusivo até os 4 meses foi de 50%, Conclusão: A população estuda apresenta uma alta prevalência de desmame e o aleitamento materno exclusivo encontra-se aquém do preconizado pelo Ministério da Saúde, o que se sugere a necessidade de ações voltadas para promoção, apoio e incentivo ao aleitamento materno.

RESUMÉN

Objetivo: Para diagnosticar la prevalencia y los factores determinantes de la lactancia materna exclusiva. Método: Estudio descriptivo transversal. Los datos fueron recolectados a través de cuestionario con madres cuyos análisis se utiliza la prueba de chi-cuadrado, la adopción de un nivel de significación del 5%. Resultados: demostraron una alta prevalencia de niños destetados (50%) y de éstos el 27,5% estaban utilizando botellas y 45% tenían la introducción temprana de alimentos antes de los 6 meses; aproximadamente 22,5% de los niños de la fórmula infantil, 22,5% de leche de vaca y leche en polvo (30%); la prevalencia de la lactancia materna exclusiva hasta los 4 meses fue del 50%. Conclusión: El estudio de la población muestra una alta prevalencia de destete y la lactancia materna exclusiva se encuentra por debajo de la recomendada por el Ministerio de Salud, lo que sugiere la necesidad de una acción destinado a promover, apoyar y fomentar la lactancia materna.

Descriptors Breastfeeding. Child. Weaning.

Maternal and child health. Descritores Aleitamento materno. Criança. Desmame. Saúde materno infantil. Descriptores La lactancia materna. Infantil. Destete. Salud de la madre y el niño.

Sources of funding: No Conflict of interest: No

Date of first submission: 2016-06-22 Accepted: 2016-07-19

Publishing: 2016-12-27

Corresponding Address Daniele Rodrigues Carvalho Caldas, endereço: Rua Aarão Reis, 1000, Centro, Caxias-MA;

danielerccaldastrabalho@gmail.com

Francisca Karoline Lima Campos1

Jaíne Costa Rodrigues¹

Amanda Cibelle de Souza Lima²

Daniele Rodrigues Carvalho Caldas4

Ana Paula de Melo Simplicio5

Liejy Agnes dos Santos Raposo Landim6.

ORIGINAL / ORIGINAL ARTICLE / ORIGINALE

1 Nutricionista - Graduada em Nutrição pela Faculdade de Ciências e Tecnologia do Maranhão – FACEMA, Caxias, MA, Brasil. ² Acadêmica do Curso de Bacharelado em Nutrição da Faculdade de Ciências e Tecnologia do Maranhão – FACEMA, Caxias, MA, Brasil. ³ Nutricionista - Mestre em Ciências da Saúde/UFPI, docente TP do Curso de Bacharelado em Nutrição da Faculdade de Ciências e

Tecnologia do Maranhão – FACEMA, Caxias, MA, Brasil;

4 Nutricionista - Mestre em Alimentos e Nutrição/UFPI, docente TP do Curso de Bacharelado em Nutrição da Faculdade de Ciências e

Tecnologia do Maranhão – FACEMA, Caxias, MA, Brasil;

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INTRODUÇÃO

O leite humano é considerado o único alimento capaz de atender de maneira adequada às necessidades fisiológicas do metabolismo dos lactentes em idade de

amamentação exclusiva.(1) O aleitamento materno,

devido à completa composição do leite, preenche todas as necessidades nutritivas, imunológicas e psicológicas

do recém-nascido. A Organização Mundial da Saúde(2) o

Fundo das Nações Unidas para a Infância(3) e o

Ministério da Saúde - (MS)(4), preconizam que os

lactentes precisam receber o aleitamento materno exclusivo (AME) até os seis meses de idade e após esse período, recebam alimentação complementar, mas continuem com o leite materno até pelo menos dois anos.

O aleitamento materno além de oferecer inúmeras vantagens para a mãe e para o bebe, é ainda um dos fatores principais na alimentação das crianças menores de dois anos de idade. Para a mãe, há uma provável proteção contra câncer de mama e ovário e para o bebê, os principais benefícios incluem a proteção do trato gastrointestinal e das vias respiratórias contra doenças infecciosas. Pode-se ainda mencionar que o aleitamento materno promove um ganho de peso adequado e estimula a formação de um maior vínculo afetivo entre mãe e filho(4).

Apesar de existirem programas de apoio ao aleitamento materno e os estudos comprovarem a sua superioridade, ainda ocorre à manutenção de taxas de desmame precoce elevadas, induzindo a acreditar que as propostas oficiais de incentivo e apoio à amamentação talvez não estejam compatíveis com a realidade(5).

Diversos fatores contribuíram para esse fato. Com a industrialização, houve o aprimoramento das técnicas de esterilização do leite de vaca que propiciaram uma produção em larga escala de leites em pó. As indústrias produtoras desses leites, assessoradas por intensa e agressiva publicidade buscaram fazer com que o leite em pó fosse caracterizado como um substituto satisfatório para o leite materno devido à sua praticidade, condições adequadas de higiene e a maioria deles reforçavam que esse leite por ser enriquecido com várias vitaminas, supria por completo todas as necessidades nutricionais do lactente, o que os tornava até superiores ao leite materno.

E, além disso, a entrada da mulher no mercado de trabalho restringiu a possibilidade de

amamentação por seis meses(6).

Neste contexto, Percegoni(7) relata que a

falta de conhecimento a respeito de todos os assuntos relacionados à prática da amamentação é apontada como uma das causas que podem comprometer o sucesso do aleitamento materno. Faz-se então necessário, saber se existem outros fatores como falta de incentivo da família e emancipação da mulher, que possam ainda contribuir para a suspensão precoce desta prática, ou seja, o rompimento dessa prática da

amamentação exclusiva antes dos seis meses, por mães de diferentes níveis socioeconômicos e culturais.

A cultura brasileira vem sofrendo influencias no que diz respeito aos modelos para a prática do aleitamento materno. Até os anos 80 a amamentação no Brasil era influenciada pelo modelo da cultura alemã que estimula os períodos e frequência para a amamentação do bebê, por esse motivo os órgãos públicos buscaram incentivar esta prática e modificar esse padrão(8).

METODOLOGIA

O estudo descritivo do tipo transversal foi realizado após aprovação pelo comitê de ética via

plataforma Brasil com CAAE de nº.

34772714.8.0000.5210, em três Unidades Básicas de Saúde (UBS), da zona urbana do município da cidade de Caxias-MA, escolhidas por meio de sorteio entre o número total das UBS da zona urbana existentes no município (Total geral = 32; onde 21 eram da zona urbana e 11 da zona rural), excluiu-se as UBS da zona rural pela dificuldade de acesso.

Participaram da pesquisa 40 crianças de até um ano de idade de ambos os sexos, que compareceram as Unidades Básicas de Saúde sorteadas, por livre demanda, para vacinação, acompanhadas por seus responsáveis legais, atendidas pelas equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF), no período de agosto de 2014.

Excetuaram-se da pesquisa,apenas as crianças

cujas mães tinham patologia crônica ou distúrbios mentais graves, mães e/ou crianças que por motivo de alguma patologia ou recomendação médica não puderam amamentar, mães que se recusaram a participar da presente pesquisa, por qualquer motivo, como também, mães de recém-nascido de baixo peso ou gêmeos, e crianças portadoras de alguma patologia que às impediram de serem amamentadas ou que receberam apenas leite materno até o sexto mês de vida.

Realizou-se a aplicação de um formulário de entrevista semi-estruturado e de um Recordatório de 24horas, após explicação dos objetivos da pesquisa e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pelas mães das crianças.

A análise dos dados foi realizada por meio da utilização do programa estatístico SPSS for Windows, versão 18.0, sendo realizados os cálculos de medidas de tendência central, dispersão e qui-

resultados apresentados em tabelas de distribuição de frequência e gráficos. Adotando-se ainda um nível de significância de 5%.

RESULTADOS

A pesquisa foi realizada por meio de entrevista a 40 mães que buscaram a UBS, por meio de demanda espontânea, as quais, tinham filhos nascidos e

(3)

residentes na cidade de Caxias-MA, com média de

idade de 8,8 meses, que atendiam aos requisitos para

participarem da pesquisa. Das crianças pesquisadas, cerca de 2,5% apresentavam idade < a 4 meses; 45% possuíam de 4 a 8 meses e 52,5% tinham de 8 a 12 meses de idade.

As mães pesquisadas possuíam, em sua maioria, apenas o ensino fundamental incompleto (22,5%), que quanto a renda familiar 75,5% das mães recebiam até 1 salário mínimo (SM) e no que tange a ocupação das mães 37,5 % estavam empregadas (trabalhando), 35% eram donas de casa e 25% estavam desempregadas (Tabela 01).

No que se refere ao estado civil das mães, cerca de 45% eram casadas e que a maioria das famílias eram compostas por 3 pessoas (40%), como também, observou-se que 25% das mães eram primíparas e 67,5%

eram multíparas, sendo 45% (2 filhos) e 22,5% (3 filhos) (Tabela 01).

Com referência as variáveis: grau de escolaridade materna, estado civil, número de filhos, renda familiar, situação funcional e quantidade membros da família em relação a prática de aleitamento materno estão demonstradas na Tabela 01, os quais, não apresentaram relação significativa. Contudo, os resultados demonstraram que quanto maior o grau de instrução da mãe maior foi a prevalência de aleitamento materno, sendo este de 55,6% entre mães com ensino superior em detrimento a 41,2% com ensino fundamental (Tabela 01).

Ainda com relação aos dados da tabela 01 a prevalência de aleitamento foi maior entre as mães casadas (87,5%), que trabalham (53,3%), com renda até 2 SM (66,7%) com dois filhos (44,4%).

Tabela 01: Dados sócio demográficos da mãe e tempo de aleitamento materno exclusivo de crianças atendidas em UBS, Caxias- MA,2015 (n=40) Variáveis Categorização Aleitamento Materno P* Não Sim N % N % Total

Grau de Escolaridade Ensino fundamental Materna Ensino médio

Ensino superior Total

10 58,8 7 41,2 17

0,729 6 50,0 8 50,0 14

4 44,44 5 55,6 9

20 20 40

Estado Civil Solteira Casada Divorciada Viúva Amigada Total 5 6 2 1 6 20 62,5 12,5 50,0 50,0 75,0 3 12 2 1 2 20 37,5 87,5 50,0 50,0 25,0 8 18 4 2 8 40 0,343

Número de filhos Um filho

Dois filhos Três filhos Mais de três filhos Total 4 10 6 0 20 40,0 55,6 66,7 00,0 6 8 3 3 20 60,0 44,4 33,3 100 10 18 9 3 40 0,202

Renda familiar mensal Inferior a um salário mínimo

Até um salário mínimo Até dois salários mínimos

Total 9 8 3 20 64,3 47,0 33,3 5 9 6 20 35,7 53,0 66,7 14 17 9 40 0,333

Situação Funcional Estudante

Dona-de-casa Desempregada Empregada Total 0 8 5 7 20 00,0 57,1 50,0 46,7 1 6 5 8 20 100 42,9 50,0 53,3 1 14 10 15 40 0,707

Quantidade de Membros Duas pessoas

da Família Três pessoas

Quatro pessoas Mais de quatro pessoas

Total 2 8 4 6 20 66,7 50,0 44,4 50,0 1 8 5 6 20 33,3 50,0 55,6 50,0 3 16 9 12 40 0,931

Fonte: Dados da Pesquisa

A Figura 01, ilustra o tempo de aleitamento materno das crianças, demonstrando que 50% das crianças pesquisadas não receberam aleitamento materno

exclusivo e, 50% das crianças em questão receberam aleitamento materno exclusivo até o quarto mês de vida.

(4)

Figura 01: Tempo de duração da amamentação exclusiva de crianças atendidas em UBS, Caxias- MA, 2015.

Fonte: Dados da pesquisa.

Quanto ao período de introdução da alimentação complementar, Figura 02 demonstra que grande parte das mães ou introduziram algum alimento, que não o

leite materno, antes dos 6 meses de idade da criança (45%) ou quando a criança possuía 6 meses (40%).

Figura 02: Período de introdução da alimentação complementar em crianças atendidas em UBS, Caxias- MA, 2015.

Fonte: Dados da pesquisa.

Quanto aos alimentos e/ou líquidos

oferecidos às crianças antes dos seis meses demonstrada na Figura 03, constata-se que entre os

alimentos e/ou líquidos mais oferecidos as crianças foram as formulas infantis e leite de vaca, 22,5% respectivamente, e o leite em pó (30%).

Figura 03: Alimentos e/ou líquidos oferecidos às crianças antes dos seis meses em UBS, Caxias- MA, 2015.

Fonte: Dados da pesquisa.

Na Figura 04, está demonstrada a frequência da introdução da mamadeira em nas crianças atendidas na UBS, onde 27,5% das mães realizaram a introdução da mamadeira desde o nascimento do

bebê; 22,5% relataram que começaram a usar mamadeira quando a criança se encontrava na faixa etária de 3 a 4 meses e; 23% passaram a usar mamadeira a partir dos 5 meses de vida da criança. 50,00% 50,00% 0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 20 20

Nunca

Até quatro meses

45,00% 40% 15,00% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 18 16 6

Antes dos 6 meses

Com seis meses

Após 6 meses

12,50% 12,5% 22,50% 22,50% 30% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% Agua Chá Fórmula Infantil Leite de Vaca 299

(5)

Figura 04: Introdução da mamadeira em crianças atendidas em UBS de Caxias-MA, 2015.

Fonte: Dados da pesquisa.

Figura 05: Introdução da chupeta em crianças atendidas em UBS de Caxias-MA, 2015.

Fonte: Dados da pesquisa.

No que tange à introdução da chupeta (Figura 05), percebeu-se que 52,5% das crianças não usavam, no entanto, 17,5% começaram a usar chupeta no período entre o primeiro e o segundo mês de vida da criança e 15% começaram a usar chupeta aos 3 meses, tendo uma queda para 10% a partir do 5º mês de vida da criança.

DISCUSSÃO

Segundo a Organização Mundial de Saúde(9), é

preconizado o AME até os 6 meses de vida, no entanto, os resultados encontrados na presente pesquisa divergem dessas recomendações, pois entre as mães que estavam amamentando apenas 50% permaneceram amamentaram no máximo até o 4º mês de vida.

Estudo semelhante realizado por Florentino, et

al.(10), em Picos-PI, corroboram com os resultados

encontrados na presente pesquisa, onde cerca de 80% amamentaram < de 2 meses e apenas 3,6% continuavam sendo amamentadas de forma exclusiva depois dos 4 meses.

Já na pesquisa realizada por Vieira, et al.(11), em

Feira de Santana-Bahia, constataram maiores prevalências de aleitamento materno (72,7%) em crianças que nasceram em famílias com renda ≤ 2 SM, o que corroboram com o presente estudo, onde a renda familiar em relação a prevalência de AME, que foi 66,7% com renda de até 2 SM (Tabela 01).

No presente estudo quanto maior grau de escolaridade materna, maior foi prevalência de aleitamento materno exclusivo (55,6%) (Tabela 01). Dado esse discordante quando comparados a resultados encontrados em outras pesquisas como o de Vieira et

al.(11) onde mães com apenas o ensino básico fundamental

tenderia a amamentar mais do que as de maior escolaridade (72,1%).

Tal diagnóstico, divergem dos resultados encontrados na II Pesquisa de Prevalência de aleitamento materno nas capitais brasileiras e Distrito Federal realizada em 2009, pois a mesma não estabeleceu relação entre o maior grau de escolaridade da mãe com o aumento das taxas de amamentação.

Verificou-se que a prevalência de aleitamento materno é maior em filhos de mães multíparas (+70%) (Tabela 01). Neste contexto, resultados semelhantes foram demonstrados também por Vieira et al.(11), (2004)

onde a prevalência de aleitamento materno também foi maior em filhos de mães multíparas (71,2%).

Kummer et al.(12) relatou que o risco para

interromper precocemente a amamentação não depende do estado civil da mãe, o que reforça o diagnostico encontrado na cidade de Caxias-MA, pois não houve associação significativa entre esta variável e o desmame precoce. No entanto, essa relação é bastante controversa na literatura, pois há relatos mostrando que a mãe residir com o companheiro aumenta a prevalência de amamentação exclusiva e no presente trabalho mesmo 27,50% 17,5% 10,00% 22,50% 23% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 5 5 9 9 12

desde o nascimento

< 1 mês

1 a 2 meses

3 a 4 meses

52,5% 5% 17,5% 15% 10% 0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 21 2 7 6 4 não usa < 1mês 1 a 2 meses 3 meses 5 ou mais meses 300 301

(6)

sem associação significativa pode-se observa uma maior prevalência de Aleitamento Materno (AM) entre as mulheres casadas (87,5%) (Tabela 01).

Quanto ao aleitamento materno exclusivo (AME), apenas 50% das crianças receberam AME, no entanto, somente até o 4º mês de vida e, portanto, descumprindo

o que é preconizado pela Organização Mundial de Saúde2

que é o oferecimento de leite materno exclusivamente até os 6 meses de idade (Figura 01).

Este dado é relevante, uma vez que, o leite materno além de possuir substâncias básicas como água, vitaminas e sais minerais, é composto por lisozimas, enzimas, hormônios e anticorpos, componentes que não se encontram em fórmulas infantis de leite e que auxiliam na proteção das crianças contra infecções, e possui benefícios contra diarreia, infecção urinária, otites e distúrbios respiratórios. Além disso, o bebê que é amamentado adequadamente tem menos possibilidade de

desenvolver diabetes, hipertensão e doenças

cardiovasculares(13,14).

Salustiano et al.(15), em sua pesquisa, diagnosticou

uma prevalência de AME de 50,6% em crianças com < de 4 meses e, 39,7% para < de 6 meses, dados que se assemelham aos da presente pesquisa, onde 50% das crianças receberam AME até o 4º mês de vida.

No que se refere à introdução de

alimentos/líquidos, observou-se que 45% das mães introduziram algum alimento, que não o leite materno, antes dos 6 meses de idade da criança; 40% delas afirmaram tê-lo introduzido quando a criança possuía 6 meses e; 15% disseram ter inserido logo após os 6 meses.

Vários estudos realizados tanto em países em desenvolvimento, incluindo o Brasil, como em países industrializados, comprovam que a introdução precoce de alimentos complementares aumenta a morbimortalidade infantil como decorrência de uma menor ingestão dos fatores de proteção existentes no leite materno, e esses alimentos complementares podem ainda representar uma

importante fonte de contaminação para essas crianças16.

Além disso, a introdução precoce dos alimentos complementares diminui a duração do aleitamento materno, interfere na absorção de nutrientes importantes existentes no leite materno, como o ferro e o zinco, e reduz a eficácia da lactação na prevenção de novas

gravidezes(17). A adequação nutricional dos alimentos

complementares é fundamental na prevenção de morbimortalidade na infância, incluindo desnutrição e sobrepeso(9).

Na presente pesquisa, também foi possível identificar que dentre os alimentos mais ofertados as crianças pesquisadas, o maior percentual (30%) é correspondente ao oferecimento de leite em pó; 22,5% referem-se à oferta de formula infantil, assim também como o leite de vaca (22,5%). Água e chá também foram ofertados antes da criança ter completado seis meses de idade, porém, em proporções menores, (12,5%). Contrariando os dados da pesquisa de Florentino et al.,

(2013) em Picos-PI e de Simon (2009) 18, em um município

de São Paulo, onde identificaram em suas pesquisas que

água e/ ou chá foram os alimentos introduzidos mais precocemente.

O Ministério da Saúde(4) ressalta que a inserção

de água, chá e principalmente outros tipos de leites sejam evitados, pois existem evidências que o consumo destes esteja associado ao desmame precoce e ao

aumento da morbimortalidade infantil, sendo

desnecessários nos primeiros seis meses de vida.

Ao se analisar os dados sobre a introdução da mamadeira, observou-se que 27,5% das mães as ofertaram aos bebês desde o nascimento. Segundo Florentino et al.(10) e Ramos, et al.(19), o inicio do uso da mamadeira

antes dos seis meses de idade demonstra ser um fator de risco para o desmame precoce, sendo que quanto mais cedo se inicia essa pratica na alimentação do bebê, mais precocemente é interrompida a amamentação exclusiva, corroborando com o presente estudo já que no mesmo a prevalência de aleitamento materno exclusivo só atingiu até os 4 meses.

No que se refere à introdução da chupeta, percebeu-se que maioria das crianças não a usava (52,5%) e, 17,5% começaram a usa-la no período entre o primeiro e o segundo mês de vida. Dados distintos foram

encontrados por Demitto, Bercini, Rossi(20) em sua

pesquisa, onde verificou que a introdução precoce da

chupeta (primeiro mês de vida da criança) ocorreu de forma frequente (26,51%); no entanto mostrou-se inferior ao encontrado em outros estudos, como o realizado por

Cotrim(21),em São Paulo-SP, o qual mostrou uma taxa de

53,9%4 e em pesquisa desenvolvida por Soares(22), em

Porto Alegre, RS, onde 87,8% das crianças iniciaram o uso da chupeta ao longo do primeiro mês de vida.

Acredita-se que o uso da chupeta implica na redução do número de mamadas por dia e, como consequência, uma menor estimulação do complexo mamilo-aureolar e menor produção de leite, acarretando a necessidade de complementação(23-24), , 2009(24). Ações

de saúde sobre o não uso da chupeta, assim como o apoio à amamentação, em práticas de aconselhamento, por exemplo, são estratégias importantes para esclarecer os múltiplos desfechos negativos do uso da chupeta para a saúde do lactente(22).

Devido à multiplicidade de fatores que influenciam na amamentação, e sendo o Brasil um país onde crianças ainda morrem por diarreia e desnutrição, são necessárias maiores informações com relação a essa prática, tanto para as mães, quanto para os profissionais da área da saúde.

Portanto, há necessidade de mais investimentos nos programas de proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno exclusivo, que podem ser realizados por meio da distribuição de folhetos e orientações frequentes através de visitas domiciliares e durante o pré-natal (14).

CONCLUSÃO

Os resultados desta pesquisa possibilitaram conhecer as características alimentares dos lactentes

(7)

menores de um ano e alguns fatores associados ao desmame precoce em Caxias/MA, onde foi possível observar que o padrão de aleitamento materno ainda está aquém do que é preconizado pela OMS e que o uso precoce de mamadeira e chupetas podem representar um fator de risco para o desmame precoce. Assim, acredita-se que este estudo possa contribuir para o desenvolvimento de ações que levem a um aumento nas taxas de amamentação exclusiva e a redução de práticas que induzem a introdução precoce de outros alimentos.

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