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AVALIAÇÃO DE PORTAIS DE TRANSPARÊNCIA DOS 30 MUNICÍPIOS MAIS POPULOSOS DA REGIÃO NORDESTE

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AVALIAÇÃO DE PORTAIS DE TRANSPARÊNCIA DOS 30 MUNICÍPIOS MAIS POPULOSOS DA REGIÃO NORDESTE

EVALUATION OF WEBSITES OF TRANSPARENCY 30 MOST POPULATED MUNICIPALITIES OF NORTHEAST

Nyalle Barboza Matos1 Maurício Corrêa da Silva2 José Dionísio Gomes da Silva3 Lincoln Moraes de Souza4

Resumo

O objetivo deste trabalho é avaliar se os 30 municípios mais populosos da Região Nordeste cumprem as exigências estabelecidas pela Lei Complementar nº 131/2009 em relação à transparência e às informações disponibilizadas em seus portais de transparência. Foi utilizada a pesquisa bibliográfica na construção da ficha de avaliação para analisar os portais das prefeituras e identificar práticas de governança em conformidade com a legislação brasileira que estabelece accountability na gestão pública nacional. A ficha de avaliação observa quatro aspectos: planejamento e prestação de contas (art. 48 da LRF), receitas e despesas (LRF alterada pela LC nº 131/2009, Decreto nº. 7185/2010) e outros (acessibilidade e facilidade de navegação). Os resultados revelaram que os municipios da amostra não estão cumprindo as exigências da Lei Complementar nº 131/2009 em relação à transparência das informações disponibilizadas em seus portais. Na comparação com o IFDM, nota-se uma disparidade nos resultados, com destaque para Teresina/PI que ficou em 28º na avaliação dos Portais de Transparência, no entanto ocupa a posição 102º em relação aos municípios brasileiros e 1º lugar em relação aos municípios da amostra.

Palavras-chave: Governança Eletrônica. Accountability. Transparência Municipal. Recursos

Públicos. Abstract

The objective of this work is to evaluate whether the 30 most populous municipalities of Northeast Brazil fulfills the requirements established by the Complementary Law 131/2009 based on the information available on their Transparency Websites. To this end, was used the literature to prepare the evaluation form that was applied over the Websites with the aim of identifying if the governance practices were in accordance with Brazilian legislation, which establishes transparency and accountability in public administration national. Our evaluation observed basically four aspects: planning and reporting (Article 48 of the LRF), revenues and expenses (LRF amended by LC 131/2009, Decree 7185/2010) and others (LRF, accessibility and navigability). The results revealed that the sample counties are not meeting the requirements of the Supplementary Law No. 131/2009

1 Mestranda no Programa Multiinstitucional e Inter-regional de Pós-Graduação em Ciências Contábeis UNB /

UFPB / UFRN – nyallematos@hotmail.com

2 Professor do departamento de Ciências Contábeis da UFRN – prof.mauriciocsilva@gmail.com

3 Professor do Programa Multiinstitucional e Inter-regional de Pós-Graduação em Ciências Contábeis UNB /

UFPB / UFRN - dionisio@ufrnet.br

4 Professor do departamento de Ciências Sociais da UFRN - lincolnmoraes@ufrnet.br

Artigo editado por Luiz Carlos Marques dos Anjos. Recebido em 02/08/2012. Avaliado em 09/10/2012. Reformulado em 08/11/2012. Recomendado para publicação em 22/02/2013.

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regarding the transparency of information available on their websites. In comparison with the IFDM, there is a disparity in the results, especially in Teresina / PI who finished 28th in the evaluation of the Gates of Transparency, however occupies position 102 in relation to municipalities and 1st place in the municipalities of sample.

Keywords: Electronic Governance. Accountability. Municipal Transparency. Public Resources.

1 INTRODUÇÃO

Governos operam em um mundo complexo e precisam adaptar-se às novas realidades, à globalização e a era do conhecimento, que vêm moldando a sociedade da informação. Neste contexto, as tecnologias da informação e comunicação (TICs) têm papel crucial no modo como o Estado cumpre seus principais papéis e aprimoram o funcionamento do governo. Atualmente, as informações estão cada vez mais acessíveis e disponíveis 24 horas por dia, todos os dias (MELLO, 2009).

As tecnologias da informação e comunicação (TICs) ajudaram a redefinir as formas de relacionamento entre governo e cidadãos que, cada vez mais conscientes fazem uso das milhares de informações colocadas à sua disposição, o que exige do poder público maior publicidade e transparência acerca dos atos e fatos que envolvam o patrimônio público, garantindo uma gestão mais responsável.

Essa disponibilidade on-line vem revolucionando os serviços públicos no sentido de oferecer melhorias quanto à redução de custos, por exemplo, nos processos de compras e procedimentos licitatórios, aumentando o desempenho, eficiência, eficácia, qualidade do gasto público, prestação de contas e controle social, associados ao processo de modernização da gestão pública. Isso contribui para a criação de programas de governo eletrônico, gerando maior transparência e accountability dos governos, tornando visível não só os próprios atos públicos, mas também informações relativas à administração pública, fazendo do governo e seus atos cada vez mais transparentes (PRADO, 2009).

Deste modo, a proposta de governo eletrônico no âmbito municipal (esfera de governo que mais se aproxima da população), é uma ferramenta essencial para interligar os interesses da população no que diz respeito à transparência e participação popular à obrigatoriedade do Estado de prestar contas e tornar público seus atos e fatos.

Em maio de 2009, essa busca pela evidenciação das contas públicas ganhou força com a Lei Complementar nº 131, de 27 de maio de 2009, que em suplemento à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) nº 101, de 04 de maio de 2000, trouxe um novo conceito de transparência, mesclando as facilidades trazidas pelos meios de comunicação à crescente necessidade da divulgação da forma de aplicação dos recursos públicos. A referida lei tem como objetivo:

Acrescentar dispositivos à Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, que

estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências, a fim de determinar a disponibilização, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (BRASIL, 2009).

Para satisfazer a exigência legal, foram criados os chamados “Portais de Transparência”, os quais deverão divulgar via Internet, em tempo real, as execuções de despesas e receitas, bem como os planos; orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos.

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A LRF determinou que os Municípios com mais de 100.000 (cem mil) habitantes deveriam disponibilizar as informações anteriores em até um ano, ou seja, a partir de 27 de maio de 2010. Desde então, os mesmos estão obrigados a prestarem tais informações em seus portais de transparência.

Do acima exposto, surge o questionamento que o objetivo geral investigará: Os 30

municípios mais populosos da Região Nordeste estão cumprindo as exigências estabelecidas pela Lei Complementar nº 131/2009 em relação à transparência e às informações disponibilizadas em seus portais?

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Prestação de Contas Públicas (Accountabilily)

Divulgar e prestar contas das ações governamentais é assunto bastante debatido na administração pública para consolidar a publicidade e transparência e assim, promover a democracia. Nesse contexto, a accontability é apontada como uma ferramenta para tornar as ações do governo mais democráticas (AGOSTINETO; RAUPP, 2010).

É no âmbito público, que a filosofia da accontability (dever de prestar contas) precisa estar fortemente inserida, haja vistque que, quando os cidadãos elegem seus representantes, esperam que estes ajam em seu nome de forma correta e que prestem contas de seus atos (MELLO; SLOMSKI, 2009).

No Brasil, alguns princípios e leis direcionam a administração pública e contribuem para o fortalecimento de práticas de boa governança e, consequentemente de accontability, por exemplo, o princípio da publicidade, disposto no Art. 37 da Constituição Federal (CF/88), descrito a seguir:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: [...]

§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos (BRASIL, 1988).

Prestar contas constitui uma das práticas de boa governança, que conforme Mello (2009), representam um modelo de governança que conduz a resultados sociais e econômicos almejados pelos cidadãos. Não representam desconfiança em relação às atividades desenvolvidas pelos administradores, mas sim uma informação disponibilizada à população, concernente a maneira como seu dinheiro foi empregado, fundamentando conceitos de transparência, participação e controle popular. O conceito de accountability reúne um conjunto de mecanismos institucionais que força os governos a prestarem contas de suas ações à sociedade e ao próprio sistema político (legislativo, judiciário etc.). A sua prática garante o controle público das ações dos governantes para que os cidadãos possam também influir na definição das metas coletivas. E isto não somente por meio das eleições, mas ao longo dos mandatos dos seus representantes, garantindo a responsabilização ininterrupta dos governos (PRADO, 2009).

Em sentido amplo, accountability inclui mais do que aspectos relativos à regularização do uso de recursos públicos. Conceitos como eficiência e desempenho na provisão de serviços como acesso, qualidade, custo, confiabilidade e disponibilidade, também fazem

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parte de seu conceito. Seu exercício é determinado pela qualidade das relações entre governo e cidadãos, entre burocracia e clientelas, que podem cobrar melhor desempenho do serviço público, abrindo cada vez mais caminhos para suas práticas (MEDEIROS, 2004).

Sendo assim, accountability está diretamente ligada ao controle popular, haja vista que o cidadão consciente ajuda a melhorar as condições de vida de toda a coletividade, fazendo com que o gestor divulgue informações cada vez mais completas, claras e relevantes a toda a população.

É importante ressaltar que a accountability não se limita a dar publicidade aos atos do governo, prestando contas dos recursos públicos. Ela representa a integração de todos os meios de controle, sejam formais ou informais, em linguagem clara, diariamente e por meio de demonstrativos capazes de ampliar cada vez mais o número de controladores (PRADO, 2009).

No Brasil, desde a criação da LRF, muitas outras leis foram criadas com o propósito de tornar a gestão municipal mais transparente, eficaz e com maior controle no processo de prestação de contas. Uma delas é a legislação estudada pelo problema dessa pesquisa, a LC 131/2009, que está ligada ao aumento da transparência dos municípios brasileiros e ao aumento da participação popular.

Embora, ainda não tenham sido desenvolvidas ferramentas apropriadas para determinar diretamente os mecanismos políticos e institucionais responsáveis pela transparência e accountability, sabe-se que o governo eletrônico é um instrumento que leva ao aumento da transparência e accountability dos governos. O pressuposto é que, quanto mais transparente um governo ou seus atos sejam, menor será a corrupção (PRADO, 2009).

2.2 Governança Eletrônica

A prestação eletrônica de serviços faz surgir novos conceitos como a governança eletrônica, entendida como a união dos cidadãos e representantes legais para participarem junto ao governo das comunidades por meios eletrônicos (MEDEIROS, 2004).

A Internet vem aproximando o Estado do cidadão, servindo como principal instrumento para tornar o governo cada vez mais “eletrônico”. A intenção, com a presença governamental na web, é a de tornar o aparato administrativo menos aparente de forma presencial, porém, cada vez mais próximo do cidadão e mais eficiente na realização de seus objetivos, com a utilização de técnicas e sistemas de informática e comunicações (MEDEIROS, 2009).

A governança eletrônica tem como áreas principais: e-Administração Pública - melhoria dos processos governamentais e do trabalho interno do setor público com a utilização das tecnologias de informação e comunicação; e-Serviços Públicos - melhoria na prestação de serviços ao cidadão e a e-Democracia - maior participação do cidadão, mais ativa, possibilitada pelo uso das tecnologias de informação e comunicação no processo de tomada de decisão (MELLO; SLOMSKI, 2009).

Governança eletrônica ou e-governança difere de governo eletrônico pela capacidade de mudar a maneira como os governos e cidadãos referem-se uns aos outros. Característica possível graças à democracia eletrônica, que pode ajudar os governos a atuarem com menos corrupção, menos burocracia e redução do custo e do tempo de execução dos serviços. O governo eletrônico é a entrega de informações e serviços governamentais por meio das TICs. A governança eletrônica permite a participação dos cidadãos na atividade do Estado (MELLO, 2009).

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Um conceito mais abrangente de governança eletrônica é necessário para distinguí-lo de governo eletrônico ou e-gov, e melhor assimilar este ao desenvolvimento dessa pesquisa, que visa de forma geral, investigar uma de suas práticas exigidas por Lei, assim:

O termo e-governance (governança eletrônica) centra-se em uma visão ampla de governabilidade, sinalizando como opera, trabalha e se organiza a sociedade à qual o governo deve assegurar o cesso e a participação em diversas redes de informação. Possui um sentido mais amplo e abarca o conceito de e-government, o qual teria como foco as tarefas gerenciais que conduzem à interação cidadania-governo. Do ponto de vista estritamente tecnológico, o E-gov visaria o cidadão como um ponto a conectar dentro de uma rede, enquanto a governabilidade eletrônica asseguraria o acesso e participação dos cidadãos individual e oletivamente dentro das redes governamentais (JARDIM, 2007).

O governo eletrônico propõe uma nova maneira de se trabalhar de modo cooperativo, para que as inovações representadas por novas tecnologias passem a ser um fator de mudança no âmbito das organizações públicas. Age de modo a ajudar as administrações públicas constantemente se modernizarem, reduzirem custos e mesmo se aproximarem de formas de gestão encontradas em organizações privadas (MEDEIROS, 2004).

A eficiência, eficácia, transparência, mecanismos de controle, qualidade do gasto público e prestação de contas foram relacionados ao processo de elaboração de programas de governo eletrônico ou e-governo, que representam a informatização de atividades internas desses governos e a interação com a população. Uma das formas de informatização é a elaboração de portais governamentais, por onde a administração pública apresenta sua identidade, seus propósitos, suas realizações e disponibiliza serviços e informações para os cidadãos (DINIZ et al., 2009).

Um dos principais avanços institucionais nas políticas de governo eletrônico são os portais de governo na Internet. São definidos como sítios públicos que permitem ao cidadão realizar um conjunto de serviços, tais como o acesso a informações públicas disponíveis e canais de comunicação com o governo. Se as políticas de governo eletrônico são meios de implementação das definições políticas da governança eletrônica, os portais de governo se configuram como instrumentos específicos para acesso às informações e serviços públicos pelos cidadãos. Assim, o estudo da gestão da informação nos portais de governo têm como referências as políticas de governança e-gov (PRADO, 2009).

Quanto às práticas de governança eletrônica, considera que a governança eletrônica inclui o governo eletrônico, no que diz respeito a prestação de serviços públicos via Internet. A democracia eletrônica aborda a participação cidadã no governo ligando esses dois grupos com o conteúdo, serviços, participação cidadã, e usabilidade nos portais de transparência em referência (MELLO; SOMSKI, 2009).

Diante dessas possibilidades de otimização de processos de governo definidas, surge o questionamento de quais seriam as demandas mais requeridas pelos cidadãos/usuários, em meio a tanta tecnologia. Medeiros (2004, p. 41), afirma que:

As condições de acesso e de navegabilidade nos sítios – a acessibilidade por aqueles com pouca experiência no uso das novas tecnologias de informação ou baixa escolaridade, são excluídos do mundo digital. A capacidade de utilização de computadores, com sua ampla gama de recursos, é algo tão importante quanto a habilidade de leitura (MEDEIROS, 2004, p.41).

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Nesse contexto de mudanças no setor público, surgem cada vez mais oportunidades para aumentar a eficiência na prestação de serviços públicos, utilizando o potencial das TICs para transformar a administração pública. A e-governança ajuda promover oportunidades iguais a todos os cidadãos, permitindo que estes se expressem junto a seus governantes.

Os portais na Internet são considerados os mais importantes instrumentos para a transparência dos governos, principalmente por facilitarem o acesso e concentrarem informações que poderiam estar dispersas junto a vários órgãos (PRADO, 2009).

3 METODOLOGIA

As pesquisas sociais têm o propósito de descobrirem respostas para alguns problemas, empregando procedimentos científicos, processos formais e sistemáticos de desenvolvimento para alcançar seu objetivo fundamental, que é buscar à certeza dos fatos. A ciência pode usar diferentes métodos científicos. A palavra metodologia vem do grego methodos (meta+hodós) e significa: “caminho para se chegar a um fim” (GIL, 2006 p. 26).

3.1 Tipologias d e Pesquisa

As pesquisas classificam-se em três grupos em relação ao objetivos: exploratórias, descritivas ou explicativas. Nesta investigação foi utilizada a pesquisa explicativa. De acordo com Gil (2006), a pesquisa explicativa registra, analisa e interpreta os fenômenos estudados, procurando identificar suas razões, seus fatores determinantes e suas causas. Desse modo, tais procedimentos são utilizados para responder o problema da pesquisa.

As pesquisas se classificam quanto aos procedimentos em: estudo de caso, levantamento, bibliográfica, documental, participante e experimental. Em relação aos procedimentos, este estudo utilizou a pesquisa bibliográfica. A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de materiais já elaborados como artigos científicos e livros que permitem o confronto da visão teórica com a realidade (GIL, 2006, p. 43). Sua utilização foi necessária para fundamentar teoricamente o estudo.

Ainda em relação aos procedimentos, foi utilizado um dos métodos mais empregados nas pesquisas das ciências sociais - o observacional, uma vez que permite analisar os fenômenos contemporâneos com objetividade e precisão, investigando da forma menos abstrata possível.

No tocante à abordagem do problema, as mesmas são classificadas em pesquisa qualitativa e quantitativa. Beuren et al. (2006, p. 91) afirmam que a pesquisa qualitativa (usada neste estudo) permite uma análise mais profunda em relação ao fenômeno estudado, destacando características não observadas num estudo quantitativo, o que enquadra problema qualitativamente numa análise social.

3.2 Universo e Amostra

O universo da pesquisa engloba todos os municípios brasileiros obrigados pela Lei Complementar nº 131/2009, a prestarem contas de suas ações via portal eletrônico na rede mundial de computadores.

A referida lei estabelece prazos que variam de acordo com a faixa populacional, determinando um ano a partir da data de sua publicação para a União, Estados, Distrito Federal e municípios com mais de 100.000 (cem mil) habitantes; dois anos para aqueles que possuem entre 50.000 (cinquenta mil) e 100.000 (cem mil) habitantes e quatro anos para os que possuírem população inferior a 50.000.

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A amostra selecionada para análise engloba por conveniência os 30 municípios mais populosos da região Nordeste (Quadro 1).

Quadro 1 – Relação dos 30 municípios mais populosos da Região Nordeste.

Município UF População Município UF População

1 Salvador BA 2.676.606 16 Vitória da Conquista BA 306.374

2 Fortaleza CE 2.447.409 17 Paulista PE 300.611

3 Recife PE 1.536.934 18 Petrolina PE 294.081

4 São Luis MA 1.011.943 19 Mossoró RN 259.886

5 Maceió AL 932.608 20 Juazeiro do Norte CE 249.936

6 Teresina PI 814.439 21 Imperatriz MA 247.553

7 Natal RN 803.811 22 Camaçari BA 242.984

8 João Pessoa PB 723.514 23 Arapiraca AL 214.067

9 Jaboatão dos Guararapes PB 644.699 24 Maracanaú CE 209.748

10 Aracaju SE 570.937 25 Itabuna BA 204.710

11 Feira de Santana BA 556.756 26 Parnamirim RN 202.413

12 Campina Grande PB 385.276 27 Juazeiro BA 197.984

13 Olinda PE 375.559 28 Sobral CE 188.271

14 Caucaia CE 324.738 29 Cabo de Santo Agostinho PE 185.123

15 Caruaru PE 314.951 30 Ilhéus BA 184.231

Fonte: IBGE (2010) – adaptado.

3.3 Instrumento e Processo de Coleta de Dados

De acordo com Gil (2006, p. 66), o elemento mais importante para a identificação de um delineamento é o procedimento adotado para a coleta de dados. Nesta investigação, os dados foram extraídos dos sítios eletrônicos municipais (Quadro 1), por meio de observação direta, no período de 01 a 30 de abril de 2012. Para tanto, foi efetuada uma investigação através do sítio de busca - www.google.com, a fim de relacionar a página principal de cada município na Internet e assim localizar seus respectivos portais - espaço virtual em que deveria conter as informações procuradas.

A investigação se restringiu a considerar apenas os dados apresentados on-line, no portal eletrônico da transparência de cada município no âmbito do Poder Executivo, observando a atualização do sítio, facilidade de navegação e outros fatores de análises (Quadro 3).

3.4 Variáveis e Análise s de Dados

O Quadro 2 apresenta avaliações de portais que serviram de subsídio para formular os quesitos de avaliação dessa pesquisa, a serem aplicados nos municípios estudados.

Quadro 2 – Avaliação de portais de transparência.

Autores Contribuições

Cruz, Silva e Santos (2009).

Nível de evidenciação de informações de gestão fiscal de municípios do Rio de Janeiro com quesitos para verificar a transparência fiscal eletrônica (divulgação de PPA, LDO, LOA; divulgação de prestação de contas simplificada; divulgação de calendário de audiências públicas).

Keunecke, Teles e Flach (2011).

Ranking de transparência de portais eletrônicos de municípios catarinenses com base em dados de conteúdo, série histórica e usabilidade.

Agostineto , Raupp (2010)

Caracterizam os portais na literatura, em quatro estágios sequenciais: portais informativos, interativos, transacionais e integrativos. Seguem o modelo de investigação de Rench Filho.

Marengo, Diehl (2011)

Viabilidade da participação cidadã através das prestaçóes de contas apresentadas nos sites de 39 municípios do Rio Grande do Sul, avaliando critérios quanto à acessibilidade, cidadania, transparência e serviço público.

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Além dos estudos apresentados no Quadro 2, a definição das variáveis de análises foi realizada em cumprimento a legislação brasileira vigente que estabelece transparência e accountability na gestão pública nacional como aspectos fundamentais para o exercício da cidadania e democracia para o povo brasileiro. As fontes legais recorridas são a Constituição Federal, a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei complementar nº 101/2000), a Lei Complementar nº 131/2009, a Lei 4.320/1964 e o Decreto nº 7.185, de 27 de maio de 2010, que compõem parte fundamental para responder o problema desse estudo (Quadro 3).

Quadro 3 – Quesitos de avaliação dos portais de transparência.

Quesitos de Avaliação Pontuação

Planejamento e Prestação de Contas

1 O município está divulgando o PPA? 5

2 O município está divulgando a LDO? 5

3 O município está divulgando a LOA? 5

4 O município está disponibilizando sua prestação de contas? 5

5 O município está divulgando o parecer prévio do Tribunal de Contas? 5

6 O município está divulgando os RREO’s? 5

7 O município está divulgando o RGF? 5

8 O município está divulgando sua prestação de contas na versão simplificada? 5

Receitas

9 As receitas são demonstradas por tipo de administração? 5

10 As receitas são demonstradas por unidade gestora? 5

Despesas

11 Há um detalhamento da aquisição de materiais ou serviços? 5

12 O número do processo de despesa está sendo divulgado? 5

13 O beneficiário do pagamento está sendo identificado? 5

14 O processo licitatório da despesa (quando houver) foi divulgado? 5

15 São disponibilizadas informações a respeito das despesas contratadas? 5 16 São disponibilizadas informações para acompanhamento da execução da despesa em

tempo real? 5

Outros

17 O município está divulgando o calendário das audiências públicas? 5

18 O município disponibiliza download das informações? 5

19 São divulgados e-mail ou formulário de contato institucional? 5

20 O sítio possui ferramenta de busca que auxilie a interação com o cidadão? 5

TOTAL 100

Fonte: Elaborado pelos autores.

Observa-se que a construção dos quesitos de avaliação foi dividida em quatro aspectos: planejamento e prestação de contas (Art. 48 da LRF); receitas e despesas (LRF alterada pela LC nº 131/2009, Decreto nº. 7185/2010) e outros (LRF e acessibilidade e facilidade de navegação).

Os quesitos para a receita e despesa foram feitos com base no disposto no Decreto nº 7.185, de 27 de maio de 2010, que institui um padrão mínimo de qualidade para as informações disponibilizadas pelo sistema, quais sejam:

Art. 7. Sem prejuízo dos direitos e garantias individuais constitucionalmente estabelecidos, o SISTEMA deverá gerar, para disponibilização em meio eletrônico que possibilite amplo acesso público, pelo menos, as seguintes informações relativas aos atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execução orçamentária e financeira:

I - quanto à despesa:

a) o valor do empenho, liquidação e pagamento;

b) o número do correspondente processo da execução, quando for o caso;

c) a classificação orçamentária, especificando a unidade orçamentária, função, subfunção, natureza da despesa e a fonte dos recursos que financiaram o gasto;

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d) a pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento, inclusive nos desembolsos de operações independentes da execução orçamentária, exceto no caso de folha de pagamento de pessoal e de benefícios previdenciários;

e) o procedimento licitatório realizado, bem como à sua dispensa ou inexigibilidade, quando for o caso, com o número do correspondente processo; e

f) o bem fornecido ou serviço prestado, quando for o caso;

II - quanto à receita, os valores de todas as receitas da unidade gestora, compreendendo no mínimo sua natureza, relativas a:

a) previsão;

b) lançamento, quando for o caso; e

c) arrecadação, inclusive referente a recursos extraordinários. (BRASIL, 2010).

Os resultados das análises dos quesitos de avaliação dos portais foram comparados com o Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM).

O Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM) é um estudo anual do Sistema FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) que acompanha o desenvolvimento de todos os 5.564 municípios brasileiros em três áreas: Emprego e Renda, Educação e Saúde. O índice mede o desenvolvimento humano com base nesses três indicadores. Ele é feito exclusivamente, com base em estatísticas públicas oficiais, disponibilizadas pelos ministérios do Trabalho, Educação e Saúde (FIRJAN, 2012).

De acordo com a FIRJAN (2012), mesmo com um recorte municipal, foi possível gerar um resultado nacional discriminado por unidades da Federação, graças à divulgação oficial das variáveis componentes do índice por estados e para o país.

O índice varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento do município. Além disso, sua metodologia possibilita determinar, com precisão, se a melhora relativa ocorrida em determinado município decorre da adoção de políticas específicas ou se o resultado obtido é apenas reflexo da queda dos demais municípios.

A comparação com essa variável já foi considerada em outros estudos que investigaram o nível da transparência na divulgação dos atos públicos, e por meio dela, é possível relacionar se um município com transparência na gestão apresenta também maior desenvolvimento humano.

O Quadro 4 apresenta o IFDM dos 30 municípios mais populosos da Região Nordeste.

Quadro 4 – Relação do IFDM dos 30 municípios mais populosos da Região Nordeste.

Município UF IFDM Classificação

IFDM Nacional Classificação

Teresina PI 0,8376 102º 1º Recife PE 0,8088 204º 2º Natal RN 0,8012 233º 3° Aracaju SE 0,7926 275º 4º Sobral CE 0,7981 299º 5º João Pessoa PB 0,7862 315º 6º Fortaleza CE 0,7841 330º 7º Maracanaú CE 0,7781 376º 8º Maceió AL 0,7605 546º 9º São Luiz MA 0,7510 661º 10° Juazeiro do Norte CE 0,7481 699º 11º Campina Grande PB 0,7393 824º 12º Mossoró RN 0,7364 869º 13º Caruaru PE 0,7316 942º 14º Jaboatão dos Guararapes PE 0,7291 988º 15º Paulista PE 0,7215 1110º 16º

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Re C o n t : R e g is tr o C o n b il V o l. 4 , N º 2 ( 2 0 1 3 ). Parnamirim RN 0,7196 1145º 17º Olinda PE 0,7161 1205º 18º Petrolina PE 0,7065 1371º 19º Feira de Santana BA 0,7005 1488º 20º Itabuna BA 0,6859 1789º 21º Cabo de Santo Agostinho PE 0,6796 1943º 22º Caucaia CE 0,6732 2077º 23° Vitória da Conquista BA 0,6667 2195º 24º Arapiraca AL 0,6512 2530º 25º Juazeiro BA 0,6495 2568º 26º Camaçari BA 0,6156 3221º 27º Salvador BA 0,5775 3921º 28º Ilhéus BA 0,5466 4456º 29º Imperatriz MA 0,5254 2140º 30º F o n t e : F I R J A N ( 2 0 1 2 ) – a d a pt a d o .

A relação desse índice com o resultado obtido na pesquisa, se justifica por considerar que a boa governança pode atuar na redução da corrupção, na prestação de contas e na descentralização governamental. Desse modo, melhora a gestão dos recursos públicos e a igualdade perante lei, sendo essencial na redução da pobreza e no aumento da qualidade de vida dos cidadãos, permitindo que estes influenciem as políticas que promovam o crescimento.

4 RESULTADOS DA PESQUISA

A Tabela 1 abaixo apresenta os resultados agrupados dos 30 municípios mais populosos da região Nordeste por quesitos de avaliação.

Tabela 1 – Avaliação geral dos portais de transparência dos 30 municípios, em conjunto.

Planejamento e Prestação de Contas Municípios que

divulgam

Frequência absoluta

Frequência Relativa %

1 O município está divulgando o PPA? 17 0,57 56,67

2 O município está divulgando a LDO? 12 0,40 40,00

3 O município está divulgando a LOA? 14 0,47 46,67

4 O município está disponibilizando sua

prestação de contas? 2 0,07 6,67

5 O município está divulgando o parecer prévio

do Tribunal de Contas? 0 0,00 0,00

6 O município está divulgando os RREO’s? 8 0,27 26,67

7 O município está divulgando o RGF? 6 0,20 20,00

8 O município está divulgando sua prestação de

contas na versão simplificada? 0 0,00 0,00

Receitas Municípios que

divulgam

Frequência absoluta

Frequência Relativa %

9 As receitas são demonstradas por tipo de

administração? 14 0,47 46,67

10 As receitas são demonstradas por unidade

gestora? 15 0,5 50

Despesas Municípios que

divulgam Frequência absoluta Frequência Relativa % 11 Há um detalhamento da aquisição de materiais ou serviços? 19 0,633 63,33

12 O número do processo de despesa está sendo

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Re C o n t : R e g is tr o C o n b il V o l. 4 , N º 2 ( 2 0 1 3 ).

13 O beneficiário do pagamento está sendo

identificado? 19 0,633 63,33

14 O processo licitatório da despesa (quando

houver) foi divulgado? 16 0,533 53,33

15 São disponibilizadas informações a respeito

das despesas contratadas? 14 0,467 46,67

16

São disponibilizadas informações para acompanhamento da execução da despesa em tempo real?

11 0,367 36,67

Outros Municípios que

divulgam

Frequência absoluta

Frequência Relativa %

17 O município está divulgando o calendário das

audiências públicas? 5 0,167 16,67

18 O município disponibiliza download das

informações? 24 0,800 80,00

19 São divulgados e-mail ou formulário de

contato institucional? 19 0,633 63,33

20 O sítio possui ferramenta de busca que auxilie

a interação com o cidadão? 15 0,500 50,00

Fonte: Dados da Pesquisa

Observa-se na Tabela 1, que nos quesitos de avaliação de planejamento e prestação de contas, somente 17 municípios divulgaram o Plano Plurianual (PPA). O PPA é considerado o principal item do planejamento municipal, previsto desde a Constituição de 1988 e responsável por definir, com clareza, as metas e prioridades da administração bem como os resultados esperados.

No quesito da divulgação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), apenas 12 municípios, que representam 40% da amostra, o fizeram. A LDO é responsável por determinar instruções para a elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA), como o equilíbrio das receitas e despesas, as alterações na legislação tributária, normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos do orçamento.

Também relacionados à LDO, podem ser citados dois anexos que deveriam constar e que também deixaram de ser divulgados com ela: o anexo de Metas Fiscais e Anexo de Riscos Fiscais, ambos exigidos pela LRF para melhor o acompanhamento das metas anuais e possíveis riscos capazes de afetar as contas públicas.

Com ênfase na LRF, a Lei Orçamentária Anual (LOA) constitui a terceira ferramenta de planejamento com a finalidade de realizar as metas estabelecidas pelo PPA. A pesquisa constatou que apenas 14 dos municípios analisados divulgaram a LOA vigente. Este documento é considerado como sendo o orçamento propriamente dito, sintetizando anualmente as etapas do PPA. Nota-se uma discrepância nas informações divulgadas nos portais correspondentes às etapas do planejamento, uma vez que a média de divulgação das três ferramentas principais (PPA, LDO e LOA) não chega a atingir 50% da amostra, o que revela situações do não cumprimento das exigências legais.

Percebe-se na Tabela 1, que apenas dois municípios (Aracaju/SE e Maracanaú/CE) divulgaram suas prestações de contas nos portais. Os demais não disponibilizaram qualquer informação a respeito da prestação de contas municipal, o que pode acarretar em multas e ação civil de improbidade administrativa para o gestor de acordo com a CF/88.

Quanto à emissão do parecer prévio que deve ocorrer no prazo de sessenta dias, contados da data do recebimento das contas e, tratando-se de município com menos de duzentos mil habitantes, desde que não seja capital, esse prazo é dilatado para cento e oitenta

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Re C o n t : R e g is tr o C o n b il V o l. 4 , N º 2 ( 2 0 1 3 ).

dias, o estudo mostra que nenhum município divulgou o parecer prévio do Tribunal de Contas e tampouco a prestação de contas na versão simplificada.

Também são considerados instrumentos de transparência da gestão fiscal, conforme o Art. 48 da LRF, além dos planos, orçamentos e lei de diretrizes orçamentárias, as prestações de contas e o respectivo parecer prévio o Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) e o Relatório de Gestão Fiscal (RGF) e as versões simplificadas desses documentos.

O RREO e o RGF, definidos anteriormente, bem como seus respectivos anexos, também se mostraram pouco divulgados, apresentando um percentual de 27% e 20% respectivamente, ou seja, apenas 8 e 6 municípios, respectivamente divulgaram. Os municípios analisados desobedeceram a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), quando não divulgam em seus portais de transparência tais informações.

Em relação à forma de divulgação das receitas arrecadadas por tipo de administração, isto é, de forma separada para entidades pertencentes à administração pública direta e indireta e também por unidade gestora, observa-se que apenas 14 e 15 municípios, respectivamente divulgaram.

A Lei Complementar nº 131/2009 determina que quanto à receita pública sejam divulgados: o lançamento e o recebimento de toda a receita das unidades gestoras, inclusive referente a recursos extraordinários. Se houvesse o detalhamento adequado de cada estágio da receita, o cidadão/contribuinte estaria ciente de quanto as prefeituras, câmaras municipais e demais unidades estão dispondo para prestar serviços.

A maioria dos portais não oferece a arrecadação das receitas mensal, com informações desatualizadas que não especificam o tipo da receita realizada nem o período a que se referem, o que compromete o acompanhamento da execução orçamentária por parte dos recursos recebidos.

A execução das despesas divulgadas nos portais, segundo a LC 131/2009 deve englobar todos os atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execução da despesa, no momento de sua realização. A disponibilização mínima dos dados deverá informar o número do correspondente processo, o bem fornecido ou o serviço prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado.

Quanto aos quesitos referentes às despesas, observa-se que 19 municípios, perfazendo o total de 63,33% da amostra, detalharam a aquisição de materiais e serviços e identificaram o beneficiário do pagamento. Este é o segundo maior percentual obtido nesse estudo. O número do processo da despesa, do beneficiário, do processo licitatório e despesas contratadas foi divulgado por apenas 16, 19, 16 e 14 municípios, respectivamente.

Conforme definido pelo Decreto nº 7.185/2010, a informação em tempo real se refere à disponibilização das informações, em meio eletrônico que possibilite amplo acesso público, até o primeiro dia útil subsequente à data do registro contábil no respectivo sistema, sem prejuízo do desempenho e da preservação das rotinas de segurança operacional necessários ao seu pleno funcionamento.

Em relação a atualização das informações, o resultado evidencia que apenas 36,67% da amostra cumprem a exigência de execução em tempo real (11 municípios). No aspecto de transparência orçamentária, este item constitui um dos meios que o cidadão comum possui para exercer controle social. Neste caso, as organizações não-governamentais e partidos políticos podem fiscalizar os gestores de partidos da oposição para encontrar eventuais irregularidades e a mídia poderá fundamentar melhor suas denúncias de fraudes.

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Re C o n t : R e g is tr o C o n b il V o l. 4 , N º 2 ( 2 0 1 3 ).

No que diz respeito a licitações e contratos, a questão da transparência também atua no combate à corrupção quando garante a máxima abertura à participação de empresas e a maior visibilidade possível aos atos da administração. Em alguns portais, a exemplo, o município de Fortaleza/CE, existe em seu sítio um link para acompanhamento das licitações municipais.

Os outros quesitos analisados se referem à acessibilidade, facilidade de navegação e à forma como as informações foram colocadas a disposição nos sítios eletrônicos, trazendo questões consideradas simples, que comparadas ao Portal de Transparência da União (BRASIL, 2012) buscaram verificar se de fato a informação foi transmitida de forma clara e de fácil entendimento em geral, conforme previsão legal.

A audiência pública é considerada uma das melhores formas de participação e de controle popular por permitir a troca direta de informações com o administrador do município, e até debates sobre matérias relevantes para a população. A legislação brasileira prevê a convocação de audiência pública para explanar assuntos como meio ambiente, licitações e contratos administrativos, concessão e permissão de serviços públicos, serviços de telecomunicações e agências reguladoras.

Nesse caso (audiência pública), 25 municípios, ou seja, 83,33% dos analisados deixaram de divulgar o calendário. Os municípios que divulgaram são: Salvador/BA, Cabo de Santo Agostinho/PE, Maracanaú/CE, Olinda/PE e Paulista/PE.

Permitir o download das informações acessadas no portal facilita o acompanhamento da execução orçamentária, quando o cidadão pode ter acesso a elas em seu computador pessoal ou em meio impresso, para comparar os dados de um exercício financeiro com o anterior ou de um gestor com outros. Além de ser uma ferramenta de suma importância para pesquisadores, que buscam esclarecer a realidade das contas públicas municipais, e que poderão manusear melhor os dados. O percentual de portais que disponibiliza download das informações totaliza 80%, o maior apontado nesta pesquisa (24 municípios atenderam).

Um quesito que também foi baixo na avaliação foi a divulgação de um e-mail ou formulário de contato para aproximar o visitante do portal dos gestores para saber sua opinião sobre a forma como os recursos vem sendo utilizados. Neste caso apenas 19 dos municípios avaliados atenderam.

Em contrapartida, observou-se que alguns portais possuem um espaço para que o visitante possa comentar sobre as informações por ele visualizadas. Por exemplo, os municípios de Petrolina/PE e Ilhéus/BA possuem layout da página bastante interativo e de fácil navegação, o que pode despertar o interesse da população.

Outra ferramenta de interação bastante eficaz é a oferecida pelo município de Juazeiro/BA que disponibiliza um link chamado de “canal aberto” com a finalidade de esclarecer as dúvidas da população.

O último quesito avaliado nesta pesquisa investiga se o município possui uma instrumento de busca que facilite a navegação do cidadão pelo portal, outra simples forma de interação e de estímulo à transparência que alcançou apenas 50% dos municípios da amostra (15 municípios atenderam).

Outro aspecto importante em relação à essa análise, mas que não foi inclusa no quadro de avaliação, se refere a acessibilidade de pessoas com alguma deficiência. Foi observado que nenhum dos 30 municípios dispõe de algum instrumento de navegação que permita a inclusão de todo e qualquer cidadão, como é notado no Portal de Transparência da União (BRASIL, 2012).

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Re C o n t : R e g is tr o C o n b il V o l. 4 , N º 2 ( 2 0 1 3 ).

Alguns portais como o de São Luís/MA, Arapiraca/AL e Caucaia/CE, não possuem denominação “.gov” em seu endereço eletrônico, e ainda se encontram em fase de elaboração e seus portais estão relacionados à empresa responsável pela elaboração do sítio eletrônico.

A Tabela 2 apresenta o ranking de transparência dos 30 municípios mais populosos da região Nordeste, ordenados pela pontuação obtida pelos quesitos de avaliação dos portais de transparência listados no Quadro 3.

Tabela 2 – Ranking de transparência dos 30 municípios mais populosos da região Nordeste.

Município UF Pontuação Classificação

Maracanaú CE 85 1º

Fortaleza CE 80

Recife PE 70

Camaçari BA 70 4º

Petrolina PE 65 5º

Cabo de Santo Agostinho PE 60 6º

Aracaju SE 60 Feira de Santana BA 55 8º Salvador BA 55 Maceió AL 45 10º Olinda PE 45 11º Juazeiro do Norte CE 40 12º Mossoró RN 40 13º Vitória da Conquista BA 35 14º João Pessoa PB 35 15º Juazeiro BA 35 16º

Jaboatão dos Guararapes PE 35 17º

Natal RN 35 18º Imperatriz MA 30 19º Ilhéus BA 30 20º Campina Grande PB 30 21º Sobral CE 30 22º Parnamirim RN 30 23º Caruaru PE 25 24º Paulista PE 25 25º Caucaia CE 20 26º São Luís MA 15 27º Teresina PI 10 28º Itabuna BA 10 29º Arapiraca AL 10 30º

Fonte: dados da pesquisa.

Observa-se na Tabela 2 que nenhum dos municípios atingiu 100% de transparência, como esperado inicialmente, por se tratar de uma exigência legal desde 2010, com penalidades para os municípios que não atenderem.

A primeira posição do ranking elaborado foi ocupada por Maracanaú, município do interior do Ceará, com população de 209.748 habitantes, deixando de atender apenas três quesitos da ficha de avaliação (não divulgou RREO, RGF nem parecer prévio do Tribunal de Contas).

O portal de transparência do município de Maracanaú é atualizado diariamente, divulgando todas as informações exigidas por lei inerentes à receita e despesa e ainda informações extras, como anulação de empenhos e pagamentos de Restos a Pagar. Possui fácil navegação e um link com telefones úteis e de ouvidorias municipais, demonstrando interesse em ouvir a população.

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Re C o n t : R e g is tr o C o n b il V o l. 4 , N º 2 ( 2 0 1 3 ).

Em relação aos demais, apenas 9 municípios obtiveram mais de 50 pontos, isto é, mais da metade dos requisitos exigidos por lei, dentre eles apenas 4 das 9 capitais nordestinas (Recife, Fortaleza, Aracaju e Maceió).

Das capitais nordestinas (em negrito na Tabela 2), observa-se que Teresina/PI ocupou a última posição, perfazendo o total de 10 pontos, atendendo apenas aos quesitos 18 e 19 da ficha de avaliação. Nenhuma das informações disponíveis no portal é referente ao exercício de 2012 e a página inicial se limita a uma aba contendo os “links principais”, em que há informações sobre receitas e despesas, todas desatualizadas.

Salvador/BA, maior município da Região Nordeste, possui em seu portal dispositivos que facilitam a navegação, utilizando linguagem simples e clara, oferecendo ainda a opção de sugestões e opiniões. Apesar de ocupar o 9º lugar no ranking, pode ser considerado o portal mais interativo da amostra, com layout agradável.

Os cinco municípios que obtiveram igualmente 35 pontos: Vitória da Conquista/BA, João Pessoa/PB, Juazeiro/BA, Jaboatão dos Guarapes/PE e Natal/RN foram classificados levando em consideração a divulgação detalhada sobre receitas e despesas, que representam o objetivo principal da Lei Complementar 131/2009. Dessa forma, a relevância dos itens 9 à 16 da ficha de avaliação serviu como critério de desempate da pesquisa para elaboração do ranking.

Nota-se ainda, que alguns portais ainda estão em fase de construção, limitando-se apenas a dois links para atender às exigências da lei em sua forma mais simples, demonstrando apenas receitas e despesas. Não possuem nenhuma forma de interação com o visitante, como por exemplos, os municípios de Vitória da Conquista/BA, João Pessoa/PB, Sobral/PB, Parnamirim/RN e Caucaia/CE.

Os últimos colocados, empatados com apenas 10 pontos atenderam somente dois dos quesitos que avaliaram a acessibilidade do portal. Teresina/PI, Itabuna/BA e Arapiraca/AL não possuem nenhum dado atualizado e contribuem com o mínimo de padrão para que os cidadãos se mantenham informados. O último colocado, Arapiraca/AL, disponibiliza o portal através do sítio eletrônico “Fly Transparência”, o que dificulta a assimilação das informações à responsabilidade do município.

A Tabela 3 apresenta a correlação dos quesitos de avaliação dos portais de transparência dos 30 municípios mais populosos com o IFDM.

Tabela 3 – Correlação dos resultados de análises dos portais de transparência e o IFDM.

Município UF Pontuação Avaliação /

Colocação IFDM Classificação IFDM Nacional Colocação Maracanaú CE 85 1º 0,7781 376º 8º Fortaleza CE 80 2º 0,7841 330º 7º Recife PE 70 3º 0,8088 204º 2º Camaçari BA 70 4º 0,6156 3221º 27º Petrolina PE 65 5º 0,7065 1371º 19º Cabo de Santo Agostinho PE 60 6º 0,6796 1943º 22º Aracaju SE 60 7º 0,7926 275º 5º Feira de Santana BA 55 8º 0,7005 1488º 20º Salvador BA 55 9º 0,5775 3921º 28º Maceió AL 45 10º 0,7605 546º 9º Olinda PE 45 11º 0,7161 1205º 18º Juazeiro do Norte CE 40 12º 0,7481 699º 11º Mossoró RN 40 13º 0,7364 869º 13º Vitória da Conquista BA 35 14º 0,6667 2195º 24º

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Re C o n t : R e g is tr o C o n b il V o l. 4 , N º 2 ( 2 0 1 3 ). João Pessoa PB 35 15º 0,7862 315º 5º Juazeiro BA 35 16º 0,6495 2568º 26º Jaboatão dos Guararapes PE 35 17º 0,7291 988º 15º Natal RN 35 18º 0,8012 233º 3° Imperatriz MA 30 19º 0,5254 2140º 30º Ilhéus BA 30 20º 0,5466 4456º 29º Campina Grande PB 30 21º 0,7393 824º 12º Sobral CE 30 22º 0,7981 299º 4º Parnamirim RN 30 23º 0,7196 1145º 17º Caruaru PE 25 24º 0,7316 942º 14º Paulista PE 25 25º 0,7215 1110º 16º Caucaia CE 20 26º 0,6732 2077º 23° São Luiz MA 15 27º 0,7510 661º 10° Teresina PI 10 28º 0,8376 102º 1º Itabuna BA 10 29º 0,6859 1789º 21º Arapiraca AL 10 30º 0,6512 2530º 25º

Fonte: dados da pesquisa.

O estudo realizado no Brasil por Cruz, Silva e Santos (2009), concluiu através de pesquisas quantitativas que há evidências empíricas em relação à governança, no sentido de haver relação entre a adoção de boas práticas de governança e a melhoria de indicadores sociais e econômicos, como exemplo o IFDM, que pode estar relacionado com o nível de transparência estudado.

A Tabela 3 correlaciona resultados de análises dos portais de transparência e o IFDM, permitindo verificar até que ponto, nessa pesquisa, o indicador social interferiu na formação do ranking da transparência exposto na Tabela 2. Nela, observa-se que, no geral, existe associação entre as condições socioeconômicas dos municípios e os níveis de transparência na divulgação de informações acerca da gestão pública observados nos portais de transparência municípios que compõem a amostra desse estudo. Essa associação, em geral, tem direção positiva, ou seja, melhores condições socioeconômicos tendem a implicar em maior nível de transparência por parte dos municípios.

O Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC), em pesquisa semelhante realizado nas 27 capitais brasileiras, assegura que uma governança eficaz é também essencial para construir e manter confiança nas entidades do setor público, ou ainda para que tenham legitimidade, que constitui um elemento necessário para que as entidades do setor público sejam eficazes na consecução dos seus objetivos.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS, RECOMENDAÇÕES E CONCLUSÃO

Nesse estudo buscou-se avaliar o nível de transparência das informações divulgadas nos portais de transparência dos 30 municípios mais populosos da Região Nordeste ao verificar o cumprimento das exigências estabelecidas pela Lei Complementar nº 131/2009, em relação às informações disponibilizadas em seus portais.

Conforme os conceitos de governança eletrônica e de transparência explanados, pode-se afirmar que a accountability governamental se concretiza a partir da divulgação de informações claras acerca de resultado da atuação da gestão pública. Essa divulgação deve abranger informações disponibilizadas de forma acessível a todos os cidadãos interessados, em meios de comunicação eficazes, com destaque para a Internet.

Para atingir os propósitos desse estudo, foi criado um quadro de avaliação (Quadro 3), com os principais quesitos que a lei determina, elaborado com base em estudos anteriores, mesclando práticas de boa governança e a legislação brasileira aplicável.

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Re C o n t : R e g is tr o C o n b il V o l. 4 , N º 2 ( 2 0 1 3 ).

A disponibilização de informações transparentes, em tempo real e relevantes acerca da gestão pública e da alocação dos recursos públicos por parte dos governantes constitui um ato de responsabilidade na prestação de contas. Considera-se que os gestores municipais que têm disponibilizado mais informações sobre sua gestão também têm demonstrado uma postura de maior disposição para a prática de accountability, com uma repetição maior nos municípios com melhores indicadores socioeconômicos.

Considerando que esta investigação analisou apenas os portais de transparência dos 30 municípios mais populosos da Região Nordeste, recomenda-se para pesquisas futuras, a inclusão de mais munícipos na análise, utilizando os quesitos de avaliação aqui propostos e/ou inclusão de mais dados a serem observados.

Foi observado que apesar de a legislação ter criado mecanismos que motivem uma maior divulgação de informações acerca da gestão pública, muito ainda precisa ser feito, já que o resultado da pesquisa revela que a média de pontuação obtida é de 40,33 pontos, o que revela que a maioria dos 30 municípios mais populosos da Região Nordeste estão em desacordo com as exigências estabelecidas pela Lei Complementar nº 131/2009 em relação à transparência e às informações disponibilizadas em seus portais de transparência avaliados.

Convém registrar que a pesquisa limitou-se a analisar se os 30 municípios mais populosos da Região Nordeste, com base nos quesitos propostos, estão cumprindo ou não a legislação. Desse modo, não foram analisadas questões adjacentes ao problema pesquisado (foco da pesquisa), tais como: prestação de contas dos governos municipais, processos nos Tribunais de Contas, corrupção etc.

Os resultados da pesquisa são relevantes para os cidadãos destes municípios verificarem a situação de seus governantes no cumprimento da divulgação de suas contas. Desse modo, os mesmos poderão tomar suas decisões. Aliado a isso, os resultados também são pertinentes para os Tribunais de Contas que analisam as contas desses municípios, haja vista que a exigência de divulgar as informações requeridas constam na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Finalizando, conclui-se que o município de Maracanaú/CE obteve a maior pontuação - 85 dos 100 pontos considerados na avaliação. Os municípios de Teresina/PI, Itabuna/BA e Arapiraca/AL obtiveram apenas 10 pontos, sendo que a maioria obteve uma pontuação inferior a 55 pontos. Desse modo, observa-se que os 30 maiores municípios da Região Nordeste não estão cumprindo as exigências estabelecidas pela Lei Complementar nº 131/2009 em relação à transparência e as informações disponibilizadas em seus portais. Na comparação como IFDM, ficou evidenciada uma disparidade nos resultados, com destaque para Teresina/PI que ficou em 28º na avaliação dos Portais de Transparência, no entanto ocupa a posição 102º em relação aos municípios brasileiros e 1º lugar em relação aos municípios da amostra.

REFERÊNCIAS

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BEUREN, Ilse Maria (Org.). Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2004.

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Re C o n t : R e g is tr o C o n b il V o l. 4 , N º 2 ( 2 0 1 3 ).

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Federativa do Brasil, Brasília, DF, 05 mai. 2000. Disponível em:

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Referências

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