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Conselho de Segurança das Nações Unidas Os Povos Sem Estado

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Academic year: 2021

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Conselho de Segurança das Nações

Unidas

Os Povos Sem Estado

Mesa Diretora

Hugo Padilha

Paula Maia

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1. Histórico do comitê

Durante a história das civilizações, a partir do momento que o ser humano tornou-se um ser político e passou a viver em comunidade, começaram a haver problemas com relação à interação entre as cidades, feudos, reinos e/ou impérios, sendo a maior fonte de conflito as diferenças culturais. Foi então que, na antiguidade, surgiu a profissão a qual os senhores irão assumir durante seus trabalhos, função a qual sem ela não restaria nada senão uma terra desolada pela guerra: a diplomacia.

Ao longo da história, nos deparamos também com muitas convenções de cidadãos com função diplomática e decisória, sendo algumas das mais importantes a “Liga de Delos” e mais recentemente a “Liga das Nações”, antecedente mais recente da Organização das Nações Unidas (ONU). Criada após a Primeira Guerra Mundial, objetivando prevenir outros conflitos que pudessem acontecer a Liga das Nações, com a Segunda Guerra Mundial, mostrou-se ineficiente e foi substituída pela ONU durante a Conferência de São Francisco em abril de 1945, que contava com cinco órgãos: o Secretariado, a Assembleia Geral, o Tribunal Internacional de Justiça, o Banco Mundial e o Conselho de Segurança.

Após a Segunda Guerra Mundial, o mundo assumiu um arranjo polarizado entre União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e os demais países de esquerda, os Estados Unidos da América e boa parte dos países capitalistas. Desde então, o Conselho de Segurança mostrou-se o mais importante órgão da ONU no que diz respeito às relações diplomáticas entre os dois lados do mundo.

O Conselho de Segurança é formado por uma mesa decisória de 15 cadeiras, que incluem dois grupos:

1 Os “P5”, que atualmente são os Estados Unidos da América, a Quinta República Francesa, a República Popular da China, o Reino Unido da Grã Bretanha e Irlanda do Norte e a Federação Russa, mas que já incluíram outros membros como a URSS, o Governo Provisório da República Francesa, a Quarta república Francesa e Taiwan. Os P5 são os únicos países dentro do comitê que teoricamente possuem cadeiras permanentes dentro do Conselho e, além disso, possuem o poder de veto. O que é o Veto? O Veto é um poder reativo dos membros desse pequeno grupo que pode ser usado frente a uma proposta de resolução, que significa dizer “Eu

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proíbo”, o que significa que aquela resolução não poderá ser posta em ação e que, se as ações vetadas forem tomadas, acarretará consequências. 2 O grupo de cadeiras rotativas é formado por 10 delegações eleitas a cada

dois anos pela Assembleia Geral, outro órgão da ONU.

Vale lembrar que não há distinção alguma entre força dos votos com relação à riqueza, cultura, etnia ou a grupo ao qual o país pertence no Conselho. A única diferença entre os países no comitê é a duração de seus mandatos e o poder de veto que pode ou não ser exercido por alguns membros do Conselho.

2. Histórico do problema

“Povos sem Estado” é um problema muito mais antigo do que se pode parecer. Um dos primeiros e mais antigos registros existentes são os Hebreus, que passaram séculos escravizados no Egito Antigo, até que conseguissem conquistar sua liberdade e o direito de governar a si mesmos.(Êxodo/Bíblia)

Portanto, esse problema vai bem além da inexistência de Estado (que é exatamente o que acontece na Anarquia ou no Socialismo Utópico, sendo o segundo tendo sido proposto por Karl Marx no Manifesto Comunista, o qual alega que após a Revolução do Proletariado, o Estado irá enfraquecer até deixar de existir). É um problema da falta de representação que pode ocorrer por diversos motivos, sendo por alienação ou simplesmente por opressão exercida por uma etnia mais numerosa, poderosa ou avançada sobre uma mais escassa, fraca ou dependente da outra.

Nas Américas o problema começou a aparecer em 1492 quando Cristóvão Colombo, um navegador italiano, a mando do Rei da Espanha foi enviado para o Oeste na esperança de encontrar novas riquezas e também uma rota alternativa para as Índias (que não fosse pelo Mar Mediterrâneo ou pela terra) e que assim, com um erro de rota, acabou descobrindo as Américas. Em questão de décadas até os mais poderosos impérios

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americanos caíram pelas mãos dos europeus como se não fossem nada (principalmente pela diferença tecnológica grandiosa devido ao advento da pólvora, criada pelos chineses e levada à Europa por expedições).

Praticamente no século 19, tirando alguns poucos povos indígenas em florestas densas ou em ilhas distantes (como o Havaí), os nativos americanos foram escravizados ou alienados numa sociedade onde eles foram considerados, e em alguns casos são até hoje, sub-humanos, não cidadãos. Mesmo sendo os donos de direito daquela terra, foram exterminados e cercados em áreas de reserva, característica muito evidente nos Estados Unidos da América, que realizaram muitas guerras contra os “selvagens” principalmente na “Expansão para o Oeste” e na corrida aurífera. Povos que até hoje, na maior parte dos países da América, não obtiveram a importância política reconhecida.

No sul da América do Sul, a tribo indígena Mapuches, conseguiu se defender dos ataques espanhóis e em 1641, por meio do Tratado de Quilín, tiveram seus territórios reconhecidos pela Coroa Espanhola. No entanto, com a independência do Chile e da Argentina, a terra da tribo foi atacada e anexada por forças republicanas e a população posta em reservas indígenas e marginalizadas das sociedades argentina e chilena.

Outro grande problema de representação nas Américas foi a problemática das colônias, cujos donos de colônias descendentes diretos de europeus eram considerados, quase sempre, inferiores aos próprios europeus e não tinham seus desejos levados em conta pelos governantes na Europa. Ao mesmo passo, os donos de colônias que governavam suas terras nas Américas, na África, na Ásia e na Oceania, sem necessariamente estarem presentes nesses lugares, eram respeitados. Isso levou as colônias cujos colonos moravam em suas terras, a lutar por sua independência com relação à metrópole, a ter seu próprio Estado. O primeiro país a conquistar isso foi os Estados Unidos da América, em 1770, fundado pelas antigas 13 Colônias.

*A problemática também foi muito marcante na Ásia. As duas principais colônias eram a China e a Índia, que foram brutalmente persuadidas a ceder suas soberanias às potências europeias, principalmente à Inglaterra (“O Império em que o Sol nunca se põe”) e só vieram a conseguir suas independências mais tarde, no caso da Índia em 1947, graças aos esforços conjuntos de Mahatma Gandhi, Jawaharlal Nehru (representantes dos Hindus) e de Mohammed Ali Jinna (representante dos mulçumanos), que lutaram por uma causa praticamente perdida durante um longo tempo e

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conseguiram a independência das terras de uma antiga colônia inglesa, dividindo-a em três partes, surgindo assim a Índia, Paquistão Oriental (atual Bangladesh) e Paquistão Ocidental.

Uma das áreas mais conflituosas com relação ao tema está localizada na Europa que, ao contrário do Brasil que todos se definem como brasileiros, sempre existiram diversas etnias que persistiram praticamente sem mistura. A partir do século 19, a criação do conceito de nacionalismo levou a um aumento muito grande de tensões, que foi a principal causa da Primeira Guerra Mundial. Com o Tratado de Versalhes, em 1919, e a dissolução dos Impérios Austro-Húngaro e Turco-Otomano, houve a criação de alguns países, como a Iugoslávia e a Tchecoslováquia que eram um grande amontoado de etnias em um país e que normalmente não se entendiam. Isso acarretou, na Iugoslávia até hoje, a opressão de grupos minoritários principalmente, porém não exclusivamente, pelos Sérvios. Também houve muita violência por parte dos croatas e de mulçumanos.

Um acontecimento que serve de exemplo para uma das possíveis metas desta reunião é o que se refere à criação do Estado de Israel, em 1947, por resolução da ONU. A resolução ditava a separação do antigo território da Palestina em parte para os palestinos (atual Palestina) e em parte para os judeus (atual Estado de Israel). O problema que se seguiu foi: fortalecida por uma população judaica rica, principalmente advinda dos EUA, o Estado de Israel recebeu muito investimento na área militar. Esse investimento acabou com, em 1948, garantir a vitória aos israelitas sobre uma liga massiva de muçulmanos indignados com a presença do Estado judaico na região, além de garantir também a vitória desse povo em muitas outras batalhas, como a Guerra dos Sete Dias e a Guerra do Yonk Puur. Isso levou a, depois de muito tempo, uma reviravolta na situação. Agora, ao invés dos judeus não possuírem Estado, os palestinos deixaram de possuir um.

3. Atualidades

Esse conflito por autoafirmação de etnias se mostrou muito intenso nas últimas décadas. Iremos tratar nesse capítulo dos mais expressivos.

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Comecemos então pela região dos Bálcãs, na Europa. Durante a Segunda Guerra Mundial, todo o leste europeu foi ocupado pelas forças fascistas e nazistas, inclusive o mosaico étnico chamado Iugoslávia. O líder da resistência, o croata Josip Broz Tito, após o fim da guerra tornou-se o chefe de Estado desse mosaico étnico e um colaboracionista de Stalin, tornando assim seu país socialista. Tito era um bom governante, adorado pelo seu povo. Ele usou de seu carisma para governar e unir povos extremamente diferentes.

Após sua morte em 1980 e com a queda dos regimes socialistas europeus em 1989, ocorreu o primeiro golpe contra a unidade iugoslava. A primeira região a se separar foi a Eslovênia, cujo processo fora relativamente pacífico, visto a pouca presença de croatas e sérvios na região. Em contradição, a separação Croácia e da Bósnia-Herzegovina foi um conflito muito sangrento e principalmente contra os muçulmanos bósnios, fora realizado um massacre por parte tanto dos sérvios quanto dos croatas que, com um apelo do mundo todo, receberam auxílio dos Estados Unidos da América, que estava sem política externa definida no momento (logo após o fim da Guerra Fria).

Houve também, após 10 anos (em 2005) outro massacre, que teve cenário Ocorreu no Kosovo, também na Iugoslávia, por parte dos sérvios. Hoje em dia o estado kosovar e o montenegrino já são reconhecidos internacionalmente.

Outra questão importante de se falar são os conflitos existentes na Espanha, principalmente com relação aos bascos, que realizam ataques terroristas com frequência sobre os espanhóis. Os bascos calmam sua independência, uma vez que possuem cultura e língua próprias e se veem independentes do resto da Espanha.

Uma das situações mais delicadas situa-se na Federação Russa que, sendo o país do mundo, possui dezenas de Estados e regiões independentes em seu território, apesar de ainda fazerem parte da Federação. Os conflitos mais tortuosos tem cenário na região do Cáucaso, na região da Ossétia do Norte (que quer ser anexada pela Ossétia do Sul) e na região da Chechênia, onde ocorre uma verdadeira guerra entre os russos e os chechenos.

O outro grande titã no que diz respeito a grande império com muitas reivindicações de territórios por parte de minorias é a República Popular da China, que enfrenta conflitos por diferenças étnicas, culturais e religiosas em aproximadamente 40% do seu território, sendo rígidos em relação à sessão de territórios.

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No Reino Unido, em 1916, por questões religiosas houve a saída de uma parte da Irlanda do Reino Unido, a parte católica mais especificamente, que enfrentou guerras e aproximadamente seis anos até ser reconhecida como independente.

Na Ásia há também um conflito desde a independência da Índia pela região da Caxemira, que fica na tripla fronteira entre Paquistão, Índia e China, três titãs possuidores de armamento nuclear que lutam pelo controle da dessa região, por possui um contingente étnico significante das três partes.

Também há problema no Sri Lanka, uma pequena ilha a sul da Índia que conquistou a independência junto a ela, na qual habitam diversas etnias que lutam entre si pelo domínio dessas terras.

Nas Américas, como já mencionado, há um grande problema de sub-representação com relação aos nativos.

Além disso, predomina o problema do Canadá, que possui um Estado independente (Québec), uma antiga colônia francesa, na qual a língua oficial é o francês e que exige sua separação do resto do país. Uma das ferramentas utilizadas pelo governo canadense para amenizar a situação foi declarar o francês como segunda língua oficial do país.

Na Oceania, tanto a Indonésia quanto as Filipinas enfrentam um sério problema, onde a maioria muçulmana oprime as minorias, principalmente cristãs. Isso também representa um grave problema.

Na África, os principais problemas de falta de representação (ou falta de Estado) foram na África do Sul, durante o regime do Apartheid. Durante esse regime os negros, mais de 90% da população, eram tratados como animais pelos europeus e não possuíam direitos políticos. A luta por esses direitos foi adotada por Gandhi, até que o governo o exilou do país por tentar acabar com o esta situação. Reação parecida com a prisão de Nelson Mandela, ex-presidente sul africano, que foi o maior responsável pelo fim desse regime.

A maior parte dos conflitos nesse continente são sequelas do neoimperialismo europeu que, ao estipular limites arbitrários para os países, acabaram por separar tribos ou aproximar tribos rivais. As consequências desse ato podem ser percebidas, por

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exemplo, no massacre realizado pelos hutus sobre os tutsis na Ruanda, na secessão recente do Sudão do Sul (cristão) frente ao Sudão (predominantemente árabe) no Chifre da África, ocasionando devastação na região, e também na Nigéria, onde há conflitos religiosos.

Chegamos, por fim, ao ponto de maior importância da discussão: os Curdos. Quem são os curdos? Os curdos representam o maior povo sem Estado no mundo, com aproximadamente 30 milhões de pessoas, vivendo no Oriente Médio entre quatro países: Turquia, Irã, Iraque e Síria. O Curdistão, ao longo da história, nunca possuiu autonomia própria. Apesar disso, experimentou certa independência ate 1639, quando foi incorporado pelo império Turco Otomano e em 1924, com o novo regime na Turquia, onde continuam sendo intensamente reprimidos. Em 1946, eles conseguiram fundar a República de Mahabad, reconhecida pela URSS, porém rapidamente revertida ao território iraniano e fortemente reprimida nos quatro países que ocupa.

4. Posicionamento dos Países:

4.1. América

República Argentina (membro eleito)

A República Argentina, assim como o Brasil, é um grande mosaico étnico, contendo aproximadamente 20 etnias, relativamente miscigenados, e, ainda assim, não há grandes problemas com relação a isso, além do problema com os Mapuches, apesar de que, há décadas (se não séculos), haver a disputa com o Reino Unido pela posse das Ilhas Malvinas, que de certa forma é um conflito de representação, na qual a Argentina reivindica o controle sobre o arquipélago.

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República Federativa do Brasil (membro convidado)

A República Federativa do Brasil, nos últimos tempos, teve papel de mediador no cenário geopolítico global, o que a torna uma nação importantíssima numa discussão tão delicada como esta que até cogita a criação de novos Estados.

Canadá (membro convidado)

O Canadá, como já citado, possui problemas históricos com uma de suas províncias, Québec, que fora anexada há séculos, porém que continuou com a cultura predominantemente francesa, e, apesar de algumas atitudes com a intenção de amenizar os conflitos separatistas dessa província, eles ainda ocorrem e o Canadá não cede.

República do Chile (membro convidado)

A República do Chile, no que se refere à temática do problema, possui conflitos em especial com a tribo dos Mapuches, que possuía território independente mas que fora posteriormente anexada. Na atualidade essa tribo reivindica o reconhecimento da diversidade étnica e cultural chilena, a participação na condução e elaboração de políticas indígenas, a concessão de terras públicas ou a desapropriação de privadas para assentamentos de comunidades indígenas, a proteção legal de suas terras e recursos naturais e finalmente o apoio estatal ao desenvolvimento econômico e cultural das comunidades.

Estados Unidos da América (membro permanente)

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direitos, possui uma história muito diferente disso, principalmente no que diz respeito a quem possui direito de representação em seu território, com histórico de perseguição a negros e católicos e de segregação de tribos indígenas. Apesar de tudo, continua sendo defensor de boa parte das causas separatistas, tendo sido o principal ator na criação do Estado de Israel.

República da Guatemala (membro eleito)

A República da Guatemala entra mais na discussão por ser um dos atuais membros eleitos do Conselho, apesar de, principalmente durante a Guerra Fria, ter passado por alguns conflitos armados principalmente com as nações próximas a ela.

4.2 Europa:

República Federal da Alemanha (membro convidado)

O maior conflito que se pode citar a respeito do tema sobre a República Federal da Alemanha é, lamentavelmente, das atrocidades realizadas pelos nazistas durante a segunda guerra mundial, cujos maiores mártires foram os judeus e os comunistas, incluindo também os negros, deficientes físicos e mentais, ciganos, homossexuais e pessoas de outras etnias diversas.

República da Armênia (membro convidado)

A questão da República da Armênia, juntamente com o Azerbaijão, a Geórgia e a Rússia, são os conflitos na região do Cáucaso (região onde se encontram esses países e o sudeste da Rússia) onde ocorreram várias disputas entre esses países (e até entre

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regiões do mesmo país) para que houvesse a anexação de um pelo outro ou pela separação.

República do Azerbaijão (membro eleito)

A questão da República do Azerbaijão, juntamente com a Armênia, a Geórgia e a Rússia, são os conflitos na região do Cáucaso (região onde se encontram esses países e o sudeste da Rússia) onde ocorreram várias disputas entre esses países (e até entre regiões do mesmo país) para que houvesse a anexação de um pelo outro ou pela separação.

Bósnia (membro convidado)

A Bósnia possui um papel muito importante neste comitê, que, ao lado da Eslovênia, da Croácia e do Kosovo desempenharam conflitos militares contra, principalmente, a Sérvia, em busca de sua independência, sendo a Guerra da Bósnia tendo sido um verdadeiro genocídio e deixado o país destruído.

República da Croácia (membro convidado)

A Croácia possui um papel muito importante neste comitê, que, ao lado da Eslovênia, da Bósnia e do Kosovo desempenharam conflitos militares contra, principalmente, a Sérvia, em busca de sua independência, mas, especificamente a Croácia, após conquistar a sua, guerreou também contra os bósnios, pois boa parte do território reclamado pelos bósnios não era só da Sérvia, mas também da Croácia, o que deixou a Bósnia numa situação parecida com a do "Corredor Polonês".

República da Eslovênia (membro convidado)

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Bósnia, da Croácia e do Kosovo desempenharam conflitos militares contra, principalmente, a Sérvia, em busca de sua independência, sendo o conflito da Eslovênia o mais pacífico de todos eles, principalmente pelo fato de que há uma predominância de eslovenos em seu território, ao contrário da Croácia e da Bósnia.

Reino da Espanha (membro convidado)

A Espanha enfrenta há muito tempo o problema com o País Basco, mas seu comportamento até hoje foi contrário à cessão de independência ao povo basco, o que garante a ela um posicionamento contrário a algumas das possíveis metas desta conferência.

República Francesa (membro permanente)

Ao contrário de outras nações, como o Reino Unido, a França possui um histórico violento com relação as suas colônias, tendo a grande parte ido à guerra para conquistar sua independência, em especial o Vietnã (que tornou-se Laos, Camboja e Vietnã) e o Magreb (que tornou-se Marrocos, Argélia e Tunísia), nos quais ocorreram guerras sangrentas, na segunda metade do século XX, para conseguirem sua relutante independência.

Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte (membro permanente)

O Reino Unido, no que se refere às suas ex-colônias, é um exemplo a ser seguido, pois, não só, com algumas exceções e atrasos, concedeu independência às suas colônias sem a necessidade de guerras, ao contrário da França, mas ainda criou um grupo que manteve-os unidos chamado Commonwealth, que ajuda a manutenção das relações diplomáticas, até hoje, de boa parte dos países de língua inglesa.

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Geórgia (membro convidado)

A questão da Geórgia, juntamente com a Armênia, o Azerbaijão e a Rússia, são os conflitos na região do Cáucaso (região onde se encontram esses países e o sudeste da Rússia) onde ocorreram várias disputas entre esses países (e até entre regiões do mesmo país) para que houvesse a anexação de um pelo outro ou pela separação.

Kosovo (membro convidado)

O Kosovo possui um papel muito importante neste comitê, que, ao lado da Eslovênia e da Croácia e da Bósnia desempenharam conflitos militares contra, principalmente, a Sérvia, em busca de sua independência, sendo a Guerra do Kosovo, o segundo grande genocídio feito pelos sérvios contra uma nação mulçumana, o que também deixou o Kosovo em condições terríveis.

Grão-Ducado do Luxemburgo (membro eleito)

Luxemburgo, sendo um dos menores países do continente europeu, mas não menos importante, não possui histórico de repressão a minorias, principalmente pela população reduzida, mas possui um papel crucial na discussão por ser um dos membros eleitos do Conselho.

República da Sérvia (membro convidado)

A Sérvia, historicamente, mostrou-se e mostra-se contra à independência de outras etnias, principalmente dentro de seu território, realizando campanhas sangrentas na tentativa de impedi-las.

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Federação Russa (membro permanente)

A Rússia, maior país do mundo há séculos, possui um longo histórico de subjugação de povos e é absolutamente contra a sua independência, possuindo diversos povos dentro de seu território querendo separação, sendo eles, principalmente, os chechenos e os ossetianos, sendo, também, completamente inflexíveis sobre o assunto.

4.3 África:

República da África do Sul (membro convidado)

O acontecimento histórico mais marcante da África do Sul foi o Apartheid, que foi exatamente um conflito étnico entre europeus e africanos no país que levou até mesmo à criação de Lesoto e da Suazilândia, que acabaram sendo, na verdade, apenas grandes periferias de negros.

República Árabe do Egito (membro convidado)

País com segundo maior PIB na África, o Egito passou por conflitos calorosos ultimamente, juntamente com a Síria, a Turquia, a Líbia e a Tunísia (a Primavera Árabe), que, apesar de não serem étnicos, mostraram a força que se pode conseguir quando se deseja mudanças, mesmo que leve a conflitos sangrentos, como ocorreu em alguns desses países.

República Democrática Federal da Etiópia (membro convidado)

A República da Etiópia existe desde 1975 quando foi abolida a monarquia em um império que, tirando o período de ocupação pela Itália durante o período da Segunda Guerra, durou cerca de 900 anos, um dos mais poderosos da África. A Etiópia, como ex-império, tem a tendência natural de abrigar diversas etnias distintas em seu território,

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e é exatamente por este motivo que há mais de meio século existem conflitos civis em seu território que levaram à independencia da Eritréia, por exemplo, mas principalmente conflitos com povos somalis (etnia) do Quênia e da própria Etiópia.

Reino de Marrocos (membro eleito)

Marrocos, juntamente com a Mauritânia e a Espanha, entraram em um conflito armado que durou quase duas décadas com rebeldes do atual Saara Ocidental, que exigiam sua independência frente à Espanha. A guerra acabou com a retirada espanhola em 1976, o recuo da Mauritânia em 1979 e o cessar fogo marroquino que ocorreu somente em 1991, o que não levou Marrocos a deixar de ocupar a região, a qual a maior parte ainda permanece sobre sua ocupação.

República Federal da Nigéria (membro convidado)

Como citado previamente, ocorre um intenso conflito dentro da Nigéria entre os mulçumanos, que compõem 50,5% da população do país, e os cristãos, 48,2% da população. Os mulçumanos tentam (e já conseguiram em algumas regiões) introduzir a Sharia (Lei Islâmica) como base legislativa. Enquanto isso os cristãos respondem à grupos repressivos anticristãos, que gera um conflito que já deixou mais de 10.000 mortos no país.

República do Quênia (membro convidado)

Durante toda sua história, o Quênia foi considerado um dos mais pacíficos países de todo continente africano. Contudo, no final de 2007, violentos conflitos deram fim à boa fama da região em um episódio marcado pela morte de milhares de pessoas. Diversos homens munidos de facões invadiram uma favela em Nairóbi, capital do país,

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provocando uma série de linchamentos, estupros, mutilações, incêndios e assassinatos. Essa ação extremada foi uma resposta ao fraudulento processo eleitoral que oficializou a reeleição do presidente Mwai Kibaki, membro da etnia quicuio. De fato, esta sangrenta manifestação foi produto das rixas existentes entre os quicuios e as demais tribos e etnias que também habitam esse país. Contudo, deve se lembrar principalmente o caráter pacífico desse país.

República de Ruanda (membro eleito)

Desde sua colonização, os tutsis, que são ligeiramente mais claros que a outra etnia, os hutus, que são nove vezes mais numerosos, foram mais bem tratados e, por fim, com a independência do país, deixados no poder, o que em, 1990, fez com que estourasse a Guerra Civil de Ruanda, sobre a qual existem muitas divergências sobre a data de termino, visto que, segundo alguns, até hoje ela continua. Em 1994 ocorreu um genocídio com cerca de 800.000 tutsis assassinados, sendo este um dos conflitos mais sangrentos da atualidade e resultando num certo acordo para a divisão do poder político entre os dois grupos.

República Federal da Somália (membro convidado)

A Guerra Civil da Somália é uma guerra civil em andamento na República da Somália. O conflito, que começou em 1991, tem causado a desestabilização de todo o país, com a fase atual do conflito vendo o governo do país perder o controle substancial do estado para as forças rebeldes. Os distúrbios compreendiam inicialmente uma série de confrontos entre diversas facções tribais, mas desde meados da década de 2000, assumiu um tom islâmico militante. De 2006 a 2009, a Força de Defesa Nacional da Etiópia estava envolvida no conflito. O governo da Somália declarou o estado de exceção em junho de 2009, solicitando apoio internacional imediato, e a intervenção militar dos países vizinhos do Leste Africano.

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O Sudão, juntamente com o Sudão do Sul, mais novo país reconhecido, entraram em um conflito étnico-religioso há bastante tempo que resultou em uma violenta guerra civil que, desde a separação do Sudão do Sul, tornou-se uma guerra não-civil que é atenuada apenas por armistícios na região de suas fronteiras.

República do Sudão do Sul (membro convidado)

O Sudão do sul, mais novo país reconhecido, juntamente com o Sudão, entraram em um conflito étnico-religioso há bastante tempo que resultou em uma violenta guerra civil que, desde a sua separação, tornou-se uma guerra não-civil que é atenuada apenas por armistícios na região de suas fronteiras.

República Togolesa (membro eleito)

O Togo, apesar de não fazer parte diretamente do contexto da discussão, além, claramente, de seguir os princípios da ONU para este assunto, é um país extremamente importante para ela, uma vez que é um dos membros eleitos, ou seja, dotado de voto, o que o torna indispensável.

4.4 Ásia

República Popular da China (membro permanente)

A China, assim como a Rússia, possui um território surpreendentemente grande, e, assim como ela, o conquistou por meio de conflitos, subjugando os povos mais fracos que vivam nos territórios ocupados. Entre muitos conflitos, o mais importante é o do Tibete, quando, inclusive, o Dalai Lama, líder religioso budista e político do Tibete, inclusive em exílio, fugiu para a Índia, acolhimento por parte dela que desgastou ainda mais as relações entre China e Índia. A China é absolutamente contra a sessão de liberdade a esses países, impondo a economia e a política dessas regiões.

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República da Coréia (membro eleito)

A Coréia do Sul, separada do Norte desde 1953, apesar de a guerra só ter parado por conta de um armistício (trégua indeterminada), é um grande exemplo do que pode acontecer quando se têm diferenças ideológicas muito grandes em um país, apesar de ter conseguido, nas últimas décadas, superar em muito a economia do Norte, graças ao Japão.

República da Índia (membro convidado)

Como mencionado previamente, a Índia possuiu, juntamente com o Paquistão e o atual Bangladesh, uma independência relativamente pacífica em relação à Inglaterra, porém, desde 1947, Paquistão e Índia, e, eventualmente, também a China, entram em conflitos territoriais fortíssimos, principalmente na região da Caxemira. Assim como no Paquistão, há grandes conflitos religiosos internos de Hindus contra Árabes (entre outras minorias, como cristãos).

República Islâmica do Irã (membro convidado)

O Irã, juntamente com a Turquia, a Síria e o Iraque, são os quatro países nos quais vive o povo curdo. Este povo, oprimido há séculos, reivindica sua liberdade, que é brutalmente negada, sendo frequentes os massacres.

República do Iraque (membro convidado)

O Iraque, juntamente com a Turquia, o Irã e a Síria, são os quatro países nos quais vive o povo curdo. Este povo, oprimido há séculos, reivindica sua liberdade, que é brutalmente negada, sendo frequentes os massacres.

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Estado de Israel (membro convidado)

Israel foi o primeiro Estado criado juntamente com a ONU, como forma de reparação pelo genocídio dos judeus na segunda guerra. Apesar de mostrar o posicionamento favorável da Inglaterra e EUA com a criação de Estados para minorias oprimidas, Israel, depois da Primeira Guerra Árabe, que passou a oprimir seus vizinhos, apesar de na maioria das vezes ser por legítima defesa. Atualmente, Israel não cede mais liberdade política completa à Palestina e anexou varios territórios da Síria e Cisjordânia.

República Islâmica do Paquistão (membro eleito)

Como mencionado previamente, o Paquistão possuiu, juntamente com a Índia e o atual Bangladesh, uma independência relativamente pacífica em relação à Inglaterra, porém, desde 1947, Paquistão e Índia, e, eventualmente, também a China, entram em conflitos territoriais fortíssimos, principalmente na região da Caxemira. Assim como na Índia, há grandes conflitos religiosos internos de Hindus contra Árabes (entre outras minorias, como cristãos).

República Árabe Síria (membro convidado)

A Síria, juntamente com a Turquia, o Irã e o Iraque, são os quatro países nos quais vive o povo curdo. Este povo, oprimido há séculos, reivindica sua liberdade, que é brutalmente negada, sendo frequentes os massacres. A síria também está em crise de governo, o que pode fazer com que, com a queda do atual, seu posicionamento a respeito deixe de ser contrário.

República da Turquia (membro convidado)

A Turquia, juntamente com a Síria, o Irã e o Iraque, são os quatro países nos quais vive o povo curdo. Este povo, oprimido há séculos, reivindica sua liberdade, que é brutalmente negada, sendo frequentes os massacres.

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República das Filipinas (membro convidado)

As Filipinas, assim como a Indonésia, sofrem de um problema religioso sério de mulçumanos contra cristãos. Com violência por parte dos seguidores das duas religiões, não se parece haver acordo entre eles, visto que os dois grupos representam boa parte da população.

4.5 Oceania

Comunidade da Austrália (membro eleito)

A Austrália foi originalmente colonizada pelos aborígenes, etnia presente até hoje no país, apesar de apresentar população extremamente reduzida. Com a chegada dos europeus ao continente, houve, como em muitas outras áreas de colonialismo, um grande massacre por parte dos europeus, o que demonstra o caráter imperialista que as potências européias possuíam. Na atualidade não existem mais conflitos etnicos graves no continente australiano, o que faz a Austrália um país bem neutro quanto ao assunto.

República da Indonésia (membro convidado)

As Filipinas, assim como a Indonésia, sofrem de um problema religioso sério de mulçumanos contra cristãos. Com violência por parte dos seguidores das duas religiões, não se parece haver acordo entre eles, visto que os dois grupos representam boa parte da população.

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Obs: deve-se levar em consideração que, se um país não cede independência a uma minoria interna, será controverso ele apoiar a independência de uma minoria no exterior, o que leva muitos países a não reconhecerem outros.

Bibliografia

- Demetrio Magnoli (2004): O mundo contemporâneo: os grandes acontecimentos mundiais da guerra fria aos nossos dias. São Paulo: Atual. (muitas partes)

- Maria de Fátima Amaral Simões Peixinho (2010): O Curdistão, no Iraque, ensaio de uma nação. Contexto e desafios. (integral)

- Max Weber (1967 - 1968): Ciência e Política: Duas Vocações. (pp. 55 a 124)

- Hannah Arendt (1969 - 1970) : Sobre a violência. (cap. 2)

- Paulo César Nascimento (2003): Dilemas do nacionalismo

- Luis Felipe Miguel (2003): Representação política em 3-D: Elementos para uma teoria ampliada da representação política (pp. 124 a 137)

(22)

- Albert O. Hirschman (1983): De consumidor a cidadão. (cap. 5)

- Norberto Bobbio (1997): A teoria das formas de governo (caps. 3 e 4)

- "Hotel Rwanda" (2004), Terry George

- http://www.brasilescola.com.br/

- http://www.marcosbau.com.br/

Anexo II

Questões que uma proposta de resolução deve responder:

- O que fazer com esses povos sem Estado?

- Muitos desses povos são oprimidos violentamente e muitos deles lutam de volta. Como pode ser garantida a legitimidade desses movimentos sendo que há violência, até com ataques terroristas, por parte dessas minorias?

(23)

- Deve-se usar como exemplo a resolução de 1947 que criou o Estado de Israel. Deve-se levar em consideração também as diversas guerras ocasionadas exclusivamente pela presença imposta do Estado israelita na região e também que na atualidade quem é oprimido são os palestinos. A criação de novos Estados é uma solução viável? Se não, porque e qual pode ser uma alternativa?

- O regime político adotado pela ONU é a democracia. Como garantir que, com a criação de novos Estados, haverá democracia?

- Segundo muitos cientistas políticos, como Luís Felipe Miguel, a democracia, como a brasileira, só é exercida pelo povo a partir do voto. Como garantir que as eleições nesses novos Estados serão "limpas" e justas? Como garantir a legitimidade dos representantes?

- Grande parte desses conflitos entre povos é histórica. Como garantir que a luta e a opressão entre eles acabe?

Referências

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