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O Apocalipse de Lorvão e a ilustração dos comentários ao Apocalipse do Beato de Liébana na Península Ibérica

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Academic year: 2021

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O Apocalipse de Lorvão e a

ilustração dos comentários

ao Apocalipse do Beato de

Liébana na Península

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O Comentário ao Apocalipse do

Beato de Liébana (fins séc. VIII)

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O Comentário ao Apocalipse do

Beato de Liébana (fins séc. VIII)

• Existem vários comentários feitos ao livro do Apocalipse. Porém, a compilação feita pelo monge Beato de

Liébana (†798) teve um enorme sucesso na Pen.

Ibérica, sobretudo entre os século IX e XII.

• Subsistem ainda 34 cópias do comentário (datadas

entre finais séc. IX e séc. XIII), 22 das quais iluminadas. • Este monge pertencia ao mosteiro de S. Martinho,

situado junto a Covadonga, o local lendário onde

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O Comentário ao Apocalipse do

Beato de Liébana (fins séc. VIII)

• Esta obra apresenta o texto integral do Apocalipse junto com longos comentários do Beato de Liébana, incluindo

comentários de autores mais antigos (como Apríngio de Beja, bispo pacense no séc. VII).

• Tal como o Apocalipse reflecte o contexto das perseguições romanas aos cristãos (séc. I) – anunciando o fim das

tribulações, a derrota do opressor e o triunfo do Bem e a felicidade eterna – o Comentário ao Apocalipse do Beato surge num contexto de perseguição islâmica aos cristãos. • Neste caso a Besta não é o imperador romano/Império, mas

sim o poder islâmico peninsular.

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O Comentário ao Apocalipse do

Beato de Liébana (fins séc. VIII)

• Esta obra é uma manifestação de resistência, de

consolação e uma promessa de triunfo perante os

opressores, aspectos bem adequados ao difícil contexto que os cristãos das Astúrias viviam na época (e mais

tarde em contexto de Reconquista).

• Esta obra surge num momento em que entre os cristãos do sul, vivendo em território islâmico, surgia de novo um movimento religioso pró-arianista, o adopcionismo,

vivamente condenado pelos teólogos carolíngios e pelo Papa.

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O Comentário ao Apocalipse do

Beato de Liébana (fins séc. VIII)

• No séc. IV os arianos defendiam que Cristo não existe desde toda a eternidade, ao contrário de Deus. Negam a consubstancialidade entre Pai e Filho. O Filho está

subordinado ao Pai. O Filho “encarnou” em Jesus Cristo. Ário afirma que só existe um Deus

• Consideravam, também, que o Apocalipse (onde se

acentua a divindade de Cristo) não era um livro revelado. • No final do séc. VIII alguns prelados hispânicos

adopcionistas (ex. arcebispo de Toledo, bispo de Urgel) defendiam, de novo, uma separação entre as naturezas humana e divina de Cristo. Por um lado, Cristo era Filho de Deus (divino), mas por outro era um homem adoptado por Deus pelo acto do Baptismo.

(7)

Beatus do Escorial, c.950-955 Adoração e Teofânia Final

(8)

Beatus do Escorial (c.950-955) Originário do mosteiro de S.

(9)

A Ceifa e a Vindima escatológicas

Beatus do Escorial, c.950-955

(10)

O 6º Selo As duas testemunhas (Ap. 11)

(11)

A 5ª Trombeta: Gafanhotos do Inferno.

(12)

Arca de Noé O Cordeiro triunfa sobre as Bestas e a serpente

(13)

Abertura do 5º Selo Cerco de Jerusalém por Nabucodonosor

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O Dragão dá o seu poder à Besta Juízo Final

Beatus de Leão (copiado e iluminado em 1047 na colegiada de San Isidoro de León e oferecido ao «imperador» Fernando I e à rainha Sancha)

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A Mulher e o Dragão Babilónia incendiada (Ap. 18, 9)

(17)

Beatus de Saint-Sever, c.1060/70

(18)

As rãs Cristo vingador

Beatus de Osma, 1086

«Vi então sair da boca do Dragão, da boca da Besta e da boca do Falso Profeta espíritos

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A 5ª Trombeta: os Gafanhotos do Inferno

«Pelo seu aspecto, os gafanhotos eram semelhantes a cavalos aparelhados para a guerra. Sobre as suas cabeças havia uma espécie de coroa semelhante ao ouro e os seus rostos lembravam os rostos

humanos. Tinham cabelos como os das mulheres e os seus dentes eram como os dos leões. Tinham um tórax parecido com uma couraça de ferro, e o barulho das suas asas era parecido ao ruído dos

carros de muitos cavalos correndo para a guerra. Tinham caudas semelhantes aos dos escorpiões …» (Ap. 9, 7-10)

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O Comentário ao Apocalipse do

mosteiro de Lorvão (1189)

• Mosteiro beneditino, masculino, de S. Mamede do Lorvão. Tornou-se cisterciense, feminino, em 1205. • É um dos exemplares iluminados mais tardios desta

tradição. No entanto, foi copiado a partir de um MS mais antigo, presumivelmente realizado ainda nos sécs. IX-X. Engloba c.70 fólios iluminados.

• Esta obra, tal como a maior parte dos Beatos, indica o nome do copista, Egeas, e refere a data de realização. • Segundo Peter Klein, há dois iluminadores neste

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O Comentário ao Apocalipse do

mosteiro de Lorvão (1189)

• Em Portugal, há ainda uma cópia do século XIII do Beato, realizada em Alcobaça (mas sem imagens). • Inclui várias glosas que se referem a passagens do

Apocalipse que se costumavam ler na Páscoa.

• O MS tem sinais de uma utilização individual, para

leitura e meditação, e tem também indicações claras da sua utilização nas leituras públicas, realizadas no

refeitório, durante a Páscoa.

• O MS tem ainda vários sinais de rasuramento e

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(25)

Apocalipse do Lorvão,

1189. ANTT, Casa Forte, n. 160.

Livro das Aves, 1184 (produzido no

scriptorium do Lorvão). ANTT, Casa Forte, n. 90.

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Apocalipse do Lorvão, 1189. ANTT,

Casa Forte, n. 160.

Livro das Aves, 1184 (produzido no scriptorium

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Apocalipse do Lorvão, 1189. ANTT,

Casa Forte, n. 160.

Livro das Aves, 1184 (produzido no scriptorium

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A Mulher e o Dragão (Ap. 12, 1-18) Explicit historia draconis et Mulieris

O dragão arrasta as estrelas do céu com a cauda e lança-as sobre a terra. Da

boca vomita água vermelha para tentar arrastar a mulher e devorar o filho

quando nascesse: «um Varão que há-de reger todas as nações com ceptro de ferro» (Ap. 12, 5).

A mulher, prestes a dar à luz, está

«revestida de sol», astro sobre a cabeça, tem 12 estrelas em redor da cabeça e os pés por cima da lua.

O bebé é salvo e conduzido para o céu. Num 2º momento trava-se uma batalha celeste (ausente da imagem) e «O

grande Dragão foi precipitado, a antiga Serpente, o Diabo, ou Satanás, como lhe chamam», Ap. 15, 9). (figura acorrentada em baixo pode representar este

momento).

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Adoração do Cordeiro Ap. 8, 9-10

A Jerusalém Celeste (detalhe do Cordeiro, noutro fólio)

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A Jerusalém Celeste (Ap. 21, 1 e 10; Ap. 22 1-2)

«E vi a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do Céu, de junto de Deus (…)

Transportou-me em espírito ao cimo de uma alta montanha e mostrou-me a Cidade Santa, Jerusalém, que descia do Céu, de junto de Deus»

«Depois o Anjo mostrou-me o Rio da Água da Vida [a negro – inf. dir.], resplandecente como cristal, que saía do trono de Deus, e do

Cordeiro. No meio da praça, com o rio de um lado e de outro está a Árvore da Vida, que produz frutos doze vezes, uma em cada mês, e cujas folhas servem para curar as nações.»

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João crítica Jesabel (Ap. 2, 20) «À Igreja da Tiatira.

“Ao anjo da Igreja que está em Tiatira escreve”: (…) Mas tenho contra ti que deixas a Jesabel, que se diz profetiza, ensinar e enganar os meus servos, para que se entreguem à impureza e comam dos sacrifícios da idolatria. Dei-lhe tempo para se arrepender, mas ela não quer arrepender-se da sua

Impureza. Vou prendê-la a um leito de dor, e virá uma grande tribulação para os que adulteraram com ela, se não se arrependerem das suas obras.»

Idoli simulacrum

Associação entre idolatria, luxúria e prostituição.

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A Grande Prostituta Babilónia, cavalgando a besta de 7 cabeças

(fol. 186v)

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A Jerusalém Celeste (Ap. 21, 11-21)

«O seu esplendor era semelhante a uma pedra muito preciosa, a uma pedra de jaspe cristalino. Tinha uma grande e alta muralha com doze

portas, guardadas por doze anjos, nas quais estavam escritos os nomes das doze tribos dos filhos de Israel (…) A muralha da Cidade tinha doze

fundamentos e sobre eles os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro. Aquele que falava comigo tinha uma cana de ouro para medir a cidade, as suas portas, e a sua muralha. A cidade formava um quadrado (…) A muralha era construída de jaspe e a cidade de ouro puro (…) os fundamentos da

muralha estavam adornados de pedras preciosas de toda a espécie. (…) As doze portas eram doze pérolas e cada porta era feita de uma só pérola (…)»

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Atlante (museu da Catedral de Orense), 1188

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Referências

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