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Ciên. Agron.J 12 (1/2): 1-16 Dezembro, 1981 - Fortaleza-Ceará

ESTUDOS DE BIOLOGIA DO FEIJAO-DE-CORDA, VIGNA SINENSIS, (L.) SAVI ( * )

ROBERTO S~RGIO A. NOGUEIRA **

JOS~ HIGINO RIBEIRO DOS SANTOS***

Em que p~se a grande expressão econômica e social da cultura do feijão-de-corda, diversas pragas hospedam-se nas diferentes fases do desenvolvimento dessa importante leguminosa, causando-lhe danos à produção como há sido des-crito por Santos et alii (1977).

O presente trabalho objetiva estudar a biologia das plantas do feijão-de-corda, c. v. 'Pitiúba', desde a germinação das sementes à vagem em ponto de colheita, com o fim de posteriormente, definir fases dentro dos perfodos vegetativo e reprodutivo, segundo a ocorrência dos eventos, e que possam ser avaliados con-venientemente quanto a ação das pragas.

Foi utilizada uma área de 8,0 x 10,0 metros, na qual além da limpeza fez-se a marcação do terreno com piquetes de madeira.

O solo em que o experimento foi ins-talado era areno-argiloso de fertilidade desconhecida, contudo já cultivado ante-riormente, inclusive com o feijão-de-corda.

As sementes utilizadas no estudo foram do cultivar 'Pitiúba', provenientes da safra de 1977 e pertencentes à cole-ção de cultivares do Departamento de Fitotecnia do Centro de Ciências Agrá-rias da Universidade Federal do Ceará.

MATERIAIS E METODO

Este trabalho foi conduzido no Campus do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará,

locali--,~

zado no munic(pio de Fortaleza, a 19,60 metros de altitude, 3°44' de latitude Sul e 38°35' de longitude Oeste.

t-..

Adotou-se para o plantio o espaça-mento de 1,0 x 1,0 metro com quatro sementes por cova, e após a emergência da primeira folha trifoliolada, fez-se o desbaste, ficando apenas uma planta por cova.

As plantas foram mantidas livres de competição das ervas daninhas até a co-lheita, e de acordo com as necessidades, as condições de umidade foram aten-didas mediante irrigação por aspersão.

Uma pulverização com carbaril foi efetuada a partir da emergência das folhas primórdias, como medida preven-tiva ao ataque das pragas que reduzem "stand"- e uma com mnnncrntnfn!: n;lr;l

* Trabalho financiado pelo BNB e extraído da Dis-sertação de Mestrado do primeiro autor, apresen-tado ao Departamento de Fitotecnia do CCA-UFC.

** Bolsista do CNPq.

(2)

-NOGUEIRA, R. S. A. ET AL

2

o controle dos tripes, pulgões e cigarri-nhas.

Além dos dados de biologia

conside-rados essenciais à divisão do ciclo da

cul-tura em fases, como número de dias para a emergência e queda dos cotilédones, dias de emerg .,ci~ de folhas trifolioladas

e da caracteriz_'çã6 de nós, dias de

emis-são dos ramos -to DrimBiro ao sexto nó, dias do surgimento de gemas florais, formação de vagens, fizeram-se a men-suração, peso e tamanho, da parte aérea e do sistema radicular. Para tanto, foram feitas inspeções diárias nas plantas e os registros dos eventos como se Ihes con-vencionaram. Assim sendo, o período requerido para a germinação, em dias (cotilédones acima do solo), foi contado a partir do plantio, e os demais, a partir da data de germinação. Entretanto, para que houvesse uma tomada mais segura dos dados o ciclo biológico das plantas foi estudado segundo os períodos a seQuir:

~ ~~

1.1. Período Vegetativo

b) Emergência das Folhas Trifolio-ladas na Haste Principal.

As datas de ocorrência deste evento foram anotadas ao tempo em que o foi íolo central e os dois laterais,

apresen-tavam-se totalmente abertos.

c) Caracterização de Nós na Haste Principal

As datas de caracterização de nós foram registradas quando divisava-se o ponto de inserção das folhas trifolioladas na haste principal.

d) Emissão de Ramos do Primeiro ao Sexto Nó.

Este evento foi datado quando veri-ficava-se subdivisões na haste principal, nos pontos de inserção das folhas trifo-lioladas.

e) Surgimento de Gemas Florais As datas de surgimento de gemas florais foram tomadas quando se

indivi-dualizavam, com segurança, as flores nos

seus estágios iniciais de desenvolvimento, ou seja, ainda verdes e totalmente envol-vidas pelo cálice.

f) Prostação das Plantas e Ouedadas Folhas Primórdias.

As datas de prostação das plantas foram anotadas sempre que a t,aste prin-cipal mudava definitivamente de sentido,

passando de ereta a prostada.

As datas de queda das folhas primór-dias foram registradas ao tempo em que estes órgãos deixavam de pertencer à estrutura da planta.

1.2.

Perlodo Reprodutivo

Neste período, as observações foram

efetuadas em plantas não tutoradas, escolhidas ao acaso, e existentes na área antes mencionada.

A população observada foi composta

de trinta plantas, exceção feita à emissão dos ramos do primeiro ao sexto nó e sur-gimento das gemas florais, para as quais utilizaram-se vinte e cinco plantas.

Após a tomada dos dados, face ao registro dos eventos abaixo

discrimi-nados, determinaram-se-lhes a sua média,

o seu coeficiente de variação (C. V.) e o i ntervalo de confiança (I c), ao nível de 5% de probabilidade.

a) Emergência e Queda dos Cotilé-dones

As datas de emergência dos cotilé-dones foram registrádas quando estas estruturas, juntamente com o hipocótilo, assomaram à superfície do solo e, a sua queda quando não eram mais vistos fa-zendo oarte da olântula.

Das cinqüenta plantas restantes na área antes mencionada, sortearam-se quinze, para comporem a população a ser observada neste per(odo. As plantas foram devidamente tutoradas, com o fim de facilitar a tomada de dados relativos aos eventos a seguir descritos.

a) Data do in(cio da floração b) Número de flores produzidas

(3)

ESTUDDS DE BIOLOGIA DO FEIJÃO-DE-CORDA 3

tese e o intervalo do per(odo de frutifica-ção das flores que Ihes deram origem.

As medidas de comprimento to-madas em cent(metros, às vagens em observação, foram iniciadas aos dois dias após a queda das pétalas, e prolongaram-se até que estas mostrasprolongaram-sem tamanho constante entre duas medidas sucessivas. As medidas mencionadas foram efetua-das a intervalos variáveis de dois e três dias.

Em função dos resultados obtidos às comparações entre os tamanhos finais de vagens e, entre as durações do período de flor em antese a vagem em ponto de colheita, elaborou-se a tabela represen-tativa do ritmo de crescimento das vagens para todo o período de frutifica-ção.

d) Medida do comprimento das vagens

As observações referentes ao in(cio da floração, em dias, após a germinação, foram registradas quando da antese da primeira flor de cada planta. Aos dados assim tomados se Ihes determinou a média, o seu coeficiente de variação (C.V.) e o intervalo de confiança (Ic), ao n(vel de 5% de probabilidade.

Os dados referentes à produção de flores, por planta, foram obtidos me-diante a contagem, etiquetagem e anota-ção diária das flores em antese. Na con-fecção das etiquetas foram usadas dife-rentes cores, uma para cada semana de observação e, as mesmas obedeciam a sete formatos padronizados, uma para cada dia da semana, de modo que pela côr e pelo formato identificava-se com facilidade a semana e o dia da mesma. Posteriormente, os números de flores registrados diariamente em cada uma das quinze plantas, foram arranjados em treze classes, com intervalo igual a dois dias, calculando-se para cada uma delas, os seus números médios (simples e acu-mulado) e suas percentagens totais (simples e acumulada),

As colheitas foram párceladas, e

rea-lizadas logo que as vagens apresentassem

umidade adequada, julgadas terem atin-gidas a maturidade fisiológica.

As trinta e cinco plantas restantes na área 8,0 x 10,0 metros, anteriormente referida, foram utilizadas para realizar-se determinações atinentes ao sistema radi-cular e à parte aérea, ao tempo da ocor-rência dos seguintes eventos.

- Plantas com duas folhâs trifolio-ladas na haste principal

- Queda das folhas primórdias - Plantas na segunda semana de

flo-ração

Ao tempo de cada um dos eventos acima mencionados, examinaram-se dez plantas, as quais cortadas à altura do colo, se Ihes determinaram a massa em gramas e o tamanho, em centímetros, da parte aérea e do sistema radicular.

As vagens foram separadas em grupo,

de acordo com a etiqueta que portavam e acondicionadas em sacos permeáveis. Processada a contagem, adotaram-se os mesmos procedimentos utilizados na determinação dos números médios e

percentagens totais de flores.

2 RESULTADOS E DISCUSSAO

2.1 -: Emergência e Queda dos

Coti/é-dones

Para

a obtenção das medidas de

comprimento das vagens e da duração do

período de flor em antese às vagens em ponto de colheita! estudou-se a biologia de trinta vagens, distribuidas em quatro intervalos do período de frutificação. Para a identificação destas vagens, utili-zaram-se etiquetas de maior tamanho que as anteriormente mencionadas, pa-dronizadas de acordo com o dia da

an-Caso as condições sejam prop(cias à germinação, os dados coligidos na Tabela 01 revelam que a emergência dos

cotilé-dones ocorre em média, aos 3,4:t 0,2

dias após o plantio, e a sua queda aos 3,8 :t 0,2 dias após a sua emergência. O exame da Tabela em referência, mostra que durante este per(odo, ou seja. da

(4)

4

TABEI_A 01

Dias Após o Plantio à Emergência dos Cotilédones e Número de Dias da Emergência dos Cotilédones à Sua Queda. Dados Obtidos a Partir de Trinta Plantas de Feijão-de-Corda do Cultivar 'Pitiúba'. Fortaleza,

Ceará, Brasil. 1978. ASPECTOS -OBSERVADOS -COTILÉDONES EMERG~NCIA QUEDA NOGUEIRA, R. S. A. ET AL

se caracter{stico aos 6,7 :t 0,2 dias após a germinação, e o último, aos 51,5 :t 1,2 dias, em média.

Os coeficientes de variação referen-tes a emergência de folhas trifolioladas e caracterização de nós, Tabelas 02 e 03, respectivamente, mostram que estes eventos são mais variáveis no in{cio, do que no final do desenvolvimento das plantas.

Os dados médios inseridos na Tabela 02 evidenciam uma diminuição gradual no número de dias, entre a emergência de uma folha trifoliolada e a sua subse-qüente. Esta ocorrência é também cons-tatada quando se analisam os dados médios da Tabela 03, referentes ao

nú-mero de nós. Com efeito, tais fatos são vistos com maior clareza quando se observa na Figura 01, a diminuição dos intervalos de tempo da emergência de uma folha trifoliolada para outra e da

caracterização de um nó para outro.

3.4 3.8 Média Coeficiente de Variação Intervalo de Confiança 2.9 2,6

germinação à queda dos cotilédones, há uma baixa variabilidade entre as plantas observadas no que respeita a ocorrência destes eventos, traduzida por coeficien-tes de variação, da ordem de 2,9% e 2,6%, respectivamente.

A Figura 01 ilustra tanto o estágio de desenvolvimento inicial da cultura, re-presentado pela emergência (origem da Figura 01) e queda dos cotilédones, quanto às pragas que, segundo a litera-tura, Ihes são mais comuns. Esta ilustra-ção objetiva, torna clara a simultanei-dade dos eventos, ensejando a anál ise dos efeitos dos últimos sobre os primeiros.

2.3 - Emissão de Ramos, Surgimento

de Gemas Florais e Antese das Flores

De conformidade com a Tabela 04 constata-se que o ramo do primeiro nó é emitido, em média, aos 21,3 :t 0,8 dias após a germinação, Pelo exame dos dados médios existentes na mesma Tabela, verifica-se que os ramos do pri-meiro ao sexto nós são emitidos numa faixa de tempo relativamente curta, ou seja, no intervalo de seis a sete dias entre a emissão d'o primeiro e último. Os dados evidenciam ainda, que os ramos de diferentes nós podem ser emitidos con-comitantemente. Este fato, conforme pôde-se verificar, somente não ocorreu em três plantas dentre as 25 observadas. Por outro lado, o ramo de nó preceden-te pode ser emitido depois que o seu posterior. Na mesma Tabela, verifica-se que as plantas apresentam uma menor variabilidade quando da emissão do ramo do sexto nó, em relação aos demais, que apresentam coeficientes de variação mais elevados.

2.2 Emergência de Folhas

Trifolio-ladas e Caracterização de Nós

As Tabelas 02 e 03 mostram, respec-tivamente, em números de dias após a

germinaçf:o, a emergência de folhas

trifo-lioladas e a perfeita caracterização de nós

na haste principal. Analisando-se as refe-ridas Tabelas, pode-se constatar que as plantas de feijão desse cultivar, possuem em média, cerca de dezoito folhas trifo-lioladas e igual número de nós bem ca-racterizados aos 55,1 :t 1,0 dias, no seu eixo principal.

O exame da Tabela 02, revela que a emergência da primeira folha trifoliolada ocorre aos 8,6 :t 0,2 dias após a germi-nação e a última aos 55,1 :t 1,0 dias, em média. Outrossim, conforme a Tabela 03, constata-se que o primeiro nó

(5)

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(6)

NOGUEI RA. R. S. A. ET AL 6

TABELA 04 TABELA 05

Dias para a Caracterização de Ramos, Contados a Partir da Emergência dos Cotilédones. Dados Obtidos a Partir de Vinte e Cinco Plantas de Feijão-de-Corda do Cultivar 'Pitiúba'. Fortaleza, Ceará, Brasil, 1978.

Dias para a Caracterização das Primeiras Gemas Florais e Antese da Primeira Flor, Contados a Partir da Emer-gência dos Cotil~dones, Dados Obtido.s Respectiva-mente a Partir de 25 e 15 Plantas de Feijão-de-Corda do Cultivar 'Pitiúba', Fortaleza, Ceará, 'Brasil, 1978, ASPECTOS OBSERVADOS

-1.°

47.8 58,2 21,3 21,4 23,0 24,6 26,1 27,7 M~ia Coeficiente de Variação Intervalo de Confiança Média Coeficiente de Variação Intervalo de Confiança 5,6 3.4 8.9 10,3 7,0 7.3 6,1 5,8 1.0 1,0 0.6 0.6 0.8 0,8 0,6 0.8

Pela

análise da Figura 01, verifica-se

que o surgimento de gemas florais ocor-re, em média, aos vinte dias após a emis-são do ramo do sexto nó, e dez dias antes da antese das flores.

De acordo com os dados coligidos na Tabela 05, constata-se que o surgimento de gemas florais ocorre, em média, aos 47,8 :t 1,0 dias, a contar da data de germinação. Neste aspecto, há uma baixa variação entre as plantas, o que se tradu-ziu num baixo coeficiente de variação, da ordem de 5,6%. Outrossim, as

primei-ras flores desse cultivar entram em antese

aos 58,2 :t 1,0 dias, em média. O baixo

coeficiente de variação (3,4%), demons-tra que para este evento, as plantas se apresentam em antese, praticamente no mesmo período. .0 % DE VAGENS EMP( DE COLHEITA G N° M~DIO DE FLORES E VAGENS/PLANTA EMISSÃO OE RAMOS 2" 4° &O

.0 ~ .o .0 cO"o,o"ogola"11o,2"1JO15° - ,- 17° .CARACTERIZA CÃO DE NOS 14° 1&0 1&0

1°' ~ .0 .0,,0 00..0.00 00 '~11)011t, 1.4°1~ .}r' EMERG~NCIA DE FOLHAS ~ IJO 1&0 ,~ TRIFOLlADAS

. .

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- VAGENS EM PONTO DE COLHEITA VAGENSFORMADAS -~~ .,nn...nn~,,~,~~ 60 45 40 35 30 50 40 30 20 10 20"

I

-W QUEDA DOS COTIL~DONES

. PLANTAS PASSAM DE ERETAS A PROSTA['A~

. QUEDA DE FOLHAS PRIMORDIAIS -r~vn~. rnvuu,.u,

.

SURGIMENTO DE GEMAS FLORAIS x ANTESE DA PRIMEIRA FLOR

OCORR~NCIA DE PRAGAS

PRAGAS QUE DIMINUEM ESTANDE (LAGARTAS ROSCA. ELASMO. ETC) ~-. CRISOMELíDEOS

TRIPES. PULGOES E CIGARRINHAS

MANHOSO; CARUNCHOS E LAGARTAS DAS VAGENS

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14 21 28 35 42 49 56 83 O 77 84 91- DIAS

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T 1.aFASE T 2.aFASE T "a FASE +

FIGURA 01 - ESQUEMA DD DESENVOlVIMENTD DA CULTURA DO FEIJAO-DE-CORDA, Vigna Sinensis (U SAVI, c. v. "PITIUBA", COM REGISTRO DAS OCORR~NCIAS DOS PRINCIPAIS EVEN-TOS BIOlÓGICOS E A DIVISÃO DO CICLO DA CULTURA EM FASES, ASSOCIADOS AO ATAQUE DE PRAGAS. FORTALEZA. CEARA. BRASil. 1978.

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1

ESTUDOS DE BIOLOGIA DO FEIJAO-DE-CORDA

TABELA 06

2.4 - Prostação das Plantas e Queda das

Folhas Primórdias Dias para a Mudança do Porte Ereto ao Prostado e para a Queda das Folhas Primórdias, Contados a Partir da Emergência dos Cotil6dones. Dados Obtidos a Partir de Trinta Plantas de Feijão-de-Corda do Culti-var 'Pitiúba'. Fortaleza, Ceará, Brasil. 1978.

40.6 Mbdia Coeficiente de Variação Intervalo de Confiança 6,6 10.1 0,8 1.4

2.5 - Produção

de F/ores

Em média, aos 34,7 :t 0,8 dias após a germinação, as plantas do cultivar

'Pitiúba' mudam o seu porte ereto para o prostado, Tabela 06. Conforme verifica-se na mesma Tabela, a queda das folhas primórdias ocorre, em média, aos 40,6 :t 1,4 dias após a germinação. Obser-vando-se, entretanto, os coeficientes de variação calculados para estes eventos, e que se encontram coligidos na Tabela 06, antes referida, deduz-se que há uma maior variabilidade entre as plantas no que respeita a queda das folhas primór-dias, do que quando da prostação das mesmas.

Na Figura 01 pode-se constatar que a prostação das plantas ocorre após a emergência da nona j'olha trifoliolada, e antes da emergência da décima, ou seja, aproximadamente aos sete dias após a emissão do ramo do sexto nó. Verifica-se, ainda, na mesma Figura, que a queda das folhas primórdias ocorre, aproxima-damente, aos seis dias após a prostação das plantas, ou seja, antes da emergência da décima segunda folha trifoliolada.

Na população estudada, verificou-se uma produção crescente de flores desde o início da floração, aos 54,5 dias, até aos 66,5 dias, em média, após a germina-ção, Tabela 07. De acordo com a mesma Tabela, aos 66,5 dias cerca de 59,06% das flores já atingiram a antese e, até aos 78,5 dias, o número dessas estruturas diminufram, em média, 33,13 para 2,0 flores por planta.

T ABE LA 07

Número M~io e Percentagem Total de Flores por Planta, em Feijão-de-Corda do Cultivar 'Pitiúba'. Dados Obti-dos a Partir de Quinze Plantas, com Registros Obti-dos Eventos, de Dois em Dois Dias em Relação a Data de

Germina-ção. Fortaleza, Ceará, Brasil, 1978.. NÜMERO -PERCENTAGEM DIAS DAS OBSERVAÇOES 54-55 56-57 58-59 60-61 62-63 64-65 66-67 68-69 70-71 72-73 74-75 76-77

(8)

R NOGUEI RA, R. S. A. ET AL

no período médio de 54,5 a 78,5 dias, após a germinação, cerca de 94,84 (150,94 menos 56,1) flores não vingaram em vagens. Tal fato, demonstra que no feijão-de-corda há uma grande queda de flores ao longo do período de fi oração. Assim sendo, talvez a adoção de práticas neste período, tais como adubação, apli-cação de reguladores de crescime'nto, etc., possam reduzir ao mfnimo possível o número de flores que caem.

Na figura 01 pode-se constatar que o período de floração desse cultivar dura, em média, vinte e quatro dias (78,5 menos 54,5 dias), ou seja, um pouco mais de três semanas.

2.6 Produção de Vagens

2.7 Duração do Per(odo de Flor a

vagem em Ponto de Colheita, Quantidade de Vagens a Serem Colhidas e Ritmo de Cresci-mento das Vagens.

De acordo com os dados da Tabela 08, verifica-se uma produção crescente de vagens dos 54,5 aos 66,5 dias, em média, decrescendo deste para os 78,5 dias, após a germinação. Outrossim, na mesma Tabela, a coluna (f) relativa a percentagem total acumulada revela que cerca de 66,49% das vagens estão for-madas, em média aos 66,5 dias após a germinação.

Comparando-se a curva de produção de flores com a de vagens, Figura 01, pode-se verificar que há uma grande diferença entre o número de flores pro-duzidas e das vagens que são formadas, donde o espaço entre as duas curvas representa as flores que não vingaram em vagens. Estabelecendo-se o confronto entre as Tabelas 07 e 08, constata-se que do total de flores produzidas (150,94)

o

exame da Tabela 09 evidencia que

as vagens originadas de flores produzidas dos 54,5 aos 60,0 dias, contados da ger-minação, demoram em média, cerca de

dezesseis dias para atingirem o ponto de

colheita, enquanto as do último per(odo, ou seja, dos 72,5 aos 78,5 dias, necessi-tam de catorze dias, em média.

De acordo com a Tabela 10, pode-se verificar que 66,49% da produção será

TABELA 08

Número Médio e Percentagem Total de Vagens por Planta em Feijão-de-Corda do Cultivar 'Pitruba', Dados Dbti-dos a Partir de Quinze Plantas, com Registros Dbti-dos Eventos, de Dois em Dois Dias em Relação a Data de

Germi-nação, Fortaleza, Ceará, Brasil, 1978,

DIAS DAS

OBSERVAÇOES NÜMERO PERCENTAGEM

54-55 56-57 58-':59 60-61 62-63 64-65 66-67 68-69 70-71 72-73 74-75 76-77 78-79 54,5 56,5 58,5 60,5 62,5 64,5 66,5 68,5 70,5 72,5 74,5 76,5 78,5 0,08 0,84 2,55 7,69 13,68 22,16 37,30 45,87 50,24 52,41 54,16 55,72 56,10 0,14 1,35 3,05 9,16 10,68 15,12 26,99 15,28 7,79 3,87 3,12 2,78 0,68 0,14 1,49 4,54 13,70 24,38 39,50 66,49 81,77 89,56 93,43 96,55 99,33 100,00

(9)

ESTUDOS DE BIOLOGIA DO FEIJÃO-DE-CORDA 9

TABELA 09

Duração em Dias, do Per(odo de Flor a Vagem em Ponto de Colheita, em Quatro I ntervalos do Per(odo de Fruti-ficação em Plantas de Feijâ'o-de-Corda do cultivar 'Pitiúba'. Intervalos Tomados em Relação à Data da

Emergên-cia dos Cotilêdones. Fortaleza, Ceará, Brasil. 1978.

INTERVALOS 00 PERíODO DE FRUTIFICAÇÃO EM DIAS

ASPECTOS OBSERVADOS 54,5

-

60,0 60,5

-

66,0 66,5

-

72,0 72,5

-

78,5 -16.0

-14,7

-14,0 14,0 Média Número de Vagens Observadas 6 12 8 4 TABELA 10

Número M6dio e Percentagem Total de Vagens em Ponto de Colheita, por Planta, em Feijão-de-Corda do Cultivar 'Pitiúba'. Fortaleza, Ceará, Brasil, 1978.

70,5 72,5 74,S 75,2 77,2 79,2 80,5 82,S 84,5 86,S 88,S 90,5 92.5

colhida, em média, aos 80,5 dias após a germinação. Outrossim, de conformidade com a Tabela 11, constata-se que aos nove dias após a antese cerca de 93,8% das vagens apresentam-se, em média, com 21,1 centímetros de comprimento. De acordo com a Figura 02, verifica-se que os frutos crescem rapidamente até o nono dia após a antese, reduzindo o rítmo de crescimento a partir desse ponto até, aproximadamente, aos quinze dias, quando o tamanho permanece constante ou reduz-se caso a vagem seja reta ou curva, respectivamente.

massa verde em gramas e o tamanho em cent(metro, da parte aérea e do sistema radicular das plantas de feijão-de-corda. O exame das Tabelas em referência, ensejaram a verificação dos seguintes' aspectos:

TABELA 11

Comprimento M~dio, em Cent(metros, e Percentagem do Tamanho Final de Vagens. Dados para o Feijão-de-Corda do Cultivar 'Pitiúba'. Fortaleza, Ceará, Brasil

1978.

Dias Após a Antese

Percentagem Comprimento (cm) 2 5 7 9 12 15 4,4 14,3 18,0 21,1 22,2 22,5 19,6 63,6 80,0 93,8 98,7 100,0

2.8 - Determinações

atinentes à Parte

Aérea e o Sistema

Radicular

Nas Tabelas de números 12 e 13

(10)

NOGUEI RA. R. S. A. ET AL 10 ;:r; m ::J j:: ~ > u > « cn -l .~ '" §, $ <( o a: o c.,> w o 6 O« "") w u. o o (/) 2 w ~ <{ > w O O f-2 w ~ U (/) w a: u O Q O ~ f-a: N o ~ Ir: :> (:) LL. 00 ,... (J) ~ -.l ti) « a: aJ -« a: « w u « N w -.l « l-a: O u.

(11)

ESTUDOS DE BIOLOGIA DO FEIJÃO-DE-CORDA 11

a) No estágio de desenvolvimento inicial da cultura, mais precisamente, quando as plantas apresentam as duas primeiras folhas trifolioladas totalmente abertas, a parte aérea é menos desenvol-vida do que o sistema radicular. Neste período não há grande variação nos aspectos estudados, face aos baixos coe-ficientes de variação verificados.

b) Ao tempo da queda das folhas primórdias, a parte aérea mostra-se mais desenvolvida do que o sistema radicular, face aos valores de massa verde e tama-nho do primeiro terem sido sensivelmen-te superiores aos do segundo. Houve uma grande variação entre as plantas no que respeita aos aspectos observados, os quais foram traduzidos pelos elevados coeficientes de variação.

c) Quando da segunda semana de flo-ração, não há grande variabil idade entre as plantas, exceção feita ao tamanho do sistema radicular cujo coeficiente de variação foi bastante elevado, da ordem de 57,45%.

d) Confrontando-se as Tabelas 12 e 13, antes referidas, verifica-se que o sis-tema radicular das plantas de feijão-de-corda, ao longo de todo o ciclo da cul-tura, alcançam pequenas profundidades face ao seu reduzido tamanho.

Levando-se em conta que estas deter-minações foram efetuadas para que se tivessem uma melhor idéia do desenvol-vimento das plantas como um todo admite-se, em face dos resultados apre: sentados, a necessidade de um estudo mais aprimorado e a intervalos mais

cur-TABELA 12

Massa em Grama, da Parte Aérea e do Sistema Radicular de Dez Plantas de Feijão-de-Corda do Cultivar 'Pitiúba'

em Três Estágios, do Seu Ciclo Biológico. Fortaleza, Ceará, Brasil, 1978.

TABELA 13

Tamanho em Centímetros, da Parte A~rea e do Sistema Radicular de Dez Plantas de Feijão-de-Corda do Cultivar 'Pitiúba', em Três Estágios do seu Ciclo Biológico. Fortaleza, Ceará, Brasil. 1978.

ESTAGIOS DO CICLO BIOLÓGICO DAS PLANTAS ASPECTOS

OBSERVADOS PLANTAS COM OUAS

FOLHAS TRIFOLfOLADAS

AO TEMPO DA QUEDA DAS FOLHAS PRIMÓRDIAS

NA SEGUNDA SEMANA DE FLORAÇÃO 11.24 17.00 127.00 14.60 M~dia Coeficiente de Variação Intervalo de 22,80 48.05 46.15 11,74 24,89 29,63

(12)

12 NOGUEIRA, R. S. A. ET AL

tos, que permitam revelar, dentre outros aspectos, o ritmo de crescimento da parte aérea e do sistema radicular.

todo o seu potencial na produção de fo-tossintato, como também, o sistema ra-dicular encontrar-se pouco desenvolvido. Nesta fase' de estabelecimento da cultura, duas práticas, em geral, são pre-conizadas: o desbate e as capinas. Estas práticas deverão ser sempre real izadas após a queda dos cotilédones, isto é, quando as plantas passam a depender exclusivamente dos nutrientes existentes no ar e no solo. Outrossim, de acordo com os resultados preliminares obtidos por raiva & Pitombeira (1973), a cul-tura do feijão-de-corda deve ser mantida livre de concorrência de ervas daninhas nos trinta primeiros dias após a emergên-cia das sementes. Entretanto, por pre-caução, a capina deve ser realizada antes

do desbaste, face a possibilidade da

ocor-rência de injúrias pelo uso de imple-mentos.

2.9 - Definição de Fases

Com os resultados obtidos no estudo de biologia do feijão-de-corda, c. v. 'Pitiúba' aliados ao conhecimento dos danos e épocas de ocorrência de deter-minadas espécies de Insecta que se hos-pedam na cultura em apreço,

caracteriza-ram-se os elementos necessários à divisão

do ciclo da cultura nas três seguintes fases:

PRIMEI RA FASE

De acordo com a literatura, os inse-tos representados na Figura 01, nos seus diferentes instares, são comumente encontrados nesses primeiros vinte dias de vida das plantas. Conforme Santos et alii (1977), os ataques da Mocis latipes, dá Elasnopalpus lignosselus e das lagartas pertencentes ao gênero A gro tis, são

simultâneos e provocam prejL: ízos logo

após a germinação, reduzindo o "stand" da cultura. Segundo os mesmos autores, na maioria dos casos de infestação do

feijoeiro, por

essas

lagartas,

em seus

ata-ques simultâneos, as percentagens de redução no "stand" foram sempre infe-riores a 5% e poucos foram os casos de quedas em "stand" superiores a 10%.

No que respeita aos crisomel ídeos, Andrecor arcuatus e a Oiabrotica spe-ciosa, Santos et alii (1977) informam que os ataques dessas espécies, em seus níveis mais severos, têm sido observados na fase do desenvolvimento da cultura, localizados antes da floração e sobretudo

no período em que as Rlantas passam de

eretas a prostadas. Com relação a Oiabro-fica speciosa, Castro et alii (1975) reve-lam que este crisomelídeo pode provocar deformações nas folhas apicais novas, - Início: Germinação (cotilédones

acima do solo)

- Término: Vinte dias aproximada-mente, após a germinação

- Características: De acordo com a Figura 01, esta fase inicia-se com a germinação das sementes, e finaliza quando as plantas de feijão-de-corda pos-suem, em média, três folhas trifolioladas totalmente emergidas, e quatro nós completamente caracterizados. Neste período do desenvolvimento inicial, mais precisamente ao tempo da queda dos cotilédones, as plântulas nutrem-se, pra-ticamente, das reservas alimentares con-tidas nestas estruturas. Tendo em vista o trabalho de Vieira (1967), a remoção dos cotilédones, quando da sua emergência, reduz o vigor das plantas.

Face a citação de Vieira (1967), pode-se conjecturar que tanto a ocorrên-cia de injúrias mecânicas, quanto o ata-que de pragas e/ou doenças neste pe-ríodo de estabelecimento da cultura, quando não provocam a morte das plan-tas, determina-lhes um desenvolvimento deficiente, o qual, a depender sua inten-sidade, refl~tir-se-á na quantidade dos grãos produzidos.

No contexto do desenvolvimento total da cultura, esta fase é marcada por um processo de crescimento mais lento, pelo fato das folhas não terem atingido

(13)

13

ESTUDOS DE BIOLOGIA DO FEIJÃO-DE-CORDA

siderada crítica. Segundo Cavalcante et alii (1975), o ataqúe da cigarrinha verde ao feijão-de-corda, tem sido constatado de modo generalizado, notadamente nas épocas de estiagem.

SEGUNDA FASE

- Início: Vinte e um dias após a ger-minação

- Término: Cinqüenta dias após a germinação

- Características: Como pode-se

constatar na Figura 01, esta é a fase do ciclo da cultura em que cerca de 66,7% das folhas trifolioladas são emergidas e 72,2% dos nós podem ser caracterizados na haste principal. Portanto, esta fase marca o estágio vegetativo em que o desenvolvimento do Vigna sinensis apre-senta-se mais acelerado, pelo fato da parte aérea e do sistema radicular

exibi-rem uma maior massa verde e tamanho.

Conforme a Figura 01, anterior-mente citada, pode-se verificar que nesta fase, o cultivar 'Pitiúba' muda do porte ereto para o prostado, mais precisamente antes da emergência de décima folha tri-foi iolada e depois da emissão dos ramos.

Neste período, observa-se um progressivo

encurtamento dos entre-nós e um au-mento no diâmetro da haste principal.

Ainda nesta fase as folhas cotiledo-nares iniciam o processo de senescêncla, caindo em seguida, e próximo ao seu

final já observa-se o surgimento de gemas

florais.

Em caso de necessidade, uma se-gunda capina deve ser realizada ao longo desta fase, entretanto, antes que as

plan-tas passem de eretas para prostadas.

No que tange às pragas que reduzem "stand", a cultura neste estágio de de-senvolvimento, praticamente, estará isen-ta do aisen-taque daqueles insetos. Outros-sim, segundo Santos et aíii (1977), as plantas que não morreram imediata-mente após o ataque daqueles lepidópte-ros referidos na primeira fase, são as que não foram decepadas totalmente, fican-do com parte fican-do córtex. fazenfican-do com causando um atraso no normal

desenvol-vimento das plantas.

De conformidade com Santos et alii (1977), as populações do Trips tabaci, além de serem muito pequenas, só têm sido constatadas na fase do desenvolvi-mento inicial das plantas. Outrossim, mesmo nesta fase, os autores em menção não observaram nas plantinhas, sintomas que pudessem ser associados ao seu ataque.

Com relação aos pulgões Aphis craccivora e o Aphis gossypii, Gutierrez

et alii (1974) descrevem que a ocorrência

destes afídeos é restrita durante o verão, principalmente se as plantas estiverem submetidas a "stress" hídrico. Segundo Santos et alii (1977), o período crítico de ataque do Aphis craccivora, vai da germinação até trinta e cinco dias, e ul-trapassado este período a população normalmente declina. Os mesmos auto-res, relatam ainda, que as populações

desenvolvem-se em colônias nos brotos

terminais e, sobretudo nos pecíolos das folhas do feijão-de-corda, acarretando atraso no crescimento e desenvolvimento das plantas, enrugamento das folhas em desenvolvimento, nos brotos infestados e, até, uma discreta clorose das folhas com pecíolos atacados. Com respeito ao Aphis gossypii, os autores mencionados

relatam que suas populações são insigni-ficantes e sempre localizados em poucas plantas, geralmente nas bordas dos campos, constatando-se sempre, uma grande predação dessa espécie por larvas de "joaninhas".

Durante a primeira fase, a cultura de feijão-de-corda pode também ser atacada pela Empoasca kraemerg. De acordo com Santos et alii (1977), o ataque deste inseto pode ocorrer após a germinação, até aos trinta dias de idade das plantas, provocando enrolamento nos foi íolos ou ondulações nos bordos. Outrossim con-forme observações de Santos et alii (1973), além deste período, o controle à cigarrinha não tem reflexo sobre a pro-dução das plantas, sobretudo nos casos em que haja ocorrido ataque na fase

(14)

con-NOGUEI RA, R. S. A. ET AL

14

Conforme verifica-se na Figura 01, a maior produção de flores e de vagens ocorre entre as nona e décimas semanas de vida das plantas, ou seja, dos sessenta e três a setenta dias, após a germinação. Outrossim, anal isando-se estes dois picos pode-se constatar ainda, que do total de flores produzidas somente a metade vin-gará em vagem. Aparentemente, o fei-joeiro produz muito mais flores do que

suportaria, se todas vingassem em vagens.

Vieira (1977), revela que temperaturas superiores a 30°C não só diminuem a percentagem de flores que vingam, como também faz decrescer o número de sementes por vagem. Assim, se os dias de temperatura elevada, coincidir com o período de rápido crescimento dos frutos, Figura 02, o rendimento da cul-tura deverá ser prejudicado face a forma-ção de vagens de pequeno tamanho e, conseqüentemente, com menor número de grãos.

que o dano externe-se com efeito retar-dado. Assim sendo, é possível constatar-se ao longo dos trinta dias que compõem

a segund"a fase, plantas amarelecidas e,

até mortas.

Conforme encontram-se represen-tadas na F igu ra 01, as pragas concernen-tes a esta fase, como sejam: os cri somei í-dios, os pulgões, o tripes e a cigarrinha, já foram devidamente aventados na

pri-meira fase.

TERCEIRA FASE

- Início: Cinqüenta e um dias após a germinação

- Término: Noventa e quatro dias após a germi nação

- Características: Esta fase abrange os primeiros estágios do desenvolvimento reprodutivo da cultura, com as primeiras plantas florescendo aos cinqüenta e cinco dias após a germinação, Figura 01. Kumar et a/ii (1976), trabalhando com material da mesma espécie, e por-tanto de características semelhantes, classificaram como tardias as que neces-sitam de 49 a 62 dias para iniciar a flora-ção.

De acordo com a Figura 02, acima referida, pode-se constatar que durante todo o ciclo da cultura, emergem da haste principal das plantas, cerca de dezoito folhas trifolioladas, e podendo-se caracterizar igual número de nós. Ou-trossim, desde a emergência da décima folha trifoliolada, verificou-se visual-mente nas plantas, um progressivo alon-gamento dos entre-nós; a haste principal torna-se fina e delicada. As folhas vão gradualmente sendo limitadas no seu tamanho, de tal modo que, os foi íolos da décima sétima e décima oitava folhas, não chegam nem a abrir completamente.

Nesta época do florescimento, deve-se evitar a prática da capina, pois o en-con.tro de qualquer instrumento nas plantas do feijoeiro, causa-lhes a queda das flores e, ademais as plantas estarão bastante desenvolvidas, cobrindo quase todo o terreno.

Aproximadamente, aos setenta e dois dias após a germinação as primeiras vagens já encontram-se maduras,

po-dendo processar-se a sua colheita, Figura

01. Outrossim, na mesma Figura, verifi-ca-se que 50% da produção poderá ser colhida aos setenta e oito dias após a

germinação e, a outra metade, aOS

noven-ta e dois dias.

Levando-se em conta o trabalho de Santos et alii (1977), o ataque de criso-mel ídeos, dos pulgões, do tripes e da ci-garrinha, nesta fase de desenvolvimento da cultura, praticamente, não se refletirá na produ9ão. Assim sendo, medidas de controle ~ estes insetos, neste período, não terá mais oportunidade.

De outro modo, nesta terceira fase, outros insetos se hão revelado importan-tes. Conforme Santos et alii (1978), o ataque dos carunchos aos grãos Inicia-se antes da colheita e intensifica-se no pro-duto armazenado, provocando desvalo-rizações que variam de 55,52 a 81,22%, quando os índices de ataque são, respec-tivamente, de 5 e 100% de acordo com a constatação de Bastos (1973). Com res-peito ao manhoso, Santos et alii (1977),

(15)

ESTUDOS DE BIOLOGIA DO FEIJÃO-DE-CORDA 15

entram em antese e as vagens são for-madas;

f) O cultivar 'Pitiúba' apresenta uma

grande queda de flores (62,83%) ao

longo do período de floração, a qual é mais intensa da nona para a décima semana do ciclo de vida das plantas;

g) As primeiras vagens que se for-mam estão em ponto de colheita após a décima semana, e durante a décima segunda semana de vida das plantas cerca de 80% das vagens formadas podem ser colhidas.

h) Dentro do ciclo biológico da cul-tura do Vigna sinensis, compartimentam-se facompartimentam-ses, tal como o é aprecompartimentam-sentado na Fig. 01, as quais podem ser bem caracteri-zadas e assim tornarem-se úteis no ma-nejo das populações das pragas, pela definição das fases críticas e das suas pragas chaves.

consideram-no como a principal praga de campo, durante o período de frutifi-cação. Segundo os autores mencionados, as fêmeas adultas desta praga, realizam sua postura nas vagens, e as larvas récem-emergidas, alimentam-se das sementes destruindo-as total ou parcialmente. Ademais, além do efeito sobre a produ-ção, o ataque do manhoso reflete-se também no poder germinativo das se-mentes, segundo Vieira et alii (1975). Estes autores, comparando o poder ger-minativo de sementes sadias com as injuriadas constataram redução de até 27%.

Com relação às lagartas das vagens, Santos & Oliveira (1978), observaram maior ocorrência do ataque da Etiella zinckenella por ocasião da maturação das vagens e da colheita. Tal fato foi

consta-do quanconsta-do das inspeções de campo

reali-zadas pelo autor deste trabalho.

4-SUMMARY

3. CONCLUSÃO

Studies about the biology of cow-pea, Vigna sinensis, (L.) Savi, were deve-loped in the campus of Centro de Ciên-cias Agrárias of the Universidade Federal do Ceará with the purpose to characteri-ze the different crop phases for establi-sing a management of its pests.

8ased on the biological events regis-tred and appointed, and considering the visible anatomic characteristics and the possible effect caused by the pests, the crop cycle was divided into three phases from the germination to the grain matu-rity.

Among others, the following con-c!usion was drawn: in the biological cycle of cow-pea exist different phases which can be characterized and thus become usefuls in the management of main pest populations, by the definition

of critica! phases and their key pests.

5. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS Em face dos resultados alcançados,

e nas condições em que foi conduzido o estudo de biologia do feijão-de-corda, conclui-se que:

a) As plantas do c.v. 'Pitiúba' emi-tem, na haste principal, durante todo o ciclo da cultura, em média, cerca de 18 folhas trifolioladas e igual número de nós',

b) Na haste principal das plantas, a maior quantidade de folhas trifolioladas são emitidas da terceira para a sétima semana de vida das plantas;

c) Os ramos secundários são emitidos numa faixa de tempo relativamente curta, e nem todos os emitidos chegam a desenvolver-se;

d) A mudança do porte ereto das plantas para o prostado, queda das folhas primórdias e o surgimento de gemas florais, sucedem-se, respectiva-mente, uma após outra e todos ocorrem da quinta para a sétima semana de vida das plantas;

(16)

16 NOGUEI RA, R. S. A. ET Al quisa 1972. Departamento de Fitotecnia do CCA-UFC, Fortaleza, 1973. p. 47-53.

---; & OLIVEIRA, F. J. Influência do Ataque da la!l~rta das vagens, Etiella zinckenella (Treitschke, 1832) (Lep., Phycitidae) sobre a produção do caupi, Vigna sinensis (L.) Savi. In: Relatório de Pesquisa 1977. Fortaleza, Departamento de Fito-tecnia do CCA-UFC. 1978. p. 68-75.

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