O que são explosivos
segundo a NR 19?
Explosivos industriais são substâncias ou misturas de substâncias que, quando excitadas por algum agente externo, são capazes de decompor-se quimicamente gerando considerável volume de gases a altas temperaturas. Estas reações de decomposição podem ser iniciadas por agentes mecânicos (pressão, atrito, impacto, vibração etc.) pela ação do calor (aquecimento, faísca, chama etc.) ou ainda pela ação de outro explosivo (espoletas, boosters, ou outros iniciadores).
Explosivos são substâncias capazes de rapidamente transformarem-se em gases, produzindo calor intenso e pressões elevadas, subdividindo-se em:
Explosivos iniciadores: aqueles que são empregados para excitação de cargas
explosivas, sensível ao atrito, calor e choque. Sob efeito do calor, explodem sem se incendiar;
Explosivos reforçadores: os que servem como intermediário entre o iniciador
e a carga explosiva propriamente dita;
Explosivos de rupturas: são os chamados altos explosivos, geralmente
tóxicos;
Pólvoras: são utilizadas para propulsão ou projeção.
Quais os aspectos construtivos para garantir a segurança em depósitos de explosivos?
A construção dos depósitos de explosivos deve obedecer aos seguintes requisitos:
Estar em terreno firme, seco, a salvo de inundações e não-sujeito à mudança
freqüente de temperatura ou ventos fortes e não deverá ser constituído de extrato de rocha contínua;
Afastada de centros povoados, rodovias, ferrovias, obras de arte importantes,
habitações isoladas, oleodutos, linha-tronco de distribuição de energia elétrica, água e gás;
Os distanciamentos mínimos para a construção do depósito segundo as tabelas
A, B e C da NR 19;
Nos locais de armazenagem e na sua área de segurança constarão placas
escritas “É PROIBIDO FUMAR” e “EXPLOSIVO” que possam ser observadas por todos que tenham acesso;
Material incombustível, impermeável, mau condutor de calor e eletricidade, e as partes metálicas usadas no seu interior deverão ser de latão, bronze ou outro material que não produza centelha quando atritado ou sofrer choque;
Piso impermeabilizado com material apropriado e acabamento liso para evitar
centelhamento, por atrito ou choque e facilitar a limpeza;
As partes abrindo para fora, e com bom isolamento térmico e proteção às
intempéries;
As áreas dos depósitos protegidas por pára-raios segundo a Norma
Regulamentadora 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade;
Os depósitos dotados de sistema eficiente e adequados para o combate a
incêndio;
As instalações de todo equipamento elétrico da área dada obedecerão as
disposições da Norma Regulamentadora (NR 10);
O distanciamento mínimo indicado na Tabela “C” da NR 19 poderá ser
reduzido à metade, quando se tratar de depósito barricado ou entrincheirado, desde que previamente vistoriado;
Será obrigatória a existência física de delimitação da área de risco, assim
entendido qualquer obstáculo que impeça o ingresso de pessoas não-autorizadas.
Quais os cuidados no manuseio para garantir a segurança em depósitos de explosivos?
No manuseio de explosivos devem ser observadas as seguintes normas de segurança:
Pessoal devidamente treinado para tal finalidade;
No local das aplicações indicadas, deve haver pelo menos um supervisor,
devidamente treinado para exercer tal função;
Proibido fumar, acender isqueiro, fósforo ou qualquer tipo de chama ou
centelha nas áreas em que se manipule ou armazene explosivo;
Vedar a entrada de pessoas com cigarros, cachimbo, charuto, isqueiro ou
fósforo;
Remover toda lama ou areia dos calçados, antes de se entrar em locais onde se
armazenam ou se manuseiam explosivos;
Proibido o manuseio de explosivos com ferramentas de metal que possam
Uso obrigatório de calçado apropriado;
Proibir o transporte de explosivo exposto com equipamento movido a motor
de combustão interna;
Não permitir o transporte e armazenagem, conjunto de explosivo de ruptura e
de outros tipos, especialmente os iniciadores;
Admitir no interior de depósito para armazenagem de explosivo as seguintes
temperaturas máximas:
1. 27 ºC para nitrocelulose, nitromido e pólvora química de base dupla; 2. 30 ºC para ácido pícrico e pólvora química de base simples;
3. 35 ºC para pólvora mecânica;
4. 40 ºC para trotil, picrato de amônio e outros explosivos não-especificados.
Arejar obrigatoriamente, em período não-superior a três meses, os depósitos
de armazenagem de explosivos, mediante abertura das portas ou por sistema de exaustão;
Molhar as paredes externas e as imediações dos depósitos de explosivos,
tendo-se o cuidado para que a mesma não penetre no local de armazenagem.
Quais os cuidados no transporte para garantir a segurança em depósitos de explosivos?
Nos transportes de explosivos, observar as seguintes normas de segurança:
O material deverá estar em bom estado e acondicionado em embalagem
regulamentar;
Por ocasião de embarque ou desembarque, verificar se o material confere com
a guia de expedição correspondente;
Prévia verificação, quanto às condições adequadas de segurança, de todos os
equipamentos empregados nos serviços de carga, transporte e descarga;
Utilizar sinalização adequada, tais como bandeirolas vermelhas ou tabuletas de
aviso, afixadas em lugares visíveis;
Disposição do material de maneira a facilitar a inspeção e a segurança;
Em caso de necessidade, proteger o material contra a umidade e incidência direta dos raios solares, cobrindo-o com uma lona apropriada;
Antes da descarga de munições ou explosivos, examinar-se-á o local previsto
para armazená-los;
Proibir a utilização de luzes não-protegidas, fósforos, isqueiros, dispositivos
ou ferramentas capazes de produzir chama ou centelha nos locais de embarque, desembarque e nos transportes;
Salvo casos especiais, os serviços de carga e descarga de munições e
explosivos serão feitos durante o período das 7 às 17 horas;
Quando houver necessidade de carregar ou descarregar munições e explosivos
durante a noite, somente admitir iluminação com lanternas e holofotes elétricos.
Existem requisitos específicos de segurança com fogos de artifício e artefatos pirotécnicos?
Sim, a Portaria MTE/SIT n° 07, de 30/03/07, aprovou o Anexo I da NR 19 – Segurança e Saúde na Indústria e Comércio de Fogos de Artifício e outros Artefatos Pirotécnicos que se aplica a todos os estabelecimentos de fabricação e comercialização de fogos de artifício e outros artefatos pirotécnicos.
Para fins de aplicação deste anexo, estão incluídas as unidades de produção de pólvora negra, alumínio para pirotecnia e produtos intermediários destinados à fabricação de fogos de artifício e outros
artefatos pirotécnicos.
O Anexo I determina os requisitos mínimos para a implementação de uma gestão de segurança e saúde ocupacional diferenciada com atenção para os seguintes aspectos:
Segurança das instalações;
PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) e PCMSO (Programa
de Controle Médico de Saúde Ocupacional);
Plano de Emergência e Contingência;
EPI (Equipamento de Proteção Individual) e EPC (Equipamento de Proteção
Coletiva);
Treinamento;
Prevenção e combate a incêndios e explosões;
Resíduos;
Qual é a legislação complementar que deve ser consultada pelas empresas que trabalham com atividades de armazenagem, manuseio e transporte de explosivos?
Para as empresas que trabalham com qualquer atividade envolvendo explosivos, fogos de artifício e artefatos pirotécnicos, deverão ser consultados os seguintes documentos:
Decreto n° 96.044, de 18/05/88 – Aprova o Regulamento para o Transporte
Rodoviário de Produtos Perigosos;
Resolução ANTT n° 420, de 12/02/04 – Aprova as Instruções
Complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos em substituição da Portaria MTb n° 204/97.