Hidatidose
Turma A – Grupo 8
Beatriz de Lima Chrispiano 1801126 Juliana Monteiro Sampaio de Faria 1801127 Isabela Lazaretti Morato Castro 1801128 Rafael Eduardo Velasco Ferreira 1801129 Lucas Manuel Torrado 1801135
Características
● O que é Hidatidose? Hidatidose é uma doença
parasitária, causada pela fase larval do Echinococcus sp. no hospedeiro intermediário ● Agente etiológico: Echinococcus granulosus
○ Importância em saúde pública no Brasil
○ Filo Platyhelminthes, Classe Cestoda e Família Taeniidae
○ Parasita heteroxeno
■ Hospedeiro intermediário → ovinos, caprinos, suínos, bovinos e outros
■ Hospedeiro definitivo → canídeos domésticos e selvagens
■ Seres humanos são hospedeiros acidentais, uma vez que não fazem parte do ciclo de vida natural do parasita
● Generalidades
○ É uma zoonose
■ Helminto que pode contaminar humanos e animais
○ Pode levar a morte quando a doença não é diagnosticada
● Formas de vida
○ Adulto → intestino delgado dos cães
○ Ovo → espalhado no ambiente (hortaliças, água, pastagens) ou aderido aos pêlos dos cães
○ Larva → vísceras ou órgãos dos animais que se alimentam de pasto e também nos humanos Agentes etiológicos ❖ Echinococcus multiloculares ❖ Echinococcus vogeli ❖ Echinococcus oligarthus Echinococcus granulosus
Agentes Etiológicos
●
Echinococcus multilocularis
○ Cisto mutivesticular e difuso
○ Semelhante a tumor maligno nos
humanos -> infiltra nos tecidos
○ Sítio primário: fígado
○
Hospedeiro definitivo:raposa
○
Hospedeiro intermediário:pequenos
roedores
●
Echinococcus oligarthus
○
Hospedeiro definitivo:felídeos silvestes
○
Hospedeiro intermediário:roedores
silvestres (ex: pacas)
○ Raro em humanos → 3 casos registrados,
sendo 1 no Brasil
●
Echinococcus vogeli
○ Cistos mútiplos
○
Hospedeiro definitivo:carnívoros
silvestres
○
Hospedeiro intermediário:várias espécies
de roedores silvestres
○ Restrito a muitos países da América do
Sul e Central
■ Brasil com maior n° de casos → Região Amazônica (Acre e Pará)
Morfologia
Adulto
● 3 a 6cm
● Pode produzir de 500 a 800 ovos
● Vive em média 5 meses -> se não houver reinfecção, o cão ficará curado -> verme infértil permanece no ID
● Dividido em partes
○ Escólex globoso (cabeça), com 4 ventosas e um rostro armado de 2 fileiras de ganchos
○ Colo → região proglotogênica; delgado e curto
○ Estróbilo (corpo) formado por 2, 3 ou 4 proglotes: jovem, madura e gravídica (contém o útero repleto de ovos)
Morfologia
Ovo
(Forma infectante para o homem)
●
É microscópico e esférico
●
Possui uma membrana externa (embrióforo)
que circunda o embrião hexacanto (ou
oncosfera), que mais tarde vai virar a larva
●
Permanece viável no ambiente (sombra +
umidade) por vários meses
Larva (hidátide)
●
Conhecida por bolha d’água, cisto hidático
●
Formato arredondado
●
Pode chegar a medir vários centímetros
●
Preenchido de líquido claro e com muitas
protoescóleces
Cisto Hidático
● Membranas○ Adventícia → produzida pelo hospedeiro; seu desenvolvimento depende da resposta imune, idade e órgão instalado
○ Laminar ou anista → barreira defensiva/protetora contra defesa do hospedeiro
○ Germinativa → reveste internamente cisto e vesículas prolígeras
● Vesículas prolígeras
○ Brotamento, ligado a membrana germinativa por pedúnculo
● Protoescólex
○ Evagina do cisto, devido a ação da bile, nos cães ○ Fixa-se a mucosa do intestino dos canídeos ○ Infecta o hospedeiro definitivo
● Líquido hidático
○ Sustância antigênica = aminoácidos, mucopolissacarídeos, colesterol e lecitinas
● Areia hidática: protoescóleces isolados + fragmentos da membrana prolígera e das vesículas prolígeras
a
= Membrana adventícia
b = Membrana laminar
c = Membrana germinativa
d = Vesícula prolígera
e = Protoescólex
ah = Areia hidática
Epidemiologia
● Zoonose com distribuição cosmopolita; endêmico em várias regiões do mundo → 2 a 3 milhões de pessoas infectadas● Maior prevalência em algumas partes da Eurásia, África, Áustria e América do Sul (Brasil - RS, Argentina, Uruguai, Chile e Peru)
○ RS (agricultura e pecuária)
● Altas taxas da parasitose em regiões de criação de ovinos pastoreados por cães
○ Cão é a principal fonte de infecção humana (adaptação do parasita)
● Locais endêmicos
○ Pequenas e médias propriedades produtoras de carne onde há coexistência do parasita e de seus hospedeiros
○ Hábitos culturais de abater animais e alimentar cães ● A prevalência da hidatidose em bovinos e ovinos é obtida
na inspeção dos animais no momento do abate
● Baixa prevalência de casos em outros estados como Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e etc.
○ Preocupante: possibilidade de surgirem novas áreas de transmissão → comercialização de animais de áreas endêmicas para áreas livres de doença
● Estudo (últimos 20 anos: 1981-2001) detectou 742 casos no Rio Grande do Sul
○ Faixa etária: 16 a 60 anos
○ Locais mais acometidos: fígado, pulmão
○ Localizações mais raras: baço, rins, cérebro, músculos, coração e entre outros
Ciclo de vida
1. No intestino delgado dos cães (hospedeiros definitivos) → parasita adulto, fixado por meio de suas ventosas, produz ovos (35 a 40 dias). Quando os animais defecam, contaminam o ambiente com as proglotes gravídicas desprendidas, as quais contêm os ovos
2. O ovo é ingerido pelos hospedeiros intermediários (herbívoros) e/ou acidentais (humanos)
3. Embrióforo semidigerido pela ação do suco gástrico → Embrião hexacanto é liberado no intestino delgado, penetrando na mucosa → Corrente sanguínea → Vísceras/ógãos
4. Nas vísceras, irá se fixar, ocorrendo o amadurecimento do cisto hidático
Ciclo de vida
● Cães, ao ingerem vísceras
contaminadas
com
cistos
hidáticos
férteis
(com
protoescóleces), são infectados
● No
intestino
delgado
dos
canídeos, sob ação da bile,
cistos evaginam-se e fixam-se a
mucosa/vilosidade
○
Verme atinge a forma adulta
após 2 meses da fixação
● Quando proglótides grávidas se
rompem, os ovos são eliminados
junto com as fezes do animal,
sendo ingeridas então pelos
hospedeiros intermediários
Sintomatologia
●
A maioria dos casos é assintomático → cistos
únicos e pequenos
●
Depende:
○
Estado físico do cisto
○
Integridade das membranas
○
Localização anatômica
○
Tamanho
●
Sintomas se manifestam tardiamente, devido ao
crescimento lento dos cistos
●
Crescimento resulta em:
○
Deformação dos órgãos e alteração de função
●
Localização:
○
Hepática
○
Pulmonar
○
Óssea
○
Coração*
○
Sistema Nervoso *
○
Rins*
*prognóstico se agrava
OBS: Em casos de rompimento do cisto, pode ocorrer uma reação alérgica sistêmica (liberação de material antigênico) que pode terminar em choque anafilático. Além disso, com a liberação de protoescóleces no organismo pode ocorrer, a longo prazo, a formação de cistos hidáticos secundários.
HEPÁTICA
Causa reação inflamatória
●
Dor abdominal Hipocôndrio direito
●
Icterícia
●
Massas palpáveis
●
Hepatomegalia
CEREBRAL:
rara e de grandes dimensões
ÓSSEA
● Destruição da trabécula ● Necrose
● Fraturas frequentes
Patogenia e Sinais Clínicos
PULMONAR
● Tosse → protoescóleces no escarro, quando o cisto é rompido
● Dor torácica
● Hemoptise (tosse com sangue) ● Dispneia
● Cansaço ao esforço físico
★Alergias → extravasamento de pequenas quantidades de líquido hidático
★Choque anafilático → rompimento do cisto → extravasamento de grandes quantidades de líquido hidático
Diagnóstico
Diagnóstico Clínico
● Difícil realização → quadro clínico não específico ● Coleta de histórico do paciente
● Exame clínico, associando sintomas presentes ou ausentes
● Comparar resultados de exames complementares para confirmar ou excluir a dodeça
Diagnóstico Laboratorial
● Imunodiagnóstico → detecção de anticorpos específicos circulantes contra os antígenos do cisto hidático
○ ELISA, hemaglutinação, imunoflorescência
● Exame do material de expectoração: pesquisa protoescóleces no escarro → suspeita de rompimento de cisto pulmonar
Métodos de Imagem
(Nem sempre conclusivo → semelhança com tumores) ● Ultrassonografia e Cintilografia
● Radiografia
● Tomografia computadorizada ● Ressonância magnética
Tratamento
A localização, o tamanho e a quantidade de cisto(s) hidático(s) vão direcionar a opção do tratamento
● Cirurgia
○ Recomendado em casos de localizações acessíveis e cistos volumosos
○ Necessidade de dessensibilização prévia do paciente, para evitar processos alérgicos e anafiláticos
○ Método mais utilizado no Brasil
● Método PAIR → contraindicado em cistos pulmonares ou cerebrais
1. Punção do líquido hidático 2. Aspiração
3. Inoculação de uma substância protoescolicida
4. Reaspiração do cisto, após 10 minutos
● Alguns casos pode-se fazer apenas o acompanhamento médico
● Uso de medicamentos parasitários que atuam no cisto:
○ Albendazol *
○ Praziquantel → age sobre a forma adulta do parasita em cães (serve de tratamento e profilaxia)
■ Funciona como escolicida
■ Melhora a eficácia do albendazol na inativação dos parasitas
OBS: combinação desses 2 medicamentos mostram bons resultados → aumento da [ ] plasmática e maior tempo de ação sobre o parasita
Prevenção e Controle
●
Atitudes de guarda responsável com os cães
○
Evitar que eles tenham acesso a carcaças de animais
○
Tratamento periódico dos cães com anti-helmíntico
○
Não alimentá-los com vísceras cruas dos hospedeiros intermediários
●
Higiene pessoal (lavagem das mãos) adequada após contato com
animais
●
Lavar bem frutas e legumes
●
Ferver e tratar a água
●
Educação sanitária da população de risco (meio rural)
●
Controle dos matadouros, incinerando as vísceras com cistos
●
Inspeção veterinária no meio rural
Caso Clínico
●
Sexo masculino, 14 anos - Portugal
●
Sintomas: após traumatismo lombar
○
Lombalgia
○
Hematúria
●
História do paciente:
○
Contato frequente com cães, ovinos e
caprinos
1. A partir da história do paciente, qual deveria ser a conduta do médico para dar o diagnóstico?
Perguntas - Caso Clínico
Caso Clínico
●
Sexo masculino, 14 anos - Portugal
●
Sintomas: após traumatismo lombar
○
Lombalgia
○
Hematúria
●
História do paciente:
○
Contato frequente com cães, ovinos e
caprinos
●
Exames feitos:
○
Exames de imagem (ecografia,
tomografia, ressonância magnética)
○
Teste sorológico (ELISA)
●
Diagnóstico: Doença hidática do rim
complicada por hemorragia pós-traumática
(considerada rara)
● Resultado:
○ Lesão expansiva encapsulada ao nível do terço médio do rim esquerdo
○ Formação nodular exofítica cística localizada no seio renal
1. A partir da história do paciente, qual deveria ser a conduta do médico para dar o diagnóstico? 1. Qual(is) a(s) forma(s) de vida do parasita o menino abrigava em seu rim?
a. Ovo e cisto hidático
b. Verme adulto
c. Ovo
2. Qual outro órgão do paciente esperava-se, primeiramente, que seria prejudicado pela hidatidose?
a. Coração
b. Músculos estriados esqueléticos
d. Baço
3. Quais dessas medidas não é preventiva para a Hidatidose no humano?
a. Lavar as mãos
b. Ferver a água
d. Lavar verduras e frutas
●
Tratamento:
○
Albendazol (400 mg/dia) → 2 comprimidos
por dia
○
Até perfazer 4 ciclos de 4 semanas cada
○
Continuou com acompanhamento médico
●
Apresentou:
○
Diminuição do cisto (de 9x9x6,8cm para
3,6x3,4x2,3cm )
○
Ausência de anticorpos específicos
○
Manteve-se assintomático
●
Últimas recomendações:
○
O tratamento deve ser baseado nas
característica do cisto, na experiência e na
disponibilidade de terapêutica médica e/ou
cirúrgica
○
Paciente:
■
Indicação era cirúrgica, mas o médico
optou
por
apenas
receitar
o
medicamento parasitário → resultado
positivo
Nefrectomia de Rim com Hidatidose
Cisto Hidático
Nefrectomia = remoção cirúrgica de um rim
5. Por que a indicação do tratamento, nesse caso, era cirúrgica?
6. Qual(is) outra(s) doença(s) parasitária(s) o medicamento receitado também serviria como tratamento?
a. Amebíase
b. Teníase
d. Toxoplasmose
f. Criptosporidiose
h. Giardíase
Referências
●
https://www.agricultura.rs.gov.br/upload/arquivos/201612/02101236-inftec-59-hidatidose-vista-pela-ses.pdf●
https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/6011/MONTEIRO%2C%20DANIELI%20 URACH.pdf?sequence=1&isAllowed=y●
http://www.profbio.com.br/aulas/parasito2_08.pdf●
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/hidratose_humana_brasil.pdf●
https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/109223/2/233783.pdf●
Ilustrações das formas de vida:http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/html/ImageLibrary/Echinococcosis_il.htm