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Suscetibilidade de Cornitermes cumulans (Kollar, 1832) a Isolados de Nematóides Entomopatogênicos

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Suscetibilidade de Cornitermes cumulans (Kollar, 1832) a Isolados de

Nematóides Entomopatogênicos

Juliana M.O. Rosa1, Silvia R.S. Wilcken1, Marineide M. Aguillera2 & Luís G. Leite3

1 Setor de Defesa Fitossanitária, Departamento de Produção Vegetal, Faculdade de Ciências Agronômicas / UNESP,

18610-307, Botucatu (SP), Brasil.

2 Departamento de Biotecnologia Vegetal, CCA / UFSCar, 13600-970, Araras (SP), Brasil. 3 Instituto Biológico, Centro Experimental do Instituto Biológico, 13001-970, Campinas (SP), Brasil.

Autor para correspondência: jmorosa@fca.unesp.br

Recebido para publicação em 20 / 04 / 2007. Aceito em 24 / 10 / 2007

Resumo - Rosa, J.M.O., S.R.S. Wilcken, M.M. Aguillera & L.G. Leite. 2008. Suscetibilidade de Cornitermes cumulans (Kollar, 1832) a isolados de nematóides entomopatogênicos.

Cornitermes cumulans são cupins formadores de montículos encontrados com freqüência no estado de São Paulo e estados vizinhos. Além de danos diretos em algumas culturas, seus montículos podem incapacitar a atividade mecânica em áreas agrícolas infestadas. Os nematóides entomopatogênicos (NEPs) das famílias Steinernematidae e Heterorhabditidae têm sido considerados promissores em programas de controle biológico de insetos em diversos países. Cinco experimentos foram conduzidos em condições de laboratório para verificar a suscetibilidade das castas (operários e soldados) de C. cumulans a 12 isolados de NEPs: Steinernema carpocapsae, S. glaseri Santa Rosa, Heterorhabditis sp. CCA / UFSCar, H. indica CB – n05, Steinernema sp. CB – n06, Steinernema sp. CB – n08, Steinernema sp. CB – n09, Heterorhabditis sp. CB – n10, Heterorhabditis sp. CB – n13, Steinernema sp. CB – n15, Heterorhabditis sp. CB – n23 e Steinernema sp. CB – n25. Dez repetições, com cinco insetos cada, para ambas as castas, foram utilizadas nos tratamentos com e sem nematóides. As avaliações foram realizadas diariamente e a mortalidade acumulada foi determinada. Cada inseto morto foi dissecado e a presença do nematóide foi confirmada. Em todos os experimentos, maior mortalidade de ambas as castas de C. cumulans foi verificada com o isolado de S. carpocapsae comparado aos outros isolados.

Palavras-chaves: Steinernematidae, Heterorhabditidae, cupim de montículo, controle biológico.

Summary - Rosa, J.M.O., S.R.S. Wilcken, M.M. Aguillera & L.G. Leite. 2007. Suscetibility of Cornitermes cumulans (Kollar, 1832) to isolates of entomopathogenic nematodes.

Cornitermes cumulans are mound-forming termites often found in São Paulo and neighboring states. Besides the direct damage caused in some crops, their mounds usually do not allow mechanical activities to be practiced in infested agricultural areas. Steinernematid and heterorhabditid entomopathogenic nematodes (EPNs) have been considered promising agents for the biological control of several insect pests in many countries. Five experiments were conducted under laboratory conditions to verify the susceptibility of C. cumulans castes (workers and soldiers) in relation to 12 NEP isolates: Steinernema carpocapsae, S. glaseri Santa Rosa, Heterorhabditis sp. CCA / UFSCar, H. indica CB – n05, Steinernema sp. CB – n06, Steinernema sp. CB – n08, Steinernema sp. CB – n09, Heterorhabditis sp. CB – n10, Heterorhabditis sp. CB – n13, Steinernema sp. CB – n15, Heterorhabditis sp. CB – n23 and Steinernema sp. CB – n25. Ten replications, with five insects each, for both castes, were used for the treatments. The evaluations were done daily and accumulated mortality was determined. Each dead insect was dissected and the presence of nematodes was confirmed. For all experiments, higher mortality of both castes of C. cumulans was verified for S. carpocapsae compared to all other nematode isolates.

(2)

Introdução

Atualmente, são relatadas cerca de 2.800 espécies de cupins distribuídas principalmente em regiões tropicais e subtropicais do planeta, sendo encontradas umas poucas em regiões desérticas ou de clima temperado (Cancello & Schlemmermeyer, 2006). A prevalência do gênero Cornitermes (Isoptera: Termitidae) ocorre em regiões de florestas tropicais e cerrados da América do Sul, sendo que C. cumulans Kollar, 1832 predomina em regiões de invernos amenos e verões muito quentes (Cancello, 1989). No Brasil, essa espécie é freqüentemente encontrada no estado de São Paulo e estados vizinhos. Além de prejuízos diretos em algumas culturas, como eucalipto e pastagens, seus montículos podem impossibilitar a atividade mecânica em áreas agrícolas infestadas, o que vem despertando a preocupação no setor agropecuário.

O controle dos cupins em áreas comerciais ainda é realizado com aplicações de produtos químicos, como fipronil, imidaclopride, fentiom e fosfina (Mariconi et al., 1995; Wilcken & Raetano, 1995; Valério et al., 2004).

Nematóides entomopatogênicos vêm sendo comercializados em alguns países visando ao controle de pragas agrícolas. São organismos que não apresentam efeitos adversos ao ambiente e aos agricultores que os utilizam, constituindo opção para substituição ou associação com produtos químicos, quando possível de serem empregados. Outro atributo deles é a capacidade de matar rapidamente o inseto

(Ferraz, 1998).

Levantamentos para a detecção de populações de nematóides entomopatogênicos em solos brasileiros vêm sendo efetuados (Goulart et al., 2003, Acevedo et al., 2005). Alguns dos isolados encontrados têm sido objetos de estudos, mostrando-se infectivos, sob condições de laboratório, a pragas como besouro da raiz da cana-de-açúcar (Migdolus fryanus Westwood, 1863), o bicho-furão dos citros (Ecdytolopha aurantiana Lima, 1927), o gorgulho da cana-de-açúcar (Sphenophorus levis Vaurie,1978) e o moleque da bananeira (Cosmopolites sordidus Germar, 1824) (Rosales & Suarez, 1998; Andaló et al., 2004; Machado et al., 2006).

A fim de verificar o potencial de utilização desses nematóides como agentes de controle biológico de cupins de montículo, conduziu-se o presente trabalho com o objetivo de avaliar a suscetibilidade de operários e soldados de C. cumulans a diferentes isolados de nematóides das famílias Steinernematidae e Heterorhabditidae, sob condições de laboratório.

Material e Métodos

Características gerais dos experimentos. O estudo foi desenvolvido no Laboratório de Nematologia Agrícola do Departamento de Produção Vegetal da FCA / UNESP – Campus de Botucatu. Foram conduzidos cinco experimentos utilizando 12 isolados diferentes de nematóides entomopatogênicos (Tabela 1). Os isolados de Steinernema carpocapsae (Weiser, 1955), S. glaseri Santa Rosa (Steiner, 1929) e Tabela 1 – Identificação e procedência dos isolados de nematóides entomopatogênicos.

Isolado Gênero/espécie Ambiente Origem Coleta

Santa Rosa S. glaseri Canavial Santa Rosa do Viterbo, SP -1

S. carpocapsae - Universidade da Flórida, EUA -UFSCar Heterorhabditis sp. Milharal Araras, SP -CB – n05 H. indica Pomar de citros Itapetininga, SP Fev/2002 CB – n06 Steinernema sp. Margem do rio Apa Porto Murtinho, MT Out/2001 CB – n08 Steinernema sp. Pomar de citros Itapetininga, SP Fev/2002 CB – n09 Steinernema sp. Floresta nativa Porto Murtinho, MT Fev/2003 CB – n10 Heterorhabditis sp. Pomar de manga Santa Fé do Sul, SP Fev/2003 CB – n13 Heterorhabditis sp. Seringal Pindorama, SP Fev/2003 CB – n15 Steinernema sp. Reserva florestal Teodoro Sampaio, SP Fev/2003 CB – n23 Heterorhabditis sp. Canavial Lins, SP Fev/2003 CB – n25 Steinernema sp. Reserva florestal Mogi Guaçu, SP Mar/2004

(3)

Heterorhabditis sp. CCA / UFSCar foram obtidos a partir de população inicial fornecida pelo Departamento de Biotecnologia Vegetal da UFSCar – Campus de Araras (SP). Os demais isolados foram cedidos pelo Laboratório de Controle Biológico, mantido no Banco de Entomopatógenos “Oldemar Cardim Abreu”, pertencente ao Instituto Biológico de São Paulo, em Campinas (SP).

A multiplicação dos isolados foi feita utilizando-se lagartas de Galleria mellonella L. e a extração dos juvenis infectantes (JI) com o auxílio de armadilha de White (White, 1927), seguido pelo método de Baermann (Southey, 1970). O armazenamento dos JI foi, no máximo, de cinco dias, antes da instalação dos experimentos.

O trabalho foi dividido em cinco experimentos, que seguiram a mesma metodologia, exceto para o primeiro, que diferiu dos seguintes no volume da suspensão, na temperatura, no número de tratamentos e conseqüentemente no número total de parcelas.

Os operários e soldados de C. cumulans foram coletados em pastagens próximas a Fazenda Experimental Lageado, pertencente à Faculdade de Ciências Agronômicas / UNESP, na região de Botucatu (SP).

Nos experimentos, foi mantida uma placa de Petri contendo cinco lagartas de G. mellonella para cada isolado testado, para a verificação da infectividade. Utilizou-se o isolado de S. carpocapsae como padrão em todos os experimentos.

Primeiro experimento. Foi constituído de quatro tratamentos para os operários e soldados: 1,5 ml de suspensão com 5.000 JI de S. carpocapsae, 1,5 ml de suspensão com 5.000 JI de S. glaseri Santa Rosa, 1,5 ml de suspensão com 5.000 JI de Heterorhabditis sp. CCA / UFSCar, e a testemunha, com 1,5 ml de água destilada. Os tratamentos tiveram 10 repetições. Cada parcela foi constituída por uma placa de Petri, com papel de filtro umedecido com água ou suspensão de nematóide, contendo cinco insetos cada, totalizando 80 parcelas (60 parcelas com nematóides e 20 parcelas sem nematóides). As placas foram mantidas em BOD na temperatura de 25 oC. As avaliações foram realizadas

a cada 24 horas. Em cada avaliação, os insetos mortos foram contados, separados e acondicionados

individualmente em placa de Petri, de 2 cm de diâmetro e com papel de filtro umedecido, e mantidas a 25 oC

no escuro. Após 4 dias da morte, cada cupim acondicionado foi dissecado e examinado para verificação do nematóide no inseto.

Segundo ao quinto experimentos. Foram conduzidos de forma semelhante ao primeiro, diferindo no volume da suspensão (2 ml), na temperatura de condução (24 oC), no número de

tratamentos e conseqüentemente o número total de parcelas. Os tratamentos utilizados foram: S. carpocapsae, S. glaseri Santa Rosa, Heterorhabditis indica CB – n05, Steinernema sp. CB – n06 e testemunha, para o segundo experimento; S. carpocapsae, Steinernema sp. CB – n09, Heterorhabditis sp. CB – n10, Heterorhabditis sp. CB – n23 e testemunha, para o terceiro; S. carpocapsae, Steinernema sp. CB – n08, Steinernema sp. CB – n15, Steinernema sp. CB – n25 e testemunha, para o quarto; e S. carpocapsae, H. indica CB – n05, Heterorhabditis sp. CB – n13 e testemunha, no quinto experimento.

Análise estatística. Os dados de mortalidade diária, usados para cálculo da porcentagem de mortalidade acumulada dos insetos testados, foram transformados em √√√√√x + 0,5 e submetidos à análise de variância, sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5 %, com auxílio do programa computacional Sanest [Departamento de Matemática e Estatística, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” / USP, Piracicaba (SP)].

Resultados e Discussão

Primeiro experimento. Para os operários, S. carpocapsae proporcionou mortalidade acumulada de 86 % no 5o dia de avaliação, diferindo dos demais

tratamentos (Figura 1). No 9o dia, tal mortalidade

chegou a 100 %. Com mortalidade de 48 e 26 %, respectivamente, Heterorhabditis sp. CCA / UFSCar e S. glaseri Santa Rosa não diferiram da testemunha (36 %).

Para os soldados (Figura 2), S. carpocapsae e Heterorhabiditis sp. CCA / UFSCar mostraram-se eficientes, com mortalidade de 100 % para S. carpocapsae, no 1o dia e 84 % para Heterorhabditis sp.

(4)

Figura 1 – Mortalidade acumulada (%) dos operários de C. cumulans expostos a isolados de S. carpocapsae, S. glaseri Santa Rosa e

Heterorhabditis sp. CCA/UFSCar, e na testemunha, durante 10 dias. Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de

Tukey a 5%, comparadas no mesmo dia de avaliação.

a ab ab ab b b b b b b a a a a a a a a a a a b b b b b b b b b a ab b b b b b b b b 0 20 40 60 80 100 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Dias Após Inoculação

Testemunha S. carpocapsae S. glaseriSta Rosa Heterorhabditissp. CCA/UFSCar

Mor talidade Acumulada (%) b b b b c c c c b b a a a a a a a a a a b b b b b b a a a a b a a a a a a a a a 0 20 40 60 80 100

Testemunha S. carpocapsae S. glaseriSta Rosa Heterorhabditissp. CCA/UFSCar

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Dias Após Inoculação

Mor

talidade

Acumulada

(%)

Figura 2 – Mortalidade acumulada (%) dos soldados de C. cumulans aos isolados de S. carpocapsae, S. glaseri Santa Rosa e Heterorhabditis

sp. CCA/UFSCar, e na testemunha, durante 10 dias. Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%, comparadas no mesmo dia de avaliação.

(5)

Rosa, com 78 %, não diferiu dos demais isolados. Na testemunha, a taxa foi de 26 % no 7o dia de avaliação

até o encerramento do experimento, no 10o dia.

Portanto, os operários de C. cumulans mostraram-se mais suscetíveis a S. carpocapsae do que a S. glamostraram-seri Santa Rosa e Heterorhabditis sp. CCA / UFSCar. Para os soldados, não ocorreram diferenças significativas entre os isolados testados no 7o dia, porém, comparado

a S. glaseri Santa Rosa, S. carpocapsae e Heterorhabditis sp. CCA / UFSCar proporcionaram maior taxa de mortalidade em tempo menor.Após a dissecação, foram encontrados nematóides em todos os insetos dos tratamentos com nematóides, confirmando-se a infecção (Tabela 2).

Segundo experimento. Para os operários (Figura 3), S. carpocapsae proporcionou a maior mortalidade acumulada, 32 % no 1o dia, diferindo dos demais

isolados. No 9o dia, S. car pocapsae apresentou

mortalidade de 100 %, não diferindo de H. indica CB – n05, com 60 %. No 10o dia, S. glaseri Santa Rosa,

com 46 %, não diferiu de Heterorhabditis indica CB – n05 (64 %) e Steinernema sp. CB – n06 (54 %). A testemunha apresentou mortalidade de 14 % no 10o

dia, diferindo dos demais tratamentos.

Para os soldados, S. car pocapsae apresentou mortalidade acumulada de 100 % no 1o dia (Figura 4).

No 3o dia, a taxa de 68 % de H. indica CB – n05 não

diferiu da apresentada por S. carpocapsae, enquanto para Tabela 2 – Número médio de nematóides encontrados por espécimes mortos de operários e soldados do cupim de montículo,

Cornitermes cumulans.

Operários Soldados

Nematóides JI1 A2 JI A

S. carpocapsae 530,1 17,1 9,9 2,0

S. glaseri Santa Rosa 987,0 19,6 502,3 10,6

Heterorhabditis sp. CCA/UFSCar 28,3 13,7 184,8 18,3

1JI = juvenis infectantes 2A = adultos

Figura 3 – Mortalidade acumulada (%) dos operários de C. cumulans expostos aos isolados de S. carpocapsae, S. glaseri Santa Rosa, H.

indica CB – n05 e Steinernema sp. CB – n06, e na testemunha, durante 10 dias. Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo

teste de Tukey a 5%, comparadas no mesmo dia de avaliação.

c c c c d c c d d b a a a a a a a a a a b b bc bc cd bc bc cd cd b ab ab b b b b b bc bc b b b b b b b b b bc b 0 20 40 60 80 100 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Dias Após Inoculação

Testemunha S. carpocapsae S. glaseriSta Rosa H. indicaCB - n05 Steinernemasp. CB - n06

Mor

talidade

Acumulada

(6)

S. glaseri Santa Rosa isso ocorreu no 5o dia, com 90 %,

e no 7o dia para Steinernema sp. CB – n06, com 80 %.

No 7o dia, a testemunha apresentou mortalidade de

76 %, não diferindo de Steinernema sp. CB – n06. De todos os insetos dissecados obtiveram-se nematóides, comprovando-se a infecção (Tabela 3).

Terceiro experimento. Para os operários, S. carpocapsae proporcionou mortalidade acumulada de 100 % no 4o dia, diferindo dos demais isolados e da

testemunha (Figura 5). Nessa avaliação, as mortalidades de Heterorhabditis sp. CB – n10, Steinernema sp. CB – n09 e Heterorhabditis sp. CB – n23

foram de 12, 18 e 24 % e para a testemunha de 12 %. No 10o dia, Steinernema sp. CB – n09 proporcionou 58

% de mortalidade, semelhante à de S. carpocapsae. Contudo, as mortalidades proporcionadas por Steinernema sp. CB – n09 e Heterorhabditis sp. CB – n23 não diferiram da causada por Heterorhabditis sp. CB – n10. No 10o dia, a testemunha, com 12 %, não diferiu

apenas de Heterorhabditis sp. CB – n10.

Para os soldados, a mortalidade proporcionada por S. carpocapsae foi de 100 %, no 1o dia (Figura 6).

Contudo, já no 2o dia, as mortalidades de Heterorhabditis

sp. CB – n10 e Heterorhabditis sp. CB – n23 não Figura 4 – Mortalidade acumulada (%) dos soldados de C. cumulans expostos aos isolados S. carpocapsae, S. glaseri Santa Rosa, H. indica

CB – n05 e Steinernema sp. CB – n06, e na testemunha, durante 10 dias de avaliação. Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%, comparadas no mesmo dia de avaliação.

a a b b c c d c d c a a a a a a a a a a a a a a a a bc b c b a a a a ab a ab a b bc a a a ab b b c b c bc 0 20 40 60 80 100 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Dias Após Inoculação

Testemunha S. carpocapsae S. glaseriSta Rosa H. indicaCB - n05

Mor

talidade

Acumulada

(%)

Steinernemasp. CB - n06

Tabela 3 – Número médio de nematóides encontrados por espécimes mortos de operários e soldados do cupim de montículo,

Cornitermes cumulans.

Operários Soldados

Nematóides JI1 A2 JI A

S. carpocapsae 445,6 4,5 18,7

-S. glaseri Santa Rosa 846,0 -3 29,6

-H. indica CB – n05 25,9 - 58,4 4,0

Steinernema sp. CB – n06 19,0 4,4 57,4

-1Juvenis infectantes 2Adultos

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Figura 5 – Mortalidade acumulada (%) dos operários de C. cumulans expostos aos isolados S. carpocapsae, Steinernema sp. CB – n09,

Heterorhabditis sp. CB – n10, Heterorhabditis sp. CB – n23, e na testemunha, durante 10 dias. Médias seguidas de mesma letra não diferem

entre si pelo teste de Tukey a 5%, comparadas no mesmo dia de avaliação.

Figura 6 – Mortalidade acumulada (%) dos soldados de C. cumulans expostos aos isolados S. carpocapsae, Steinernema sp. CB – n09,

Heterorhabditis sp. CB – n10, Heterorhabditis sp. CB – n23, e na testemunha, durante 10 dias. Médias seguidas de mesma letra não diferem

entre si pelo teste de Tukey a 5%, comparadas no mesmo dia de avaliação.

c c c b b b b c b bc a a a a a a a a a a ab b bc b b b b b bc b bc bc bc bc b b b b b c b b b b b b b b b bc 0 20 40 60 80 100

Testemunha S. carpocapsae Steinernemasp. CB - n09 Heterorhabditissp. CB - n10 Heterorhabditissp. CB - n23

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Dias Após Inoculação

Mor talidade Acumulada (%) c c c c c b b b a a a a a a a a a a a a b b b b b a a a a a b ab a a a a a a a a b a a a a a a a a a 0 20 40 60 80 100

Testemunha S. carpocapsae Steinernemasp. CB - n09 Heterorhabditissp. CB - n10 Heterorhabditissp. CB - n23

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Dias Após Inoculação

Mor

talidade

Acumulada

(8)

diferiram daquela de S. carpocapsae, sendo de 64 e 96 %, respectivamente. No 6o dia, o mesmo ocorreu para

o tratamento com Steinernema sp. CB – n09, atingindo 70 %. A testemunha, com 84 % no 9o dia, não diferiu

dos isolados testados. Após a dissecação, todos os insetos apresentaram a presença de nematóides em seu interior, confirmando-se a infecção (Tabela 4).

Quarto experimento. Para os operários, S. carpocapsae proporcionou mortalidade de 100 % no 4o dia (Figura 7), mas, para os demais isolados e

testemunha, tal mortalidade mostrou-se inexpressiva, sendo de 4, 12, 16 e 30 % para Steinernema sp. CB –

n25, testemunha, Steinernema sp. CB – n08 e Steinernema sp. CB – n15, respectivamente. No 9o dia, Steinernema

sp. CB – n15, com 70 %, não diferiu de S. carpocapsae; contudo, Steinernema sp. CB – n08 e Steinernema sp. CB – n25 não proporcionaram mortalidades significativas em comparação com S. carpocapsae e Steinernema sp. CB – n15.

Para os soldados (Figura 8), S. carpocapsae causou mortalidade de 100 % no 1o dia, diferindo das

proporcionadas por Steinernema sp. CB – n25, Steinernema sp. CB – n08, Steinernema sp. CB – n15 e pela testemunha, que foram de 12, 14, 36 e 4 %,

Tabela 4 – Número médio de nematóides encontrados por operários e soldados mortos do cupim de montículo, Cornitermes. cumulans.

Operários Soldados Nematóides JI1 A2 JI A S. carpocapsae 263,6 -3 12,2 -Steinernema sp. CB – n09 157,2 - 10,5 -Heterorhabditis sp. CB – n10 45,9 - 21,2 2,3 Heterorhabditis sp. CB – n23 87,4 - 21,5 -1Juvenis infectantes 2Adultos 3Não detectados

Figura 7 – Mortalidade acumulada (%) dos operários de C. cumulans expostos aos isolados S. carpocapsae, Steinernema sp. CB – n08,

Steinernema sp. CB – n15 e Steinernema sp. CB – n25, e na testemunha, durante 10 dias. Médias seguidas de mesma letra não diferem

entre si pelo teste de Tukey a 5%, comparadas no mesmo dia de avaliação.

b b c c c bc bc bc bc bc a a a a a a a a a a b b c bc bc bc bc bc bc bc a a b b b b b b b b b b c c c c c c c c 0 20 40 60 80 100 Mor talidade Acumulada (%)

Testemunha S. carpocapsae Steinernemasp. CB - n08 Steinernemasp. CB - n15 Steinernemasp. CB - n25

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

(9)

respectivamente. No 3o dia, para Steinernema sp. CB –

n15, e no 7o dia para Steinernema sp. CB – n08, as

mortalidades foram de 66 e 64 %, não diferindo da obtida para S. carpocapsae. No 9o dia, a testemunha,

com 84 %, não diferiu dos isolados testados, exceto Steinernema sp. CB – n25, que apresentou 52 % e diferiu dos demais tratamentos. Após a dissecação, foram encontrados nematóides em todos os insetos inoculados, confirmando-se a infecção (Tabela 5).

Quinto experimento. Para os operários (Figura 9), no 1o dia, S. carpocapsae apresentou mortalidade de

52 %, diferindo significativamente dos demais isolados. No 3o dia, tal mortalidade foi de 100 %, diferindo de

H. indica CB – n05 e Heterorhabditis sp. CB – n13, com

52 e 24 %, respectivamente. O isolado H. indica CB – n05 proporcionou 64 % no 6o dia, que não diferiu do

resultado obtido para S. carpocapsae. O mesmo ocorreu com Heterorhabditis sp. CB – n13 no 7o dia, que

apresentou mortalidade de 74 %.

Para os soldados (Figura 10), no 1o dia, a

mortalidade foi de 100 % para S. carpocapsae, diferindo significativamente de H. indica CB – n05 e Heterorhabditis sp. CB – n13, com 32 e 64 %, respectivamente. Porém, no 2o dia, Heterorhabditis sp.

CB – n13 com 90 % e H. indica CB – n05 com 92 % já não diferiram de S. carpocapsae. Em todos os insetos dissecados foram encontrados nematóides, confirmando-se a infecção (Tabela 6).

Figura 8 – Mortalidade acumulada (%) dos soldados de C. cumulans expostos aos isolados S. carpocapsae, Steinernema sp. CB – n08,

Steinernema sp. CB – n15 e Steinernema sp. CB – n25, e na testemunha, durante 10 dias. Médias seguidas de mesma letra não diferem

entre si pelo teste de Tukey a 5%, comparadas no mesmo dia de avaliação.

a a b c c c c b c c a a a a a a a a a a a a ab ab b b b b c bc a a a a a a a a b b b b b bc bc bc bc b c bc 0 20 40 60 80 100

Testemunha S. carpocapsae Steinernemasp. CB - n08 Steinernemasp. CB - n15 Steinernemasp. CB - n25

Mor

talidade

Acumulada

(%)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Dias Após Inoculação

Tabela 5 – Número médio de nematóides encontrados por operários e soldados mortos do cupim de montículo, Cornitermes cumulans.

Operários Soldados Nematóides JI1 A2 JI A S. carpocapsae 359,2 58,2 7,9 0,6 Steinernema sp. CB – n08 243,2 2,0 58,6 46,0 Steinernema sp. CB – n15 15,9 0,4 1,6 2,3 Steinernema sp. CB – n25 12,6 1,0 6,6 1,0 1Juvenis infectantes 2Adultos

(10)

Figura 9 – Mortalidade acumulada (%) dos operários de C. cumulans aos isolados de S. carpocapsae, H. indica CB – n05, Heterorhabditis sp.

CB – n13, e na testemunha, durante 10 dias. Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%, comparadas no mesmo dia de avaliação.

Figura 10 – Mortalidade acumulada (%) dos soldados de C. cumulans aos isolados de S. carpocapsae, H. indica CB – n05, Heterorhabditis

sp. CB – n13, e na testemunha, durante 10 dias. Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%, comparadas no mesmo dia de avaliação.

b b b b b b b b b d a a a a a a a a a a a a a a a a a a a b a a a a a a a a a c 0 20 40 60 80 100

Testemunha S. carpocapsae Heterorhabditissp. CB - n13 H. indicaCB - n05

Mor

talidade

Acumulada

(%)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Dias Após Inoculação

b b b b c c c c b b a a a a a a a a a a a a a a b b b c b b a a a a ab b b b b b 0 20 40 60 80 100 Mor talidade Acumulada (%)

Testemunha S. carpocapsae Heterorhabditissp. CB - n13 H. indicaCB - n05

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

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Tabela 6 – Número médio de nematóides encontrados por operários e soldados mortos do cupim de montículo, Cornitermes cumulans. Operários Soldados Nematóides JI1 A2 JI A S. carpocapsae 435,6 12,1 23,5 2,0 H. indica CB – n05 28,3 -3 46,9 2,6 Heterorhabditis sp. CB – n13 24,4 1,5 2,6 0,3 1Juvenis infectantes 2Adultos 3Não detectados

Os resultados obtidos em todos os experimentos demonstraram que S. carpocapsae diferiu significamente dos demais isolados estudados quanto à mortalidade acumulada, desde o 1o dia após a inoculação, para

ambas as castas de C. cumulans, revelando-se um agente bastante virulento contra esse inseto quando testado em condições de laboratório. Tal resultado vem corroborar aqueles obtidos por Souza (2006), que verificou que S. feltiae e S. carpocapsae foram mais virulentos contra C. cumulans do que os demais isolados testados em laboratório. Segundo relatos de Passos & Alves, citados por Grewal et al. (2001), a espécie S. carpocapsae também causou alta mortalidade dos operários e soldados de cupins da espécie Heterotermes tenuis (Isoptera: Rhinotermitidae) em estudo de laboratório.

Assim, S. carpocapsae mostrou-se a espécie mais promissora para ser utilizada no controle do cupim de montículo, C. cumulans, uma vez que ambas as castas, operários e soldados, foram suscetíveis à sua ação. Entretanto, pesquisas utilizando NEPs no controle dessa espécie de cupim de montículo ainda são bastante escassas, limitando assim a comparação entre resultados. Portanto, são necessários mais estudos sobre o tema, inclusive sob condições de campo, para que os potenciais destes agentes biológicos no controle de C. cumulans, em particular de S. carpocapsae, sejam confirmados e, eventualmente, ainda melhor evidenciados.

Agradecimentos

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela concessão da bolsa de estudos ao primeiro autor.

Literatura citada

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Referências

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