Efeito do tempo pós-prensagem na dureza de
superfície e resistência ao impacto de
resinas acrílicas
Effect of the
post-pressing
time on superficial hardness and impact strength
of acrylic resins
Passo Fundo,v. 9, n.1, p. 103-108, jan./jun. 2004
Maurício Ten]!' Rafael Leonardo Xediek Conssni! Marcelo Ferraz Mesquite'
Marco Polo Merchese'
Introdução
A resina acrílica termopoli-merizável é o material mais comu
-mente empregado para a confecção de bases de próteses totais e remo
-víveis. Vários métodos de processa-mento de resinas acrílicas termo
-polimerizáveis foram introduzidos na odontologia com a finalidade de produzir bases de próteses mais precisas, resistentes e polidas, objetivando maior conforto aos pacientes e atendimento aos requi-sitos de estabilidade, retenção e es-tética (PHILLIPS, 1993).
Na tentativa deminimizar os problemas oriundos da técnica convencional, como longo tempo de polimerização (PEYTON e ANTHONY, 1963), outros pesqui-sadores buscaram introduzir novos procedimentos técnicos, visando melhorar também as característi
-cas mecâni-cas da resina acrílica. Entretanto, todas as técnicas pro
-postas exigem cuidados
Iabora-, Professor Doutor da áreaPrótese Dental eOclusão -Faculdade de Odontologia del.ins, Unirnep; rnestre
eDoutor ern Clínica Odontológica (área Prótese Dental) - Faculdade de Odontologia de Piracicaba.
Unicarnp.
Professor Colaborador da área PróteseTotal; rnestre e Doutor em Clínica Odontológica -Faculdade de
Odontologia dePiracicaba, Unicarnp.
3 Professor Associado da área Prótese Total - Faculdade deOdontologia dePiracicaba, Unicarnp. Professor Doutor da áreaPrótese Dental eOclusão. coordenador docursodaFaculdade deOdontologia de Lins, Unirnep.
Recebido em:16-04-2003 I aceito em:15-12-03
toriais similares, necessários para o correto processamento do
mate-rial, principalmente tempo
pós-prensagem, controle da temperatu-ra e ciclodepolirnerização(NISHII,
1968;CLERCK, 1987;BORGES et
al.,2001).
De acordo com Craig (1996), o processo de rápida polimerização foi possível pela associação de
agentes polimerizantes químico e
térmico na formulação do
mate-rial. Embora a polimerização fosse mais rápida,segundoDixon,Breeding, Ekstrand, (1992),a base não seria
comprometida pela porosidade e
distorção decorrentes da
prematu-ra evapoprematu-ração domonômero e da
rápida contração depolimerização.
Com as novas técnicas de
processamento, ouso de resinas
acrílicas formuladas especialmen-te para polimerização por energia de microondas possibilitou a cura
desses materiais em apenas três
minutos, utilizando o fenômeno da vibração das moléculas do monô
-mero para produzir calor (CLERCK,
1987), produzindo bases de pró-teses com adaptação e estabilidade
semelhantes às do método
tradi-cional (SALIM, SADAMORI,
HA-lVIADA,1992).
Tanji et al.(2000)mostraram que a resistência ao impacto era similar nas resinas acrílicas Clás-sico,QC-20 e Onda-Cryl, ao passo que Truong eThomaz (1988) veri
-ficaram que osvalores dedureza e de resistência ao impacto não eram afetados pelos ciclos de polimeri-zação convencional e por microon-das.Por outro lado,a magnitude da
dureza era inversamente
propor-cional à quantidade de monômero
residual (JAGGER, 1978).
Considerando que o tempo
pós-prensagem também era uma
variável importante e podia
in-fluenciar ounão outros aspectos no
processamento da prótese total,
Kimpara e Muench (1996) verifica-ram que a magnitude da alteração dimensional da base da prótese não
era influenciada pela
polimeri-zação imediata ou 24 horas após a prensagem da resina acrílica. Por outrolado, a alteração dimensional das bases de prótese total proces-sadas pelatécnica tradicional
exer-104
ceu efeito marcante sobre os tem-pos pós-prensagem imediato, 6,12 e24 horas (CONSANI etal., 2001).
Trabalho recente mostrou
que os ciclos depolimerização re-comendados pelos fabricantes não influenciaram nos valores de resis-tência ao impacto das resinas acrílicas Clássico, QC-20 e Onda-Cryl, embora o fizessem nos valo
-res deresistência à dureza de su-perfície. (TANJI et al.,2002). En-tretanto, Borges et al. (2001)
veri-ficaram que o menor valor de
du-reza era obtido pelo método con-vencional, ao passo que a rugosida-de e aporosidade sofriam
influên-cia do tempo pós-prensagem, em
diferentes ciclosde polimerização. Com base nessas considera
-ções, o propósito deste estudo foi verificar a importância do tempo
pós-prensagem sobre a dureza de
superfície e aresistência ao impac-to das resinas acrílicas Clássico, QC-20 e Onda-Cryl.
Mater
i
ai
s
e método
Os materiais utilizados na
confecçãodos corpos-de-prova para cada grupo(n=10)foramasresinas acrílicas termopolimerizáveis Clás-sico(Artigos Odontológicos Clássi-co Ltda., São Paulo), QC-20
(Dentsply De Trey lnd. e Com.
Ltda, RiodeJaneiro) e Onda-Cryl
(Artigos Odontológicos Clássico
Ltda, SãoPaulo). Aresina Clássi
-co é de -composição -convencional, baseada no polimetilmetacrilato; a
resina QC-20éum co-polímero de
metilmetacrilato e n-butilmeta-crilato, com polimerização tam
-bém química, e aresina Onda-Cryl é um co-polímero de metilmeta-crilato, todas ativadas termicamen-te.
Foram utilizadas três matri
-zes retangulares dealumínio,
me-dindo 65xl0 mm na superfície
su-perior, 64x9 mm na superfície in
-ferior e espessura de 3 mm
(STOLF, CONSANI, RUHNKE, 1985; TANJI et aI.,2000), asquais
foram moldadas com silicone por
condensação (Zetalabor) eos mol-des contendo as matrizes incluídos em muflas metálicas ede fibra de
vidro pela técnica de rotina. Em seguida, as muflas foram abertas e ascondições dos moldes desilicone
examinadas quanto à qualidade de
inclusão. Apósaremoção das ma-trizes dos moldes de silicone, os
sessenta corpos-de-prova (n=10)
em resina acrílica foram confecci
-onados com osmateriais manipu
-lados, seguindo as recomendações do fabricante, epolimerizados de acordo com: Grupo I:resina Clás-sico- polimerização imediata; após
a prensagem final, colocação na
termopolimerizadora automática
Termotron (Modelo PI00;
Termotron Equipamentos;
Piracicaba, SP), com água àtem
-peratura ambiente, para o ciclo de polimerização de 74°C por 9 horas.
Em seguida, foram esfriadas em
água de polimerização até atingir atemperatura ambiente. Grupo II: resina Clássico - polimerização 24
horas após a prensagem,
metodologia de polimerização
idem à do Grupo I; Grupo lU: re-sina acn1ica QC-20 -polimerização imediata; após a prensagem final,
as muflas foram colocadas em
uma panela termostática de
pres-são (Panex Ltda, São Paulo, SP)
contendo água emebulição, por 20 minutos. Apósesseperíodo, as
mu-flas foram removidas da água e
esfriadas à temperatura ambiente. Grupo IV: resina acrílica QC-20 -polimerização 24 horas apósa
pren-sagem, metodologia de
polimeri-zação idem à do Grupo lU. Grupo V:resina acrílica Onda-Cryl- poli-merização imediata; após a pren-sagem final, as muflas de fibra de vidro foram submetidas ao
aqueci-mento em forno de microondas
para uso doméstico da marca
Sa-nyo - Modelo EM-804 TGR, com
freqüência de 2450Mhz e potência de1100watts, durante 10 minutos; na seqüência, 3 minutos à potên-cia 40%(1ª fase), 4 minutos à po-tência 0%(2ª fase) e 3 minutos à potência 80%(3ªfase). As muflas
foram esfriadas à temperatura
ambiente. Grupo VI:
polimeriza-ção 24 horas após a prensagem,
metodologia de polimerização
idem àdoGrupo V.
Os corpos-de-prova foram re-movidos após esfriamento das
fias e submetidos ao acabamento com pontas abrasivas elixas com abrasividade decrescente. O poli-mento foi realizado num torno de bancada comescovas branca e pre
-ta com pas-tas de água-pedra po-mes, água-branco-de-espanha e ponta defeltro compasta univer -sal Rota (Rota Indústria e Comér
-cio Ltda., São Paulo, SP).
Dureza desuperfície: Adure
-za Knoop desuperfície dos corpos-de-prova foi verificada num mi -crodurômetro Shimadzu, calibrado com carga de 25 gramas durante 10 s, através de três penetrações efetuadas em cada uma das três áreas de superfície (central eduas extremidades), totalizando nove penetrações em cada corpo-de-pro -va.
Resistência ao impacto: Os
corpos-de-prova foram submetidos ao teste de resistência ao impacto numa máquina Wolpert-Werke (Ludwigshafen-On-Rhine, Alema -nha), usando o sistema Charpy (apoio nas extremidades e impac-to na porção central). A força de impacto para o teste foi de 40 kpcm (quilograma/centímetro da ação do impacto), com o corpo-de-prova posi~ionado numa abertura de 40 mm entre os apoios. O valor do trabalho deimpacto obtidono mo-mento da fratura (Ti)docorpo-de -prova foi transformado em resis -tência ao impacto (kgf/cm"), atra
-vés da seguinte fórmula: Ri = Til L.e, onde: Ri =resistência ao im -pacto (kgf/cm"), Ti = trabalho de impacto realizado (kg),L= largu-ra do corpo-de-prova no seu centro (em), e = espessura do cor po-de-prova no seu centro (em).
Osdados de ambos o ensaios foram submetidos à análise de variância e aoteste de Tukey em nível de 5%de significância.
R
esu
ltad
os
Para a variável dureza, consi-derando o tempo imediato, a maior média foi obtida pela resina Onda-Cryl, estatisticamente dife -rente das demais; amenor média foi obtida pela resina QC-20 e a
Passo Fundo, v. 9, n. 1,p.103-108, jan./jun. 2004
intermediária pela Clássico.Nesta variável os valores dostrês produ -tos apresentaram diferença esta-tisticamente significativa (Tab. 1).
Quando foram considerados os valores dedureza no fator tem-po de 24 horas (Tab. 2), a maior média de dureza foi obtida pela resina Onda-Cryl, significanteme n-te maior que a menor média, obti -da pelaresina QC-20;aresina Clás
-sico mostrou média intermediária, não apresentando diferença esta -tisticamente significativa quando comparada com Onda-Cryl e QC-20.
Quando foram consideradas as médias dos valores de dureza Knoop em função dostempos, so
-mente aresina acrílica Onda-Cryl não apresentou diferença estatis ti-camente significativa (Tab. 3).
Para a variável resistência ao impacto em função do material, considerando o fator tempo ime -diato (Tab. 4), observa-se que não houve diferença estatisticamente significativa.
Quando foi considerada ava -riável resistência ao impacto em função do material, considerando 24horas do fator tempo (Tab. 5), a menor média foi obtida pela resi
-na QC-20,com diferença es tatisti-camente significativa quando com-parada com as maiores médias, obtidas pelas resinas Clássico e Onda-Cryl, ambas sem diferença estatística entre si.
Houve diferença estatistica
-mente significativa somente em função domaterial QC-20 quando ostempos imediato e24horas fo
-ram comparados (Tab.6). Tabela 1: Médias dos valores eledureza Knoop em função domaterial, considerando o fator tempo imediato. Resinas acrílicas Médias de resistência D.P.ao impacto' . 5% Clássico 14,64 1,05 b QC-20 Onda-Cryl 18,43 1,12 a
Médias seguidas porletras distintas diferem entre sipeloteste deTukey, emnível de 5%de significãncia.
Tabela 2: Médias dos valores de dureza Knoop e desvio-padrão em fun
-ção do material, considerando 24 horas do fator tempo. Clássico 17,56 3,11 .. ~-... ---"--'-;J'---:-'~:"''' QC-20 16,07 Onda-Cryí 19,34 2,01 ab a
Médias seguidas porletras distintasdiferementre sipelotestede Tukey, em nível de 5%de significância,
Resinas acrilicas
Tabela 3: Médias dos valores de dureza Knoop edesvio-padrão em função do tempo.
Imediato D.P. 5% 24 horas D.P. 5%
QC-20 11,11 0,96
Onda-Cryl
b 16,07 1,21 a
1,12 a
Médias seguidas porletras distintas nalinha diferementre si peloteste deTukey, em nível de 5%
de sigriificância.
Tabela 4: Médias dos valores deresistência aoimpacto (kgf/crri') edesvio- pa-drão emfunção do material, considerando o fator tempo imediato.
Clássico 7,45 1,09 a
Médias seguidas porletrasiguaisnaodiferem entre si pelo teste deTukey, em nívelde
5%designificância.
Tabela 5: Médias dos valores deresistência aoimpacto (kgf!crri') edesvio-pa
-drão em função do material, considerando 24 horasdo fator tempo.
Clássico 7,33 0,70 a
Onda-Cryl 7,46 1,03 a
Médias seguidas porletras distintas diferem entre sipeloteste deTukey, emnívelde
5%designificância.
Tabela 6: Médias dos valores deresistência ao impacto (kgf!cm2) em função
do tempo.
Imediato D. P. 5% 24 horas D.P. 5%
QC-20 8,12 0,66 a 5,51 1,10 b
Médias seguidas por letras distinas nalinha diferementre sipeloteste deTukey, em • nível de 5%de significância.
Di
s
cus
sã
o
o
ensaio de dureza Knoopavalia a capacidade do corpo- de-prová em resistir àpenetração de uma ponta de diamante. Areper
-cursão clínica deste ensaio mostra a possibilidade de aresina ser
fa-cilmente abrasionada em virtude
dosbaixos valores de dureza apre
-sentados (CRAIG,1996).De acordo comNeisser et al.(2001), a longe-vidade do polimento das próteses totais está diretamente ligada à
dureza desuperfície, de modo que, quanto maior for a dureza de su-perfície, tanto maior será a resis -tência àabrasão porescovação.
Quando adureza desuperfície foi analisada em função do mate
-rial, considerando o fator tempo imediato, verificou-se (Tab.1) que os valores obtidos apresentaram diferença estatisticamente signifi cativa. Neste trabalho, a resina Onda-Cryl mostrou o maior valor
106
dedureza desuperfície e a resina
QC-20, o menor valor, ficando a resina Clássico comvalores in
ter-mediários. A resina polimerizada
por energia de microondas tem mostrado maior valor de dureza quando comparada àquelas fo rmu-ladas para ciclos rápido e conven -cional (TANJI et a l., 2000; BORGES et aI., 2001), portanto, resultados semelhantes aos
encon-trados neste trabalho.
Acredita-se que a diferença
nos valores dadureza de superfície
entre esses materiais resultou da
diferença existente entre os níveis residuais do monômero em razão dos diferentes ciclos depolimeriz
a-ção. A dureza estabelece relação
inversamente proporcional àquan -tidade residual de monômero (JAGGER, 1978).
Os ciclos de polimerização mais longos promovem menores níveis de monômero residual
(AUSTIN e BASKER,1980),
comu-mente relacionados com valores de dureza. Os maiores valores de du-reza Knoop,em razão do material e do fator tempo de 24 horas (Tab. 2), foram obtidos com as resinas
acrílicas Onda-Cryl e Clássico. A literatura tem mostrado valores sem diferença estatisticamente significativa quando a resina acrí
-lica quimicamente ativada foi com-parada àresina polimerizada por
energia de microondas, indepen -dentemente do tempo pós-prensa -gem (TRUONGeTHOMAZ,1988);
portanto, resultados diferentes aos encontrados neste trabalho em re -lação à resina QC-20 com ativação
dupla.
Por outro lado, as resinas
acrílicas ativadas quimicamente
são significantemente menos du-ras que aquelas ativadas t
ermica-mente (VON FRAUNHOFER e
SUCHATAMPONG, 1975). Neste
trabalho, pode-se entender que,
apesar doscomponentes para rea -çãodeativação química adicional à ativação térmica, contidos na
resina QC-20, os resultados não apresentaram diferença esta
tisti-camente significativa apenas quan -do comparados com a de resina Onda-Cryl. Esse resultado parece indicar que, embora oselementos da composiçãoquímica dos produ -tos comerciais avaliados neste es -tudo sejam similares, as taxas de
conversão para transformar monô
-mero em polímero foram, prova -velmente, diferentes em cada pr o-duto.
Entretanto, quando foram
comparados os valores de dureza entre materiais dentro do fator pós-prensagem, verificou-se (Tab.
3) que nãohouve diferença estatis-ticamente significativa entre os tempos somente com o material
Onda-Cryl. Trabalho recente mos-trou quehouvediferença estatisti
-camente significativa na dureza
superficial daresina acrílicaQC-20 quando a polimerização ocorreu após 24 horas (BORGES et al., 2001), resultados esses similares aosencontrados neste trabalho.
Deacordo com Neisser et al. (2001), a resistência ao impacto é uma propriedade importante por
-que reduz a possibilidade de
ra da prótese total por queda aci -dental, fatorelativamente comum.
Nestetrabalho, não houve diferen
-ça estatisticamente significativa
nos valores de resistência ao im -pacto entre os materiais no tempo
imediato (Tab.4).Esses resultados
são similares aos encontrados por
Tanji et al.(2000) quando verifica
-ram quenão havia diferença esta
-tisticamente significativa nosvalo
-res deresistência ao impacto nas resinas com polimerização imedia
-ta. Osciclosde polimerização c on-vencional, rápido epor microondas também não influenciaram nos va
-lores de resistência ao impacto da
resina acrílica Clássico, embora o tenha feito na resina Onda-Cryl
(TANJl etal., 2002).
Segundo Anusavice (1998), a composição básica dostrês pr odu-tos éO poli-metilmetacrilato, com
reforçosmonoméricos para per mi-tir a formação de co-polímeros de
ligação cruzada. Assim, a energia absorvida no impacto por esses produtos foi semelhante, isto é,
todas com valores similares de
resiliência, oque proporcionou va
-loresdefratura sem diferença esta
-tisticamente significativa.
Portanto, nas condições des
-•
te ensaio não foi possível
confir-mar a assertiva deque as resinas polimerizadas porciclo longo apre
-sentàrn maiores características
para absorção de energia em virt u-de da formação de cadeias longas
de polímeros com alto peso mole
-cular quando comparadas às poli
-merizadas porenergia de microon
-das, de cadeias curtas com baixo
peso molecular (HAYDEN, 1986).
Entretanto, Cury, Rrodrigues
Junior, (1994) afirmaram queexis
-tem diferenças entre os valores de resistência ao impacto obtidos pe -las resinas formuladas para
micro-ondas, termo-ativadas em ciclo
longo de água aquecida e quimi
ca-mente ativada.
Quando foianalisada aresis
-tência ao impacto em função do
material, considerando 24 horas do
fator tempo (Tab. 5), verificou-se que amenor média foi obtida pela resina QC-20, comdiferença esta
-tisticamente significativa quando comparada com as maiores mé
-Passo Fundo, v. 9, n. 1, p. 103-108, jan./jun. 2004
dias, obtidas pelas resinas Clássi
-coe Onda-Cryl. Esses resultados
estão de acordo com Neisser et
al.(2001) quando verificaram que a
resina Acron formulada para
mi-croondas apresentava maiores va
-lores de resistência ao impacto
quando comparada com a resina
QC-20.
Por outro lado, houve dife
-rença estatisticamente significati
-va em relação ao material QC-20
entre os tempos imediato e 24 ho
-ras (Tab. 6). Mesmo que Kimpara eMuench (1996) não tenham o
b-servado influência do tempo de
espera para polimerização nam
ag-nitude da resistência ao impacto dabase deprótese total, osresu
l-tados deste estudo mostram a evi
-dência do efeito do tempo pós
-prensagem, quando se verifica que o tempo imediato produziu maior
resistência ao impacto quando
comparado ao tempo de 24 horas.
Ainfluência da pós-prensagem so
-bre os valores de resistência ao impacto estabelece-se, provavel
-mente, em razão do
acomodamen-to da resina no interior da mufla, possibilitando adiminuição dos n
í-veisde monômero residual e o re
-laxamento das tensões impostas à
massa durante a prensagem do
material. Como relatado por C
on-sani et alo(2001), esse fato, porana -logia, pode não ter influenciado os resultados da resistência ao impac
-to dosmateriais quando otempofoi de 24horas.
Conclusão
• o
tempo pós-prensagem exer-ceu influência sobre a dureza
das três resinas apenas no tem
-po imediato, com maior valor para a resina Onda-Cryle menor para a QC-20.
• Em 24 horas, a Onda-Cryl apre
-sentou maior valor de dureza emrelação à QC-20e a Clássico
mostrou similaridade estatística com ambas.
• Quando ostempos foramcomp
a-rados, somente a Onda-Cryl não
mostrou diferença estatist ica-mente significativa.
• Otempo imediato não exerceu influêncianos valoresderesistên
-cia aoimpacto entre osmateriais.
• Em 24 horas, Clássico eOnda
-Cryl foram estatisticamente
di-ferentes de QC-20.
• Quando os tempos foramc
ompa-rados, somente QC-20 mostrou diferença estatisticamente sig
-nificativa.
Abstract
The influence of the post
-pressing time on the hardness, impact strenght variables inClás
-sico, QC-20and Onda-Cryl acrylic
resins was verified in six experi
-mental groups (n= 10):I- Clássi
-co:immediate polymerization at 74°C for 9 hours and cooling at
curing water. II- Clássico: polyme
-rization after 24 hours and cooling at curing water. lIr - QC-20:
immediate polymerization in
termostatic pan with boiling water
for 20 minutes and cooling at room
temperature. IV- QC-20: polyme -rization after 24hours and cooling
at room temperature. V - Onda
-Cryl: immediate polymerization by
microwave energy with 1l00W for
10 minutes and cooling at room
temperature. VI- Onda-Cryl:poly
-merization in microwave after 24
hours and cooling at roomtempe
-rature. The specimens wereremo
-ved after flasks cooling at room
temperature and submittedto po
-lishing by conventional procedure.
Subsequently, they were su
b-mitted to: a) hardness trials with
Shimadzu microdurometer with a
25-gram load for10seconds;b) im
-pact strength test with Charpy sys
-tem in a Wolpert machine. There
-sults, submitted to ANOVA and
Tukey's test, showed that: 1- in
the immediate post-pressing the
best hardness was showed bythe Onda-Cryl and the worstby QC-20 both with statistical significant difference. In the 24-hour post
-pressing time, Onda-Cryl showed
great hardness values with statis
-tical significant difference when compared to QC-20. Clássico resin
showed statistical similarity with both.When the post-pressing time wascompared, onlyOnda-Cryl did not present statistical significative
difference. No statistical si
gnifi-cant difference was observed
among resins in immediate post
-pressing time. In the 24-hour
post-pressing time, Clássicoand Onda-Crylresins did not showstatistical significant difference, however both were statistically different
from the QC-20 resin, with the
smaller value. When the post
-pressing time was compared, only
the QC-20 resin showed a value with statistical significant differen
-ce.The authors concludedthat the
post-pressing time influences only
in the hardness on the Onda-Cryl
acrylic resin. Similar results were
showed in the impact strength of
the QC-20acrylic resin, inthe 24
-hour post-pressing time.
Key words: hardness, impact
strength, acrylic resin.
•
108
R
e
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n
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Endereço para correspondência
Dr.MaurícioTanji RuaDomBosco2,3 Centro
CEP16400-815 -Uns,5P
E-mailmau: tanji@yahoo.com.br