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Volume 20 número 1 março 2002 ISSN

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Academic year: 2021

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Volume 20 número 1

março 2002

ISSN 0102-0536

SOCIEDADE DE OLERICULTURA DO BRASIL Journal of the Brazilian Society for Vegetable Science UNESP – FCA C. Postal 237 - 18.603-970 Botucatu – SP Tel.: (0xx14) 6802 7172 / 6802 7203 Fax: (0xx14) 6802 3438 E-mail: sob@fca.unesp.br www.hortciencia.com.br www.sobhortalica.com.br Presidente/President Rumy Goto UNESP-Botucatu Vice-Presidente/Vice-President

Nilton Rocha Leal UENF-CCTA

1º Secretário / 1st Secretary Arlete Marchi T. de Melo IAC 2º Secretário / 2nd Secretary Ingrid B. I. Barros UFRGS-Porto Alegre 1º Tesoureiro / 1st Treasurer Marcelo Pavan UNESP-Botucatu 2º Tesoureiro / 2nd Treasurer Osmar Alves Carrijo

Embrapa Hortaliças COMISSÃO EDITORIAL DA HORTICULTURA BRASILEIRA Editorial Committee C. Postal 190 - 70.359-970 Brasília – DF Tel.: (0xx61) 385 9051 / 385 9073 / 385 9000 Fax: (0xx61) 556 5744 E-mail: hortbras@cnph.embrapa.br Presidente / President

Leonardo de Britto Giordano Embrapa Hortaliças

Coordenação Executiva e Editorial / Executive and Editorial Coordination

Sieglinde Brune Embrapa Hortaliças

Editores / Editors

Ana Maria Resende Junqueira UnB

Antônio T. Amaral Jr. UENF-CCTA

Carlos Alberto Lopes Embrapa Hortaliças Celso Luiz Moretti Embrapa Hortaliças César Augusto B. P. Pinto UFLA

Clementino Marcos Batista de Farias Embrapa Semi-Árido Daniel J.Cantliffe University of Florida Eduardo S. G. Mizubuti UFV Egon J. Meurer UFRGS

Eunice Oliveira Calvete UFP

Francisco Bezerra Neto ESAM

João Carlos Athanázio UEL

José Ernani Schwengber UFPel

José Magno Q. Luz UFU

Marcelo Mancuso da Cunha IICA-MI

Maria Aparecida N. Sediyama EPAMIG

Maria do Carmo Vieira UFMS - CEUD - DCA Maria Urbana C. Nunes Embrapa Tabuleiros Costeiros Murillo Lobo Júnior

Embrapa Arroz e Feijão Paulo César R. Fontes UFV

Paulo César Tavares de Melo ESALQ

Renato Fernando Amabile Embrapa Cerrados Ricardo Antônio Ayub UEPG

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Programa de apoio a publicações científicas A revista Horticultura Brasileira é indexada pelo CAB, AGROBASE, AGRIS/FAO e TROPAG.

Horticultura Brasileira, v. 1 nº1, 1983 - Brasília, Sociedade de Olericultura do Brasil, 1983 Trimestral

Títulos anteriores: V. 1-3, 1961-1963, Olericultura. V. 4-18, 1964-1981, Revista de Olericultura.

Não foram publicados os v. 5, 1965; 7-9, 1967-1969. Periodicidade até 1981: Anual.

de 1982 a 1998: Semestral de 1999 a 2001: Quadrimestral a partir de 2002: Trimestral

1. Horticultura - Periódicos. 2. Olericultura - Periódicos. I. Sociedade de Olericultura do Brasil.

CDD 635.05 Tiragem: 1.000 exemplares

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Volume 20 número 1

março 2002

ISSN 0102-0536

SUMÁRIO/CONTENT

ARTIGO CONVIDADO / INVITED ARTICLE

Avaliação de procedimentos de comparações múltiplas em trabalhos publicados na revista Horticultura Brasileira de 1.983 a 2.000.

Assessment of multiple-comparison procedures of published articles in the journal Horticultura Brasileira from 1,983 to 2,000.

F. Bezerra Neto; G. H. S. Nunes; M. Z. Negreiros. 5

PESQUISA / RESEARCH

Produção e qualidade de frutos de diferentes cultivares de morangueiro em ensaios conduzidos em Atibaia e Piracicaba.

Production and quality of some cultivars of strawberry fruits in field experiments at Atibaia and Piracicaba, Brazil.

J. H. Conti; K. Minami; F. C. A. Tavares. 10

Ação de fitorreguladores no crescimento da erva-cidreira-brasileira.

Action of plant growth regulators over the development of Lippia alba.

M. B. Stefanini; S. D. Rodrigues; L. C. Ming. 18

Acumulação de matéria seca e rendimento de frutos de morangueiro cultivado em substrato com diferentes soluções nutritivas.

Dry matter accumulation and fruit yield of strawberry plants grown on substrate under different nutrient solutions supply.

J. L. Andriolo; J. V. Bonini; M. P. Boemo. 24

Desenvolvimento vegetativo da pupunheira irrigada por gotejamento em função de níveis de depleção de água no solo.

Effects of soil water depletion levels on the vegetative development of drip irrigated peach palm plants.

A. Ramos; M. L. A Bovi; M. V. Folegatti. 28

Divergência genética entre linhagens de melão e a heterose de seus híbridos.

Genetic divergence among melon lines and the heterosis in their hybrids.

W. O. Paiva 34

Calidad postcosecha de tomates almacenados en atmósferas controladas.

Postharvest quality of tomato fruits stored under controlled atmospheres.

P. A. Gómez; A. F. L. Camelo. 38

Caracterização morfológica de acessos de batata-doce.

Morphologic characterization of sweet potato.

M. Daros; A. T. Amaral Júnior; T. N. S. Pereira; N. R. Leal; S. P. Freitas; T. Sediyama. 43 Análise da capacidade combinatória em cruzamentos dialélicos de três cultivares de jiloeiro.

Combining ability analysis in diallel crosses among three garden egg cultivars.

A. C. P. P. Carvalho; R. L. D. Ribeiro. 48

Divergência genética em acessos de quiabeiro com base em marcadores morfológicos.

Genetic divergency of okra accessions based on morphological characteristics.

G. E. Martinello; N. R. Leal; A. T.Amaral Júnior; M. G. Pereira; R. F. Daher. 52 Estimativas de tamanho de parcela em experimentos com mandioca.

Estimates of plot sizes in experiments with cassava.

A. E. S. Viana; T. Sediyama; P. R. Cecon; S. C. Lopes; M. A. N. Sediyama. 58 Alterações sensoriais em alface hidropônica cv. Regina minimamente processada e armazenada sob refrigeração.

Sensorial changes of minimally processed hydroponic lettuce cv. Regina stored under refrigeration.

M. Freire Júnior ; R. Deliza; A. B. Chitarra. 63

Desempenho de sementes peletizadas de alface em função do material cimentante e da temperatura de secagem dos péletes.

Performance of pelleted lettuce seeds in response to glue material and temperature during the drying of the pellets.

J. B. C. Silva; P. E.C. Santos; W. M. Nascimento. 67

Potencial biótico da mosca-branca Bemisia argentifolii a diferentes plantas hospedeiras.

Biotic potential of Bemisia argentifolii to different host plants.

G. L. Villas Bôas; F. H. França; N. Macedo. 71

Avaliação de acessos de batata-doce para resistência à broca-da-raiz, crisomelídeos e elaterídeos.

Screening of sweet potato accessions for resistance to the West Indian sweet potato weevil, chrysomelids and elaterids.

F. H. França; P. S. Ritschel. 79

Resistência genética à mancha-bacteriana em genótipos de pimentão.

Genetic resistance to bacterial leaf spot on sweet pepper genotypes.

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PÁGINA DO HORTICULTOR / GROWER'S PAGE

Absorção de nutrientes pelo tomateiro cultivado sob condições de campo e de ambiente protegido.

Nutrient absorption by tomato plants grown under field and protected conditions.

J. A. Fayad; P. C. R. Fontes; A. A. Cardoso; F. L. Finger; F. A. Ferreira. 90 Comparação de métodos de enxertia em pepino.

Comparison of grafting methods in cucumber.

K. A. L. Canizares; R. Goto. 95

Influência do boro no desenvolvimento e na composição mineral do pimentão.

Influence of boron application on sweet pepper development and mineral composition.

S. C. Mello; A. R. Dechen; K. Minami. 99

Germinação de sementes de alface sob altas temperaturas.

Lettuce seed germination at high temperature.

W. M. Nascimento; D. J. Cantliffe. 103

Micropropagação do jaborandi

Micropropagation of the jaborandi.

R. T. Sabá; O. A. Lameira; J. M. Q. Luz; A. P. R. Gomes; R. Innecco. 106 Produção de sementes pré-básicas de batata em sistemas hidropônicos.

Production of potato pre-basic seeds in hydroponic systems.

C. A. B. Medeiros; A. H. Ziemer; J. Daniels; A. S. Pereira. 110

INSUMOS E CULTIVARES EM TESTE / PESTICIDES AND FERTILIZERS IN TEST

Qualidade do inhame ‘Da Costa’ em função das épocas de colheita e da adubação orgânica.

Da Costa yam quality in relation to harvest time and organic fertilization.

A. P. Oliveira; P. A. Freitas Neto; E. S. Santos. 115

NOVA CULTIVAR / NEW CULTIVAR

Ouro Verde MG 2: nova cultivar de mungo-verde para Minas Gerais.

Ouro Verde MG 2: new mungbean cultivar for Minas Gerais State, Brazil.

R. F. Vieira; V. R. Oliveira; C. Vieira; C. M. F. Pinto. 119

NORMAS PARA PUBLICAÇÃO / INSTRUCTIONS TO AUTHORS

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artigo convidado

E

m experimentos agronômicos, o ob-jetivo da análise estatística dos da-dos é fornecer tantas informações quan-to possíveis a respeiquan-to da maneira como as unidades experimentais respondem aos tratamentos aplicados. Para isso, é muito comum submeter os dados a uma análise de variância (ANOVA) para sa-ber se existem ou não diferenças signi-ficativas entre as médias dos tratamen-tos aplicados. Feita a análise, a tentati-va é explicar a resposta desses tratamen-tos de maneira mais detalhada. Vários procedimentos podem ser usados com esse propósito, como o ajustamento de funções de resposta, usando as técnicas de regressão (Little, 1981; Dawkins, 1983), os conjuntos de contrastes pla-nejados entre as médias ou grupos de médias (Gill, 1973; Jones, 1984; Swallow, 1984; Klockars & Sax, 1990), os procedimentos de comparações

múl-BEZERRA NETO, F.; NUNES, G.H.S.; NEGREIROS, M.Z. Avaliação de procedimentos de comparações múltiplas em trabalhos publicados na revista Horticultura Brasileira de 1983 a 2000. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 20, n. 1, p. 05-09, março, 2.002.

Avaliação de procedimentos de comparações múltiplas em trabalhos

publicados na revista Horticultura Brasileira de 1.983 a 2.000.

Francisco Bezerra Neto; Glauber Henrique S. Nunes; Maria Zuleide de Negreiros.

ESAM, Depto. Fitotecnia, Km 47 BR 110, C. Postal 137, 59.625-900, Mossoró-RN; E-mail: bezerra@esam.br

RESUMO

Vários procedimentos de comparações múltiplas têm sido usa-dos para explicar a resposta de tratamentos testausa-dos em experimen-tos agronômicos. Entre esses, está o uso de testes de comparação de médias, muitas vezes apropriados a alguns tratamentos e inteira-mente inapropriados a outros. Um levantamento e uma avaliação do uso e mau uso desses testes foi realizado com os trabalhos publica-dos na revista Horticultura Brasileira no período de 1.983 a 2.000. Procedimentos alternativos são sugeridos para situações onde os tes-tes de comparação de médias não são apropriados. Dos 294 traba-lhos analisados, algum tipo de teste foi utilizado para a comparação de médias. Em 65,6% dos artigos consultados, os testes como o de Tukey, Duncan e a DMS de Fisher foram adequadamente aplicados com relação ao tipo de dados envolvidos. Em 22,8% dos artigos, esses testes estavam parcialmente corretos e nos 11,6% dos artigos restantes estavam incorretamente aplicados ao tipo de tratamento utilizado na pesquisa.

Palavras-chave: Tratamentos qualitativos, tratamentos quantitati-vos, contrastes, procedimentos de comparações múltiplas, técnicas de regressão.

ABSTRACT

Assessment of multiple-comparison procedures of published articles in the journal Horticultura Brasileira from 1,983 to 2,000. Several procedures of multiple-comparison have been used to explain the response of treatments applied in experimental units of agronomic experiments. Among these are the mean comparison tests, sometimes appropriate for some kinds of treatments and completely inappropriate for others. The use and misuse of these tests were surveyed and assessed in the articles published in the journal Horticultura Brasileira from 1,983 to 2,000. Alternative procedures are suggested for situations in which mean comparison tests are inappropriate. We observed that in 294 articles some kind of test was used for mean comparison. In 65,6% of these articles multiple comparison tests (as Tukey, Duncan and LSD) were appropriately used for the type of involved data. In another 22,8% tests were used in a partially correct form. For the 11,6% remaining articles multiple comparison tests were inappropriately used for the type of treatments used in the research.

Keywords: Qualitative treatments, quantitative treatments, contrasts, multiple comparison tests, regression techniques.

(Aceito para publicação em 07 de dezembro de 2.001)

tiplas de médias (Chew, 1976; Carmer & Walker, 1985) ou o método aglomerativo, tal como o proposto por Scott & Knott (1974).

Nenhum desses procedimentos deve ser usado indiscriminadamente, pois, alguns deles são apropriados a certos tipos de tratamentos e inteiramente inapropriados a outros. Um dos mais freqüentes e incorretamente utilizados é o teste de comparação múltipla de médias (Petersen, 1977; Aflakpui, 1995). O uso inapropriado de um teste pode conduzir o pesquisador a interpre-tações equivocadas dos resultados de um experimento bem como a tirar conclu-sões erradas.

Os tipos de experimentos para os quais os procedimentos de comparações múltiplas de médias são apropriados, são aqueles cujo objetivo é determinar os melhores tratamentos dentro de um

con-junto qualitativo de tratamentos. Vários procedimentos são possíveis. Um deles é quando os contrastes (que envolvem grupos de médias) são definidos após prévia inspeção dos dados, sendo sua significância verificada usando o teste de scheffé (Banzatto & Kronka, 1995). Quando os contrastes são definidos a

posteriori e são ortogonais o

procedi-mento adequado para verificar as suas significâncias seria o teste F ou equiva-lente ao teste t (Gill, 1973).

Porém, quando os contrastes não são ortogonais e que o interesse é comparar todos os pares de médias entre si, neste caso deve-se escolher um procedimen-to de comparação múltipla tal como o de Tukey (Carmer & Walker, 1985; Perecin & Malheiros, 1989). Se o nú-mero de tratamentos é grande e há o in-teresse numa separação real de grupos de médias, sem a ambigüidade de

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resul-tados, o procedimento apropriado seria o teste de Scott Knott (Ferreira et al., 1999; Silva et al., 1999; Ramalho et al., 2000). Se o interesse é comparar a dia de qualquer tratamento com a mé-dia do tratamento testemunha (contro-le), o procedimento adequado seria usando o teste de Dunnett (Lentner & Bishop, 1986; Christensen, 1996).

Cardelino & Siewerdt (1992), revi-sando 260 trabalhos publicados na Re-vista da Sociedade Brasileira de Zootecnia (SBZ) de 1984 a 1989, cons-tataram que 24,6% dos testes de com-paração de médias estavam corretos, 11,2% parcialmente correto e 64,2% incorretos. Santos et al. (1998), em le-vantamento realizado em 628 trabalhos publicados na revista Pesquisa Agropecuária Brasileira (PAB) de 1980 a 1994, observaram que os testes de comparação de médias foram adequa-dos em 57,0%, parcialmente adequaadequa-dos em 11,5% e inadequados em 35,5%.

Este trabalho teve como objetivo fazer uma avaliação dos procedimentos de comparações múltiplas de médias empregados na análise dos trabalhos publicados na revista Horticultura Bra-sileira, de 1.983 a 2.000, além de apre-sentar alternativas adequadas aos pro-cedimentos inapropriadamente usados.

MATERIAL E MÉTODOS

Uma revisão dos procedimentos de comparações múltiplas de médias foi realizada nos trabalhos publicados na revista Horticultura Brasileira (HB) de

1983 a 2000, correspondendo aos volu-mes de 01 a 18. Esses procedimentos quanto à aplicação de testes foram clas-sificados em “adequado”, “parcialmen-te adequado” ou “inadequado”. Foi con-siderado “adequado” quando o teste de comparação de médias consistia no pro-cedimento mais apropriado aos trata-mentos de natureza qualitativa e não estruturados. Foi considerado “parcial-mente adequado” quando o teste de comparação de médias consistia no pro-cedimento apropriado a tratamentos estruturados (tratamentos de um conjun-to formado pela adição de um ou mais fatores, muito comuns nas áreas de fitotecnia e de sementes), a experimen-tos fatoriais (onde se compara todos os tratamentos entre si, dois a dois), e a si-tuações onde, após ajustar uma equação de regressão aos dados, ainda é utiliza-do um teste de comparação múltipla. Foi considerado “inadequado” quando o tes-te de médias foi aplicado a tratamentos de natureza quantitativa ou, ainda, em experimentos fatoriais, em médias mar-ginais dos fatores, sem levar em conta possíveis interações entre os efeitos principais.

Uma distribuição de freqüência ab-soluta e percentual foi realizada para as três categorias dos testes de compara-ção de médias. Entre os testes levanta-dos estão a DMS de Fisher (teste ‘t’ de amplitude fixa), o de Tukey, o de Duncan, o de SNK (Student-Newman-Keuls), o de Scott-Knott e o de Dunnett. Nos trabalhos em que os autores não informaram o tipo de comparação

múl-tipla empregado, o teste foi classifica-do como “Não informaclassifica-do”.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A distribuição de freqüência abso-luta e percentual dos testes de compara-ção de médias aplicados aos trabalhos publicados na revista Horticultura Bra-sileira no período de 1.983 a 2.000 es-tão apresentados na Tabela 1. Nesses dezoito anos, 294 trabalhos foram ana-lisados, dos quais 193 (correspondendo a 65,6%) foram classificados como “adequados”, com relação à aplicação dos testes de comparação de médias, 67 (correspondendo a 22,8%) foram con-siderados como “parcialmente adequa-dos” e 34 (correspondendo a 11,6%) foram classificados como “inadequa-dos”. Entre os testes utilizados, os mais freqüentes foram o de Tukey (57,1%) e o de Duncan (32,6%). Estes resultados estão em concordância de certa manei-ra com os obtidos por Cardellino & Siewerdt (1992) que obtiveram percentuais em torno de 63% e 25%, para os teste de Tukey e de Duncan, res-pectivamente. Por outro lado, os percentuais encontrados estão mais pró-ximos dos obtidos por Santos et al. (1998), que encontraram resultados pró-ximos a 59% e 32%, para os respecti-vos testes.

Observando-se os procedimentos de forma individual, dentro da categoria “adequado”, verificou-se que 61,3% dos testes de Tukey, 64,6% dos testes de Duncan e 77,8% da DMS de Fisher

fo-Testes Uso dos testes de comparação de médias

Adequado Parc. adequado Inadequado Total

Usados % % % % Tukey 103, 61,3 41, 24,4 24, 14,3 168, 57,1 Duncan 62, 64,6 25, 26,0 9, 9,4 96, 32,6 Skott-Knott 10, 100,0 0, 0,0 0, 0,0 10, 3,4 DMS 7, 77,8 1, 11,1 1, 11,1 9, 3,1 SNK 2, 100,0 0, 0,0 0, 0,0 2, 0,7 Dunnett 2, 100,0 0, 0,0 0, 0,0 2, 0,7 Não informado 7, 100,0 0, 0,0 0, 0,0 7, 2,4 Total 193, 67, 34, 294, Porcentagem 65,6 22,8 11,6 100,0

Tabela 1. Classificação dos trabalhos publicados na revista Horticultura Brasileira no período de 1.983 a 2.000, quanto ao uso de testes de comparação de médias. Mossoró, ESAM, 2000.

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ram utilizados de forma apropriada. Para os outros tipos de teste estas percenta-gens foram 100%. Ainda dentro dessa categoria, em sete trabalhos de compe-tição de cultivares, usou-se procedimen-tos de comparações múltiplas apropria-dos para identificar as melhores culti-vares, porém observou-se o descuido dos pesquisadores em não mencionarem o tipo de procedimento usado nos en-saios (Tabela 1, “Não informado”), in-dispensável na elaboração da tomada de decisão.

O uso mais comum dos procedimen-tos de comparações múltiplas de médias é efetuar comparações de cada uma das médias com cada uma das outras, com o objetivo de detectar possíveis

grupos entre um conjunto de tratamen-tos não estruturados. Um exemplo que ilustra esta categoria foi extraído de um trabalho em que se comparou a produ-ção de nove cultivares de cebola (Allium

cepa L.), através do teste de Tukey,

iden-tificando-se quatro grupos. Em outro exemplo, avaliando a produtividade de vinte linhagens de abóbora (Curcubita

moschata Duchesne), através do teste

Scott-Knott, os autores identificaram dois grupos.

Foram incluídos na categoria “par-cialmente adequado”, 24,4% dos traba-lhos onde se empregou o teste de Tukey, 26% dos trabalhos onde se empregou o teste de Duncan e 11,1% dos trabalhos onde se empregou a DMS de Fisher. A

aplicação deste tipo de procedimento é comum em tratamentos estruturados (tratamentos formados pela adição de um ou mais fatores) ou em experimen-tos fatoriais onde se comparam todos os tratamentos entre si, dois a dois ou em situações após ajustar uma equação de regressão, ainda se utiliza um teste de comparação de médias.

O exemplo da Tabela 2 ilustra a si-tuação, onde os pesquisadores avaliaram a porcentagem de germinação de semen-tes de Maytemus ilicifolia após trata-mentos de secagem e armazenamento. Embora parcialmente correta a aplica-ção do teste de Tukey, os autores pode-riam ter formulado contrastes importan-tes como: Y1 = (m3 + m4) – 2m1 (armazenamento x testemunha); Y2 = m5 + m6 - m3 - m4 (secagem e armazenamento x armazenamento); Y3 = m5 + m6 - 2m2 (secagem e armazenamento x secagem). Outra si-tuação está ilustrada em um experimento fatorial 2 x 2 x 3, onde os autores estu-daram a influência de duas fontes de potássio, duas doses de cloreto de sódio e três doses de potássio sobre o teor de nitrogênio da matéria seca da parte aé-rea de tomateiro. Pode-se constatar que, o emprego do teste de Duncan é parcial-mente apropriado, embora o procedi-mento correto, no caso de nenhuma interação significativa, fosse comparar as médias marginais dos fatores princi-pais (caso de natureza qualitativa) ou ajustar uma equação de regressão a eles (caso de natureza quantitativa). No caso de interação significativa, deve-se com-parar médias dos níveis de um fator (de natureza qualitativa) dentro dos níveis de outro fator. Por exemplo, comparar as médias dos efeitos das fontes de po-tássio dentro de cada dose de cloreto de sódio. O ajustamento de uma equação de regressão aos teores de nitrogênio em função das doses de potássio dentro de cada dose de cloreto de sódio também seria um procedimento correto, apesar de apenas três níveis para a estimação dos parâmetros da equação. Quando este número de níveis é menor do que qua-tro pode-se ter problema no processo de estimação dos parâmetros.

Dentro da categoria “inadequada”, registrou-se que, nos trabalhos onde foi empregado o teste de Tukey, 14,3%

Tratamentos Médias* (%) T1: Testemunha 100, a T2: Secagem (22ºC, 15 % UR) 82, b T3: Armazenamento (5ºC) 93, a b T4: Armazenamento (-20ºC) 85, a b T5: Secagem + Armazenamento (5ºC) 82, b T6: Secagem + Armazenamento (-20ºC) 75, b

Tabela 2. Porcentagem de germinação de sementes de Maytenus ilicifolia após tratamentos de secagem e armazenamento.

* Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Níveis de adubação orgânica (kg/m²)

Rendimento de óleo essencial (ml/g x 100%)* 0 0,3395 a 1 0,3091 a 2 0,2940 ab 4 0,2696 bc 8 0,2642 c

Tabela 3. Efeito do nível de adubação orgânica sobre o rendimento de óleo essencial de

Lipia Alba.

* Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de

probabilidade.

Níveis de cinza vegetal (t/ha) Peso médio (g)*

0 170,2 b

10 265,8 a

15 262,9 a

20 233,3 a

30 220,4 a

Tabela 4. Efeito do teor de cinza vegetal sobre peso médio da cabeça de alface, cv. Brasil 303.

* Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si, pelo teste de Duncan, a 5% de

probabilidade.

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utilizaram-no de forma inapropriada, seguido pela DMS de Fisher com 11,1% e pelo teste de Duncan com 9,4% (Tabela 1). Esses testes foram res-ponsáveis pelos 11,6% do uso inade-quado dos testes de comparação de médias nos trabalhos publicados na re-vista Horticultura Brasileira.

Nas Tabelas 3 e 4 estão ilustrados exemplos de má aplicação dos testes de comparações múltiplas a tratamentos quantitativos (como níveis de adubação orgânica e níveis de cinza vegetal). O procedimento estatístico mais correto para essas situações, seria examinar os dados das variáveis observadas através de uma relação funcional com os níveis dos tratamentos aplicados. As equações resultantes proporcionam uma descrição das variações ocorridas nas variáveis observadas em função dos níveis dos tratamentos aplicados, permitindo estu-dar qualquer nível intermediário dos tra-tamentos, mesmo que eles não estejam diretamente incluídos no estudo (Figura 1). Por exemplo, na Figura 1 (b), pode-se identificar o nível de cinza vegetal que proporciona o maior peso médio (cerca de 263 g) de cabeça de alface, que é de aproximadamente 11 t/ha.

As causas prováveis do mau uso desses testes podem estar associadas ao desconhecimento de procedimentos al-ternativos aos testes de comparações múltiplas de médias, como a técnica de análise de regressão, bem como a falta de conhecimento das condições de uso adequado desses testes aos tipos de da-dos estudada-dos. Além disso, pode tam-bém ser devido à falta de habilidade dos pesquisadores na interpretação dos re-sultados, podendo levá-los a fazer inferências errôneas acerca dos trata-mentos investigados. Cardellino & Siewerdt (1992) e Pearce (1993) adver-tem que deficiências como estas podem levar o pesquisador à simplificação do uso de um teste de comparação múlti-pla, mesmo quando ele não se constitui na melhor opção para a análise dos da-dos experimentais. Por outro lado, Ma-tos (1993) evidencia que a formação acadêmica da maioria dos pesquisado-res tem sido baseada em receitas esta-tísticas com muita ênfase na parte ma-temática e pouca ou nenhuma conside-ração na adequação dos métodos ou na interpretação dos resultados obtidos.

De modo geral, pode-se observar a verificação pouca cuidadosa da adequabilidade dos testes de compara-ções múltiplas aos tipos de tratamentos considerados na análise. Além disso, nota-se que o uso inadequado dos testes é comum, principalmente, nos casos nos quais estão envolvidos tratamentos de natureza quantitativa. O uso indiscriminado desses testes pode resul-tar em perda de informação e eficiência reduzida quando procedimentos mais adequados estão disponíveis. Por fim, ressalta-se que o pesquisador deve con-sultar, sempre que possível, um estatís-tico quando existir dúvidas na escolha do teste a ser aplicado, de modo que os dados possam ser explorados de

manei-ra correta e conseqüentemente, os resul-tados advindos da pesquisa possam au-xiliar nas tomadas de decisões.

LITERATURA CITADA

AFLAKPUI, G.K.S. Some uses/abuses of statistics in crop experimentation. Tropical Science, v. 35, n. 2, p. 347-353, 1995.

CARDELLINO, R.A.; SIEWERDT, F. Utilização correta e incorreta dos testes de comparação de médias. Revista da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 21, n. 6, p. 985-995, 1992. CARMER, S.G.; WALKER, W.M. Pairwise multiple comparisons of treatment means in agronomic research. Journal of Agronomic Education, v. 14, n. 1, p. 19-26, 1985.

CHEW, V. Comparing treatment means: a compendium. Hortscience, v. 11, n. 4, p. 348-357, 1976.

Figura 1. (a) Rendimento de óleo essencial em função de diferentes níveis de adubação orgânica e (b) Peso médio da cabeça de alface em função de diferentes níveis de cinza vegetal.

(9)

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pesquisa

U

ma complexa interação entre os fa-tores temperatura e comprimento do dia determinam o desempenho pro-dutivo e a qualidade dos frutos em cul-tivares de morangueiro em uma deter-minada região produtora (Scott & Lawrence, 1975). Em vista disso, quan-do uma cultivar é selecionada para de-terminada região fisiográfica e planta-da em outra, dificilmente apresentará elevada produção de frutos de qualida-de (Dávalos, 1979). Human & Evans (1989) e Rice Jr. (1990) testaram culti-vares do morangueiro na África e con-firmaram que estas, quando melhoradas para regiões temperadas, não mostraram bom desempenho em áreas tropicais.

As principais regiões brasileiras pro-dutoras de morango localizam-se em

CONTI, J.H.; MINAMI, K.; TAVARES, F.C.A. Produção e qualidade de frutos de morango em ensaios conduzidos em Atibaia e Piracicaba. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 20,n.1, p. 10-17, março 2.002.

Produção e qualidade de frutos de diferentes cultivares de morangueiro

em ensaios conduzidos em Atibaia e Piracicaba.

José Henrique Conti; Keigo Minami; Flavio C. A. Tavares

ESALQ, C. Postal 83, 13.418-900 Piracicaba-SP; E-mail: jhconti@hiway.com.br

RESUMO

Foram instalados experimentos em Atibaia (SP), região de cli-ma ameno, e Piracicaba (SP), região de clicli-ma quente, no ano de 1996, com delineamento em blocos ao acaso, com quatro repetições e dezesseis plantas por parcela, com as cultivares Campinas, Dover, Guarani, Princesa Isabel e AGF 080. Dos frutos avaliou-se a pre-sença de “pescoço”, formato, teor de sólidos solúveis, pH, cor inter-na e exterinter-na, textura e a produção e seus componentes. Atibaia des-tacou-se pela produção maior de frutos (468,30 g/planta), maior número de frutos (46,75 frutos/planta) e maior peso médio de fruto (10,06 g) em relação a Piracicaba. As características do fruto e da planta do morangueiro foram pouco variáveis ao efeito de locais. As medidas de cor interna, textura e presença de pescoço possibilitaram indicar a cultivar Guarani como apto para o uso industrial e Dover como pouco indicado. Em função das medidas de peso, teor de sóli-dos solúveis, pH e textura, as cultivares Campinas, AGF 080 e Prin-cesa Isabel são as mais adequadas ao consumo “in natura”, enquanto que Guarani e Dover são pouco adequadas. Os dados de resistência à compressão, que estimam a textura dos frutos, comprovam que as cultivares Guarani, Dover e Princesa Isabel são as mais resistentes ao transporte e Campinas e AGF 080 as menos resistentes.

Palavras-chave: Fragaria x ananassa Duch., cultivares, clima, tro-pical, consumo ‘in natura’, rendimento.

ABSTRACT

Production and quality of some cultivars of strawberry fruits in field experiments at Atibaia and Piracicaba, Brazil.

Field experiments were carried out in São Paulo State (Brazil), in Atibaia, Cfb climate and Piracicaba, Cwa climate, in 1996. The experimental design was of randomized blocks with four replications and sixteeen plants per plot using the cultivars Campinas, Dover, Guarani, Princesa Isabel and AGF 080. The presence of neck, shape, yield, number and average weight, amount of soluble solids, pH, external and internal color, texture and components of yield and of the fruits were evaluated. Atibaia experiment resulted in greater production of fruits (468,30 g/plant), greater number of fruits (46,75 fruits/plant) and greater fruit mean weight (10,06 g) in relation to Piracicaba. Characteristics of the strawberry fruit and plant were not influenced by local effects. The internal color measures, texture and neck presence indicate the cv. Guarani suitable for industrial purposes. In function of the weight measures, amount of soluble solids, pH and texture, the Campinas, Agf 80 and Princesa Isabel cvs. are the most suitable for the fresh market while Guarani and Dover are inadequate. Guarani, Dover and Princesa Isabel are the most resistant cvs. to transportation and Campinas and Agf 80 are the less resistant.

Keywords: Fragaria x ananassa Duch., climate, tropical, fresh market, yield.

(Aceito para publicação em 14 de fevereiro de 2.002)

áreas de clima tropical de altitude ele-vada, ameno. Atualmente a cultura está se expandindo para áreas de clima tro-pical de altitude média, quente. A pro-dução comercial do morango no Brasil está baseada em poucas cultivares. A ‘Campinas’, selecionada para consumo

in natura na década de cinqüenta pelo

IAC (Camargo, 1960), ainda hoje é uma das mais cultivadas. Na década de se-tenta foi lançada a cultivar Guarani para uso industrial e, na década de oitenta, a cultivar Princesa Isabel com frutos mais duráveis após a colheita (Passos & Camargo, 1993). Na década de noventa foi importada dos EUA a cultivar Dover, selecionada, segundo Howard & Albregts (1980), para a resistência a antracnose nas condições da Florida.

A alta incidência de antracnose, doença conhecida como “flor preta” no morangueiro, tem levado os agriculto-res a buscar novas alternativas de pro-dução. Entre elas, a utilização de novas cultivares supostamente mais resisten-tes, como a ‘Dover’, estão sendo avalia-das. Por a introdução dela ser recente, não há dados científicos sobre o seu desempenho em nossas condições. Sabe-se que na região produtora de Atibaia e Jarinu (SP) a mesma tem apsentado suscetibilidade à bacteriose, re-sistência duvidosa à antracnose e carac-terísticas de frutos inadequadas ao con-sumo in natura. No entanto, teve gran-de aceitação pelos agricultores quando estes, para escapar da antracnose, mu-daram o local de plantio para áreas

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no-vas distantes dos mercados consumido-res e pela textura muito firme dos fru-tos, mostrou-se adequada para o trans-porte a longas distâncias. Também es-tão sendo avaliadas mudanças no siste-ma de produção. Com a finalidade de estudar a introdução da irrigação por gotejamento, o cultivo protegido e o uso de cobertura morta de solo orgânica ou de polietileno, Passos (1997) realizou trabalho na região produtora de Atibaia e Jarinu com a cultivar Campinas.

A introdução de germoplasma exó-tico, vem sendo realizada pelos próprios produtores sem que estes novos ma-teriais sejam avaliados adequadamente quanto à adaptabilidade ao cultivo em condições tropicais e exigências do mercado consumidor. Estes frutos de morango sendo oferecidos no mercado com características de qualidade inade-quadas, têm resultado em menor consu-mo da fruta e, coconsu-mo conseqüência, pre-juízos ao agricultor. Assim foi proposto o presente trabalho, com o objetivo de avaliar o desempenho de diferentes cul-tivares de morangueiro quanto à produ-ção e seus componentes e a qualidade dos frutos em Atibaia e em Piracicaba, regiões de clima ameno e quente res-pectivamente.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram avaliadas neste trabalho as cultivares Campinas, Guarani e Prince-sa IPrince-sabel desenvolvidas pelo IAC (Pas-sos & Camargo, 1993), a cultivar AGF 080 pela empresa Agroflora e a cultivar Dover selecionada na Flórida (Howard & Albregts, 1980), cultivadas em duas regiões distintas, Atibaia e Piracicaba.

Piracicaba está localizada na latitu-de latitu-de 22º 43’, longitulatitu-de latitu-de 47º 37’ e a uma altitude de 505 m, e Atibaia em la-titude de 23º 07’ e longitude de 46º 33’ e o experimento estava a uma altitude de 811 m. Em Piracicaba, o experimen-to foi plantado em solo denominado Terra Roxa Estruturada e clima do tipo Cwa segundo classificação pelo siste-ma internacional de Koeppen e em Atibaia, em Latossolo Vermelho Escu-ro e clima predominante Cfb.

Os frutos foram coletados em expe-rimentos em 1996, nos municípios de Atibaia e Piracicaba, respectivamente

em campo de produção comercial de frutos e em área experimental do De-partamento de Horticultura da ESALQ. Os experimentos obedeceram o mesmo delineamento experimental em blocos casualizados com quatro repetições de cinco cultivares e parcelas constituídas de dezesseis plantas, sem bordadura como proposto pôr Nagai et al. (1978). A cobertura de solo foi feita com filme plástico de polietileno preto e irrigação por aspersão. Em Atibaia foram planta-das muplanta-das de raiz nua em 25 de março de 1996 e, após cinco floradas, as plan-tas foram retiradas no dia 7 de novem-bro. Em Piracicaba as mudas eram de torrão, e foram plantadas em 30 de abril de 1996 e retiradas no dia 28 de novem-bro, após cinco floradas.

As características do fruto analisa-das nas diferentes cultivares foram a presença de “pescoço” (prolongamento afunilado na base do fruto); o formato; a produção e seus componentes; o teor de sólidos solúveis, o pH, a textura e a coloração externa e interna. O “pesco-ço” foi estudado com base no trabalho de Passos et al. (1994), em cinqüenta frutos no estágio maduro, na segunda florada, por parcela.

Para a análise da forma dos frutos nas cultivares Campinas, Dover, Prin-cesa Isabel e AGF 080, que apresentam frutos com formato cônico ou cônico alongado, foi desenvolvido um método que consiste em cortar os frutos de mo-rango ao meio no sentido do maior com-primento. A face cortada de uma das metades do fruto foi pressionada em uma folha de cartolina branca onde dei-xou uma marca. Em torno da marca foi traçado um triângulo onde a mesma fi-cou inscrita. Foram analisados, por este método, cinqüenta frutos de segunda ou terceira ordem, no estágio maduro, na segunda florada por parcela. Em cada triângulo foram medidas a base e a al-tura; A razão entre as mesmas foi utili-zada na obtenção das médias de cada cultivar.

O teor de sólidos solúveis e o pH foram obtidos (100 g de frutos, de ter-ceira florada em cada parcela) trituran-do os frutos em liqüidificatrituran-dor juntamen-te com 100 ml de água por três minutos a alta velocidade, seguindo o descrito por Passos (1982). No material obtido

foram realizadas três medidas de pH, com volume de 50 ml, (peagâmetro da marca Analion) e três medidas de quan-tidade de sólidos solúveis expressos em graus Brix (densitômetro marca Anton Paar, modelo DMA 46).

A textura foi obtida em texturômetro TA-XT2 nas seguintes condições: os frutos foram medidos individualmente nas mesmas condições, determinando-se a força de resistência à compressão na condição de retorno ao início (“return to start”). A ponta de prova (“probe”) utilizada foi a haste de base plana de 3 mm de diâmetro. Foram utilizadas as velocidades de perfuração de 2 mm/s na fase pré-teste teste, 1 mm/s na fase teste e 2 mm/s na fase pós-teste. A distância de perfuração foi padronizada em 10 mm e o resultado expresso pela força máxima (g). Para cada análise tomaram-se cinco frutos maduros ao acaso, de terceira florada por parcela.

A cor dos frutos de morango foi quantificada em espectrofotômetro COMCOR 1500 PLUS e os dados obti-dos correspondem aos componentes analíticos L*, a* e b*, segundo o des-crito por Ferreira (1981). Os valores de L* variam do claro ao escuro, sendo o valor 100 correspondente à cor branca e o valor 0 (zero) à cor preta; o compo-nente a* varia entre o vermelho e o ver-de onver-de os valores positivos correspondem ao vermelho, o 0 (zero) ao cinza e os valores negativos, à cor verde; o componente b* varia do azul ao amarelo onde os valores negativos correspondem ao azul, o 0 (zero) ao cin-za e os valores positivos, à cor amarela. Os valores de a* e b* foram converti-dos ao índice c* (croma), obtido da raiz quadrada de a*2 + b*2. A cor do fruto

inteiro foi determinada com a seguinte configuração do aparelho: abertura pe-quena, uv (ultra violeta) excluso, brilho incluso, ângulo de 100, leitura média de

quatro determinações em cada parcela. A cor do morango cortado foi determi-nada na mesma configuração, com a única diferença que a abertura utilizada foi a normal. Os frutos foram cortados longitudinalmente e as metades arran-jadas no vidro óptico, contidas pelo anel de PVC. Foram colocadas três a quatro camadas de frutos, arranjadas de modo a não deixar espaços vazios,

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do-se na mesma camada metades de fru-tos diferentes. Também foram realiza-das quatro determinações por parcela dos experimentos com frutos maduros de terceira ordem.

O estudo da coloração de frutos, através da análise dos componentes L* (luminosidade) e de a* e b* que juntos resultam no valor de c* (croma), é uma maneira de quantificar a característica cor. Em morangos, vários trabalhos com estes componentes da cor foram reali-zados tanto para a cor externa como in-terna dos frutos. Miszczak et al. (1995) e Paraskevopoulou-Paroussi et al. (1995) estudaram o comportamento dos componentes L*, a* e b* em morangos inteiros pós colheita e concluíram que os valores de L*, a* e b* diminuem con-forme avança o tempo de armazenamento, ou seja, neste período os frutos amadurecem e tornam-se mais vermelho-escuros visualmente. Sacks & Shaw (1993) estudaram a cor interna dos morangos e concluíram que em sete dias de armazenamento os frutos se torna-ram mais escuros e mais cromáticos, isto é, apresentaram valores menores de L* e elevados de croma enquanto que, na coloração externa, quanto mais amadu-recem os frutos, estes apresentam-se mais escuros e menos cromáticos. Ba-seados nestas constatações e consideran-do que as cultivares estudadas apresen-tam diferenças visuais de cor externas e internas desde o vermelho claro até o escuro, foi proposta, no presente traba-lho, uma classificação para coloração em frutos de morango utilizando os va-lores de L* e c*. Estabeleceu-se uma faixa intermediária, baseando-se na média de todas as cultivares e conside-rando o desvio padrão para mais e para menos da média, como a amplitude da-quelas cultivares que estão nesta faixa. Assim, considerando o componente L* como a luminosidade indicativa do grau de claro e escuro, é viável estabelecer que para a coloração externa, valores menores que 29,24 indicam cor escura, valores de L* entre 29,34 e 34,62 indi-cam condição intermediária e valores maiores que 34,62 cor clara. Para a co-loração interna, valores menores que 38,35 indicam cor escura, valores entre 38,35 e 51,57 são intermediários e maio-res que 51,57 de cor clara. O valor de

c* expressa o grau de croma dos frutos, onde, pela classificação proposta, fru-tos mais coloridos externamente apre-sentam valores menores que 24,92, a faixa intermediária está entre este valor e 36,08 e os frutos menos coloridos têm valores de croma maiores que 36,08. O valor de c*, na coloração interna dos frutos, apresentou uma faixa intermedi-ária entre 33,28 e 42,88, assim frutos menos cromáticos apresentam valores de c* menores que 33,28 e os mais cro-máticos valores maiores que 42,88.

A produção total de frutos, o núme-ro de frutos e o peso médio dos frutos foi obtida da colheita. Esta foi feita em todas as plantas de cada uma das parce-las, ocorreu quando os frutos estavam entre os estágios “¾ maduros” e “ma-duros”, duas vezes por semana, durante todo o período de produção sendo con-tados e pesados os frutos “comerciáveis”, isto é, aqueles apropria-dos para o consumo (Passos, 1982; Passos, 1997; Tessarioli Neto, 1982; Tessarioli Neto, 1993).

Os resultados de formato, pH, teor de sólidos solúveis, textura, cor interna e externa, produção, número e peso médio dos frutos foram submetidos à

análise de variância e as diferenças en-tre as médias dos tratamentos foram comparadas por Tukey a 5% de proba-bilidade. A análise dos dados de presen-ça de “pescoço” considerou a presenpresen-ça ou ausência de determinada estrutura se esta estiver presente em 95% da amos-tra (Queiroz-Voltan et al., 1996).

Os resultados dos experimentos, embora obtidos separadamente, pude-ram ser analisados em conjunto, pois a relação entre os quadrados médios dos resíduos dos dois experimentos foi me-nor que sete para todas as característi-cas estudadas (Cruz & Regazzi, 1994).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A característica presença de “pesco-ço” foi útil para caracterizar e também para ajudar na determinação da finali-dade de uso de algumas cultivares. As cultivares Guarani e Dover foram carac-terizadas pela ausência ou presença des-ta característica, sendo ausência de “pes-coço” em ‘Dover’ (100,0% dos frutos analisados) e presença de “pescoço” em ‘Guarani’ (97,7% dos frutos analisados). Campinas apresentou 67,2% dos frutos com “pescoço”, AGF 080 79,0% dos Figura 1. Frutos das cultivares: forma dos frutos, ocorrência de “pescoço” e cor externa. Piracicaba, ESALQ, 1996.

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frutos com “pescoço” e Princesa Isabel 41,7% dos frutos com “pescoço”. Como as cultivares Campinas, AGF 080 e Prin-cesa Isabel apresentaram menos de 95% dos frutos com uma mesma caracterís-tica, não foi possível definir a qual das duas categorias pertenciam (Figura 1). Os resultados obtidos com a cultivar Guarani demonstraram sua característi-ca de produção de morangos para uso industrial pela facilidade na remoção do cálice, finalidade para a qual havia sido selecionada.

A forma do fruto do morangueiro é de fundamental importância para o su-cesso das cultivares devido às exigên-cias do mercado consumidor. Sendo, no entanto, uma característica de difícil identificação pela análise comparativa com formatos padrões estabelecidos de maneira diferente, por vários autores (Passos, 1982; Lemaitre & Linden, 1968; Queiroz-Voltan et al., 1996). Dian-te da dúvida de qual dos sisDian-temas pro-postos pelos autores acima menciona-dos utilizar e, aliado ao fato de que qua-tro das cinco cultivares estudadas apre-sentarem formato muito semelhante, tipo cônico ou cônico-alongado, deci-diu-se propor um novo sistema para dis-tinguir frutos com formato tipo cônico. Na análise conjunta dos experimen-tos, as cultivares Campinas e AGF 080 não apresentaram diferenças significa-tivas entre si mas diferiram da Dover e da Princesa Isabel. As cultivares Cam-pinas e AGF 080 apresentaram a maior relação entre a base e a altura do fruto (0,943), o que caracteriza um formato de fruto pouco alongado,

assemelhan-do-se a um “pião”. Com valores meno-res ficou a cultivar Princesa Isabel e com os valores mais baixos a cultivar Dover, o que significa frutos com o formato mais cônico alongado entre as quatro cultivares testadas (Tabela 1 e Figura 1). O teor de sólidos solúveis é caracte-rística de interesse para frutos comercializados in natura pois o mer-cado consumidor prefere frutos doces. Os resultados obtidos com o teor de só-lidos solúveis estimados em graus Brix (Tabela 1), evidenciaram, como espera-do, grande variação nas cultivares tes-tadas contudo não houve variação sig-nificativa para o fator locais. Na análise conjunta dos experimentos as cultiva-res Campinas e AGF 080 apcultiva-resentaram os maiores valores de graus Brix, em seguida ficou a cultivar Princesa Isabel e diferente destes mas semelhantes en-tre si as cultivares Guarani e Dover.

Passos (1982) em experimento rea-lizado em Jundiaí, 1979, chegou aos valores de 8,10 graus Brix para a culti-var Campinas e 5,20 para a culticulti-var Guarani em frutos “maduros”. No pre-sente trabalho, o teor de sólidos solú-veis em Atibaia, onde o clima é seme-lhante a Jundiaí, foi de 8,45 graus Brix na cultivar Campinas e 7,10 graus Brix na cultivar Guarani. Podemos afirmar que o valor elevado no teor de sólidos solúveis da cultivar Campinas confirma a descrição de Camargo & Passos (1993), que consideram esta cultivar de sabor adocicado e o sabor da cultivar Princesa Isabel, menos doce que a cul-tivar Campinas, como suave-adocicado.

O pH dos frutos apresentou varia-ção significativa entre as cultivares. A análise conjunta dos experimentos de Atibaia e Piracicaba apresentou valores de pH mais elevados para a cultivar Princesa Isabel. Em seguida, diferentes dos demais mas semelhantes entre si, ficaram as cultivares Campinas e AGF 080 seguidas por Dover e Guarani (Ta-bela 1). A determinação do pH dos fru-tos é importante na definição da finali-dade de uso das cultivares. O pH ácido é propriedade de morangos para uso in-dustrial (Passos, 1982), e o mercado consumidor para frutos in natura prefe-re frutos pouco ácidos. A característica de pH torna difícil o desenvolvimento de cultivares de dupla aptidão, já que as exigências para cultivares de uso indus-trial e consumo in natura são opostas.

Comparando com os resultados ob-tidos por Passos (1982) e no presente trabalho, em Atibaia, notamos que o pH médio dos frutos foram semelhantes para a cultivar Campinas e diferentes para a cultivar Guarani. O fruto de Guarani, considerado ácido por Camargo & Passos (1993) também apre-sentou valores mais baixos de pH neste trabalho.

As diferenças de textura e cor são de fundamental importância para o produ-tor na escolha das cultivares, mas é difí-cil diferenciar as texturas muito firme da firme, e esta da pouco firme, e também as tonalidades da cor vermelha. A carac-terização quantitativa de caracteres for-nece parâmetros mais exatos quanto às propriedades de textura e cor dos frutos,

Cultivares Razão Base/ altura Teor de sólidos solúveis (graus Brix) pH textura Cor interna Luminosi-dade (L*) Cor interna Croma (c*) Cor externa Luminosi-dade (L*) Cor externa Croma (c*) Campinas 0,942 a 8,37 a 3,77 b 85,75 c 43,66 a 39,17 ab 34,15 a 34,29 a Dover 0,652 c 7,10 c 3,66 c 123,27 b 49,26 a 32,47 c 30,10 b 28,66 b Guarani 7,20 c 3,58 d 144,78 a 35,81 b 43,68 a 28,27 c 21,23 c Princesa Isabel 0,838 b 7,77 b 3,84 a 110,26 b 48,77 a 36,63 bc 33,01 a 33,96 a AGF 080 0,944 a 8,52 a 3,77 b 82,75 c 47,33 a 38,42 b 34,12 a 34,43 a CV% 1,920 4,532 1,051 23,59 14,70 12,60 8,42 18,29

Tabela 1. Razão entre a base e a altura do triângulo circunscrito, teor de sólidos solúveis (graus Brix), pH, textura, cor interna e externa pelos componentes luminosidade (L*) e croma (c*) em frutos de morangueiro, em análise conjunta dos experimentos de Atibaia e Piracicaba. Piracicaba, ESALQ, 1996.

*/ Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey, 5%.

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e também contribui para definir a finali-dade de uso das cultivares.

Os dados de resistência à compres-são expressos em gramas permitiram classificar a textura dos frutos, consi-derando a média geral das cultivares (109,36 g) mais ou menos o desvio pa-drão (25,80) para expressar os limites para frutos de textura firme. Frutos com resistência à compressão acima do limite desta amplitude, ou seja 135,16 g, fo-ram considerados muito firmes e aque-les com valores abaixo deste limite, ou seja 83,55 g, foram considerado pouco firmes. Esta classificação, mesmo ba-seada em poucas cultivares, parece re-presentativa da situação real já que os frutos das cultivares estudadas têm am-pla variabilidade quanto à textura pois pela descrição de Passos & Camargo (1993) a cultivar Guarani tem frutos muito firmes, Princesa Isabel tem tos regularmente firmes e Campinas fru-tos firmes.

Verificou-se que não houve diferen-ça significativa quanto à textura dos fru-tos entre locais. Contudo, verificou-se que as cultivares, de fato, apresentaram valores de resistência à compressão di-ferentes, permitindo classificar a culti-var Guarani como de grande resistência à compressão ou textura muito firme, com o valor médio de 144,78 g. As cul-tivares Dover e Princesa Isabel, respec-tivamente com 123,27 g e 110,26 g, não apresentaram diferenças estatisticamen-te significativas entre si, podendo ser considerados frutos de textura firme, enquanto que as cultivares Campinas e AGF 080 com os valores de 85,75 g e

82,75 g, respectivamente, e não diferen-tes entre si, ficaram situadas no limite entre as de textura firme e pouco firme (Tabela 1).

Com estes dados, os valores de tex-tura das cultivares Campinas e AGF 080 indicam que os frutos destas, têm a ca-racterística que o consumidor de frutos

in natura aprecia, contudo pode ser

limitante para o transporte de frutos, pois estes podem sofrer danos mecânicos com facilidade. Os frutos firmes da cul-tivar Princesa Isabel apresentaram tex-tura que permite o comércio em merca-dos mais distantes, diminuindo a perda de frutos, pois estes, também podem suportar mais tempo depois de colhidos. Paraskevopoulou-Paroussi et al. (1995) demonstraram que frutos mais firmes mantém melhor a qualidade durante o período de armazenamento. A cultivar Dover, apesar da aparente firmeza de seus frutos, apresentou valores meno-res que a cultivar Guarani, possivelmen-te devido à maior firmeza da polpa in-terna da cultivar Dover.

Passos (1982), em experimento rea-lizado em Jundiaí (SP), estimou a tex-tura através da resistência à ruptex-tura nas cultivares Campinas e Guarani, e veri-ficou que em frutos maduros a textura da cultivar Campinas foi de 42,25 lbf/ 50g e na cultivar Guarani de 62,50 lbf/ 50g. Estes resultados guardam relação com a textura do fruto, determinada no presente trabalho, que indicou maior fir-meza dos frutos da cultivar Guarani em relação a Campinas.

Os dados de cor dos frutos do mo-rango inteiro ou a cor externa e os

com-ponentes L* e c*, não mostraram dife-renças significativas entre locais. As cultivares Campinas, AGF 080 e Prin-cesa Isabel não diferiram entre si e a cultivar Princesa Isabel apresentou va-lores inferiores de luminosidade e croma em relação às demais. Dover e Guarani diferiram significativamente entre si e das demais cultivares, apresentando ain-da, Guarani, os menores valores de L* e c* em relação às demais (Tabela 1). Apesar das diferenças significativas en-contradas entre as cultivares, pela clas-sificação proposta, as cultivares Cam-pinas, AGF 080, Princesa Isabel e Dover foram consideradas de coloração e luminosidade intermediárias e somente Guarani se destacou por apresentar va-lores de c* inferiores a 24,92 e de L* inferiores a 29,24 caracterizando colo-ração externa escura e mais cromática, o que concorda com as avaliações visuais (Figura 1).

Para as cinco cultivares a cor inter-na dos morangos, expressos pelos com-ponentes L* e c*, não variou entre os experimentos. Quanto à luminosidade, as cultivares Dover, Princesa Isabel, AGF 080 e Campinas não diferiram sig-nificativamente entre si, tendo diferido da Guarani que apresentou valor de L* de 35,81. Pela classificação proposta, estas cultivares ficaram no grupo inter-mediário e Guarani no grupo de colora-ção escura. Quanto ao croma dos fru-tos, as cultivares mostraram diferenças, sendo Campinas, AGF 080 e Princesa Isabel do grupo intermediário, a culti-var Dover foi considerado pouco cro-mático e Guarani muito crocro-mático (Ta-Cultivares

Produção total de frutos

(g/planta) Número total de frutos/planta Peso médio de frutos (g) Atibaia Piracicaba Atib.x

Pirac. Atibaia Piracicaba

Atib.x

Pirac. Atibaia Piracicaba

Atib.x Pirac. Campinas 494,02 a 321,35 a 407,69 a 49,78 a 38,48 a 44,13 a 9,91 b 8,33 b 9,12 b Dover 475,57 a 306,34 ab 390,96 a 46,14 ab 34,39 a 40,26 a 10,32 ab 8,90 a 9,61 a Guarani 496,87 a 263,09 ab 379,98 a 52,66 a 36,11 a 44,38 a 9,41 c 7,28 c 8,35 c Princesa Isabel 394,18 b 236,63 b 315,40 b 37,03 b 25,66 b 31,34 b 10,64 a 9,22 a 9,93 a AGF 080 480,90 a 311,62 a 396,26 a 48,12 a 38,11 a 43,12 a 10,00 b 8,12 b 9,06 b CV % 10,690 11,179 11,165 9,717 9,468 9,494 2,070 2,974 3,113

Tabela 2. Produção total (g/planta), número total/planta e peso médio (g) de frutos de morangueiro em Atibaia e Piracicaba e análise conjunta dos experimentos. Piracicaba, ESALQ, 1996.

*/ Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey, 5%.

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bela 1). A coloração interna é uma das mais importantes características do mo-rango para uso industrial. O vermelho intenso da cultivar Guarani quando ob-servada visualmente, também refletiu em um valor de croma maior que 42,88 e em um valor de L* menor que 38,35. Os dados mostraram que Dover não tem coloração interna vermelho intensa, pois tem valor de L* de 49,26 e de croma de 32,47, o que deve prejudicar o seu uso na industrialização.

Passos (1982) estudou os componen-tes L*, a* e b* utilizando método mais simples que o deste trabalho, e também fez a análise subjetiva de cor e verifi-cou que a cultivar Guarani apresentou, para coloração interna, valores elevados de a* e baixos de L*, caracterizando ver-melho intenso, coincidindo com as ava-liações subjetivas. Os resultados deste

trabalho, demonstraram que Guarani, selecionada na década de setenta com fins específicos para uso industrial (Passos & Camargo, 1993), mostrou-se a mais re-comendada para uso na indústria, ressal-tando a importância dos trabalhos de melhoramento que, mesmo utilizando métodos mais simples, foram bem suce-didos na seleção desta cultivar.

A produção de frutos do moranguei-ro apresentou variação significativa en-tre as cultivares, com comportamento diferente em Atibaia e Piracicaba. Em Atibaia a produção total de frutos não apresentou variação significativa entre as cultivares testadas, no entanto pode-mos citar os maiores valores numéricos observados nas cultivares Guarani (496,87 g/planta) e Campinas com uma produção de 494,02 g/planta (Tabela 2). Em Piracicaba, as cultivares Campinas

e AGF 080 apresentaram as maiores produções totais de frutos (respectiva-mente 321,35 e 311,62 g/planta), segui-das de Dover e Guarani com valores de produção respectivamente de 306,34 e 263,09 g/planta mas as diferenças obti-das entre estas quatro cultivares não fo-ram significativas. A cultivar Princesa Isabel apresentou a menor produção (236,63 g/planta), diferindo significati-vamente de ‘Campinas’ e ‘AGF 080’ mas não diferindo significativamente de ‘Guarani’ e ‘Dover’ (Tabela 2).

Os resultados deste trabalho mostra-ram que a cultivar Dover atinge níveis de produção elevados, semelhantes às cultivares Campinas, AGF 080 e Guarani que apresentaram produção alta já com-provada em condições experimentais e em áreas de produção. Os resultados da análise conjunta destacaram a cultivar Princesa Isabel com a menor produção (315,40 g/planta) e significativamente diferente das demais (Tabela 2).

A produção total de frutos neste tra-balho, em Atibaia, pode ser comparada com outros experimentos com moran-go sob condições de manejo e clima se-melhantes. Passos (1982) obteve em Jundiaí (SP), respectivamente nos anos de 1979 e 1980, 434,18 e 424,37 g/plan-ta com a cultivar Campinas e 524,97 e 529,75 g/planta com a cultivar Guarani. Tessarioli Neto (1982), em São Bento do Sapucaí (SP) no ano de 1979, obteve produções de 387,08 g/planta com a cultivar Campinas e 520,67 g/planta com Guarani. Tessarioli Neto (1993), testou diversos tipos de cobertura de solo em morangueiro na cultivar Cam-pinas em Monte Alegre do Sul (SP) e atingiu a produção de 494,74 g/planta com a cobertura de plástico de polietileno preto aplicado 21 dias após o transplante das mudas. Os resultados obtidos por estes autores foram concor-dantes com os deste trabalho. Passos (1997), em Atibaia, com a cultivar Cam-pinas, testou diversos sistemas de pro-dução e na área com irrigação por as-persão e cobertura de solo com plástico de polietileno preto, obteve produções de 171 g/planta em 1994 e 277 g/planta em 1995. No entanto, o autor comenta que no ano de 1994 houve ocorrência de geada prejudicando a produção pre-coce, e em 1995 o plantio ocorreu no Figura 2. Produção mensal de frutos de morangueiro (g/planta), de cinco cultivares, em

Atibaia e Piracicaba. Piracicaba, ESALQ, 1996.

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dia 9 de junho, tardio para a região, o que pode ter prejudicado a produção total de frutos.

Analisando a produção pelo peso de frutos produzidos mensalmente, para todas as cultivares, notamos que em Atibaia e em Piracicaba o pico na co-lheita deu-se nos meses de agosto e se-tembro, respectivamente (Figura 2). Sendo, ainda, a produção média das cin-co cultivares em Atibaia (468,30 g/plan-ta) significativamente maior que em Piracicaba (287,81 g/planta). Os resul-tados obtidos concordam com Tessarioli Neto (1993) que obteve, na cultivar Campinas, o pico de produção no mês de setembro com 123,28 g/planta.

A produção precoce de frutos, ou seja, aqueles produzidos nos meses de abril, maio e junho é a mais valorizada no Brasil e por esta razão, segundo Pas-sos (1982), esta característica é muito importante para a seleção de cultivares nos trabalhos de melhoramento. De acordo com os resultados obtidos (Fi-gura 2), as cultivares analisadas foram semelhantes quanto à produção preco-ce nos meses de maio, junho e julho, o que já era esperado pois as cultivares Campinas, Guarani e Princesa Isabel, foram selecionadas pelo IAC para pos-suírem esta característica. A cultivar Dover mostrou semelhança àqueles se-lecionados pelo IAC, podendo ter sido a produção precoce um dos motivos que o tornou de grande aceitação pelo pro-dutor de morangos.

A cultivar Princesa Isabel foi aque-la que apresentou o menor número de frutos produzidos com valores signifi-cativamente inferiores das demais na análise conjunta e na análise isolada do experimento de Piracicaba. Em Atibaia, o número de frutos produzidos pelas cultivares Dover e Princesa Isabel não diferiu estatisticamente, produzindo a menor quantidade de frutos e diferindo significativamente de Campinas, AGF 080 e Guarani (Tabela 2).

Os resultados obtidos com as culti-vares Campinas e Guarani foram infe-riores, porém muito próximos àqueles citados por Tessarioli Neto (1993): 56,52 frutos/planta para a cultivar Campinas e Tessarioli Neto (1982): 72,32 frutos/planta para Guarani, mas superio-res para a cultivar Campinas, aos obtidos por Tessarioli Neto (1982): 48,96 e por

Passos (1997): 23,22 frutos por planta. O peso do fruto é uma das caracte-rísticas de maior importância agronômi-ca na produção comercial do morango pois está diretamente relacionado ao ta-manho do mesmo. Hortynski et al. (1991) obtiveram uma correlação de 86,4% entre tamanho e peso de frutos. Frutos grandes tornam o processo de colheita e embalamento mais rápido além da sua valorização pelo mercado consumidor resultando em maiores ganhos ao produtor.

Os resultados da análise conjunta e do experimento de Piracicaba destacaram as cultivares Princesa Isabel e Dover com o maior peso médio dos frutos. Em se-guida, Campinas e AGF 080 apresenta-ram peso médio dos frutos e a seguir a cultivar Guarani com o menor peso mé-dio dos frutos. No experimento de Atibaia houve diferença em relação à cultivar Dover que apresentou peso médio dos frutos semelhante também às cultivares Campinas e AGF 080 (Tabela 2).

Resultados semelhantes aos aqui encontrados foram obtidos por outros autores sob condições de manejo e cli-ma parecidos. O peso médio dos frutos no trabalho de Passos (1982) variou en-tre 9,34 g e 10,90 g para a cultivar Cam-pinas e entre 7,50 g e 8,80 g para Guarani, em experimento conduzido em Jundiaí em 1979 pelo mesmo autor, res-pectivamente para frutos “3/4 maduros” e “maduros”. Tessarioli Neto (1993) chegou ao valor de 8,81 g para a culti-var Campinas e Tessarioli Neto (1982) obteve o valor de 9,05 g para esta culti-var e 7,80 g para Guarani. Passos (1997) em experimento realizado em 1994 em Atibaia com a cultivar Campinas atin-giu o valor de 6,12 g. Estes resultados caracterizaram Dover e Princesa Isabel como cultivares de frutos grandes, de-monstrando que, assim como ‘Campi-nas’ e ‘AGF 080’ têm esta característi-ca importante para o mercaracterísti-cado de frutos

in natura.

Os dados de presença de “pescoço”, produção, peso, teor de sólidos solúveis, pH, cor interna expressa pelos compo-nentes L* e c* e textura, expressa pela força de resistência à compressão de morangos, deram parâmetros importan-tes para determinar em cada cultivar, isoladamente, a aptidão aos consumos

in natura e industrial e também para

analisar o desempenho produtivo e as-pectos ligados à comercialização. As cultivares Campinas e AGF 080, pelas características do fruto de textura firme a pouco firme, elevado teor de sólidos solúveis e tamanho grande, expresso pelo peso elevado, caracterizaram apti-dão ao consumo “in natura”. Estas cul-tivares também apresentaram elevado desempenho produtivo, no entanto, pela textura dos frutos não são adequadas ao transporte a longas distâncias. A culti-var Guarani, pelas características do fru-to de presença de pescoço, pH ácido, textura muito firme e cor interna ver-melho intensa, demonstraram ter apti-dão ao uso industrial. A textura muito firme de seus frutos também a tornam adequada ao transporte a longas distân-cias. Esta cultivar também apresentou elevado desempenho produtivo. A cul-tivar Dover apresentou elevada produ-ção de frutos. Tem, também, frutos gran-des, interessantes para o consumo in

natura. No entanto, as características de

pH ácido e teor baixo de sólidos solú-veis o tornam inadequado ao consumo

in natura. Para uso industrial, esta

cul-tivar apresenta características de inte-resse como frutos com pH ácido e tex-tura firme, no entanto os frutos não têm “pescoço” e a cor interna não é verme-lho intensa o que o torna pouco apropri-ado ao uso industrial. Graças às carac-terísticas de textura firme esta cultivar é adequada para o transporte a longas distâncias. A cultivar Princesa Isabel, pelas características de peso elevado de frutos e pH pouco ácido, demonstrou aptidão ao consumo in natura. A textu-ra elevada de seus frutos é maior que a das cultivares Campinas e AGF 080 o que não prejudica a aceitação pelo con-sumidor e, por outro lado, é mais resis-tente ao transporte.

AGRADECIMENTOS

O presente trabalho foi realizado graças ao apoio da FAPESP, processo 96/1606-2, do CNPQ, dos Departamen-tos de Horticultura e Genética da ESALQ/USP, das pesquisadoras Sonia Dedeca S. Campos e Vera L. P. Ferreira, do laboratório FEPISA do ITAL e do produtor rural Claudemir Rodrigues Spinassi de Atibaia (SP).

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Referências

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