LÍNGUA PORTUGUESA
MÓDULO 7
Morfologia III
FLEXÃO DAS PALAVRAS
Chamamos de flexão o acréscimo de sufixos formadores de plural e
feminino, nos nomes e tempo, modo, número e pessoa nos verbos.
FLEXÕES NOMINAIS - EXEMPLOS FLEXÕES VERBAIS - EXEMPLOS
PLURAL
menino – meninos animal – animais flor – floresFEMININO
menino – menina patrão – patroa cônsul – consulesaINDICATIVO, PRETÉRITO
IMPERFEITO
Eu cantava, tu cantavas, ele cantava Nós cantávamos, vós cantáveis, eles
FLEXÃO DE GÊNERO DOS SUBSTANTIVOS
FORMAÇÃO DO FEMININO
REGULAR
Quando os substantivos trocam a vogal temática –o
pela desinência de feminino –a. menino – menina
pato – pata
médico – médica IRREGULAR
Quando o feminino tem forma bem distinta da do masculino. genro – nora
homem – mulher pai – mãe
SUBSTANTIVOS UNIFORMES
São os que apresentam uma única forma para ambos os gêneros.
1. Epiceno
– designa o masculino e o feminino de certos animais, com
auxílio dos adjetivos macho e fêmea (concordando em gênero e número
com o substantivo).
Ex.: jacaré macho / jacaré fêmea
SUBSTANTIVOS UNIFORMES
2. Sobrecomum
– designa pessoas, apresentando uma forma única tanto
para o masculino quanto para o feminino (inclusive o artigo e o adjetivo,
que devem concordar em gênero e número com o substantivo
sobrecomum). Só pelo contexto podemos distinguir o gênero desses
substantivos.
Ex.: a criança mimada
a vítima atropelada
o indivíduo tristonho
o cônjuge solitário
SUBSTANTIVOS UNIFORMES
3. Comum de dois gêneros
– com apenas uma forma, designa os
indivíduos de dois sexos, sendo a distinção de gênero feita com artigo,
adjetivo ou pronome adjetivo.
Ex.: o estudante / a estudante
artista famoso / artista famosa
esse pianista / essa pianista
Algumas palavras, quando mudam de gênero, mudam também o sentido. Nessas palavras, o gênero nunca significa a mudança de sexo.
Ex.: A cabeça (parte do corpo) O cabeça (líder)
A capital (cidade principal) O capital (dinheiro)
A lente (vidro)
O lente (professor)
A caixa (recipiente de armazenamento) O caixa (responsável financeiro)
FLEXÃO EM NÚMERO DOS SUBSTANTIVOS
Há dois números gramaticais em português: singular e plural. A característica do plural é a desinência –s no final da palavra.
Os substantivos flexionam-se em número de diferentes maneiras, conforme sua terminação no singular.
1. Terminados em vogal (oral ou nasal) ou ditongo oral: acréscimo de -s
Ex.: mesa – mesas irmã – irmãs série – séries
2. Terminados em –ão
a) ão átono – acréscimo de –s
Ex.: órfão – órfãos
b) ão tônico – acréscimo de –s, ou substituição de ão por ões ou ães
Ex.: cidadão – cidadãos balão – balões
3. Terminados em –l
a) Terminados por –al, – el, –ol, –ul – trocam –l por –is
Ex.: jornal – jornais papel – papéis lençol – lençóis azul – azuis
b) Terminados em –il
ÁTONO – trocam –il por –eis
Ex.: fóssil – fósseis
TÔNICO – trocam –il por –is
Ex.: barril – barris EXCEÇÕES:
mal – males
cônsul – cônsules
mel – meles ou méis fel – feles ou féis
Terminados por –r e –z – acréscimo de –es
Ex.: amor – amores flor – flores
giz – gizes
gravidez – gravidezes
Nota: caráter faz plural com caracteres
Terminados por –s
a) Os paroxítonos ou proparoxítonos são invariáveis. O plural é indicado pela flexão do artigo.
Ex.: o lápis – os lápis
o ônibus – os ônibus
b) Os oxítonos ou monossílabos tônicos – acréscimo de –es
Ex.: inglês – ingleses cós – coses
rês – reses às – ases
Terminados em –x
a) –x com valor de –s trocam-se por –ces (com variante em –ice)
Ex.: cálix (ou cálice)– cálices hélix (ou hélice)– hélices
apêndix (ou apêndice) – apêndices
b) –x com valor de –cs: são invariáveis (o plural se depreende do artigo) Ex.: o tórax – os tórax
Terminados por –zinho: põem-se no plural os dois elementos e suprime-se o –s
do substantivo
Ex.: flor + zinha = florzinha
flores + zinhas = florezinhas bar + zinho = barzinho
1. AMBOS OS ELEMENTOS VÃO PARA O PLURAL – quando forem palavras variáveis, não havendo preposição entre eles nem o segundo elemento indicar finalidade do primeiro.
Ex.: couve-flor – couves-flores
2. APENAS O PRIMEIRO ELEMENTO VAI PARA O PLURAL – com preposição aparente ou subentendida entre os elementos; com o segundo elemento indicando finalidade do primeiro.
Ex.: pé de moleque – pés de moleque
livro-caixa – livros-caixa (livros de caixa) pombo-correio – pombos-correio
navio-escola – navios-escola
3. APENAS O ÚLTIMO ELEMENTO VAI PARA O PLURAL
a) Quando o primeiro elemento for verbo: Ex.: beija-flor – beija-flores
b) Quando o primeiro elemento for palavra invariável ou prefixo Ex.: sempre-viva – sempre-vivas
ave-maria – ave-marias ex-diretor – ex-diretores
GRAU DOS SUBSTANTIVOS
É a propriedade que o substantive possui de indicar, pela forma, ideia de maior ou menor do ser em relação ao seu tamanho natural.
Ex.: mala – malinha pé – pezão
São dois os graus: aumentativo e diminutivo
Aumentativo – exprime um aumento do tamanho natural do ser, objeto ou lugar.
Os graus aumentativo e diminutivo podem ser feitos por dois processos:
a) Sintético – com acréscimo de sufixo
Ex.: corpo – corpanzil – corpúsculo ou corpinho homem – homenzarrão – homenzinho
boca – bocarra – boquinha pé – pezão – pezinho
b) Analítico – com auxílio de adjetivo (grande, pequeno e similares) Ex.: corpo grande – corpo pequeno
homem enorme – homem pequeno boca imensa – boca miúda
1. Certos substantivos no grau aumentativo ou diminutivo podem não exprimir aumento ou diminuição, mas conferir uma ideia afetiva, pejorativa, crítica, carinhosa ou irônica, dependendo do contexto.
Ex.: Não gosto dessa gentalha!
É uma mulherzinha muito desclassificada! Que menininho lindo!
2. Alguns aumentativos são fictícios, ou seja, apesar de apresentarem a forma aumentativa, não exprimem nenhum sentido de aumento:
Ex.: cartão, portão, calção
FLEXÃO DE GÊNERO DOS ADJETIVOS
Quanto ao gênero, os adjetivos se classificam em:
a) Uniformes – apresentam forma única tanto para o masculino quanto para o feminino.
Ex.: homem simples – mulher simples
b) Biformes – apresentam duas formas, uma para o masculino e outra para o feminino.
Ex.: professor bom – professora boa
NOTA: Nos adjetivos compostos, apenas o último elemento se flexiona no gênero feminino:
1. Os adjetivos simples fazem o plural seguindo as mesmas regras do plural dos substantivos simples.
Ex.: livro igual – livros iguais
menino gentil – meninos gentis
professor bom – professores bons
2. Os adjetivos compostos fazem o plural com a flexão do último elemento. Ex.: festas luso-brasileiras
NOTA: Havendo a ideia de cor no adjetivo composto, o plural será feito de acordo com as regras seguintes:
a) Cor + adjetivo = flexiona o último elemento Ex.: olho verde-claro – olhos verde-claros
tecido azul-escuro – tecidos azul-escuros b) Cor + substantivo = invariável
Ex.: blusa verde-piscina – blusas verde-piscina EXCEÇÕES:
Ex.: surdo-mudo – ambos os elementos variam meninos surdos-mudos
GRAU DOS ADJETIVOS
Os adjetivos apresentam dois graus: o comparativo e o superlativo.
1. Grau comparativo – indica se um ser é superior ou inferior a outro, naquilo em que é adjetivado.
a) Comparativo de inferioridade
Maria é menos atenta que sua irmã.
b) Comparativo de igualdade
Maria é tão atenta quanto sua irmã.
c) Comparativo de superioridade
2. Grau superlativo – indica que uma qualidade é elevada ao seu mais alto grau de intensidade.
a) Superlativo absoluto analítico
Maria é muito atenta.
b) Superlativo absoluto analítico
Maria é atentíssima.
c) Superlativo relativo de superioridade
Maria é a mais atenta de todos os alunos.
a) Superativo relativo de inferioridade
de superioridade mais ………. (do) que de igualdade tão ………. quanto
(como)
de inferioridade menos ……. (do) que
Absoluto Analítico
Com advérbio de
intensidade: bastante, muito etc.
Sintético Com sufixo: íssimo, -érrimo, -ílimo
Relativo de superioridade o mais ….… de de inferioridade o menos ….. de
COMPARATIVO DE SUPERIORIDADE
SUPERLATIVO ABSOLUTO
ANALÍTICO SINTÉTICO ANALÍTICO SINTÉTICO Bom Mau Grande Pequeno Alto Baixo (mais bom) (mais mau) (mais grande) (mais pequeno) mais alto mais baixo melhor pior maior menor* superior inferior muito bom muito mau muito grande muito pequeno muito alto muito baixo ótimo péssimo máximo mínimo supremo ínfimo
*Atenção ao adjetivo MENOR. Apesar de semanticamente sermos inclinados a pensar em caracterização inferior, sua forma é de superioridade, pois equivale a MAIS PEQUENO.
Exemplo: O rio São Francisco é menor que o Amazonas. (comparativo de superioridade, porque, na pequenez, o São Francisco é superior ao Amazonas)
Notas:
1. O comparativo de inferioridade é feito exclusivamente com o advérbio menos.
Ex.: O rio São Francisco é menos barrento que o Amazonas.
2. Só se empregam as formas analíticas mais bom, mais mau, mais grande e mais
pequeno, quando a comparação é feita com duas qualidades para um só
substantivo.
Ex.: Maria é mais boa do que má.
FLEXÃO DOS VERBOS
MODOS TEMPOS SIMPLES TEMPOS COMPOSTOS
Como? Quando?
INDICATIVO (em referência aos fatos reais) Presente Pretérito perfeito composto Pretérito imperfeito Pretérito mais que perfeito composto
Pretérito perfeito Futuro do presente composto Pretérito mais que perfeito
Futuro do presente Futuro do pretérito composto Futuro do pretérito
SUBJUNTIVO
(em referência aos fatos duvidosos, prováveis, hipotéticos, possíveis)
Presente Pretérito perfeito composto Pretérito imperfeito Futuro composto
Futuro
IMPERATIVO
(exprime ordem, pedido, súplica, convite, conselho)
Afirmativo Xxxxx
PESSOAS VERBAIS NÚMERO PRONOMES 1ª pessoa Quem fala Singular EU Plural NÓS 2ª pessoa
Com quem se fala
Singular TU
Plural VÓS
3ª pessoa
De quem se fala
Singular ELE (A)
TEMPO E MODO 1ª CONJUGAÇÃO 2ª CONJUGAÇÃO 3ª CONJUGAÇÃO
DMT DMT DMT
INDICATIVO
PRESENTE ᶲ ᶲ ᶲ
PRETÉRITO IMPERFEITO -VA (-VE*) -A (-E) -A (-E)
PRETÉRITO PERFEITO ᶲ ᶲ ᶲ
PRETÉRITO MAIS QUE PERFEITO -RA(-RE*) átono -RA(-RE*) átono -RA(-RE*) átono FUTURO DO PRRESENTE -RA(-RE*) tônico -RA(-RE*) tônico -RA(-RE*) tônico FUTURO DO PRETÉRITO -RIA (-RIE*) -RIA (-RIE*) -RIA (-RIE*)
SUBJUNTIVO
PRESENTE -E -A -A
PRETÉRITO IMPERFEITO -SSE -SSE -SSE
FUTURO -R -R -R
*Estas desinências são chamadas de alomorfes, pois são variantes da forma original. Normalmente elas se aplicam à segunda pessoa do plural, exceto no futuro do presente, onde se aplica às seguintes pessoas: eu, nós, vós.
PESSOAS MAIORIA PRETÉRITO PERFEITO IND.* FUTURO DO SUBJUNTIVO
EU ᶲ -I ᶲ
TU -S -STE -ES
ELE ᶲ -U ᶲ
NÓS -MOS -MOS -MOS
VÓS -IS -STES -DES
ELES -M -RAM -EM
*As desinências número-pessoais do pretérito perfeito do indicativo são ditas acumulativas, pois também são marcas do tempo e do modo, já que são exclusivas, exceto da 1ª pessoa do plural (nós).
PESSOAS R VT DMT DNP EU CANT A VA TU CANT A VA S ELE CANT A VA NÓS CANT Á VA MOS VÓS CANT Á VE IS ELES CANT A VA M Exemplo:
EMPREGO DE PRONOMES
1. Os pronomes pessoais do caso reto são, em regra, usados como sujeito do verbo. Por isso é errado dizer:
Isto é para mim fazer.
O correto é:
Isto é para eu fazer.
O pronome EU funciona como sujeito do verbo no infinitivo.
2. Os pronomes pessoais do caso oblíquo são usados como complementos do verbo. São classificados como objeto direto ou indireto conforme a transitividade do verbo.
Ex.: Ganhei flores de meu namorado e coloquei-as num lindo vaso.
FUNÇÃO
PRONOMES
Objeto direto
o, a, os, as
Objeto indireto
lhe, lhes
Depende da transitividade do verbo que
3. Os pronomes
eu
e
tu
, quando regidos de qualquer preposição, devem passar
para as formas oblíquas correspondentes
mim
e
ti
.
Ex.: Maria ficou entre
eu
e
tu
. (ERRADO)
Maria ficou entre
mim
e
ti
. (CERTO)
4. Os pronomes
si
e
consigo
são exclusivamente reflexivos (a pessoa gramatical
do sujeito é agente e paciente da ação verbal).
Ex.: Ele levou a mala
consigo
. (= com ele próprio)
5. Os pronomes
o
,
a
,
os
,
as
sofrem o fenômeno da assimilação, quando
precedidos de formas verbais terminadas por
–r
,
–s
e
–z
, havendo a supressão
dessas consoantes: vender + o = vendê-lo; fiz + a = fi-la
6. Os pronomes
o
,
a
,
os
,
as
sofrem modificação na forma para
no
,
na
,
nos
,
nas
, quando complemento de verbos terminados em
–am
,
–em
,
–ão
,
–õe
:
cantam + a = cantam-na; mantém + o = mantém-no; pões + as = pões-nas
7. Empregam-se as formas
com nós
e
com vós
, quando seguidos de
próprios
,
todos
,
outros
,
mesmos
.
1. O pronome adjetivo possessivo deve concordar em número e gênero com a coisa possuída.
Ex.: Esta é minha caneta; Estas são minhas canetas; Estes são meus cadernos.
2. Nas redações, devem-se observar rigorosamente as correlações entre os pronomes pessoais e possessivos
Ex.: Vim para teu aniversário e tu me recebes assim?
3. Usam-se elegantemente certos pronomes oblíquos com o valor de pronome possessivo.
Ex.: Pisou-me o pé. = Pisou o meu pé.
1. Os pronomes o, a, os, as, quando seguidos do relativo que ou da preposição de,
equivalem a aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo e, como estes, são também
pronomes demonstrativos.
Ex.: De todas as professoras ela era a que todos mais amavam. = aquela que
todos mais amavam.
2. O pronome o é invariável, quando equivale a isto , e, estando em lugar de uma
palavra ou de toda uma frase, é também demonstrativo.
Ex.: Acha que somos palhaços? Com certeza não o somos. (o = isto = palhaços)
3. Os artigos definidos (o, a, os, as), quando estão desacompanhados dos
substantivos que determinam, passam a ser classificados de pronomes
demonstrativos, equivalendo a aquele (s) e aquela (s).
SOBRE OS PRONOMES RELATIVOS
1. Emprega-se o qual, os quais, a qual, as quais em lugar de que, quando o
antecedente estiver muito distante ou resultar ambiguidade.
Ex.: O professor se dirigiu à aluna mais estudiosa da classe, a qual é excelente.
Se usasse o pronome que, poderia causar ambiguidade, pois poderia se referir ao
professor ou à aluna.
2. A forma quanto é pronome relativo, quando vem precedida do indefinido tudo.
3. O pronome adjetivo relativo cujo e flexões revela a posse de um substantivo sobre outro. Esses pronomes concordam com o termo subsequente em gênero e número e nunca podem ser seguidos de artigo.
ERRADO: Eis a menina cujo o pai é professor.
CERTO: Eis a menina cujo pai é professor. = pai da menina
4. O pronome relativo será precedido de preposição, sempre que o verbo subsequente exigir.
1. Os indefinidos certo, certos, certa, certas, vários, várias precedem substantivos. Se estiverem pospostos ao substantivos, serão adjetivos e não pronomes indefinidos, com alteração do sentido.
Ex.: Certo homem X homem certo Pronome indefinifo X adjetivo
2. O pronome nada é advérbio de intensidade, quando modifica um adjetivo.
EMPREGO DOS VERBOS
Pode ser utilizado para exprimir ações passadas e até mesmo futuras.
Ação próxima, decisão tomada Habitualidade ou frequência
Presente histórico
Presente por Imperativo
As abelhas fazem o mel. Escovo os dentes todos os dias.
As aulas começam em março.
Pedro Álvares Cabral chega ao Brasil em 1500 e encontra índios.
O Pretérito Imperfeito do Indicativo designa, em princípio, um fato passado, mas não concluído.
a) Duração:
Maria as frutas para a salada.
b) Ação passada habitual ou repetida:
“Antigamente a gente para a praia.” (Rubem Braga)
c) Emprega-se, ainda, por delicadeza, timidez, em lugar do Presente do Indicativo: que você fosse meu assistente.
me fazer um favor?
d) Usa-se, também, pelo Futuro do Pretérito: Se me dessem dinheiro, eu .
e) O verbo ser, com sentido existencial, é usado no início de certos contos de fadas, fábulas, lendas, na forma do Imperfeito:
Este tempo apresenta um fato já terminado numa época passada: Na semana passada, conheci um cantor lírico.
Quando o vi, ele não me cumprimentou.
É formado com o Presente do Indicativo do verbo ter e o particípio do verbo principal. Traduz geralmente um fato que se iniciou no passado e pode continuar prolongando-se até o momento em que prolongando-se fala; ou então um fato habitual:
Exprime um fato passado, anterior a outro igualmente passado: Quando meu pai chegou, eu já jantara.
Tem o mesmo valor que o Simples; forma-se com o Imperfeito do Indicativo do verbo ter (usual) ou haver e o particípio do verbo principal.
ASPECTO VERBAL
O verbo, pelo ponto de vista morfológico, tem ocorrência nos textos em formas
diversas para exprimir o tempo, o modo, o número, a pessoa e o aspecto. O
tempo é a categoria que caracteriza melhor o verbo, pois se evidencia em
morfemas, associando-os à noção de passado, presente e futuro: cantava, canta e
cantará.
O aspecto é uma representação do processo verbal como duração.
Duas formas verbais que indiquem o tempo presente podem ter aspectos diferentes:
1- Paulo trabalha na Petrobras.
2- Paulo está trabalhando na Petrobras.
ASPECTOS VERBAIS MAIS COMUNS EM LÍNGUA PORTUGUESA
= ação contínua, em desenvolvimento; realização frequente. O
Pretérito Imperfeito do indicativo e o gerúndio são as formas mais comuns deste aspecto, embora existam outras.
Ex.: Paulo continua nadando.
Joana cantava diariamente naquele barzinho.
Eu tenho mantido o regime rigorosamente.
Estou trabalhando numa pesquisa interessantíssima.
ASPECTOS VERBAIS MAIS COMUNS EM LÍNGUA PORTUGUESA
= ação realizada repetidamente. Demonstra a reiteração do processo
verbal. Normalmente é traduzido numa locução verbal com os auxiliares tornar a, voltar a e semelhantes. Também alguns prefixos e sufixos conferem ao verbo a ideia de repetição.
Ex.: Tânia refez o trabalho.
O menino saltitou de alegria.
A professora voltou a pedir silêncio.
ASPECTOS VERBAIS MAIS COMUNS EM LÍNGUA PORTUGUESA
= ocorrência momentânea, pontual.
Ex.: Vi você no cinema ontem.
= Demonstra a ação iniciada, mas não concluída. Quase sempre
representado por uma locução verbal com o auxiliar começar a e semelhantes ou pelo sufixos -ecer ou –escer.
Ex.: Começou a chover logo cedo hoje.
ASPECTOS VERBAIS MAIS COMUNS EM LÍNGUA PORTUGUESA
= traduz a ideia de ação terminada, próxima do momento da
enunciação.
Ex.: Acabei de passar um café.
Deixou de beber há um mês.
= ação habitual (passado ou presente)
Ex.: Escovo os dentes após as refeições.
Chove sempre nas tardes de Março.
ASPECTOS VERBAIS MAIS COMUNS EM LÍNGUA PORTUGUESA
= o processo está concluso e com um resultado permanente (caiu,
sabe, aprendeu).
Ex.: Os livros caíram da estante.
= resultado de uma ação.
Ex.: Discutiram tanto que acabaram se agredindo.
= indica uma ação de continuidade no passado. Muitas vezes se
confunde com ação habitual. O tempo verbal que denota esse aspecto é o
Pretérito Imperfeito do Indicativo, o chamado presente do passado, por anunciar uma ação habitual no passado que se assemelha a um fato habitual presente,
narrado no momento da enunciação.
Ex.: João estudava Alemão. (ação não-concluída se olharmos o seu
ASPECTOS VERBAIS MAIS COMUNS EM LÍNGUA PORTUGUESA
= ação próxima à sua ocorrência.
Ex.: Manuel ia entrando no Shopping, quando eu o chamei.
Estamos para realizar nossa grande viagem ao Egito.
= exprime a tentativa, o esforço para realizar uma ação.