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e que a sua família viva com menos estresse. Mas isso só é possível com muita informação sobre o tema.

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Academic year: 2021

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C O M O L I D A R C O M

U M G U I A P A R A P A I S E M Ã E S D E F I L H O S S E L E T I V O S

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Um convite à saúde.

Olá! Meu nome é Maria Cristina Lopes. Sou psicóloga e trabalho com o comportamento alimentar infantil. Hoje gostaria de te fazer um convite à saúde e me acompanhar ao longo deste e-book. O que eu quero é que seu filho possa comer normalmente e que a sua família viva com menos estresse. Mas isso só é possível com muita informação sobre o tema.

Aqui vou te falar sobre como surge a seletividade, tratamentos e estratégias possíveis, com quais profissionais contar e o que realmente vai fazer seu filho comer.

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O que é a seletividade?

A seletividade é um transtorno caracterizado por rejeição a diversos alimentos afetando estado nutricional,

comportamental e a socialização.

Antes de diagnosticar a

seletividade devemos investigar quaisquer fatores orgânicos atuais que possam interferir no apetite. Alguns destes fatores podem ser: nascimento dos dentes, dor dentária crônica, condições respiratórias que causem intenso desconforto, alergias e intolerâncias alimentares, refluxo, febre, estomatite, etc.

Geralmente a seletividade é ocasionada por algum destes fatores orgânicos.

Mas como exatamente a seletividade se inicia?

Durante a refeição algum desconforto orgânico se intensifica. Após este mesmo episódio ocorrer diversas vezes, a associação entre o desconforto e a alimentação se inicia. A associação pode ser mais forte ou mais fraca de acordo com o nível de desconforto percebido pela criança ou pelo tempo de duração do desconforto (dias, semanas, meses ou anos). Além disso, casos de estresse infantil também afetam a alimentação. Este estresse pode não ser facilmente detectado. Mas algumas situações de vida podem nos dar sinais. Como: mudança de rotina, entrada na creche, falecimento de alguém próximo, mudança de

residência, entre outros. Da mesma maneira existem comorbidades associadas a seletividade. Isso significa dizer que alguns transtornos prévios podem favorecer o aparecimento da seletividade.

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Os mais comuns são: transtorno do espectro autista, transtorno obssessivo compulsivo,

transtorno de ansiedade e transtorno de atenção e

hiperatividade. Nestes casos é preciso fazer um tratamentos associados com outros

profissionais.

Uma outra questão pouco abordada é a genética.

Percebemos em estudos e na clínica que pais que já

apresentaram a seletividade tem mais chances de ter filhos

seletivos.

Quando se inicia a seletividade? Em geral a seletividade se inicia a partir de alguns meses de vida até os quatro anos. Isso não significa dizer que após os quatro anos a criança não terá mais seletividade. Significa apenas que a idade de início usual dos sintomas vai até os quatro anos. O transtorno pode perdurar por toda a vida.

Existe tratamento para a seletividade?

Existem diversas formas de tratar a seletividade. Médicos, nutricionistas e psicólogos podem cuidar de crianças seletivas de diversas formas. Médicos e nutricionistas irão cuidar da parte orgânica, se certificar que não existe

condições médicas atuais (como refluxo, alergias ou estomatite) e medicar para que não haja perda de nutrientes ou peso.

Já o psicólogo atuará na característica principal do

transtorno: o comportamento de rejeição alimentar.

É o psicólogo que vai conseguir orientar sobre formas de

introdução efetiva de alimentos. Com o objetivo final de que pais e cuidadores consigam ampliar a variedade de alimentos no

cardápio da criança.

Afinal, de nada adianta fornecer um cardápio e os pais não

conseguirem fazer seu filho comer os alimentos. O objetivo final é que realmente a criança tenha uma vida normal e coma novos alimentos.

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Quais são os tipos de rejeição possíveis para uma criança seletiva?

Existem diversos tipos de rejeição. Aqui vou te falar as quatro principais formas de rejeição.

A rejeição pode ser visual – a ansiedade e o comportamento de rejeição aparecem quando a criança vê o alimento. Alimentos com aspectos muito diferentes causam estresse.

A rejeição também pode se referir ao cheiro. Ou seja, a rejeição é suscitada pelo aroma do alimento.

Agora falaremos dos dois tipos de rejeição mais fortes e

comuns. O primeiro é ao sabor. Ou seja, sabores diferentes causam repulsa. Portanto, para este tipo de rejeição o alimento já deve estar na boca.

O segundo tipo mais comum de rejeição é à textura. Neste caso o alimento também deve ser levado à boca para ocorrer a rejeição.

Outro tipo de rejeição é pelo ambiente. Portanto, em determinados ambientes a

criança aceita alguns alimentos e em outros não. em geral isso ocorre pois a criança não se sente segura. Por exemplo: já foi forçada a comer naquele local. Uma das maiores dificuldades dos pais é identificar o tipo de rejeição da criança. O

tratamento sempre deve começar pela identificação da rejeição.

Em alguns casos as crianças possuem apenas um dos tipos de rejeição citadas acima como a que causa maior ansiedade. Porém é bem possível que ela tenha todos os tipos de rejeição.

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Quais são as maneiras mais comuns de lidar com a seletividade?

Existem muitas maneiras de lidar com a seletividade das crianças. Porém, as mais comuns não são ideais. Inclusive, podem piorar a seletividade.

Uma das maneiras mais comuns de lidar com a seletividade é com a técnica da distração. Ou seja, durante a refeição o cuidador distrai a criança com televisão, tablet, celular ou brinquedos, enquanto coloca o alimento na sua boca.

Apesar de funcionar com algumas crianças esta técnica não modifica a alimentação da criança. Justamente, por que, distraída, não registra novas texturas, sabores, visual e cheiros.

Outra maneira comum de lidar com a seletividade é forçar a criança a comer segurando sua boca, gritando, castigando, etc. Essa é uma estratégia que funciona momentaneamente. Pois a criança irá, naturalmente, associar este novo estresse ao alimento novo.

A última estratégia comum é deixar a criança com fome. Ou seja, só irá comer se for o alimento novo. Se não quiser comer este alimento novo não irá comer nada.

Esta é uma estratégia que não funciona em nenhuma ocasião. Já tive mães de pacientes que deixaram seus filhso sem comer por mais de 16 horas.

Se os pais e cuidadores tinham alguma dúvida sobre a

veracidade do transtorno e estresse ocasionado não resta nenhuma. A criança preferirá passar fome ao invés de comer o alimento diferente.

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A seletividade é "frescura"? Não! Como acabamos de ver o estresse ocasionado pela rejeição é tão grande que a criança

prefere passar fome a comer. O estresse ocasionado pela seletividade é o mesmo que uma pessoa que tem medo de avião sentiria ao pegar um vôo de doze horas para Paris sem

medicamentos. A seletividade é real!

Então qual é a melhor maneira de lidar com a seletividade? Se perceber todas as estratégias que citei até aqui foram

"inundações". Ou seja, "inundamos" a criança com estímulo extremamente estressor - a comida.

Vários estudos demonstram que a inundação não é uma técnica que realmente funciona.

Inclusive, como já foi dito, pode piorar a ansiedade e estresse. O que tem mostrado bons

resultados uma técnica contrária à "inundação". Esta técnica se chama "exposição graduada". A estratégia de exposição graduada é a estratégia que utilizamos e a mais

cientificamente eficaz para o tratamento da seletividade. Ela se baseia em graduar em várias etapas de exposição ao alimento até chegarmos ao objetivo final. Por exemplo: se a criança

consome apenas sopa de cenoura não posso de uma hora para a outro oferecer sopa de couve. Devo escolher um alimento que se assemelhe visualmente à cenoura - como a abóbora. E introduzir o sabor da abóbora colocando uma porcentagem da sopa de abóbora junto à sopa de cenoura. Gradativamente

aumento esta proporção até chegar ao 100%.

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Bem como se quiser colocar a textura da abóbora apenas cozida. Não devo oferecer à criança seletiva esta textura "de repente". Devo graduar em várias etapas de exposição de textura.

Assim, se a sopa é peneirada começo a colocar metade peneirada e metade não

peneirada. Devo aumentar esta proporção gardativamente até toda a sopa não ser peneirada. A partir de então posso começar a colocar pedaços pequenos e aumentar esta quantidade até atingir meu objetivo final. A exposição graduada pode ser feita com qualquer alimento. Lembre-se: quando uma etapa de exposição não dá certo é sinal que precisamos graduar mais. Existem várias formas de exposição. O essencial é conhecer o tipo de rejeição principal do sue filho e começar sempre pequeno.

Não tenha medo de pedir ajuda. Quanto mais ficamos sem

tratamento mais a seletividade se sedimenta.

Quantas vezes devo oferecer o alimento em uma etapa de exposição?

A cada etapa de exposição devemos oferecer no mínimo cinco vezes. Mas isso pode se extender até vinte vezes. Ou seja, durante uma semana você

oferecerá o prato com 50% de sopa de cenoura e 50% de sopa de abóbora. Na semana seguinte posso oferecer a proporção maior de 80% de sopa de abóbora e 20% de sopa de cenoura e assim por diante.

Você não precisa oferecer somente esta refeição. Os pais e cuidadores podem variar. Mas deve ser oferecido com a

frequência mínima de uma vez a cada três dias. Afinal, é

necessário sedimentar cada etapa de exposição.

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Que outras estratégias posso utilizar?

Bem, a exposição graduada será a base e a fortaleza da mudança da seletividade do seu filho. Porém, outras estratégias podem ser utilizadas para facilitar e permitir que essa mudança ocorra.

Levar as crianças para a cozinha.

É interessante levar seu filho para a cozinho e pedir sua ajuda. Favorecer uma relação positiva com os alimentos pode favorecer o interesse.

Esse experimento também pode servir como uma exposição visual aos alimentos. Porém, isso só deve ser utilizado em casos de uma seletividade leve. Afinal, crianças com uma

seletividade muito forte podem achar este programa muito estressor. Esteja atento ao perfil do seu filho!

Comer à mesa. Comer a mesa é um

comportamento básico que permite a criação de hábitos saudáveis.

Dormir bem.

O sono é algo que interfere muito no apetite e

comportamento alimentar. Ter um sono adequado é primordial Levar brinquedos à mesa.

Levar brinquedos à mesa também favorece a relação positiva com o momento da refeição. Afinal, este é um momento que geralmente é recheado de estresse para os pais, cuidadores e crianças.

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Conversar sobre coisas positivas.

Permita conversas leves. Conversas carregadas de emoções negativas são

prejudiciais por que preenchem aquele momento de

negatividade.

Mesmo que a conversa seja entre os adultos da casa a criança consegue perceber o teor da conversa. Portanto à mesa planejem passeios, conversem sobre coisas boas e alegres, brinquem e encham a mesa de coisas positivas. Deixe a bronca para outro momento. Colocar pouca comida no prato. Colocar muita comida no prato pode causar estresse na criança na criança seletiva. Colocamos muita comida e muita

expectativa.

Assim frustramos a nós mesmos e às crianças. O ideal é colocar pouco, evitar frustrações desnecessárias e colocar mais comida caso a criança peça.

Elogie a cada pequena conquista. Um dos erros mais comuns dos pais é ter uma expectativa alta demais e punir a criança em pequenos avanços. Por exemplo: "ele mal colocou na boca",

"comeu algo novo mas não conta, comeu tão pouco", etc. Isso é o mesmo que dizer que o esforço da criança não serviu de nada.

Cada pequeno avanço é uma grande conquista para uma criança seletiva. Vamos

compreendê-la, ir no tempo que é possível para ela e permitir que tenha a vida mais normal possível no meio do caminho. Afinal, não é isso que os pais também querem?

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Considerações finais

A seletividade é um transtorno sério que precisa de atenção clínica. Existem muitas fases da seletividade. Há aqueles pouco seletivos e aqueles hiper

seletivos.

Independente de qual seja o caso do seu filho não fique sem ajuda. Existe uma forma

científica e testada de tratar a seletividade. Ou seja, tem solução. O psicólogo é o profissional ideal pois trata as questões principais da

seletividade: a rejeição e o comportamento.

É possível ter uma vida normal, viajar, confraternizar e ter refeições agradáveis

novamente. Não desista.

Quem sou eu?

Olá! Meu nome é Maria Cristina Lopes, sou psicóloga pela PUC-Rio e trabalho com comportamento alimentar desde 2013. Já ajudei muitas famílias melhorando o

comportamento alimentar das crianças.

Como entrar em contato comigo?

É só me enviar uma mensagem ou mesmo me ligar. Vamos bater um papo. Tenho certeza que posso te ajudar.

Meu número: 21 99305 3432. Meu e-mail:

mariacristinalopes@gmail.com Meu site:

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Referências

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