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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

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Academic year: 2021

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Decisão n° AI-2.003/10

Agravo n° 990.10.501853-0 - Câmara Reservada ao Meio Ambiente

Agte: Rhodia Brasil Ltda

Agdo: Sindicato dos Empregados nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas

de Cubatão, Santos e São Vicente e outro

Origem: I

a

Vara (Cubatão) - Proc. n° 2 4 9 / 9 3

Juiz: Frederico dos Santos Messias

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRATICA

REGISTRADO(A) SOB N°

*03299913*

AÇÃO AMBIENTAL. Cubatão. Termo de ajuste de conduta. Danos à saúde dos empregados. Avaliação e inclusão no plano de assistência médica. Avaliação periódica. - 1. Avaliação médica. Enquadramento no quadro suspeito. A presença de HCB deflagra a avaliação mé-dica prevista na cláusula 2.1. e, conforme o resultado, o enquadramento ou não no quadro suspeito. O enquadramento gera, automaticamente, o direito à assistência médica vitalícia prevista no item 2.3. A avaliação prevista no item 2.1 se destina ao tratamento, mas,

uni-camente, ao diagnóstico e enquadramento dos empregados e ex-empregados no quadro suspeito conforme as diretrizes traçadas pela Junta Médica prevista no item 2.2. - 2. Assis-tência médica. Conforme o item 2.3, os empregados e ex-empregados enquadrados no qua-dro suspeito fazem jus à assistência médica vitalícia pelo convênio que a empresa oferece aos seus empregados ou, em caso de necessidade, a tratamento em hospitais e clínicas da Baixada Santista. A esses médicos, hospitais e clínicas compete definir o tratamento de cada beneficiário. - 3. Avaliação periódica. O item 2.4 estabelece que os empregados e ex-empregados fazem jus à avaliação, ao enquadramento e à assistência médica a qualquer tempo, dai o termo 'vitalícia', conferindo prazo alongado ao item 2.1; não implica em tra-tamento nem na avaliação semestral do estado clinico de todos os beneficiários enquadra-dos no quadro suspeito, como se fosse uma auditoria do tratamento ou um 'check. up' do tratamento. Inexistência do direito alegado. - Agravo provido para indeferir o pedido de novo exame no Hospital Albert Einstein de ex-empregado já enquadrado no quadro suspei-to. Aplicação do art. 557 § 1-A do CPC.

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1. Trata-se de agravo i n t e r p o s t o c o n t r a a decisão de fls. 12287, a q u i fls. 2 6 , 5 5 8 , vol. 3 q u e d e t e r m i n o u a s u b m i s s ã o do e x - e m p r e g a d o J o a c i Monteiro d a Silva a avaliação m é d i c a n o Hospital Alberto Einstein; a r é alega q u e J o a c i foi avaliado e e n q u a d r a d o como s u s p e i t o de c o n t a m i n a ç ã o pelo HCB, a partir de e n t ã o fazendo j u s ao convênio médico pago p e l a e m p r e s a ; o a-cordo, como ficou claro n o AI n° 7 5 1 . 1 1 5 . 5 / 5 - 0 0 , n ã o prevê a renovação d a ava-liação j u n t o a e s s e hospital a pedido do e x - e m p r e g a d o , m a s a p e n a s a pedido d a Rhodia, inexistindo c a u s a p a r a o deferimento do pedido. Pede a revogação d a decisão a g r a v a d a e o indeferimento do pedido do Ministério Público.

A q u e s t ã o é c o n h e c i d a e a s razões do Ministério Público estão e x p o s t a s a fls. 1 2 2 8 1 / 1 2 2 8 6 , a q u i fls. 5 5 2 / 5 5 7 , vol. 3 ; n ã o vi razão p a r a s u a prévia oitiva, u m a vez q u e o agravo n ã o inova a s alegações feitas p e l a e m -p r e s a e m -primeiro g r a u .

2. A p u r o u - s e d a n o a m b i e n t a l e à s a ú d e d o s e m p r e g a d o s por exposição ao HCB Hexaclorobenzeno n a U n i d a d e Química de C u b a t ã o -UQC d a Rhodia; à a ç ã o a m b i e n t a l s u c e d e u t e r m o de ajuste firmado em

14-6-1995 q u e dispõe (fls. 8 5 1 / 8 5 4 , a q u i fls. 9 6 / 9 8 ) :

2 . 1 . - A ré submeterá os seus empregados que atuavam na UQC à data do seu fe-chamento a uma avaliação individual de saúde, através de exames clínicos e labo-ratoriais adequados, em conformidade com o Plano de Avaliação que fica fazendo parte integrante deste Termo de Ajustamento como Anexo n° 4. Estes exames de-vem permitir diagnóstico do estado de saúde de cada examinando.

2.2. - Será formada uma JUNTA MÉDICA, composta por um médico indicado pelo Ministério Público, outro pelo Sindicato e outro pela Rhodia S/A, que se incumbi-rá de: a) definir com base em dados científicos a relação das doenças que podem ser causadas por exposição a organoclorados; b) estabelecer os critérios pelos quais, diante do resultado dos exames, serão definidos os portadores do quadro

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suspeito de doença decorrente da exposição a organoclorados no âmbito da UQC. [...]

2.3. - Ao empregado considerado portador do quadro suspeito conforme item 2.2 será assegurado o tratamento médico adequado visando a readquirir condições de normalidade. O empregado, por sua vez deverá cumprir devidamente as prescri-ções médicas, tais como medicação, alimentação, repouso, hospitalização e outras adequadas à eficácia do tratamento.

2 . 3 . 1 . - O tratamento previsto no item anterior será prestado em hospitais ou clí-nicas integrantes do convênio médico da empresa oferecido aos seus empregados e, na falta destes, em estabelecimentos situados na Baixada Santista, indicados pelo empregado ou pelo Sindicato.

2.4. A avaliação prevista no item 2.1 será repetida semestralmente e terá caráter vitalício; será realizada com a utilização de recursos do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, sob responsabilidade de médico ali cadastrado e habilitado em me-dicina do trabalho.

2 . 4 . 1 . O médico a que se refere o item 2.4 poderá indicar outros profissionais, preferencialmente dentre os cadastrados no Hospital Albert Einstein e requisitar a realização de exames mais específicos e necessários para o efetivo cumprimento do item 2.1 a serem realizados no citado hospital ou instituição do mesmo nível téc-nico.

[...]

2.6. Os ex-empregados da RHODIA S/A, inclusive os aposentados, que trabalha-ram na UQC por prazo não inferior a seis meses, e os empregados das empreitei-ras (entendidas estas como pessoa física ou jurídica) que tenham trabalhado na UQC, devidamente comprovado, nos últimos cinco anos, contados retroativamente da data do seu fechamento, também por período não inferior a seis meses, serão submetidos a exame de sangue para verificação da possibilidade de presença de HCB, indicador da exposição a organoclorados. Comprovada a presença deste in-dicador na corrente sangüínea serão submetidos à avaliação de saúde prevista no

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item 2.1. Caracterizado o quadro suspeito previsto no item 2.2 farão jus aos

bene-fícios previstos nos itens 2.3 e 2.4.

3. O acordo foi analisado no AI n° 551.180.5/2-00 desta

Câmara, 18-5-2006 e no AI n° 751.115.5/5-00, decisão singular de 13-2-2008

confirmada pela Câmara (votos AI-10, AI-584 e AI-609) (fls. 11112/11127,

11888/11899, 12181/12189, aqui fls. 3 8 0 / 3 9 5 , 4 5 4 / 4 6 5 , 4 8 9 / 4 9 8 , vol. 2).

Conforme as linhas traçadas nessas decisões: (a) u m a j u n t a médica se

encarre-gou de traçar as diretrizes para o enquadramento dos empregados e

ex-empregados no denominado 'quadro suspeito', isto é, no quadro dos ex-empregados

que apresentam suspeita de contaminação pelo HCB (item 2.2); (b) os

emprega-dos e ex-empregaemprega-dos são avaliaemprega-dos por médico integrante do corpo clínico do

Hospital Albert Einstein, em São Paulo (item 2.1); (c) aqueles enquadrados no

quadro suspeito fazem j u s , a partir daí e automaticamente, à assistência médica

prevista no item 2.3.

O item 2.4 deve ser lido em conjunto com o item 2.1 a

que faz referência: empregados não enquadrados no quadro suspeito poderão ser

reavaliados a cada seis meses, se surgir nova suspeita; ou empregados com

ava-liação positiva poderão ser reavaliados com periodicidade mínima de seis meses,

a critério da Rhodia, pois a eficácia do tratamento e o desaparecimento dos

sin-tomas poderão levar à suspensão do benefício. A palavra Vitalício' deve ser

en-tendida nesses parâmetros: a ré deve proceder à avaliação, ao enquadramento e

à concessão do beneficio aos empregados e ex-empregados a qualquer tempo,

enquanto essas pessoas viverem; é cláusula que protege os não beneficiados,

irrelevante para quem já goza do beneficio previsto no item 2.3.

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4. A avaliação prevista no item 2.1 se destina, única e

exclusivamente, à aferição do estado clínico do empregado ou ex-empregado e ao

enquadramento no quadro suspeito; é a porta de entrada ou de aquisição da

as-sistência médica prevista no item seguinte. Não visa ao tratamento de eventuais

moléstias nem à avaliação periódica do tratamento que os médicos do convênio

de saúde oferecem aos beneficiários, como se u m a perícia ou auditoria fosse. O

item 2.4 do termo de ajuste não confere aos beneficiários o direito de serem

tra-tados ou de fazerem avaliações periódicas, verdadeiros 'check up', no Hospital

Albert Einstein; o tratamento médico adequado, mencionado pelo parquet a fls.

12283, aqui fls. 554, infine é definido e oferecido pelos hospitais e clínicas

men-cionados no item 2.3.1.

A empresa traz a interpretação correta do termo de

ajuste e das decisões anteriores do Tribunal, que devem ser observadas pelo

Mi-nistério Público, apesar da relutância, e pelo juiz. É questão simples, que não

justifica o conflito.

Assim sendo, com base no art. 557 § 1-A do CPC

pro-vejo o agravo para, reformando a decisão de fls. 12257 e 12287, aqui fls. 532 e

558, vol. 3 indeferir o pedido de fls. 12232/12233, com as observações que

cons-tam da decisão. Comunique-se. Oportunamente, à origem.

São Paulo, 16 de novembro de 2010.

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