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GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E FORMAÇÃO DE PROFESSORES-GEPEFE: UM ESPAÇO NECESSÁRIO PARA A FORMAÇÃO

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GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM EDUCAÇÃO FÍSICA

ESCOLAR E FORMAÇÃO DE PROFESSORES-GEPEFE: UM

ESPAÇO NECESSÁRIO PARA A FORMAÇÃO

FINCK, Silvia Christina Madrid (UEPG)1

GEPEFE: origem, trajetória e abrangência

O Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Física Escolar e Formação de Professores (GEPEFE), idealizado há algum tempo, resulta das ações desencadeadas por profissionais que tem uma caminhada significativa tanto no contexto escolar como no de formação de professores na área de Educação Física.

As ações empreendidas e efetivadas pelo GEPEFE se concretizaram a partir de sua certificação e cadastramento em 2006 (UEPG/CNPq), as mesmas foram objetivadas no sentido de buscar possíveis intervenções na área da Educação Física, especificamente no contexto escolar e de formação de professores inicial e continuada.

Entendemos que essas ações são necessárias e urgentes, pois em estudo realizado (FINCK, 2005), constatamos através da análise do cotidiano pedagógico efetivado pelo professor na Escola Pública, que o conhecimento na área da Educação Física tem sido abordado, muitas vezes, de forma limitada e descontextualizada, tanto na escola como na graduação no Curso de Licenciatura.

Na realização daquele estudo foi possível constatarmos a necessidade de ações voltadas para a formação do professor que atua na escola, e ainda outras que pudessem contribuir para uma formação inicial (graduação) mais refletida, contextualizada e compromissada, com objetivos voltados para uma educação mais significativa e comprometida.

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Doutora em Ciência da Atividade Física e do Esporte (UNILEON/ES). Professora Adjunta da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG/PR) atua no Curso de Licenciatura em Educação Física e no Programa de Pós-Graduação em Educação, Mestrado em Educação. Líder do Grupo de Estudos e

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Nesse sentido, no segundo semestre de 2006, buscamos a formação do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Física Escolar e Formação de professores - GEPEFE, que foi certificado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e cadastrado junto ao CNPq.

O GEPEFE tem por objetivo desenvolver reflexões, análises, estudos, discussões e ações que resultem em pesquisas, publicações e intervenções que venham contribuir para redimensionar o desenvolvimento da Educação Física tanto no contexto escolar como no de formação de professores.

A relevância do GEPEFE está em oferecer um espaço, em nível de academia, para que profissionais e acadêmicos possam dele usufruir na busca de ações para a melhoria da Educação Física no contexto escolar e de formação de professores inicial e continuada. Através desse espaço ações acadêmicas poderão também ser efetivadas a fim de resultarem numa contribuição para a área da Educação Física.

O trabalho desenvolvido pelo GEPEFE envolve professores do ensino superior tanto da UEPG como de algumas Instituições particulares, que atuam como docentes no Curso de Licenciatura em Educação Física, principalmente, na disciplina de Estágio Curricular Supervisionado em Educação Física (ECSEF), os professores de Educação Física que atuam na área na Educação Básica, os acadêmicos do Curso de Licenciatura da UEPG e de uma Instituição privada da cidade de Ponta Grossa, e profissionais da área da Educação Física que tem a intenção de dar continuidade em estudos em nível de Pós-Graduação “strictu sensu”. Portanto, o GEPEFE agrega tanto acadêmicos da Licenciatura em Educação Física da UEPG como de outras Instituições, bem como professores que atuam na Educação Básica e no Ensino Superior na UEPG e em outras Instituições privadas de Ensino Superior.

As Linhas de Pesquisa priorizadas no GEPEFE são: Corpo, cultura e Educação Física Escolar; Educação Física e Esporte: metodologia e ensino-aprendizagem; Manifestações do Esporte no contexto da Escola; Saúde e Educação Física Escolar; Transversalidade e Educação Física Escolar.

As referidas Linhas foram selecionadas, principalmente, com a intenção de atender os diferentes interesses, anseios e objetivos daqueles que viessem a fazer parte do GEPEFE, agregando assim, num primeiro momento, professores com formação e

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tempo de atuação diferenciados, e acadêmicos, que embora estejam num Curso de Licenciatura, tem muitas vezes objetivos particularizados em relação à futura profissão. A opção por diferentes Linhas também possibilita que as reflexões e discussões sejam ampliadas em torno da Educação Física e a Formação de professores.

Os encontros do GEPEFE inicialmente eram realizados semanalmente, posteriormente passaram a ser quinzenais, e por último a opção é pela periodicidade mensal. Desde os primeiros encontros a opção foi organizá-los tendo como suporte para o desenvolvimento das temáticas, um referencial teórico científico produzido na área de Educação Física relacionado com as ementas das Linhas de Pesquisa do Grupo, considerando também as referências apontadas no edital para o processo seletivo de ingresso no Programa de Pós-Graduação em Educação da UEPG.

O principal objetivo no GEPEFE em utilizar um referencial teórico científico ampliado é subsidiar de forma mais rigorosa as reflexões e discussões, bem como apontar aos seus integrantes possibilidades para a elaboração de projetos acadêmicos para o desenvolvimento de estudos em nível de Pós-Graduação.

Hoje as ações do GEPEFE também têm buscado incluir publicações daquilo que tem sido produzido academicamente pelo Grupo.

Grupo de Estudos e Pesquisas: um caminho para a formação de professores

O trabalho realizado no Grupo de Estudos e Pesquisas – GEPEFE, desde seu início, tem como eixo central das suas ações a temática “Educação Física e Formação de Professores”, pois a intenção maior é envolver os professores de Educação Física que atuam na área na Educação Básica, no Ensino Superior com a formação de professores, bem como os acadêmicos do Curso de Licenciatura em Educação Física.

No desenvolvimento das atividades do Grupo são priorizadas o desenvolvimento de reflexões, análises, estudos, discussões e ações que possam resultar em pesquisas, publicações e intervenções que venham contribuir para redimensionar o desenvolvimento da Educação Física tanto no contexto escolar como no de formação de professores. Iniciamos os encontros do GEPEFE em 2006 e estabelecemos já nos primeiros os objetivos, as metas e as linhas de pesquisa que seriam priorizadas.

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É importante pontuarmos os pressupostos relacionados ao entendimento do que seja, principalmente, Educação Física e Educação Física escolar para os idealizadores deste Grupo.

A Educação Física é entendida como uma área de conhecimento da cultura corporal de movimento deve cuidar do corpo não como algo mecânico, independente dos demais aspectos, mas na perspectiva de sua relação com os outros sistemas: mental, emocional, estético, religioso entre outros. (COLETIVO DE AUTORES, 1992).

A Educação Física escolar pode ser entendida como uma disciplina que introduz e integra o aluno na cultura corporal de movimento, formando o cidadão que vai reproduzi-la e transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir dos jogos, dos esportes, das danças, das lutas e das ginásticas em benefício de sua qualidade de vida. (BRASIL, 1998).

O professor deve ter como objetivo principal de seu trabalho na escola, localizar em cada um dos principais eixos temáticos da Educação Física (jogo, esporte, dança, ginástica e luta) seus benefícios humanos e suas possibilidades de utilização como instrumentos de comunicação, expressão, lazer e cultura.

Concordamos com o Coletivo de Autores (1992, p. 219) quando dizem:

Desejamos que os alunos apreendam a ginástica em todas as suas formas historicamente determinadas e culturalmente construídas; o fantástico acervo de jogos que eles conhecem confrontados com os que não conhecem; a dança enquanto uma linguagem social que permite a transmissão de sentimentos e emoções da afetividade vivida nas esferas da religiosidade, do trabalho, dos costumes etc; o esporte como prática social que institucionaliza temas lúdicos da cultura corporal universal, e que se projeta numa dimensão complexa que envolve códigos, sentidos e significados da sociedade que o cria e o pratica. Assim, a Educação Física deixa de ser vazia de conteúdo.

Nos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN - (BRASIL, 1998), os conteúdos da Educação Física são reconhecidos como eixos da cultura corporal e divididos em blocos (esportes, jogos, lutas e ginástica; atividades rítmicas e expressivas; e conhecimentos sobre o corpo). A Educação Física escolar deve ser desenvolvida tendo como objetivo principal de seu trabalho pedagógico, localizar em cada um dos principais eixos temáticos seus benefícios humanos e suas possibilidades de utilização

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como instrumentos de comunicação, expressão, lazer e cultura, considerando também aspectos relacionados à corporeidade, a cidadania, a saúde e a qualidade de vida.

Evidenciamos que:

[...] é preciso enfim levar o aluno a descobrir os motivos para praticar uma atividade física, favorecer o desenvolvimento de atitudes positivas para com a atividade física, levar à aprendizagem de comportamentos adequados na prática de uma atividade física, levar ao conhecimento, compreensão e análise de seu intelecto todas as informações relacionadas às conquistas materiais e espirituais da cultura física, dirigir sua vontade e sua emoção para a prática e a apreciação do corpo em movimento. (BETTI, 1992, p. 286).

Embora exista um referencial teórico-científico, bastante significativo, que indica a necessidade de que na escola outros conhecimentos da cultura corporal devam ser abordados, além do esporte; e que também outros encaminhamentos teórico-metodológicos devam ser apontados, que ultrapassem a simples execução de movimentos; o que percebemos na maioria das escolas é bem o contrário, o esporte é conteúdo predominante das aulas de Educação Física e a maioria dos professores prioriza na sua abordagem apenas conhecimentos técnicos referentes à realização de seus fundamentos e do jogo. (FINCK, 2005).

Constatamos essa predominância, principalmente, nos relatos dos acadêmicos sobre o Estágio Supervisionado que efetivam nas escolas, e também pelo que temos observado nas escolas como professores da disciplina de Estágio Curricular Supervisionado em Educação Física (ECSEF). Diante dessas questões percebemos que a Educação Física nas escolas é quase a mesma de décadas atrás, apesar das mudanças que ocorreram na área em nível de academia, o que tem sido discutido (teoria) parece que continua longe da escola (prática).

Assim, vemos a necessidade de, enquanto docentes de um Curso de formação de professores, construirmos ações que possam contribuir para possíveis mudanças, visando à melhoria da Educação Física efetivada na escola. Dessa forma agregamos no GEPEFE ações que envolvem reflexões, análises, estudos, discussões, pesquisas, publicações e intervenções a fim de redimensionar o desenvolvimento da Educação Física no contexto escolar e de formação de professores. Acreditamos também que,

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essas ações contribuirão no processo de formação dos futuros professores, os acadêmicos, pois lhes oportunizará confrontar a teoria estudada com a prática efetivada, possibilitando-lhes refletir e intervir de forma significativa através do Estágio que realizam.

É de fundamental importância que num Curso de formação de professores, como a Licenciatura, seja possibilitado ao acadêmico o contato com esse saber-fazer do professor, mas que seja uma aproximação analisada e refletida, para que possa absorver os saberes do professor, mas também tenha capacidade de reconstruí-los, tendo como suporte os conhecimentos adquiridos na Graduação. (FINCK, 2005, p. 127).

Dessa forma o trabalho desenvolvido no GEPEFE visa contribuir no processo de formação dos professores, tanto inicial (acadêmicos) como continuada (professor da Escola e da Universidade), oferecendo espaço para reflexões, discussões e ações de possibilidades pedagógicas para a melhoria do desenvolvimento da Educação Física na escola, possibilitando aos educadores uma maior amplitude de seus conhecimentos, fornecendo-lhes subsídios teórico-científicos a fim de que redimensionem sua ação docente.

Cabe ressaltarmos que um dos aspectos que desencadeia as discussões no GEPEFE é o trabalho que o professor desenvolve no seu cotidiano pedagógico, onde são consideradas não apenas suas dificuldades e limitações, mas também suas experiências e conhecimentos. (SCHÖN, 1992; PERRENOUD, 1993).

Através dos encaminhamentos desenvolvidos e pretendidos tanto os professores como os acadêmicos poderão ampliar e divulgar conhecimentos, bem como trocar experiências com seus pares, perspectivando encaminhamentos e um redimensionamento pedagógico da Educação Física.

Aproximando outras reflexões no GEPEFE: Educação Física e Educação para a Paz

Com o desenvolvimento das atividades do Grupo houve o desdobramento da Linha de Pesquisa Transversalidade e Educação Física Escolar que originou outra

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denominada de “Educação Física, Esporte e Educação para a Paz: dimensões conceituais, metodológicas e na formação de professores”. A Linha de Transversalidade já tratava das interfaces com questões da ética e dos valores humanos no contexto da Educação Física e Formação de Professores, houve então a aproximação com os estudos e orientações conceituais do Núcleo de Estudos e Formação de Professores em Educação para a Paz e Convivências, o (NEP/UEPG), que traz, em seu processo de trabalho e pesquisa, aprofundamentos conceituais sobre as temáticas dos conflitos, violências e cultura de paz, diretamente relacionados à formação docente.

Destacamos que o primeiro aspecto para a constituição desta ultima linha de pesquisa é o caráter concreto da articulação entre duas áreas que iniciaram cada qual sua trajetória por caminhos diferentes. O GEPEFE teve inicio a partir das reflexões sobre a Educação Física Escolar e o NEP pela discussão das violências escolares, mas ambos encontram, tanto pelo viés acadêmico quanto pela observação e parceria com a Educação Básica, uma consistência, que não se pretende apenas teórica, mas com indicativos de intervenção concreta no contexto escolar. É no espaço não ocupado encontrado entre a pesquisa sobre a Educação Física Escolar e a necessidade de abordar adequadamente as questões de violência e não-violência, nas práticas da cultura corporal, no universo escolar, é que se estrutura a referida linha de pesquisa.

Assim, algumas questões problematizadoras surgem para serem analisadas. Inicialmente, partindo do senso comum presente na área da Educação Física de que “qualquer e toda” atividade corporal e esportiva são educacionais em si mesmas. Este pensamento generalizador faz com que ainda sejam pouco estudados e pesquisados temas como relações humanas, as convivências, os valores e contextos nos quais estas atividades são desenvolvidas. Existem ótimas análises voltadas às ciências sociais que observam aspectos importantes, mas as mesmas ainda são efetivadas nos aspectos sociais ampliados e não nos relacionamentos interpessoais e interdependentes aos contextos. Nesse sentido, ao estabelecer o estudo para fundamentar a linha de pesquisa em Educação Física, Esporte e Educação para a

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Paz, partimos do pressuposto que a mesma inclui as relações humanas e convivências escolares.

Nesse sentido, nos propusemos ao desenvolvimento desta linha de pesquisa, que explicita de início, que as relações interpessoais favorecem processos de socialização, de maneira geral e na Educação Física e Esporte em particular, onde marcos de convivências, pensados seriamente e balizados em estudo e pesquisa, proporcionem o reconhecimento das pessoas em suas individualidades e diversidades, possibilitando argumentos mais concretos sobre a importância das atividades da cultura corporal para processos escolares preventivos às violências, pensados à luz da formação de professores.

O envolvimento dos professores e acadêmicos no GEPEFE: possibilidades, dificuldades e limitações

Visando a formação do Grupo inicialmente foram estabelecidos alguns procedimentos a fim de que fossem utilizados para que os professores de Educação Física e os acadêmicos do Curso de Licenciatura se motivassem a participar do GEPEFE.

Primeiramente foi realizada a apresentação da proposta aos acadêmicos, principalmente do 3º e 4º ano, do Curso de Licenciatura em Educação Física da UEPG, a mesma foi efetivada pelo professores que atuam como docentes na disciplina de Estágio Curricular Supervisionado em Educação Física (ECSEF) 2 no referido Curso e Instituição e que fazem parte do GEPEFE desde o seu início, a proposta foi explicitada com a intenção de informá-los e motivá-los a participarem do Grupo.

Para a participação dos professores das escolas se fez necessária também a apresentação da proposta do GEPEFE. Dessa forma, no início do ano de 2007, a mesma foi explicitada aos professores de Educação Física da Rede Pública Estadual de Ensino, que teriam acadêmicos estagiários atuando em suas turmas. Os professores de ECSEF explicaram a mesma com a intenção de informá-los e motivá-los a participarem do

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A disciplina de Estágio hoje denominada de “Estágio Curricular Supervisionado em Educação Física” tinha até o ano de 2006, segundo o currículo anterior, a denominação de “Metodologia e Prática de

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GEPEFE. Cada um desses professores ficou responsável pela divulgação da referida proposta nas escolas onde teria os acadêmicos de sua turma realizando o Estágio.

No ano de 2007 o Estágio foi realizado e supervisionado pelos professores de ECSEF apenas nas séries finais do ensino fundamental (5ª a 8ª séries), no ensino médio, e no Centro de Educação Básica de Jovens e Adultos (CEBJA), na Rede Pública Estadual de Ensino. Pois o desenvolvimento da disciplina, nesse caso, seria de acordo com o que estava estabelecido no currículo anterior.

A partir de 2008, devido às mudanças curriculares, o Estágio na Educação Infantil e nas séries iniciais do ensino fundamental (1ª a 4ª séries) passou a estar também sob a supervisão dos professores de ECSEF, dessa forma foi possível “trazer” os professores de Educação Física que atuam na Rede Pública Municipal de Ensino para participarem do GEPEFE.

Algumas dificuldades têm sido percebidas como limitantes na ampliação das ações do GEPEFE, entre elas: a falta de participação de um maior número de professores que atuam na escola; a oscilação na freqüência de alguns professores e acadêmicos; a baixa participação de parte dos integrantes do Grupo em eventos científicos na área da Educação e Educação Física; a baixa produção acadêmica da maioria dos integrantes do Grupo.

Tais dificuldades se dão principalmente pelos seguintes fatores: a excessiva carga horária dos professores que atuam na escola, pois embora tenham a intenção de participarem do GEPEFE não dispõem de tempo; a falta de visão de parte dos professores e acadêmicos em relação à abrangência das ações desenvolvidas e pretendidas pelo GEPEFE; a baixa remuneração dos professores e restrição financeira dos acadêmicos, aspecto que é determinante na participação de eventos científicos, pois os mesmos geralmente têm um custo financeiro para os participantes; a falta de desenvolvimento da pesquisa tanto por parte dos professores como dos acadêmicos; a dificuldade de professores e acadêmicos na elaboração de trabalhos científicos e acadêmicos.

Embora as dificuldades existam, temos conseguido levar adiante nossos objetivos enquanto Grupo, considerando as próprias limitações apresentadas pelos

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integrantes do GEPEFE como parâmetro avaliativo no estabelecimento das ações a serem desenvolvidas na seqüência do trabalho.

Pretendemos na continuidade das ações do GEPEFE apresentar a proposta aos demais professores de Educação Física de outras Escolas Públicas Estaduais e Municipais de Ponta Grossa, isto é, mesmo que nessas instituições não tenhamos acadêmicos realizando o Estágio Supervisionado, no sentido de agregar um maior número de professores que atuam na Educação Básica, ampliando assim as ações do Grupo.

GEPEFE: possibilidades para a formação, a pesquisa e a intervenção

As ações do GEPEFE são desenvolvidas e direcionadas para atender aspectos da formação, que envolvem reflexões e discussões, o incentivo a pesquisa, bem como possibilidades de encaminhamentos metodológicos para o desenvolvimento da Educação Física na escola.

As reflexões e discussões se dão em torno das questões relacionadas à Educação Física Escolar e tem como suporte um referencial teórico científico de autores que abordam sobre as mesmas, tal encaminhamento possibilita aos integrantes do Grupo relacionar aquilo que acontece na realidade com o conhecimento que é produzido na área da Educação e Educação Física, ampliando, portanto o “olhar” de cada um sobre as questões educacionais e a sua própria formação.

É importante destacar que a condução dos trabalhos do GEPEFE nessa direção, tem contribuído para que alguns professores direcionem seus estudos em nível acadêmico, participando tanto de Cursos de Especialização (lato sensu) como de processos seletivos para o ingresso em Programas de Pós-Graduação em nível strictu

sensu, onde alguns têm obtido êxito.

O GEPEFE tem contribuído para desencadear outras ações relacionadas ao desenvolvimento da pesquisa numa dimensão diferenciada, que incluem professores de Educação Física que atuam na Educação Básica da Rede Pública Estadual de Ensino do Estado do Paraná.

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participam do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) promovido pelo Governo do Estado do Paraná através da Secretaria de Educação/PR. A participação destes professores tem contribuído para o enriquecimento das reflexões e discussões sobre a Educação Física Escolar, visto que atuam na Educação Básica e buscam através da elaboração e do desenvolvimento de projetos realizarem a intervenção na escola.

As questões desencadeadoras dos projetos dos professores PDE partem da realidade vivenciada na escola, onde cada um atua como docente, e constituem o objeto de pesquisa a ser investigado pelo professor. Cada um dos projetos, durante todo seu processo de elaboração, posterior desenvolvimento na escola, avaliação e finalização é acompanhado por um professor do ensino superior, que também participa dos encontros quinzenais do GEPEFE.

Essa modalidade de capacitação promovida pelo Governo do Estado do Paraná, através da Secretaria de Educação/PR, embora ainda bastante limitada, é uma iniciativa importante, pois considera ações voltadas para a pesquisa no contexto escolar.

O trabalho desenvolvido no Programa do PDE, através do envolvimento de professores da Educação Básica e do Ensino Superior, tem possibilitado o enriquecimento das discussões do GEPEFE em torno da Educação Física Escolar, bem como das questões relacionadas à formação de professores tanto inicial como continuada.

Percebemos que as ações empreendidas no GEPEFE têm contribuído de forma significativa no processo de formação de professores em âmbitos diferentes, pois os docentes que atuam na Rede Pública Estadual de Ensino desenvolvem seus projetos na escola (PDE) e estão bastante motivados para prosseguir com seus estudos em nível acadêmico, e outros docentes ingressaram na Pós-Graduação (strictu sensu) e continuam participando e contribuindo com o Grupo.

Considerações Finais

O desenvolvimento das ações do GEPEFE tem possibilitado ao professor de Educação Física, que atua na escola, uma maior proximidade e entendimento do que vem sendo abordado e discutido na área, contribuindo para motivá-lo a redimensionar

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sua prática pedagógica, bem como a desenvolver projetos tanto na escola como em nível acadêmico. Ao professor que atua no Ensino Superior com a formação inicial, participar do GEPEFE tem sido de grande relevância, pois lhe possibilita uma visão ampla da área de atuação docente, bem como reflexões, discussões e perspectivas de possíveis intervenções tanto no contexto escolar como no de formação.

Por sua vez ao acadêmico as ações do GEPEFE têm possibilitado reflexões, discussões e encaminhamentos para uma prática mais significativa e relevante da Educação Física no contexto escolar, principalmente através do Estágio Supervisionado, contribuindo também para aproximá-lo mais da escola, fornecendo-lhe dados para que observe, reflita, compare e aponte encaminhamentos metodológicos mais próximos da teoria abordada no Curso de Licenciatura, possibilitando-lhe uma formação inicial mais próxima da realidade.

REFERÊNCIAS

BETTI, M. Ensino de Primeiro e segundo graus: Educação Física para quê? In: Revista Brasileira de Ciências do Esporte. Vol. 13, nº 2, janeiro, 1992.

BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais- Educação Física. Brasília: MEC/SEF, 1998.

COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992.

FINCK, S. C. M. A Educação Física e o Esporte na Escola Pública em Ponta Grossa-Paraná/PR (Brasil) no ensino fundamental no terceiro e quarto ciclo: análise do cotidiano do professor e perspectivas de mudanças no ensino. Tese (Doutorado). Leon, Espanha: UNILEON, 2005.

PERRENOUD, P. Práticas pedagógicas, profissão docente e formação. Perspectivas sociológicas. Lisboa, Portugal: D. Quixote, 1993.

SCHÖN, D. A. Formar professores como profissionais reflexivos. In: NÓVOA, A. Os professores e a sua formação. Lisboa: Portugal, Dom Quixote, 1992.

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