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O que é SAN - Vantagens e desvantagens da adoção de uma SAN em comparação a soluções NAS ou DAS por Diego Salim De Oliveira

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Academic year: 2021

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O que é SAN - Vantagens e desvantagens da adoção de uma

SAN em comparação a soluções NAS ou DAS

por Diego Salim De Oliveira

Tecnologia da Informação é uma área onde o que não faltam são siglas.

Aliás, os próprios profissionais da área tendem a chamá-la de TI. Esta predileção por siglas faz de TI uma verdadeira sopa de letrinhas.

LAN, SAN, WAN, NAS, DAS, DRP, BCP, RPO, RTO, TCP, IP, SCSI, iSCSI, FCP, FCoE, FCIP, PoE, entre outras inúmeras siglas, isto falando apenas no que podemos chamar de termos comuns e padrões de mercado. Há ainda uma infinidade de outras siglas, incluindo as utilizadas pelos fabricantes para nomear seus produtos e tecnologias proprietárias, e confundir o mercado.

Diante disto, alguns profissionais acabam se confundindo diante de tantas siglas, principalmente, não enten-dendo exatamente o que são e para que servem as tecnologias e conceitos expressos por estas siglas.

E com SAN não é diferente, mesmo profissionais de Infraestrutura de TI, com anos de experiência, mas com vivência em empresas de pequeno e médio porte, onde nunca tiveram a oportunidade de trabalhar com esta tecnologia, acabam tendo dúvidas a respeito da diferença entre as siglas LAN, NAS, SAN, etc.

Não que a SAN seja proibitiva para pequenas e médias empresas, mas, como tudo em TI, nem sempre é a op-ção ideal, isto porque apesar de tecnicamente ser a melhor opop-ção, é financeiramente mais cara, portanto, para muitas empresas, independentemente de seu porte, seus benefícios justificam o investimento, já para outras, não. Além disto, a SAN serve para um único e exclusivo fim, não atendendo a toda e qualquer necessidade. Depende muito das necessidades, objetivos, estratégia e visão de cada companhia.

Assim sendo, optamos por desenvolver este artigo de opinião na esperança de lançar luz sobre o assunto, au-xiliando aqueles que por ventura tenham dúvidas.

Primeiramente, para contextualizar e não deixar espaço para dúvidas, falaremos de maneira breve sobre o conceito de DAS e NAS.

DAS

DAS significa Direct Attached Storage, ou, em português, Armazenamento Diretamente Atachado.

Ou seja, DAS a conexão direta de um storage externo (dispositivo de armazenamento externo ao servidor, ou seja, um tape drive externo ou um disk storage externo) a um ou mais servidores, através de cabos paralelos ATA ou SCSI (já obsoletos), ou cabos seriais SATA, SAS ou USB, ou mesmo através de cabeamento ethernet ou fibre channel (desde que utilizado para conexão direta, sem passar por nenhum tipo de switch ou outro equipamento intermediário).

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Abaixo dois exemplos de DAS:

Neste exemplo mostra-se a conexão direta de um tape drive a um servidor.

Servidores em cluster, utilizando-se de um storage conectado diretamente a eles.

O DAS foi a primeira modalidade criada de storages externos (os quais passaremos a tratar apenas como storages a partir de agora, apenas para simplificar o artigo).

Tem como vantagens o maior desempenho e menor custo.

Maior desempenho em virtude da conexão direta, desta forma, o tráfego entre o servidor e o storage não con-corre com outros tráfegos entre outros equipamentos, como ocon-correria em uma rede, de forma que se é capaz de se alcançar a taxa de transferência máxima da solução. Outro “bônus” é que como não há uma rede, não há outros equipamentos no meio do caminho, de modo que a latência tende a ser baixíssima.

Adicionalmente, é importante citar que em geral, o acesso aos dados é block level. Porém, podem haver exce-ções, por exemplo, quando um equipamento desenvolvido para trabalhar como NAS, disponibilizando arma-zenamento file level através de TCP/IP é conectado diretamente ao servidor através de cabeamento ethernet, desta forma, ele conceitualmente é um DAS, pois está conectado diretamente ao servidor, porém, fornece apenas acesso file level.

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E menor custo, pois em geral, os ambientes que utilizam DAS, tendem a ser ambientes menores, as vezes crí-ticos, mas com um, dois, três, quando muito quatro servidores, isto em razão da limitação de número de portas dos storages low entry que gira em torno de 04 portas (o que permite a conexão de até 04 servidores, ou, no cenário mais comum, 02 servidores com caminhos redundantes) e dos storages mid-range que gira em torno de 08 portas (permitindo até 08 servidores, ou, no cenário mais comum, 04 servidores com caminhos redun-dantes), desta forma, na maioria dos casos, utilizam-se servidores low entry, ou, em alguns casos, mid-range. Porém, há de se fazer justiça, e mencionar que em casos de grandes ambientes os quais necessitam de altíssimo desempenho e disponibilidade, também é comum se utilizar DAS, mas, nestes casos, utilizando-se storages high-end, equipamentos que além de possuírem altíssima disponibilidade e desempenho, possuem inúmeras portas para conexão direta (alguns casos, superando 256 portas). Mas, claro, a um custo muito superior aos equipamentos low entry e mid-range.

NAS

NAS significa Network Attached Storage, ou, em português, Armazenamento Atachado à Rede.

Neste caso, rede significa LAN (Local Area Network), ou seja, rede local, baseada em TCP/IP sobre cabea-mento ethernet, onde o tráfego entre o storage e o servidor concorre com todo o tráfego comum de rede. Além disto, o NAS disponibiliza acesso file level aos dados.

Abaixo exemplo de NAS:

Pode-se observar que o storage está conectado à LAN, sendo esta o meio de acesso ao storage.

Desta forma, todo storage ao qual os servidores se conectam através de uma rede local (LAN), baseada em TCP/IP sobre cabeamento ethernet, com acesso file level, é um NAS.

Contudo, é importante citar que alguns equipamentos vendidos pelos próprios fabricantes como NAS, tam-bém oferecem acesso block level através do uso do protocolo iSCSI.

Agora que já falamos sobre DAS e NAS, daremos continuidade tratando a respeito do conceito de SAN, bem como seus diferenciais perante as demais modalidades.

SAN e seus diferenciais

SAN, por definição, significa Storage Area Network, ou, em português, em tradução não literal, Rede de Ar-mazenamento.

Desta forma, baseando-se apenas em sua definição básica, qualquer rede utilizada com a finalidade exclusiva de armazenamento de dados, seria uma SAN.

Entretanto, não é exatamente isto.

A SAN nasceu como uma rede com a finalidade exclusiva de armazenar dados, em disk storages ou libraries de backup (também conhecidas como bibliotecas de backup, robôs de backup, ou, fitotecas).

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Tratando-se de uma rede local otimizada para o armazenamento de dados, com altíssimo desempenho e segu-rança.

Abaixo exemplo de um ambiente de armazenamento utilizando SAN:

Inúmeros servidores, disk storages e tape libraries podem se comunicar através de uma rede dedicada, estável, segura e de altíssimo desempenho.

Para isto, criou-se um novo padrão de comunicação block level entre dispositivos computacionais, o protoco-lo FCP (Fibre Channel Protocol), mais conhecido no Brasil como FC.

E justamente este nome também causa mais dúvidas, já que muitos acabam acreditando que o protocolo só funciona com cabos de fibra ótica, o que atualmente não é verdade.

O FCP (Fibre Channel Protocol) é um protocolo completo, o qual não segue o modelo OSI (Open Systems In-terconnect), mas que para fins didáticos, podemos dizer que possui funcionalidades equivalentes a protocolos das camadas 1 (física), 2 (enlace de dados), 3 (rede) e 4 (transporte).

O FCP foi criado para possibilitar a utilização eficiente e compartilhada de dispositivos de armazenamento, servindo como uma forma de transportar blocos de dados e comandos SCSI através de uma rede dedicada para comunicação entre servidor e dispositivo de armazenamento ou de dispositivo de armazenamento para outro dispositivo de armazenamento.

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Desta forma, um mesmo disk storage poderia ser acessado por inúmeros servidores, o que não só traria oti-mizações de custo e maior flexibilidade na distribuição e utilização dos recursos de armazenamento, como também a possibilidade de se compartilhar volumes entre diversos servidores para a criação de Clusters de HA (High Availability, ou, em português, Alta Disponibilidade). Da mesma forma, diversos servidores poderiam utilizar um mesmo tape storage, compartilhando e centralizando os recursos de backup, obtendo reduções de custo, maior flexibilidade, bem como maior facilidade na administração e capacidade de automação dos ba-ckups e restores.

E o principal, realizar estes acessos a nível de bloco (block level), em virtude da utilização dos comandos SCSI.

O acesso block level é fundamental para o desempenho, bem como para diversos usos e funcionalidades com-putacionais, no que diz respeito a armazenamento de dados.

Basicamente, existem duas formas de acesso a dados, o block level e o file level.

Os protocolos block level (incluindo o SCSI e o FCP, o qual empacota comandos SCSI), são protocolos os quais tratam do armazenamento e transferência de dados, usados para que o sistema operacional possa se co-municar com os discos internos do equipamento, bem como acessar seus dados.

Permitem que o sistema operacional administre diretamente os discos rígidos, particionando e formatando o mesmo, criando os blocos para armazenamento de dados (blocos de 32KB a 4MB, a depender do sistema operacional utilizado e da opção escolhida pelo administrador).

Uma vez criados os blocos, o sistema operacional utiliza o SCSI para preenchê-los, armazenando dados nestes blocos, assim como para acessar posteriormente os dados contidos nestes blocos.

O sistema operacional tem total controle da utilização física dos discos.

Quando necessita acessar um dado contido em um bloco específico, através da LBA (Logical Block Addres-sing, ou seja, da tabela de Endereçamento Lógico de Blocos), o sistema operacional identifica onde exatamen-te estão armazenados os dados que deseja e ordena ao disco que leia e lhe transmita somenexatamen-te aqueles dados. Isto garante um desempenho muito superior, já que o disco só irá ler e transmitir os dados contidos nos blocos especificados pelo sistema operacional, não tendo o trabalho de ler blocos desnecessários (reduzindo o I/O) e não transmitindo dados desnecessários para o sistema operacional (evitando não apenas o uso desnecessário do bus de comunicação, como também o uso desnecessário de memória RAM por parte do sistema operacio-nal).

Por exemplo, digamos que você tenha uma apresentação em .ppt (PowerPoint) de 60MB. Para abrir a apre-sentação, o PowerPoint solicitará ao sistema operacional que leia todo o arquivo, ou seja, leia em disco todos os 60MB daquela apresentação.

Digamos que seu volume (sua partição) esteja formatado em blocos de 256KB.

O sistema operacional irá checar na LBA quais os blocos que contém dados referentes a sua apresentação (par-tes de seu arquivo) e irá solicitar ao disco que leia e lhe transmita apenas o conteúdo des(par-tes blocos (ou seja, somente o arquivo necessário, nenhum dado a mais ou a menos).

O disco irá ler e transmitir ao sistema operacional apenas o conteúdo dos 240 blocos de 256KB cada, os quais formam o seu arquivo de 60MB.

Após abrir o arquivo, suponhamos que você altere uma única linha e clique em “Salvar”, modificando apenas 80KB de dados (número não exato, apenas para ilustrar a situação).

Neste momento, o PowerPoint fará a solicitação para seu sistema operacional, o qual irá identificar qual bloco foi modificado, transmitir o novo conteúdo do bloco (256KB totais do bloco, incluindo os 80KB modificados por você) e ordenar ao disco que sobrescreva o conteúdo anterior do bloco com o novo conteúdo.

Ou seja, ao invés de gravar novamente 60MB, você estará gravando apenas 256KB (somente o conteúdo do bloco que sofreu modificação), reduzindo drasticamente o I/O e a utilização do bus de comunicação.

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Quando você acessa um dado em um storage através de um protocolo block level, como o FCP ou o iSCSI, é exatamente isto que acontece, com a única diferença de que os discos não estão internos ao servidor, não são exclusivos dele, nem mesmo estão conectados diretamente a ele (e sim, através de uma rede de armazenamen-to).

Ou seja, se você precisa acessar parte de uma base de dados de 2TB em um storage através de FCP, você acessará apenas a parte que necessita, não os 2TB totais, se você modificar algo nesta base, a gravação de sua modificação envolverá apenas os blocos que continham dados os quais foram modificados.

Mais do que isto, no caso de um storage compartilhado via SAN, o sistema operacional de seu servidor estará acessando uma área em disco sobre a qual ele não terá controle físico direto (uma vez que neste caso, este con-trole caberá às controladoras do storage, o que fará com que o sistema operacional do servidor tenha acesso apenas as unidades lógicas a ele apresentadas e as quais ele têm permissão de acesso), mas, sobre a qual ele acredita ter total controle (havendo abstração dos discos físicos, assim como ocorre na virtualização), assim, o sistema operacional irá crer que aquele volume lógico é na realidade um disco físico que lhe pertence, utili-zando o mesmo como se um disco interno fosse, podendo criar volumes (partições), formatando e aplicando seu sistema de alocação de arquivos, tendo sua própria LBA e sendo o único a efetivamente controlar os dados presentes nos blocos de suas unidades lógicas.

Na realidade, o protocolo FCP possui inclusive um sistema de endereçamento de rede, onde cada componente como HBA (Host Bus Adapter, a placa de comunicação utilizada), SAN Switch e Storage Controller (Con-troladora do Storage), possui um endereço único, chamado de WWN (World Wide Name) ou WWID (World Wide Identifier), para que todos os dispositivos possam se comunicar através da rede SAN.

Já para acesso as unidades lógicas (as quais o sistema operacional vê como discos físicos, mas que na reali-dade podem ser diversos discos físicos unidos em uma única unireali-dade lógica), o FCP utiliza-se do conceito de LUN (Logical Unit Number), ou seja, cada unidade lógica recebe um número de identificação.

Quando deseja acessar um determinado bloco, o servidor envia pacotes FCP, contendo o endereçamento do dispositivo a ser acessado (por exemplo, WWN da controladora + LUN da unidade lógica) e contendo tam-bém, no interior dos pacotes, os dados e/ou comandos SCSI envolvidos na operação.

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Já no caso de protocolos de acesso file level, ou seja, a nível de arquivo, utilizados em soluções de NAS (Network Attached Storage, ou, em português, Armazenamento Atachado a Rede), seja em equipamentos de NAS específicos ou no compartilhamento via rede de arquivos, diretórios (pastas) e volumes (por exemplo, o compartilhamento em rede do próprio Windows), todo o acesso se dará a nível de arquivo.

Isto porque o sistema operacional do servidor não estará acessando um disco ou unidade lógica de sua pro-priedade, mas sim um arquivo, diretório ou volume pertencente a outro servidor e portanto, gerido por outro sistema operacional, com seu próprio file system (sistema de arquivos) e LBA.

Desta maneira, o sistema operacional do servidor que necessita ler ou escrever/sobrescrever o arquivo, irá se comunicar com o outro servidor via rede local (LAN), através de TCP/IP, e solicitar acesso ao arquivo.

O servidor ou equipamento de armazenamento, neste caso, irá ler e transmitir via LAN todo o arquivo, por exemplo, seu .ppt de 60MB, de forma que seu servidor tenha acesso ao mesmo.

Quando você modificar a linha desejada, modificando 80KB de dados do arquivo, o sistema operacional de seu servidor não terá como informar ao sistema operacional do dispositivo de armazenamento qual bloco deve ser modificado, uma vez que ele não possui a gestão deste disco. Por isto, ele irá enviar para o dispositivo de armazenamento a nova versão do arquivo, via LAN, fazendo com que todo o arquivo de 60MB trafegue pela rede e seja completamente gravado no disco do dispositivo de armazenamento (sobrescrevendo a versão anterior), o que irá gerar um tráfego de rede absurdamente maior, bem como um I/O absurdamente maior no dispositivo de armazenamento.

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Na realidade, qualquer equipamento ou solução puramente NAS, mesmo que desenvolvidos exclusivamente com este intuito, nada mais é do que um servidor de arquivos (file server). Uma opção a qual em geral é ex-tremamente barata, porém, com seríssimas limitações de desempenho (podendo inclusive impactar no desem-penho de toda a rede local de computadores).

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Por estas razões, o acesso a arquivos, diretórios ou volumes através de protocolos block level (utilizado na SAN) é do ponto de vista técnico infinitamente superior ao acesso file level (utilizado em NAS).

Além disto, o FCP foi desenvolvido para ser utilizado em redes locais de armazenamento (SANs).

Enquanto o TCP/IP foi desenvolvido décadas antes para transmitir dados (mensagens de texto) entre unidades militares em qualquer lugar do mundo, através de um meio físico nada confiável (ondas de rádio, sujeitas a todo tipo de problemas e interferências), o FCP foi desenvolvido para acesso a dados armazenados em dispo-sitivos de armazenamento localizados a poucos metros de distância (atualmente, o limite de uma SAN é de 10KM, podendo ser extendida através da utilização de soluções e equipamentos especiais).

Ou seja, enquanto o TCP/IP foi criado para trabalhar nas situações mais inóspitas possíveis, o FCP foi conce-bido para atuar em ambientes altamente controlados.

Desta forma, atuando em um ambiente controlado, através de um meio físico confiável, o FCP pôde abrir mão das excessivas validações presentes na pilha TCP/IP (necessárias para assegurar a entrega dos pacotes através de meios físicos não confiáveis).

Isto torna o processo de transmissão de dados via FCP muito mais simples e rápido.

Atualmente, estamos falando em redes locais (LAN) de 10Gb, já sendo realidade em alguns países as LANs de 40Gb, enquanto no que diz respeito a SAN, no momento falamos de SANs de 16Gb, com expectativa de novos lançamentos em breve.

Mas, de fato, apesar das redes ethernet (LAN) possuírem maior largura de banda, isto não se reflete direta-mente em ganhos de desempenho sobre a SAN, isto justadireta-mente porque a maior eficiência do protocolo FCP o possibilita ter maior desempenho em ambientes de armazenamento de dados do que os protocolos da família TCP/IP, ou seja, mesmo com maior largura de banda, as soluções NAS, que utilizam TCP/IP, possuem desem-penho inferior as SANs que utilizam protocolo FCP, em razão das características próprias de cada protocolo.

Outra vantagem das SANs está no meio físico utilizado.

Apesar de ter sido criado inicialmente para uso exclusivo em redes com cabos de fibra ótica (fibre channel), o pro-tocolo FCP atualmente suporta cabos de cobre (não cabos tradicionais Ethernet, mas sim cabos específicos, muitas vezes utilizados no back-end dos storages para comunicação entre as controladoras e as gavetas de discos). Todavia, apesar de muito mais baratos, o uso dos cabos de cobre é extremamente limitado, justamente por preocupações rela-tivas ao desempenho.

Comuns nas LANs, os cabos de cobre estão sujeito as mais variadas agressões ambientais.

Oscilações de temperatura e campos eletromagnéticos (mesmo que fracos ou temporários) interferem na condução interna dos sinais elétricos, fazendo com que diversos pacotes se percam ou sejam danificados, exigindo a sua retrans-missão, o que não apenas aumenta tráfego na rede, como também gera enorme delay.

As oscilações de temperatura, por exemplo, de quando um cabo de cobre passa por uma área quente do Data Center (por trás de equipamentos e corredores quentes), e em seguida por uma área fria (corredores frios ou próximo das saídas de ar), geram dilatações ou retrações nos cabos e interferência na resistência elétrica imposta pelo cobre, tudo isto impacta na transmissão dos sinais elétricos, podendo modificar estes sinais, criando a perda ou danificação de pacotes (as quais posteriormente serão identificadas através da validação, o que obrigará a retransmissão dos pacotes envolvidos).

Já os campos eletromagnéticos são ainda mais difíceis de se controlar, pois estão presentes por todas as partes em nos-so univernos-so, sendo emitidos por cabos de energia, motores, equipamentos elétricos, tempestades e até ondas de rádio. Um gerador, máquina ou equipamento elétrico, mesmo que a metros de distância do cabeamento de cobre, pode gerar um campo eletromagnético capaz de interferir no campo eletromagnético do cabo, gerado pelos sinais elétricos que por ele trafegam, e modificar estes sinais elétricos.

A proximidade de torres (caixas d’água ou de celular), onde em situações de chuva caiam raios, podem gerar pro-blemas temporários, já que os raios geram enormes pulsos eletromagnéticos, os quais apesar de muito breves, são capazes de interferir fortemente nos sinais da rede.

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Ondas de rádio, presentes em todos os lugares neste nosso mundo contemporâneo, repleto de sinais de rádio, televisão, celular, etc, também interferem no campo eletromagnético dos cabos e nos sinais por eles transmi-tidos, já que as ondas de rádio (incluindo televisão e celular), nada mais são do que ondas eletromagnéticas. Por isto, inclusive, os cabos de cobre possuem limites tão pequenos quanto a suas extensões (por exemplo, 90 metros no caso de Ethernet Categoria 5 ou 6), justamente porque se muito longos, os cabos de cobre se trans-formam literalmente em antenas de rádio.

Já os cabos de fibra ótica, os quais também podem ser utilizados em redes Ethernet mas não o são em larga escala em razão dos elevados custos, transmitem feixes de luz e não sinais elétricos em seu interior. Desta forma, não estão sujeitos a nenhum dos problemas citados acima, apenas a atenuação do sinal (mesmo assim, suportando distâncias muito superiores).

Desta forma, mesmo com toda tecnologia atual e por mais que sejam tomados os cuidados básicos, as redes Ethernet, as quais via de regra usam cabeamento de cobre, estão muito mais suscetíveis a problemas ligados ao ambiente físico.

Outro ponto o qual interfere diretamente no desempenho e na disponibilidade das redes Ethernet é justamente a importância dada pelas empresa, principalmente pelas próprias equipes de TI, à rede ethernet.

Apesar de vitais para qualquer empresa, visto que nos dias de hoje até mesmo micro empresas dependem da disponibilidade e desempenho de suas LANs para funcionarem, as redes ethernet, até mesmo em virtude de sua simples implantação e gestão, bem como de seus baixos custos, são, em geral, negligenciadas.

É fato comum na maioria das empresas, os estagiários ou profissionais em início de carreira, ou mesmo pro-fissionais da manutenção (sem conhecimentos específicos de TI), ficarem encarregados da implantação e ma-nutenção do cabeamento ethernet.

A implantação é simples, qualquer pessoa que possua a sua disposição os cabos, conectores e alicate de crim-pagem, pode rapidamente se informar a respeito ou assistir um rápido vídeo orientativo no Youtube, e sair passando cabos ethernet pela empresa.

Como todos os materiais envolvidos são baratos, e mesmo a mão-de-obra utilizada é de menor custo/hora, as empresas em geral dão pouca importância ao cabeamento. Se algum cabo não funcionar, é só fazer de novo. Quando muito, utilizam-se equipamentos para testar os cabos, que fazem apenas testes simples de conectivi-dade, ou mesmo, se conectam os cabos diretamente ao Ethernet Switch para verificar se há link.

Porém, estes profissionais, por mais competentes, bem intencionados e motivados que sejam, em geral não possuem conhecimento dos problemas aos quais o cabeamento ethernet está exposto (conforme já tratado aci-ma), não tendo condições de realizar uma análise correta e um projeto minucioso para o cabeamento.

Adicionalmente, existe o fato de que nas redes LAN, em muitos casos, analistas iniciantes, com pouco ou nenhum conhecimento teórico e prático, são utilizados pelas empresas para monitorar e administrar suas redes. Já no caso da SAN, o cenário é totalmente oposto.

Começando pelo alto custo dos equipamentos e materiais envolvidos, o qual por si só, obriga que as empresas controlem melhor sua utilização, evitando desperdícios.

O cabeamento de fibra, em geral, fica restrito ao interior do Data Center, e em alguns casos, utilizado em du-tos para conectar prédios e instalações separadas da mesma empresa, não sendo passadas fibras por todos os setores da empresa, de forma “indiscriminada”, como acontece com o cabeamento ethernet. Ou seja, além de não sofrer com interferências externas, o cabeamento de fibra ainda tem a vantagem de ser utilizado em um ambiente mais controlado.

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Ainda devemos considerar o fato de que o cabeamento de fibra necessita de equipamentos especiais e profis-sionais com conhecimentos específicos para sua fusão (diferentemente do cabeamento ethernet onde basica-mente se corta o cabo no comprimento desejado, descasca-se as pontas e realiza-se a crimpagem dos conecto-res). Equipamentos e profissionais estes os quais, em geral, as companhias não possuem internamente. O que faz com que os cabos já sejam adquiridos prontos (fornecidos pelos próprios fabricantes dos equipamentos como switches e storages), ou, com que sejam contratadas empresas especializadas para implantarem e reali-zarem eventuais manutenções no cabeamento de fibra.

Por fim, devemos considerar que em razão dos maiores valores envolvidos e do fato de que as SANs tendem a ser utilizadas apenas pelas aplicações mais críticas, os gestores de TI, de forma inconsciente, acabam se preocupando muito mais com a capacitação e experiência da equipe envolvida na administração da SAN. Pro-fissionais mais bem preparados e mais experientes, por razões óbvias, tendem a tornar o ambiente mais seguro e estável, o que se reflete em maior disponibilidade e desempenho.

Todos estes fatores podem parecer simples e até muitas vezes desprezíveis, mas quando somados, demonstram que as redes LAN baseadas em TCP/IP sobre cabeamento ethernet, possuem naturalmente menor desempenho e disponibilidade do que as redes SAN baseadas em FCP.

Vale lembrar que diversos estudos apontam que em média, 70% dos problemas de TI são causados por pro-blemas na rede LAN baseada em TCP/IP sobre cabeamento ethernet. Porém, recebe apenas 5% dos investi-mentos de TI.

Na última década, surgiu uma nova “versão” de SAN.

Impulsionada pela criação e sucesso do protocolo iSCSI, as SANs iSCSI passaram a se difundir.

O iSCSI é um protocolo de transporte, que assim como o FCP, empacota blocos de dados e comandos SCSI, permitindo acesso block level aos dados, mas, com o diferencial de utilizar para isto redes IP tradicionais, baseadas em cabeamento ethernet. Desta forma, passou a ser possível se compartilhar recursos de armazena-mento e backup via redes ethernet, a um custo bastante reduzido, porém, com todas as vantagens e funciona-lidades do acesso block level, bem como um desempenho muito superior as soluções que utilizam acesso file level.

Inicialmente, muitas empresas misturavam o tráfego TCP/IP e iSCSI, o que gera diversos problemas de de-sempenho.

Posteriormente, começou-se a pregar a criação de uma rede ethernet fisicamente isolada da LAN, para a cria-ção da SAN iSCSI.

Atualmente, com a evolução dos switches Ethernet, os quais possuem desempenho muito superior e funcio-nalidades de gerenciamento tais como VLANs disponíveis para a maioria dos modelos, mesmo os modelos de menor custo, passou a ser consenso que a SAN iSCSI pode sim conviver fisicamente com a LAN, utilizando--se dos mesmos switches ethernet, desde que ocorra a segmentação lógica da rede, sendo todo o tráfego iSCSI segregado em VLANs exclusivas para este fim.

Desta forma, atualmente, as empresas podem usufruir de soluções de entrada (low entry) e intermediárias (mid-range), com desempenho e estabilidade satisfatórios, a custos otimizados.

Mas, vale lembrar que além do desempenho das SANs iSCSI não se equiparar ao desempenho das SANs “tradicionais” (tratadas pelo mercado simplesmente como SANs), por utilizar o IP como protocolo de rede e basear-se em redes ethernet, as SANs iSCSI estão expostas aos mesmos problemas das LANs, sendo impor-tante os gestores de TI se atentarem quanto aos cuidados básicos para implantação e manutenção da rede física e lógica, bem como com a devida capacitação de sua equipe.

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Conclusão

Podemos então concluir que não há solução ideal.

Embora tecnicamente as SANs possuem inúmeras vantagens as quais lhes proporcionam maior disponibilida-de e disponibilida-desempenho, envolvem custos maiores.

Já as soluções NAS, apesar do baixíssimo custo, sofrem com diversos problemas de disponibilidade e um de-sempenho extremamente limitado.

E as soluções baseadas em SANs iSCSI constituem um “meio-termo”, gozando de desempenho muito supe-rior as soluções NAS, a custos bastante acessíveis, entretanto, ainda assim, menos disponíveis e com desem-penho inferior as SANs baseadas em FCP.

Ou seja, como tudo em TI, depende.

É importante que se analise a criticidade do ambiente, verificando a disponibilidade demandada pelo negócio, bem como o perfil de I/O do ambiente e o desempenho necessário, assim como a capacidade de investimentos da empresa, para que se analise não apenas o custo x benefício das opções envolvidas, de forma a se optar pela solução que melhor atenda as necessidades e melhor se adapte às realidades da companhia, como também se analise a viabilidade financeira das soluções.

Por fim, vale ressaltar que LAN e SAN não são conceitos ou tecnologias de redes concorrentes, mas sim, complementares.

As LANs (Redes Locais) baseadas em TCP/IP sobre cabeamento ethernet são o padrão mundial para comuni-cação e tráfego de dados em geral.

Já as SANs (Redes de Armazenamento), baseadas em FCP sobre cabeamento de fibra ótica ou baseadeas em iSCSI+IP sobre cabeamento ethernet, são opções de maior desempenho única e exclusivamente para o arma-zenamento de dados.

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Observações sobre a imagem:

App Server = Servidor de Aplicação

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A Global Technologies

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• Storages e Soluções de Armazenamento (Disk Storage, Tape Storage, SAN, replicação de dados); • Bancos de Dados;

• Segurança da Informação e Auditoria de Ambientes Computacionais; • Archiving;

• SOs e Hypervisors (incluindo desenho, implantação e sustentação de soluções de virtualização); • Clients e Computação Pessoal (incluindo Virtualização de Desktops e Workstations);

• Redes;

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• Impressoras (incluindo Plotters, Matriciais, Laser e Jato de Tinta), Scanners e Multifuncionais; • Softwares (Antivírus, Microsoft Windows, Microsoft Office, Softwares de Backup, entre outros); • Redes (Switches de borda, roteadores, access points, firewalls, entre outros);

• Storages de entrada e médio porte (novos, expansões e discos); • Tape drives e cartuchos de fita;

• Racks e opcionais;

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• Automação (Leitores de Código de Barras, Registradoras, Balanças, Relógios de Ponto); • Nobreaks e baterias;

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