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Efeitos do exercício resistido em pacientes com Fibrose Cística: Uma revisão sistemática de literatura.

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Academic year: 2021

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Efeitos do exercício resistido em pacientes com Fibrose Cística: Uma revisão sistemática de literatura.

João Pedro da Silva Cart¹(IC)*, Cristiane Alves da Fonseca do Espírito Santo (PQ), Cindy de Jesus Silva Almeida¹(IC), Yasmim Queiroz Santos¹(IC), Gleice Rofrigues de Mendonça dos Reis (PQ), Flavio Monteiro Ayres ²(PQ).

¹ Discentes do curso de fisioterapia, pela Universidade Estadual de Goiás –ESEFFEGO; *Jpcarto@gmail.com

² Docente do curso de fisioterapia, pela Universidade Estadual de Goiás –ESEFFEGO

A fibrose cística (FC) é uma doença autossômica recessiva comum entre caucasianos. É hereditária, potencialmente letal, causada por mutações no gene regulador de condutância transmembranar (CFTR). A FC afeta diversos órgãos, principalmente os secretores de muco. Nos pulmões, as secreções causadas por essa mutação interferem na função muco ciliar. Acredita-se que o treinamento de força possa contribuir para a melhora do prognóstico dos pacientes com FC. O objetivo deste trabalho foi analisar por revisão sistemática da literatura (RSL) os efeitos do treinamento de força em indivíduos com FC. A busca de estudos foi realizada nas bases de dados CAPES, PEDro, MEDLINE, PubMed, LILACS e SciELO. A análise estatística descritiva de caráter qualitativo, como proposto pela RSL, foi realizada sem metanálise. Os resultados mostram que os efeitos do treinamento de força são benéficos para os pacientes com FC clinicamente estáveis, contribuindo para a melhora do prognóstico. Portanto, a prática de exercício físico supervisionado para pacientes com FC clinicamente estáveis deve ser recomendada.

Palavras chave: cftr, mucovicidose; exercício físico; prática baseada em evidência, treinamento resistido, fibrose cística

Introdução

A Fibrose Cística (FC) é um distúrbio genético autossômico recessivo (NUSSBAUM et al, 2002), causado por mutações no gene cftr, com uma incidência de aproximadamente 1 em 2.500 caucasianos e uma frequência de portadores de 1 em 25 (NUSSBAUM et al, 2002; SARAIVA-PEREIRA, 2011). Esse gene codifica a proteína CFTR (Cystic Fibrosis Transmembrane Condutance Regulator, do inglês Reguladora de Condutância Transmembrana de Fibrose Cística), (FARIA et al, 2009).

Os sintomas clínicos da FC podem incluir o comprometimento de diversos órgãos, em especial os secretores de muco. O tratamento intensivo, juntamente com a abordagem multidisciplinar, além do tratamento terapêutico, tem possibilitado retardar o avanço da FC e contribuído para amenizar as complicações, elevando

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significativamente a sobrevida e a melhora do prognóstico desses pacientes. Embora o diagnóstico na idade adulta seja cada vez mais frequente, nos países desenvolvidos cerca de 70% dos casos são diagnosticados no primeiro ano de vida (NUSSBAUM, CASTRO, FIRMIDA, 2011; ).

A cada década aumenta-se a expectativa de vida em pessoas acometidas por FC, fazendo com que estudos que visem contribuir para melhorar o prognóstico dos pacientes sejam necessários (CASTRO, FIRMIDA, 2011). Um dos principais sintomas dos pacientes com FC está relacionado aos pulmões, pois as secreções viscosas e desidratadas interferem na limpeza mucociliar, dificultando o funcionamento de peptídeos antimicrobianos de evento natural, o que favorece a proliferação de organismos patogênicos que causam obstrução da passagem de ar (NUSSBAUM,2001). Outros problemas enfrentados pelos pacientes com FC são a perda de densidade mineral óssea (DMO), a dificuldade de ganho de peso e a progressiva diminuição de resistência física. Acreditamos que o treinamento de força possa contribuir nesses aspectos, pois a força muscular é muito importante para a saúde, para manter uma boa capacidade funcional, bem como para conseguir uma boa qualidade de vida. Os exercícios com sobrecarga progressiva e com elementos estáticos cada vez mais elevados (com 50-60% da força de contração voluntária máxima) são capazes de aumentar a força muscular (MORAES, 2005). Sendo assim, o objetivo do presente estudo é avaliar os efeitos do treinamento de força em indivíduos com FC.

Material e Métodos

O presente estudo é uma revisão bibliográfica, em que o levantamento dos artigos foi realizado de acordo com os seguintes descritores, selecionados após consultar os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): em português – fibrose cística, exercício de resistência, treinamento de resistência; em inglês – cystic fibrosis, exercise, resistance training; em espanhol – fibrosisquística, ejercicio; entrenamiento de resistenciae seus similares (sinônimos) em português: mucoviscidose, exercício isométrico, exercício resistido exercício físico, musculação, programa de fortalecimento por levantamento de peso, programa de musculação por levantamento de peso.

A identificação e a seleção dos artigos seguiram as recomendações da Cochrane Collaboration. A coleta dos dados ocorreu no período de março de 2014 a abril de 2016, nas bases de dados eletrônicas: Base de dados de Evidência em Fisioterapia PEDro (Physiotherapy Evidence Database), literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciência da Saúde (LILACS), Literatura Internacional em Ciências da saúde e Biomédica (MEDLINE), U.S National Library of Medicine National Institutes of Health (PubMed), Scientific Eletronic Library Online (SCIELO) e periódicos CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).

Critérios para inclusão dos artigos: quaisquer estudos primários de pacientes com fibrose cística que praticam treinamento resistido ou exercício resisitido, artigos publicados em português, espanhol e inglês, no período de 1983 a abril de 2016, estudos que avaliem os efeitos do exercício resistido como possibilidade de melhorar o prognóstico de pessoas com FC, considerando que o indivíduo aderiu ao programa de exercícios de forma regular e contínua. Para a exclusão dos artigos, foram desconsiderados estudos com dados secundários, e artigos que não foram localizados na íntegra ou que associe exercício resistido com treinamento aeróbico.

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Foram encontrados 67 estudos pela da união dos termos fibrose cística, exercício de resistência, treinamento de resistência, cystic fibrosis, exercise, resistance training; em espanhol – fibrosisquística, ejercicio, entrenamiento, mucoviscidose, exercício isométrico, exercício resistido exercício físico, musculação, programa de fortalecimento por levantamento de peso, programa de musculação por levantamento de peso dos quais foram selecionados 2 estudos que atenderam os critérios de inclusão e exclusão.

Orenstein D. M. et al. concluiram que o treinamento de força pode aumentar a força de membros superiors e peso corporal em crianças com FC. O estudo de Clemente. P.C; Lavado G.J.M demonstrou que o programa de força domiciliar melhorou a capacidade funcional, aumentando a força muscular, a função pulmonar e a aptidão cardiorrespiratória em pacientes adultos com FC

Os resultados alcançados corresponderam às expectativas, porque desde o início acreditamos que os efeitos do Treinamendo resistido (TR) seriam importantes fatores para a melhora do prognóstico dos pacientes com FC. TR auxilia no ganho de massa corporal, melhora a DMO, por consequência, aumenta a capacidade de tolerância ao exercício dos pacientes com FC.

Considerações Finais

O treinamento de força ou treinamento resistido melhorou a força de membros superiores e inferiores, o treinamento contribui para ganho de peso. Por meio desse estudo, foi possível concluir que o treinamento de força possui efeitos positivos sobre os sintomas da FC e contribuem para melhorar o prognóstico dos pacientes. Entretanto se faz necessária a realização de mais pesquisas e estudos que possam demonstrar efeitos crônicos do treinamento resistido em pacientes com FC.

Agradecimentos

CJSA e FMA receberam auxílio financeiro de bolsa de IC e bolsa BIP, respectivamente, ambas concedidas pela Universidade Estadual de Goiás. Esta pesquisa é parte do projeto PROEXT2013, fomentado pelo Ministério da Educação.

Referências

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