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Sistemas de Informação Geográfica e Ordenamento do Território

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Academic year: 2021

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1as Jornadas de Ordenamento em Espaço Rural - Santarém, 9 e 10 de Maio de 2001

Sistemas de Informação Geográfica e Ordenamento do Território

Beatriz Condessa* e Rosário Monteiro**1

Centro Nacional de Informação Geográfica TagusPark, Edifício Inovação III, Sala 614

2780 – 920 Porto Salvo OEIRAS Telefone: 21 4219800; Telefax: 21 4219856 Resumo

Os sistemas de informação geográfica (SIG) permitem o armazenamento e gestão de dados georreferenciáveis possibilitando novas e expeditas formas de acesso e análise da informação alfanumérica e cartográfica relativa ao Ordenamento do Território, de forma a promover a melhoria das decisões por parte da Administração Pública e proporcionar aos cidadãos o quadro necessário à realização das suas actividades e dos seus direitos de cidadania.

Nesta comunicação pretende-se dar uma panorâmica das principais actividades do Centro Nacional de Informação Geográfica (CNIG) no domínio da utilização de sistemas de informação geográfica em matéria de ordenamento do território.

Pelo seu papel enquadrador, na primeira parte é apresentado o Sistema Nacional de Informação Geográfica (SNIG), com especial relevo para a disponibilização dos elementos fundamentais dos Planos Directores Municipais (PDM), por consulta interactiva.

Referem-se de seguida dois programas (PROGIP e PROSIG), coordenados pelo CNIG e destinados a apoiar os municípios na implementação de sistemas de informação geográfica vocacionados para o planeamento e gestão do território e ainda os trabalhos desenvolvidos no âmbito da Base de Dados de Ordenamento do Território (BDOT), criada com o objectivo de integrar os diversos instrumentos de planeamento e monitorizar as alterações do uso do solo.

Finalmente, são sumariamente descritos alguns dos projectos de investigação e desenvolvimento, já concluídos ou em curso, no âmbito do ambiente e ordenamento do território, destacando-se o projecto “Bases para um Esquema de Ordenamento do Território”.

1 * beatriz@cnig.pt

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1. Sistema Nacional de Informação Geográfica

O Sistema Nacional de Informação Geográfica (SNIG)2 consiste numa rede distribuída que liga entre si os produtores de informação georreferenciada (gráfica e alfanumérica) e que está à disposição de todos os utilizadores através da Internet desde Abril de 1995.

No final de 2000 tinham aderido ao SNIG:

 56 entidades produtoras de informação geográfica de âmbito nacional e regional;  as Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto;

 73 Municípios e 19 Associações de Municípios, envolvendo um total de 178 municípios, que assinaram com o CNIG os correspondentes protocolos no âmbito do Programa PROSIG.

O SNIG é ainda hoje a única rede desta natureza que, para além de proporcionar a disponibilização de inventários da informação geográfica digital existente em Portugal e ligações às entidades que a detêm (o que já acontece nas redes entretanto construídas noutros países europeus), permite também o acesso electrónico à informação propriamente dita, que pode ser obtida em tempo real se se tratar de dados do domínio público, ou adquirida em tempo diferido se os mesmos tiverem valor comercial.

Paralelamente, e com o apoio do II QCA, foi possível dar um forte impulso à conversão analógico-digital de cartas topográficas e temáticas existentes em suporte de papel, garantindo ao mesmo tempo critérios uniformes de harmonização e compatibilização dessa informação. Nesse sentido, o CNIG procedeu à conversão analógico-digital da Carta Complementar de Solos, da Carta de Capacidade de Uso do Solo (do IHERA) e da Carta Geológica (do IGM), estando em curso a conversão das plantas fundamentais dos Planos Directores Municipais (PDM).

Tirando partido das plantas dos PDM entretanto digitalizadas e em sintonia com os objectivos de desenvolvimento do SNIG, o CNIG iniciou, em finais de 1997, um projecto de disponibilização desta informação na Internet, com o acordo das respectivas Câmaras Municipais, designado por “PDM Interactivo”3.

2 -

http://snig.cnig.pt

3 - nas páginas do SNIG (http://snig.cnig.pt) referentes a “Informação Geográfica Digital” no item “Informação

Geográfica (Mapas)” ou referentes a “Sistemas de Informação Geográfica” no item “Aplicações SIG no CNIG”; - nas páginas do GEOCID (http://geocid-snig.cnig.pt) relativas a “Mapas”

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Nesta página são disponibilizados dois tipos de consulta: a consulta dos Regulamentos4 ou a consulta dos elementos fundamentais do PDM.

Na primeira forma referida, acede-se ao texto integral do regulamento, que está estruturado de forma a facilitar a navegação entre os seus capítulos, secções e artigos. Pode ainda proceder-se à sua importação em formato rtf, compatível com processadores de texto. No final de Abril de 2001 estavam disponíveis para consulta e importação os regulamentos de cerca de 170 PDM.

A chamada consulta interactiva do PDM permite a visualização da informação gráfica e alfanumérica dos elementos fundamentais do PDM (regulamento, planta de ordenamento e planta de condicionantes). Nesta forma de consulta, as plantas são acompanhadas das respectivas legendas, sendo possível, por simples selecção de temas na legenda, visualizá-los na planta activa. São ainda disponibilizadas outras operações gráficas comuns (ampliações, reduções e deslocação da planta activa) através de ícones facilmente reconhecíveis, sendo os mapas resultantes gerados dinamicamente e passíveis de impressão ou de exportação para outros documentos. Sendo uma forma de consulta mais rica do que a simples visualização de imagens estáticas do PDM, a sua grande mais-valia é, no entanto a associação dos elementos representados graficamente nas plantas à respectiva regulamentação. Após a selecção de um determinado elemento representado na planta activa, é possível identificá-lo e consultar os artigos do regulamento que se lhe aplicam. O utilizador fica assim com um melhor conhecimento dos condicionamentos e regras por que se rege a ocupação e transformação do território municipal na sua área de estudo ou de intervenção.

A disponibilização desta informação nestes moldes facilita “o exercício de direitos fundamentais e as condições de participação e intervenção dos cidadãos nos procedimentos de execução, avaliação e revisão dos instrumentos de gestão territorial, consagrados na Lei nº 48/98, de 11 de Agosto, que estabelece as bases da política de ordenamento do território e de urbanismo”, como se pode ler na página principal do “PDM Interactivo”.

4 - nas páginas do SNIG relativas a “Informação Geográfica Digital” no item “Informação Alfanumérica (bases de

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Estão neste momento disponíveis no SNIG os PDM de Lisboa, de Tomar e de Setúbal e em conclusão mais 18 PDM. Este processo prosseguirá com novos PDM, à medida que os respectivos ficheiros gráficos estejam disponíveis em formato digital.

Ainda com o apoio do II QCA e em termos de novos conteúdos a integrar na rede do SNIG, o CNIG tomou a iniciativa de produzir alguma informação de natureza georreferenciada, na perspectiva de suprir graves carências que dificultavam o desenvolvimento regional, em estreita colaboração com os sectores envolvidos. Citam-se, designadamente:

 orto-fotografias com resolução espacial de 1 m produzidas a partir da cobertura aero-fotográfica integral do território realizada em 1995;

 cartas de ocupação do solo na escala 1:25 000 produzidas com base em filmes de infravermelhos coloridos de 1990;

 cartas de risco de incêndio florestal, produzidas para 44 concelhos;  aquisição de imagens de satélite do território do Continente.

Em 1999 foi desenvolvida uma nova componente da rede do SNIG especificamente destinada ao cidadão, o GEOCID5, que disponibiliza conteúdos relativos à informação geográfica de cidadania.

O GEOCID (Prémio Descartes – Instituto de Informática em 1999) foi concebido por forma a constituir a porta de entrada do cidadão a um universo que esteve até então reservado aos utilizadores profissionais dos dados geográficos produzidos pela Administração Pública e que eram necessários ao exercício das respectivas actividades técnicas e/ou científicas.

Ainda integradas na rede do SNIG, referem-se as duas redes temáticas: Rede de Observação da Terra (ROT)6 e Rede de Informação de Situações de Emergência (RISE)7.

A ROT, dinamizada pelo CNIG, é um serviço de informação destinado à Comunidade Nacional de Observação da Terra e tem como principal objectivo promover a utilização de imagens de satélite de Observação da Terra. Está disponível na rede do SNIG desde 1997, contribuindo a nível nacional para o programa Europeu Centre for Earth Observation (CEO).

5 - http://geocid-snig.cnig.pt/ 6 - http://snig.cnig.pt/ROT/ 7 - http://scrif.cnig.pt/

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A RISE é uma rede que disponibiliza um conjunto de dados relativos a situações de emergência, ocorridas em território nacional. Disponível na Internet desde 1998, surgiu associada a dois projectos do CNIG em parceria com o Serviço Nacional de Bombeiros (SNB) e com o Serviço Nacional de Protecção Civil (SNPC), que têm como finalidade o desenvolvimento de uma rede de informação sobre situações de emergência. Embora inicialmente tenha estado mais vocacionada para disponibilizar informação relativa a incêndios florestais, integra actualmente dados referentes à ocorrência e estado de outras situações de emergência (acidentes, cheias, sismos, entre outros), bem como um “histórico” de ocorrências não activas.

2. Sistemas de Informação nos Municípios

No sentido de incentivar a disponibilização de informação e de contribuir para o reforço do SNIG, foram criados em 1994 dois programas coordenados pelo CNIG e financiados pelo II QCA: o Programa de Apoio à Gestão Informatizada de Planos Municipais de Ordenamento do Território (PROGIP) e o Programa de Apoio à Criação de Nós Locais do SNIG (PROSIG), que vigoraram até final de 2000.

O PROGIP teve como objectivo apoiar a execução dos planos municipais de ordenamento do território, facilitando a aplicação das normas e regras neles estabelecidas e incentivar uma avaliação contínua das acções incidentes no território de cada um dos Municípios face aos objectivos e propostas do respectivo plano.

No que respeita às acções previstas no PROGIP, salientam-se:

 Conversão analógico-digital das plantas dos PDM;

 Concepção e desenvolvimento de uma aplicação informática a instalar em cada município para gestão de PDM;

 Operacionalização local da aplicação;

 Acções de formação aos técnicos municipais que irão proceder à exploração da aplicação; Durante a vigência do Programa foram celebrados 219 protocolos entre o CNIG e os Municípios, atingindo-se, assim, uma cobertura de 80% das autarquias municipais do Continente.

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Dada a elevada adesão dos municípios, as acções acima mencionadas prosseguirão, estando em curso o desenvolvimento de uma nova versão da aplicação, abrangendo todos os Instrumentos de Gestão Territorial com incidência no território municipal, suportada por novas rotinas de software não dependentes de produtos CAD e que permitirá a exploração em rede (Intranet) das suas funcionalidades.

O PROSIG teve como objectivo apoiar a implementação e desenvolvimento de sistemas de informação geográfica nos municípios, vocacionados para a gestão do território e, por outro lado, contribuir para a integração da informação municipal no sistema coerente e homogéneo que constitui a rede do SNIG.

Este programa possibilitava o financiamento de acções conduzidas pelos municípios, ou por associações de municípios, incluindo nestas:

 Aquisição de equipamento informático;

 Desenvolvimento de aplicações SIG destinadas ao planeamento e gestão do território municipal.

Durante a sua vigência foram celebrados 92 protocolos dos quais 19 com associações de municípios (envolvendo 105 municípios) e 73 com municípios.

O apoio financeiro do programa cobria 90% dos encargos assumidos pelos municípios, até ao montante máximo de 25 000 contos. Este programa permitiu, até final de 1999 (quando foi determinada a suspensão financeira do Programa

)

, executar um financiamento global de 806 000 contos, correspondente a um valor médio por município de 9500 contos.

Terminada a vigência do programa, prossegue o apoio técnico à instalação de SIG municipais, nomeadamente através da apreciação das propostas de aquisição de equipamento (hardware

e software) e de aplicações destinadas à gestão do território, quando solicitado pelos municípios.

3. Base de Dados do Ordenamento do Território

A Base de Dados de Ordenamento do Território (BDOT) foi criada pelo Despacho 97/94 do Ministro do Planeamento e da Administração do Território com o objectivo de organizar de

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forma eficiente e integrada a informação sobre o ordenamento do território, possibilitando o acesso rápido e eficaz à respectiva informação, por forma a contribuir para a melhoria das decisões por parte da Administração Pública e a proporcionar ao cidadão o quadro necessário à realização das suas actividades e dos seus direitos de cidadania.

Para o seu desenvolvimento foi constituído um grupo de trabalho composto por representantes do CNIG (coordenador do grupo de trabalho), da DGOTDU (organismo gestor da BDOT), do INE e das cinco Comissões de Coordenação Regional (CCR).

As actividades previstas incluiam:

• Inventário das bases de dados já constituídas no âmbito da DGOTDU e CCR

• Definição do conteúdo e concepção da estrutura

• Desenvolvimento da aplicação informática

• Desenvolvimento das interfaces com as bases de dados distribuídas

Encontram-se concluídas as duas primeiras actividades, tendo o desenvolvimento da aplicação informática e das interfaces com as bases de dados distribuídas sido interrompido no final de 1998, após instalação de versões teste de algumas componentes da aplicação, nos organismos responsáveis pelos dados.

O trabalho desenvolvido e os constrangimentos detectados (nomeadamente, a articulação com organismos exteriores ao ex-MEPAT, que intervêm no licenciamento de actividades com efeitos no uso e transformação do solo e a previsão de financiamento específico) foram reportados em relatórios de progresso, os quais continham ainda propostas para a continuidade dos trabalhos.

A necessidade de dispor de informação permanentemente actualizada sobre a situação dos vários instrumentos de gestão territorial e sobre as disposições neles consagradas, levou alguns dos organismos do Grupo de Trabalho a aplicar parte do trabalho desenvolvido em projectos internos. Como exemplos, podemos referir o Observatório da Nova Travessia do Tejo e o Sistema de Gestão de Planos, Alvarás e Loteamentos (PAL) da CCRLVT e o sistema de Gestão de Loteamentos na região do Algarve (CCRAlgarve).

Mantendo-se a actualidade dos objectivos que levaram à criação desta base de dados, sobretudo na óptica da contínua avaliação da política de ordenamento do território

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decorrente da publicação da Lei de Bases do Ordenamento do Território e do Urbanismo, nomeadamente pelo eventual contributo para a concretização do Observatório de Ordenamento do Território e para a preparação dos Relatórios do Estado do Ordenamento do Território, poderia tirar-se partido do trabalho anteriormente efectuado, reformulando as especificações de acordo com as recentes alterações legislativas e a nova repartição de competências nesta matéria. Por outro lado, aproveitando as novas ferramentas de manipulação de informação georreferenciada, poder-se-ia evoluir para um funcionamento através da Internet tendo em conta dois tipos de utilizadores: os organismos responsáveis pela gestão do território e o público em geral, com diferentes restrições e/ou maior ou menor detalhe da informação divulgada, em função do tipo de utilizador

4. Projectos de Investigação e Desenvolvimento

Para além da coordenação dos programas anteriormente mencionados, o CNIG tem vindo a executar ou a participar em vários projectos de investigação e desenvolvimento, cumprindo assim as funções que lhe estão atribuídas enquanto organismo de investigação. No âmbito do ambiente e ordenamento do território, destacam-se os seguintes projectos, já concluídos ou ainda em execução:

 Principais Acções Humanas na AML e seus efeitos sobre o Património (PAH)

O principal objectivo deste projecto, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, é localizar e caracterizar as principais acções humanas e seus efeitos no território, designadamente sobre o património natural, histórico e cultural da AML.

As entidades participantes neste projecto foram, para além do CNIG, a Área Metropolitana de Lisboa (AML) e o Departamento de Ciências de Engenharia do Ambiente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UNL.

 Rede Urbana e Acessibilidades - Transformações recentes na organização do território (RUAOT)

Este projecto tem como objectivo avaliar a evolução das acessibilidades ao longo das duas últimas décadas em Portugal Continental e analisar as suas repercussões na organização do território, designadamente no sistema urbano. Foi igualmente financiado pela Fundação para

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a Ciência e Tecnologia e teve como parceiro o Departamento de Geografia e Planeamento Regional da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UNL.

 SIG de Apoio à Gestão do POACBE

Este projecto foi financiado pelo Instituto da Água e visou fundamentalmente apoiar a gestão do Plano de Ordenamento da Albufeira de Castelo de Bode e a sua eventual revisão e possibilitar a integração no SIG de outra informação, nomeadamente relativa a análises da água e licenciamento.

Foi coordenado pelo CNIG, tendo a colaboração das Direcções Regionais do Ambiente e dos Recursos Naturais do Centro e de Lisboa e Vale do Tejo.

 Monitoring Urban Dynamics (MURBANDY)

Sob coordenação do Centre for Earth Observation (CEO), o CNIG foi o responsável pela componente portuguesa deste projecto europeu que visou a monitorização das dinâmicas urbanas na Europa através da utilização de dados de Detecção Remota. Pretendia-se desenvolver um conjunto de indicadores urbanos e ambientais, de modo a permitir uma avaliação do impacte que as áreas urbanas provocam no ambiente e um estudo de cenários de crescimento urbano.

Em Portugal, o projecto incidiu nas cidades do Porto e de Setúbal e numa faixa de 10 Km definida a partir da linha de costa entre Albufeira e Vila Real de Santo António.

Bases para um Esquema de Ordenamento do Território (BEOT)

Descreve-se de seguida, com maior pormenor, um projecto de investigação em curso no CNIG, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia no âmbito do programa PRAXIS8. Este projecto teve o seu arranque no ano 2000, prevendo-se a sua conclusão no primeiro semestre de 2002.

O projecto BEOT visa fundamentalmente a inventariação e estruturação de informação geográfica relativa a diversos domínios sectoriais, tendo em vista a constituição de um sistema de informação geográfica de apoio à definição das bases para um esquema de ordenamento do território ao nível do continente. Entre os seus objectivos destacam-se:

8 Ref. 3/3.1/CEG/2592/95

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 Contribuir para a constituição de uma plataforma dinâmica de informação em ordenamento do território, a disponibilizar através da rede do Sistema Nacional de Informação Geográfica;

 Permitir a simulação e avaliação de cenários de evolução e a avaliação de acções concretas no domínio do ordenamento do território.

Os principais domínios abrangidos são: infra-estruturas estruturantes; uso do solo; ambiente e recursos naturais; planos de ordenamento; população e actividades económicas; rede urbana e acessibilidades; património histórico e cultural e áreas protegidas.

Sendo um projecto a desenvolver para a totalidade do território continental, adoptou-se como escala de trabalho a 1:250 000, embora em algumas situações possam ser utilizadas outras escalas, nomeadamente quando a informação só esteja disponível em escala de maior detalhe ou quando se justifique uma análise de maior pormenor, tanto em termos de áreas específicas (por exemplo, áreas metropolitanas e grandes áreas urbanas) como em termos de temática analisada (por exemplo, uso do solo).

A pesquisa e análise da informação potencialmente interessante para o projecto permitiram detectar vários constrangimentos.

Por um lado, a meta-informação (informação disponível sobre a informação) é, frequentemente, pobre ou inexistente. Dados importantes como, por exemplo, o conteúdo, a escala e o método de obtenção, nem sempre estão disponíveis, tornando o processo de levantamento muito moroso. Especificamente, o conteúdo não é apresentado detalhadamente o que dificulta a tomada de decisão sobre a sua inclusão no sistema de informação.

Por outro lado, na esmagadora maioria das situações, a informação propriamente dita, mesmo a produzida por organismos públicos, não é gratuita, pelo que a sua aquisição envolve encargos que muitas vezes são incomportáveis para o orçamento de projectos de investigação.

Acresce ainda que a informação cartográfica digital relativa a alguns temas fundamentais para o desenvolvimento do projecto não existe, está desactualizada ou encontra-se muito incompleta, porque não cobre a totalidade do território do continente ou porque não inclui, dentro de uma dada temática, componentes consideradas essenciais (por exemplo, na

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cartografia topográfica a rede viária não contém a classificação segundo o Plano Rodoviário Nacional).

Uma das principais tarefas a levar a cabo prende-se com a definição dos processos necessários à compatibilização da informação cartográfica proveniente de diversas fontes e disponível em escalas, sistemas de referenciação e formatos distintos, de modo a constituir uma “base” de trabalho comum.

Este sistema, que não deverá ser encarado como um produto acabado, será passível de actualização sistemática, sempre que se pretenda integrar novos níveis de informação ou indicadores estatísticos com interesse para o ordenamento do território, que venham entretanto a ser produzidos pelas entidades responsáveis. Constituirá, desde logo, uma ferramenta analítica de grande interesse, tanto no diagnóstico da situação actual como numa perspectiva de avaliação de futuras iniciativas neste domínio.

Com a constituição do SIG estarão reunidas as condições para a execução de operações de análise espacial mais complexas, tirando partido das relações entre as várias componentes integradas no sistema, nomeadamente para o apoio à decisão através da simulação e avaliação de diferentes cenários de evolução.

De acordo com um dos principais objectivos a atingir pelo projecto, proceder-se-á também ao desenvolvimento de uma interface de consulta da informação, preferencialmente dinâmica, sobre o ordenamento do território à escala do continente, a disponibilizar através da rede do SNIG.

Referências

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