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CARACTERIZAÇÃO DO CICLO SONO/VIGÍLIA DE PROFESSORES DO ENSINO MÉDIO EM NATAL/RN

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JANE CARLA DE SOUZA

CARACTERIZAÇÃO DO CICLO SONO/VIGÍLIA DE PROFESSORES DO ENSINO MÉDIO EM NATAL/RN

Dissertação apresentada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do título de Mestre em Psicobiologia.

NATAL/RN 2010

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JANE CARLA DE SOUZA

CARACTERIZAÇÃO DO CICLO SONO/VIGÍLIA DE PROFESSORES DO ENSINO MÉDIO EM NATAL/RN

Dissertação apresentada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do título de Mestre em Psicobiologia.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Carolina V. M. de Azevedo.

Natal/RN 2010

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CARACTERIZAÇÃO DO CICLO SONO/VIGÍLIA DE PROFESSORES DO ENSINO MÉDIO DE ESCOLAS PÚBLICAS E PRIVADAS EM NATAL/RN

JANE CARLA DE SOUZA Data da defesa: 04/05/2010

Banca examinadora:

_______________________________ Prof.ª Dr.ª Lúcia Rotenberg

Instituto Oswaldo Cruz, FIOCRUZ/RJ

_______________________________ Prof.ª Dr.ª Rute Alves de Sousa

Universidade Federal do Rio Grande do Norte/RN

_______________________________ Prof.ª Dr.ª Carolina V. M. de Azevedo Universidade Federal do Rio Grande do Norte/RN

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Ser professor é professar a fé e a certeza de que tudo terá valido a pena se o aluno sentir-se feliz pelo que aprendeu com você e pelo que ele lhe ensinou... Ser professor é consumir horas e horas pensando em cada detalhe daquela aula, que mesmo ocorrendo todos os dias, a cada dia é única e original... Ser professor é entrar cansado numa sala de aula e diante da reação da turma, transformar o cansaço numa aventura maravilhosa de ensinar e aprender... Ser professor é importar-se com o outro numa dimensão de quem cultiva uma planta muito rara que necessita de atenção, amor e cuidado. Ser professor é ter a capacidade de "sair de cena, sem sair do espetáculo". Ser professor é apontar caminhos, mas deixar que o aluno caminhe com seus próprios pés... Autor desconhecido

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AGRADECIMENTOS

Aos meus queridos pais, Maria Neuma e João Batista, pela educação e confiança a mim dedicada em todos os momentos da minha vida e aos meus irmãos, pelo apoio e o amor incondicional entre nós.

À Carolina Azevedo por ter acreditado em mim, pela dedicação e entusiasmo que transmitiu no decorrer desse estudo, além dos inúmeros conhecimentos passados.

Meu sincero agradecimento a todos os professores do ensino médio, que apesar das inúmeras tarefas aceitaram participar da pesquisa. Sem vocês nada disso teria sido possível.

Agradeço aos alunos Arthur, Camila, Geilson e Diego pela ajuda na coleta e tabulação dos dados.

Às minhas queridas companheiras de mestrado Aline Belísio e Rovena Engelberth. Vocês foram essenciais na minha caminhada durante estes dois anos de pesquisa. Entretanto, não posso deixar de agradecer em especial a amiga que sempre esteve à disposição para ouvir meus desabafos. Valeu Aline!

A todos da turma de mestrado em Psicobiologia de 2008 que tenho orgulho em fazer parte, agradeço por todos os momentos que compartilhamos o aprendizado e os momentos de diversão. Foi tudo galera!

À Paula Rocha e Ivanise Sousa agradeço pelo apoio e palavras de incentivo, assim como, a prontidão em me ajudar.

Aos professores da Pós-graduação pelos ensinamentos passados e pela disponibilidade em esclarecer minhas dúvidas.

Ao Conselho de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPQ pela concessão de bolsa de estudo.

E por fim, porém de enorme importância, aos meus amigos, Tetê, Gil, Paulo, Baixinha, Mércia, Mônica, Nel, Camila e Ana Paula pelos momentos de diversão e amor que cada um de vocês puderam me proporcionar durante estes inúmeros anos de convivência. Vocês são mais que simples amigos, são parte da família que escolhi para mim.

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RESUMO

No ambiente escolar é de fundamental importância o conhecimento sobre o ciclo sono e vigília (CSV), pois encontramos crianças e adolescentes com sonolência excessiva e dificuldades de aprendizagem, além de professores com alta demanda e horário diferenciado de trabalho, o que pode contribuir para o surgimento de alterações no CSV. O objetivo deste estudo foi caracterizar o CSV de professores do ensino médio de Natal/RN. Participaram da pesquisa 98 professores de escolas públicas e privadas, dos quais, foram descritos os hábitos e conhecimentos sobre o sono, cronotipo, padrão do CSV, níveis de sonolência diurna, qualidade do sono e satisfação profissional, comparando estas variáveis quanto às características de trabalho, estrutura familiar e gênero. A coleta de dados foi realizada com a aplicação de questionários em duas etapas: 1)“saúde e o sono” (caracterização geral dos hábitos de sono); questionário de Horne & Ostberg (caracterização do cronotipo); Escala de Sonolência de Epworth e o Índice de Qualidade do Sono de Pittsburg; 2) O diário de sono durante 14 dias. A partir dos resultados, observamos que os professores levantaram e deitaram mais cedo e apresentaram uma redução do tempo na cama em torno de 42min na semana quando comparada ao fim de semana. Esta redução no tempo na cama na semana foi acompanhada por uma maior duração do cochilo no fim de semana. Além disso, os professores levantaram aos sábados mais cedo que aos domingos, provavelmente devido aos afazeres domésticos e lazer. O conhecimento dos professores sobre o sono foi baixo com relação às diferenças individuais e o efeito de bebidas alcoólicas sobre o sono e alto em relação às consequências da privação do sono. As diferenças encontradas nas comparações quanto às características de trabalho, estrutura familiar e gênero foram pontuais, exceto com relação ao horário de trabalho. Os professores que iniciavam o trabalho pela manhã e finalizavam à noite levantaram mais cedo, dormiram mais tarde e apresentaram menor tempo na cama, em relação aos que trabalhavam apenas em dois turnos. Além disso, entre os professores que iniciavam o trabalho pela manhã e que foram classificados como vespertinos houve uma maior irregularidade no horário de levantar em relação aos matutinos e intermediários. Metade dos professores apresentou sonolência excessiva, que teve correlação positiva com a insatisfação com o trabalho. Em geral, os professores apresentaram médias do IQSP equivalentes à má qualidade de sono, tendo as mulheres piores médias. A partir dos resultados, sugere-se que o CSV dos professores varia de acordo com o horário de trabalho, acarretando em irregularidade no CSV e privação de sono durante a semana, embora o efeito sobre irregularidade varie em função do cronotipo. Estas alterações são acompanhadas de sonolência excessiva diurna e má qualidade de sono. Porém, faz-se necessário ampliar a amostra para esclarecer a influência das variáveis relacionadas ao trabalho, à estrutura familiar e gênero em conjunto.

Palavras-chaves: ciclo sono-vigília, sonolência diurna, qualidade do sono, escola, professor, horário de trabalho.

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ABSTRACT

In the school environment is fundamental the knowledge about the sleep-wake cycle (SWC), because we find children and adolescents with excessive sleepiness and learning difficulties. Furthermore, teachers with high demand and with different work schedule, which may contribute to changes in SWC. The aim of this study was to describe the SWC of high school teachers in Natal/RN. Habits and knowledge about sleep, chronotype, SWC, daytime sleepiness, sleep quality and job satisfaction were described in 98 high school teachers from public and private school. These parameters were compared according to the characteristics of work, family structure and gender. Data collection was performed with the use of questionnaires in two stages: 1) "health and sleep" (general characterization of sleep habits), Horne & Ostberg questionnaire (characterization of chronotype), Epworth Sleepiness Scale and the Index of Pittsburg Sleep Quality, 2) The sleep diary for 14 days. From the results, we observe that the teachers woke up and went to bed earlier in the week and showed a reduction of time in bed around 42min comparing to weekend. This reduction in time in bed during the week was accompanied by an increase in nap duration on weekend. In addition the teachers woke up earlier on Saturdays than on Sundays, probably due to housework and leisure. The teachers' knowledge about sleep was low in relation to individual differences and effect of alcoholic beverages on sleep, and high in the consequences of sleep deprivation. The differences found in comparisons on the characteristics of work, family structure and gender were punctual, except concerning the work schedule. The teacher who started work in the morning and finished in the night, woke up earlier, went to bed later and had less time in bed, when compared to teachers who work only in two shifts. In addition, teachers with late chronotypes who begin the work in the morning had a greater irregularity in the wake up time compared to teachers with earlier and intermediate chronotypes. Half of teachers have excessive sleepiness, which was positive correlated with work dissatisfaction. In general, teachers showed IPSQ averages equivalent to poor sleep quality and the women showed worst averages. From the results, it is suggested that the SWC of teachers varies according to work schedule, leading to irregularity and partial sleep deprivation in the week, although these responses vary according to chronotype. These changes are accompanied by excessive daytime sleepiness and poor sleep quality. However, it is necessary to expand the sample to clarify the influence of variables related to work, family structure and gender together.

Keywords: sleep-wake cycle, daytime sleepiness, sleep quality, school, teacher, work schedule

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SUMÁRIO

I - INTRODUÇÃO ... 8

1.1 – Ciclo sono e vigília ... 1.2 – Trabalho e ciclo sono/vigília ... 8 10 1.3 - Ciclo sono e vigília na escola ... 13

II - OBJETIVOS ... 18

III - HIPÓTESES E PREDIÇÕES ... 19

IV - METODOLOGIA ... 21

4.1 – Instituições escolares da pesquisa ... 21

4.2 – Características dos participantes ... 23

4.3 – Procedimentos prévios ... 23

4.4 – Critérios de inclusão e exclusão... 24

4.5 - Coleta de dados ... 24

4.6 - Análise dos dados ... 27

V - RESULTADOS ... 30

5.1 – Caracterização geral da população ... 30

5.2 – Classificação econômica ... 31

5.3 – Características de trabalho ... 32

5.4 – Informações sobre o sono ... 33

5.5 – Comportamentos realizados antes de dormir ... 33

5.6 – Conhecimento sobre o sono ... 34

5.7 – Cronotipo ... 36

5.8 – Características gerais do ciclo sono/vigília ... 36

5.9 – Comparações do ciclo sono/vigília quanto as características de trabalho ... 43 5.10 – Comparações do ciclo sono/vigília quanto ao gênero ... 49

5.11 – Comparações do ciclo sono/vigília quanto a estrutura familiar ... 49

5.12 – Adaptação dos professores ao horário de trabalho... 54

5.13 – Satisfação profissional ... 54

VI - DISCUSSÃO ... 57

VII - CONCLUSÔES ... 69

VIII - REFERÊNCIAS ... 70

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I. INTRODUÇÃO

1. Ciclo sono e vigília

A expressão comportamental e fisiológica dos organismos de forma cíclica caracteriza os ritmos biológicos (Marques & Menna-Barreto 2003). Dentre eles temos os ritmos circadianos com período em torno de 24h, e que estão claramente associados ao ciclo geofísico de claro e escuro (Halberg et al. 1977). Entre os ritmos circadianos, o ciclo sono e vigília (CSV) é o mais evidente e o mais estudado.

Em humanos, o CSV apresenta em média um período endógeno um pouco maior que 24h, podendo variar de acordo com as diferenças individuais entre 23,5h e 24,6h (Wright et al. 2005). Este caráter endógeno dos ritmos biológicos está sob controle do sistema de temporização circadiana, que é composto por vias de entrada, incluindo as aferências retinianas, que transmitem a informação fótica do ambiente (claro-escuro) aos núcleos supraquiasmáticos¹ (NSQs), os quais apresentam função de marca-passo central. Os NSQs por sua vez geram e sincronizam os ritmos biológicos, e possuem comunicação recíproca com os osciladores periféricos, que também expressam ritmicidade endógena, constituindo assim um sistema multioscilatório (Braedstatter 2004). Esta forma de retroalimentação possibilita aos osciladores periféricos interagirem com os NSQs, participando deste modo no ajuste dos ritmos.

As variações ambientais rítmicas são estímulos potentes que atuam como agentes sincronizadores ou “zeitgebers” do sistema de temporização circadiana, sendo o ciclo claro e escuro considerado o estímulo sincronizador dominante dos ritmos circadianos (Khalsa et al. 2003).

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No entanto, o que se observa no ambiente natural é a ocorrência de variados estímulos ambientais. Além do ciclo claro/escuro, horários de trabalho, escola e alimentação atuam sobre o sistema de temporização e promovem a sincronização dos ritmos circadianos, incluindo o ciclo sono e vigília, às 24h diárias (Mistberger & Skene 2005). Deste modo, é importante destacar que a organização da vida na sociedade de acordo com os horários de trabalho, escola, lazer e outras atividades sociais exercem influência sobre os osciladores endógenos, modificando a expressão da ritmicidade biológica (Mistlberger & Skene 2005). Além disso, essas atividades sociais determinam os momentos de exposição à luz, que atua na sincronização do CSV (Mistlberger & Skene 2004), podendo gerar atrasos ou avanços nos rirmos circadianos (Khalsa et al. 2003).

O sistema de temporização circadiana regula a distribuição temporal do sono e da vigília ao longo das 24 horas do dia. Simultaneamente, existe o mecanismo homeostático que regula a quantidade de sono e vigília diários. Durante a fase de vigília, a partir do momento em que acordamos, a propensão ao sono aumenta gradativamente até que o indivíduo adormece. E a partir do momento em que o indivíduo começa a dormir, a propensão ao sono diminui progressivamente favorecendo o despertar (Borbély & Achermman 1999; Czeisler & Khalsa 2000).

A interação circadiana e homeostática favorece que a vigília e o sono ocorram no momento adequado ao longo do dia, ou seja, durante a fase de vigília quando a pressão homeostática para o sono aumenta, o indivíduo não dorme porque o componente circadiano o mantém acordado. Assim como, durante a fase de sono quando a pressão homeostática para o sono diminui, o indivíduo não desperta porque o componente circadiano o mantém dormindo (Borbély & Achermman 1999).

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2. Trabalho e Ciclo sono e vigília

Dentre os compromissos sociais, o horário de trabalho é um fator que exerce bastante influência no CSV. Diversos estudos são realizados em trabalhadores em regime de turnos ou noturno, que modificam frequentemente o CSV, enquanto suas funções fisiológicas rítmicas como a temperatura corporal e a produção hormonal não se modificam rapidamente. Esta diferença na velocidade de ajuste provoca uma perda da organização temporal dos ritmos biológicos entre si e com o ciclo claro e escuro ambiental (Minors & Waterhouse 1981). Isso leva a situações em que o trabalhador pode precisar dormir em horários em que outros ritmos biológicos estão preparando o organismo para a vigília.

Além disso, a demanda social, a elevação da temperatura ambiental, os níveis de ruídos e a luz do ambiente natural seguem o horário diurno padrão da sociedade, contribuindo para a fragmentação do CSV (Fischer et al. 2002), redução da duração do sono (Escriba et al. 1992; Fischer et al. 2002), sonolência diurna excessiva, diminuição da qualidade de sono (Escriba et al. 1992), e altos níveis de ansiedade (Campos & Martinho 2003), entre outros efeitos negativos para a saúde (Boggild & Knutsson 1999; Scott 2000; Gaspar et al. 1998; Dorrian et al. 2008). Atualmente a Organização Mundial de Saúde aponta o trabalho em turno como fator de risco para o desenvolvimento de câncer (Hansen 2006; Straif et al 2007; Viswanathan et al. 2007).

Entre os trabalhadores de turnos, o gênero feminino apresenta maior relato de tensão, ansiedade, estresse, insônia e falta de tempo para o descanso e lazer, devido à carga horária de trabalho profissional e doméstico (Lundberg 1996; Barnett & Hyde 2001; Portela et al. 2005). As mulheres que possuem a responsabilidade de

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cuidar da casa e dos filhos podem apresentar uma redução de sono (Kurumatani et al. 1994; Knutsson & Nilsson 1997; Rotenberg et al. 2001).

Contudo, não somente os trabalhadores em regime de turnos ou noturnos apresentam comprometimento relacionado ao CSV. Na sociedade atual, a alta demanda de trabalho, a busca pela qualificação profissional, a vida social e os compromissos pessoais familiares, tornam os indivíduos cada vez mais exacerbados de tarefas. Ao tentar cumprir todas as atividades diárias, muitas pessoas acabam diminuindo as horas de sono. Estas modificações contribuem significativamente para o surgimento de alterações do ciclo sono e vigília, podendo ocasionar irregularidade nos horários de sono e privação total ou parcial do sono (Kecklund & Akerstedt 1995).

Alguns autores observaram que indivíduos adultos dormem e acordam mais cedo na semana em relação ao fim de semana, devido à influência dos horários sociais (Monk et al. 2000; Rosenthal et al. 2001). Wittmann e colaboradores (2006) em um estudo populacional propõem que esta irregularidade nos horários de vigília e sono entre semana e fim de semana seja denominada de “Jetlag Social”. Este termo foi usado pelos autores fazendo uma comparação ao termo “Jetlag”, que é tradicionalmente usado em relação ao efeito de alteração de fases devido a mudanças de fuso horário provocadas por viagens transmeridianas rápidas. O mal estar ocorre devido à diferença entre o fuso horário externo e o horário biológico de sono e vigília anterior à viagem. Esta mudança está associada a uma diferença na velocidade de ajuste entre os ritmos no organismo, levando a um estado de desorganização temporal interna transitório. No “Jetlag Social” este estado ocorreria de forma crônica na população de paises industrializados, e bastante exacerbada em trabalhadores em turnos alternantes.

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A privação parcial ou total de sono acarreta sonolência diurna, aumento da irritabilidade, redução da eficiência de processos cognitivos (Drosopoulos et al. 2007) e diminuição da habilidade de dirigir (Mello et al. 2000; Philip et al. 2005). Outras consequências da redução de sono são as alterações metabólicas que contribuem para o desenvolvimento de condições crônicas, como a obesidade, diabetes e hipertensão (Spiegel et al. 1999; Boggild & Knutsson 1999; Laposky et al. 2008). Um estudo realizado por Hasler et al. (2004) demonstrou uma relação entre pequena duração de sono (< 6h) e obesidade.

Considerando as diferenças individuais quanto à quantidade necessária de sono e quanto à fase em que o sono ocorre, é esperado que o indivíduo exiba diferenças na resposta às pressões exercidas pelos horários de trabalho. Alguns fatores que podem estar associados a estas diferenças na adaptação ao horário de trabalho são: o cronotipo2

(Smith et al. 2002), idade (Härmä 1996) e a quantidade de sono necessária para cada indivíduo3 (Hartmann et al. 1972). Um estudo que avaliou

a relação do cronotipo com o trabalho em turnos encontrou que os matutinos extremos sofrem mais que os vespertinos extremos (Hilderbrandt & Strattmann 1979). Esta relação entre matutinidade e diminuição da tolerância ao trabalho noturno pode ser também observada em função da idade, pois quanto maior a idade maior a tendência à matutinidade e menor a tolerância ao trabalho noturno (Reilly et al. 1997).

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Termo usado para classificar os indivíduos de acordo com a sua preferência dos horários de sono, os que preferem dormir e acordar mais cedo, são denominados de matutinos. Os que preferem dormir e acordar mais tarde, são denominados de vespertinos, e os mais flexíveis no que diz respeito ao seu horário de sono são classificados como intermediários (Horne & Ostberg 1976).

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Classificação quanto à quantidade ideal de sono diário. São pequenos dormidores aqueles que necessitam de 5h a 6h de sono por noite, os médios precisam de 7h a 8h de sono, enquanto os que necessitam de 9h a 10h de sono são chamados de grandes dormidores (Weeb 1979).

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Outra associação foi observada quanto à necessidade de sono diário e a insatisfação com o trabalho, em que policiais grandes dormidores3 demonstraram

uma maior insatisfação com o turno noturno (Tamagawa et al. 2007).

No entanto, a tolerância ao trabalho em turno não pode ser avaliada levando em consideração a ação isolada de fatores como o cronotipo, idade e quantidade de sono. Existe uma interação entre estes fatores e o histórico de distúrbios do sono, epilepsia, diabetes, doença cardíaca ou gastrointestinal, uso de álcool ou drogas, responsabilidades domésticas, condições inadequadas de sono e moradia, e possuir dois trabalhos para poder diminuir os problemas financeiros (Sedgwick, 1998).

3. Ciclo sono/vigília na escola

O ciclo sono/vigília é de fundamental importância em qualquer âmbito da sociedade. Contudo, a escola necessita de atenção especial, pois neste ambiente encontramos crianças, adolescentes e adultos, que necessitam manter a regularidade do CSV e a duração necessária de sono, para assim conservar a saúde e obter melhor desempenho cognitivo e aprendizagem.

Inúmeros estudos vêm sendo realizados na escola caracterizando o CSV de crianças e adolescentes, e buscando os efeitos ou as consequências da privação de sono nessa parte da população (Wolfson & Carskadon 1998; Giannotti & Cortesi 2002; Acebo & Carskadon 2002; Iglowstein et al. 2003; Gibson et al. 2006; Silva et al. 2005; Sadeh 2007; Chan et al. 2009; Paavonen et al. 2009). As crianças em idade escolar apresentam uma grande duração de sono noturno, acompanhada de uma tendência a dormir e acordar cedo quando comparadas aos adolescentes. Além disso, apresentam episódio de sono durante o dia, que tende a diminuir com a idade (Acebo et al. 2005). Contudo, o horário escolar influencia o CSV de crianças, pois as

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que estudam no turno matutino apresentam uma redução do tempo total de sono e dormem mais cedo nos dias de escola quando comparadas às que estudam no turno vespertino (Silva et al. 2005).

Alguns autores relatam que a duração do sono das crianças vem diminuindo com o passar dos anos (Iglowstein et al. 2003; Chan et al. 2009), o que pode acarretar em um aumento da sonolência diurna (Chan et al. 2009) e déficit de atenção (Paavonen et al. 2009). Um alto nível de sonolência diurna em crianças está associado a uma redução no alerta e a uma diminuição na latência do sono (Sadeh 2007).

Ainda mais que as crianças, os estudantes adolescentes demonstram uma alta incidência de sonolência diurna (Epstein et al. 1998, Moore & Meltzer 2008), fadiga (Acebo & Carskadon 2002) e alterações no humor (Roberts et al. 2001), o que compromete o desempenho escolar e a aprendizagem (Wolfson & Carskadon 1998; Giannotti & Cortesi 2002). Entre as causas da sonolência destacam-se a irregularidade do CSV e a privação parcial de sono decorrentes do conflito entre a preferência pelos horários tardios de sono na adolescência e os horários escolares matutinos (Wolfson & Carskadon 1998; Tagaya et al. 2004; Hansen et al. 2005; Iglowstein et al. 2003).

As consequências da privação parcial do sono e da irregularidade do CSV observadas nos adolescentes são ainda maiores quando estes indivíduos são trabalhadores. Martins et al (2002) e Fischer et al (2003) encontraram resultados que corroboram com algumas consequências negativas do trabalho adolescente, destacando os débitos acumulados de sono decorrentes das atividades de trabalho e estudo, podendo acarretar níveis elevados de sonolência diurna, diminuição do nível de atenção, queda no desempenho e alterações no estado de ânimo.

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A associação entre trabalho e redução do sono em adolescentes foi encontrada no estudo de Teixeira e colaboradores (2007), uma vez que os adolescentes trabalhadores possuíam horários de acordar mais cedo que os não trabalhadores, acarretando uma maior privação parcial do sono, mostrando assim, a força do horário de trabalho como sincronizador do ciclo sono/vigília dos adolescentes.

Na idade adulta, o CSV é caracterizado por uma redução de sono e um avanço nos horário de dormir e acordar em relação aos adolescentes (Campbell & Murphy 2007). Porém, com o advento da luz artificial, os compromissos sociais passaram a ocupar horários cada vez mais tardios e devido à necessidade de acordar cedo para iniciar uma nova rotina, ocorreu uma extensão da fase de vigília e uma diminuição na duração do sono da população (Miller & Cappuccio 2007). Ainda na escola, ao direcionar o olhar para o professor, é possível observar que o profissional docente possui um horário de trabalho diferenciado em relação a outros profissionais. A maioria leciona em mais de uma escola e em vários turnos, podendo iniciar o trabalho muito cedo e finalizar em horários tardios.

No Brasil, a profissão docente vem sofrendo modificações, mudando as exigências e competências do ensino. Consequentemente, pressões são exercidas sobre a escola e principalmente sobre o professor, que é o responsável direto pela formação de um estudante polivalente. Entretanto, nem sempre as condições de ensino são compatíveis com as exigências, levando a uma sobrecarga de trabalho e ao estresse do profissional (Gasparini et al. 2006; Pinotti 2006; Bauer et al. 2007).

Além da jornada de trabalho exigida na sala de aula, o profissional docente necessita de tempo extra para elaborar planos de aulas e corrigir provas (Delcor et al. 2004). Somado a isso, existe um desafio constante de estar atualizado na sua

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metodologia de ensino e de buscar por uma melhor qualificação profissional, realizando cursos e especializações (Gasparini et al. 2006; Jardim et al. 2007).

Além de todas essas exigências o ambiente escolar deixou de ser um local seguro e protegido e passou a apresentar casos de violência, a qual pode exercer uma importante influência sobre a saúde mental e física dos professores (Jardim et al. 2007; Gasparini et al. 2006).

Todas as obrigações exigidas e a pressão sofrida pelos professores acarretam prejuízos na vida pessoal, deixando-os sem tempo para o lazer e a família (Penteado & Pereira 2007; Nagai et al. 2007), contribuindo para o surgimento de queixas relacionadas ao sono, como insatisfação com o sono (Vedovato & Monteiro 2008), sonolência e insônia (Araújo et al. 2005; Penteado & Pereira 2007).

Um estudo realizado com professores na cidade de Belo Horizonte relatou que 9,7% dos professores estudados usavam medicamentos para alterações do sono (Gasparini et al. 2006). Outro estudo sobre queixas relacionadas à saúde mental em professores da Bahia encontrou que 22,6% dos docentes pesquisados se queixavam de sonolência e 14,1% de insônia (Araújo et al. 2005). Professores de escolas públicas que participaram de dois estudos realizados na cidade de São Paulo relataram dormir em média 6,8h e 6h (Vedovato & Monteiro 2008; Ferreira et al. 2008).

Além das características relacionadas à função docente em geral, alguns autores (Delcor et al. 2004; Vedovato & Monteiro 2008; Araújo et al. 1998 apud Araújo & Carvalho 2009; Farias 2004 apud Araújo & Carvalho 2009) relatam condições de trabalho diferenciadas entre as escolas públicas e privadas. Entretanto, são pesquisas realizadas separadamente em cada tipo de escola. Pesquisas realizadas em escolas privadas na Bahia sobre condições de trabalho e

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saúde os autores observaram que: 67,9% dos professores estudados relataram ter um ritmo acelerado de trabalho e 54,9% um ritmo frenético de trabalho (Delcor et al. 2004); 61,9% dos professores alegaram fiscalização contínua do desempenho como condição negativa de trabalho (Araújo et al. 1998 apud Araújo & Carvalho 2009); 25,7% dos professores relatou a escola como ambiente estressante, e 55,7% reclamou da inexistência de local para descanso (Farias 2004 apud Araújo & Carvalho 2009).

No âmbito da escola pública, Vedovato & Monteiro (2008) observaram em nove escolas estaduais paulistas que 95,4% dos professores alegaram que a profissão docente é cansativa e desgastante. Ainda nesse estudo, as autoras encontraram 41,3% desses profissionais alegando dificuldades com a falta de recursos materiais para ministrar as aulas e 44,6% declarando o ambiente físico inadequado.

No entanto, uma condição de trabalho semelhante entre as redes de ensino é a alta jornada de trabalho dentro e fora da sala de aula (Delcor et al. 2004), o que pode acarretar em efeitos semelhante sobre o padrão do CSV, tais como: irregularidade do CSV e diminuição na duração de sono. A literatura científica sobre as condições de trabalho e saúde dos professores explora especialmente os efeitos do trabalho sobre a saúde mental, como o estresse e a síndrome de “burnout”4 (Pinotti 2006; Carlotto & Palazzo 2006; Nagai et al. 2007; Jin et al. 2008). Então, se faz necessário realizar uma caracterização do ciclo sono/vigília dos professores, para assim, ampliar o conhecimento sobre os impactos negativos da função docente e propor ações que possam melhorar a qualidade de vida desses profissionais. __________________________

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Síndrome caracterizada por fadiga emocional, despersonalização e auto-estima reduzida, sendo resultado de experiências estressantes relacionadas a excesso de trabalho, desmoralização, decepção e falta de estímulo profissional. Afeta especialmente trabalhadores com muito contato

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II – OBJETIVOS

1- Objetivo geral: Caracterizar o ciclo sono/vigília de professores do ensino médio

da zona sul da cidade do Natal/RN.

2- Objetivos específicos.

2.1 – Descrever os hábitos e conhecimento sobre sono, cronotipo, níveis de

sonolência diurna e a qualidade do sono em professores do ensino médio da zona sul da cidade do Natal/RN:

2.2 – Comparar os horários de deitar e levantar, o tempo na cama, a irregularidade

no CSV, os níveis de sonolência diurna e a qualidade do sono dos professores:

 Quanto às características de trabalho: com relação ao número de escolas que leciona, o tempo de docência e a jornada de trabalho.

 Quanto ao gênero

 Quanto à estrutura familiar: de acordo com o estado civil e número de filhos.

2.2 – Avaliar a irregularidade no CSV dos professores que iniciam o trabalho pela

manhã de acordo com o cronotipo.

2.3 - Correlacionar a satisfação profissional dos professores com o tempo na cama,

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II- HIPÓTESES (H) E PREDIÇÕES (P)

H1: O CSV dos professores varia em função dos dias da semana.

P1: Os professores apresentarão horários de deitar e levantar mais cedo e menor tempo na cama durante a semana quando comparada ao fim de semana.

H2: O CSV dos professores varia de acordo com as características de trabalho.

P1: Os professores que lecionam em maior número de escolas apresentarão maior irregularidade no CSV, menor tempo na cama, maior nível de sonolência diurna e pior qualidade de sono.

P2: Professores com menor tempo de docência apresentarão maior irregularidade no CSV, menor tempo na cama, maior nível de sonolência diurna e pior qualidade de sono.

P3: Professores com maior jornada de trabalho terão maior irregularidade no CSV, menor tempo na cama, maior nível de sonolência diurna e pior qualidade de sono.

P4: Professores que iniciam o trabalho pela manhã e finalizam apenas à noite apresentarão maior irregularidade no CSV, menor tempo na cama, maior nível de sonolência diurna e pior qualidade de sono.

H3: O CSV dos professores varia de acordo com o gênero.

P1: As professoras apresentarão maior irregularidade no CSV, menor tempo na cama, maior nível de sonolência diurna e pior qualidade de sono.

H4: O CSV dos professores varia de acordo com a estrutura familiar.

P1: Professores casados terão menor irregularidade no CSV, menor tempo na cama, maior nível de sonolência diurna e pior qualidade de sono.

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P2: Professores com filhos terão menor irregularidade no CSV, menor tempo na cama, maior nível de sonolência diurna e pior qualidade de sono.

H5: A adaptação ao trabalho varia de acordo com o cronotipo dos professores.

P1: Os professores com cronotipo vespertino que trabalham no turno matutino apresentarão maior irregularidade no CSV, maior nível de sonolência diurna e pior qualidade de sono.

H6: A satisfação profissional relaciona-se com o tempo na cama, a sonolência e a qualidade do sono dos professores.

P1: Os professores com menor satisfação profissional apresentarão menor tempo na cama, maior nível de sonolência diurna e pior qualidade de sono.

(23)

IV – METODOLOGIA

Inicialmente, um estudo piloto foi realizado durante os meses de março a abril de 2009, com o intuito de averiguar se os questionários que seriam utilizados possibilitavam acessar as informações desejadas. Participaram do estudo piloto 19 professores de duas escolas, sendo uma pública (Escola Estadual Rêgulo Tinoco) e uma privada (CPU colégio e curso), ambas localizadas na zona sul de Natal. Após a aplicação dos questionários algumas adaptações foram feitas e os dados do estudo piloto foram descartados.

4.1 - Instituições escolares da pesquisa

O número total de escolas na zona sul de Natal que oferecem o ensino médio é de 20 escolas, sendo 10 públicas e 10 privadas. Esta pesquisa contou com a colaboração inicial de 5 escolas públicas e 7 escolas privadas desta região (Quadro 1). No entanto, no decorrer da coleta de dados duas escolas privadas foram excluídas. O CDF colégio e curso, por ter mudado de endereço, e o Piaget colégio e curso, por ter uma equipe docente que diferia do restante das escolas. A equipe desta escola era formada por professores que exerciam outro tipo de profissão durante toda a semana (ex: policial) e que lecionavam apenas 2 a 3 aulas por semana. A escolha de apenas uma zona da cidade foi decorrente das dificuldades para um levantamento de dados em toda a cidade dentro do prazo estabelecido para a realização da pesquisa pelo Programa de Pós-graduação. Por isso, optamos por um único estrato da cidade (zona sul), que foi escolhido por ter o acesso mais próximo à Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

(24)

Quadro 1. Caracterização das escolas e do número de professores que participaram na pesquisa, de acordo com: nome e tipo da escola, época da coleta e número de professores abordados, que aceitaram participar e que permaneceram na 1ª e 2ª etapas.

ESCOLA PROFESSORES

Nome Tipo Época de coleta Abordados TCLE* 1ª Etapa 2ª Etapa

E. E. Berilo Wanderley Pública 04 a 25/05/09 22 19 15 10

E. E. Lourdes Guilherme Pública 04 a 25/05/09 16 08 07 05

Top colégio e curso Privada 04 a 25/05/09 08 08 05 05

Centro de educação integrada Privada 18/05 a 08/06/09 30 13 11 08

E. E. Walfredo Gurgel Pública 18/05 a 08/06/09 20 19 14 12

E. E. Castro Alves Pública 11/08 a 01/09/09 14 10 08 03

E. E. Desembargador Floriano Cavalcante Pública 11/08 a 01/09/09 28 10 09 08

Criativo colégio e curso Privada 08/09 a 08/10/09 09 07 07 06

Facex colégio e curso Privada 08/09 a 08/10/09 35 20 13 09

Contemporâneo colégio e curso Privada 26/10 a 26/11/09 30 14 14 05

TOTAL 212 128 103 71

(25)

4.2 - Características dos participantes

Participaram da pesquisa 128 professores do ensino médio, entre homens e mulheres de escolas públicas e privadas da zona sul de Natal/RN. O número de professores abordado em cada escola foi maior que o total de indivíduos que aceitaram participar da pesquisa e que permaneceram até o final das etapas (Quadro 1).

4.3 - Procedimentos prévios

Alguns procedimentos foram necessários para dar início à coleta de dados:

 Envio do projeto ao comitê de ética do Hospital Onofre Lopes – HUOL, e posterior aprovação (Protocolo - 273/08 - Anexo 1);

 Uma conversa com a equipe pedagógica das escolas selecionadas para marcar um encontro com os professores do ensino médio;

 No primeiro encontro com a equipe docente das escolas foi esclarecido o objetivo e a metodologia da pesquisa. Em seguida, foi entregue o termo de consentimento livre e esclarecido para os professores (Anexo 2);

 Os professores que devolveram o termo de consentimento devidamente assinado receberam um envelope contendo os questionários.

(26)

4.4 - Critérios de inclusão e exclusão

Foram incluídos na pesquisa os professores do ensino médio de ambos os sexos, das escolas públicas e privadas da zona sul de Natal/RN e que entregaram o termo de consentimento livre e esclarecido.

Foram excluídos da pesquisa os professores: (1) estagiários, (2) que lecionavam a disciplina de Educação Física, devido à maior parte de sua atividade didática ser realizada fora da sala de aula, diferenciando assim estes professores do restante da amostra, (3) com diagnóstico clínico de distúrbio de sono ou outro problema de saúde que pudesse comprometer a coleta de dados e (4) aqueles que não preencheram os questionários por completo.

4.5 – Coleta de dados

A coleta de dados foi realizada durante todo o ano letivo de 2009, entre maio a junho, e agosto a novembro, excluindo as semanas que continham feriados (Quadro 1). A coleta foi dividida em duas etapas que estão descritas com o material utilizado e a respectiva duração no Quadro 2. Os questionários foram deixados com os professores para serem recolhidos depois, com o intuito de evitar resistência e obter maior adesão ao estudo.

Quadro 2: Duração das etapas e material utilizado.

ETAPAS QUESTIONÁRIOS UTILIZADO DURAÇÃO

A saúde e o sono

Horne & Ostberg

Índice de Qualidade do sono de Pittsburg

Escala de Sonolência de Epworth

1 vez

(27)

Questionários utilizado

1) A saúde e o sono (Anexo 3): é um questionário adaptado por Miriam

Andrade (Mathias et al. 2006) a partir do questionário de hábitos de sono, o qual representa de forma geral os hábitos de sono mais frequentes na vida do individuo. Neste estudo, para que o questionário acessasse de forma mais apropriada a realidade do professor foi necessário fazer algumas adaptações, inserindo questões que avaliassem: horário de trabalho, número de escolas e turnos que lecionam, tempo de docência, número de filhos, estado civil, nível de formação profissional, carga horária semanal, tipo de instituição em que trabalha e se exerce outra profissão. Neste questionário foi também inserida uma escala analógica para acessar o nível de satisfação profissional. Esta escala de 10cm varia entre dois extremos, um sendo “muito ruim” e o outro “muito boa”.

2) Questionário de Horne & Ostberg (Anexo 4): este questionário é

composto de 19 questões e avalia a preferência do indivíduo para realizar suas atividades durante as 24h do dia. O escore obtido com o preenchimento deste questionário permite caracterizar os indivíduos quanto ao seu cronotipo em matutinos, vespertinos e intermediários. Quanto maior o escore obtido maior a tendência à matutinidade (Horne & Ostberg, 1976). Este questionário foi analisado de acordo com o critério sugerido por Benedito-Silva e colaboradores (1990), adaptado para a população brasileira.

3) Diário do sono (Anexo 5): este questionário foi preenchido por 14 dias e

representa a informação diária dos horários de deitar e levantar de cada indivíduo, entre outras informações, como por exemplo, a forma de despertar e os horários e duração dos cochilos. Os dados obtidos com este questionário

(28)

apresentam uma correlação estatisticamente significativa em relação aos dados obtidos com a polissonografia e o uso do actímetro (Espie et al. 2001).

4) Escala de sonolência de Epworth (ESE - Anexo 6): este questionário

permite avaliar os níveis de sonolência diurna (Johns, 1991), através de informações sobre situações do cotidiano em que os indivíduos estão mais propensos a cochilar. Esta escala consiste de 8 perguntas, cada uma podendo ser pontuada de 0 a 3 pontos, totalizando um escore que varia de 0 a 24 pontos. As pontuações inferiores a 10 são consideradas como indicativas de pouca sonolência e as pontuações ≥ 10 são consideradas como indicativas de sonolência excessiva.

5) Índice de qualidade do sono de Pittsburgh (IQSP - Anexo 7): este

questionário consiste de questões relacionadas aos hábitos de sono referentes ao mês anterior em que o individuo se encontra, como: a latência do sono; o horário de deitar e levantar; os cochilos; os problemas para adormecer; a duração e a qualidade do sono (Bussey et al. 1989). Os itens deste questionário são agrupados em 7 componentes, cuja a pontuação varia de 0 a 3. Estes componentes são: a qualidade subjetiva do sono, a latência do sono, a duração do sono, a eficiência habitual do sono, os distúrbios do sono, o uso de medicamentos para dormir e a disfunção diurna. O conjunto de componentes totaliza uma pontuação que varia de 0 a 21, onde os escores de 0 a 5 indicam uma boa qualidade do sono e a partir de 6, uma má qualidade de sono.

(29)

4.6 - Análises dos dados

Para analisar as diferenças com relação à jornada de trabalho, os professores foram divididos em 3 grupos de acordo com a carga horária de trabalho semanal. Para a obtenção dos grupos, foi analisada a distribuição da carga horária dos professores utilizando como o limite das menores e maiores jornadas de trabalhos, o primeiro e o terceiro quartis, compondo assim os grupos: 1) 1h e < 24h, 2) 24h e < 42h e 3) > 42h.

Para analisar as diferenças com relação aos horários de trabalho, os professores foram subdivididos em 4 grupos, de acordo com os horários de início e fim do trabalho que predominam durante a semana (Quadro 3).

Quadro 3: Distribuição dos grupos de professores quanto aos horários de início e fim do trabalho.

Grupos Horário de início Horário de fim

G1 entre 7:00h e 8:30h antes das 19:00h

G2 entre 7:00h e 8:30h depois das 21:30h

G3 após 10:30h antes das 19:00h

G4 após 10:30h depois das 21:30h

Entre as variáveis do estudo temos a irregularidade no CSV, que foi analisada através do índice de irregularidade do sono. Este índice é calculado a partir do desvio padrão dos horários de deitar e levantar registrados no diário do sono de cada professor.

Os resultados foram analisados no programa StatísticaTM (StatSoft®) e o nível de significância estatística considerado em todas as análises foi de 5%.

(30)

Caracterização geral dos professores

Dos professores que preencheram o questionário “Saúde e sono”, bem como o de avaliação do cronotipo (n=103), foram excluídos da amostra: 2 professores que apresentavam problema de saúde no momento da coleta e 2 professores de educação física e uma coordenadora, finalizando com uma amostra de 98 professores. Os aspectos referentes à caracterização geral dos hábitos e conhecimento sobre o sono, a classificação econômica e a distribuição do cronotipo dos professores foram analisados utilizando o teste Qui-quadrado (X ²).

Testando as hipóteses

1ª: O CSV dos professores varia em função dos dias da semana.

Para avaliar se o CSV difere quanto aos dias da semana, foi utilizada a ANOVA de medidas repetidas (n=70). Os horários de deitar e levantar, e o tempo na cama em função dos dias da semana foram considerados as medidas de repetição. A frequência de indivíduos que cochilam e a distribuição de cochilos nos dias de semana e nos fins de semana foram avaliadas pelo teste Qui-quadrado (X²). As médias dos horários de início e fim, e duração do cochilo foram comparadas entre semana e fim de semana pelo teste t de Student.

2ª, 3ª e 4ª: O CSV dos professores varia de acordo com as características do trabalho, o gênero e a estrutura familiar

Para avaliar se os horários de deitar e levantar, e o tempo na cama variam de acordo com as características de trabalho, o gênero e a estrutura

(31)

familiar em função dos dias da semana, foi utilizada a ANOVA de medida repetidas. Os horários de deitar e levantar, e o tempo na cama foram considerados as medidas de repetição. Para avaliar se a irregularidade do CSV, o nível de sonolência diurna e a qualidade do sono variam de acordo com as características de trabalho, o gênero e a estrutura familiar, foi utilizada a ANOVA One-Way.

5ª: A adaptação ao trabalho varia de acordo com o cronotipo dos professores.

Para analisar se a adaptação ao horário matutino de trabalho varia em função do cronotipo, foram utilizados os dados da irregularidade no horário de levantar dos professores que iniciavam o trabalho pela manhã (G1 e G2), e o teste aplicado foi a ANOVA One-Way.

6ª: A satisfação profissional relaciona-se com o tempo na cama, a sonolência e a qualidade do sono dos professores.

Os dados obtidos na escala de satisfação profissional foram correlacionados com o tempo na cama, com os escores de sonolência de Epworth e com os escores globais do Índice de Qualidade do Sono de Pittsburg utilizando o teste de correlação de Pearson.

(32)

V- RESULTADOS

Algumas questões metodológicas limitantes para a execução desta pesquisa estão descritas no Anexo 9. Inicialmente será apresentada uma caracterização geral dos professores com relação à idade, distribuição dos sexos, estrutura familiar, condições de saúde, classificação econômica e características do trabalho. Em seguida, será mostrado o resultado referente ao cronotipo, padrão do ciclo sono-vigília, conhecimento sobre o sono, nível de sonolência diurna e qualidade subjetiva do sono. A amostra para cada questionário é específica, já que alguns questionários de professores foram excluídos, devido ao preenchimento incompleto.

5.1 – Características gerais da população

A idade média dos professores foi 39±9 anos, sendo 42% sexo feminino e 58% do sexo masculino (X² = 2,66; p > 0,05). Os professores na maioria eram casados (X² = 6,64; p < 0,09) e tinham filhos (X² = 10,18; p < 0,05). Metade dos professores praticava atividade física (X² = 0,01; p > 0,05) e poucos relataram ter apresentado algum problema de saúde no último mês (X²

= 7,74, p < 0,05 - Tabela 1). O carro foi o meio de transporte mais utilizado

entre eles (X² = 88,59; p < 0,05) e a maioria levava entre 15 e 30 minutos para chegar ao trabalho (X² = 52,44; p < 0,05 - Figura 1).

Meio de tranporte 0 10 20 30 40 50 60 70

Carro Ônibus À pé Outros

% d e p ro fe s s o re s

Tempo gasto de casa para o trabalho

0 20 40 60 80 0-14 15-30 > 30 Minutos % d e p ro fe s s o re s A B * * Meio de tranporte 0 10 20 30 40 50 60 70

Carro Ônibus À pé Outros

% d e p ro fe s s o re s

Tempo gasto de casa para o trabalho

0 20 40 60 80 0-14 15-30 > 30 Minutos % d e p ro fe s s o re s Meio de tranporte 0 10 20 30 40 50 60 70

Carro Ônibus À pé Outros

% d e p ro fe s s o re s

Tempo gasto de casa para o trabalho

0 20 40 60 80 0-14 15-30 > 30 Minutos % d e p ro fe s s o re s A B * *

(33)

Tabela 1. Distribuição do percentual de professores em relação às questões do hábito de sono. * Qui-quadrado; p < 0,05.

Características gerais % de Professores p

n= 98 Sexo Masculino 58 n.s Feminino 42 Estado civil Casado 63 0,09 Não casado 37 Quantidade de filhos Sem filho 34 0,05 1 filho 25 2 ou + filhos 41 Leciona em cursinho Não 80 0,05

Exerce outra profissão

Não 85 0,05

Faz curso

Não 59 0,06

Problema de saúde no último mês

Não 64 0,05

Pratica atividade física

Não 51 n.s

5.2 - Classificação econômica

De acordo com o Critério de Classificação Econômica Brasil 2008 da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisas (Anexo 8), os professores em geral faziam parte das classes econômicas B1 e B2 (X² = 139,00; p < 0,05 - Figura 2), com renda familiar mensal igual a R$ 3.479 e R$ 2.013, respectivamente. 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 A1 A2 B1 B2 C1 C2 D E Classes econômicas % d e p ro fe s s o re s * 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 A1 A2 B1 B2 C1 C2 D E Classes econômicas % d e p ro fe s s o re s *

(34)

5.3 - Características de trabalho

A maioria dos professores lecionava em 1 ou 2 escolas (71% - X² = 16,65; p < 0,05) e em 2 a 3 turnos (77% - X² = 28,1; p < 0,05). A jornada de trabalho de 50% dos professores foi maior que 24h e menor que 42h por semana, e 25% dos professores possuíam jornada de trabalho ≥ 42h por semana (X² = 12,51; p < 0,05). O tempo de docência de 42% dos professores foi de 10 a 19 anos (X² = 3,19; p > 0,05) e uma minoria (15%) dos professores exercia outro tipo de profissão (X² = 48,67; p < 0,05). A porcentagem de professores com graduação e especialização foi de 45% e 47%, respectivamente (X² = 73,34; p < 0,05 - Tabela 2).

Tabela 2. Distribuição do percentual de professores em relação às questões do hábito de sono referentes às características do trabalho. * Qui-quadrado; p < 0,05.

Características do trabalho

% de

Professores p

n= 98

Quantidade de escolas que leciona

1 35 n.s 2 36 3 ou + 29 Quantidade de turnos 1 23 n.s 2 37 3 40 Jornada de trabalho 1h - < 24 h 25 0,05 > 24h - < 42h 50 > 42 h 25 Nível de formação Graduação 45 0,05 Especialização 47 Mestrado 7 Doutorado 1 Tempo de docência 0 - 9 anos 28 n.s 10 -19 anos 42 > 20 anos 30

(35)

5.4 - Informações sobre o sono

De forma geral os professores consideraram bom o local de dormir (X² = 65,69; p < 0,05). Entre os problemas que apresentaram no último mês, o mais relatado foi sentir sono durante o dia, seja uma vez por mês até todos os dias da semana (X² = 18,73; p < 0,05). A forma de acordar durante a semana da maioria dos professores foi com o auxílio do despertador, enquanto no fim de semana a prevalência foi acordar sozinho (X² = 448,45; p < 0,05 – Tabela 3).

Tabela 3. Distribuição do percentual de professores em relação às questões do hábito de sono referentes às informações sobre o sono. * Qui-quadrado; p < 0,05.

Informações sobre o sono % de Professores p

n= 98

Considera o local de dormir

Bom 90 0,05

Sentir muito sono durante o dia

Não 16 0,05

1 vez no mês 10

2 a 3 vezes no mês 13

1 a 2 vezes por semana 20

3 a 6 vezes por semana 10

todos os dias 31

Forma de acordar na semana

Despertador 60 0,05

Alguém chama 4

Sozinho 36

Forma de acordar no fim de semana

Despertador 6 0,05

Alguém chama 8

Sozinho 86

5.5 - Comportamentos realizados antes de dormir

Os comportamentos realizados antes de dormir ou até 2h antes de dormir que foram mais relatados pelos professores em geral, foi tomar mais de 2 copos de água (X² = 139,4; p < 0,05) e fazer uma refeição leve quando está com fome (X² = 124,95; p < 0,05 - Figura 3).

(36)

0 10 20 30 40 50 60 70 80 Fum ar Tom ar c afé Tom ar c há Tom ar re frige rant e do tipo col a Tom ar b ebid as a lcoó licas Tom ar m ais de 2 cop os d e ág ua NDA Tom ar u m c opo de le ite Faze r um a re feiç ão le ve Faze r um a re feiç ão p esad a Dor mir com fom e % d e Pr o fe s s o re s * * A B 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Fum ar Tom ar c afé Tom ar c há Tom ar re frige rant e do tipo col a Tom ar b ebid as a lcoó licas Tom ar m ais de 2 cop os d e ág ua NDA Tom ar u m c opo de le ite Faze r um a re feiç ão le ve Faze r um a re feiç ão p esad a Dor mir com fom e % d e Pr o fe s s o re s * * 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Fum ar Tom ar c afé Tom ar c há Tom ar re frige rant e do tipo col a Tom ar b ebid as a lcoó licas Tom ar m ais de 2 cop os d e ág ua NDA Tom ar u m c opo de le ite Faze r um a re feiç ão le ve Faze r um a re feiç ão p esad a Dor mir com fom e % d e Pr o fe s s o re s * * A B

Figura 3. Distribuição dos comportamentos realizados antes de dormir pelos professores, A= Comportamentos realizados na hora de dormir ou até duas horas antes, B= Comportamentos realizados antes de dormir quando está com fome. *Qui-quadrado, p < 0,05.

5.6 - Conhecimentos sobre sono

Quanto ao conhecimento sobre o sono, serão apresentadas as questões que foram avaliadas com a respectiva letra referente ao questionário e a informação sobre a resposta correta (V= verdadeira ou F= falsa).

O percentual de acerto dos professores foi elevado nas questões relacionadas às consequências da privação e fisiologia do sono como: “Dormir pouco nos torna mais irritadiços e agressivos” (letra K = V); “Dormir pouco diminui a nossa capacidade de manter a concentração” (letra M = V); “Ficar sem dormir por muitos dias nos faz adoecer” (letra O = V); “Podemos guardar mais informações quando passamos a noite estudando” (letra Q = F); “Nosso coração bate mais devagar quando dormimos” (letra D = V) e “Desligamos nosso cérebro quando dormimos” (letra N = F - Figura 4).

Nas questões referentes às diferenças individuais e relacionadas à duração do sono, o percentual de acerto dos professores foi baixo em questões

(37)

como: “Todos os adultos devem dormir cerca de 8 horas por noite” (letra B = F); “Somos mais produtivos quando acordamos cedo” (letra E = F) e “Podemos compensar o sono perdido dormindo mais na noite seguinte” (letra R = V).

Quanto à importância dos horários de dormir, a questão que os professores obtiveram menor percentual de acerto foi “Temos a capacidade de dormir a qualquer hora do dia e da noite” (letra L = F).

A importância do cochilo após o almoço é conhecida por 69% dos professores (letra H = V) e com relação ao uso de substâncias ou atividades que influenciam o sono, os professores obtiveram um baixo percentual de acerto apenas na questão “Ingerir bebida alcoólica à noite nos deixa com o sono mais leve” (letra J = V).

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 K M O Q D N B E S I L P H A C F J G R % d e a c e rt o s d o s p ro fe s s o re s Privação Substâncias Atividades Horários Fisiologia Duração do sono Cochilo ≠ individuais 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 K M O Q D N B E S I L P H A C F J G R % d e a c e rt o s d o s p ro fe s s o re s Privação Substâncias Atividades Horários Fisiologia Duração do sono Cochilo 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 K M O Q D N B E S I L P H A C F J G R % d e a c e rt o s d o s p ro fe s s o re s Privação Substâncias Atividades Horários Fisiologia Duração do sono 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 K M O Q D N B E S I L P H A C F J G R % d e a c e rt o s d o s p ro fe s s o re s Privação Substâncias Atividades Horários Fisiologia Duração do sono Cochilo ≠ individuais

Figura 4. Distribuição da porcentagem de acertos dos professores sobre os conhecimentos a respeito do sono. Questões referentes à: consequências da privação parcial de

sono; fisiologia do sono; diferenças individuais; importância dos horários de sono; importância do cochilo; substâncias e atividades que influenciam o sono, e duração do sono. Qui-quadrado, p<0,05.

(38)

5.7 - Cronotipo

A maioria dos professores foi classificada com cronotipo intermediário (55%) seguida dos moderadamente matutinos (38% - X² = 117,74; p< 0,05 - Figura 5). 20 30 40 50 60 70 80 Escore 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 N o. d e pr of es so re s Vespertinidade Matutinidade * 20 30 40 50 60 70 80 Escore 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 N o. d e pr of es so re s Vespertinidade Matutinidade 20 30 40 50 60 70 80 Escore 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 N o. d e pr of es so re s Vespertinidade Matutinidade *

Figura 5. Distribuição da pontuação obtida no questionário de Horne & Ostberg pelos professores. Qui-quadrado; p < 0,05.

5.8 – Características gerais do ciclo sono-vigília

 Horário de deitar e levantar, o tempo na cama e a irregularidade do

CSV

Durante a semana os professores deitaram (Anova F(6,455)= 4,73; p<0,05 – Figura 6) e levantaram mais cedo (F(6,452)= 25,40; p<0,05 – Figura 6), e apresentam uma redução no tempo na cama em média de 42 minutos (F(6,452)= 7,04; p<0,05 – Figura 6) em relação ao fim de semana. O pós-teste revelou que os professores levantaram mais cedo no sábado em relação ao domingo e que o tempo na cama do sábado para o domingo foi maior que em todos os outros dias (Pós-teste para amostras desiguais, p < 0,05). A irregularidade no horário de levantar dos professores foi em torno de 57 ± 30 minutos e no horário de deitar foi de 53 ± 27 minutos (Tabela 4).

(39)

Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo Segunda Dias da semana 360 380 400 420 440 460 480 500 Te m po n a c am a 320 340 360 380 400 420 440 460 480 500 H orá rio d e le va nta r 1370 1380 1390 1400 1410 1420 1430 1440 1450 1460 H orá rio d e d eita r

Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo Segunda

Dias da semana 360 380 400 420 440 460 480 500 Te m po n a c am a 320 340 360 380 400 420 440 460 480 500 H orá rio d e le va nta r 1370 1380 1390 1400 1410 1420 1430 1440 1450 1460 H orá rio d e d eita r

Figura 6. Média dos horários de deitar, levantar e o tempo na cama em minutos (média ± dp) dos professores durante os dias da semana; Anova, p < 0,05.

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Tabela 4.Irregularidade no CSV dos professores em geral e de acordo com as características de trabalho, gênero e estrutura familiar.

Irregularidade Levantar Deitar média + dp (n) média + dp (n) min min Geral 57 + 30 (70) 53 + 27 (70) N° de escolas 1 53 + 33 (28) 48 + 25 (28) 2 58 + 32 (23) 52 + 27 (23) 3 ou + 62 + 24 (19) 60 + 28 (19) Tempo de docência 0 – 9 65 + 30 (23) 67 + 32 (23) a b 10 - 19 57 + 26 (27) 49 + 19 (27) b > 20 50 + 35 (19) 41 + 23 (19) a Jornada de trabalho 1 - < 24 h 53 + 33 (23) 49 + 28 (23) >24h - < 42 h 61 + 29 (43) 55 + 26 (43) Horário de trabalho G1 62 + 29 (27) 53 + 26 (27) G2 59 + 32 (18) 50 + 24 (18) G3 43 + 18 (09) 50 + 17 (09) G4 42 + 19 (07) 41 + 19 (07) Sexo Masculino 56 + 31 (38) 59 + 30 (38) a Feminino 59 + 30 (32) 45 + 21 (32) a Estado civil Casado 54 + 26 (44) 51 + 22 (44) Não casado 63 + 36 (26) 56 + 33 (26) N° de filhos 0 72 + 33 (23) a 57 + 32 (23) 1 53 + 24 (14) 54 + 24 (14) 2 ou + 48 + 25 (28)a 49 + 24 (28) a b

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Nos dias de semana, os motivos mais alegados pelos professores para os horários de acordar foram o horário do trabalho e as atividades extras (preparações de planos de aulas, correções de trabalhos e provas). Além disso, 17% dos professores alegaram acordar neste horário devido não sentir sono. Os afazeres domésticos foi um motivo alegado pelos professores para acordar que não apresentou diferenças entre a semana (19%) e o fim de semana (22%). Nos finais de semana, o principal motivo relatado pelos professores foi não sentir sono. Entretanto, outros motivos foram frequentemente alegados, tais como: as atividades extras (14%), passear (14%) e atividade religiosa (12% - Qui-quadrado; p < 0,05 – Figura 7).

Os motivos mais alegados pelos professores para os horários de dormir nos dias de semana foram os horários do trabalho e as atividades extras (preparações de planos de aulas, correções de trabalhos e provas). A atividade física foi relatada com maior frequência como motivo para ir dormir neste horário na semana (Qui-quadrado; p < 0,05). Apesar de muitos professores alegarem o uso do computador como motivo para dormir nestes horários tanto na semana quanto no fim de semana, houve uma tendência do uso do computador ser mais relatado na semana (Qui-quadrado; p = 0,08). Além destes motivos, os afazeres domésticos (14%) e sentir sono (13%) foram relatados como motivos para o horário de dormir sem diferenças entre a semana e o fim de semana (Qui-quadrado; p > 0,05 – Figura 7). Outros motivos alegados no fim de semana foram Assistir TV e as festas (Qui-quadrado; p < 0,05 – Figura 7).

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0 10 20 30 40 50 60 70 Hor ário de traba ho Ativ idad es e xtra s Com puta dor Ativ idad e fís ica TV Afa zere s do més ticos Sen tiu s ono Fest as Semana Fim de semana 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Hor ário de traba ho Ativ idad es e xtra s Ativ idad e fís ica Afaz eres dom éstic os Não sen tir s ono Viaj ar Ativ idad e re ligio sa Pass ear % d e P ro fe s s o re s Semana Fim de semana % de P rofes s or e s A B * * * ** * * * * * ** * * 0 10 20 30 40 50 60 70 Hor ário de traba ho Ativ idad es e xtra s Com puta dor Ativ idad e fís ica TV Afa zere s do més ticos Sen tiu s ono Fest as Semana Fim de semana 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Hor ário de traba ho Ativ idad es e xtra s Ativ idad e fís ica Afaz eres dom éstic os Não sen tir s ono Viaj ar Ativ idad e re ligio sa Pass ear % d e P ro fe s s o re s Semana Fim de semana % de P rofes s or e s A B 0 10 20 30 40 50 60 70 Hor ário de traba ho Ativ idad es e xtra s Com puta dor Ativ idad e fís ica TV Afa zere s do més ticos Sen tiu s ono Fest as Semana Fim de semana 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Hor ário de traba ho Ativ idad es e xtra s Ativ idad e fís ica Afaz eres dom éstic os Não sen tir s ono Viaj ar Ativ idad e re ligio sa Pass ear % d e P ro fe s s o re s Semana Fim de semana % de P rofes s or e s 0 10 20 30 40 50 60 70 Hor ário de traba ho Ativ idad es e xtra s Com puta dor Ativ idad e fís ica TV Afa zere s do més ticos Sen tiu s ono Fest as Semana Fim de semana 0 10 20 30 40 50 60 70 Hor ário de traba ho Ativ idad es e xtra s Com puta dor Ativ idad e fís ica TV Afa zere s do més ticos Sen tiu s ono Fest as Semana Fim de semana 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Hor ário de traba ho Ativ idad es e xtra s Ativ idad e fís ica Afaz eres dom éstic os Não sen tir s ono Viaj ar Ativ idad e re ligio sa Pass ear % d e P ro fe s s o re s Semana Fim de semana % de P rofes s or e s 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Hor ário de traba ho Ativ idad es e xtra s Ativ idad e fís ica Afaz eres dom éstic os Não sen tir s ono Viaj ar Ativ idad e re ligio sa Pass ear % d e P ro fe s s o re s Semana Fim de semana % de P rofes s or e s A B * * * ** * * * * * ** * *

Figura 7. Motivos relatados pelos professores para os horários de acordar (A) e dormir (B) nos dias de semana e fim de semana (* Qui-quadrado; p< 0,05 - ** Qui-quadrado; p = 0,08).

 Cochilo

A maioria dos professores cochilou tanto na semana como no fim de semana (Figura 8), sendo à tarde o momento do dia em que o cochilo ocorreu com maior frequência (Figura 9). Para a obtenção de uma melhor caracterização dos horários e duração do cochilo, uma sub-amostra da população foi avaliada de acordo com o momento do dia em que os professores cochilaram. Como a maioria dos cochilos estavam alocados no horário da tarde, apenas os dados dos professores que cochilaram entre 12:00h e 18:00h foram analisados (n=36).

Referências

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