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CADERNOS DA INTERNACIONALIZAÇÃO

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Telef. 213 110 288 .

CADERNOS DA

INTERNACIONALIZAÇÃO

A Construção Portuguesa nos Mercados Externos

A Internacionalização

Contratos

internacionais

representam

4% do PIB

Setor de Mercados

Telef. 213 110 288 . email: mercados@aecops.pt . wwww.aecops.pt

OUTUBRO 2012

CADERNOS DA

INTERNACIONALIZAÇÃO

nos Mercados Externos

As empresas portuguesas de Construção têm

percorrido um caminho notável de internacionalização

como resposta às fragilidades e redução drástica do

O Setor tem demonstrado uma enorme capacidade de

afirmação em mercados externos

proativamente as oportunidades geradas noutros

países, para o que têm contribuído a resiliência e a

flexibilidade evidenciadas pelas empresas nestes

últimos anos, bem como o reconhecimento que é

internacionalmente atribuído à qualidade e

competência da engenharia portuguesa.

A Internacionalização da Construção

Portuguesa em Números

wwww.aecops.pt

As empresas portuguesas de Construção têm

percorrido um caminho notável de internacionalização

como resposta às fragilidades e redução drástica do

mercado interno.

O Setor tem demonstrado uma enorme capacidade de

afirmação em mercados externos, explorando

proativamente as oportunidades geradas noutros

países, para o que têm contribuído a resiliência e a

pelas empresas nestes

s anos, bem como o reconhecimento que é

internacionalmente atribuído à qualidade e

competência da engenharia portuguesa.

da Construção

Portuguesa em Números

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Cadernos da Internacionalização

Telef. 213 110 288 .

Parcerias

Legislação

ÍNDICE

11

12

Experiências

09

Reflexão

07

Em Foco

03

Factos

03

Cadernos da Internacionalização

Setor de Mercados

Telef. 213 110 288 . email: mercados@aecops.pt . wwww.aecops.pt

Bertolt Brecht enquadrava a sua peça “Mãe Coragem e seus Filhos” com a seguinte reflexão: “Há aqueles que lutam um dia; e por isso são muito bons; Há aqueles que lutam muitos dias; e por isso são muito bons; Há aqueles que lutam anos; e são melhores ainda; Porém há aqueles que lutam toda a vida; esses são os imprescindíveis."

Nem mais! O nosso cenário não é de guerra mas é de uma luta determinada contra a adversidade com que nos deparamos há anos. Nesta peleja, ditosamente, muitos têm sido os que se têm revelado imprescindíveis, pela sua tenacidade, resistência e consequentes vitórias.

O Setor tem sabido não baixar os braços, ainda que tombem no combate à crise económica e demais As empresas de Construção souberam, provavelmente

sua sobrevivência noutros mercados quando perceberam que internamente não iriam existir condições para progredir. A redução drástica da procura privada, a ausência prolongada e a incerteza do investimento público, os impasses legislativos que adiam fatalmente a resolução de bloqueios ao exercíci atividade em Portugal estão na base da viragem do Setor para o exterior. O sucesso que as empresas têm alcançado no estrangeiro

caminho percorrido é, sem dúvida, um percurso de coragem. É que não fazemos parte dos setores diletos quando se trata de apoios à internacionalização. Invariavelmente, no rumo que se pretende incutir à economia no que toca ao incremento da internacionalização, os apoios e as facilidades de contexto são dirigidos a setores que produzem bens transacionáveis. N

Não conseguimos empacotar casas ou pontes num contentor e enviá

outro país. Mas conseguimos fazer o mais difícil que é ir montar a fábrica nesse outro país, aliás, em qualquer parte do mundo!

O certo é que com todo o risco e complexidade

numa empresa de Construção, somos o Setor, que num curto espaço de tempo, aumentou imparavelmente o que representa na internacionalização do P

A internacionalização está, assim, no primeiro plano das

Construção, pela importância que passou a ter na globalidade da atividade do Setor e por ser uma via que continua a ser ponderada por muitas empresas. Justifica-se, por isso, criar um meio de difusão e de reflexão sobre os dados mais relevantes nesta matéria, para que o Setor se conheça melhor a si próprio e se dê a conhecer aos seus parceiros.

A AECOPS inicia com este primeiro número dos Cadernos da Internacionalização a divulgação da informação que recolhe do acompanhamento que faz da atividade internacional do Setor. Nesta edição, é apresentado um retrato da presença das empresas de Construção no exterior nos últimos anos

seguramente, a informação mais acertada para um bom início de conversa. Pretende-se que seja um meio aberto e agregador do que resulta da atuação dos vários agentes no domínio da internacionalização. Pretende

constitua mais um elo na rede de relações que desejavelmente deverá ser consolidada para servir de verdadeira plataforma colaborativa na a

Construção Portuguesa no Mundo.

Até breve, não sem antes deixar um honroso elogio a todos os nossos “imprescindíveis” associados e restantes empresas que têm demonstrado imensa coragem ao arriscar lá fora.

“Setor Coragem e seus Filhos”

Editorial

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wwww.aecops.pt

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Bertolt Brecht enquadrava a sua peça “Mãe Coragem e seus Filhos” com a á aqueles que lutam um dia; e por isso são muito bons; Há aqueles que lutam muitos dias; e por isso são muito bons; Há aqueles que lutam anos; e são melhores ainda; Porém há aqueles que lutam toda a vida; esses são cenário não é de guerra mas é de uma luta determinada contra a adversidade com que nos deparamos há anos. Nesta peleja, ditosamente, muitos têm sido os que se têm revelado imprescindíveis, pela sua ainda que muitas das suas empresas barreiras com que se deparam. strução souberam, provavelmente como poucas, procurar a

o perceberam que internamente não iriam existir condições para progredir. A redução drástica da procura privada, a ausência prolongada e a incerteza do investimento público, os impasses legislativos que adiam fatalmente a resolução de bloqueios ao exercício da atividade em Portugal estão na base da viragem do Setor para o exterior.

no estrangeiro é admirável, mas o caminho percorrido é, sem dúvida, um percurso de coragem. É que não fazemos

ando se trata de apoios à internacionalização. Invariavelmente, no rumo que se pretende incutir à economia no que toca ao incremento da internacionalização, os apoios e as facilidades de contexto são dirigidos a setores que produzem bens transacionáveis. Não o somos, de facto. Não conseguimos empacotar casas ou pontes num contentor e enviá-las para outro país. Mas conseguimos fazer o mais difícil que é ir montar a fábrica nesse complexidade de um processo desta natureza que num curto espaço de tempo, enta na internacionalização do País. A internacionalização está, assim, no primeiro plano das atenções da Construção, pela importância que passou a ter na globalidade da atividade do Setor e por ser uma via que continua a ser ponderada por muitas empresas.

se, por isso, criar um meio de difusão e de reflexão sobre os dados mais nesta matéria, para que o Setor se conheça melhor a si próprio e se A AECOPS inicia com este primeiro número dos Cadernos da Internacionalização a divulgação da informação que recolhe do acompanhamento que faz da e internacional do Setor. Nesta edição, é apresentado um retrato da presença das empresas de Construção no exterior nos últimos anos, o que será, seguramente, a informação mais acertada para um bom início de conversa.

agregador do que resulta da atuação dos nternacionalização. Pretende-se, sobretudo, que constitua mais um elo na rede de relações que desejavelmente deverá ser consolidada para servir de verdadeira plataforma colaborativa na afirmação da Até breve, não sem antes deixar um honroso elogio a todos os nossos “imprescindíveis” associados e restantes empresas que têm demonstrado uma Sara Rebelo smrebelo@aecops.pt

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Cadernos da Internacionalização

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Setor de Mercados

Telef. 213 110 288 . email: mercados@aecops.pt . wwww.aecops.pt

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Factos

NÚMEROS 2011

A Dimensão

EMPRESAS

Empresas com atividade no Exterior1) 5.200 Empresas responsáveis por, pelo menos,

50% da atividade no Exterior2) 50

1)

Estimativa com base nos dados da “Informação Empresarial do IRN”

2)

Estimativa baseada nos dados recolhidos para estatísticas EIC comparados com a informação do INE

Em 2011, estima-se que o número de empresas de construção com atividade fora de Portugal tenha sido de cerca de 5.200, com base na evolução apresentada pelos dados estatísticos do Instituto de Registos e Notariado, retirados da IES (Informação Empresarial Simplificada). Contudo, calcula-se que mais de 80% desta atividade tenha sido exercida pelas 50 maiores empresas portuguesas de construção, de acordo com a informação recolhida pela FEPICOP para elaboração das estatísticas, relativas a 2011, dos EIC (European International Contractors).

VALORES Milhões € Variação 2011/2010 Volume de Negócios no Exterior 4.132 25% Novos Contratos celebrados no Exterior 6.316 47%

Fonte: Estatísticas EIC, FEPICOP, 2011

Quer o volume de negócios originado nos mercados externos, quer, sobretudo, os novos contratos celebrados nestes mercados em 2011 apresentam taxas de variação bastante elevadas, relativamente aos valores alcançados no ano anterior.

O assinalável crescimento dos valores contratados no estrangeiro em 2011 faz com que se perspetive uma tendência para a afirmação da vertente internacionalização do setor da Construção no futuro mais próximo.

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Cadernos da Internacionalização

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PESO DOS PRINCIPAIS MERCADOS COM PRESENÇA DE EMPRESAS PORTUGUESAS DE CONSTRUÇÃO

Fonte: Estatísticas EIC, FEPICOP, 2011 (VN

A Geografia

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DO VOLUME DE NEGÓCIOS

Fonte: Estatísticas EIC, FEPICOP, 2011

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS NOVOS CONTRATOS

Fonte: Estatísticas EIC, FEPICOP, 2011

75,8% 2,8%

5,9% 15,5%

África (exclui Médio Oriente) América do Norte (EUA e Canadá)

América Central e do Sul Europa (UE)

1,8% 20,9%

11,7% 0,9%

África (exclui Médio Oriente) América do Norte (EUA e Canadá)

América Central e do Sul Europa (UE)

Médio Oriente

Factos (continuação)

Cadernos da Internacionalização

Setor de Mercados

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PESO DOS PRINCIPAIS MERCADOS COM PRESENÇA DE EMPRESAS PORTUGUESAS DE CONSTRUÇÃO

Estatísticas EIC, FEPICOP, 2011 (VN – Volume de Negócios; NC – Novos Contratos)

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DO VOLUME DE NEGÓCIOS

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS NOVOS CONTRATOS 75,8%

América do Norte (EUA e Canadá)

64,7%

América do Norte (EUA e Canadá)

Em termos de volume de negócios gera

internacional, destaca-se a preponderância do continente africano, que representou 76% do total atingido em 2011. No entanto, a distribuição dos montantes envolvi

novos contratos indicia uma redistribuição da atividade externa, com ganhos significativos de importância da América Central e do Sul (21%) e com o surgimento, ainda que incipiente pois não chegam a representar 1%, de novos mercados no Médio Oriente.

Em contrapartida e em termos relativos, perdem significado os mercados situados em África e na Europa, que passam a representar apenas 65% e 12%, respe

Globalmente, a informação recolhida relativa a 2011, permite-nos afirmar que as empresas por

construção marcam presença em

Mundo, exercendo atividade em, pelo menos, 31 países, salientando-se a concentração acentuada de trabalhos em Angola (44% do total do volume de negócios e 36% do total dos novos contratos celebrados no estrangeiro) e a importância que se antecipa de países como o Pe Venezuela (6% e 14%, respetivamente, dos novos contratos angariados no exterior).

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PESO DOS PRINCIPAIS MERCADOS COM PRESENÇA DE EMPRESAS PORTUGUESAS DE CONSTRUÇÃO

Novos Contratos)

Em termos de volume de negócios gerado pela atividade se a preponderância do continente africano, que representou 76% do total atingido em 2011. No entanto, a distribuição dos montantes envolvidos em novos contratos indicia uma redistribuição da atividade externa, com ganhos significativos de importância da América Central e do Sul (21%) e com o surgimento, ainda que incipiente pois não chegam a representar 1%, de novos Em contrapartida e em termos relativos, perdem significado os mercados situados em África e na Europa, que passam a

esentar apenas 65% e 12%, respetivamente.

Globalmente, a informação recolhida relativa a 2011, que as empresas portuguesas de onstrução marcam presença em 5 dos 6 continentes do Mundo, exercendo atividade em, pelo menos, 31 países, se a concentração acentuada de trabalhos em Angola (44% do total do volume de negócios e 36% do total celebrados no estrangeiro) e a importância que se antecipa de países como o Perú e tivamente, dos novos contratos

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Cadernos da Internacionalização

Telef. 213 110 288 .

EVOLUÇÃO 2006-2011

A Dimensão

VOLUME DE NEGÓCIOS NO EXTERIOR

Fonte: Estatísticas das Empresas INE, 2006 a 2010; Estatísticas EIC, FEPICOP, 2011 (Milhões €)

O volume de negócios das empresas de construção portuguesas em mercados externos, mais do que duplicou num período de 6 anos.

PESO DO VOLUME DE NEGÓCIOS NO EXTERIOR DA CONSTRUÇÃO NO TOTAL NACIONAL

Fonte: Estatísticas das Empresas INE, 2006 a 2010

A importância do volume de negócios externo obtido pelo setor da Construção face ao total da economia nacional também seguido uma trajetória tendencialmente positiva, apesar da descida relativa em 2010. De destacar que em 2009 atingiu um peso de cerca de 9%, o que s

do que a duplicaçãoda importância do Setor face a 2006.

VOLUME DE NEGÓCIOS EXTERNO NO TOTAL DO VOLUME DE NEGÓCIOS DO SETOR DA CONSTRUÇÃO

Fonte: Estatísticas das Empresas INE, 2006 a 2010

Por sua vez, o significado que o volume de

no exterior tem vindo a assumir, face ao volume de negócios total das empresas de Construção, passando de

1.968 2.860 4.268 4.211 3.698 2006 2007 2008 2009 2010 4% 5% 7% 2006 2007 2008 2009 2010 6% 9% 12% 12% 2006 2007 2008 2009

Factos (continuação)

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Setor de Mercados

Telef. 213 110 288 . email: mercados@aecops.pt . wwww.aecops.pt VOLUME DE NEGÓCIOS NO EXTERIOR

Fonte: Estatísticas das Empresas INE, 2006 a 2010; Estatísticas EIC,

negócios das empresas de construção portuguesas em mercados externos, mais do que duplicou

PESO DO VOLUME DE NEGÓCIOS NO EXTERIOR DA CONSTRUÇÃO NO TOTAL NACIONAL

Fonte: Estatísticas das Empresas INE, 2006 a 2010

do volume de negócios externo obtido pelo e ao total da economia nacional tem também seguido uma trajetória tendencialmente positiva, descida relativa em 2010. De destacar que em o que significou mais da importância do Setor face a 2006.

VOLUME DE NEGÓCIOS EXTERNO NO TOTAL DO VOLUME DE NEGÓCIOS DO SETOR DA CONSTRUÇÃO

Fonte: Estatísticas das Empresas INE, 2006 a 2010

Por sua vez, o significado que o volume de negócios obtido no exterior tem vindo a assumir, face ao volume de negócios total das empresas de Construção, passando de um peso de

3.698 4.132 2010 2011 8% 9% 7% 11% 2010

6% em 2006 para quase o dobro em

importância dos mercados externos para o Setor.

Esta tendência é ainda mais marcante nas empresas de maior dimensão (com mais de 250 pessoas ao serviço), onde o volume de negócios obtido no exterior representou, em 2010, 33% do total, quando 5 anos antes representava 16%. Para as 20 maiores empresas do P

importância atual do retorno da atividade exercida no exterior represente, na maioria dos casos, mais de 50% do total do volume de negócios.

VOLUME DE NEGÓCIOS EXTERNO NO TOTAL DO VOLUME DE NEGÓCIOS DAS EMPRESAS COM MAIS DE 250 PESSOAS

AO SERVIÇO

Fonte: Estatísticas das Empresas INE, 2006 a 2010

Esta circunstância leva a que as maiores empresas representem uma parcela cada mais significativa do total dos trabalhos executados no Exterior.

DISTRIBUIÇÃO DO VOLUME DE NEGÓCIOS POR ESCALÃO DE PESSOAS AO SERVIÇO

Fonte: Estatísticas das Empresas INE, 2006 a 2010

Atente-se que em 2006 as empresas com mais de 250 pessoas ao serviço detinham 64% do volume de negócios obtido internacionalmente pelo Setor, tendo vindo a aumentar sucessivamente essa

2010. 16% 23% 25% 2006 2007 2008 64% 65% 68% 2006 2007 2008 0-9 trabalhadores 20-49 trabalhadores 250 + trabalhadores

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2006 para quase o dobro em 2010, torna evidente a importância dos mercados externos para o Setor.

nda mais marcante nas empresas de maior dimensão (com mais de 250 pessoas ao serviço), onde o volume de negócios obtido no exterior representou, em 2010, 33% do total, quando 5 anos antes representava 16%. Para as 20 maiores empresas do País estima-se mesmo que a importância atual do retorno da atividade exercida no exterior represente, na maioria dos casos, mais de 50% do

VOLUME DE NEGÓCIOS EXTERNO NO TOTAL DO VOLUME DE NEGÓCIOS DAS EMPRESAS COM MAIS DE 250 PESSOAS

AO SERVIÇO

Fonte: Estatísticas das Empresas INE, 2006 a 2010

Esta circunstância leva a que as maiores empresas representem uma parcela cada mais significativa do total dos trabalhos executados no Exterior.

DISTRIBUIÇÃO DO VOLUME DE NEGÓCIOS POR ESCALÃO DE AS AO SERVIÇO

Fonte: Estatísticas das Empresas INE, 2006 a 2010

se que em 2006 as empresas com mais de 250 pessoas ao serviço detinham 64% do volume de negócios obtido internacionalmente pelo Setor, tendo vindo a aumentar sucessivamente essa parcela até aos 80% em

25% 30% 33% 2008 2009 2010 68% 74% 80% 2008 2009 2010 10-19 trabalhadores 50-249 trabalhadores

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Cadernos da Internacionalização

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A Geografia

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DO VOLUME DE NEGÓCIOS

Fonte: Estatísticas EIC, FEPICOP, 2006 a 2011

No período em análise e no que se refere à distribuição do volume de negócios obtido no exterior, têm vindo a ganhar preponderância os mercados situados no Continente Africano. Em 6 anos, o volume de negócios no conjunto destes mercados, onde se destacam Angola, Moçambique, Guiné Equatorial, Cabo Verde, Gana, Argélia e Malawi, m do que triplicou, atingindo, em 2011, 3.130 milhões de euros.

A partir de 2009, manifesta-se também uma crescente presença de empresas portuguesas na América Central e do Sul, representando esta região, em 2011, 6% do volume de negócios internacional, ou seja, 243 milhões de

Peru terá sido responsável por cerca de metade deste valor. Em contrapartida, os mercados europeus têm vindo a perder importância relativa. Em 2006 a Europa tinha um peso de 30% no volume de negócios externo do Setor

representar apenas 16% em 2011.

Contudo, em termos absolutos, a variação no período temporal aqui considerado é positiva, atingindo em 2006 o valor de 643 milhões de euros, o que representa um crescimento de 28% face ao verificado em 2006. Os p que mantiveram uma maior importância no mercado europeu foram a Espanha e, sobretudo, a Polónia.

A perda de importância relativa dos mercados situados na Europa tenderá a acentuar-se, considerando a evolução da distribuição geográfica da celebração d

exterior e os montantes neles envolvidos.

Em 2011, os países europeus representaram apenas 12% do total contratado fora de Portugal, passando a Polónia a

55% 62% 65% 69% 75% 76% 12% 8% 2% 1% 2% 3% 3% 2% 1% 6% 6% 6% 2006 2007 2008 2009 2010 2011

África (exclui Médio Oriente) América do Norte (EUA e Canadá) América Central e do Sul Europa (UE)

Médio Oriente

Factos (continuação)

Cadernos da Internacionalização

Setor de Mercados

Telef. 213 110 288 . email: mercados@aecops.pt . wwww.aecops.pt GEOGRÁFICA DO VOLUME DE NEGÓCIOS

No período em análise e no que se refere à distribuição do têm vindo a ganhar preponderância os mercados situados no Continente o volume de negócios no conjunto destes mercados, onde se destacam Angola, Moçambique, Guiné Equatorial, Cabo Verde, Gana, Argélia e Malawi, mais em 2011, 3.130 milhões de se também uma crescente presença de empresas portuguesas na América Central e do Sul, representando esta região, em 2011, 6% do volume de ja, 243 milhões de euros. O r cerca de metade deste valor.

têm vindo a perder importância relativa. Em 2006 a Europa tinha um peso de 30% no volume de negócios externo do Setor, passando a a variação no período temporal aqui considerado é positiva, atingindo em 2006 o valor de 643 milhões de euros, o que representa um crescimento de 28% face ao verificado em 2006. Os países que mantiveram uma maior importância no mercado europeu foram a Espanha e, sobretudo, a Polónia.

importância relativa dos mercados situados na se, considerando a evolução da distribuição geográfica da celebração de contratos no Em 2011, os países europeus representaram apenas 12% do total contratado fora de Portugal, passando a Polónia a

6% 6% 30% 28% 31% 24% 17% 16%

América do Norte (EUA e Canadá)

concentrar a maior parte dos trabalhos realizados pelas empresas portuguesas no Contine

Ainda assim e dado o enorme incremento dos valores contratados fora do País em 2011, a variação dos contratos celebrados na Europa continua a ser positiva face a 2006, traduzindo-se num aumento de 29%, o que significou a contratação de trabalhos no montante de 738 milhões de euros em 2011.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS NOVOS CONTRATOS

Fonte: Estatísticas EIC, FEPICOP, 2006 a 2011

A grande alteração no que toca à distribuição geográfica dos trabalhos realizados pelas emp

construção dá-se relativamente ao Continente Africano, onde os contratos celebrados têm vindo a perder peso face ao total, mas com grande acentuação desta tendência em 2011.

Tal como na Europa, esta variação negativa apenas se verifica em termos relativos,

absolutos o crescimento dos montantes contratados em África, entre 2006 e 2011, é de 111%. Os novos contratos celebrados nesta região em 2011 ultrapassaram 4 mil milhões de euros, destacando

trabalhos que se prevêem realizar em Angola, Argélia, Moçambique e Malawi.

De facto, ao longo dos últimos 3 anos em análise, a região do Mundo que tem vindo a dinamizar uma parte c

significativa da atividade externa das nossas empresas de construção é a América Central e

Peru e, sobretudo, a Venezuela.

se contratos nesta região que ultrapassaram os 1.800 milhões, o que implica, nos

redirecionamento da atividade externa das portuguesas de construção para estes mercados.

66% 71% 65% 79% 76% 65% 2006 2007 2008 2009 2010 2011

África (exclui Médio Oriente) América do Norte (EUA e Canadá) América Central e do Sul Europa (UE)

Médio Oriente

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concentrar a maior parte dos trabalhos realizados pelas empresas portuguesas no Continente Europeu.

e dado o enorme incremento dos valores aís em 2011, a variação dos contratos celebrados na Europa continua a ser positiva face a 2006, se num aumento de 29%, o que significou a os no montante de 738 milhões de

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS NOVOS CONTRATOS

Fonte: Estatísticas EIC, FEPICOP, 2006 a 2011

A grande alteração no que toca à distribuição geográfica dos trabalhos realizados pelas empresas portuguesas de se relativamente ao Continente Africano, onde os contratos celebrados têm vindo a perder peso face ao total, mas com grande acentuação desta tendência em Tal como na Europa, esta variação negativa apenas se verifica em termos relativos, uma vez que em termos o crescimento dos montantes contratados em África, entre 2006 e 2011, é de 111%. Os novos contratos celebrados nesta região em 2011 ultrapassaram 4 mil milhões de euros, destacando-se, neste conjunto, os evêem realizar em Angola, Argélia, De facto, ao longo dos últimos 3 anos em análise, a região do Mundo que tem vindo a dinamizar uma parte cada vez mais tividade externa das nossas empresas de entral e do Sul, onde se destacam o e, sobretudo, a Venezuela. Em 2010 e 2011 celebraram-se contratos nesta região que ultrapassaram os 1.800 milhões, o que implica, nos próximos anos, um forte namento da atividade externa das empresas uesas de construção para estes mercados.

71% 79% 76% 4% 2% 2% 3% 2% 2% 1% 3% 1% 11% 21% 20% 26% 30% 21% 9% 12% 8% 1% 1%

África (exclui Médio Oriente) América do Norte (EUA e Canadá) América Central e do Sul Médio Oriente

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Cadernos da Internacionalização

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Setor de Mercados

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Reflexão

volume de negócios externo total e em que Angola representou 44% deste mesmo volume de negócios.

Verifica-se, contudo, uma tendência para reorientar a atividade externa para novos mercados, como demonstram os valores dos novos contratos internacionais celebrados em 2011, em que África passa a representar 65% do total do mercado externo, enquanto os países da América Central e do Sul ganham importância, passando a representar 21% dos valores envolvidos nestes novos contratos, em particular Peru e Venezuela.

A evolução da distribuição geográfica da atividade exercida fora do País demonstra que, na internacionalização das empresas de construção, o fator deteção de oportunidades de negócio sobrepõe-se a fatores como os culturais, linguísticos ou de proximidade geográfica, histórica ou de contexto empresarial, na escolha dos mercados para onde as empresas se deslocalizam. Não deixa, contudo, de passar a ter uma importância acrescida o comportamento das economias dos mercados externos para o equilíbrio do setor da Construção português, à medida que este aumenta a sua dependência dos retornos obtidos fora do País.

Além desta característica, serão de salientar outras que se prendem com o facto de o processo de internacionalização da atividade da Construção representar um esforço e, em alguns casos, um risco acrescido, quando comparada com outros setores de atividade. Destacamos as seguintes:

A IMPORTÂNCIA DO SETOR MEDIDA PELOS

NÚMEROS

Contratos no exterior representam 4% do PIB

As empresas portuguesas de construção têm percorrido um caminho notável de internacionalização como resposta às fragilidades e redução drástica do mercado interno.

Num plano em que as exportações assumem, de forma cada vez mais marcante, um papel de motor de desenvolvimento económico do País, em linha, aliás, com aquela que tem sido a orientação dada ao nosso tecido empresarial, o setor da Construção demonstra uma enorme capacidade de afirmação em mercados externos, explorando proativamente as oportunidades geradas noutros países, para o que têm contribuído a resiliência e a flexibilidade evidenciadas pelas empresas de Construção portuguesas nestes últimos anos, bem como o reconhecimento que é internacionalmente atribuído à qualidade do produto e competência da engenharia portuguesa.

Só no último ano, os contratos celebrados no exterior ascenderam a 6,3 mil milhões de euros. Ou seja, a atividade internacional da Construção representa praticamente 4% do PIB.

O volume de negócios da Construção gerado no exterior mais do que duplicou nos últimos 6 anos: em 2006 foi de 1,9 mil milhões de euros, tendo atingido em 2011 os 4,1 mil milhões de euros. Este aumento representou, igualmente, uma duplicação do peso do volume de negócios no exterior no volume de negócios total do Setor.

Acima de tudo, este crescimento significa que a Construção tem prosseguido um processo de internacionalização a um ritmo muito mais acelerado do que os restantes setores da economia, tendo passado de um peso de 4% no total das exportações portuguesas de bens e serviços em 2006 para uma representatividade de 7% em 2011. Ou seja, é um Setor determinante no dinamismo da internacionalização do País, não apenas pelo que representa isoladamente, mas também pelo efeito de arrastamento que exerce sobre outros setores de atividade.

Em termos de distribuição geográfica da atividade internacional do Setor, esta está dividida entre, pelo menos, 31 países, embora com uma concentração acentuada no continente Africano, que em 2011 representou 76% do

necessidade de deslocalização da capacidade produtiva e de mão de obra;

cumprimento de distintos quadros legais e regulamentares no que toca aos requisitos para o exercício da atividade e aos regimes de concorrência e de contratação;

adaptação a distintas regras técnicas e materiais não convencionais no mercado interno;

adaptação a regras de procurement, cadeias de abastecimento e realidades logísticas diferenciadas; necessidade de ultrapassar um contexto em que as

fragilidades do sistema financeiro português acarretam dificuldades acrescidas para as empresas nacionais, ao não serem aceites garantias bancárias emitidas por bancos nacionais;

necessidade de cooperar com outras empresas para ganhos de escala, muitas vezes imposta pela dimensão dos concursos internacionais ou pelo peso dos principais concorrentes mundiais nos mercados onde atuamos, designadamente, empresas oriundas da China, Brasil, Austrália e África do Sul.

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Cadernos da Internacionalização

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Setor de Mercados

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Reflexão (continuação)

Face a esta realidade, considera-se essencial a implementação de ações de diplomacia económica e de cooperação institucional que, em concreto, deverão passar por:

salvaguardar o acesso e a permanência nos mercados estratégicos e mais representativos para as empresas com atividade externa, nomeadamente, na África Subsaariana e na América do Sul, através do reforço da presença portuguesa no planeamento de projetos apoiados por fundos europeus, Banco Mundial e restantes entidades multilaterais, bem como na definição regulamentar dos próprios fundos e, ainda, na revisão/negociação do regulamento da reciprocidade;

criar uma plataforma para a internacionalização, com a missão de permanentemente exercer influência junto de entidades internacionais, criar condições para cooperação estratégica entre empresas, identificar oportunidades, interlocutores chave e incentivos e financiamento à internacionalização (em particular num novo contexto de parcerias público-privadas e de project bonds) e defender e promover as competências e a imagem do setor da Construção;

estabelecer ou rever acordos que visem uma maior transparência das regras de acesso aos mercados, a desburocratização dos requisitos de exercício da atividade de construção, a atenuação de barreiras à entrada, um melhor posicionamento perante a concorrência e o cumprimento das obrigações por parte dos promotores dos projetos;

estabelecer ou rever acordos com vista à facilitação da deslocalização da mão de obra, através, entre outras medidas, da simplificação da emissão de vistos de entrada e de trabalho e das regras de circulação de pessoas, bem como da implementação de mecanismos de reconhecimento de qualificações técnicas;

estabelecer ou rever acordos de âmbito fiscal e aduaneiro que eliminem a dupla tributação e reduzam custos alfandegários e implementar outras medidas de natureza fiscal que diminuam a carga fiscal sobre rendimentos obtidos no exterior, quer das empresas, quer dos trabalhadores deslocalizados, que melhorem o regime legal das amortizações dos equipamentos envolvidos nas obras externas, que reduzam ou eliminem o peso do imposto de selo sobre as garantias e contragarantias concedidas por instituições financeiras nacionais exigidas pelos donos de obra e por bancos sedeados nos países de origem dos destinatários das propostas e que criem incentivos fiscais em sede de IRC.

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EXPERIÊNCIAS

Entrevista a Ricardo Pedrosa Gomes, Presidente

da AECOPS

Cadernos da Internacionalização: Porquê lançar os Cadernos da Internacionalização?

Ricardo Pedrosa Gomes: A importância que a internacionalização tem vindo a assumir no setor da Construção justifica a existência de um meio de informação nesta área. Iniciar esta publicação com os números da internacionalização permite-nos, precisamente, que esta funcione como um instrumento de medição e acompanhamento da presença do Setor no exterior e lhe confira a visibilidade e relevância que no plano interno lhe é negada ou, pelo menos, subestimada.

A internacionalização das empresas de Construção é um processo complexo e a necessidade de conhecimentos nesta matéria, sentida por um número cada vez maior de empresas como resultado da ausência de mercado interno, reforça a utilidade da disseminação de informação, de boas práticas, de aspetos chave a considerar quando é tomada a decisão de internacionalizar a atividade.

CI: Internacionalizar é arriscado?

RPG: É bastante e, regra geral, não gera resultado no curto prazo. É um percurso de longos anos, de avanços e recuos, que exige um prévio e apurado reconhecimento do terreno, bem como capacidade de resiliência para enfrentar contrariedades de várias ordens: financeiras, administrativas e burocráticas, políticas, culturais, linguísticas e outras, normalmente abordadas quando se fala em internacionalização de uma empresa de construção. Mas, até agora, temos alguns casos de sucesso de empresas que

têm sabido fazer este percurso. Prova-o o valor de contratos celebrados no exterior, que, no último ano, se aproximou dos 7 mil milhões de euros, o que corresponde a 4% do PIB.

A crise dificulta o sucesso no exterior, o facto de nos confrontarmos com um mercado interno em rutura, aumenta o risco, pode acelerar a decisão de internacionalizar e fazer com que as empresas não ponderem um conjunto de fatores ou não percorram todos os passos que são críticos neste processo.

Compete-nos, pois, alertar para o facto de a internacionalização não ser uma panaceia para a crise mas, simultaneamente, empregar todos os esforços para que a internacionalização da Construção continue a ser um caso de sucesso.

CI: E quais têm sido, no seu entender, as causas desse sucesso?

RPG: Na verdade, as empresas de construção, de engenharia e de arquitetura integram um verdadeiro pólo de competitividade fortemente internacionalizado, um dos poucos núcleos de competências e especialização de base nacional, com uma presença consolidada no exterior como resultado da história, experiência, qualificações e desempenho tecnológico. Faremos parte do reduzido conjunto de setores presentes no estrangeiro com verdadeiras multinacionais de origem portuguesa.

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sensações num curto período de tempo ou mesmo apenas num instante. O produto da Construção tem valor cultural e, em muitos dos países onde estamos, tem o papel de apoiar a resolução de problemas locais de desenvolvimento. Está implícita uma carga cultural e, quase que arrisco a dizer, diplomática, dada a imagem que deixamos e os laços que podemos ajudar a criar entre Portugal e os países onde atuamos.

CI: Quando refere a expansão para outros domínios, essa diversificação tem efeitos apenas locais ou também em Portugal?

RPG: A atividade da Construção tem sempre um efeito de arrastamento considerável, quer seja exercida interna ou externamente. A cadeia de valor que envolve é muito extensa, dada a quantidade de fornecimentos de serviços e de materiais implicada.

Ao exercer a atividade fora do País a tendência é para levar consigo produtos e serviços nacionais, promovendo o incremento das exportações de outros setores de atividade. Vale ainda a pena analisar este assunto sob outras duas perspetivas.

Uma prende-se com o facto de muitas vezes a Construção servir de “porta-aviões”, quando se constitui como motor de projetos mais vastos que envolvem outros setores. Vejam-se os exemplos da construção de um centro comercial, de um empreendimento turístico, de uma mina de exploração de metais, etc.

Outra prende-se com o que a internacionalização da Construção implica em termos de deslocação de pessoas e de permanência destas no estrangeiro. Estas pessoas têm hábitos enraizados que pretendem manter e, por isso, dão preferência ao consumo de produtos portugueses e criam, dessa forma, um grau de procura externa que já não é irrelevante.

CI: Por fim, como vê o papel do associativismo na promoção da internacionalização do setor da Construção? RPG: Para além de aspetos práticos para os quais devemos estar habilitados a apoiar as empresas, penso que o fundamental será procurar reforçar parcerias institucionais que deem lugar a estratégias de eficiência coletiva que defendam os canais comercias que já abrimos e viabilizem a criação de condições para nos expandirmos para novos mercados de forma sustentada. É necessário criar mercado e impedir que se inverta o caminho de sucesso que o Setor tem demonstrado.

Compete-nos, pois, mitigar riscos, informar e impulsionar a partilha de informação válida, promover a cooperação entre empresas e entre estas e os agentes que podem sustentar a sua afirmação no exterior, criar as condições de agregação de stakeholders que formem um cluster de excelência assim percecionado nos mercados externos.

números que apresentamos, e que por si só já ilustram a grandeza da nossa atividade externa, chegaríamos a valores que seriam o resultado de efetivos processos de internacionalização que ultrapassariam, em muito, a mera exportação de serviços.

Mesmo sem este exercício, há 12 empresas de construção entre as 100 portuguesas com maiores volumes de negócios no exterior.

O volume de negócios internacional das construtoras tem vindo a crescer exponencialmente. Em 2011 cresceu 12%, mas em meia década este indicador duplicou, tendo tido uma taxa média de crescimento anual de mais de 20%, um sucesso sem paralelo nos restantes setores de atividade. Note-se, ainda, que as empresas portuguesas estão presentes em mais de 30 mercados.

Isto só é possível, porque, ao contrário do que se possa pensar, a internacionalização das empresas de Construção já tem décadas, o que nos torna profundamente conhecedores e hábeis em determinados mercados, e porque o setor está inserido numa fileira com competências de excelência, nomeadamente na arquitetura e engenharia, que nos permitem apresentar uma oferta global de elevada qualidade. Acrescento um fator fundamental: a seriedade. É este conjunto de fatores que faz com que pessoas dos países onde construímos digam, como ouvi há dias de um estrangeiro que visitou Portugal, “fico satisfeito por ver que as vossas estradas são iguais às que construíram no meu país”. É uma afirmação que nos confere dignidade e que facilita a inserção das nossas empresas lá fora.

A aceitação positiva nos mercados externos tem feito com que as empresas abram estabelecimentos nos vários mercados onde atuam, muitas vezes, com participações locais. Este tipo de postura faz com que a atividade se consolide noutros países e, até, com que se expanda para outros domínios, relacionados ou não com a Construção. CI: O prestígio é, portanto, um elemento diferenciador da Construção Portuguesa?

RPG: A concorrência internacional é muito intensa e, como tal, obriga a jogar com vários trunfos, que podem ir além do preço e da qualidade do produto. A tradição dos portugueses em respeitar compromissos e cumprir contratos tem aqui um papel igualmente inalienável. De facto, a atuação das empresas que foram pioneiras neste processo fizeram da Construção portuguesa uma marca nacional prestigiada, que está na base de um valiosíssimo impacto imaterial, enormemente potenciador do retorno económico da atividade exercida no estrangeiro. Construir noutro país, tal como em Portugal, tem inerente a responsabilidade de deixar marcas para sucessivas gerações. Ou seja, não se trata de pôr no mercado um produto que se consome num momento e que produz

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PARCERIAS

AECOPS

procura

facilitar

o

acesso

ao

financiamento da internacionalização através de

protocolo com a SOFID

No atual contexto económico e financeiro, o problema fundamental da internacionalização das empresas de construção centra-se no acesso ao financiamento. Genericamente, as empresas têm know how, são economicamente competitivas mas não dispõem dos meios financeiros e do crédito que lhes permita o acesso e manutenção nos mercados externos.

Trata-se de um problema estrutural que deverá persistir no curto / médio prazo e, nesse sentido, a AECOPS está a desenvolver um conjunto de iniciativas que, de alguma forma, possam contribuir para o minorar.

Entre essas iniciativas encontra-se o protocolo que a Associação assinou com a Sociedade para o Financiamento do Desenvolvimento (SOFID), entidade que tem por missão financiar e apoiar empresas portuguesas e seus parceiros em projetos de investimento em países emergentes e em desenvolvimento, em articulação com os objetivos e estratégia do Estado português em matéria de internacionalização económica e empresarial.

A Sociedade tem por objeto a prática das operações permitidas aos bancos, excetuando a receção de depósitos ou outros fundos reembolsáveis, com um capital repartido entre o Estado português (60%) e o restante, em partes iguais, pelos quatro principais bancos portugueses.

Por outro lado, pode intervir em todo o tipo de projetos através de operações financeiras, prestação de serviços de consultoria e ações

úteis às suas iniciativas, de forma a contribuir para o desenvolvimento sustentável de países em desenvolvimento, em articulaçãocom os objetivos e estratégia do Estado português em matéria de economia, cooperação e ajuda pública ao desenvolvimento. As operações poderão consubstanciar-se em:

Concessão de empréstimos; Concessão de garantias; Empréstimos subordinados;

Participação de carácter temporário no capital social de empresas.

O protocolo visa ainda uma melhor articulação institucional entre a AECOPS e a SOFID para facilitar o acesso das empresas portuguesas:

A iniciativas e fundos específicos da SOFID, como o INVESTIMOZ;

Aos instrumentos comunitários de financiamento e apoio ao desenvolvimento geridos pela rede europeia de sociedades de apoio ao desenvolvimento (European Development Finantial Institutions), tais como o ITF (EU – Africa Infrastructure Trust Fund), o NIF-Neighbourhood Investment Facility e o LAIF – Latin America Investment Facility;

Ao financiamento com base nas organizações multilaterais. A primeira iniciativa conjunta da AECOPS e da SOFID realiza-se já no próximo dia 9 de Outubro com o seguinte programa:

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MERCADOS EXTERNOS – DESTAQUES DE LEGISLAÇÃO RELEVANTE (jan. – ago. 2012)

INVESTIMENTO

ANGOLA – Decreto Presidencial nº 84/2012, de 14 de maio: Estabelece o procedimento a adoptar pela Agência Nacional para o Investimento Privado (ANIP) para propostas de investimento de montante superior a dez milhões de dólares e regime aplicável a todas as demais propostas de investimento privado cuja competência para aprovação venha a ser exercida pelo titular do poder executivo

CABO VERDE – Lei nº 13/VIII/2012, de 11 de julho:

Código do Investimento que estabelece as bases gerais que permitem acelerar e facilitar a realização de investimentos em Cabo Verde, bem como os direitos, as garantias e os incentivos a conceder aos investimentos susceptíveis de contribuir para o desenvolvimento sócio-económico de Cabo Verde

PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS

MARROCOS – Projeto de Lei de 01/08/2012: Revê o quadro legal aplicável às parcerias público-privadas em Marrocos

MOÇAMBIQUE – Decreto nº 16/2012, de 4 de julho: procedimentos aplicáveis ao processo de contr

PARCERIAS (continuação)

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Telef. 213 110 288 . email: mercados@aecops.pt . wwww.aecops.pt DESTAQUES DE LEGISLAÇÃO

º 84/2012, de 14 de maio: Estabelece o procedimento a adoptar pela Agência Nacional para o Investimento Privado (ANIP) para propostas de investimento de dólares e regime aplicável a todas as demais propostas de investimento privado cuja competência para aprovação venha a ser exercida pelo titular do

ulho: Aprova o novo stabelece as bases gerais que m acelerar e facilitar a realização de investimentos em Cabo Verde, bem como os direitos, as garantias e os incentivos a conceder aos investimentos susceptíveis de contribuir para o

bo Verde

Revê o quadro legal privadas em Marrocos

ulho: Estabelece os procedimentos aplicáveis ao processo de contratação,

implementação e monitoria de empreendimentos de Pa Público-Privadas, Projetos de Grande Dimensão e Concessões Empresarias, regidos pela Lei nº 15/2011, de 10 de Agosto

SALÁRIO MÍNIMO 2012

ANGOLA – Decreto Presidencial n

Reajusta os valores do salário mínimo nacional, fixados por agrupamentos económicos: I. Agrupamento relati

indústria extrativa – KZ 17.781,50; II. Agrupamento r transportes, serviços e indústria transformadora III. Agrupamento relativo a agricultura

MOÇAMBIQUE – Diploma Ministerial n Reajusta o salário para os

atividades integradas no sector 6 passa a vigorar o salário mínimo de 3.177,00

REQUISITOS LOCAIS

MOÇAMBIQUE – Decreto nº 31/2012, de 8 de a

Regulamento sobre o Processo de Reassentamento resultante de Atividades Económicas (“Regulamento”)

Documentos completos disponibilizados mediante para o e-mail: mercados @aecops.pt

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LEGISLAÇÃO

implementação e monitoria de empreendimentos de Parcerias tos de Grande Dimensão e Concessões

º 15/2011, de 10 de Agosto

Decreto Presidencial nº 128/12, de 08 de junho: Reajusta os valores do salário mínimo nacional, fixados por agrupamentos económicos: I. Agrupamento relativo a comércio e KZ 17.781,50; II. Agrupamento relativo a e indústria transformadora – KZ 14.817,90; II. Agrupamento relativo a agricultura – KZ 11.854,30

Diploma Ministerial nº 82/2012, de 6 de junho: Reajusta o salário para os trabalhadores que desenvolvem tividades integradas no sector 6 – Construção, para os quais

io mínimo de 3.177,00 MT

Decreto nº 31/2012, de 8 de agosto: aprovou o Regulamento sobre o Processo de Reassentamento resultante de Atividades Económicas (“Regulamento”)

Documentos completos disponibilizados mediante solicitação mail: mercados @aecops.pt

Referências

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