FARMACOLOGIA DO
SISTEMA
RESPIRATÓRIO
Prof. André Demambre Bacchi andre.bacchi@uel.br
Departamento de Ciências Fisiológicas – CCB -UEL
2011
Grupos
Fármacos utilizados no tratamento da asma Fármacos antitussígenos
Fármacos mucoativos
Fármacos descongestionantes nasais
Asma
Episódios recorrentes de tosse, dispnéia, constrição torácica e sibilos
Fatores desencadeadores Estresse AINEs
Asma
Broncoconstrição Inflamação crônicaAsma
Doença inflamatória crônica
caracterizada por hiper-reatividade das
vias aéreas inferiores e limitação ao
fluxo aéreo
Reversão espontânea ou com
tratamento
Prevalência: 15% da população
brasileira
Asma
Não curada mas controlada
Tratamento
Não farmacológico
-Evitar contato com fatores desencadeantes -Imunoterapia para induzir tolerância a um
determinado alérgeno
Farmacológico
-Broncodilatadores (crises agudas)
-Anti-inflamatórios (manutenção, controle)
Broncodilatadores que atuam via
Sistema Nervoso Autônomo
Adrenérgicos
α1, α2 β1, β2, β3 todos metabotrópicos NA não atua em β2Colinérgicos
M
1, M
2, M
3 metabotrópicosN
ionotrópicos
Controle do tônus bronquiolar e
locais de ação dos broncodilatadores
A Receptor β2 ↑ AMPc Ach Receptor M3 ↑ IP3 ↑ [Ca]i Broncoconstrição inibição estimulação Agonista β2 Antagonista M Metilxantina Aumenta produção GMPc GMPc
Broncodilatadores - Agonistas β2
Ação curta (2 - 4 h)
Salbutamol(Aerolin®), terbutalina
(Bricanyl®), fenoterol(Berotec®)
Alívio sintomático durante a crise Ação prolongada (~ 12 h)
Salmeterol (Serevent®), formoterol
(Foradil®)
Apresentam cadeias laterais lipofílicas que resistem à degradação
Controle associado a corticóide
Administração
Inalatória
Início mais rápido Menor dosagem Menos efeitos indesejáveis VO, EV, IM Quando há dificuldade para inalação Fácil administração Efeitos indesejáveis mais freqüentes
Broncodilatadores - Agonistas β2
Efeitos indesejáveis
Após uso inalatório
↑ fc, arritmias, leve tremor Após uso sistêmico
tremor, cãibra, ↑ fc, distúrbio metabólico Uso regular → dessensibilização de
receptores → ↑ hiperresponsividade brônquica e ↓ eficácia do medicamento
Broncodilatadores
Broncodilatadores
-
-
Agonistas
Agonistas
β
β
2
2
Contra-indicação
pacientes com isquemia ou arritmia cardíacas
Broncodilatadores - Agonistas β2
Broncodilatadores – Antagonistas M
Ipratrópio(Atrovent®)
É um derivado amônio quaternário da atropina ⇒ sem absorção significativa ⇒ efeitos indesejáveis reduzidos
Tiotrópio (Spiriva®)
Ação mais longa que ipratrópio pois sua dissociação dos receptores M3é mais lenta
Usos (inalação)
adjuvante dos agonistasβ2e/ou corticóides
de escolha para DPOC, asma psicogênica ou pacientes que não podem usar agonistasβ2
Broncodilatadores – Antagonistas M
Efeito indesejável mais comum
Sialosquese
Broncodilatadores - Metilxantinas
Teofilina (Talofilina®), aminofilina (Alergo®,
Asmapen®)
Mecanismos de ação
Inibe fosfodiesterase→ ↑ AMPc Pulmões: broncodilatação
Linfócitos T e eosinófilos: efeito imunomodulador
e antiinflamatório Antagonista adenosina
↑ ventilação, ↓ degranulação de mastócitos
Broncodilatadores - Metilxantinas
Administração
Oral (mais comum)
IV
Retal (absorção irregular)
Baixo índice terapêutico
Broncodilatadores - Metilxantinas
Efeitos indesejáveis
Mais comuns
Taquiarritmia, vômito, insônia, tremor,
inquietação
Graves
arritmia ventricular convulsão
Broncodilatadores - Metilxantinas
Metilxantinas
Uso clínico
Eficácia ~ aos β-adrenérgicos, mas pelos efeitos adversos, é tratamento alternativo
Uso mais comum é para DPOC
Antiinflamatórios
Usos
Profilaxia das crises
Não são broncodilatadores
Classes
Glicocorticóides Inibidores de leucotrienos Inibidores da degranulação de mastócitosAntiinflamatórios - Glicocorticóides
Antiinflamatórios mais eficazes Mecanismo de açãoAltera transcrição gênica ↓ síntese de mediadores (eicosanóides, citocinas) Inibição de céls da resposta inflamatória (macrófagos, linfócitos, eosinófilos) Administração Inalação
Beclometasona, flunisolida, bedesonida,
fluticasona
Oral
Prednisolona EV
Prednisona ou predinisolona
Antiinflamatórios - Glicocorticóides
Glicocorticóides
Efeitos indesejáveisUso tópico
disfonia e candidíase orofaríngea
evitados com uso de espaçador de grande volume
(retém gotículas maiores) e pela lavagem bucal Uso sistêmico curto (5 – 10 dias)
distúrbio do humor, ↑ apetite, ↑ glicemia, candidíase
Uso sistêmico prolongado
supressão crescimento, hipertensão, fraqueza
muscular, osteoporose, acne, difícil cicatrização, edema
Corticosteróides: especialidades
farmacêuticas
Beclometasona: Beclosol®, Clenil®
Budesonida: Budecort®, Miflonide®, Pulmicort® Flunisolida: Flunitec®
Fluticasona: Flixotide®
Prednisona: Meticorten®, Predinis®, Predicortem® Prednisolona: Prelone®
Papel dos leucotrienos na asma
- Broncoconstricção - Migração celular
- Aumento da secreção de muco - Edema da mucosa
Antiinflamatórios-Inibidores de LT
Mecanismos de açãoAntagonistas competitivos de receptor LTD4
zafirlucaste(Accolate®), pranlucaste, montelucaste
(Singulair®)
Inibidor da lipoxigenase zileutona
Uso (via oral)
profilaxia e tratamento crônico da asma em adultos e crianças
associados a glicocorticóides em asma moderada a grave
Efeitos indesejáveis
poucos pois LTs são mediadores da inflamação
cefaléia e erupções cutâneas
hepatotoxicidade com zileutona
Antiinflamatórios-Inibidores de LT
Antiinflamatórios: Inibidores da
degranulação de mastócitos
Estabilizadores dos mastócitos
Impedem degranulação
Diminuição da resposta inflamatória Cromoglicato e Nedocromil sódico
altera regulação Ca2+
Administração
Inalação
Usos clínicos
asma brônquica branda a moderada
rinite alérgica
Ceratoconjuntivite (inflamação que atinge os olhos)
Antiinflamatórios: Inibidores da
degranulação de mastócitos
Efeitos indesejáveis (incomuns)
irritação das vias aéreas superiores
sensação de queimação nos olhos
cefaléia
Antiinflamatórios: Inibidores da
degranulação de mastócitos
Especialidades farmacêuticas
Cromoglicato dissódico: Cromolerg®,
Intal®, Maxicron®, Rilan®
Nedocromil sódico: Tilade®
Antiinflamatórios: Inibidores da
degranulação de mastócitos
Manejo clínico da asma
FÁRMACOS
ANTI-TUSSÍGENOS
Pergunta-se
Criança tossindo devido a uma crise de
asma. Você indicaria um
anti-tussígeno? Justifique
Introdução
Tosse
mecanismo fisiológico útil para expelir excesso de secreções e materiais estranhos
Indicação de fármacos anti-tussígenos
impossível tratamento específico
tosse irritativa e seca após infecções virais
risco de vida para o paciente (hemoptise na tuberculose)
Abordagens específicas para
tratamento da tosse
Elevação cama, mudança de hábitos alimentares, bloqueador H2, inibidor da bomba de prótons
Refluxo gastroesofágico
Evitar fator desencadeante, corticóide Rinite alérgica
Antibiótico, descongestionante nasal, anti-histamínico Sinusite Broncodilatadores, antiinflamatórios Tosse asmática Tuberculostáticos Tuberculose Evitar poluentes Bronquite crônica Abandono do hábito Tabagismo Antibióticos Infecção vias aéreas
Tratamento específico Etiologia da tosse
Componentes da tosse reflexa e locais de
ação dos fármacos anti-tussígenos
Quimioreceptores (bronquíolos) Mecanoreceptores (traquéia) N. vago Centro da tosse (Tronco encefálico) Estímulo irritativo Benzonatato Benzonatato, lidocaína Hidrocona, codeína, dextrometorfano, noscapina,
Anti-tussígenos
Classificação
Narcóticos ou opióides
Não narcóticos
Anti-tussígenos opióides
Codeína
(Belacodid®, Codein®, Setux®)Venda controlada
Efeitos indesejáveis
Sedação Tontura Náusea, vômito Constipação Boca secaAnti-tussígenos não opióides
Fármaco Comentários
Dextrometorfano
(Silencium®, Tossbel®) Efeitos indesejáveis: desconforto GI, euforia
Noscapina Efeitos indesejáveis: desconforto
GI, sonolência.
Altas doses → liberação de histamina → broncoconstrição e hipotensão
Benzonatato Efeitos indesejáveis: frio, cefaléia, tontura,
erupções cutâneas
Lidocaína Uso:
- tópico: antes ou durante broncoscopia; - iv: pacientes com tosse persistente ao despertar da anestesia geral
DROGAS
EXPECTORANTES
DROGAS EXPECTORANTES
Modificam a produção ou secreção,
natureza ou composição do muco podendo modificar ainda, sua interação com o epitélio ciliado
São também chamados de mucolíticos e
mucoativos
Benefício clínico duvidoso
EXPECTORANTES REFLEXOS
Atuam nas terminações nervosas vagais no estômago → ↑ produção de muco pelas céls respiratórias
Iodeto de potássio (Ioden®)
Oral ou EV
Reações indesejáveis
náuseas, vômitos, anorexia, gosto metálico na boca, conjuntivite, erupções cutâneas
Ipecacuanha ou IPECA (Fenergan expectorante®) Extraída da Cephaelis ipecacuanha
Guaiacolato de glicerina ou guaifenesina
(Setux®, Toplexil®, etc)Efeitos indesejáveis: distúrbios GI, anorexia, sonolência, broncoespasmos, inibição da agregação plaquetária
EXPECTORANTES REFLEXOS
EXPECTORANTES MUCOLÍTICOS
↓ viscosidade das secreções pulmonares facilitando sua eliminação
Acetilcisteína(Mucomyst®, Mucosil®)
Torna muco menos viscoso
Oral ou IV
Efeitos indesejáveis
queimação traqueal, náuseas, anorexia, vômitos,
tosse, broncoespasmos, rouquidão Acetilcisteína -SH Mucoproteínas S=S + = Quebra mucoproteínas
Bromexina(Bisolvon®)e Ambroxol(Ambroten®, Expectuss®, Mucolin®, Mucosolvan®)
Ambroxol é metabólito da bromexina
Liberam enzimas lisossomais das células secretoras de muco, digerindo mucoproteínas
Poucos efeitos indesejáveis: distúrbios GI
Bicarbonato de sódio
instilação traqueal em pacientes traqueostomizados
in vitro, ↑ pH → muco menos viscoso
solução hipertônica ↑ água no muco
EXPECTORANTES MUCOLÍTICOS
Descongestionantes
nasais
Ação
Local
vasos sangüíneos da mucosa nasal Mecanismo
Agonistas α1 →vasoconstrição → ↓ edema e congestão
Vias de administração
Tópica
Nafazolina(Naricin®, Rinosone®), oximetazolina
(Afrin®), xilometazolina(Otrivina®)
efeitos indesejáveis: ardência e ressecamento da mucosa nasal, espirros, cefaléia, palpitações, anosmia
Se uso exceder 3 dias há congestão de rebote
Oral
fenilefrina e pseudo-efedrina associadas a anti-histamínicos