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SAÚDE HUMANA E A POLUIÇÃO DO AR RESUMO

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SAÚDE HUMANA E A POLUIÇÃO DO AR

Agnaldo Mariano de Almeira1

Graduado em Tecnólogo em Gestão Ambiental email:carlos.assis72@hotmail.com

Erika Carolina dos Santos Vieira Rios 2

Graduada em Engenharia Agronômica Mestre em Engenharia Ambiental, Especialista em Gestão e Educação Ambiental

email:erikacvrios@terra.com.br

Patrícia Gonçalves Oliveira3

Graduada em Economia Mestre em Economia Empresarial, email:patricia@soufabra.com.br

RESUMO

Característicos dos grandes centros urbanos, a poluição atmosférica vem causado preocupações alarmantes no cenário ambiental, social e de saúde pública. Os poluentes do ar podem ter origem natural ou antropogênico, sendo este o maior causador de impactos à saúde humana. Diverso dano à saúde vem sendo ocasionados pelos poluentes atmosféricos, desde os mais brandos como irritação na garganta, aos mais maléficos como o câncer de pulmão. Vários são os poluentes emitidos diariamente de diferentes fontes e diversificados ambientes, necessitando-se com isso uma análise e sucessiva identificação destes pontos a fim de amenizá-los.

Palavras-chave: Ar, atmosférico, poluição, saúde, poluentes, gases.

1 INTRODUÇÃO

A poluição atmosférica pode ser definida como a presença na atmosfera de qualquer substância que venha degradar ou alterar as propriedades do ar (ALVES, 2008) ( Tabela 1), é resultante de atividades diretas ou indiretas que prejudiquem a saúde da população (GHODDOSI; PELLIZZETTI, 2011), que afetem de forma negativa a biota, os vegetais, os animais, os microrganismos e que, lancem energia ou matéria adversa aos padrões ambientais (SÓ BIOLOGIA, 2014).

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O Conselho Ambiental da Europa define a poluição do ar como sendo a presença de uma substância estranha ou a variação significativa na proporção dos seus constituintes sendo suscetível de provocar efeitos prejudiciais ou originar doenças, tendo em conta o estado dos conhecimentos científicos do momento (BRANCO; MURGEL, 2011).

Foi a partir da Revolução Indústria, quando teve o início do atual sistema urbano, que a poluição do ar começou a ser considerado um problema mais abrangente ligado à saúde pública (MMA, 2014). Várias inovações foram impulsionadas, como exemplo a máquina á vapor, que apesar de ter sido uma grande contribuição para a sociedade agiu negativamente para o meio ambiente (ONU, 2014).

O uso indiscriminado da queima de grandes quantidades de carvão, lenha e óleo combustível desencadeou uma grande carga de poluentes na atmosfera dos grandes centros industriais, ocasionando uma alta quantidade de fuligem em suspensão e compostos de enxofre prejudiciais à saúde humana (ONU, 2014) (Tabela 2). Até chegar aos dias atuais, várias tecnologias foram empregadas no sistema de transporte, e juntamente com essa tecnologia nasce um grande grupo de poluidores do ar, os veículos automotores (GHODDOSI; PELLIZZETTI, 2011).

Os grandes centros urbanos são fatalmente os mais atingidos com a má qualidade do ar, vítimas da intensa frota de veículos que, associados a fatores meteorológicos como a umidade (ALVES; ALVES; SILVA, 2009), pressão e temperatura do ar, provocam uma alta concentração de poluentes em suspensão na atmosfera (ENERGIA E MEIO AMBIENTE, 2014).

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) anualmente cerca de 8 milhões de pessoas são afetadas fatalmente por doenças provenientes da poluição do ar. Vários são os casos registrados de mortes e doenças ocasionadas pela péssima qualidade do ar, resultantes principalmente da ação do homem, em que se intensifica gradativamente com o acelerado processo de urbanização e industrialização (MMA, 2014). Em 2011, a poluição atmosférica foi responsável por cerca de 2 milhões de

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mortes no mundo (uma década antes as mortes atingiram 800 mil) (REVISTA DE SAÚDE, 2011).

TABELA 1 – COMPONENTES DO AR ATMOSFÉRICO GASES CONSTITUINTE CONTEÚDO (% por

volume) N ão variá vei s Nitrogênio (N₂) 78,084 Oxigênio (O₂) 20,948 Argônio (Ar) 0,934 Neônio (Ne) 1,818 X10⁻ᶟ Hélio (He) 5,24 X 10⁻⁴ Metano (CH₄) 2 X 10⁻⁴ Criptônio (Kr) 1,14 X 10 10⁻⁴ Hidrogênio (H₂) 0,5 X 10⁻⁴ Xenônio (Xe) 0,087 X 10⁻⁴ V ariá vei s

Vapor da água (H₂O) 0 a 7 Dióxido de carbono (CO₂) 0,033 Ozônio (O₃) 0 a 0,01 Dióxido de enxofre (SO₂) 0 a 0,0001 Dióxido de nitrogênio (NO₂) 0 a 0,000002

FONTE: (GHODDOSI; PELLIZZETTI, 2011) TABELA 2 – RELATOS HISTÓRICOS DA POLUIÇÃO DO AR LOCALIDADE TEMPO DE

EXPOSIÇÃO FENÔMENO CONSEQUÊNCIAS

Bélgica (1930) 5 dias Inversão térmica; Ausência de ventos. Doenças respiratórias; 60 mortes até dois dias

após o episódio. EUA

Pensilvânia (1948)

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Londres

(1952) 5 dias

Alta concentração de material particulado, SO2; Inversão térmica.

Cerca de 4000 mortos

Brasil (1976) -

Santo André Uma semana

Presença de anticiclone, com inversão térmica e ausência de vento e chuva; Alta concentração de material particulado e CO2. Não há estatísticas de morte; aumento de hospitalizações por doenças e problemas respiratórios.

FONTE: (GHODDOSI; PELLIZZETTI, 2011)

Diversas pesquisas vêm questionando os efeitos da poluição do ar na saúde humana, estudos constatam que a poluição atmosférica possui graves efeitos que atingem diretamente a população (FILHO, 2012). Estudos realizados indicam a associação direta entre poluentes e a redução de funções vitais do corpo humano, problemas estes relacionados a uma má qualidade do ar. Vários são os efeitos na saúde, que vão desde os mais brandos, como irritação nos olhos, asma e rinite, até os mais graves como morbidade e alguns tipos de câncer (LIMA, 2014).

O presente estudo terá como objetivo a identificação dos principais poluentes atmosféricos e as consequências geradas na saúde humana. A pesquisa terá caráter exploratório, através de pesquisa bibliográfica, a fim de apresentar um maior conhecimento do problema, levando ao aperfeiçoamento de idéias.

2 PADRÕES DE QUALIDADE DO AR

O ar pode ser definido em dois padrões de qualidade, os primários em que as concentrações de poluentes se ultrapassados atingirá de forma negativa a saúde da população, e os secundários em que as concentrações de poluentes atmosféricos encontram-se abaixo do nível mínimo de efeitos negativos sobre a população, a fauna e a flora (ALVES, 2008).

Cada poluente têm um padrão específico de qualidade do ar, isso se faz necessário, pois cada substância que contamina o ar possui uma particularidade de

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ação sobre os seres vivos. Algumas substâncias possuem efeitos bastante toleráveis, enquanto outras, mesmo em pequenas proporções, possuem alto grau de perigo (GHODDOSI; PELLIZZETTI, 2011). Esses padrões são baseados cientificamente, tendo com objetivo proteger a qualidade de vida da população, o patrimônio econômico, ecológico, histórico e cultural (CARVALHO, 2010).

3 TIPOS DE POLUIÇÃO

3.1 ATMOSFÉRICA EXTERNA

A poluição externa encontra-se como um sério problema nos centros urbanos, em particular nas mega cidades dos países desenvolvidos (GHODDOSI; PELLIZZETTI, 2011). Calcula-se que, em média, um quarto da população mundial está sujeita aos poluentes oriundos deste tipo de poluição, tendo como principal alvo as crianças, devido à imaturidade do seu sistema respiratório (LIMA, 2014).

A maior parte dos poluentes externos são provenientes da combustão incompleta de combustíveis fóssil, da geração de energia entre outras atividades antrópicas (GHODDOSI; PELLIZZETTI, 2011). Níveis críticos de poluição podem ser atingidos em centros urbanos, seja pela inversão térmica ou pela ausência de ventos (V MODELO INTERCOLEGIAL DA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2000). Entre as várias causas desse fenômeno, destacam-se o lançamento de resíduos por certos tipos de indústrias (cimento, siderurgia e petroquímica) e a queima do carvão e do petróleo em usinas e automóveis (V MODELO INTERCOLEGIAL DA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2000).

3.2 ATMOSFÉRICA INTERNA

Estudos relatam que a poluição interna ou doméstica pode ocasionar doenças respiratórias em crianças (abaixo de 5 anos) e doenças pulmonares em adultos (Tabela

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3). De acordo com a OMS, cerca de 2,7% das doenças espalhadas pelo mundo são causadas pela poluição no interior das casas (GHODDOSI; PELLIZZETTI, 2011).

A poluição interna ou doméstica está associada a ambientes fechados em que se utilizam a queima do cravão e o uso do fogão a lenha, práticas muito utilizadas em grande parte em regiões pobres como fonte de energia para o cozimento (BRANCO; MURGEL, 2011), produzindo altos níveis de fumaça portadores de poluentes prejudiciais à saúde (CARVALHO, 2010).

Uma grande preocupação em ambientes internos é pela poluição do ar pelos compostos orgânicos voláteis (VOC), que são milhares de substâncias produzidas pela indústria petroquímica, que possuem fácil evaporação e grande facilidade em se ligar às estruturas dos seres vivos. Os principais materiais presentes em nossas casas que possuem em sua composição o VOC são: colas, material de construção, vernizes, tintas, móveis, tecidos decorativos, entre outros (GHODDOSI; PELLIZZETTI, 2011).

TABELA 3 – POLUENTES ATMOSFÉRICOS DOMICILIAR

DEPENDÊNCIA POLUENTE FONTE AMEAÇA À SAÚDE

HUMANA Banheiro Tricloroetano Sprays e aerossóis Tontura e respiração

irregular

Clorofórmio

Água tratada com cloro em chuveiros

elétricos

Câncer

Banheiro/ Dormitório Paradiclorobenzeno

Cristais aromatizantes e bolinhas de naftalina Câncer Dormitório Tetracloroetileno Gases fluidos de lavagem das roupas

a seco

Distúrbios nervosos, danos ao fígado e aos rins

Estireno Tapetes, produtos

plásticos Danos aos rins e ao fígado

Dormitório/ sala Óxidos de nitrogênio

Fornos a gás não ventilados e aquecedores à base de querosene, fornos a lenha Irritação do sistema respiratório e dor de cabeça

Sala Formaldeído

Estofamento de móveis, madeira

trabalhada, isolamento feito com

espuma

Irritação de olhos, garganta, pele e pulmões, náuseas e

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Benzo-α-pireno Fumaça de tabaco,

fornos a lenha Câncer no pulmão Cozinha Particulados Pólen, partículas de fumaça durante cozimento Irritação no sistema respiratório e olhos FONTE: (GHODDOSI; PELLIZZETTI, 2011)

4 FONTES DE POLUIÇÃO DO AR

A maioria das atividades realizadas no dia-a-dia das grandes cidades geram poluição do ar. Apesar dos veículos automotores e das grandes indústrias emitirem grande parte dos poluentes, atividades tais como pintar uma casa ou fazer um churrasco, contribuem para a contaminação da atmosfera. Poluentes com características diferentes são produzidos por diferentes fontes de poluição, podendo ser classificados da seguinte forma (BRANCO; MURGEL, 2011):

 FONTES NATURAIS:

São oriundos de processos decorrentes sem a ação do homem, ou seja, acontecem naturalmente (BRANCO; MURGEL, 2011). Entre esses processos naturais estão a poeira, cinzas provenientes de queimadas de campos (GHODDOSI; PELLIZZETTI, 2011), gases vulcânicos, nevoeiros marinhos, atividades de polinização, incêndios naturais, odores ligados à putrefação ou fermentação (ALVES, 2008), pólen vegetal, descargas elétricas atmosféricas, entre outros (SÓ BIOLOGIA, 2014).

 FONTES ANTROPOGÊNICAS:

São provenientes de processos desencadeados por ações antropogênicas, ou seja, ações com interferência humana. Entre as quais se destacam:

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o Transporte: a movimentação de veículos automotores e aviões ocasiona a combustão da gasolina, do álcool e óleo diesel, eliminando gases poluentes para o ar atmosférico pela combustão incompleta dos combustíveis (Tabela 4). Despejam em média 900 milhões de toneladas de CO2 por ano na atmosfera (SÓ BIOLOGIA, 2014). O processo incompleto de combustão faz com que sobrem alguns subprodutos que são de alto nível poluidor tais como monóxido de carbono, óxido de enxofre, gases sulforosos, fósforo, cloro, bromo, produtos à base de chumbo, cobre, monoaldeídos, benzeno, além de diversos hidrocarbonetos não queimados (ALVES, 2008).

o Combustão: provenientes de incinerações e fontes de aquecimento doméstico em que emitem poluentes como o monóxido de carbono, dióxido de carbono, compostos de enxofre e hidrocarbonetos não queimados (SÓ BIOLOGIA, 2014).

o Indústrias: os processos industriais desempenham uma elevada participação na poluição atmosférica, isto procede pelo fato das indústrias processarem diversos produtos emissores de poluentes (REVISTA GEONORTE, 2012). Os principais segmentos industriais que contribuem para a poluição do ar são: indústrias químicas, de papel, de cimento, siderúrgicas e de refinaria. Os principais poluentes são o enxofre, óxidos de nitrogênio e metais (chumbo, níquel e zinco) (BRANCO; MURGEL, 2011).

o Geração de energia : atua consideravelmente na poluição atmosférica, sendo as de fontes não renováveis as que geram os efeitos de grande impacto. As termoelétricas a carvão são grandes poluidoras locais do ar, emissoras de poluentes que são prejudiciais ao sistema respiratório humano e potenciais

causadores da chuva ácida (GHODDOSI; PELLIZZETTI, 2011).

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ASPECTO IMPACTO TIPO CATEGORIA Emissão de dióxido de

enxofre (SO₂) Chuva ácida Negativo Regional Emissão de monóxido de

carbono (CO) Intoxicação Negativo Local Emissão de Dióxido de

carbono (CO₂) Efeito estufa Negativo Global Emissão de óxidos de nitrogênio (NOₓ) Chuva ácida, formação de ozônio (O₃) Negativo Regional e global Emissão de Hidrocarbonetos Formação de

ozônio (O₃) Negativo Global Emissão de ozônio (O₃)

Problemas no desenvolvimento de plantas, Efeito estufa Negativo Regional e global Emissão de aldeídos Cancerígeno para

animais Negativo Regional FONTE: (Caderno digital: ENERGIA E MEIOAMBIENTE, 2014)

5.CLASSIFICAÇÃO DOS POLUENTES QUANTO Á ORIGEM

Quanto à classificação dos poluentes podem ser divididos em duas classes, em que são os Primários e Secundários.

Os poluentes primários são emitidos diretamente a partir das fontes de emissão (BRANCO; MURGEL, 2011) e os poluentes secundários são formados na atmosfera pela reação química entre outros poluentes primários e também, formados na atmosfera pela condensação de gases (CETESB, 2014).

6 PRINCIPAIS POLUENTES E SEUS EFEITOS NA SAÚDE

Diminuições nas funções pulmonares, doenças respiratórias e cardiovasculares, são apenas alguns dos diversos impactos à saúde humana causada pela poluição do ar, além de ocasionar um decréscimo no sistema imunológico do indivíduo, tornando-o vulnerável às infecções agudas (Tabela 5).

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TABELA 5 – EFEITOS DA POLUIÇÃO DO AR NA SAÚDE HUMANA

FONTE: (DIAS, 2008)

A péssima qualidade do ar afeta em maior parte idosos, crianças e pessoas com problemas respiratórios (Tabela 6). O aumento de mortes fetais tardias, devido ao baixo peso do feto, é decorrente de bebês que nascem em dias mais poluídos (REVISTA GEONORTE, 2012). Decorrentes da poluição atmosférica são o aumento das hospitalizações e consultas médicas, maiores níveis de mortalidade, grande consumo de medicamentos, além de diversas restrições de atividades físicas exercidas pela população afetada (REVISTA DE SAÚDE, 2011).

Sintomas respiratórios nas vias respiratórias inferiores (aumento) Admissões hospitalares

Mortalidade EXPOSIÇÃO À LONGO PRAZO

Redução da esperança de vida (aumento dos níveis de mortalidade por doenças no pulmão)

Doença pulmonar obstrutiva crónica (aumento) Redução da função pulmonar nos adultos

EFEITOS DA POLUIÇÃO DO AR

EXPOSIÇÃO À CURTO PRAZO

Reações inflamatórias pulmonares Sintomas respiratórios

Efeitos adversos no sistema cardiovascular Utilização de medicamentos

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TABELA 6 – POLUENTES ATMOSFÉRICOS E POPULAÇÃO DE RISCO POLUENTES POPULAÇÃO DE RISCO EFEITOS

Ozônio

Adultos e crianças saudáveis, atletas e trabalhadores ao ar

livre, asmáticos

Decréscimo de função pulmonar, aumento de reatividade das vias aéreas,

inflamação pulmonar Dióxido de

nitrogênio

Adultos saudáveis, asmáticos e crianças

Decréscimo da capacidade para exercício, aumento das

hospitalizações Dióxido de

enxofre

Pacientes com doença pulmonar, adultos saudáveis,

asmáticos

Diminuição da função pulmonar, aumento da reatividade das vias aéreas,

aumento das infecções respiratórias Vapores

ácidos

Crianças, adultos saudáveis, asmáticos

Aumento dos sintomas respiratórios, aumento das hospitalizações, aumento da

mortalidade, decréscimo da função pulmonar Material

particulado

Pacientes com doença pulmonar crônica, crianças,

asmáticos

Aumento das infecções respiratórias, decréscimo da

função pulmonar, aumento das hospitalizações FONTE: (REVISTA DE SAÚDE, 2011)

São vários os poluentes atmosféricos que ocasionam agravamento à saúde, porém, neste trabalho serão focados os de maiores impactos à humanidade.

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6.1 MONÓXIDO DE CARBONO (CO)

O monóxido de carbono é um gás tóxico, incolor, inodoro e pouco menos denso que o ar, produzido durante a combustão incompleta de combustíveis fósseis entre outros materiais orgânicos (GHODDOSI; PELLIZZETTI, 2011). Nos grandes centros urbanos, cerca de 77% de emissões deste poluente são ocasionados por veículos automotivos. A exposição a esse gás, mesmo que em poucos minutos, acarretam danos à população (Tabela 7) (BRANCO; MURGEL, 2011).

A poluição de CO é ocasionada pela baixa quantidade de oxigênio, sendo este o fator limitante do volume produzido de monóxido de carbono (QUÍMICA NOVA NA ESCOLA, 1999), quanto menor a quantidade de oxigênio disponível, maior será a quantidade de CO formado (BRANCO; MURGEL, 2011). A formação deste poluente não se limita somente aos veículos automotivos, sendo responsáveis também por sua produção os fogos florestais, as erupções vulcânicas, a decomposição da clorofila e a oxidação de poluentes orgânicos (ALVES, 2008).

TABELA 7 – DANOS Á SAÚDE OCASIONADOS PELA EXPOSIÇÃO AO CO EXPOSIÇÃO PERCENTUAL NO

AR (%) SINTOMAS

Poucas horas 0,02 Intoxicação

2 - 3 horas 0,04 Fortes dores de cabeça

Muito tempo 0,01 Intoxicação

Muito tempo 0,20 a 0,25

Estado de inconsciência mental por cerca

de 30 minutos Muito tempo Altas concentrações

Palpitação cardíaca, confusão mental

e náuseas

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O CO possui alta afinidades com a hemoglobina do sangue (210 vezes superior ao oxigênio), formando a carboemoglobina (BRANCO; MURGEL, 2011), tomando o lugar do oxigênio no processo de respiração (CARVALHO, 2010). Com a falta de oxigênio nas células, acarretam sérios incômodos e danos á saúde tais como (MMA, 2014):

o dificuldades respiratórias e asfixia; o perda de percepção e raciocínio; o dor de cabeça e sonolência; o retardamento dos reflexos; o náuseas e tontura;

o ataque cardíaco;

o angina;

o danos no desenvolvimento fetal.

6.2 DIÓXIDO DE ENXOFRE (SO₂)

Este poluente pode ser emitido por fontes antropogênicas ou naturais, é um gás tóxico e incolor, e em concentrações elevadas é um gás irritante. É formado pelo processo de combustão de substâncias que em sua composição contenha enxofre, este durante o processo retira o oxigênio do ar formando o dióxido de enxofre (SO₂ ). Na própria atmosfera por ação da luz solar, o SO₂ pode se transformar no SO₃ que apresenta como uma de suas características alta toxidade (ALVES; ALVES; SILVA, 2009).

Dados mundiais apontam que, a queima de derivados de petróleo é responsável por 20% das emissões de SO₂ , e 80% das emissões desse gás são desencadeados na queima de carvão. Esse gás também possui fontes naturais de emissão no ar, tendo como exemplo os poluentes lançados pelas atividades vulcânicas (LAMEIRAS, 2014).

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O SO₂ é considerado como um grande gerador de outros poluentes, pois, possui alta reatividade com outros poluentes no ar, aumentando o contato dos seres humanos a partículas finas. É um dos grandes causadores da chuva ácida, pois em contato com o oxigênio do ar e a água, reage transformando-se em ácido sulfúrico que é dos principais causadores desse fenômeno (CARVALHO, 2010).

Entre os principais agravamentos à saúde ocasionados por este gás estão (QUÍMICA NOVA NA ESCOLA, 1999) (BRANCO; MURGEL, 2011):

o espasmos passageiros dos músculos lisos dos bronquíolos pulmonares (em baixas concentrações de SO₂);

o irritação nas mucosas oculares;

o agravamento dos problemas cardiovasculares; o bronquite;

o enfisema pulmonar;

o tosse e sensação de falta de ar; o rinofaringite;

o diminuição da resistência orgânica às infecções.

6.3 OZÔNIO (O₃)

O Ozônio é um gás incolor resultante de um conjunto de reações fotoquímicas da luz ultravioleta que acontecem entre o dióxido de nitrogênio, o oxigênio e os compostos orgânicos voláteis (ALVES, 2008). Mesmo em quantidades menores, o ozônio pode ser formado por relâmpagos, este combinado com outras substâncias forma uma série de compostos tóxicos, além de ser um dos principais constituintes do nevoeiro fotoquímico (LAMEIRAS, 2014). Os poluentes responsáveis pela formação do O₃ , são emitidos principalmente na volatização de combustíveis e na queima de combustíveis de origem fóssil (BRANCO; MURGEL, 2011).

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o irritação na garganta, nariz e olhos; o dor de cabeça;

o tosse;

o edema pulmonar;

o insuficiência respiratória;

Exposições a longo prazo podem ocasionar o desenvolvimento da asma, a redução na capacidade pulmonar, além da diminuição na expectativa de vida.

6.4 COMPOSTOS DE NITROGÊNIO (NO e NO₂)

Esses compostos são geralmente encontrados no ar poluído na forma de monóxido de nitrogênio (NO) ou de dióxido de nitrogênio (NO₂ ). A sua formação se procede quando o nitrogênio da atmosfera combina-se com o oxigênio resultante do processo de queima de combustíveis de origem fóssil em altas temperaturas. O NO₂ possui caráter corrosivo devido a sua alta taxa de oxidação, e em altas concentrações possui alta toxidade (GHODDOSI; PELLIZZETTI, 2011).

São originados através das descargas elétricas na atmosfera, transformações microbianas e na queima de combustíveis em altas temperaturas. Esses gases são constituintes do “smog fotoquímico” (névoas químicas) que ocorre devido a uma combinação entre hidrocarbonetos orgânicos voláteis e óxidos de nitrogênio, sob influência de luz solar, formando uma mistura de poluentes atmosféricos (BRANCO; MURGEL, 2011). Os principais prejuízos à saúde são:

o metaemoglobina (forma grave de anemia); o agravamento da asma;

o propensão a infecções respiratórias; o enfisema pulmonar e bronquite crônica;

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o câncer no pulmão e edema pulmonar (em altas concentrações de NO₂).

Nas concentrações normalmente presentes no ar, o NO não é visto como um poluente perigoso (GHODDOSI; PELLIZZETTI, 2011), o grande risco deste composto no ar é causado pelo fato do mesmo ser oxidado rapidamente (ALVES, 2008), em dias de alta radiação, dióxido de nitrogênio (NO₂ ) (ALVES; ALVES; SILVA, 2009).

6.5 MATERIAL PARTICULADO (MP)

Encontram-se suspensos no ar devido ao seu pequeno tamanho e abrange uma vasta quantidade de poluentes (ALVES; ALVES; SILVA, 2009). É uma mistura heterogênea de diversas subclasses de poluentes, constituída por partículas sólidas e líquidas sendo capazes de transportar vários compostos maléficos à saúde humana (QUÍMICA NOVA NA ESCOLA, 1999).

A sua classificação se dá de acordo com o diâmetro das partículas, sendo as mais finas as maiores causadoras de malefícios à saúde (REVISTA DE SAÚDE, 2011), isso se registra pela maior capacidade de penetração no aparelho respiratório (ALVES, 2008) (Tabela 8).

São assim representados:

- Materiais totais em suspensão (PTS): partículas com diâmetro igual ou superior a 100µm.

- PM₁₀ e PM₂, ₅: materiais com diâmetro de 10µm e 2,5µm.

TABELA 8 – DANOS Á SAÚDE OCASIONADOS PELA EXPOSIÇÃO AO MP

PARTÍCULAS DEPOSIÇÃO MEIO

5 a 30µm de diâmetro Nariz, boca, faringe e traquéia

Impacto da turbulência do ar

1 a 5 µm de diâmetro Traquéia, brônquios e

bronquíolos Sedimentação < 1 µm de diâmetro Pequenos bronquíolos

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FONTE: (REVISTA DE SAÚDE, 2011)

Encontram-se entre as suas fontes de emissão os aerossóis marinhos, a ação do vento sobre o solo, atividades vulcânicas, partículas biológicas, os processos industriais, o tráfego rodoviário, a queima de biomassa e de combustíveis fósseis, obras e pavimentação de ruas e emissões de amônia na agricultura (ALVES; ALVES; SILVA, 2009). Entre os principais agravamentos à saúde estão:

o arteriosclerose;

o câncer no aparelho respiratório; o agravamento de sintomas da asma; o infecções pulmonares;

o bronquite;

o mudanças na variabilidade da frequência cardíaca.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A poluição do ar é um fator alarmante há muitos anos para a população, durante a história são vários os relatos, desde os mais amenos até os mais graves. O ar poluído é um grave problema que precisa ser urgentemente tratado como prioridade para o governo, pelas indústrias e principalmente pela população.

As fontes de poluição devem ser detectadas e prevenidas a fim de amenizar os impactos ao meio ambiente e a saúde. Visto que, em maior parte, a poluição do ar é ocasionada por ações antrópicas e grandes são os prejuízos à saúde.

Medidas devem ser tomadas para a prevenção de emissões de partículas poluentes, em especial no que se diz respeito ao desenvolvimento de fontes renováveis de combustível e de geração de energia, sendo estas medidas fortes temas para análises e estudos futuros.

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REFERÊNCIAS

[1] ALVES, Karina Messias da Silva; ALVES, Adriano Eduardo Lívio; SILVA, Fernando Moreira da.

POLUIÇÃO DO AR E SAÚDE NOS PRINCIPAIS CENTROS COMERCIAIS DA CIDADE DE NATAL/RN. Revista Holos, Ano 25. Vol. 04. 2009.

[2] ALVES, Luiz Carlos Corrêa. Curso de Operacionalização de Unidades Sentinelas: Impacto da Poluição Atmosférica Sobre a Saúde Humana. Caxias do Sul /RS.2008.

[3] ARAÚJO, Paula Duarte. Estimativa dos efeitos da Poluição Atmosférica sobre a Saúde Humana: algumas possibilidades metodológicas e teóricas para a cidade de São Paulo. Tese de doutorado – Unicamp - São Paulo. 2013.

[4] BRANCO, Samuel Murgel; MURGEL, Eduardo. Poluição do ar. São Paulo: Moderna, 2011.

[5]Caderno Digital: Energia e Meio ambiente. Disponível em: <www.guiafloripa.com.br/sites/energia>. Acesso em: 23/06/2014.

[6] CARVALHO, Mariana Bulhões Freire de. POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA E MUDANÇAS CLIMÁTICAS. São Paulo. 2010.

[7] CETESB – GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Poluentes. Disponível em: <www.cetesb.sp.gov.br>. Acesso em: 09/06/2014.

[8] DIAS, Daniela Sofia Oliveira. Avaliação de risco para a saúde humana associado a partículas inaláveis. Dissertação de mestrado – Universidade de Aveiro. 2008.

[9] FILHO, Francisco Sales de Albuquerque. Sistemas inteligentes aplicados à análise de riscos ambientais. Dissertação de Mestrado – Universidade Católica de Pernambuco – Recife. 2012.

[10] GHODDOSI, Sheila Mafra; PELLIZZETTI, Maria Amélia. Controle de Poluição do ar. Indaial: Grupo UNIASSELVI, 2011.

[11] Instituto saúde e sustentabilidade: Poluição atmosférica e seus efeitos para a saúde. São Paulo. 2013.

[12] LAMEIRAS, H.C.G. Comissão de coordenação e desenvolvimento regional do centro: Avaliação de Episódios de Poluição Atmosférica de Curta Duração. 2014.

[13] LIMA. Ana Maria Martins de. Ambiente do meio: Poluição Atmosférica e seus Efeitos sobre a Saúde Humana. Disponível em: <http://ambientedomeio.com/gestao-ambiental/poluicao-atmosferica-e-seus-efeitos-sobre-a-saude-humana/>. Acesso em: 10/06/2014.

[14] MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/qualidade-do-ar/poluentes-atmosf%C3%A9ricos>. Acesso em: 08/06/2014.

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<http://www.onu.org.br/consequencias-da-poluicao-do-ar-sao-piores-do-que-estimativas-anteriores-alerta-oms/>. Acesso em: 08/06/2014.

[16] QUÍMICA NOVA NA ESCOLA. Monóxido de Carbono. Núm.09, maio 1999.

[17] Revista de Saúde, Meio ambiente e Sustentabilidade. Poluição Atmosférica e exposição humana: A epidemiologia influenciando as políticas públicas. Volume 6. Número 2, 2011. ISSN 1980-0894.

[18] Revista Geonorte. O clima das cidades. Volume 2. Número 5, 2012.

[19] SÓ BIOLOGIA. Disponível em: <www.sobiologia.com.br/conteudos/Ar/Ar11.php>. Acesso em 10/06/2014.

[20] V MODELO INTERCOLEGIAL DA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS - OMS – Organização Mundial da Saúde. Os Impactos da Poluição do Ar na Saúde Humana, 2000.

Referências

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