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Primeira Parte. e) A filosofia política, enquanto análise do Estado e sua legislação.

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Maratona de Filosofia - 2017 Professor : Dalcivan Alves

Primeira Parte

1- (UEL- 2003) “Tales foi o iniciador da filosofia da physis, pois foi o primeiro a afirmar a existência de um princípio originário único, causa de todas as coisas que existem, sustentando que esse princípio é a água. Essa proposta é importantíssima... podendo com boa dose de razão ser qualificada como a primeira proposta filosófica daquilo que se costuma chamar civilização ocidental.” (REALE, Giovanni. História da filosofia: Antigüidade e Idade Média. São Paulo: Paulus, 1990. p. 29.) A filosofia surgiu na Grécia, no século VI a.C. Seus primeiros filósofos foram os chamados pré-socráticos. De acordo com o texto, assinale a alternativa que expressa o principal problema por eles investigado.

a) A ética, enquanto investigação racional do agir humano.

b) A estética, enquanto estudo sobre o belo na arte.

c) A epistemologia, como avaliação dos procedimentos científicos.

d) A cosmologia, como investigação acerca da origem e da ordem do mundo.

e) A filosofia política, enquanto análise do Estado e sua legislação.

2- (UEL- 2003) Ainda sobre o mesmo tema, é correto afirmar que a filosofia: a) Surgiu como um discurso teórico, sem embasamento na realidade sensível, e em oposição aos mitos gregos.

b) Retomou os temas da mitologia grega, mas de forma racional, formulando hipóteses lógico-argumentativas.

c) Reafirmou a aspiração ateísta dos gregos, vetando qualquer prova da existência de alguma força divina. d) Desprezou os conhecimentos produzidos por outros povos, graças à supremacia cultural dos gregos.

e) Estabeleceu-se como um discurso acrítico e teve suas teses endossadas pela força da tradição.

3- (UEL- 2003) “Zeus ocupa o trono do universo. Agora o mundo está ordenado. Os deuses disputaram entre si, alguns triunfaram. Tudo o que havia de ruim no céu etéreo foi expulso, ou para a prisão do Tártaro ou para a Terra, entre os mortais. E os homens, o que acontece com eles? Quem são eles?” (VERNANT, Jean-Pierre. O universo, os deuses, os homens. Trad. de Rosa Freire d’Aguiar. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 56.) O texto acima é parte de uma narrativa mítica. Considerando que o mito pode ser uma forma de conhecimento, assinale a alternativa correta.

a) A verdade do mito obedece a critérios empíricos e científicos de comprovação.

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b) O conhecimento mítico segue um rigoroso procedimento lógico-analítico para estabelecer suas verdades.

c) As explicações míticas constroem-se, de maneira argumentativa e autocrítica.

d) O mito busca explicações definitivas acerca do homem e do mundo, e sua verdade independe de provas.

e) A verdade do mito obedece a regras universais do pensamento racional, tais como a lei de não-contradição.

4- As lendas sempre foram alicerces para os povos antigos. Os gregos, por exemplo, tributavam suas origens aos heróis que protagonizam a poesia de Homero, e os romanos, aos irmãos Rômulo e Remo, filhos do deus Marte, eternizados no relato do historiador Tito Livio.

Essas explicações lendárias:

a) Alteram ou reinventaram fatos históricos, justificando alguma condição ou ação posterior dos homens.

b) Sempre se basearam em acontecimentos reais, com o único propósito de explicar o passado. c) Confirmaram que as civilizações, em sua origem, não possuem vínculos com seu passado lendário, denominado idade das trevas.

d) Afirmam uma reação inconsciente de todos os povos, que tem por fundamento o ideal religioso, desligado de qualquer interesse político.

e) São apenas formas artísticas ou literárias independentes dos interesses políticos, por serem estéticas.

5- Segundo Marilena Chauí, “a filosofia surge quando alguns gregos, admirados e espantados com a realidade, insatisfeitos com as explicações que a tradição lhes dera, começaram a fazer perguntas e buscar respostas para elas”. (Convite a Filosofia. 4. ed., Atica, 1995, p. 23). É legado da Filosofia grega para o Ocidente europeu:

a) A aspiração ao conhecimento verdadeiro, `a felicidade e `a justiça, indicando que a humanidade não age caoticamente.

b) A preocupação com a continuidade entre a vida e a morte, através da pratica de embalsamamento e outros cuidados funerários.

c) A criação da dialética, fundamentada na luta de classes, como forma de explicação sociológica da realidade humana.

d) O nascimento das ciências

humanas, implicando em

conhecimentos autônomos e compartimentados.

e) A produção de uma concepção de historia linear, que tratava dos fins últimos do homem e da realização de um projeto divino.

6- (UEL – 2004) “Entre os ‘físicos’ da Jônia, o caráter positivo invadiu de chofre a totalidade do ser. Nada existe que não seja natureza, physis. Os homens, a divindade, o mundo formam um universo unificado, homogêneo, todo ele no mesmo plano: são as partes ou os aspectos de uma só e mesma physis que põem em jogo, por toda parte, as mesmas forças, manifestam a mesma potência de vida.

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As vias pelas quais essa physis nasceu, diversificou-se e organizou-se são perfeitamente acessíveis à inteligência humana: a natureza não operou ‘no começo’ de maneira diferente de como o faz ainda, cada dia, quando o fogo seca uma vestimenta molhada ou quando, num crivo agitado pela mão, as partes mais grossas se isolam e se reúnem.” (VERNANT, Jean-Pierre. As origens do pensamento grego. Trad. de Ísis Borges B. da Fonseca. 12.ed. Rio de Janeiro: Difel, 2002. p.110.)

Com base no texto, assinale a alternativa correta.

a) Para explicar o que acontece no presente é preciso compreender como a natureza agia “no começo”, ou seja, no momento original.

b) A explicação para os fenômenos naturais pressupõe a aceitação de elementos sobrenaturais.

c) O nascimento, a diversidade e a organização dos seres naturais têm uma explicação natural e esta pode ser compreendida racionalmente.

d) A razão é capaz de compreender parte dos fenômenos naturais, mas a explicação da totalidade dos mesmos está além da capacidade humana. e) A diversidade de fenômenos naturais pressupõe uma multiplicidade de explicações e nem todas estas explicações podem ser racionalmente compreendidas.

7- (UEL – 2004) “Mais que saber identificar a natureza das contribuições substantivas dos primeiros filósofos é fundamental perceber a guinada de atitude que representam. A proliferação

de óticas que deixam de ser endossadas acriticamente, por força da tradição ou da ‘imposição religiosa’, é o que mais merece ser destacado entre as propriedades que definem a filosoficidade.” (OLIVA, Alberto; GUERREIRO, Mario. Présocráticos: a invenção da filosofia. Campinas: Papirus, 2000. p. 24.)

Assinale a alternativa que apresenta a “guinada de atitude” que o texto afirma ter sido promovida pelos primeiros filósofos.

a) A aceitação acrítica das explicações tradicionais relativas aos acontecimentos naturais.

b) A discussão crítica das idéias e posições, que podem ser modificadas ou reformuladas.

c) A busca por uma verdade única e inquestionável, que pudesse substituir a verdade imposta pela religião.

d) A confiança na tradição e na “imposição religiosa” como fundamentos para o conhecimento. e) A desconfiança na capacidade da razão em virtude da “proliferação de óticas” conflitantes entre si.

8- (UEL – 2005) Sobre a passagem do mito à filosofia, na Grécia Antiga, considere as afirmativas a seguir. I. Os poemas homéricos, em razão de muitos de seus componentes, já contêm características essenciais da compreensão de mundo grega que, posteriormente, se revelaram importantes para o surgimento da filosofia.

II. O naturalismo, que se manifesta nas origens da filosofia, já se evidencia na

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própria religiosidade grega, na medida em que nem homens nem deuses são compreendidos como perfeitos.

III. A humanização dos deuses na religião grega, que os entende movidos por sentimentos similares aos dos homens, contribuiu para o processo de racionalização da cultura grega, auxiliando o desenvolvimento do pensamento filosófico e científico. IV. O mito foi superado, cedendo lugar ao pensamento filosófico, devido à assimilação que os gregos fizeram da sabedoria dos povos orientais, sabedoria esta desvinculada de qualquer base religiosa.

Estão corretas apenas as afirmativas: a) I e II. b) II e IV. c) III e IV. d) I, II e III. e) I, III e IV. 9- (UEL – 2006) Os poemas de Homero serviram de alimento espiritual aos gregos, contribuindo de forma essencial para aquilo que mais tarde se desenvolveria como filosofia. Em seus poemas, a harmonia, a proporção, o limite e a medida, assim como a presença de questionamentos acerca das causas, dos princípios e do porquê das coisas se faziam presentes, revelando depois uma constante na elaboração dos princípios metafísicos da filosofia grega. (Adaptado de: REALE, Giovanni.História da Filosofia Antiga. v. I. Trad. Henrique C. Lima Vaz e Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 1994. p. 19. )

Com base no texto e nos conhecimentos acerca das características que marcaram o nascimento da filosofia na Grécia, considere as afirmativas a seguir. I. A política, enquanto forma de disputa oratória,contribuiu para formar um grupo de iguais, os cidadãos, que buscavam a verdade pela força daargumentação.

II. O palácio real, que centralizava os poderes militar e religioso, foi substituído pela Ágora, espaço público onde os problemas da pólis eram debatidos.

III. A palavra, utilizada na prática religiosa e nos ditos do rei, perdeu a função ritualista de fórmula justa, passando a ser veículo do debate e da discussão.

IV. A expressão filosófica é tributária do caráter pragmático dos gregos, que substituíram a contemplação desinteressada dos mitos pela técnica utilitária do pensar racional.

Estão corretas apenas as afirmativas: a) I e III.

b) II e IV. c) III e IV. d) I, II e III. e) I, II e IV.

10- (UEL – 2007) “Há, porém, algo de fundamentalmente novo na maneira como os Gregos puseram a serviço do seu problema último – da origem e essência das coisas – as observações empíricas que receberam do Oriente e enriqueceram com as suas próprias, bem como no modo de submeter ao

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pensamento teórico e casual o reino dos mitos, fundado na observação das realidades aparentes do mundo sensível: os mitos sobre o nascimento do mundo.” Fonte: JAEGER, W. Paidéia. Tradução de Artur M. Parreira. 3.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1995, p. 197.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a relação entre mito e filosofia na Grécia, é correto afirmar:

a) Em que pese ser considerada como criação dos gregos, a filosofia se origina no Oriente sob o influxo da religião e apenas posteriormente chega à Grécia.

b) A filosofia representa uma ruptura radical em relação aos mitos, representando uma nova forma de pensamento plenamente racional desde as suas origens.

c) Apesar de ser pensamento racional, a filosofia se desvincula dos mitos de forma gradual.

d) Filosofia e mito sempre mantiveram uma relação de interdependência, uma vez que o pensamento filosófico necessita do mito para se expressar. e) O mito já era filosofia, uma vez que buscava respostas para problemas que até hoje são objeto da pesquisa filosófica.

11- (UEL – 2007) “A filosofia grega parece começar com uma idéia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a

origem das coisas; em segundo lugar, porque faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: ‘Tudo é um’. A razão citada em primeiro lugar deixa Tales ainda em comunidade com os religiosos e supersticiosos, a segunda o tira dessa sociedade e no-lo mostra como investigador da natureza, mas, em virtude da terceira, Tales se torna o primeiro filósofo grego”. Fonte: NIETZSCHE, F. Crítica Moderna. In: Os Pré-Socráticos. Tradução de Rubens Rodrigues Torres Filho. São Paulo: Nova Cultural, 1999. p. 43. Com base no texto e nos conhecimentos sobre Tales e o surgimento da filosofia, considere as afirmativas a seguir.

I. Com a proposição sobre a água, Tales reduz a multiplicidade das coisas e fenômenos a um único princípio do qual todas as coisas e fenômenos derivam.

II. A proposição de Tales sobre a água compreende a proposição ‘Tudo é um’.

III. A segunda razão pela qual a proposição sobre a água merece ser levada a sério mostra o aspecto filosófico do pensamento de Tales. IV. O Pensamento de Tales gira em torno do problema fundamental da origem da virtude.

A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é:

a) I e II b) II e III c) I e IV d) I, II e IV

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e) II, III e IV

12- (UEM – Inverno 2008) “Os antigos, ou melhor, os antiqüíssimos, (teólogos), transmitiram por tradição a nós outros seus descendentes, na forma do mito, que os astros são Deuses e que o divino abrange toda a natureza ... Costuma-se dizer que os Deuses têm forma humana, ou se transformam em semelhantes a outros seres viventes ... Porém, pondo-se de lado tudo o mais, e conservando-se o essencial, isto é, se acreditou que as substâncias primeiras eram Deuses, poderia pensar-se que isto foi dito por

inspiração divina ...”

(Aristóteles, Metafísica, XII, 8, 1074b, apud Mondolfo, O pensamento antigo, I, São Paulo: Mestre Jou, 1964, p.13).

Com base nesse excerto e no seu conhecimento sobre a questão da origem da filosofia, assinale o que for correto.

01) Antes de fazerem filosofia, os gregos já indagavam sobre a origem e a formação do universo; e as respostas a esse problema eram oferecidas sob a forma de mito, isto é, por meio de uma narrativa alegórica que descreve a origem ou a condição de alguma coisa, reportando a um passado imemorial. 02) Na Teogonia, Hesíodo descreve a gênese do mundo coincidindo com o nascimento dos deuses; as forças e os domínios cósmicos não surgem como pura natureza, mas sim como divindades: Gaia é a Terra, Urano é o Céu, Cronos é o Tempo, aparecendo ora por segregação, ora pela intervenção de Eros, princípio que aproxima os opostos.

04) Os primeiros filósofos gregos

buscaram descobrir o

princípio (arché) originário de todas as coisas, o elemento ou a substância constitutiva do universo; elaborando uma cosmologia, não se contentavam com doutrinas divinamente inspiradas, mas tentavam compreender racionalmente o cosmo.

08) Os gregos foram pouco originais no exercício do pensamento crítico racional; apropriaram-se das conquistas científicas e do patrimônio cultural de civilizações orientais com mínimas alterações.

16) É tese hoje bastante aceita que o nascimento da filosofia na Grécia não foi um “milagre” realizado por um povo privilegiado, mas a culminação de um processo lento, tributário de um passado mítico, e influenciado por transformações políticas, econômicas e sociais.

13- (UEM – Inverno 2008) O Período Helenístico inicia-se com a conquista macedônica das cidades-Estado gregas. As correntes filosóficas desse período surgem como tentativas de remediar os sofrimentos da condição humana individual: o epicurismo ensinando que o prazer é o sentido da vida; o estoicismo instruindo a suportar com a mesma firmeza de caráter os acontecimentos bons ou maus; o ceticismo de Pirro orientando a suspender os julgamentos sobre os fenômenos.

Sobre essas correntes filosóficas, assinale o que for correto.

01) Os estóicos, acreditando na idéia de um cosmo harmonioso governado por uma razão universal, afirmaram

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que virtuoso e feliz é o homem que vive de acordo com a natureza e a razão. 02) Conforme a moral estóica, nossos juízos e paixões dependem de nós, e a importância das coisas provém da opinião que delas temos.

04) Para o epicurismo, a felicidade é o prazer, mas o verdadeiro prazer é aquele proporcionado pela ausência de sofrimentos do corpo e de perturbações da alma.

08) Para Epicuro, não se deve temer a morte, porque nada é para nós enquanto vivemos e, quando ela nos sobrevém, somos nós que deixamos de ser.

16) O ceticismo de Pirro sustentou que, porque todas as opiniões são igualmente válidas e nossas sensações não são verdadeiras nem falsas, nada se deve afirmar com certeza absoluta, e da suspensão do juízo advém a paz e a tranqüilidade da alma.

14- (UEM – Inverno 2008) A tragédia grega teve seu auge entre os séculos VI e IV a.C. É a expressão de profundas mudanças ocorridas na ordem sociopolítica e cultural dessa época. A mitologia já não é a única forma de representação do mundo, mas rivaliza com a concepção filosófica fundamentada na razão (lógos), e as leis de origem divina confrontam-se com as leis escritas. A tragédia expressa os conflitos e os impasses em que se encontram não apenas a pólis, mas também a alma (psyché) do homem grego.

Assinale o que for correto.

01) A tragédia grega criticava o povo, era uma arte elitista à qual só a aristocracia podia assistir.

02) Ésquilo, ao escrever Prometeu Acorrentado, defende que todos os homens, inclusive os escravos, fossem libertados da obrigatoriedade do trabalho, de forma que pudessem gozar a vida no benefício do ócio e do prazer.

04) Aristóteles, na Poética, afirma que a tragédia nasceu de formas líricas como o ditirambo, isto é, um canto coral em louvor a Dionísio, o deus do vinho.

08) Sófocles escreveu uma tragédia intitulada Édipo Rei, que trata do patricídio e da prática do incesto, essa tragédia é utilizada por Sigmund Freud para elaborar a teoria do complexo de Édipo na psicanálise.

16) É uma das características da tragédia grega representar a vontade e as ações humanas tentando, em vão, escapar ao destino que impera sobre a vida do homem.

15- (UEM – Inverno 2008) Sócrates representa um marco importante da história da filosofia; enquanto a filosofia pré-socrática se preocupava com o conhecimento da natureza(physis), Sócrates procura o conhecimento indagando o homem.

Assinale o que for correto.

01) Sócrates, para não ser condenado à morte, negou, diante dos seus juízes, os princípios éticos da sua filosofia. 02) Discípulo de Sócrates, Platão utilizou, como protagonista da maior parte de seus diálogos, o seu mestre.

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04) O método socrático compõe-se de duas partes: a maiêutica e a ironia. 08) Tal como os sofistas, Sócrates costumava cobrar dinheiro pelos seus ensinamentos.

16) Sócrates, ao afirmar que só sabia que nada sabia, queria, com isso, sinalizar a necessidade de adotar uma nova atitude diante do conhecimento e apontar um novo caminho para a sabedoria.

16- (UEM – Inverno 2008) Aristóteles considera que só o homem é um animal político, porque somente ele é dotado de linguagem na forma de palavra (lógos) e com ela pode exprimir o bem e o mal, o justo e o injusto. O fato de os homens poderem estabelecer em comum esses valores é o que torna possível a vida social e política.

Assinale o que for correto.

01) A retórica é a arte da eloqüência, de bem falar e argumentar. Foi utilizada na Antiguidade Clássica como um dos principais recursos da política.

02) Os sofistas desenvolveram e ensinaram a retórica como instrumentalização da linguagem cujo objetivo era torná-la uma estratégia para vencer adversários nos embates políticos.

04) Para os gregos antigos, a palavra mito (mythos) significa narrativa, é a palavra que narra a origem dos deuses, do mundo, dos homens, da comunidade humana e da vida do grupo social.

08) A linguagem para os gregos antigos tem duas formas de expressão:

o mythos e o lógos.

O mythos desenvolve a palavra mágica e encantatória; o lógos, a linguagem como poder de conhecimento racional. 16) A obra filosófica de Platão é isenta de qualquer mito, é o que permite caracterizá-la como sendo

absolutamente racionalista.

17- (UEM – Verão 2008) Os filósofos pré-socráticos tentaram explicar a diversidade e a transitoriedade das coisas do universo, reduzindo tudo a um ou mais princípios elementares, os quais seriam a verdadeira natureza ou ser de todas as coisas. Assinale o que for correto.

01) Tales de Mileto, o primeiro filósofo segundo Aristóteles, teria afirmado “tudo é água”, indicando, assim, um princípio material elementar, fundamento de toda a realidade.

02) Heráclito de Éfeso interessou-se pelo dinamismo do universo. Afirmou que nada permanece o mesmo, tudo muda; que a mudança é a passagem de um contrário ao outro e que a luta e a harmonia dos contrários são o que gera e mantém todas as coisas.

04) Parmênides de Eléia afirmou que o ser não muda. Deduziu a imobilidade e a unidade do ser do princípio de que “o ser é” e “o não-ser não é”, elaborando uma primeira formulação dos princípios lógicos da identidade e da não-contradição.

08) As teorias dos filósofos pré-socráticos foram pouco significativas para o desenvolvimento da filosofia e da ciência, uma vez que os pré-socráticos sofreram influência do pensamento mítico, e de suas obras

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apenas restaram fragmentos e comentários de autores posteriores. 16) Para Demócrito de Abdera, todo o cosmo se constitui de átomos, isto é, partículas indivisíveis e invisíveis que, movendo-se e agregando-se no vácuo, formam todas as coisas; geração e

corrupção consistiriam,

respectivamente, na agregação e na desagregação dos átomos.

18- (UEM – Verão 2008) “Sócrates: Imaginemos que existam pessoas morando numa caverna. Pela entrada dessa caverna entra a luz vinda de uma fogueira situada sobre uma pequena elevação que existe na frente dela. Os seus habitantes estão lá dentro desde a infância, algemados por correntes nas pernas e no pescoço, de modo que não conseguem mover-se nem olhar para trás, e só podem ver o que ocorre à sua frente. (...) Naquela situação, você acha que os habitantes da caverna, a respeito de si mesmos e dos outros, consigam ver outra coisa além das sombras que o fogo projeta na parede ao fundo da caverna?”. (PLATÃO. A República [adaptação de Marcelo Perine]. São Paulo: Editora Scipione, 2002. p. 83).

Em relação ao célebre mito da caverna e às doutrinas que ele representa, assinale o que for correto.

01) No mito da caverna, Platão pretende descrever os primórdios da existência humana, relatando como eram a vida e a organização social dos homens no princípio de seu processo evolutivo, quando habitavam em cavernas.

02) O mito da caverna faz referência ao contraste ser eparecer, isto é, realidade e aparência, que marca o pensamento

filosófico desde sua origem e que é assumido por Platão em sua famosa teoria das Idéias.

04) O mito da caverna simboliza o processo de emancipação espiritual que o exercício da filosofia é capaz de promover, libertando o indivíduo das sombras da ignorância e dos preconceitos.

08) É uma característica essencial da filosofia de Platão a distinção entre mundo inteligível e mundo sensível; o primeiro ocupado pelas Idéias perfeitas, o segundo pelos objetos físicos, que participam daquelas Idéias ou são suas cópias imperfeitas.

16) No mito da caverna, o prisioneiro que se liberta e contempla a realidade fora da caverna, devendo voltar à caverna para libertar seus companheiros, representa o filósofo que, na concepção platônica, conhecedor do Bem e da Verdade, é o mais apto a governar a cidade.

19- (UEM – Verão 2008) O homem tem necessidade de conhecer e de explorar o meio em que vive. O senso comum, o bom senso, a arte, a religião, a filosofia e a ciência são formas de saber que auxiliam o homem a entender o mundo e a orientar suas ações.

Assinale o que for correto.

01) O senso comum é o conhecimento adquirido por exigências da vida cotidiana; fornece condições para o agir, todavia é um conjunto de concepções fragmentadas, recebidas sem crítica e, muitas vezes, incoerentes, tornando-se, assim, fonte de preconceitos.

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02) O bom senso, ao contrário do senso comum, apresenta-se como uma elaboração refletida e coerente do saber; em vez da aceitação cega de determinações alheias, pelo bom senso o sujeito livre e crítico questiona os valores estabelecidos e decide pelo que se revela mais sensato ou plausível.

04) A ciência caracteriza-se como um sistema de conhecimentos, expressos em proposições gerais e objetivas sobre a realidade empírica; é um conhecimento construído por um processo de raciocínio rigoroso e metodicamente conduzido, baseado na experiência, permitindo explicar, prever e atuar sobre os fenômenos.

08) Religião e filosofia são duas formas antagônicas de interpretação da realidade; a filosofia, unicamente com o raciocínio lógico-formal, busca entender apenas o mundo natural e o humano; a religião ocupa-se apenas da razão.

16) O conhecimento filosófico caracteriza-se como um saber elucidativo, crítico e especulativo; como elucidativo, visa a esclarecer e a delimitar conceitos e problemas; como crítico, nada aceita sem exame prévio e reflexão; como especulativo, assume a atitude teórica e globalizadora, que envolve os problemas em uma visão total.

20- (UEM – Verão 2008)Os gregos da Antiguidade Clássica tiveram consciência dos limites da experiência na obtenção do conhecimento humano. O desenvolvimento da matemática deve-se à necessidade de suprir esses limites, desde então a matemática é

incorporada como parte importante de muitas correntes filosóficas.

Assinale o que for correto.

01) A matemática pré-helênica não chegou a desenvolver conceitos como “proporção”, “demonstração”, “definição”, “postulado”, “axioma”. Todos esses termos aparecem na obra de Euclides.

02) Na Grécia clássica, a noção de número tem um sentido bem diferente da noção de número na matemática moderna. A noção de número para os gregos da Antiguidade indica aquilo que é capaz de ter partes; para eles, “dois” é a soma de duas unidades, ou duas quantidades “discretas”, três é o triplo da unidade, etc.

04) O intercâmbio cultural que Aristóteles manteve com a civilização persa resultou na incorporação da álgebra na matemática praticada pelos filósofos gregos, particularmente pelos pitagóricos.

08) O nível de formalização de problemas matemáticos que encontramos nos Elementos de Euclides recebeu importante subsídio das discussões filosóficas da Grécia clássica, principalmente com Platão e os matemáticos que faziam parte da Academia.

16) Para Platão, a primeira etapa do conhecimento inteligível é representada pela dianóia, isto é, o conhecimento discursivo e mediatizador, que estabelece ligações racionais: é o conhecimento típico das matemáticas.

Gabarito:

1-D 2-B 3-D 4-A 5-A 6-C 7-B 8-D 9-D 10-C 11-A

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12- Resposta: 23 Alternativa (s) correta (s): 01-02-04-16 13- Resposta: 31 Alternativa (s) correta (s): 01-02-04-08-16 14- Resposta: 28 Alternativa (s) correta (s): 04-08-16 15- Resposta: 22 Alternativa (s) correta (s): 02-04-16 16- Resposta: 15 Alternativa (s) correta (s): 01-02-04-08

Segunda parte

1- Questão – ENEM2015

Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam o feminino. Beaouvoir, S. O segundo sexo. Riode Janeiro: Nova Fronteira, 1980.

Na década de 1960, a proposição de Simone de Beaouvoir contribuiu para estruturar um movimento social que teve como marca o(a):

a) ação do Poder Judiciário para criminalizar a violência sexual.

b) pressão do Poder Legislativo para impedir a dupla jornada de trabalho. c) organização de protestos públicos para garantir a igualdade de gênero.

d) oposição de grupos religiosos para impedir os casamentos homoafetivos. e) estabelecimento de políticas governamentais para promover ações afirmativas.

Na área da disciplina filosofia, esta questão envolve os seguintes eixos temáticos, dentre outros:

Existencialismo; Filosofia política; Ética e moral; Natureza e cultura; Relações de gênero.

A resposta correta é a letra C. Simone de Beouvoir foi ativista

feminina e escritora. Preocupou-se sobretudo em desnaturalizar o conceito de "feminino", mostrando tratar-se de uma construção social num contexto de dominação do gênero masculino. E por isso, suas ideias influenciaram as lutas feministas que exigia e exige direitos iguais entre homens e mulheres.

2- Questão – ENEM2015

A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição anuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: Tudo é um. NIETZSCHE, F. Crítica moderna. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural, 1999.

O que, de acordo com Nietzsche, caracteriza o surgimento da filosofia entre os gregos?

a) O impulso para transformar, mediante justificativas, os elementos sensíveis em verdades racionais.

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b) O desejo de explicar, usando metáforas, a origem dos seres e das coisas.

c) A necessidade de buscar, de forma racional, a causa primeira das coisas existentes.

d) A ambição de expor, de maneira metódica, as diferenças entre as coisas.

e) A tentativa de justificar, a partir de elementos empíricos, o que existe no real.

A questão trabalho os seguintes temas relacionados à filosfia, dentre outros: História da filosofia pré-socrática; Origem da filosofia;

Filosofia X mito.

A alternativa correta é a letra C. Nietzsche refere-se a um grupo de

filósofos pré-socráticos chamados de filósofos da natureza, naturalistas, ou filósofos da phýsis. Esses buscavam a realidade primeira fundamental numa perspectiva cosmológica. Nietzsche valoriza os pré-socráticos por investigarem o real de forma racional, sem "imagem e fabulação" próprias da mitologia.

3- Questão – ENEM2015

A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito, que, embora por vezes se encontre um homem manifestadamente mais forte de corpo, ou de espírito mais vivo do que outro, mesmo assim, quando se considera tudo isto em conjunto, a diferença entre um e outro homem não é suficientemente considerável para que um deles possa com base nela reclamar algum benefício a que outro não possa igualmente aspirar.

HOBBES. T. Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

Para Hobbes, antes da constituição da sociedade civil, quando dois homens desejavam o mesmo objeto, eles

a) entravam em conflito. b) recorriam aos clérigos. c) consultavam os anciãos. d) apelavam aos governantes. e) exerciam a solidariedade.

Esta questão trabalha o tema Filosofia política.

A alternativa correta é a letra A. Em

sua filosofia, Thomas Hobbes sustentou uma concepção pessimista de ser humano. Em estado de natureza, o homem se revela uma índole egoísta, inclinado ao conflito. O filósofo afirma que antes da constituição da sociedade civil dominava o estado de guerra de todos contra todos.

4- Questão - ENEM2015

O que implica o sistema da pólis é uma extraordinária preeminência da palavra sobre todos os outros instrumentos do poder. A palavra constitui o debate contraditório, a discussão, a argumentação e a polêmica. Torna-se a regra do jogo intelectual, assim como do jogo político.

VERNANT, J.P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro:

Bertrand, 1992 (adaptado).

Na configuração política da democracia grega, em especial a ateniense, a ágora tinha por função

a) agregar os cidadãos em torno de reis que governavam em prol da cidade.

b) permitir aos homens livres o acesso às decisões do Estado expostas por seus magistrados.

(13)

c) constituir o lugar onde o corpo de cidadãos se reunia para deliberar sobre as questões da comunidade.

d) reunir os exércitos para decidir em assembleias fechadas os rumos a serem tomados em caso de guerra. e) congregar a comunidade para eleger representantes com direito a pronunciar-se em assembleias.

Esta questão envolve conhecimentos de filosofia grega, política, democracia ateniense, constituição da pólis, etc.

A resposta correta é a alternativa C. Para os gregos, a ágora era a praça

central da pólis, na qual se reuniam os cidadãos. Atenas passava por um período democrático e na Eclésia (assembleia dos cidadãos) os cidadãos se reuniam para decidir sobre os assuntos de interesse público, que configurava a prática de uma democracia direta.

5- Questão - ENEM2015

Ora, em todas as coisas ordenadas a algum fim, é preciso haver algum dirigente, pelo qual se atinja diretamente o devido fim. Com efeito, um navio, que se move para diversos lados pelo impulso dos ventos contrários, não chegaria ao fim do destino, se por indústria do piloto não fosse dirigido ao porto; ora, tem o homem um fim, para o qual se ordenam toda a sua vida e ação. Acontece, porém, agirem os homens de modos diversos em vista do fim, o que a própria diversidade dos esforços e ações humanas comprova. Portanto, precisa o homem de um dirigente para o fim.

AQUINO. T. Do reino ou do governo dos homens: ao rei do Chipre. Escritos

políticos de Santo Tomás de Aquino. Petrópolis: Vozes, 1995 (adaptado).

No trecho citado, Tomás de Aquino justifica a monarquia como o regime de governo capaz de

a) refrear os movimentos religiosos contestatórios.

b) promover a atuação da sociedade civil na vida política.

c) unir a sociedade tendo em vista a realização do bem comum.

d) reformar a religião por meio do retorno à tradição helenística.

e) dissociar a relação política entre os poderes temporal e espiritual.

Esta questão aborda a filosofia medieval, especialmente das ideias da escolástica.

A alternativa correta é a letra C. Tomás de Aquino é um

teólogo-filósofo da Idade Média. Seu objetivo é justificar a autoridade dos reis, pois esta era a forma de governo predominante na Europa medieval, sendo - ao menos em tese -, direcionada a realização do bem comum.

6- Questão - ENEM2015

Trasímaco estava impaciente porque Sócrates e os seus amigos presumiam que a justiça era algo real e importante. Trasímaco negava isso. Em seu entender, as pessoas acreditavam no certo e no errado apenas por terem sido ensinadas a obedecer às regras da sua sociedade. No entanto, essas regras não passavam de invenções humanas.

RACHELS, J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradva, 2009.

O sofista Trasímaco, personagem imortalizado no diálogo A República, de Platão, sustentava que a correlação entre justiça e ética é resultado de a) determinações biológicas impregnadas na natureza humana. b) verdades objetivas com fundamento anterior aos interesses sociais.

(14)

c) mandamentos divinos inquestionáveis legados das tradições antigas.

d) convenções sociais resultantes de interesses humanos contingentes. e) sentimentos experimentados diante de determinadas atitudes humanas. A questão trabalha assuntos relacionados à política grega, às ideias dos sofistas, à ética, etc.

A alternativa correta é a letra D. O

sofista Trasímaco entendia que a justiça não era mais do que a conveniência do mais forte, ou seja, de acordo com os seus interesses. De fato, Sócrates fazia oposição aos sofistas justamente por causa desse relativismo.

7- Questão - ENEM2015

Todo o poder criativo da mente se reduz a nada mais do que a faculdade de compor, transpor, aumentar ou diminuir os materiais que nos fornecem os sentidos e a experiência. Quando pensamos em uma montanha de ouro, não fazemos mais do que juntar duas ideias consistentes, ouro e a montanha, que já conhecíamos. Podemos conceber um cavalo virtuoso, porque somos capazes de conceber a virtude a partir de nossos próprios sentimentos, e podemos unir a isso a figura e a forma de um cavalo, animal que nos é familiar.

HUME. D. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo:

Abril Cultural, 1995.

Hume estabelece um vínculo entre pensamento e impressão ao considerar que

a) os conteúdos das ideias no intelecto tem origem na sensação.

b) o espírito é capaz de classificar os dados da percepção sensível.

c) as ideias fracas resultam de experiências sensoriais determinadas pelo acaso.

d) os sentimentos ordenam como os pensamentos devem ser processados na memória.

e) as ideias têm como fonte específica o sentimento cujos dados são colhidos empíricamente.

A questão envolve filosofia moderna, o Empirismo, teoria do conhecimento, etc.

A resposta correta é a alternativa E. Para Hume, as ideias e impressões

são nossos conteúdos mentais. As impressões resultam diretamente da experiência imediata; e as ideias são as cópias fracas e desbotadas das impressões. Para o filósofo o acaso, não passando de um efeito aparente de uma causa desconhecida e oculta.

8- Questão - ENEM2015

Apesar de seu disfarce de iniciativa e otimismo, o homem moderno está esmagado por um profundo sentimento de impotência que o faz olhar fixamente e, como que paralisado, para as catástrofes que se avizinham. Por isso, desde já, salienta-se a necessidade de uma permanente atitude crítica, o único modo pelo qual o homem realizará sua vocação natural de integrar-se, superando a atitude do simples ajustamento ou acomodação, aprendendo temas e tarefas de sua época.

FREIRE. P. Educação como prática

da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e

Terra, 2011.

Paulo Freire defende que a superação das dificuldades e a apreensão da realidade atual será obtida pelo(a) a) desenvolvimento do pensamento autônomo.

b) obtenção de qualificação profissional.

(15)

c) resgate de valores tradicionais. d) realização de desejos pessoais. e) aumento da renda familiar.

Temas relacionados à filosofia contemporânea são trabalhados nesta questão. Dentre eles, a crise da razão, a subjetividade e os desafios da atualidade.

A alternativa correta é a letra A. O

enunciado da questão nos remete à necessidade de um pensamento autônomo capaz de permitir que o ser humano possa, por autocrítica, superar os problemas existentes em sua época e alcançar de fato a liberdade.

Terceira parte

Questão 1

Assim como os primeiros padres da Igreja, Santo Agostinho é herdeiro da filosofia de Platão, a qual buscou adaptar à fé cristã. É correto afirmar que para o bispo de Hipona: A) a razão (logos) inspiradora dos filósofos pagãos não fora a mesma que

se revelouemCristo.

B) a sabedoria perfeita e acabada só se daria através da revelação divina. C) a fé não deve preceder a razão, embora essa seja inútil sem aquela. D) a verdade é extrínseca ao homem, que possui uma natureza corrompida. E) as ideias existem num mundo à parte da mente divina.

Questão 2

Principal expoente da filosofia escolástica medieval, São Tomás de Aquino retomou o problema mais importante da Patrística, a conciliação entre fé e razão. Em sua "Suma teológica", procurou dar provas racionais da existência de Deus com base em Aristóteles. São Tomás de

Aquino converge com o filósofo grego ao:

A) perceber o corpo como obstáculo à

atividade da alma.

B) adotar o raciocínio lógico-dedutivo. C) considerar o homem inapto a viver em sociedade, dada sua malignidade

natural e espontânea.

D) negar a felicidade terrena como fim a ser atingido por todos os homens. E) conceber o universo como uma hierarquia de seres, onde os superiores dominam os inferiores.

Questão 3

René Descartes é considerado o mestre do racionalismo, corrente filosófica moderna que atribui à razão humana a capacidade exclusiva de conhecer e estabelecer a verdade. É correto dizer que o racionalismo cartesiano:

A) utiliza o método indutivo a posteriori.

B) admite parte dos saberes já existentes e consagrados. C) recusa todo tipo de premissa, por mais evidente e lógico que possa parecer.

D) está fundado na intuição intelectual. E) nega a capacidade humana de discernir por completo o certo do errado, o verdadeiro do falso, dada a falibilidade natural à espécie.

Questão 4

A concepção empirista de ciência é uma característica marcante da filosofia inglesa moderna, da qual se destacam John Locke e Francis Bacon. Entre as proposições básicas do empirismo, está a de que: A) os preceitos da razão exigem confirmações e podem ser desmentidos.

B) a razão humana é capaz de conhecer imediatamente a realidade em si, isto é, em seus aspectos

(16)

universais e necessários. C) as ideias derivam, antes de tudo, do intelecto.

D) a razão não tem qualquer acesso ao conhecimento, já que seu processo de produção começa e se encerra nos sentidos.

E) a realidade das coisas não pode ser conhecida nem explicada pela ciência, mera prática de associação de ideias e sensações.

Questão 5

O criticismo de Immanuel Kant consiste na sua indagação acerca das condições de possibilidade do conhecimento em geral. Trata-se, pois, da análise crítica da própria faculdade da razão. O estudo proposto por Kant é denominadamente: A) empírico. B) transcendental. C) dialético. D) dedutivo. E) estrutural. Questão 6

Hegel deixa como legado para a reflexão filosófica a identificação entre a história e a razão. Na perspectiva hegeliana, a razão humana é: A) relativa a tempos e épocas históricos singulares, não alcançando

nunca a totalidade.

B) contraditória: uma racionalidade supera sempre, e por completo, outra racionalidade.

C) transcendente, já que foi criada pela

Providência Divina.

D) criadora da realidade objetiva, o que significa que o real é obra histórica da razão.

E) condicionada social, econômica e politicamente.

Questão 7

O materialismo histórico e dialético é o método científico criado por Karl Marx e

Friedrich Engels para interpretar a história da humanidade. Está de acordo com esse método a afirmação de que: A) as formas assumidas pela sociedade ao longo de sua história dependem, antes de tudo, do "pensamento" ou da "razão" humana. B) as mudanças históricas resultam de ações súbitas e espetaculares de

indivíduos ou grupos.

C) o processo formativo da espécie humana é livre e autodeterminado. D) as relações de trabalho e produção de que o homem participa alteram o mundo natural sem, contudo, interferir em sua personalidade intrínseca. E) a "consciência" do homem corresponde, em última instância, a certas fases de desenvolvimento das

forças produtivas.

Questão 8

Da Antiguidade até os dias de hoje a classificação das artes veio passando por mudanças significativas. É

INCORRETO dizer que:

A) a arte é pensada por Aristóteles em sua relação com a ética e a política, com as quais forma o conjunto dos saberes práticos, distintamente da ciência, que ele define como saber teórico.

B) as ditas belas-artes surgiram com a noção de estética e se distinguiram das artes liberais pelo seu sentido autônomo e desinteressado (não utilitário), resultado da expressão

criadora do artista.

C) Platão considera as artes imitativas ou miméticas como uma das formas de acesso ao conhecimento verdadeiro, já que representam a realidade tal como

ela é.

D) a filosofia, do ponto de vista da poética, estuda as obras de arte no sentido da "fabricação" (de seres, ações e gestos artificiais). E) a classificação das artes em liberais

(17)

(dignas do homem livre) e mecânicas (próprias do trabalhador manual) seguiu o padrão determinado pela estrutura social antiga, fundada na escravidão.

Questão 9

Reunidos na Escola de Frankfurt, filósofos alemães (Adorno, Marcuse, Horkheimer) descreveram a racionalidade ocidental como instrumentalização da razão.Aideia de razão instrumental pressupõe uma: A) transformação de uma ciência em ideologia cientificista. B) análise neutra e imparcial da natureza e da sociedade. C) forma de acesso aos conhecimentos verdadeiros.

D) ciência transparente e desmistificada.

E) aplicação de novos saberes e descobertas ao progresso material.

Questão 10

As ciências naturais e as ciências humanas ou sociais integram o conjunto dos conhecimentos científicos definido no século XIX por filósofos franceses e alemães. No que diz respeito a essas ciências é correto

afirmar que:

A) o positivismo estuda a sociedade como fato, afirmando que os fatos sociais nada têm em comum com as

leis da natureza.

B) o método adotado pelos historicistas para lidar com os fatos humanos é o hipotético-dedutivo, empregado também nas ciências naturais. C) o homem como objeto científico é uma ideia surgida entre os gregos na Antiguidade.

D) a história e a economia pertencem ao conjunto das ciências humanas, assim como a psicologia e a linguística.

E) as ciências humanas, ao surgirem,

buscaram novos métodos, técnicas e conceitos, distinguindo-se desde então das ciências da natureza, já estabelecidas e consolidadas.

Questão 1 1

Assim como a filosofia, a política nasceu na Grécia antiga e esteve relacionada ao surgimento da cidade-estado, a pólis. Os primeiros formuladores da ideia de política foram os sofistas, contra os quais se pronunciaram Platão e Aristóteles. No âmbito das controvérsias acerca da política, é correto dizer que: A) o caráter divino da pólis e da justiça é explicado por Platão e Aristóteles. B) os sofistas consideram a cidade o lugar onde alguns homens impõem sua vontade sobre outros por meio da força.

C) a "virtude" do homem não se realiza na cidade, local da oratória persuasiva e falaciosa, de acordo com Aristóteles. D) a justiça é entendida como concórdia entre os filósofos, os guerreiros e os produtores, que, na visão de Platão, têm como interesse comum o bem da pólis. E) a pólis e as suas leis são estabelecidas por convenção entre os seres humanos, segundo os sofistas.

Questão 12

O pensamento político medieval foi marcado pelas relações conflituosas entre a Igreja e os governantes seculares. Tendo em vista as teorias teológico-políticas da Idade Média, que divergem quanto à delimitação de soberania do poder espiritual e terreno, é INCORRETO dizer que: A) o governante não representa os governados, mas a Deus perante os governados, já que seu poder deriva Dele.

B) a ordem política e social é uma hierarquia de funções e lugares fixos,

(18)

onde o papa e o imperador ocupam o topo.

C) a finalidade do poder político é estritamente espiritual para Santo Agostinho e a Patrística latina. D) o rei e o papa são soberanos nos seus respectivos domínios, o temporal e o espiritual, segundo a "teoria das

duas espadas".

E) o rei possui dois corpos, o humano e

o divino.

Questão 13

Em termos filosóficos, Nicolau Maquiavel é apresentado como o descobridor da política como categoria independente da moral teológica. A ruptura de Maquiavel com a moralidade do cristianismo significa que: A) a virtude (virtù) política está associada à maldade e ao uso indiscriminado da força bruta. B) a ética ou a moral da política moderna deve ser a do mundo pagão, que se destina à realização do bem público, antes de tudo. C) a ação política deve estar pautada nos preceitos da razão humana, que determinam a priori o que é bom ou mal, justo ou injusto. D) as virtudes cristãs - a humildade, a misericórdia, a fé em Deus, o amor ao próximo - são, em si mesmas, ruins e

sem importância.

E) o elemento decisório da política não é Deus, mas sim a força incontrolável do acaso, a eventualidade da "fortuna".

Questão 14

Thomas Hobbes e John Locke fazem parte da mesma escola filosófica, a do direito natural ou jusnaturalista, que se baseia no trinômio "estado de natureza", "contrato social" e "estado civil". Apesar de divergirem em relação a esses conceitos, Hobbes e Locke convergem quanto à ideia de que:

A) os indivíduos renunciam à liberdade irrestrita de que gozam no estado de natureza para ganhar do soberano a segurança.

B) o contrato social consiste num pacto de submissão entre indivíduos livres e iguais.

C) os governados são portadores do direito natural de resistir às arbitrariedades do governante no

estado civil.

D) o trabalho é o legitimador da propriedade privada no estado de natureza.

E) a autoridade soberana deve ser dividida no estado civil entre o rei e o parlamento.

Questão 15

O pensamento filosófico-político de Jean Jacques Rousseau tem como fundamento sua crítica à sociedade da época, segundo ele marcada pela injustiça e pela servidão. Para reparar esses males, Rousseau propõe uma: A) república democrática representativa.

B) monarquia absoluta de direito divino.

C) república na qual o poder soberano, uma vez instituído, torna-se poder absoluto.

D) associação política de notáveis (aristocracia).

E) monarquia constitucional ou mista, que reúna o rei, a aristocracia (câmara dos lordes) e o povo (câmara dos comuns).

Questão 16

Em "O espírito das leis", Montesquieu reflete sobre a questão política das formas de governo, partindo da afirmação célebre de que "as leis constituem as relações necessárias que derivam da natureza das coisas". Nessa perspectiva, o pensador francês

(19)

A) as leis políticas e civis podem ser derivadas ou deduzidas das leis divinas.

B) a infinita diversidade de leis e costumes do mundo humano não corresponde às espécies de governo, já que são apenas três: a republicana, a monárquica e a despótica. C) o conteúdo das leis humanas não pode ser extraído da observação experimental e sim da razão. D) as leis do mundo físico (clima, fertilidade do solo) se aplicam às formas de governo - o despotismo corresponde ao clima quente e a monarquia "moderada" é típica dos países de clima frio. E) a política e a sociedade são regidas por leis sociais e naturais, sobre as quais os seres humanos não desempenham nenhum papel ativo.

Questão 17

Com Edmund Husserl, a

fenomenologia tornou-se uma corrente filosófica particular, baseada na "suspensão do juízo" (epochê) em relação à realidade exterior. É correto dizer que a fenomenologia de Husserl: A) descreve as experiências históricas e evolutivas da razão. B) compreende a realidade como fato externo, observável e experimental. C) se refere não a seres concretos e sim a "essências", isto é, a sentidos e significações que a razão atribui à realidade.

D) converge com o relativismo e o historicismo, já que não visa produzir afirmações universalmente válidas. E) considera a consciência destituída

de intencionalidade.

Questão 18

Desenvolvida em várias etapas, a filosofia analítica tem como foco os estudos da linguagem, que identifica como a base dos problemas filosóficos.

É INCORRETO afirmar que: A) a ideia central da corrente analítica é a de que a filosofia pode esclarecer a linguagem, e não o inverso. B) a linguagem, para alguns analíticos, pode e deve corresponder com exatidão aos fatos e às coisas. C) a filosofia analítica nega todo o pensamento anterior, porquanto, no seu entendimento, a verdade se aloja na linguagem, e não nos fatos ou nas ideias.

D) a ideia do formalismo lógico da linguagem é rompida em dado momento por Wittgenstein, que admite várias maneiras de se usar a linguagem ou vários "jogos de linguagem".

E) os analíticos divergem quanto ao valor da linguagem ordinária ou natural para a compreensão dos problemas filosóficos.

Questão 19

Pensadores franceses ditos pós-modernos, como Jean-François Lyotard, Gilles Deleuze e Michel Foucault, romperam com pressupostos tradicionais da filosofia. É INCORRETO dizer que em meio a esses pensadores se apresenta a ideia de que: A) a filosofia deve se abrir para outros saberes, em especial para as artes plásticas, a literatura e o cinema. B) a razão e a ciência são operadas como instrumentos de poder. C) a possibilidade da verdade e do conhecimento é infundada. D) a realidade não existe, já que é simples efeito do discurso. E) o saber filosófico deve explicar a sociedade e a cultura com base num sistema teórico, metodológico e sistemático.

Gabarito;1-b, 2-e; 3-d, 4-a; 5-b; 6-d; 7-e; 8-c; 9-a; 10-d; 11-7-e; 12-c; 13-b; 14-a; 15-c; 16-d; 17-c; 18-a; 19-e.

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