(AMARA MUNICIPAL DE
FORTALEZA
Dispõe sobre a obrigatoriedade de utilização,
pelo
Município
de
Fortaleza,
de
material
agregado reciclado nas obras municipais.
,
Art. 1° Fica instituída a obrigatoriedade da utilização, pelo Município de Fortaleza,
do agregado reciclado nas obras públicas municipais, realizadas diretamente ou
mediante contratação de terceiros.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei aplica-se, no que couber, a Lei nO8.408,
de 24 de dezembro de 1999, sua regulamentação respectiva e as diretrizes da
Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei Federal 12'.305,de 2 de
Agosto de 2010.
,Art. 2° Para a utitização do agregado reciclado o Município exigirá o certificado de
qualidade
técnica
fornecido
pelo
departamento
de
engenharia' civil
da
Universidade Federal do Ceará ou de outro centro técnico-científico da área.
Art. 3° Está lei entra em vigor na data da sua publicação, salvo disposição
contrário.
o
agregado reciclado, originado da enorme produção de resíduo da construção civil, se constitui_num material de altíssimo valor ambiental e econômico e já vem sendo utilizado com sucesso em vários países.No Brasil essa utilização já é feita com sucesso em várias cidades, entre as quais São Paulo, Belo Horizonte e Fortaleza.
Estima-se que em Fortaleza são geradas SO.OOOt/mês de resíduos tipo A e
65.000t/mês de material de escavações. A ainda deficiente fiscalização quanto
à
destinação correta desses materiais além de prejudicar o meio ambiente causa grande desperdício de material.
Ao longo dos anos o entulho tem sido visto como algo a ser descartado, sem valor
e associado a tudo aquilo que deve ser "jogado fora", Modernamente, tem-se
abandonado essa concepção antiecológico e até antieconômica, para ver o
resí-duo como uma boa oportunidade econômica e de inclusão social, seja o resíresí-duo sólido ou mesmo o lixo orgânico, que pode ser utilizado para produção de energia (biogás, biodiesel etc).
A Prefeitura, ao utilizar esse material, além de baratear os custos de suas obras, induzirá a iniciativa privada a seguir a mesma trilha, cumprindo, aS$im, oS pressu-postos da gestão compartilhada dos resíduos produzidos na cidade, tudo como já
orienta a Lei nO
12.305/2010.
Ressalte-se que a Prefeitura de Fortaleza já utilizou, com sucesso, o agregado re-ciciado nas pavimentações da Av. Antônio Bezerra, Luciano Carneiro, além de ha-ver construído o Conjunto Habitacional Anita Garibaldi.
Na mesma proporção em que a economia é aquecida aumenta a 'quantidade de
resíduo, das mais variadas espécies. Para os resíduos da construção civil,
segundo a ABRELPE (2010), o Brasil gerou 99.354 t/dia e destes, o Nordeste
17.995 t/dia (1S, 11%).
Fortaleza produz algo em torno de SO.OOOt/mêsde. resíduos tipo A e 65.000t/mês.
, de material de escavações, assim distribuídos:
1) Reformas 59%
3) Prédios novos 21 %
Fonte: I & T Informações ~ Técnica.
o
relatório do PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO INTEGRADA DE RESíDUOSSÓLIDOS DE FORTALEZA, destacou os seguintes graves problemas desses
resíduos e de sua inadequadadestinação:
"Problemas Ambientais
• Degradação de áreas hídricas, tais como: rios, riachos, lagos e
mananciais, por aterramento; • Destruição de fauna e flora;
• Poluição do ar, ocasionado pôr poeiras;
• Desvio de rios, riachos, etc., causando alagamentos e cheias, e • Deslizamentos provocados por entulhos em terrenos instáveis. Problemas de Trânsito
• Detritos colocados em vias, e
• Falta de sinalização adequada em obras públicas, onde os resíduos . são colocados, causando-s_e riscos de acidentes;
Problemas de Drenagens Urbanas
• Obstruções nas redes de drenagem e bocas-de-Iobo, causando':se
alagamentos,e
• Aterramentos ou assoreamentos em canais abertos. Problemas de Saúde Humana
• Habitat para roedores e insetos, principalmente se misturado com lixo doméstico, causando-se do~nças transmissíveis;
• Doenças pulmonares: gripes, resfriados, pneumonias, etc; • Doenças alérgicas: rinites, sinusites, etc, e
• Outras doenças.
Problemas Econômicos
• Custos de limpeza pública elevado, o peso espe.cífico dos entulhos é bem maior que do lixo doméstico, onde o lixo em Fortaleza é pago por
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tonelada;
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• Elevados custos em horas de máquinas "pesadas", pagas pela prefeitura municipal, para limpeza de terrenos baldios;
• Desperdício da indústria da construção civi,l, onde para cada 10
pavimentos construídos, uní
é
desperdiçado no Brasil;• Aumento do custeio· na fiscalização pelo município, com o
crescimento destes resíduos não monitorados, e
,
.
• Crescimento nos custos de operação no aterro sanitário .. Outros Problemas
• Diminuição da vida útil dos aterros sanitários;
• Quebra de equipamentos da coleta de lixo, como os comp-actadores e caminhões;
• Diminuição do fluxo turístico e bem estar da população, pela agressão visual na cidade, e
• Em um país que o déficit habitacional é elevado, damos ao luxo de
desperdiçarmos os materiais de construção.
Fortaleza, .hoje, produz algo em torno de 60.000t/mês de RCD
-Resíduo de Construção e Demolições.
Nesse contexto, a Construção Civil tem sido um dos principais carros-chefe do crescimento econômico atual, impulsionada pela recuperação dos investimentos e maior facilidade de acesso ao crédito.
"O crédito habitacional registrou crescimento de 44,5%, para R$ 200,5
bilhões em 2011, segundo dados divulgados pelo Banco Central, em
27 de janeiro de 2012." (INFO MONEY, 2012).
Para completar esse cenário as obras de mobilidade urbana e de
arenas para os eventos esportivos da Copa do Mundo e dos Jogos
Olímpicos devem ganhar velocidade em 2012, o que também vai
ocupar a indústria da construção civil. (...)
O
Estatuto das Cidades, Lei Federal nO 10.257, promulgada em10/06/2001, determina novas e importantes diretrizes para o
desenvolvimento sustentado, dos aglomerados urbanos no País. Ele
prevê a necessidade de proteção e preservação do meio ambiente
natural e construido, com uma justa distribuição dos benefícios e- ônus
decorrentes da urbanização, exigindo
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os municíPi~
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FIs•.~ __ ~políticas setoriais articuladas e sintonizadas com o seu Plano Diretor .. Uma dessas políticas setoriais, que pode ser destacada, é a que trata da gestão dos resíduos sólidos.
Não menos importantes e nocivos que os outros tipos de resíduos
gerados pela sociedade, os resíduos da construção civil devem receber gerenciamento e destinação adequada.
Nesse contexto foi aprovada a Resolução nO307 , de 05/07/2002., pelo
Conselho Nacional do Meiç> Ambiente - CONAMA, que' criou
instrumentos para avançar no sentido da superação dessa realidade,
. definindo responsabilidades e deveres e tornando obrigatória em todos
os munictpios do país e no Distrito Federal a implantação pelo poder
púbico local de Planos Integrados de Gerenciamento dos Resíduos da
Construção Civil, como forma de eliminar os impactos ambientais
decorrentes do descontrole das atividades relacionadas à geração,
transporte e destinação desses materiais. Também determina para os geradores a adoção, sempre que possível, de medidas que minimizem a geração de resíduos e sua reutilização ou recie/agem, ou, quando for inviável, que eles sejam reservados de forma segregada para posterior utilização.
A resolução do CONAMA nO307, define que Resíduos da construção
civil: são os provenientes de construções, reformas, reparos e
demolições de obras de construção civil, e os resultantes da
preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos
cerâmicos, concreto em geral, solos, roch,as, metais, resinas, colas,
tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas,
pavimento asfáltico, vidros, plásticos,' tubulações', fiação elétrica etc.,
comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha;
A geração dos Resíduos da Construção Civil - RCC se deve, em
grande parte, às perdas de materiais de construção nas obras através do desperdício durante o seu processo de execução, assim como pelos
restos de materiais que são perdidos por danos. no recebimento,
transporte e armazenamento.
Dentre os inúmeros fatores que contribuem para a geração dos RCC
estão os problemas relacionados ao Pl<>jeto, seja pela. falta de .
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