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DEBATES GACINT. As empresas brasileiras. Empresas brasileiras e os negócios na China. China: desafios e oportunidades

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Academic year: 2021

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s empresas brasileiras e seus negócios na China foram o tema da reunião do Grupo de Análise da Conjuntura Internacional da USP (Gacint-IRI-USP) em 19 de outubro de 2011, que teve como conferencistas convidados o Embaixador Sergio Amaral, Diretor Presidente do Conselho Empresarial Brasil-China, Ernesto Heinzelmann, Presidente da Heinzelmann Consulting, e Antônio César da Silva, Diretor de Marketing da WEG.

China: desafios e oportunidades

Os comentários do Embaixador Sergio Amaral abordaram três grandes questões sobre as relações entre Brasil e China a partir da perspectiva brasileira: a natureza das empresas chinesas no contexto da estratégia global de investimentos do governo chinês; os desafios para o governo e as empresas brasileiras frente às peculiaridades do mercado chinês; e as consequências do crescimento chinês para o Brasil.

A natureza das empresas chinesas e a estratégia

do governo

Antes de tratar das empresas brasileiras na China, Amaral apresentou um panorama sobre os negócios entre os dois países. Pesquisa realizada pelo Conselho Empresarial Brasil-China sobre investimentos chineses no Brasil revelou que as empresas chinesas estão inseridas em uma ampla estratégia global elaborada pelo Estado. Foram identificadas quatro ondas de investimentos chineses no Brasil. Em um primeiro momento, o Brasil foi incluído no quadro dos investimentos externos chineses destinados a garantir o abastecimento de matérias-primas alimentares, metálicas, e energéticas. Uma segunda leva foi marcada por investimentos em infraestrutura. A percepção sobre o potencial do mercado brasileiro motivou uma terceira concentração de investimentos para explorar esse mercado, que incluíram a instalação de indústrias automobilísticas chinesas. Os investimentos mais

DEBATES GA

CINT

O informativo digital sobre os debates no âmbito do Gacint Grupo de Análise da Conjuntura Internacional

Empresas brasileiras e os negócios na China

recentes já representam uma quarta fase, que reflete a ênfase do governo chinês em desenvolvimento tecnológico e inovação.

Amaral esclareceu que a presença do Estado chinês nos investimentos realizados no Brasil é dominante, 93% das empresas chinesas que investem no Brasil integram o SASAC (State-owned Assets

Supervision and Administration Commission), um

comitê governamental de monitoramento e orientação das estatais chinesas. Neste comitê estão representadas as estatais mais importantes do país, e suas diretrizes estratégicas são definidas pelo governo, cujas influências também alcançam empresas privadas. A natureza das empresas chinesas, portanto, seria distinta, uma vez que elas não operam exclusivamente de acordo com a lógica de mercado. As empresas chinesas, mesmo privadas, operam em consonância com uma ampla estratégia de Estado.

Desafios das empresas brasileiras no mercado chinês

Além da natureza distinta das empresas chinesas, o mercado local também possui características singulares. Amaral destacou o papel do governo em regular discricionariamente este mercado. As operações de empresas estrangeiras dependem de autorizações governamentais, que são concedidas ou negadas em função da visão estratégica e dos interesses governamentais. Um dos critérios adotados é o nicho tecnológico de atuação da empresa. A instalação das operações da Embraer para a produção dos jatos 125

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importância de contar com parceiros chineses ou com alguma forma eficiente para lidar com a burocracia governamental.

As consequências do crescimento chinês para o Brasil

Na avaliação de Amaral, a globalização está beneficiando os países emergentes, e explica a ascensão de vários deles. A abertura de mercados tem permitido aos países com vantagens comparativas aproveitar sua competitividade, de modo que seria necessário reformular os conceitos negativos sobre a globalização.

A competição com a China, entretanto, representa um desafio considerável, seja nos mercados internacionais ou no mercado brasileiro. Porque as ações coordenadas das empresas chinesas em função de uma estratégia de Estado permitem rápidos avanços em mercados externos, incluindo o do Brasil e de outros países latino-americanos.

O Brasil, apesar de não sofrer grandes desequilíbrios numéricos na balança comercial

com a China, tem um problema com a qualidade desse comércio. Aproximadamente 90% das exportações brasileiras para a China são de matérias-primas, ao passo que quase 90% das importações são de manufaturas. O que evidencia a necessidade de uma política industrial de agregação de valor às exportações brasileiras, assim como da atuação do governo brasileiro na política comercial para a China. Além disso, a China está envolvida na integração das cadeias produtivas na Ásia, baseada em dezenas de acordos comerciais, um processo que pode diminuir a competitividade relativa dos produtos brasileiros frente aos de vários países asiáticos.

Amaral encerrou seus comentários com a constatação de que o número de empresas brasileiras na China ainda é muito pequeno, inferior a 40, e destacou a importância de se conhecer os determinantes do sucesso dessas empresas. O Embaixador relembrou que a China, além de implicar uma série de desafios, representa também uma enorme oportunidade. Em sua análise, o bom aproveitamento dos ganhos potenciais dependerá de uma visão de conjunto e da adoção de políticas adequadas tanto por parte do governo quanto das empresas brasileiras.

na China, por exemplo, que incluíram transferência de tecnologia para o parceiro chinês, foram apoiadas pelo governo. No entanto, a Embraer

não obteve autorização para a produção da linha de jatos 145. O que não aconteceria na maioria dos outros países, nos quais as empresas atuam livremente no contexto da legislação vigente e válida para todas. A mineradora brasileira Vale, por sua vez, exporta grandes quantidades de minério de ferro que são adquiridas diretamente pelo governo chinês, e comercializado internamente por

distribuidoras chinesas. Mas a empresa não obtém acesso ao lucrativo mercado de distribuição do minério na China. Escaladas tarifárias são outro instrumento utilizado para controlar o mercado. Indústrias brasileiras deparam-se com tarifas elevadas para exportar produtos beneficiados para a China, como papel e óleo de soja, ao passo que matérias-primas como celulose e soja em grãos praticamente não sofrem restrições.

O governo chinês exerce um papel central ao dirigir, a partir de uma visão de conjunto, estratégica, e de longo prazo, tanto seu mercado quanto suas principais empresas. Diante desta realidade, Amaral enfatizou a necessidade de atuação direta por parte do governo brasileiro junto às autoridades chinesas, no intuito de garantir acesso às empresas brasileiras.

Além disso, a necessidade de boas relações com a administração estatal chinesa não se resume à obtenção de licença para atuar. Mesmo para as empresas que conseguem acesso ao mercado chinês, as relações institucionais têm relevância constante para as suas atividades. Neste contexto, Amaral destacou a

Embaixador Sérgio Amaral - presidente do Conselho Empre-sarial Brasil-China e membro do Gacint

O governo chinês exerce

um papel central ao dirigir,

a partir de uma visão de

conjunto, estratégica, e

de longo prazo, tanto

seu mercado quanto suas

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O descumprimento dos prazos de pagamento era habitual, alguns atrasos chegavam a um ano. Após três anos lidando com esse problema, a empresa entrou na justiça para cobrar seus créditos, com resultados muito positivos. Também foi necessário recorrer ao judiciário para preservar os direitos de propriedade intelectual sobre os produtos, que foram rapidamente copiados por concorrentes locais. Apesar de não ter havido reparação financeira pelos danos sofridos, a produção e comercialização das cópias foi coibida.

O gerenciamento das atividades era dificultado pelas diferenças culturais, que marcavam não só o comportamento dos trabalhadores chineses, mas também a organização de seus espaços de trabalho. Algumas falhas de produção da companhia chinesa parceira evidenciaram a necessidade de implementar controles de qualidade. Foi necessário parar a fábrica por três meses para fazer uma ampla reforma, manutenção nos equipamentos de produção, e oferecer treinamento aos funcionários.

Heinzelmann também alertou para aspectos que, ainda hoje, são fundamentais para o projeto de estruturação de uma empresa na China. Um deles é a perspectiva de longo prazo. É comum as empresas terem perdas por vários anos, até conseguirem conhecer o disputado mercado interno, adaptar-se a ele, e conquistá-lo. Mas a joint venture havia sido celebrada para 40 anos, e a persistência decorria da percepção de que a grandeza do mercado garantiria bons resultados no futuro, o que, de fato, aconteceu. A localização das instalações é outro fator essencial. O interior do país, apesar de oferecer os menores custos, implica sérias dificuldades para a contratação de profissionais qualificados. Peculiaridades do mercado local também merecem atenção. Além da qualidade dos produtos, é necessário, por exemplo, assegurar sua comercialização pelos distribuidores, o que nem sempre é garantido. Satisfazer o alto nível de exigência dos consumidores chineses é outro desafio. Inovação tecnológica, particularmente em recursos eletrônicos, e em design, sempre foram fatores relevantes para o sucesso dos produtos.

O papel do governo chinês

Heinzelmann destacou o projeto chinês para o desenvolvimento do país como fator determinante do crescimento. Os planos quinquenais do governo estabelecem os objetivos a serem alcançados, e revelam a proeminência da política industrial. O mais recente deles prioriza avanços em inovação tecnológica, fontes alternativas de energia, biotecnologia, tecnologia da informação, entre outras áreas. As empresas dos setores considerados estratégicos têm acesso a altos montantes de financiamento a baixo custo. Além disso, o governo chinês procura acelerar os trâmites burocráticos para a

O pioneirismo no mercado chinês

E

rnesto Heinzelmann abriu suas considerações destacando a enorme transformação que, em poucas décadas, levou a China de um país pobre e com pequena estrutura produtiva a uma potência industrial que se tornou a segunda maior economia do mundo em 2010, o que permitiu tirar centenas de milhões de chineses da pobreza extrema.

A experiência de iniciar uma joint venture na China

A instalação de uma joint venture na China, liderada por Heinzelmann, teve as negociações iniciadas em 1993. O país era visto como uma boa plataforma para exportações, em razão de seu baixo custo de produção e da infraestrutura existente. A empresa iniciou suas atividades em 1995, tornando-se a primeira indústria brasileira a se estabelecer na China.

Heinzelmann explicou que, há 16 anos, a realidade do país era bastante diferente da atual. Houve numerosas dificuldades de adaptação. As primeiras surgiram nos árduos processos de negociação dos contratos a serem celebrados, incluindo o de transferência de tecnologia para a empresa chinesa parceira, de licenciamento da marca, de locações de prédios e instalações, entre outros. Além da complexidade dos acordos, os negociadores chineses recorrentemente decidiam revisar seus termos, o que atrasava suas conclusões e gerava incerteza sobre a validade dos conteúdos. A empresa contratou escritórios de advocacia estrangeiros, e precisou de autorização do governo para contratar firmas de auditoria estrangeiras.

O modo de fazer negócios era marcado pela informalidade e havia pouco dinheiro em circulação, a maioria dos pagamentos era feita por troca de duplicatas.

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A instalação da companhia na China se deu autonomamente, sem a formação joint venture com parceiros chineses ou de outros países. Sua estratégia era muito bem definida. Não se pretendia instalar uma fábrica na China com o objetivo de exportar para o Brasil, mas sim atuar no mercado local. Priorizou-se a conquista das empresas que estavam na China e já eram clientes da WEG em outras regiões. A motivação era aproveitar a simpatia das empresas estrangeiras instaladas na China por produtos de outras companhias também internacionais. Ainda assim, a tarefa não foi fácil porque as empresas já tinham fornecedores que as abasteciam.

A estratégia da WEG também foi marcada por prudência. Silva descreveu a primeira fábrica instalada como relativamente pequena, com apenas 700 pessoas do total de aproximadamente 24 mil funcionários. Além disso, optou-se pela fabricação de produtos semelhantes aos que já eram feitos no Brasil, observadas pequenas adaptações para o mercado chinês. O acúmulo de experiência dos anos iniciais permitiu ganhar segurança para dar passos mais ambiciosos. A empresa recentemente implantou uma unidade industrial na Índia, e prossegue com planos de expansão das suas operações na Ásia, tendo em vista o potencial deste enorme mercado.

A política chinesa sobre abastecimento energético também amplia as perspectivas da empresa. Silva explicou que os produtos da WEG possuem baixo consumo de energia, característica compatível com a implementação de regulações governamentais objetivando o aumento da eficiência energética. As projeções de crescente aumento da demanda por energia nos próximos anos tornaram as tecnologias de baixo consumo uma das prioridades do governo. Além da necessidade de suprir a demanda, o país tem a necessidade de limpar sua matriz energética, que usa pouco as fontes renováveis e envolve grande utilização de carvão.

atuação de suas empresas, e zela por gestões eficientes das companhias estatais.

A capacidade de implementação das políticas é, segundo Heinzelmann, impressionante. Grandes indústrias e a infraestrutura associada a elas, como estradas, portos e usinas de geração de energia são construídas com muita rapidez. O governo tem tido sucesso não só em elaborar o planejamento, mas também em fazer planos de ação e em executá-los.

Consequências para o Brasil

A emergência da China, para Heinzelmann, tem tido fortes efeitos sobre o Brasil. A demanda chinesa provocou elevações nos preços internacionais das commodities agrícolas e minerais, e parte dessa demanda é suprida por exportações brasileiras. As indústrias brasileiras, por outro lado, têm enfrentado a dura competição dos produtos chineses não só no mercado nacional, mas também nos tradicionais mercados externos para exportação. O Brasil já foi superado pela China nas exportações para os vizinhos latino-americanos.

Heinzelmann ponderou, no entanto, que a China não é responsável pela falta de competitividade da indústria nacional. Os fatores de produção no Brasil são encarecidos pela alta carga tributária, juros elevadíssimos, falta de infraestrutura, baixa qualificação da mão-de-obra, excesso de burocracia, e falta de incentivos à inovação. Essa realidade tem levado muitas indústrias brasileiras a reduzir as operações no Brasil por meio da transferência de produção para a China, ou mediante a compra de peças, componentes, ou mesmo de produtos de fabricação integralmente chinesa. Heinzelmann concluiu enfatizando que o Brasil precisa promover reformas internas que aumentem a competitividade da indústria nacional, pois o protecionismo já não é um caminho viável para enfrentar a competição internacional, principalmente a chinesa.

A atuação da empresa WEG na China

E

m seus comentários, Antônio César da Silva explorou três questões: a estratégia da WEG para entrar no mercado chinês; os problemas de competitividade da indústria brasileira; e o papel de um planejamento de Estado.

A estratégia da WEG para competir no mercado chinês

Silva relatou que a WEG ingressou no mercado chinês em 2005, e muitos dos problemas como os enfrentados pela Embraco já haviam sido superados. Mas ainda assim, houve diversas dificuldades de adaptação. O horizonte de longo prazo da empresa a permitiu continuar as operações mesmo durante as perdas e desafios dos anos iniciais.

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Questões para a indústria brasileira

Assim como Heinzelmann, Silva afirmou que o grande problema da indústria brasileira é sua baixa competitividade, comparada com países concorrentes como a China. Atualmente, porém, a China é apenas um entre vários outros países mais competitivos que o Brasil. As barreiras ao aumento da competitividade da indústria brasileira são amplamente conhecidas, como excesso de tributação, juros altos, infraestrutura inadequada, e falta de mão-de-obra qualificada. Esta realidade, por sua vez, faz com que os produtos industriais brasileiros percam espaço tanto no mercado interno quanto nos de exportação, a exemplo do mercado latino-americano, entre outros.

Silva destacou que não se trata somente da perda de oportunidades de crescimento, mas sim do risco de parte substancial da produção industrial brasileira migrar para países mais competitivos, como a China. Esta tem sido a opção de algumas empresas, que transferiram sua produção integral ou parcialmente. Além das óbvias perdas de emprego e geração de riqueza associada à desativação de indústrias, Silva alertou para a dramática dimensão da dissolução das cadeias de conhecimento vinculadas à produção. A WEG, por exemplo, emprega aproximadamente 1700 engenheiros, número que seria impensável se os setores de desenvolvimento e fabricação dos produtos não estivessem sediados no Brasil. À medida que a indústria passa apenas a montar componentes produzidos por terceiros, a necessidade de engenheiros diminui. O resultado pode ser um encolhimento do mercado de trabalho para profissões de alta qualificação, ligadas à pesquisa e ao desenvolvimento, na indústria brasileira.

Planejamento

Silva fez um paralelo entre o planejamento empresarial e o planejamento de Estado. Em um extremo estão empresas privadas como as brasileiras, que conduzem seus processos de internacionalização independentemente do governo, e até mesmo sem seu conhecimento. No outro, empresas chinesas que atuam internacionalmente no contexto da estratégia concebida pelo Estado. Silva reconheceu a diferença nos tipos de relações entre governo e empresas nos dois países. E enfatizou que a independência das empresas brasileiras não significa que elas não poderiam se beneficiar de um bom planejamento elaborado pelo governo, especialmente um planejamento objetivando aumentar a competitividade da indústria brasileira tanto no mercado doméstico quanto no internacional. O sucesso chinês no avanço sobre os mercados africano e latino-americano são indícios de que um planejamento estratégico de grande amplitude pode ajudar as empresas. Um apoio maior do governo brasileiro poderia ser muito útil. Para abrir espaços para companhias brasileiras atuarem do mercado chinês, por exemplo, esse apoio pode ser crucial.

Entrevistas

DG: O que o Sr. destacaria da apresentação de hoje?

Gilmar: A apresentação contribuiu ao trazer o mundo concreto do trabalho e do empresariado para nossas discussões acadêmicas. Isso é fundamental para que as abstrações acadêmicas não se descolem da realidade. Teremos que abrir mais espaço para discutir o grande fenômeno representado pelo desenvolvimento econômico chinês, e o acelerado crescimento da presença chinesa no Brasil e na América Latina como um todo.

D.G.: Qual é a sua opinião sobre como o Brasil deve se posicionar em relação à China?

Gilmar: Venho estudando o leste asiático há mais de 20 anos. Pesquisei bastante as experiências de rápido desenvolvimento econômico do Japão e da Coréia do Sul e, nos últimos 10 anos, tenho me dedicado também a compreender o persistente e elevado crescimento econômico chinês. A variável comum a esses três casos de sucesso é a existência de muito planejamento, e de um alto grau de coordenação na implementação do mesmo. Desse modo, planejamento não é exclusividade chinesa, ele foi importante também para os avanços japonês e sul coreano. O Brasil deveria olhar com mais cuidado e seriedade para os benefícios que um planejamento bem feito e bem executado pode trazer. Estratégias e diretrizes explicitadas em um bom planejamento podem servir como um norte ou como um farol na orientação dos agentes econômicos que, em última análise, são os responsáveis pela geração de emprego e renda.

D.G.: Os relatos das experiências das duas empresas trouxeram informações relevantes para a sua atividade de pesquisa?

Gilmar: Sim, os relatos de casos específicos sempre nos ajudam a perceber algumas variáveis importantes que muitas vezes acabam sendo ignoradas ou consideradas pouco importantes em análises macroeconômicas de política fiscal, monetária e cambial. Inovação, gestão,

Gilmar Masiero - Prof. do Depto. de Adm. da FEA-USP e membro do Gacint

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Membros do Gacint

ADRIANO HENRIQUE REBELO BIAVA ADRIANA SCHOR

AFFONSO CELSO OURO PRETO AFFONSO DE ALENCASTRO MASSOT ALBERTO PFEIFER

ALEXANDRE BARBOSA ALEXANDRE RATSUO UEHARA

AMÂNCIO JORGE SILVA NUNES DE OLIVEIRA ANDRÉ CARVALHO RAMOS

ANDRÉ MELONI NASSAR ANGELO DE OLIVEIRA SEGRILLO ANTONIO CARLOS PEREIRA ANTONIO CORRÊA DE LACERDA ANTONIO RUY DE ALMEIDA SILVA BORIS FAUSTO

BRASÍLIO JOÃO SALLUM JUNIOR CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA CELSO GRISI

CELSO LAFER

CELSO NUNES AMORIM CHRISTIAN LOHBAUER CLAUDIO GONÇALVES COUTO CLODOALDO BUENO

DAMIAN PAPOLO DÉCIO ODDONE DEISY VENTURA DEMÉTRIO MAGNOLI FERNANDO LUIZ ABRUCIO

FLORIANO DE AZEVEDO MARQUES NETO GELSON FONSECA JUNIOR

GERALDO DE FIGUEIREDO FORBES GILMAR MASIERO

GIORGIO ROMANO SCHUTTE GUILHERME LEITE DA SILVA DIAS HELGA HOFFMANN

HÉLIO NOGUEIRA DA CRUZ HENRI PHILIPPE REICHSTUL JACQUES MARCOVITCH JAIME SPITZKOWSKY JANINA ONUKI

JOÃO PAULO CÂNDIA VEIGA JOÃO SAYAD

JOSÉ ALFREDO GRAÇA LIMA JOSÉ LUIZ CONRADO VIEIRA KJELD AAGAARD JAKSOBSEN LEANDRO PIQUET CARNEIRO LENINA POMERANZ

LUCIANE MIRANDA DE PAULA LUIZ AFONSO SIMOENS DA SILVA LUIZ EDUARDO M. DE CARVALHO E SILVA MARCO AURÉLIO GARCIA

MARIA ANTONIETA DEL TEDESCO LINS MARIA HELENA TACHINARDI

MARIA HERMÍNIA TAVARES DE ALMEIDA MÁRIO CÉSAR FLORES

OTAVIANO CANUTO

PAULO FARAH

PAULO FURQUIM DE AZEVEDO PAULO ROBERTO FELDMAN PAULO SOTERO

PEDRO B. DE ABREU DALLARI PETER ROBERT DEMANT PHILIPPE LAVANCHY PHILIPPE REICHSTUL

RAFAEL ANTONIO DUARTE VILLA RICARDO UBIRACI SENNES ROBERTO ADDENUR ROBERTO RODRIGUES ROBERTO TEIXEIRA DA COSTA ROGÉRIO BASTOS ARANTES ROSSANA ROCHA REIS RUBENS ANTÔNIO BARBOSA RUY MARTINS ALTENFELDER SILVA SAMUEL FELDBERG

SEBASTIÃO CARLOS VELASCO E CRUZ SÉRGIO ERNESTO ALVES CONFORTO SÉRGIO FAUSTO

SÉRGIO SILVA DO AMARAL TULLO VIGEVANI

VERA THORSTENSEN YI SHIN TANG

Enrique Dussel Peters - Prof. da Universidade Nacional Autôno-ma do Mexico (UNAM)

Gacint

Coordenador Geral Ricardo Sennes Vice-Coordenador Bruno Reis Diretora

Maria Hermínia Tavares de Almeida

Debates Gacint

Coordenador Executivo André Luiz Siciliano Editor

Nadim Mitri Gannoum

IRI

Colaboradores

Contato: gacint@usp.br

André Michelin Cássia Costa

Renata Cabrera de Morais Vinicius Dalbelo

produtividade, qualificação da força de trabalho são fundamentais para a competitividade de qualquer empresa ou país. Muito do fenômeno chinês se explica pela melhoria gradual dessas variáveis consideradas em suas políticas industrial, comercial e tecnológica articuladas pelo governo chinês desde os anos 1990, principalmente desde seu ingresso na OMC, e da formulação de sua estratégia going global.

D.G.: Qual é o balanço que o Sr. faz sobre a reunião de hoje?

Enrique: Minha principal conclusão é a de que é preciso trabalhar de uma forma muito mais conjunta entre os

setores acadêmicos, governamentais, e empresariais. Porque é necessário somar esforços. As experiências recentes do setor privado podem enriquecer as análises acadêmicas e as políticas públicas. Os países da América Latina, incluindo México e Brasil, precisam alcançar uma discussão sobre políticas concretas para lidar com o avanço chinês. Ainda não sabemos como regular a participação chinesa em nossos mercados, e estamos ficando para trás nos mercados de bens de maior valor agregado.

D.G.: Os governos latino-americanos podem ter planejamentos que ajudem o setor privado, ou as empresas terão que encontrar seus próprios caminhos?

Enrique: Nada do que os governos latino-americanos possam fazer se compara à capacidade de planejamento e execução do governo chinês. Nem setores isolados, nem sequer países da América Latina conseguirão sozinhos alcançar boas soluções para lidar com a expansão chinesa. Por isso é necessário unir não só os setores, como também as experiências de vários países. Os chineses sabem exatamente o que farão amanhã, eles têm planos de médio e longo prazo. Nós não temos competitividade, nem política industrial, nem comercial. E não sabemos o que faremos amanhã. Precisamos descobrir, precisamos de um plano para os próximos vinte ou trinta anos.

Referências

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