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PICON, Andreja P.; PITTA; Flora M.; SACCO, Isabel C. N. Perfil das lesões na dança: uma análise epistemológica das modalidades. Anais do IV Congresso

Nacional de Pesquisadores em Dança. Goiânia: ANDA, 2016. p. 588-594.

www.portalanda.org.br

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PERFIL DAS LESÕES NA DANÇA:

Uma análise epidemiológica das modalidades

Flora M. Pitta*

Isabel C. N. Sacco**

Andreja P. Picon*** RESUMO: A dança é uma prática artística com elevada demanda física e

psicológica. Os corpos se diferem muito de acordo com a modalidade, coreógrafo e escola onde o bailarino foi treinado. Uma padronização dos estudos sobre a etiologia da lesão em dança se faz necessária para uniformizar as variáveis que influenciam sua ocorrência. Este estudo traçou o perfil de lesões em 6 modalidades de dança, relacionando esse perfil de lesões com a idade e o tecido lesionado. Foram respondidos 799 questionários via web, contendo questões fechadas sobre a rotina dos bailarinos. Os resultados desta análise mostraram que das modalidades analisadas balé, dança do ventre, flamenco, dança de rua, contemporâneo e jazz, a modalidade com o maior número de lesão foi o jazz com 95,87%. Dessas lesões, o tecido articular foi o mais citado, principalmente o cartilaginoso com 50,53%. A faixa etária mais acometida foi entre 20-24 anos.

PALAVRAS-CHAVE: DANÇA. LESÕES. EPIDEMIOLOGIA.

INJURIES PATTERNS IN DANCE: An epidemiological analysis of the modalities.

ABSTRACT: The dance is an artistic practice with high physical and psychological demands. The bodies are different according to the mode, choreographer and school where the dancer was trained, and this heterogeneity confuse the investigation of exposure to injury patterns. A normalization of the studies on the etiology of injury in dance that is necessary because the variables influence their occurrence. The objective was to investigate the profile of the 6 dance styles, relating this injury profile with age and the injured tissue. They were answered 799 questionnaires via the web, containing closed questions about the routine of the dancers. Preliminary results showed that the modalities analyzed (ballet, belly dancing, flamenco, street dance, contemporary and jazz) the style with the highest number of injuries was jazz with 95.87%. The joint tissue was mentioned, especially the cartilaginous, with 50.53%. The most affected age group was 20-24 years.

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Introdução

A dança exige de seus praticantes uma dedicação elevada de suas condições físicas e psicológicas. Os corpos se adéquam de acordo com a modalidade, coreógrafo e escola onde o bailarino foi treinado, o que faz com que essa heterogeneidade dificulte a investigação dos padrões de exposição à lesão (SIMON et al., 2014). Quando o corpo do bailarino se torna restrito ou incapaz devido à dor resultante de lesão, concomitantemente a execução dos movimentos diminui em intensidade, volume, qualidade técnica, amplitude e impacto (PETERSON, 2011).

São muitas as definições de lesão para a dança, porém, para este estudo, entende-se como lesão um impedimento do bailarino em que se faça necessária alguma adaptação de seus gestos; afastamento da dança como perda de atividade (aula, ensaio ou apresentação) em tempo integral de um ou mais dias de acordo com o tecido acometido; limitação em sua atividade diária, ou a disfunção de qualquer tecido anatômico diagnosticado por um profissional de saúde (LIEDERBACH, 2014).

Os fatores de risco encontrados são inúmeros e de diversas naturezas. A falta de descanso na rotina do bailarino pode ser um potencial causador de lesão. Desconfortos, fadigas e dores são sintomas continuamente ignorados pelos bailarinos que persistem em manter suas atividades (ANDERSON E HANRAHAN, 2008). A alteração da propriocepção pode ser uma das consequências da falta de descanso na rotina dos bailarinos (BATSON, 2009).

Uma padronização dos estudos sobre a etiologia da lesão em dança se faz necessária para uniformizar as variáveis que de fato influenciam sua ocorrência (LIEDERBACH, 2014). Por toda essa problemática, o objetivo desse estudo foi traçar o perfil de lesões em diferentes modalidades de dança.

Metodologia

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Figura 1- Ocorrência de lesão (%) apresentada por cada modalidade.

professores de dança com graduação na área da saúde, ou em dança. Quando todos os especialistas concordaram, foi formulada a sua versão final para aplicação. O questionário possui 16 questões fechadas sobre a rotina do bailarino. Ele deve informar a principal modalidade de dança que pratica e se realiza outras modalidades, também deve informar se realiza alguma atividade de suporte para preparação muscular. Tempo de prática, frequência de aulas, lesão e localização de lesões, também são questionadas. Este instrumento ficou disponível numa plataforma on-line por 2 anos.

Resultados

Foram respondidos 799 questionários via web. Os participantes relataram sua modalidade de dança de principal, as ocorrências foram balé, dança contemporânea, dança do ventre, flamenco, jazz e danças urbanas. Os resultados desta análise mostraram que das modalidades analisadas com maior número de lesão foi o jazz com 95,87% Na figura 1, pode ser visto a divisão do número de lesões por modalidades.

A faixa etária mais acometida foi entre 20-24 anos, numa análise mais profunda percebeu-se que os jovens de 20 anos com a percentagem de 93,33% de ocorrência (fig.2).

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Figura 2- Divisão do número de lesões (%) pela faixa etária.

Figura 3- Ocorrências classificadas pelo tecido acometido divido por modalidades

Dessas lesões, o tecido articular foi o mais citado, principalmente o cartilaginoso com 50,53% (fig. 3).

Discussão

Ao analisar os resultados obtidos no questionário, percebeu-se que a carreira dos bailarinos é constantemente interrompida pelo acometimento de lesões. Os

10-14 Ballet, Tendão, 20% Ballet, Cartilagem, 12% Ballet, Músculo, 13% Ballet, Ligamento, 18% Ballet, Osso, 7% Dança do Ventre, Tendão, 13% Dança do Ventre, Cartilagem, 20% Dança do Ventre, Músculo, 9% Dança do Ventre, Ligamento, 10% Dança do Ventre, Osso, 6% Jazz, Tendão, 12% Jazz, Cartilagem, 51% Jazz, Músculo, 45% Jazz, Ligamento, 29% Jazz, Osso, 19% Danças Urbanas,

Tendão, 11% Urbanas, Danças Cartilagem, 6% Danças Urbanas, Músculo, 17% Danças Urbanas, Ligamento, 9% Danças Urbanas, Osso, 9% Flamenco, Tendão, 15% Flamenco, Cartilagem, 15% Flamenco, Músculo, 15% Flamenco, Ligamento, 23% Flamenco, Osso, 15% Contemporâne o, Tendão, 0% Contemporâne o, Cartilagem, 10% Contemporâne o, Músculo, 23% Contemporâne o, Ligamento, 19% Contemporâne o, Osso, 10%

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Autores defendem um cálculo para taxa de lesão que a cada 1000 horas de exposição, ou a cada 1000 horas de dança ocorrerá pelo menos uma lesão (OJOFEITIMI E BRONNER, 2011).

Além disso, a prática constante de uma técnica ruim, ou com alterações de alinhamentos articulares também podem gerar lesões. Essas alterações reproduzem movimentos compensatórios, diminuindo a economia do movimento (WYON et al., 2006).

Mayers (et al., 2003) destaca que a preparação física inadequada. A falta de aquecimento ou o alongamento antes ou durante a prática pode ser uma causa exponencial, assim também como a intensidade do treinamento (ASKLING et al., 2006).

Outros fatores de riscos elencados nos estudos são o tipo do solo e o calçado. A adequação de ambos deve gerar e absorver energia equilibradamente, e então melhorar o desempenho e minimizar a fadiga (JACOBS et al, 2012). Há também fatores relatados além da área da fisioterapia, como nutrição e a saúde emocional (ARCELUS et al., 2014).

A falta de normatização, codificação e a padronização dos métodos de ensino dificultam o aprofundamento dos estudos entre as modalidades. Diante desse panorama, foi compreendido o motivo do alto número de lesões e da aposentadoria precoce desses praticantes. Os estudos devem ser estimulados até que se encontrem maneiras de reduzir os acometimentos na dança. Pois, o alto índice de lesões é presente independente da modalidade.

Conclusão

Ausência de testes e medidas padronizadas e específicas para os riscos de saúde a serem utilizadas na triagem e avaliação de bailarinos, arremetem diretamente no risco causado pelo treinamento de dança que pode expor seus participantes a prejuízos, comprometer a excelência do exame físico e da avaliação de aptidão física, além de comprometer as exigências funcionais específicas de cada modalidade.

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Referências Bibliográficas

ANDERSON, R; HANRAHAN, S J. “Dancing in Pain Appraisal and Coping in Dancers”. Journal of Dance Medicine & Science. 2008; 12(1)

ARCELUS, J; WITCOMB, GL; MITCHELL, A. “Prevalence of eating disorders amongst dancers: a systemic review and meta-analysis.” Eur Eat Disord Rev. 2014 Mar;22(2):92-101. doi: 10.1002/erv.2271. Epub 2013 Nov 26

ASKLING, C; SAARTOK, T; THORSTENSSON, A. “Type of acute hamstring strain

affects flexibility, strength, and time to return to pre-injury level.” Br J Sports

Med 2006; 40:40–44.

BATSON, Glenna. “Update on Proprioception Considerations for Dance Education.” Journal of Dance Medicine & Science. 2009; 13(2).

COPLAN J. “Ballet dancer’s turnout and its relationship to self-reported injury.” J Orth

Sports Phys Ther. 2002;32(11):579-84.

JACOBS, C L.; HINCAPIÉ, C A D.; CASSIDY, D. “Musculoskeletal Injuries and Pain in Dancers a Systematic Review Update.” Journal of Dance Medicine & Science. 2012; 16(2).

LIEDERBACH M, KREMENIC IJ, ORISHIMO KF, PAPPAS E, HAGINS M. “Comparison of landing biomechanics between male and female dancers and athletes, part 2: influence of fatigue and implications for anterior cruciate ligament injury.” Am J Sports Med. 2014;42: 1089-1095

MAYERS, Lester; JUDELSON, Daniel; BRONNER, Shaw. “The Prevalence of Injury Among Tap Dancers.” Journal of Dance Medicine & Science. 2003; 7(4).

OJOFEITIMI, Sheyi; BRONNER, Shaw. “Injuries in a Modern Dance Company Effect of Comprehensive Management on Injury Incidence and Cost.” Journal of Dance

Medicine & Science. 2011; 15(3).

PETERSON, J R. “Hip Pain in Dancers.” Journal of Dance Medicine & Science. 2011 15(4)147-148

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WYON, Matthew; ALLEN, Nicolas; ANGIOI, Manuela; NEVILL, Alan; TWITCHET, Emily. “Anthropometric Factors Affecting Vertical Jump Height in Ballet Dancers.”

Journal of Dance Medicine & Science. 2006; 10(3-4).

* Fisioterapeuta, mestranda LaBiMPH- FMUSP. E-mail: florapitta@hotmail.com ** PhD, professora associada FM-USP, coordenadora LaBiMPH- FMUSP. E-mail: icnsacco@usp.br

*** PhD, pesquisadora LaBiMPH- FMUSP; docente no programa de pós-graduação em Ciências da Reabilitação da FMUSP. E-mail: andbio@usp.br

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