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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DO RIO MOSSORÓ- RN

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I Congresso de Pesquisa e Inovação da

ROOe Norte Nordeste

de Educação Tecnológica Natal-RN- 2006.

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DO RIO MOSSORÓ- RN

Valdiery Silva de Araújo

Graduando em Tecnologia em Controle Ambiental, Departam.cnto de Recursos Naturais -CEFET-RN Av. Salgado Filho, 1159 Morro Branco CEP 59.000..000 Natal-RN

E-mail: valdiery@yahoo.com.br

André Luis Calado Araújo

Professor do CEFETIRN- Departamento de Recursos Naturais- CEFET -RN Av. Salgado Filho, 1159 Morro Branco CEP 59.000..000 Natal-RN

E-mail: acalado@cefetrn.br

Jerônimo

Pereira dos Santos

Profi:ssor do CEFET/RN- Departamento de Recursos Naturais- CEFET -RN Av. Salgado Filho, 1159 Morro Branco CEP 59.000..000 Natal-RN

E-mail: jeronimo@cefetrn.br

RESUMO

O

presente

trabalho

tem

por objetivo

realizar uma

comparação flsicoquímica e microbiológica

entre três pontos de monitoramento

do

Rio

Mossoró: Barragem do Genésio (utmx-681464;

utmy-9422890), Barragem Central (utmx-683867; utmy-9425546) e Passagem de Pedra

(utmx-690119; utmy-9429968)

no

município Mossoró/RN. Os pontos encontram-se sobre

diferentes intluências antrópicas e foram monitorados no período abriV2005 a julho/2006,

sendo

analisadas as seguintes variáveis: coliformes totais, coliformes termotolerantes,

oxigênio dissolvido (OD), demanda química de oxigênio (DQO), nitrato, zinco, cobre,

chumbo, cromo, mercúrio, cádmio, pH, cor e turbid.ez. Embora

à

sazonalidade climática altere

as concentrações dos contarninantes por intermédio da diminuição

do

volume do rio, a

Barragem do Genésio, situada a montante

da

cidade, apresenta-se como o ponto de menor

concentração

das

variáveis analisadas. A Barragem Central, localizada

no

centro da cidade,

responde pelos maiores índices analisados, resultado do Jançamento de esgotos domésticos e

industriais sem o devido tratamento. Outra característica observada nesse ponto

é

a

proliferação anormal de plantas aquáticas, indicando o processo da eutrofização. Ajusante da

cidade, Passagem de Pedra proporciona, geralmente, melhores condições do que a Barragem

Central devido

à

autodepuração promovida pelo corpo aquático.

PALAVRAS-CHAVE: Rio Mossoró, monitoramento, qualidade da água, coliform.es

termotolerantes, metais pesados, eutrofização.

(2)

1. INTRODUÇÃO

A água é um recurso indispensável à homeostase ambiental. Devido às ca.racterlsticas inttfnsecas, ela é utilUada em diversos âmbitos: 1. econômicos: irrigação agrícola, abastecimento induslrial. 2. sociais: balneabilidade, abastecimento público. 3. tecnológicos: produção de energia elétrica bem como a preservação do ecossistema aquático.

Na superficie do nosso planeta 75% da área são cobertos por água, sendo 971'/o salgada, e apenas 3% doce. Contudo, do percentual total da água doce existente, a maior parte 2,2% encontta-se sob a forma de gelo nas calotas polares e geleiras, e em mencr volmne sob a forma líquida 0,8% - representada pelas fontes subterrâneas 971'/o e superficiais 3%. Já os rios e

lagos, que

são nossas principais formas de abastecimento,

~dem

a apenas 0,01% desse

percentual,

aproximadamente. (von Sperling, 1996 e CETESB, 2006). É fato

a

associação de doenças (verminoses, doenças de pele, gastrenterite, hepati.te, cólera, febre tifóide) por veiculação hídrica. O controle dessa relação possibilita wna sensfvel melhoria nas condições de vida da comunidade, demonstrando que nio se pode

mzer

saúde pública sem wn adequado controle de qualidade das águas.

De acordo com Viana (2001), os resíduos orgâDicos, minerais, tóxicos, mistos e atômicos slo as principais fontes de poluição originárias elas atividades do progresso do homem, particul.arm.ente nas indústrias. Em lmbito nacional, o principal problema de qualidade elas águas

é o lançamento de esgotos domésticos, pois

apenas 47% dos mllllicipios brasileiros possuem rede coletora de esgoto, e somente 18% recebem algum 'tratamento.

Segundo o Censo 2000 (IBGE), a população de Mossoró corresponde a 213.841

habitantes e possui

extenslo territorial de 2.110

km.

2

• O municipio está em ascensão em diversos ramos da economia, a citar

exemplos o Pm 2000-2001 (IBGE), no Setor de Serviços, cresceu 13,78o/o, no Setor de Indústria cresceu 17,12% e no Setor Agropecuário onde

houve

o

maior

aUIIlellto do produto interno bruto, 61,76%. No

entanto

o saneamento nio está acompanhando esse crescimento, pois 45% da área urbana de Mossoró não estio saneadas diz o gerente de Jnfta Estrutura Yuri-Tasso mllllicipal.

''Com sazonalidade bem marcada, Mossoró encontra-se sob a influência do clima tropical semi-árido, apresentando um predomínio de déficit hídrico e mn total anual precipitado de 850 mm . [ ••. ]. Segundo os dados das Normais Climatológicas de 1961 a 1990 (INMET, 1990), Mossoró apresenta um climograma cara.ctcri2ado por precipitações ocorrendo durante todo o ano, porém, de dezembro a abril há uma tendência de aumento e depois de abril a novembro ocorre um decréscimo gradual da precipitação. A temperatura média apresenta uma tendência decrescente de janeiro a julho e esse comportamento se inverte de agosto a dezembro. A amplitude térmica é baixa, da

ordem de

2°C." (Baptista et

a1, 2005).

Climograma Mossoró

Normais Climatológicas 1961 • 1990

Meses

- PrecipitaçAo . . . Temperatura (0

C) Fonte: INMET, 1990 apud Baptista et

a1, 2005.

FJgura

1-

CUmograma

de Mouoró.

29 28,5 28 27,5 ~ 26 26,5

"O rio Mossoró nuce entre o Rio Grande do Norte com a Paratõa, em São Brás, mllllicípio de Luís Gomes, e fàz um percurso de 300 quilômelros aproximadamente, sendo o maior rio do Estado." (Jornal de Fato, 2005). Ainda segundo o jornal, com a intenção de evitar as enchentes que deixavam as vazantes submersas, à

(3)

populaçlo, na década de oitenta, resolveu canalizar o rio. O desvio fez com que o rio começasse a secar e em 1917 o engeubeiro Pedro Ciarlini foi chamado para CODStruir obras contra as secas, entre as quais barragens no rio Mossoró. Foram construfdas sete barragens espalhadas ao longo do rio, assim o rio n.lo mais secava, mas a qualidade da água

represada Dio atendia as condições de potabilidade.

O objetivo deste trabalho é a avaliação da qualidade das águas do Rio Mossoró em três pontos de coleta próximos ao muaicfpio de Mossoró/RN: Barragem do Genésio (Figura 2), localizada a montante da cidade; Bmragem Central (Figura 3) localigda na região central da cidade e por fim a barragem Passagem de Pedra (Figura 4), localizada a jusante da cidade.

Figura 2 -Vista do Ponto de Coleta da Barragem do Genésio (BG)

Figura 3

-Vista

do Ponto de Coleta da Barragem Central (BC)

Para von Spc:ding (1996), o conceito de qualidade da água é muito mais complexo do que sua fórmula molecular. Isto porque a água, devido às suas propriedades de solvente e à sua capacidade de 1mnsportar partículas, incorpora a si diversas impurezas, as quais definem a qualidade da água.

Vários meios podem indicar a natureza da poluição, no tocante a qualidade e quantidade. A relação entre o agente poluidor e a quantidade de água de um corpo receptor constitui um parimelro que define n8o só a periculosidade desse agente, como também indica o tratamento adequado, dai a importância de se levar em consideração a sazonalidade local. Os resultados obtidos foram postos em comparação com a resolução CONAMA 357, de 17 de março de 2005 que dispõe sobre a cl.assi1icaçlo dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Os parfimetros analisados no Laboratório de Análises de Águas e Efluentes do Departamento Acadêmico de Recursos Naturais do Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte-

CEFETIRN foram: coliformes

totais, coliformes termotolerantes, oxigêDio dissolvido (OD), demanda

qulmica de

oxigêDio

(DQO),

Ditrato, zinco, cobre, chumbo, cromo, merc6rio, cádmio, pH, cor e turbidez.

(4)

Figura 4- Vista do Ponto de Coleta da Barragem Pa11agem de Pedra (PP)

2. MATERIAIS E MÉTODOS

Com o auxilio do GPS Garmin eTrex, os três pontos de coleta foram devidamente georreferenciados (Tabela 1), sendo suas coordenadas apresentadas a seguir:

Tabela 1-Coordenadugeorreferendadas d013 eonto. de toleta PONTOS

utmN-WGS84 utmL-WGS84

Elevação (m)

BARRAGEM DO BARRAGEM CENTRAL PASSAGEM DE

GENÉSIO PEDRA

681464 683867 690119

9422890 9425546 9429968

14 19 11

AB

informações apresentadas nesse artigo concemem

ao

monitoramento realizado no perfodo de abril/2005 a julho/2006.

AB

amostras foram coletas em triplicatas a montante das barragens e analisadas posteriormente pelo Laboratório de Análises de Águas e Bfluentes do Departamento Acadêmico de

Recursos

Naturais do Cen1ro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte-

CEFETIRN. O 1ra1amento

dos

dados levantados foi realizado com o auxílio do software STATISTICA 6.0, para assim comparar os resultados com a legislaç!o vigeate.

Para cada 1ipo de análise as amostras foram coletadas em &88008 apropriados

e

devidamente preservados, seguindo os padraes descritos em APHA et al. (1992):

- Para determinaçlo de metais as amostras foram coletadas em frascos âmbar de lL e acidificadas para

a preservação;

- As amostras para análises microbiológicas foram coletadas em frascos de 250m! previamente esterilizados;

- Para as determiDa.çaes

tisico-qufmi.cas as amostras foram coletadas em frascos de plásticos de

1L.

Rela1ivo aos proa•1Hmentos analfticos, todas as análises foram realizadas segujndo

os padrões

preconizados em APHA et al. (1992) e descritas

a seguir:

- Coliformes totais e termotolerantes: Método dos tubos múltiplos utilizando o caldo lactosado

e

incubação a 35°C, para coliformes totais, e meio Al com incubação a 44,s"c, para coliformes fecais;

- Oxigenio dissolvido: Método de Winkler (iodométrico) com amostras fixadas em campo;

- DQO:

Método

de refluxaçio fechada com dicromato de potássio e titulaçlo com sulfato ferroso amoniacal;

- Nitrato (NQ,); Método colorimétrico do salicilato de sódio com leituras de absorbância no espectrofot&ne1ro DR-2000 da HACH, a 420 nm;

-

Metais Pesados (cb.mnbo, cádmio, cobre, aom.o, mercúrio, zinco): foram determinados

a1ravés de

absorção atômica

utilizando o espectrofotômetro V ARIAN;

(5)

Cor: Método colorimétrico com leituras de absorbância no espectrofotômetro DR-2000 da HACH, a455nm;

Turbidez: Método turbidimétrico com leituras de absorbância no espectrofotômetro DR-2000 da HACH, a 450 nm;

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1 Parâmetros biológicos (coliformes totais e termotolerantes)

A detecção de microorganismos patogênicos (bactérias, protozoários e vírus) em uma determinada amostra de água é extremamente dificil, em razões de suas baixas concentrações. Daí a importância da utilização de organismos indicadores de contaminação fecal, que não são patogênicos e dão satisfatória indicação de quando uma água apresenta contaminação de fezes humanas ou de animais. Os organismos mais comuns utilizados para esse fim são os do grupo coliforme. Para esse artigo, foram analisados os coliformes totais e os termotolerantes. O primeiro constitui-se em um grande grupo de bactérias presente na água e no solo de ambientes poluídos ou não, o segundo refere-se ao grupo de bactérias provenientes das fezes de organismos de sangue quente.

A partir dos tratamentos dos dados, observa-se grande variação entre os valores mínimos e máximos de coliformes termotolerantes em todas as barragens (Figura 5). A sazonalidade tem importante influência nesse sentido, pois os picos de concentração ocoreu no período em que o fluxo natoral do rio não estava normal, devído à baixa vazão. Na coleta realizada em dezembro de 2005, aferiu-se que as águas estavam estagnadas e abaixo cerca 30 em da crista das barragens.

ORIGEM

BG BC pp

Tabela D - Resultados médíos dos parâmetros mícrobiológicos

COL~~STE~OTOLERANTES 1316 46867 6851 COLIFO~S

TOTAIS

88746 224792 93321

Para uso de recreação de contato primário devem-se ser obedecidos os padrões de qualidade de balneabilidade, prevístos na Resolução CONAMA n• 274, de 2000. Para os demais usos (Resolução 357/05), não se deve exceder um limite de 200 coliformes termotolerantes para Classe 1 e um limíte de 1000 colifurmes termotolerantes para Classe 2. Para uso de contato secundário não deverá exceder um limite de 2500 colifurmes termotolerantes, Classe 3.

A Barragem do Genésio é o ponto cuja concentração de coliformes foi menor dentre as demais. Em termos de coliformes totais (Figura 6), é a barragem em que houve maior discrepância entre os valores de concentração máxima e mínima, valendo salientar que não há valores limites para coliformes totais definidos segundo a Resolução CONAMA 357/05. Referente aos coliformes termotolerantes, a barragem apresenta períodos em que se encaixam em rio Classe 1, Classe 2 e Classe 3, embora a média da amostras classificam o pontos em Classe 3.

(6)

500000 ~ E o 50000 o ... à: ~ ~ 5000 UI J!! I: I!! G)

:s

o 500 E

...

G) 1-• Mean

I

Min-Max

-I

26333 4000 8667 6851 2500 1000

=r

1316

I

1000 200 200

"'

G) 50

E

g

o

() 41 22 5

Classe 1 Classe2 Classe3 - BG- -BC-

-PP-Origem

Figura S -Variação da concentraçllo de coliformes termotolerantes e comparação com a classificaçllo preconizada pela Resoluçllo CONAMA 3S7.

A Barragem Central possui uma média aproximada 40% maior de concentração de coliformes totais que a Barragem Central e Passagem de Pedra. As concentrações de coliformes termotolerantes sempre estiveram bem acima da preconização do limite máximo para Classe 3 da legislação vigente. Nesse ponto o rio corta o centro da cidade e vem recebendo lançamento de etl.uentes sem tratamento apresentando odor característico no local. 5000000 500000 ~ o 50000 o ... à: ~ 503333 348667 280000

~

27000

f

224792 88746 82500 ~ UI 5000

~

1-"'

G) 500

E

g

o

() 50 375 5 • Mem

I

Min-Max • BG • -BC- -PP-Origem

Figura 6 -Variação da concentração de collformes totais.

A barragem Passagem de Pedra, localizada a jusante da cidade, possue concentração média de coliformes totais semelhante à Barragem do Genésio, embora a concentração mínima seja bastante diferente. Em

(7)

termos de coliformes termotolerantes, há variação ao longo do período entre as Classes preconizadas, no entanto, a média das concentrações superam os limites para Classe 3.

3.2 Parâmetros tísicos (temperatura, cor e turbidez).

A temperatura nos três pontos esteve na faixa de 28 a 29,l°C, comuns na região. Esse parâmetro é utilizado na caracterização de corpos d'água e caracterização de águas residuárias. Seu aumento diminui a solubilidade dos gases, aumenta a taxa de reações químicas e biológicas em comparação com o normal e aumenta a transferência de gases, podendo gerar mau cheiro, no caso de liberação de gases enxofrados.

ORIGEM BG BC

pp

Tabela

m

-Resultados médios dos parâmetros fisicos

COR (mg!L Pt-Co/L) 34,33 151,96 190,63 TURBIDEZ (UNT) 6,13 15,33 37,79

A cor, proveniente dos sólidos dissolvidos, provém da decomposição da matéria orgânica, do ferro e do manganês. Diretamente a cor não apresenta riscos à saúde, porém num processo de tratamento de água a matéria orgânica dissolvida pode-se combinar com o cloro e formar compostos cancerigenos como os trihalometanos.

Com exceção da BG, que com relação à cor (Tabela III e Figura 7) poderia ser enquadrado como Classe 1, todos os outros pontos possuem média que superam os limites estabelecidos para Classe 2 e 3 (COR< 75 UH). 600 550 • Mean

I

Min-Max 532,00 500 450 400 380,67

~

o

350 ..!. 300 11. o::! a 250

g

o

o

200 190,63 150 151,98 100 50

o

75,00

=r

49,33

==:!

34,33 0,00 11,33 12,67 16,67 Classe2 -BG- -BC- - pp-Origem

Figura 7- Variaçlo da cor e comparaçlo com a classificaçlo preconizada pela Resoluçlo CONAMA 357.

A turbidez mede o grau de dificuldade em que um feixe luminoso é submetido ao atravessar uma amostra de

água

com presença de sólidos em suspensão (areia, silte, argila, detritos orgânicos, algas e bactérias).

Quando em alta concentração, reduz a fotossíntese das algas, influencia nas comunidades biológicas aquáticas e afeta a utilização do recurso para uso doméstico, industrial e recreacional.

Nas análises, a turbidez em PP apresenta valores acima da preconização para Classe 1 e 2, no entanto a média do período, assim como na BG e BC, estão abaixo do limite permito para Classe 1 (TURBIDEZ < 40 UNT). (Figura 8)

(8)

120 • Mean

I

Mln-Max 100 100 80 i=' I z 60 2 Gl

~

40 :::J 1-20 o 40

I

40

o

Classe 1 Classe2 9,00

==:!:

6,13 3,00 -BG-Origem 30,00

k

3,33 -BC-105,33 37,79 4,67

-PP-Figura 8- Varlaçio da turbidez e comparaçio com a classificaçlo preconizada pda Resoluçio CONAMA

357.

3.3 Parimetros químicos (pH, oxigênio dissolvido, demanda química de oxigênio e

nitrato).

Segundo Speling (1996), o potencial hidrogeniônico (pH)

é

um parâmetro deveras importante na caracterização de águas brutas e tratadas. Quando seu valor se afasta da neutralidade afeta a vida aquática do corpo aquático e/ou microrganismos responsáveis pelo tratamento biológico dos esgotos.

Os valores de pH (Figura 9) em todas as barragens variaram na faixa alcalina (7,37 a 8,79). Esses valores podem estar associados à formação natural do solo e se encaixaram na faixa estabelecida para águas doce Classe 1 (pH entre 6 e 9). ORIGEM BG

BC

pp pH 7,98 7,96 8,23

Tabela IV- Resultados médios dos parâmetros químicos

OXIGENIO DISSOLVIDO DEMANDA QUIMICA DE OXIGENIO

(mg/L ~) (mg/L) 8,308 23,97 6,664 40,58 9,334 44,58 NITRATO

(mg/LN)

0,74 2,85 1,02

(9)

9,50 9,00 8,79 9,00 8,50 8,15 8,13 ~ 8,23 8,00 ' 7,98

~

7,84 J: 7,50 c. 7,58 7,37 7,00 6,50 6,00 • Mean

I

Mln-Max 6,00 5,50 -BG- -BC- -PP- Classe 1 Origem

Figura 9- Variação do pH e comparaçio com a classificaçio preconizada pela Resoluçio CONAMA 357.

Águas poluídas são aquelas que apresentam baixa concentração de oxigênio dissolvido, devido ao seu consumo na decomposição de compostos orgânicos, enquanto que as águas limpas apresentam concentrações de oxigênio dissolvido elevadas, chegando até a um pouco abaixo da concentração de saturação (9,2 mgiL 02). No

entanto, uma água eutrofizada pode apresentar concentrações de oxigênio bem superiores a 1 O mg/L, mesmo em temperaturas superiores a 20°C, caracterizando uma situação de supersaturação.

Na Figura 10, a BG e PP apresentaram valores de máximo para oxigênio dissolvido acima da saturação. Encaixando-se na condição de eutrofização que é evidenciada pela coloração esverdeada na água indicando grande quantidade de algas, observação também evidenciada por Santos (2005). É provável que em épocas de menor vazão do rio, devido o aumento do tempo de permanência da água na barragem o processo seja acentuado causando proliferação de macrófitas aquáticas (Figura 2 e Figura 11) e a liberação de maus odores durante a decomposição da matéria morta.

A média de OD caracteriza os três pontos na Classe 1, embora tenha tido momentos no ano em que os níveis de oxigênios estavam na faixa de Classe 2 e 3.

(10)

14~~----~---~----~----~----~---~----~~ 12

§'

10

'f

... 8

i

I

6

J

~

4 2 (Saturaçlo- 20"C -181m)

I.

a

I

5 • MBII'I

I

Min-Max 5

I

4 10,66

I

8,50

1.3081

7,30 8,884 4,35 11,90 r -~ 9,334 _..._ 5,14 0~~----~---~----~----~----~----~~----~~

Classe 1 Classe 2 Classe 3 - BG - -BC-

-PP-Origem

Figura

10-Varlaçlo

ela eoneentraçlo de mgênlo dlaolvldo e eomparaçlo eom a eludfteaçlo

preeenlzacla pela Re1oluçlo

CONAMA 357.

Fonte (adaptado):

Google Earth

Figura

11 -

ProJiferaçio

de maerótitu a jusante da Barraaem Centtalaimbolizando

o proee110 de eutrofizaçio.

(11)

A Demanda Quúnica de Oxigênio (DQO) é a quantidade de oxigênio necessária para oxidação da

matéria orgânica através de um agente químico. O aumento da concentração de DQO num corpo d'água se deve principahnente a despejos de origem industrial, logo torna-se um parâmetro indispensável nos estudos de caracterização de esgotos sanitários e de efluentes industriais. Valendo salientar que a legislação não inclue esse parâmetro. (Figura 12)

A presença de matéria orgânica foi quantificada em termos de DQO. O ponto de melhor qualidade foi a BG (média 23,97 mgiL), dobrando de concentração para os outros dois pontos, BC 40,58mgiL, PP 44,58mgiL.

80 76,00

Mean

::r:::

Min-Max 70 80 60,33 50 ::J 44,58

-m

41,60 .§. 40 ~ 40,58 o CJ o 30 23,97 20 10 10,17 12,93 14,00

o

-BG- -BC- -PP-Origem

Figura 12 -V ariaçio das concentrações de demanda química de oxigênio.

A Figura 13 apresenta as concentrações de nitrato nos pontos amostrados. Todos os pontos de água doce apresentaram concentrações inferiores a 10mgiL estando dentro do limite da Classe 1.

12 • Mean

I

Min-Max 10 10,00 8 ~ z 6,47 ..J 6

-m

.§. o

!

4

z

2

o

2,85 2,00 1,82

~

~

0,00 0,07 0,10 0,10 Classe 1 -BG- -BC- - pp-Origem

(12)

Figura 13 -Variação da concentração de oxigênio dissolvido e comparação com a classi.ficaçio preconizada pela Resolução CONAMA 357.

Conforme verificado através da Tabela V, Figura 14, 15 e 16, as concentrações médias de metais cobre, zinco e cromo, assim como mercúrio e cádmio, que não detectados, atendem ao preconizado para águas doces Classe 1 (0,009 mg/L Cu, 0,18 mg/L Zn, 0,05mg /L Cr, respectivamente) (CONAMA, 2005). No entanto, para o cobre, houve momentos em que sua concentração estava bem acima do limite para Classe 3 (Cu< 0,013 mg!L). Com relação ao chumbo (Figura 17), todas as médias estão acima do limite permitido para Classe 3.

Tabela V- Resultados médios dos metais pesados.

ORIGEM MERCÚRIO (mg!L llg) (mgiLCd) CÁDMIO CHUMBO (mg!L Pb) CROMO COBRE ZINCO

(mg/L Cr)

(mg/L Cu)

(mgiLZn) BG ND ND 0,0407 0,0120 0,0088 0,0370 BC ND ND 0,0462 0,0072 0,0078 0,0189 pp ND ND 0,0562 0,0023 0,0090 0,0497 "' ND -Não detectável. 0,0300 0,0277 0,0253

MeM

I

Min-Max 0,0250 0,0203 0,0200 '5'

o

....1 0,0150 0,0130 à .§. l!! 0,0100 0,0090 0,0090 0,0090 .a 0,0088 o

I I

o

0,0078 0,0050 0,0000 0,0013 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000

-BG- -BC- -PP- Classe 1 Classe2 Classe3 Origem

Figura 14- Variação da concentração de cobre e comparação com a classificação preconizada pela Resolução CONAMA 357.

(13)

0,2000 0,1800 • MBlrl

I

Min-Max 0,1800 0,1600 0,1400 0,1257 0,1413 ê 0,1200 N o::! 0,1000 Cl

g

8 0,0800 .e N 0,0600 ~ 0,0497 0,0400 0,0370 0,0200 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 -BG- -BC- -PP- Classe 1 Origem

Figura 15 -V ariaçlo da concentraçlo de zinco e comparaçlo com a classificaçio preconizada pela Resoluçlo CONAMA 357. 0,06

MeM

I

Mln-Max 0,05 0,0500 0,0440 0,04 '"C' o o::! 0,03 Cl

g

0,0227 o E 0,02

e

o 0,01 0,0120 I 0,0072 0,0043 0,00

==r

0,0023 0,0000 0,0440 0,0440 0,0440 -BG- -BC- -PP- Classe 1 Origem

Figura 16- Variaçlo da concentração de cromo e comparação com a classificaçlo preconizada pela Resoluçlo CONAMA 357.

(14)

0,0800 0,0700 0,0600

:c

Q. 0,0500 ...J l:b 0,0400

s

o .c 0,0300 E :::l .r:: (.) 0,0200 0,0100 0,0000 0,0527

°·

0562 0,0407 0,0482

I

õ,MS3

0,0403

-0,0163 0,0100 • Meal

I

Min-Max 0,0330 r -0,0100

I I

0,0000 0,0000

-BG- -BC- -PP- Classe 1 Classe 2 Classe 3

Origem

Figura 17- V ariaçio da concentraçio de chumbo e comparação com a classificação preconizada pela Resoluçio CONAMA 357.

4. CONCLUSÕES

Após a análise dos resultados e as comparações com os padrões preconizados pela Resolução CONAMA n° 357, de 17 de março de 2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, pode-se tirar as seguintes conclusões:

- Das variáveis analisadas, os resultados de coliformes termotolerantes são aqueles que merecem maior atenção, pois todos os pontos apresentam concentrações superiores ao limite preconizado para Classe 3.

- Quanto à cor, deve-se atentar para os altos valores na Barragem Central e Passagem de Pedra (Classe 2

e 3).

- Referente ao oxigênio dissolvido, os pontos foram classificados como Classe 1. No entanto deve-se ressaltar que BG e PP apontam estado eutrófico (OD acima da saturação e elevada concentração de algas e macrófitas) em algumas amostras.

-Relativo ao chwnbo, único metal Classe 3, é necessário wna avaliação especifica no sentido de identificar os possíveis fatores contribuintes (naturais ou antrópicos).

- A pouca vazão verificada em algumas coletas exerce grande influência para o aumento das concentrações da maioria das variáveis analisas.

(15)

5. REFERÊNCIAS

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BAPTISTA, Gustavo Macedo de Mello. et al. Variação Sazonal da Vegetação e da Temperatura de Superficie em Mossoró/RN, por Meio de Dados ASTER. 2005. Disponível em: <http://marte.dpi.inpe.br/col/ltid.inpe.br/sbsr/2004/11.19.22.27/doc/2843.pdf>. Acesso em: < 23 de out. de 2006>.

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DINIZ, Ronaldo Fernandes (coord.). Estudo Balneabilidade das Praias do Estado do Rio Grande do Norte. Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte, Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte, Fundação de Apoio à Educação e ao Desenvolvimento Tecnológico do Rio Grande do Norte. 2006. Disponível em: < http://www.cefetru.br/programaagusvivalhpprograma.htm>. Acesso em: <23 de out. de 2006>.

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VIANA, Guarany Marques. Sistemas Públicos de Abastecimento de Água. João Pessoa, 1997.

VON SPERUNG, Marcos. Introdução à Qualidade das Águas e ao Tratamento de Esgotos. 2 ed. Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental; Universidade Federal de Minas Gerais, 1996.

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