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DIREITO AO PROTESTO APRENDENDO SOBRE NOSSOS DIREITOS HUMANOS PLANO DE ATIVIDADE ESCREVA POR DIREITOS

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DIREITO AO

PROTESTO

PLANO DE ATIVIDADE

SOBRE NOSSOS

DIREITOS HUMANOS

(2)

A Anistia Internacional é um movimento global com mais de 7 milhões de pessoas, que encaram a injustiça como uma questão pessoal. Trabalhamos por um mundo em que os direitos humanos possam ser exercidos por todas as pessoas em todos os lugares.

Investigamos e expomos os fatos, onde quer que os abusos ocorram. Fazemos pressão sobre governos e outros grupos poderosos, como por exemplo empresas, para garantir que mantenham suas promessas e respeitem a legislação internacional. Ao trazer a público as histórias das pessoas com quem trabalhamos, mobilizamos milhões de apoiadores no mundo todo para entrarem em ação em favor de mudanças e pela defesa de ativistas que atuam na linha de frente. Apoiamos pessoas para que reivindiquem seus direitos, realizando capacitação e formação.

Nosso trabalho protege e empodera as pessoas - desde a abolição da pena de morte até os avanços nos direitos sexuais e reprodutivos, desde o combate à discriminação até a defesa dos direitos de pessoas refugiadas e migrantes. Ajudamos a levar torturadores aos tribunais, a mudar legislações opressivas, e a libertar as pessoas que foram presas apenas por expressarem sua opinião. Falamos abertamente em nome de toda e qualquer pessoa cuja liberdade ou dignidade esteja sob ameaça.

A campanha internacional “Escreva por Direitos” ocorre todos os anos para celebrar o dia 10 de dezembro, data em que se comemora a adoção, em 1948, da Declaração Universal dos Direitos Humanos. O objetivo da campanha “Escreva por Direitos” é promover mudanças nas vidas de pessoas ou populações que sofreram ou estão ameaçadas de violações dos seus direitos humanos. Dentre as múltiplas ações desenvolvidas como parte dessa campanha, a Anistia Internacional expõe casos individuais a autoridades capazes de mudar a situação, dá visibilidade àqueles casos organizando manifestações e ações públicas, e traz o assunto à atenção internacional através da mídia e da exposição via Internet.

Uma parte importante da campanha “Escreva por Direitos” consiste em uma maratona de escrita e envio de cartas e envolve milhões de pessoas em todo o mundo. Como resultado desta chamada internacional, as autoridades públicas sofrem um intenso “bombardeio” de cartas. Vítimas de torturas,

SOBRE A ANISTIA

INTERNACIONAL

prisioneiros de consciência e condenados à pena de morte recebem mensagens de solidariedade de milhares de pessoas de todos os cantos do mundo. Pessoas sofrendo violações fi cam cientes de que seus casos estão sendo trazidos à atenção publica. Sabem que não foram esquecidos.

Os resultados de campanhas similares em anos anteriores foram surpreendentes. Várias pessoas atingidas por essas violações relataram como essas cartas fi zeram a diferença para elas, expressaram sua gratidão àqueles que as escreveram e frequentemente descrevem a sensação de alento que experimentaram ao tomar conhecimento de que tantas pessoas estão atentas ao seu caso.

Com frequência, notamos mudança de atitude dessas autoridades para com essas pessoas: as acusações são retiradas, elas são tratadas com menos violência, e surgem novas leis e regulamentos direcionados ao problema.

ESCREVA POR DIREITOS

INTRODUÇÃO AOS DIREITOS HUMANOS

© Amnesty International

Passeata em frente à Embaixada da Turquia em Londres, Reino Unido. 12 de julho de 2017.

(3)

HISTÓRIAS DE SUCESSO

DA CAMPANHA DE 2016

Muhammad Bekzhanov [direita], um dos jornalistas que passou

mais tempo na prisão em todo o mundo, foi libertado em fevereiro de 2017 após 17 anos atrás das grades. Centenas de milhares de pessoas no mundo inteiro escreveram para exigir sua libertação.

“Receber suas cartas na

prisão foi muito reconfortante.

Obrigado!”

As acusações penais contra Máxima Acuña [direita], uma camponesa que desafi ou uma das maiores empresas de extração de ouro, foram retiradas em maio de 2017. Mais de 150.000 pessoas mandaram mensagens de solidariedade pra ela.

“Continuem a apoiar e a ajudar.

E não só a mim, ok?”

Você poderá ver mais histórias de sucesso no endereço www.escrevapordireitos.anistia.org.br

A denunciante Chelsea Manning [esquerda] foi libertada em maio de 2017, depois que sua sentença de 35 anos foi perdoada pelo ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama. Mais de duzentas e cinquenta mil pessoas pediram sua libertação.

“Gostaria de ter tempo e possibilidade

para agradecer a cada um de vocês

por essa pequena alegria proporcionada

por cada carta ou cartão. ”

LIBERTADO NO USBEKISTÃO

ACUSAÇÕES RETIRADAS NO PERU

LIBERTADA NOS ESTADOS UNIDOS

INTRODUÇÃO AOS DIREITOS HUMANOS

© Private

(4)

Os direitos humanos são as proteções e liberdades básicas que cabem a cada um e cada uma de nós. Fundamentam-se nos princípios de dignidade, de igualdade e de respeito mútuo – independentemente da idade, da nacionalidade, do gênero, da raça, das crenças e das orientações pessoais.

Ter direitos signifi ca ser tratado de forma justa e tratar os demais da mesma forma, e dispor da capacidade de fazer escolhas com relação à própria vida. Esses direitos humanos básicos são universais – eles pertencem a cada um e cada uma de nós: pertencem a todas as pessoas no mundo. Eles são inalienáveis – não podem ser retirados. São também indivisíveis e interdependentes – têm a mesma importância e são inter-relacionados.

Desde as atrocidades cometidas durante a Segunda Guerra Mundial, os instrumentos internacionais de direitos humanos têm proporcionado uma estrutura sólida para o estabelecimento de legislações nacionais, regionais e internacionais comprometidas com a melhoria da vida no mundo inteiro. Os direitos humanos devem ser considerados como leis para os governos. Eles criam a obrigação, por parte dos governos ou das autoridades, de proteger e atender aos direitos não só daqueles que estão sob sua jurisdição, mas também no exterior. Direitos humanos não são um “luxo” a serem garantidos somente quando as condições favorecem.

A DUDH foi aprovada pela recém criada Organização das Nações Unidas criada imediatamente após o fi m da Segunda Guerra Mundial. Desde 1948, ela vem constituindo a espinha dorsal do sistema universal dos direito humanos. Cada um dos países do mundo aceitou submeter-se aos princípios gerais expressos nos 30 artigos do documento.

A DUDH, como seu próprio nome sugere, é uma declaração de intenções por parte de cada um dos governos do mundo, de que irá respeitar determinadas normas no tratamento individual a seres humanos. Os direitos humanos tornaram-se parte integrante da legislação internacional. Desde a adoção desta Declaração, numerosas outras leis e tratados vinculantes foram aprovados a partir desses princípios. São essas leis e tratados que constituem a base para que organizações como a Anistia Internacional possa demandar de governos a abolir comportamentos e tratamentos dos tipos sofrido pelos casos de nossa campanha Escreva por Direitos.

Cinquenta anos após a adoção da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a ONU reconheceu que as pessoas que se posicionavam em defesa dos direitos humanos precisavam de apoio, tanto das instituições quanto dos indivíduos. Em dezembro de 1998, a Assembleia Geral da ONU aprovou a “Declaração das Nações Unidas sobre o Direito e a Responsabilidade das Pessoas, Grupos e Organizações da Sociedade de Promover e Proteger os Direitos Humanos e Liberdades Fundamentais Universalmente Reconhecidos” – conhecida como a Declaração sobre os Defensores de Direitos Humanos. Ela dá uma defi nição do que é um defensor dos Direitos Humanos e estabelece as responsabilidades dos governos, da sociedade civil e das pessoas na sua proteção e defesa.

A Declaração é um instrumento internacional de proteção do direito à defesa dos direitos humanos. Não cria novos direitos, mas reafi rma os existentes e essenciais para a sua defesa, entre eles os direitos à liberdade de associação, à liberdade de manifestação pacífi ca, à liberdade de opinião e expressão, ao acesso à informações ligadas aos direitos humanos, além do direito de fornecer assistência legal e a liberdade de desenvolver e debater novas ideias na área dos direitos humanos.

SOBRE OS

DIREITOS HUMANOS

A DECLARAÇÃO UNIVERSAL

DOS DIREITOS HUMANOS (DUDH)

DECLARAÇÃO SOBRE DEFENSORES E

DEFENSORAS DE DIREITOS HUMANOS

(5)

DIREITOS E LIBERDADES CIVIS

Direito à vida, proibição de tortura e escravidão, direito à não discriminação.

Artigo 1 Liberdade e igualdade em dignidade e em direitos Artigo 2 Não discriminação .

Artigo 3 Direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal Artigo 4 Direito de não ser submetido à escravidão Artigo 5 Direito de não ser submetido à tortura

DIREITOS LEGAIS

Direito à presunção de inocência, a um processo justo, a não ser preso ou detido arbitrariamente.

Artigo 6 Direito ao reconhecimento como pessoa perante a lei

Artigo 7 A lei é igual e deve ser aplicada da mesma maneira para todas as pessoas de um país Artigo 8 Direito a receber remédio efetivo para violações de direitos fundamentais Artigo 9 Ninguém sofrerá detenção, prisão ou exílio arbitrário

Artigo 10 Direito a um julgamento justo

Artigo 11 Presunção de inocência até prova de culpa

Artigo 14 Direito de pedir proteção, como solicitar asilo em outro país

DIREITOS SOCIAIS

Direito à educação, constituir e manter família, direito a recreação, direito à saúde.

Artigo 12 Direito à privacidade e direito a um lar e uma vida em família

Artigo 13 Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção dentro das fronteiras de seu país. Todos têm o direito de deixar um país e retonar ao seu lar Artigo 16 Direito a constituir família, sem restrição de raça, nacionalidade ou religião Artigo 24 Direito a descanso e lazer

Artigo 26 Direito à educação, inclusive ao ensino primário gratuito, no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana

DIREITOS ECONÔMICOS

Direito à propriedade, ao trabalho, a moradia, à aposentadoria e padrão de vida adequados.

Artigo 15 Direito à nacionalidade Artigo 17 Direito à propriedade e posse Artigo 22 Direito à seguridade social

Artigo 23 Direito a trabalhar por um salário justo e à sindicalização

Artigo 25 Direito a um padrão de vida adequado para sua saúde e bem-estar

DIREITOS POLÍTICOS

Direito de participar do governo do país, direito de votar, direito a reunião pacífi ca, á liberdade de expressão, crença e religião

Artigo 18 Direito de crença (inclusive crença religiosa)

Artigo 19 Liberdade de expressão e direito de disseminar informação Artigo 20 Direito a associação e reunião pacífi ca

Artigo 21 Direito a participar do governo de seu país

DIREITOS CULTURAIS

E DE SOLIDARIEDADE

Direito de participar da vida cultural do grupo.

Artigo 27 Direito a participar da vida cultural da comunidade Artigo 28 Direito a uma ordem internacional

Artigo 29 Responsabilidade em relação aos direitos de outros Artigo 30 Proibição de atentar contra quaisquer desses direitos

DECLARAÇÃO UNIVERSAL

DOS DIREITOS HUMANOS

INTRODUÇÃO AOS DIREITOS HUMANOS

(6)

SOBRE ESTA ATIVIDADE

Participantes utilizarão o caso de dois defensores dos direitos humanos nos Territórios Ocupados da Palestina para se familiarizarem com os direitos da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH).

CONCEITOS-CHAVE

J J Defensores de direitos humanos J J Direito a um julgamento justo J J Prisão arbitrária J J Não discriminação J J Liberdade de expressão J J Liberdade de manifestação

DIREITO AO

PROTESTO

IDADE:

A partir de 14 anos

RESULTADOS DO APRENDIZADO

J

J Conhecimento sobre algumas violações de direitos contra os palestinos nos Territórios Ocupados (Cisjordânia, inclusive Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza)

J

J Capacidade de identificar os direitos da DUDH relativos a violações específicas

J

J Participação na campanha Escreva por Direitos da Anistia Internacional, e prepapro para escrever uma carta de apoio a uma das pessoas da campanha.

PREPARAÇÃO E

RECURSOS

Separe as fichas adequadas e as fichas de narrativa nas páginas 5 e 10.

Você precisará de um conjunto de fichas para cada grupo de 4-5 pessoas.

1. Se as pessoas não estiverem familiarizadas com os Direitos Humanos, dê-lhes

algumas breves informações constantes da página 4 e apresente a Declaração

Universal dos Direitos Humanos.

} Você poderá acessar www.escrevapordireitos.anistia.org.br ou pedir que leiam a versão abreviada da DUDH apresentada na página 5

} Pergunte-lhes o que eles entendem pela expressão “Defensores de direitos humanos” e se poderiam citar o nome de algum defensor no presente ou no passado?

PLANO DE ATIVIDADE

10 MINUTOS

APRESENTAÇÃO DA DUDH

TEMPO NECESSÁRIO:

45 minutos

(7)

2. Explique que nessa atividade serão examinados os casos de dois defensores dos

direitos humanos de Hebron e de Belén, duas cidades situadas nos Territórios

Ocupados da Palestina. Apresente Farid al-Atrash e Issa Amro, utilizando algumas

das informações contidas na página 10.

3. Organize os participantes em grupos de 4 a 5 pessoas, e dê a cada grupo um

conjunto de fichas de narrativas extraídas da página 11. Não distribua ainda as fichas

dos direitos

4. Peça que leiam a história no seu próprio grupo e que conversem para entender que

entendam bem o que ocorreu.

5. Após um prazo de 5 minutos, explique a tarefa a realizada com as fichas de direitos.

} Cada grupo receberá 7 fichas representando diferentes direitos humanos da DUDH. } Cada uma dessas fichas deverá corresponder a uma das fichas distribuídas

anteriormente que relatam o que aconteceu com Farid e Issa.

} MAS... pode acontecer que algumas de suas fichas correspondam a mais de um direito. Você terá de escolher uma delas, de forma a combinar todas as suas fichas de direitos e todas suas fichas de narrativa.

6. Distribua o conjunto de fichas de direitos e peça as pessoas que iniciem a tarefa de

combinar as fichas

7. Verifique as respostas apresentadas pelos grupos ao término da tarefa para ver se

eles conseguiram fazer a correspondência correta.

8. Utilize algumas das perguntas abaixo para verificar o que eles entenderam em

decorrência da atividade:

} Foi fácil fazer a correspondência das fichas? Houve alguma dificuldade? } Algum direito não foi totalmente compreendido?

} Qual das fichas de narrativa poderia corresponder a mais de um direito? Que direitos?

} Qual a sua impressão geral sobre as histórias de Farid e de Issa? Alguma coisa te surpreendeu ou chocou?

Opcional:

Você pode mostrar o vídeo de Issa e Farid em www.escrevapordireitos. anistia.org.br

20 MINUTOS

10 MINUTOS

ATIVIDADE: CORRESPONDÊNCIA DOS

DIREITOS HUMANOS

(8)

9. Use as informações da página 2 para fornecer informações sobre a campanha

Escreva por Direitos da Anistia Internacional. Diga-lhes que eles poderão apoiar Issa

e Farid de duas formas:

} Participantes poderão escrever diretamente para Issa e Farid, expressando seu apoio e sua admiração pelo trabalho que estão realizando. Isso tranquilizará os dois defensores e lhes mostrará que outras pessoas no mundo inteiro se preocupam com os seus direitos.

} Poderão também escrever ao Primeiro Ministro de Israel, instando-o a retirar imediatamente todas as acusações contra Issa e Farid.

Você poderá obter informações adicionais nos endereços e nos conteúdos recomendados a seguir.

Opcional:

Você pode utilizar o video encontrado no endereço www. escrevapordireitos. anistia.org.br para apresentar a campanha Escreva por Direitos.

5 MINUTOS

A ANISTIA INTERNACIONAL

(9)

1. Incentive as pessoas a escreverem para Issa e Farid expressando sua solidariedade,

admiração ou qualquer outro sentimento positivo que tenham por eles. Peça que

eles pensem no que eles poderiam desejar ouvir nesse momento difícil. Você poderá

mandar sua mensagem para o seguinte endereço:

Amnesty International

PO BOX 42 626

Jerusalem, Israel

Para mensagens de solidariedade, use a hastag#FaridandIssa se sua mensagem for postada no Twitter ou no Facebook. A hashtag lhes permitirá ver todas as mensagens. Ao postar no Facebook, assegure-se de que a mensagem seja “pública”.

2. Incentive a escreverem para o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu, no endereço

abaixo:

Office of the Prime Minister,

3 Kaplan St, PO Box 187 Kiryat Ben-Gurion,

Jerusalem 91950, Israel

Você poderá passar as seguintes orientações para ajuda-los a escrever suas cartas:

FAÇA COM QUE SUA CARTA AO PRIMEIRO MINISTRO TENHA UM CUNHO PESSOAL:

} Conte a ele alguma coisa sobre você

} Diga a ele o que te deixa chocado no caso de Issa Amro e Farid al-Atrash

} Peça-lhe que retire imediatamente todas as acusações contra Issa Amro e Farid al-Atrash, e demande a ele que faça cessar imediatamente as perseguições contra eles e outros defensores dos direitos humanos nos Territórios Palestinos Ocupados } Solicite a investigação imediata das queixas de Issa Amro e Farid al-Atrash

relativamente a maus tratos por parte do exército e da polícia de Israel, e leve os responsáveis à justiça.

Se você quiser conhecer os outros casos da Escreva Por Direitos 2017 acesse:

www.escrevapordireitos.anistia.org.br . Com apenas um clique, você pode entrar em ação e assinar todas as cartas de uma única vez.

ESCREVA UMA CARTA –

SALVE UMA VIDA

(10)

FARID AL-ATRASH

E ISSA AMRO

Issa Amro dirige um centro para a juventude em Hebron, o Youth Against Settlements (Jovens Contra Assentamentos), voltado para um ativismo não violento, contra a ocupação do território da Palestina por Israel. Issa Amro e o seu centro documentam violações contra os direitos humanos, organizam campanhas e manifestações pacíficas, e divulgam informações sobre os assentamentos de Israel e a ocupação militar a visitantes, jornalistas e diplomatas.

Farid al-Atrash é advogado e ativista palestino de Belém. Seu trabalho como advogado na instituição nacional de direitos humanos do Estado da Palestina consiste em observar as autoridades palestinas. Ele também atua em diversas organizações da sociedade civil palestina que trabalham em prol de uma oposição pacífica à ocupação de Israel e às violações aos direitos humanos decorrentes dessa ocupação.

Issa Amro e Farid al-Atrash são dois defensores pacíficos dos direitos humanos que lutam ativamente contra violações aos direitos humanos resultantes da ocupação do território palestino por Israel. Dentre essas violações aos direitos humanos estão as centenas de assentamentos israelenses (colônias) que dizimam as cidades palestinas ao longo de toda a Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, onde centenas de milhares de colonos israelenses vivem e trabalham em terras subtraídas dos palestinos. Esses assentamentos israelenses são crimes de guerra.

FICHA DO CASO

Israel

Gaza strip West Bank

(11)

Fichas de narrativas

Fichas dos direitos

1 Em 1994, o exército de Israel fechou uma rua palestina na cidade de Hebron na Cisjordânia,

denominada Rua al-Shuhada, depois que um colono israelense matou 29 devotos palestinos em uma mesquita. O exército também proibiu palestinos que não moram no local de percorrerem aquela rua. As mesmas restrições não foram impostas aos colonos israelenses, que residem ilegalmente em Hebron.

Artigo 2:

Direito à não discriminação 2 Em 26 de fevereiro de 2016, ativistas palestinos organizaram um protesto pacífico em Hebron

reivindicando a reabertura da Rua al-Shuhada, o fim das restrições à circulação de palestinos, e a remoção dos colonos israelenses dos Territórios Ocupados da Palestina, que vivem ilegalmente em terras palestinas. As forças israelenses lançaram bombas sonoras e de gás lacrimogêneo contra os manifestantes.

Artigo 20:

Liberdade de manifestação

3 Issa Amro organizou o protesto, do qual tanto ele como Farid al-Atrash participaram. Um vídeo mostra Farid carregando pacificamente um cartaz com os dizeres “Abram a Rua al-Shuhada” diante dos soldados israelenses, e em seguida sendo empurrado e arrastado violentamente por vários soldados.

Artigo 19:

Liberdade de expressão 4 Em 27 de fevereiro de 2016, Farid al-Atrash foi levado à presença de um tribunal militar israelense,

embora não fosse militar. As cinco acusações contra ele iam desde a participação em uma

manifestação de protesto (Ordem Militar 101) até o ataque a soldados. Ele foi liberado mediante fiança em 1o de março de 2016.

Artigo 10:

Direito a um processo justo 5 Issa Amro enfrenta constantes perseguições e intimidações devido às suas atividades pacíficas contra

a ocupação israelense, inclusive assentamentos, em Hebron. Ele já foi preso, algemado, teve os olhos vendados e foi detido, às vezes sem que sua prisão fosse registrada devidamente

Artigo 3:

Direito à vida, à liberdade e à segurança 6 Issa Amro foi preso em 29 de fevereiro de 2016 no centro que ele dirige em Hebron por conta da sua

atuação no protesto de 26 de fevereiro. Foi liberado mediante fiança em 1o de março de 2016. Tem contra si um total de 18 acusações, algumas datando de 2010. Algumas dessas acusações, como “participação em passeata sem permissão“ (Ordem Militar 101), não constituem crime segundo as normas internacionais.

Artigo 9:

Direito de não ser submetido a prisão arbitrária

7 Farid al-Atrash e Issa Amro negam as acusações que pesam contra eles. Issa Amro contou à Anistia Internacional que em determinada ocasião, em julho de 2013, motivo pelo qual está sendo acusado, foi tão fortemente espancado nas costas por um policial israelense que ainda tomava medicamentos três anos depois. Farid al-Atrash diz que foi mantido durante cinco dias após sua prisão em condições desumanas, inclusive dentro de um armário do seu tamanho onde mal podia respirar, enquanto era transportado em um veículo do exército israelense.

Artigo 5:

Direito de não ser submetido a tratamento desumano ou

degradante 8 Ambos estão sedo julgados por um tribunal militar israelense, onde 95-99% dos casos envolvendo

palestinos terminam em condenação. Por outro lado, os colonos israelenses são julgados em tribunais civis, onde os direitos a um julgamento justo têm maior probabilidade de serem respeitados.

Artigo 10:

Direito a um processo justo

FICHAS DA ATIVIDADE

ATIVIDADE

Em 5 de junho de 1967 iniciou-se um conflito armado entre Israel e seus vizinhos árabes - Egito, Jordânia e Síria, que se estendeu por seis dias No fim do conflito Israel havia capturado a península do Sinai, a Cisjordânia, inclusive Jerusalém Oriental , a Faixa de Gaza e as colinas de Golã. Israel devolveu o Sinai ao Egito em 1982 como parte de um acordo de paz. Entretanto, a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e as Colinas de Golã seguem ocupadas por Israel até

os dias atuais, 50 anos depois. Desde então, Israel construiu centenas de assentamentos ilegais (colônias), onde vivem e trabalham centenas de milhares de colonos israelenses, em terras palestinas ocupadas na Cisjordânia, inclusive Jerusalém Oriental, e até 2005 em Gaza. Os assentamentos constituem uma das principais forças motrizes por trás das massivas violações aos direitos humanos decorrentes da ocupação israelense ao longo desses 50 anos.

(12)

Índice: POL 32/6948/2017

setembro de 2017

Ilustrações da capa:

© Rebecca Hendin

A Anistia Internacional é um movimento global de mais

de 7 milhões de pessoas lutando por um mundo em que

os direitos humanos possam ser exercidos por todas as

pessoas, em todos os lugares.

Nosso propósito é fazer com que cada pessoa possa

exercer todos os direitos consagrados na Declaração

Universal dos Direitos Humanos e outras normas

internacionais sobre os direitos humanos.

Não dependemos de qualquer governo, ideologia política,

interesse econômico ou religião. Nossos recursos provêm

somente de nossos membros e de doações públicas.

ANISTIA INTERNACIONAL BRASIL

www.anistia.org.br e: contato@anistia.org.br t: +55-21-3174-8601 Caixa Postal: 16951 /anistiainternacionabrasil @anistiaonline @anistiabrasil /anistiabrasil Index: POL 32/6948/2017

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