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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PROGRAMA DE DISCIPLINA

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS

PROGRAMA DE DISCIPLINA CURSO: HISTÓRIA SOCIAL

NOME DA DISCIPLINA

A secularização como problema histórico e teórico DOCENTE: Prof. Dr. Victor de Oliveira Pinto Coelho

EMENTA

1) Partimos da diferenciação estabelecida por Charles Taylor sobre o entendimento da secularização: (a) como esvaziamento e eliminação da religião nos espaços e instituições públicas, tendo como centro a separação entre Estado e religião;

abandono de convicções e práticas religiosas no âmbito da sociedade e cultura;

mudança no estatuto apriorístico da religião, ou seja, a passagem para uma era (moderna) em que a fé torna-se problematizável e tida como uma opção. Assim como Taylor, enfatizaremos o entendimento “c” (embora não desligado dos dois primeiros), enfatizando a

de uma nova época pela ciência e pela técnica, sua crescente autonomização e também pela nova concepção de subjetividade. De forma aparentemente paradoxal, tal ênfase deve trazer também a crítica da concepção da história

(suposta) “superação” da religião pela razão.

2) Com isso, destacamos a contribuição de Hans Blumenberg: sua defesa da legitimidade dos tempos modernos traz uma discussão sobre a configuração, na modernidade, de uma transcendência não metafísica (mundana), ou seja, o âmbito da ciência e da técnica

outro lado, em sua crescente autonomização, impulsionou a ideia moderna e ocidental de história como Progresso da Humanidade. Nesse sentido, buscamos mostrar a importância da junção da história das ideias e representações com uma problematização teórica e analítica; e também indicaremos alguns pontos de contato com a obra de M. Foucault em termos da quebra da linearidade da história e do foco sobre a constituição de novos saberes.

3) Por fim, a partir dos dois primeiros pontos,

filosofias da história, em especial a versão iluminista de que a época moderna seria a da “quebra dos grilhões” (religião, metafísica, imaginário...) que represavam as capac evolutivas e racionais da humanidade; mas também iremos problematizar a tese (de Karl Löwith) da equivalência entre as filosofias da história e a concepção Providencial (judaico cristã), que enfatiza o telos (sentido

como surge no século XIX, enquanto constituição de uma

visando a estabelecer uma mediação entre passado e presente, entre contingência e entre ciência e valor; iii) retornando criticament

discutiremos a teoria da história subjacente a alguma teses da secularização e, recentemente da era “pós-secular” ou da “dessecularização”.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA SOCIAL Nível Mestrado Disciplina optativa PROGRAMA DE DISCIPLINA PERÍODO: 2015. histórico e teórico CÓDIGO CARGA HORÁRIA: Victor de Oliveira Pinto Coelho

Partimos da diferenciação estabelecida por Charles Taylor sobre o entendimento da como esvaziamento e eliminação da religião nos espaços e instituições públicas, tendo como centro a separação entre Estado e religião; (b) como crescente abandono de convicções e práticas religiosas no âmbito da sociedade e cultura;

tatuto apriorístico da religião, ou seja, a passagem para uma era (moderna) em se problematizável e tida como uma opção. Assim como Taylor, enfatizaremos o entendimento “c” (embora não desligado dos dois primeiros), enfatizando a

de uma nova época pela ciência e pela técnica, sua crescente autonomização e também pela nova concepção de subjetividade. De forma aparentemente paradoxal, tal ênfase deve trazer também a crítica da concepção da história-progresso, concepção essa que impl

(suposta) “superação” da religião pela razão.

Com isso, destacamos a contribuição de Hans Blumenberg: sua defesa da legitimidade dos tempos modernos traz uma discussão sobre a configuração, na modernidade, de uma

ísica (mundana), ou seja, o âmbito da ciência e da técnica

outro lado, em sua crescente autonomização, impulsionou a ideia moderna e ocidental de história como Progresso da Humanidade. Nesse sentido, buscamos mostrar a importância da istória das ideias e representações com uma problematização teórica e analítica; e também indicaremos alguns pontos de contato com a obra de M. Foucault em termos da quebra da linearidade da história e do foco sobre a constituição de novos saberes.

fim, a partir dos dois primeiros pontos, i) colocaremos em perspectiva crítica as filosofias da história, em especial a versão iluminista de que a época moderna seria a da “quebra dos grilhões” (religião, metafísica, imaginário...) que represavam as capac evolutivas e racionais da humanidade; mas também iremos problematizar a tese (de Karl Löwith) da equivalência entre as filosofias da história e a concepção Providencial (judaico

(sentido-objetivo-futuro); ii) enfatizaremos a teoria da história, tal como surge no século XIX, enquanto constituição de uma terceira instância

visando a estabelecer uma mediação entre passado e presente, entre contingência e

retornando criticamente à noção “b” sobre secularização (item 1), discutiremos a teoria da história subjacente a alguma teses da secularização e, recentemente

secular” ou da “dessecularização”.

GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA SOCIAL

2015.2

CARGA HORÁRIA: 30 hs

Partimos da diferenciação estabelecida por Charles Taylor sobre o entendimento da como esvaziamento e eliminação da religião nos espaços e instituições como crescente abandono de convicções e práticas religiosas no âmbito da sociedade e cultura; (c) como tatuto apriorístico da religião, ou seja, a passagem para uma era (moderna) em se problematizável e tida como uma opção. Assim como Taylor, enfatizaremos o entendimento “c” (embora não desligado dos dois primeiros), enfatizando a configuração de uma nova época pela ciência e pela técnica, sua crescente autonomização e também pela nova concepção de subjetividade. De forma aparentemente paradoxal, tal ênfase deve trazer progresso, concepção essa que implica a noção da Com isso, destacamos a contribuição de Hans Blumenberg: sua defesa da legitimidade dos tempos modernos traz uma discussão sobre a configuração, na modernidade, de uma ísica (mundana), ou seja, o âmbito da ciência e da técnica – que, por outro lado, em sua crescente autonomização, impulsionou a ideia moderna e ocidental de história como Progresso da Humanidade. Nesse sentido, buscamos mostrar a importância da istória das ideias e representações com uma problematização teórica e analítica; e também indicaremos alguns pontos de contato com a obra de M. Foucault em termos da quebra da linearidade da história e do foco sobre a constituição de novos saberes.

colocaremos em perspectiva crítica as filosofias da história, em especial a versão iluminista de que a época moderna seria a da “quebra dos grilhões” (religião, metafísica, imaginário...) que represavam as capacidades evolutivas e racionais da humanidade; mas também iremos problematizar a tese (de Karl Löwith) da equivalência entre as filosofias da história e a concepção Providencial

(judaico-mos a teoria da história, tal terceira instância (Humboldt) visando a estabelecer uma mediação entre passado e presente, entre contingência e sentido, e à noção “b” sobre secularização (item 1), discutiremos a teoria da história subjacente a alguma teses da secularização e, recentemente

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OBJETIVOS

Estabelecer um entendimento sobre o problema da secularização e suas diferentes concepções e caminhos de análise. Clareando seu caráter transdisciplinar, procuramos, no entanto, destacar sua natureza essencialmente histórica, implicando uma necessária discussão no âmbito da teoria da história. Enfatizaremos, sob tais parâmetros e ao longo dos três módulos da disciplina, a conexão entre secularização e historicidade moderna, com atenção para a questão dos fundamentos da modernidade enquanto uma era singular.

METODOLOGIA

Aula expositiva com indicação prévia de leituras para discussão. Seminários e debates. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

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BIBLIOGRAFIA Texto introdutório

TAYLOR, Charles. Introdução. In: Uma era secular. Tradução: Nélio Schneider e Luiza Araújo. São Leopoldo, RS: Ed. UNISINOS, 2010, p. 13-37.

Bibliografia geral (os textos específicos para aulas e seminários serão selecionados ao longo do curso; não será cobrada leitura de texto em língua com que o aluno não tenha afinidade)

ASAD, Talad. Formations of the Secular. Christianity, Islam, Modernity. Stanford: Stanford University Press, 2003.

ASAD, Talad; BROWN, Wendy; BUTLER, Judith; MAHMOOD, Saba. Is Critique Secular? Blasphemy, Injury, and Free Speech. Berkeley: Townsend Papers in the Humanities, 2009.

BLUMENBERG, Hans. Historia del espíritu de la técnica. Valencia, Editorial Pre-Textos. 2013a.

______________. Imitação da natureza: contribuição à pré-história da ideia do homem criador. In: COSTA LIMA, Luiz (Org.). Mímesis e a reflexão contemporânea. Tradução de Luiz Costa Lima. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2010b. p. 87-135.

______________. La légitimité des Temps modernes. Trad. Marc Sagnol, Jean-Louis Schlegel et Denis Trierweiller. Paris: Gallimar, 1999. // The Legitimacy of the Modern Age. Trans. Robert M. Wallace. Cambridge: MIT Press, 1986.

______________. Teoria da não conceitualidade. Tradução de Luiz Costa Lima. Belo Horizonte: UFMG, 2013b.

BUTLER, Judith; HABERMAS, Jürgen; TAYLOR, Charles; WEST, Cornel. The Power of Religion in the

Public Sphere. Edited with an introduction by Eduardo Mendieta and Jonathan VanAntwerpen; with an

afterword by Craig Calhoun New York: Columbia University Press, 2011.

CARREIRO, Gamaliel da Silva; FERRETI, Sergio Figueiredo; SANTOS, Lyndon Araújo (orgs.). Missa,

Culto e Tambor: os espaços da religião no Brasil. São Luís: EDUFMA/FAPEMA, 2012.

CARREIRO, Gamaliel da Silva; SANTOS, Lyndon Araújo dos; FERRETI, Sergio F.; SANTOS, Thiago Lima dos (orgs.). Todas as águas vão para o mar: poder, cultura e devoção nas religiões. São Luís: EDUFMA, 2013.

CERTEAU, Michel de. A escrita da história. Trad. Maria de Lourdes Menezes. 3a ed. Rio de Janeiro: Forense, 2011.

COELHO, Victor de O. P. Entre o niilismo e a legitimidade do espaço simbólico. Diálogo com Schmitt, Heidegger e Blumenberg. Horizonte: Revista de Estudos de Teologia e Ciências da Religião (Online), v. 12, p. 183-210, 2014.

COSTA LIMA, Luiz. História. Ficção. Literatura. São Paulo: Cia. das Letras, 2006.

____________. Limites da Voz. Montaigne, Schlegel, Kafka. 2a ed. revisada. Rio de Janeiro: Topbooks, 2005.

____________. Mímesis: desafio ao pensamento. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.

FREITAS, Renan S. A sociologia da religião como recapitulação da teologia cristã: Weber e as raízes proféticas do racionalismo ocidental. Revista Brasileira de Ciências Sociais, V. 22, nº 65, outubro/2007, p. 109-125.

FŒSSEL, Michaël. Le modèle de la sécularisation: quel concept de monde? In: FŒSSEL, M; KERVEGAN, J-F; d’ALLONNES, M. R (direc.). Modernité e sécularisation. Paris: CNRS Editions, 2007.

FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas. Uma arqueologia das ciências humanas. Trad. Salma Tannus Muchail. 9a ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

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___________. História da Loucura na Idade Clássica. São Paulo: Perspectiva, 1978.

___________. História da Sexualidade I: a vontade de saber. Trad. Maria Thereza da Costa Albuquerque e J. A. Guilhon de Albuquerque. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1998.

___________. Microfísica do poder. Org., introdução e revisão técnica de Roberto Machado. 28a ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.

___________. O Nascimento da Clínica. Trad. Roberto Machado. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1977.

HUMBOLT, Wilhelm von. Sobre a natureza da linguagem em geral. Trad. Paulo Sampaio Xavier de Oliveira./ Teoria da formação do ser humano (Fragmento). Trad. Paulo Astor Soethe. In: HEIDERMANN, Werner e WEININGER, Markus J. (orgs.). Wilhelm von Humboldt: Linguagem, Literatura e Bildung. Florianópolis: UFSC, 2006a, p. 3-19; 2-13-231.

KIPPENBERG, Hans G. Religious History, Displaced by Modernity. Numen, Vol. 47, no 3, Religions in the Disenchanted World (2000), p. 221-243. Disponível em: http://www.jstor.org/stable/3270324. Accessed: 09/02/2011 12:11

KOSELLECK, Reinhart. Estratos do tempo: estudos sobre história. Rio de Janeiro: Contraponto, Ed. PUC-Rio, 2014.

____________. Futuro Passado. Contribuição à semântica dos tempos históricos. (Trad. Wilma Patrícia Maas e Carlos Almeida Pereira, rev. César Benjamin). 2a ed. Rio de Janeiro: Contraponto, Ed. PUC-Rio, 2006.

MATA, Sérgio da. A fascinação weberiana: as origens da obra de Max Weber. Belo Horizonte: Fino Traço, 2013.

______. História & Religião. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2010.

LÖWITH, Karl. O sentido da história. Tradução: Maria Georgina Segurado. Lisboa: Edições 70, 1991. MARTINS, Estevão de Rezende (org.). A História Pensada. Teoria e método na historiografia europeia do século XIX. São Paulo: Contexto, 2010.

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PIERUCCI, Antônio Flávio. Secularização em Max Weber: Da contemporânea serventia de voltarmos a acessar aquele velho sentido. Revista brasileira de Ciências Sociais, vol.13, n.37, pp. 43-73, 1998.

SCHOLTZ, Gunter. O problema do historicismo e as ciências do espírito no século XX. História da

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SIMMEL, Georg. Ensaios sobre teoria da história. Trad. Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 2011.

SOUZA, José Carlos Aguiar de. As filosofias da história e a tese da secularização: a teologia cristã e as raízes da secularização na modernidade. PLURA, Revista de Estudos de Religião, vol. 2, nº 2, 2011, p. 43-57. SOUZA, Jessé e ÖELZE, Berthold (org.). Simmel e a modernidade. Trad. Jessé Souza, Berthold Öelze, Sebastião Rios e Clarissa Rios. Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 1998.

TAYLOR, Charles. Uma era secular. Tradução: Nélio Schneider e Luiza Araújo. São Leopoldo, RS: Ed. UNISINOS, 2010.

WALLACE, Robert M. Secularization and Modernity: The Löwith-Blumenberg Debate. New German

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________________________________________________ Prof. Dr. Victor de Oliveira Pinto Coelho

Referências

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