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Patrimônio cultural Patrimônio cultural

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Academic year: 2021

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O volume apresenta, entre as normas mais recentes, a Lei n

o

12.343/2010, que institui

o Plano Nacional de Cultura (PNC), e o Decreto n

o

7.387/2010, que institui o Inventário

Nacional da Diversidade Linguística e dá outras providências.

Atualizada até agosto de 2014, Patrimônio cultural contém os dispositivos constitucionais

pertinentes e alguns atos internacionais significativos, como a Convenção sobre as Medidas

a Serem Adotadas para Proibir e Impedir a Importação, Exportação e Transferência de

Propriedade Ilícitas dos Bens Culturais.

Contém ainda a Lei n

o

10.413/2002, que determina o tombamento dos bens culturais das

empresas incluídas no Programa Nacional de Desestatização, além da Lei n

o

7.347/1985, que

disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao

consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.

Ao final, a obra apresenta um minucioso índice geral de assuntos e entidades.

Atualizada até agosto de 2014

Patrimônio cultural

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SENADO FEDERAL

Mesa

Biênio 2013 – 2014

Senador Renan Calheiros

PRESIDENTE

Senador Jorge Viana

PRIMEIRO-VICE-PRESIDENTE

Senador Romero Jucá

SEGUNDO-VICE-PRESIDENTE

Senador Flexa Ribeiro

PRIMEIRO-SECRETÁRIO

Senadora Ângela Portela

SEGUNDA-SECRETÁRIA

Senador Ciro Nogueira

TERCEIRO-SECRETÁRIO

Senador João Vicente Claudino

QUARTO-SECRETÁRIO SUPLENTES DE SECRETÁRIO

Senador Magno Malta Senador Jayme Campos Senador João Durval Senador Casildo Maldaner

(4)

Brasília – 2014

Patrimônio cultural

Secretaria de Editoração e Publicações Coordenação de Edições Técnicas

(5)

Patrimônio cultural. — Brasília : Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2014.

144 p.

ISBN: 978-85-7018-559-4

Conteúdo: Dispositivos constitucionais pertinentes – Atos internacionais – Legislação pertinente – Índice geral de assuntos e entidades.

1. Direito administrativo, Brasil. 2. Patrimônio cultural. 3. Proteção ambiental.

CDDir 341.34

Coordenação de Edições Técnicas

Praça dos Três Poderes, Via N-2, Unidade de Apoio III CEP: 70165-900 – Brasília, DF

E-mail: livros@senado.leg.br Alô Senado: 0800 61 2211 Edição do Senado Federal

Diretor-Geral: Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho

Secretário-Geral da Mesa: Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho Impresso na Secretaria de Editoração e Publicações

Diretor: Florian Augusto Coutinho Madruga Produzido na Coordenação de Edições Técnicas Coordenadora: Anna Maria de Lucena Rodrigues Organização: Cláudia Aparecida Lessa da Cunha Canto Revisão: Rafael André Chervenski

Editoração eletrônica: Marcelo Larroyed Ficha catalográfica: Bianca Rossi Capa e ilustrações: Isabela Miranda

Projeto gráfico: Raphael Melleiro e Rejane Campos Atualizada até agosto de 2014.

(6)

Sumário

Dispositivos constitucionais pertinentes

8 Constituição da República Federativa do Brasil

Atos internacionais

12 Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial 23 Convenção Relativa à Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e

Natural

34 Convenção sobre as Medidas a Serem Adotadas para Proibir e Impedir a Importação, Exportação e Transferência de Propriedade Ilícitas dos Bens Culturais

41 Convenção para a Proteção da Flora, da Fauna e das Belezas Cênicas Naturais dos Países da América

Legislação pertinente 46 Lei no 12.343/2010 75 Lei no 11.483/2007 77 Lei no 10.413/2002 78 Lei no 8.394/1991 82 Lei no 8.313/1991 91 Lei no 7.661/1988 93 Lei no 7.542/1986 100 Lei no 7.347/1985 104 Lei no 6.938/1981 106 Lei no 6.766/1979 108 Lei no 6.292/1975 109 Lei no 5.471/1968

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110 Lei no 4.845/1965 111 Lei no 4.717/1965 116 Lei no 3.924/1961 120 Lei no 378/1937 121 Decreto-Lei no 3.866/1941 122 Decreto-Lei no 25/1937 127 Decreto no 7.387/2010 129 Decreto no 6.844/2009 138 Decreto no 3.551/2000 Informações complementares

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Dispositivos constitucionais

pertinentes

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P

atrimônio cultural

Constituição

da República Federativa do Brasil



TÍTULO II – Dos Direitos e Garantias

Fundamentais

CAPÍTULO I – Dos Direitos e Deveres

Individuais e Coletivos

Art. 5o Todos são iguais perante a lei, sem

dis-tinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

 XXVIII – são assegurados, nos termos da lei:

a) a proteção às participações individuais

em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades des-portivas;

b) o direito de fiscalização do

aproveita-mento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e as-sociativas;

XXIX – a lei assegurará aos autores de inven-tos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações in-dustriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;

 LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade admi-nistrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;



TÍTULO III – Da Organização do Estado



CAPÍTULO II – Da União



Art. 23. É competência comum da União,

dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-nicípios:

I – zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público;

 III – proteger os documentos, as obras e ou-tros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;

IV – impedir a evasão, a destruição e a des-caracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural; 

VII – preservar as florestas, a fauna e a flora; 

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao

Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

 VII – proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;

VIII – responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;



CAPÍTULO IV – Dos Municípios



Art. 30. Compete aos Municípios:

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Dispositivos constitucionais pertinentes

IX – promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual 

CAPÍTULO IV – Das Funções Essenciais à

Justiça

SEÇÃO I – Do Ministério Público



Art. 129. São funções institucionais do

Mi-nistério Público:

 III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;



TÍTULO V – Da Defesa do Estado e Das

Instituições Democráticas



CAPÍTULO III – Da Segurança Pública Art. 144. A segurança pública, dever do

Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:



§ 8o Os Municípios poderão constituir

guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei



TÍTULO VIII – Da Ordem Social



CAPÍTULO III – Da Educação, da Cultura e

do Desporto



SEÇÃO II – Da Cultura

Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno

exercício dos direitos culturais e acesso às fontes

da cultura nacional, e apoiará e incentivará a va-lorização e a difusão das manifestações culturais § 1o O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do proces-so civilizatório nacional

§ 2o A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação para os diferentes segmentos étnicos nacionais

§ 3o A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianual, visando ao desenvolvimento cultural do País e à integração das ações do poder público que conduzem à:

I – defesa e valorização do patrimônio cul-tural brasileiro;

II – produção, promoção e difusão de bens culturais;

III – formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas múltiplas dimensões;

IV – democratização do acesso aos bens de cultura;

V – valorização da diversidade étnica e regional

Art. 216. Constituem patrimônio cultural

brasileiro os bens de natureza material e imate-rial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:

I – as formas de expressão;

II – os modos de criar, fazer e viver; III – as criações científicas, artísticas e tec-nológicas;

IV – as obras, objetos, documentos, edifica-ções e demais espaços destinados às manifesta-ções artístico-culturais;

V – os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico

§ 1o O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acau-telamento e preservação

§ 2o Cabem à administração pública, na

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gover-P

atrimônio cultural

namental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem

§ 3o A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores culturais

§ 4o Os danos e ameaças ao patrimônio

cultural serão punidos, na forma da lei § 5o Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências histó-ricas dos antigos quilombos

§ 6o É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de fomento à cultura até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, para o financiamento de programas e projetos culturais, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de:

I – despesas com pessoal e encargos sociais; II – serviço da dívida;

III – qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados

Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura,

organizado em regime de colaboração, de forma descentralizada e participativa, institui um processo de gestão e promoção conjunta de políticas públicas de cultura, democráticas e permanentes, pactuadas entre os entes da Federação e a sociedade, tendo por objetivo promover o desenvolvimento humano, social e econômico com pleno exercício dos direitos culturais

§ 1o O Sistema Nacional de Cultura funda-menta-se na política nacional de cultura e nas suas diretrizes, estabelecidas no Plano Nacional de Cultura, e rege-se pelos seguintes princípios:

I – diversidade das expressões culturais; II – universalização do acesso aos bens e serviços culturais;

III – fomento à produção, difusão e circula-ção de conhecimento e bens culturais;

IV – cooperação entre os entes federados, os agentes públicos e privados atuantes na área cultural;

V – integração e interação na execução das políticas, programas, projetos e ações desen-volvidas;

VI – complementaridade nos papéis dos agentes culturais;

VII – transversalidade das políticas culturais; VIII – autonomia dos entes federados e das instituições da sociedade civil;

IX – transparência e compartilhamento das informações;

X – democratização dos processos decisórios com participação e controle social;

XI – descentralização articulada e pactuada da gestão, dos recursos e das ações;

XII – ampliação progressiva dos recursos contidos nos orçamentos públicos para a cultura

§ 2o Constitui a estrutura do Sistema Na-cional de Cultura, nas respectivas esferas da Federação:

I – órgãos gestores da cultura; II – conselhos de política cultural; III – conferências de cultura; IV – comissões intergestores; V – planos de cultura;

VI – sistemas de financiamento à cultura; VII – sistemas de informações e indicadores culturais;

VIII – programas de formação na área da cultura; e

IX – sistemas setoriais de cultura

§ 3o Lei federal disporá sobre a regulamen-tação do Sistema Nacional de Cultura, bem como de sua articulação com os demais siste-mas nacionais ou políticas setoriais de governo § 4o Os Estados, o Distrito Federal e os Mu-nicípios organizarão seus respectivos sistemas de cultura em leis próprias



CAPÍTULO IV – Da Ciência e Tecnologia



Art. 219. O mercado interno integra o

patri-mônio nacional e será incentivado de modo a viabilizar o desenvolvimento cultural e sócio--econômico, o bem-estar da população e a autonomia tecnológica do País, nos termos de lei federal

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12

P

atrimônio cultural

Convenção para a Salvaguarda do

Patrimônio Cultural Imaterial

A Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, doravante denominada “UNESCO”, em sua 32a sessão, realizada em Paris do dia 29 de setembro ao dia 17 de outubro de 2003,

Referindo-se aos instrumentos internacionais

existentes em matéria de direitos humanos, em particular à Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, ao Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, de 1966, e ao Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, de 1966,

Considerando a importância do patrimônio

cultural imaterial como fonte de diversidade cultural e garantia de desenvolvimento susten-tável, conforme destacado na Recomendação da UNESCO sobre a salvaguarda da cultura tradicional e popular, de 1989, bem como na Declaração Universal da UNESCO sobre a Di-versidade Cultural, de 2001, e na Declaração de Istambul, de 2002, aprovada pela Terceira Mesa Redonda de Ministros da Cultura,

Considerando a profunda interdependência que

existe entre o patrimônio cultural imaterial e o patrimônio material cultural e natural,

Reconhecendo que os processos de globalização

e de transformação social, ao mesmo tempo em que criam condições propícias para um diálogo renovado entre as comunidades, geram também, da mesma forma que o fenômeno da intolerância, graves riscos de deterioração, desaparecimento e destruição do patrimônio cultural imaterial, devido em particular à falta de meios para sua salvaguarda,

Consciente da vontade universal e da

preocu-pação comum de salvaguardar o patrimônio cultural imaterial da humanidade,

Reconhecendo que as comunidades, em especial

as indígenas, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos desempenham um importante papel na produção, salvaguarda, manutenção e recriação do patrimônio cultural imaterial, assim contribuindo para enriquecer a diversi-dade cultural e a criatividiversi-dade humana,

Observando o grande alcance das atividades

da UNESCO na elaboração de instrumentos normativos para a proteção do patrimônio cultural, em particular a Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural de 1972,

Observando também que não existe ainda um

instrumento multilateral de caráter vinculante destinado a salvaguardar o patrimônio cultural imaterial,

Considerando que os acordos, recomendações e

resoluções internacionais existentes em matéria de patrimônio cultural e natural deveriam ser enriquecidos e complementados mediante no-vas disposições relatino-vas ao patrimônio cultural imaterial,

Considerando a necessidade de

conscientiza-ção, especialmente entre as novas gerações, da importância do patrimônio cultural imaterial e de sua salvaguarda,

Considerando que a comunidade internacional

deveria contribuir, junto com os Estados Partes na presente Convenção, para a salvaguarda des-se patrimônio, com um espírito de cooperação e ajuda mútua,

Recordando os programas da UNESCO

re-lativos ao patrimônio cultural imaterial, em particular a Proclamação de Obras Primas do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade,

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Atos internacionais

Considerando a inestimável função que cumpre

o patrimônio cultural imaterial como fator de aproximação, intercâmbio e entendimento entre os seres humanos,

Aprova neste dia dezessete de outubro de 2003

a presente Convenção.

I. DISPOSIÇÕES GERAIS

ARTIGO 1 – Finalidades da Convenção

A presente Convenção tem as seguintes fina-lidades:

a) a salvaguarda do patrimônio cultural ima-terial;

b) o respeito ao patrimônio cultural imaterial das comunidades, grupos e indivíduos envol-vidos;

c) a conscientização no plano local, nacional e internacional da importância do patrimônio cultural imaterial e de seu reconhecimento recíproco;

d) a cooperação e a assistência internacionais.

ARTIGO 2 – Definições

Para os fins da presente Convenção,

1. Entende-se por “patrimônio cultural ima-terial” as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas – junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados – que as co-munidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural. Este patrimônio cultural imaterial, que se transmite de geração em geração, é constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua interação com a natureza e de sua história, gerando um sentimento de identidade e continuidade e contribuindo assim para promover o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana. Para os fins

da presente Convenção, será levado em conta apenas o patrimônio cultural imaterial que seja compatível com os instrumentos inter-nacionais de direitos humanos existentes e com os imperativos de respeito mútuo entre comunidades, grupos e indivíduos, e do de-senvolvimento sustentável.

2. O “patrimônio cultural imaterial”, conforme definido no parágrafo 1 acima, se manifesta em particular nos seguintes campos:

a) tradições e expressões orais, incluindo o idioma como veículo do patrimônio cultural imaterial;

b) expressões artísticas;

c) práticas sociais, rituais e atos festivos; d) conhecimentos e práticas relacionados à natureza e ao universo;

e) técnicas artesanais tradicionais.

3. Entende-se por “salvaguarda” as medidas que visam garantir a viabilidade do patrimônio cultural imaterial, tais como a identificação, a documentação, a investigação, a preservação, a proteção, a promoção, a valorização, a trans-missão – essencialmente por meio da educação formal e não-formal – e revitalização deste patrimônio em seus diversos aspectos. 4. A expressão “Estados Partes” designa os Esta-dos vinculaEsta-dos pela presente Convenção e entre os quais a presente Convenção esteja em vigor. 5. Esta Convenção se aplicará mutatis mutandis aos territórios mencionados no Artigo 33 que se tornarem Partes na presente Convenção, con-forme as condições especificadas no referido Artigo. A expressão “Estados Partes” se refere igualmente a esses territórios.

ARTIGO 3 – Relação com Outros

Instrumentos Internacionais

Nenhuma disposição da presente Convenção poderá ser interpretada de tal maneira que:

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P

atrimônio cultural

a) modifique o estatuto ou reduza o nível de proteção dos bens declarados patrimônio mundial pela Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural de 1972, as quais esteja diretamente associado um elemento do patrimônio cultural imaterial; ou b) afete os direitos e obrigações dos Estados Partes em virtude de outros instrumentos internacionais relativos aos direitos de pro-priedade intelectual ou à utilização de recursos biológicos e ecológicos dos quais sejam partes.

II. ÓRGÃOS DA CONVENÇÃO

ARTIGO 4 – Assembléia Geral dos Estados

Partes

1. Fica estabelecida uma Assembléia Geral dos Estados Partes, doravante denominada “Assembléia Geral”, que será o órgão soberano da presente Convenção.

2. A Assembléia Geral realizará uma sessão ordinária a cada dois anos. Poderá reunir-se em caráter extraordinário quando assim o decidir, ou quando receber uma petição em tal sentido do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial ou de, no mínimo, um terço dos Estados Partes.

3. A Assembléia Geral aprovará seu próprio Regulamento Interno.

ARTIGO 5 – Comitê Intergovernamental

para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial

1. Fica estabelecido junto à UNESCO um Co-mitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, doravante denominado “o Comitê”. O Comitê será inte-grado por representantes de 18 Estados Partes, a serem eleitos pelos Estados Partes constituídos em Assembléia Geral, tão logo a presente Con-venção entrar em vigor, conforme o disposto no Artigo 34.

2. O número de Estados membros do Comitê aumentará para 24, tão logo o número de Esta-dos Partes na Convenção chegar a 50.

ARTIGO 6 – Eleição e Mandato dos Estados

Membros do Comitê

1. A eleição dos Estados membros do Comitê deverá obedecer aos princípios de distribuição geográfica e rotação eqüitativas.

2. Os Estados Partes na Convenção, reunidos em Assembléia Geral, elegerão os Estados membros do Comitê para um mandato de quatro anos.

3. Contudo, o mandato da metade dos Estados membros do Comitê eleitos na primeira eleição será somente de dois anos. Os referidos Esta-dos serão designaEsta-dos por sorteio no curso da primeira eleição.

4. A cada dois anos, a Assembléia Geral re-novará a metade dos Estados membros do Comitê.

5. A Assembléia Geral elegerá também quantos Estados membros do Comitê sejam necessários para preencher vagas existentes.

6. Um Estado membro do Comitê não poderá ser eleito por dois mandatos consecutivos. 7. Os Estados membros do Comitê designarão, para seus representantes no Comitê, pessoas qualificadas nos diversos campos do patrimô-nio cultural imaterial.

ARTIGO 7 – Funções do Comitê

Sem prejuízo das demais atribuições conferidas pela presente Convenção, as funções do Comitê serão as seguintes:

a) promover os objetivos da Convenção, fomen-tar e acompanhar sua aplicação;

b) oferecer assessoria sobre as melhores práticas e formular recomendações sobre medidas que

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Atos internacionais

visem a salvaguarda do patrimônio cultural imaterial;

c) preparar e submeter à aprovação da As-sembléia Geral um projeto de utilização dos recursos do Fundo, em conformidade com o Artigo 25;

d) buscar meios de incrementar seus recursos e adotar as medidas necessárias para tanto, em conformidade com o Artigo 25;

e) preparar e submeter à aprovação da As-sembléia Geral diretrizes operacionais para a aplicação da Convenção;

f) em conformidade com o Artigo 29, examinar os relatórios dos Estados Partes e elaborar um resumo destes relatórios, destinado à Assem-bléia Geral;

g) examinar as solicitações apresentadas pelos Estados Partes e decidir, de acordo com cri-térios objetivos de seleção estabelecidos pelo próprio Comitê e aprovados pela Assembléia Geral, sobre:

i) inscrições nas listas e propostas mencionadas nos Artigos 16, 17 e 18;

ii) prestação de assistência internacional, em conformidade com o Artigo 22.

ARTIGO 8 – Métodos de Trabalho do Comitê

1. O Comitê será responsável perante a Assem-bléia Geral, diante da qual prestará contas de todas as suas atividades e decisões.

2. O Comitê aprovará seu Regulamento In-terno por uma maioria de dois terços de seus membros.

3. O Comitê poderá criar, em caráter temporá-rio, os órgãos consultivos ad hoc que julgue ne-cessários para o desempenho de suas funções. 4. O Comitê poderá convidar para suas reuni-ões qualquer organismo público ou privado,

ou qualquer pessoa física de comprovada competência nos diversos campos do patrimô-nio cultural imaterial, para consultá-los sobre questões específicas.

ARTIGO 9 – Certificação das Organizações

de Caráter Consultivo

1. O Comitê proporá à Assembléia Geral a cer-tificação de organizações não-governamentais de comprovada competência no campo do patrimônio cultural imaterial. As referidas organizações exercerão funções consultivas perante o Comitê.

2. O Comitê também proporá à Assembléia Geral os critérios e modalidades pelos quais essa certificação será regida.

ARTIGO 10 – Secretariado

1. O Comitê será assessorado pelo Secretariado da UNESCO.

2. O Secretariado preparará a documentação da Assembléia Geral e do Comitê, bem como o projeto da ordem do dia de suas respectivas reuniões, e assegurará o cumprimento das decisões de ambos os órgãos.

III. SALVAGUARDA DO PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL NO PLANO NACIONAL

ARTIGO 11 – Funções dos Estados Partes

Caberá a cada Estado Parte:

a) adotar as medidas necessárias para garantir a salvaguarda do patrimônio cultural imaterial presente em seu território;

b) entre as medidas de salvaguarda mencio-nadas no parágrafo 3 do Artigo 2, identificar e definir os diversos elementos do patrimônio cultural imaterial presentes em seu território, com a participação das comunidades, grupos e organizações não-governamentais pertinentes.

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P

atrimônio cultural

ARTIGO 12 – Inventários

1. Para assegurar a identificação, com fins de salvaguarda, cada Estado Parte estabelecerá um ou mais inventários do patrimônio cultural imaterial presente em seu território, em confor-midade com seu próprio sistema de salvaguarda do patrimônio. Os referidos inventários serão atualizados regularmente.

2. Ao apresentar seu relatório periódico ao Co-mitê, em conformidade com o Artigo 29, cada Estado Parte prestará informações pertinentes em relação a esses inventários.

ARTIGO 13 – Outras Medidas de

Salvaguarda

Para assegurar a salvaguarda, o desenvolvimen-to e a valorização do patrimônio cultural ima-terial presente em seu território, cada Estado Parte empreenderá esforços para:

a) adotar uma política geral visando promover a função do patrimônio cultural imaterial na sociedade e integrar sua salvaguarda em pro-gramas de planejamento;

b) designar ou criar um ou vários organismos competentes para a salvaguarda do patrimônio cultural imaterial presente em seu território; c) fomentar estudos científicos, técnicos e ar-tísticos, bem como metodologias de pesquisa, para a salvaguarda eficaz do patrimônio cul-tural imaterial, e em particular do patrimônio cultural imaterial que se encontre em perigo; d) adotar as medidas de ordem jurídica, técnica, administrativa e financeira adequadas para: i) favorecer a criação ou o fortalecimento de instituições de formação em gestão do patrimô-nio cultural imaterial, bem como a transmissão desse patrimônio nos foros e lugares destinados à sua manifestação e expressão;

ii) garantir o acesso ao patrimônio cultural imaterial, respeitando ao mesmo tempo os

costumes que regem o acesso a determinados aspectos do referido patrimônio;

iii) criar instituições de documentação sobre o patrimônio cultural imaterial e facilitar o acesso a elas.

ARTIGO 14 – Educação, Conscientização e

Fortalecimento de Capacidades

Cada Estado Parte se empenhará, por todos os meios oportunos, no sentido de:

a) assegurar o reconhecimento, o respeito e a valorização do patrimônio cultural imaterial na sociedade, em particular mediante:

i) programas educativos, de conscientização e de disseminação de informações voltadas para o público, em especial para os jovens;

ii) programas educativos e de capacitação específicos no interior das comunidades e dos grupos envolvidos;

iii) atividades de fortalecimento de capacida-des em matéria de salvaguarda do patrimônio cultural imaterial, e especialmente de gestão e de pesquisa científica; e

iv) meios não-formais de transmissão de co-nhecimento;

b) manter o público informado das ameaças que pesam sobre esse patrimônio e das ativi-dades realizadas em cumprimento da presente Convenção;

c) promover a educação para a proteção dos espaços naturais e lugares de memória, cuja existência é indispensável para que o patrimô-nio cultural imaterial possa se expressar.

ARTIGO 15 – Participação das

Comunidades, Grupos e Indivíduos

No quadro de suas atividades de salvaguarda do patrimônio cultural imaterial, cada Estado Parte deverá assegurar a participação mais

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Atos internacionais

ampla possível das comunidades, dos grupos e, quando cabível, dos indivíduos que criam, man-tém e transmitem esse patrimônio e associá-los ativamente à gestão do mesmo.

IV. SALVAGUARDA DO PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL NO PLANO INTERNACIONAL

ARTIGO 16 – Lista Representativa

do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade

1. Para assegurar maior visibilidade do patri-mônio cultural imaterial, aumentar o grau de conscientização de sua importância, e propiciar formas de diálogo que respeitem a diversidade cultural, o Comitê, por proposta dos Estados Partes interessados, criará, manterá atualizada e publicará uma Lista representativa do patri-mônio cultural imaterial da humanidade. 2. O Comitê elaborará e submeterá à aprovação da Assembléia Geral os critérios que regerão o estabelecimento, a atualização e a publicação da referida Lista representativa.

ARTIGO 17 – Lista do Patrimônio Cultural

Imaterial que Requer Medidas Urgentes de Salvaguarda

1. Com vistas a adotar as medidas adequadas de salvaguarda, o Comitê criará, manterá atualiza-da e publicará uma Lista do patrimônio cultural imaterial que necessite medidas urgentes de sal-vaguarda, e inscreverá esse patrimônio na Lista por solicitação do Estado Parte interessado. 2. O Comitê elaborará e submeterá à aprovação da Assembléia Geral os critérios que regerão o estabelecimento, a atualização e a publicação dessa Lista.

3. Em casos de extrema urgência, assim con-siderados de acordo com critérios objetivos aprovados pela Assembléia Geral, por proposta do Comitê, este último, em consulta com o Estado Parte interessado, poderá inscrever um

elemento do patrimônio em questão na lista mencionada no parágrafo 1.

ARTIGO 18 – Programas, Projetos e

Atividades de Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial

1. Com base nas propostas apresentadas pelos Estados Partes, e em conformidade com os cri-térios definidos pelo Comitê e aprovados pela Assembléia Geral, o Comitê selecionará perio-dicamente e promoverá os programas, projetos e atividades de âmbito nacional, sub-regional ou regional para a salvaguarda do patrimônio que, no seu entender, reflitam de modo mais adequado os princípios e objetivos da presente Convenção, levando em conta as necessidades especiais dos países em desenvolvimento. 2. Para tanto, o Comitê receberá, examinará e aprovará as solicitações de assistência interna-cional formuladas pelos Estados Partes para a elaboração das referidas propostas.

3. O Comitê acompanhará a execução dos referidos programas, projetos e atividades por meio da disseminação das melhores práticas, segundo modalidades por ele definidas.

V. COOPERAÇÃO E ASSISTÊNCIA INTERNACIONAIS

ARTIGO 19 – Cooperação

1. Para os fins da presente Convenção, a coope-ração internacional compreende em particular o intercâmbio de informações e de experiências, iniciativas comuns, e a criação de um meca-nismo para apoiar os Estados Partes em seus esforços para a salvaguarda do patrimônio cultural imaterial.

2. Sem prejuízo para o disposto em sua legisla-ção nacional nem para seus direitos e práticas consuetudinárias, os Estados Partes reconhe-cem que a salvaguarda do patrimônio cultural imaterial é uma questão de interesse geral para a humanidade e neste sentido se comprometem

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atrimônio cultural

a cooperar no plano bilateral, sub-regional, regional e internacional.

ARTIGO 20 – Objetivos da Assistência

Internacional

A assistência internacional poderá ser conce-dida com os seguintes objetivos:

a) salvaguardar o patrimônio que figure na lista de elementos do patrimônio cultural imaterial que necessite medidas urgentes de salvaguarda; b) realizar inventários, em conformidade com os Artigos 11 e 12;

c) apoiar programas, projetos e atividades de âmbito nacional, sub-regional e regional des-tinados à salvaguarda do patrimônio cultural imaterial;

d) qualquer outro objetivo que o Comitê julgue necessário.

ARTIGO 21 – Formas de Assistência

Internacional

A assistência concedida pelo Comitê a um Es-tado Parte será regulamentada pelas diretrizes operacionais previstas no Artigo 7 e pelo acordo mencionado no Artigo 24, e poderá assumir as seguintes formas:

a) estudos relativos aos diferentes aspectos da salvaguarda;

b) serviços de especialistas e outras pessoas com experiência prática em patrimônio cultural imaterial;

c) capacitação de todo o pessoal necessário; d) elaboração de medidas normativas ou de outra natureza;

e) criação e utilização de infraestruturas; f) aporte de material e de conhecimentos es-pecializados;

g) outras formas de ajuda financeira e técnica, podendo incluir, quando cabível, a concessão de empréstimos com baixas taxas de juros e doações.

ARTIGO 22 – Requisitos para a Prestação de

Assistência Internacional

1. O Comitê definirá o procedimento para examinar as solicitações de assistência interna-cional e determinará os elementos que deverão constar das solicitações, tais como medidas previstas, intervenções necessárias e avaliação de custos.

2. Em situações de urgência, a solicitação de assistência será examinada em cárater de prio-ridade pelo Comitê.

3. Para tomar uma decisão, o Comitê realizará os estudos e as consultas que julgar necessários.

ARTIGO 23 – Solicitações de Assistência

Internacional

1. Cada Estado Parte poderá apresentar ao Co-mitê uma solicitação de assistência internacio-nal para a salvaguarda do patrimônio cultural imaterial presente em seu território.

2. Uma solicitação no mesmo sentido poderá também ser apresentada conjuntamente por dois ou mais Estados Partes.

3. Na solicitação, deverão constar as informa-ções mencionados no parágrafo 1 do Artigo 22, bem como a documentação necessária.

ARTIGO 24 – Papel dos Estados Partes

Beneficiários

1. Em conformidade com as disposições da presente Convenção, a assistência internacional concedida será regida por um acordo entre o Estado Parte beneficiário e o Comitê.

2. Como regra geral, o Estado Parte beneficiá-rio deverá, na medida de suas possibilidades, compartilhar os custos das medidas de

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salva-19

Atos internacionais

guarda para as quais a assistência internacional foi concedida.

3. O Estado Parte beneficiário apresentará ao Comitê um relatório sobre a utilização da assistência concedida com a finalidade de salvaguarda do patrimônio cultural imaterial.

VI. FUNDO DO PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL

ARTIGO 25 – Natureza e Recursos do Fundo

1. Fica estabelecido um “Fundo para a Sal-vaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial”, doravante denominado “o Fundo”.

2. O Fundo será constituído como fundo fidu-ciário, em conformidade com as disposições do Regulamento Financeiro da UNESCO. 3. Os recursos do Fundo serão constituídos por: a) contribuições dos Estados Partes;

b) recursos que a Conferência Geral da UNESCO alocar para esta finalidade;

c) aportes, doações ou legados realizados por: i) outros Estados;

ii) organismos e programas do sistema das Nações Unidas, em especial o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, ou outras organizações internacionais;

iii) organismos públicos ou privados ou pessoas físicas;

d) quaisquer juros devidos aos recursos do Fundo;

e) produto de coletas e receitas aferidas em eventos organizados em benefício do Fundo; f) todos os demais recursos autorizados pelo Re-gulamento do Fundo, que o Comitê elaborará.

4. A utilização dos recursos por parte do Co-mitê será decidida com base nas orientações formuladas pela Assembléia Geral.

5. O Comitê poderá aceitar contribuições ou assistência de outra natureza oferecidos com fins gerais ou específicos, vinculados a proje-tos concreproje-tos, desde que os referidos projeproje-tos tenham sido por ele aprovados.

6. As contribuições ao Fundo não poderão ser condicionadas a nenhuma exigência política, econômica ou de qualquer outro tipo que seja incompatível com os objetivos da presente Convenção.

ARTIGO 26 – Contribuições dos Estados

Partes ao Fundo

1. Sem prejuízo de outra contribuição comple-mentar de caráter voluntário, os Estados Partes na presente Convenção se obrigam a depositar no Fundo, no mínimo a cada dois anos, uma contribuição cuja quantia, calculada a partir de uma porcentagem uniforme aplicável a todos os Estados, será determinada pela Assembléia Geral. Esta decisão da Assembléia Geral será to-mada por maioria dos Estados Partes presentes e votantes, que não tenham feito a declaração men-cionada no parágrafo 2 do presente Artigo. A contribuição de um Estado Parte não poderá, em nenhum caso, exceder 1% da contribuição desse Estado ao Orçamento Ordinário da UNESCO. 2. Contudo, qualquer dos Estados a que se re-ferem o Artigo 32 ou o Artigo 33 da presente Convenção poderá declarar, no momento em que depositar seu instrumento de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão, que não se con-sidera obrigado pelas disposições do parágrafo 1 do presente Artigo.

3. Qualquer Estado Parte na presente Conven-ção que tenha formulado a declaraConven-ção men-cionada no parágrafo 2 do presente Artigo se esforçará para retirar tal declaração mediante uma notificação ao Diretor Geral da UNESCO. Contudo, a retirada da declaração só terá efeito sobre a contribuição devida pelo Estado a partir

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atrimônio cultural

da data da abertura da sessão subseqüente da Assembléia Geral.

4. Para que o Comitê possa planejar com efi-ciência suas atividades, as contribuições dos Estados Partes nesta Convenção que tenham feito a declaração mencionada no parágrafo 2 do presente Artigo deverão ser efetuadas regularmente, no mínimo a cada dois anos, e deverão ser de um valor o mais próximo possível do valor das contribuições que esses Estados deveriam se estivessem obrigados pelas disposições do parágrafo 1 do presente Artigo. 5. Nenhum Estado Parte na presente Conven-ção, que esteja com pagamento de sua contri-buição obrigatória ou voluntária para o ano em curso e o ano civil imediatamente anterior em atraso, poderá ser eleito membro do Comitê. Essa disposição não se aplica à primeira eleição do Comitê. O mandato de um Estado Parte que se encontre em tal situação e que já seja mem-bro do Comitê será encerrado quando forem realizadas quaisquer das eleições previstas no Artigo 6 da presente Convenção.

ARTIGO 27 – Contribuições Voluntárias

Suplementares ao Fundo

Os Estados Partes que desejarem efetuar con-tribuições voluntárias, além das concon-tribuições previstas no Artigo 26, deverão informar o Co-mitê tão logo seja possível, para que este possa planejar suas atividades de acordo.

ARTIGO 28 – Campanhas Internacionais

para Arrecadação de Recursos

Na medida do possível, os Estados Partes apoia-rão as campanhas internacionais para arreca-dação de recursos organizadas em benefício do Fundo sob os auspícios da UNESCO.

VII. RELATÓRIOS

ARTIGO 29 – Relatórios dos Estados Partes

Os Estados Partes apresentarão ao Comitê, na forma e com periodicidade a serem definidas

pelo Comitê, relatórios sobre as disposições legislativas, regulamentares ou de outra natu-reza que tenham adotado para implementar a presente Convenção.

ARTIGO 30 – Relatórios do Comitê

1. Com base em suas atividades e nos relatórios dos Estados Partes mencionados no Artigo 29, o Comitê apresentará um relatório em cada sessão da Assembléia Geral.

2. O referido relatório será levado ao conhe-cimento da Conferência Geral da UNESCO.

VIII. CLÁUSULA TRANSITÓRIA ARTIGO 31 – Relação com a Proclamação

das Obras Primas do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade

1. O Comitê incorporará à Lista representativa do patrimônio cultural imaterial da humanida-de os elementos que, anteriormente à entrada em vigor desta Convenção, tenham sido pro-clamados “Obras Primas do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade”.

2. A inclusão dos referidos elementos na Lista representativa do patrimônio cultural imaterial da humanidade será efetuada sem prejuízo dos critérios estabelecidos para as inscrições subseqüentes, segundo o disposto no parágrafo 2 do Artigo 16.

3. Após a entrada em vigor da presente Con-venção, não será feita mais nenhuma outra Proclamação.

IX. DISPOSIÇÕES FINAIS

ARTIGO 32 – Ratificação, Aceitação ou

Aprovação

1. A presente Convenção estará sujeita à rati-ficação, aceitação ou aprovação dos Estados Membros da UNESCO, em conformidade com seus respectivos dispositivos constitucionais.

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Atos internacionais

2. Os instrumentos de ratificação, aceitação ou aprovação serão depositados junto ao Diretor Geral da UNESCO.

ARTIGO 33 – Adesão

1. A presente Convenção estará aberta à adesão de todos os Estados que não sejam membros da UNESCO e que tenham sido convidados a aderir pela Conferência Geral da Organização. 2. A presente Convenção também estará aberta à adesão dos territórios que gozem de plena autonomia interna, reconhecida como tal pelas Nações Unidas, mas que não tenham alcançado a plena independência, em conformidade com a Resolução 1.514 (XV) da Assembléia Geral, e que tenham competência sobre as matérias regidas por esta Convenção, inclusive a com-petência reconhecida para subscrever tratados relacionados a essas matérias.

3. O instrumento de adesão será depositado junto ao Diretor Geral da UNESCO.

ARTIGO 34 – Entrada em Vigor

A presente Convenção entrará em vigor três meses após a data do depósito do trigésimo instrumento de ratificação, aceitação, aprova-ção ou adesão, mas unicamente para os Estados que tenham depositado seus respectivos ins-trumentos de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão naquela data ou anteriormente. Para os demais Estados Partes, entrará em vigor três meses depois de efetuado o depósito de seu instrumento de ratificação, aceitação, aprova-ção ou adesão.

ARTIGO 35 – Regimes Constitucionais

Federais ou Não-Unitários

Aos Estados Partes que tenham um regime constitucional federal ou não-unitário aplicar--se-ão as seguintes disposições:

a) com relação às disposições desta Convenção cuja aplicação esteja sob a competência do po-der legislativo fepo-deral ou central, as obrigações do governo federal ou central serão idênticas às

dos Estados Partes que não constituem Estados federais;

b) com relação às disposições da presente Con-venção cuja aplicação esteja sob a competência de cada um dos Estados, países, províncias ou cantões constituintes, que em virtude do regime constitucional da federação não estejam obri-gados a tomar medidas legislativas, o governo federal as comunicará, com parecer favorável, às autoridades competentes dos Estados, países, províncias ou cantões, com sua recomendação para que estes as aprovem.

ARTIGO 36 – Denúncia

1. Todos os Estados Partes poderão denunciar a presente Convenção.

2. A denúncia será notificada por meio de um instrumento escrito, que será depositado junto ao Diretor Geral da UNESCO.

3. A denúncia surtirá efeito doze meses após a recepção do instrumento de denúncia. A de-núncia não modificará em nada as obrigações financeiras assumidas pelo Estado denunciante até a data em que a retirada se efetive.

ARTIGO 37 – Funções do Depositário

O Diretor Geral da UNESCO, como depositário da presente Convenção, informará aos Estados Membros da Organização e aos Estados não--membros aos quais se refere o Artigo 33, bem como às Nações Unidas, acerca do depósito de todos os instrumentos de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão mencionados nos Artigos 32 e 33 e das denúncias previstas no Artigo 36.

ARTIGO 38 – Emendas

1. Qualquer Estado Parte poderá propor emen-das a esta Convenção, mediante comunicação dirigida por escrito ao Diretor Geral. Este transmitirá a comunicação a todos os Estados Partes. Se, nos seis meses subseqüentes à data de envio da comunicação, pelo menos a metade dos Estados Partes responder favoravelmente a essa petição, o Diretor Geral submeterá a

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atrimônio cultural

rida proposta ao exame e eventual aprovação da sessão subseqüente da Assembléia Geral. 2. As emendas serão aprovadas por uma maio-ria de dois terços dos Estados Partes presentes e votantes.

3. Uma vez aprovadas, as emendas a esta Con-venção deverão ser objeto de ratificação, acei-tação, aprovação ou adesão dos Estados Partes. 4. As emendas à presente Convenção, para os Estados Partes que as tenham ratificado, aceito, aprovado ou aderido a elas, entrarão em vigor três meses depois que dois terços dos Estados Partes tenham depositado os instrumentos mencionados no parágrafo 3 do presente Artigo. A partir desse momento a emenda correspondente entrará em vigor para cada Estado Parte ou território que a ratifique, aceite, aprove ou adira a ela três meses após a data do depósito do instrumento de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão do Estado Parte. 5. O procedimento previsto nos parágrafos 3 e 4 não se aplicará às emendas que modifiquem o Artigo 5, relativo ao número de Estados mem-bros do Comitê. As referidas emendas entrarão em vigor no momento de sua aprovação. 6. Um Estado que passe a ser Parte nesta Con-venção após a entrada em vigor de emendas conforme o parágrafo 4 do presente Artigo e que não manifeste uma intenção em sentido contrário será considerado:

a) parte na presente Convenção assim emen-dada; e

b) parte na presente Convenção não emendada com relação a todo Estado Parte que não esteja obrigado pelas emendas em questão.

ARTIGO 39 – Textos Autênticos

A presente Convenção está redigida em árabe, chinês, espanhol, francês, inglês e russo, sendo os seis textos igualmente autênticos.

ARTIGO 40 – Registro

Em conformidade com o disposto no Artigo 102 da Carta das Nações Unidas, a presente Convenção será registrada na Secretaria das Nações Unidas por solicitação do Diretor Geral da UNESCO.

Feito em Paris neste dia três de novembro de 2003, em duas cópias autênticas que levam a assinatura do Presidente da 32a sessão da Conferência Geral e do Diretor Geral da UNESCO. Estas duas cópias serão depositadas nos arquivos da UNESCO. Cópias autentica-das serão remetiautentica-das a todos os Estados a que se referem os Artigos 32 e 33, bem como às Nações Unidas.

Aprovada pelo Decreto Legislativo no 22, de 1o de

fevereiro de 2006, publicado no DOU de 2/2/2006, e promulgada pelo Decreto no 5.753/2006, de 12

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Atos internacionais

Convenção Relativa à Proteção do

Patrimônio Mundial, Cultural e Natural

A Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, reunida em Paris, de 17 de outubro a 21 de novembro de 1972, em sua décima--sétima sessão,

Verificando que o patrimônio cultural e o patri-mônio natural são cada vez mais ameaçados de destruição, não somente pelas causas tradicio-nais de degradação, mas também pela evolução da vida social e econômica, que as agrava com fenômenos de alteração ou de destruição ainda, mais temíveis;

Considerando que a degradação ou o desapa-recimento de um bem do patrimônio cultural e natural constitui um empobrecimento nefasto do patrimônio de todos os povos do mundo; Considerando que a proteção desse patri-mônio em escala nacional é freqüentemente incompleta, devido à magnitude dos meios de que necessita e à insuficiência dos recursos econômicos, científicos e técnicos do país em cujo território se acha o bem a ser protegido; Tendo em mente que a Constituição da Or-ganização dispõe que esta última ajudará a conservação, o progresso e a difusão do saber, velando pela preservação e proteção do patri-mônio universal e recomendando aos povos interessados convenções internacionais para esse fim;

Considerando que as convenções, recomen-dações e resoluções internacionais existentes relativas aos bens culturais e naturais demons-tram a importância que representa, para todos os povos do mundo, a salvaguarda desses bens incomparáveis e insubstituíveis, qualquer que seja o povo a que pertençam;

Considerando que bens do patrimônio cultural e natural apresentam um interesse excepcional e, portanto, devem ser preservados como ele-mentos do patrimônio mundial da humanidade inteira;

Considerando que, ante a amplitude e a gravi-dade dos perigos novos que os ameaçam, cabe a toda a coletividade internacional tomar parte na proteção do patrimônio cultural e natural de valor universal excepcional, mediante a prestação de uma assistência coletiva que, sem substituir a ação do estado interessado, a com-plete eficazmente;

Considerando que é indispensável, para esse fim, adotar novas disposições convencionais que estabeleçam um sistema eficaz de proteção coletiva do patrimônio cultural e natural de va-lor universal excepcional, organizado de modo permanente e segundo métodos científicos e modernos, e

Após haver decidido, quando de sua décima--sexta sessão, que esta questão seria objeto de uma convenção internacional,

Adota, neste dia 16 de novembro de 1972, a presente Convenção:

I. DEFINIÇÕES DO PATRIMÔNIO CULTURAL E NATURAL

ARTIGO 1o

Para os fins da presente Convenção serão con-siderados como “patrimônio cultural”: – os monumentos: obras arquitetônicas, de escultura ou de pintura monumentais,

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atrimônio cultural

tos ou estruturas de natureza arqueológica, inscrições, cavernas e grupos de elementos, que tenham um valor universal excepcional do ponto de vista da história, da arte ou da ciência; – os conjuntos: grupos de construções isoladas ou reunidas que, em virtude de sua arquitetura, unidade ou integração na paisagem, tenham um valor universal excepcional do ponto de vista da história, da arte ou da ciência;

– os lugares notáveis: obras do homem ou obras conjugadas do homem e da natureza, bem como as zonas, inclusive lugares arqueológicos, que tenham valor universal excepcional do ponto de vista histórico, estético, etnológico ou antropológico.

ARTIGO 2o

Para os fins da presente Convenção serão con-siderados como “patrimônio natural”:

– os monumentos naturais constituídos por formações físicas e biológicas ou por grupos de tais formações, que tenham valor univer-sal excepcional do ponto de vista estético ou científico;

– as formações geológicas e fisiográficas e as áreas nitidamente delimitadas que constitu-am o habitat de espécies animais e vegetais ameaçadas, e que tenham valor universal excepcional do ponto de vista da ciência ou da conservação;

– os lugares notáveis naturais ou as zonas naturais nitidamente delimitadas, que tenham valor universal excepcional do ponto de vis-ta da ciência, da conservação ou da beleza natural.

ARTIGO 3o

Caberá a cada Estado Parte na presente Con-venção identificar e delimitar os diferentes bens mencionados nos arts. 1o e 2o situados em seu território.

II. PROTEÇÃO NACIONAL E PROTEÇÃO INTERNACIONAL DO PATRIMÔNIO CULTURAL E NATURAL ARTIGO 4o

Cada um dos Estados Partes na presente Con-venção reconhece que a obrigação de identifi-car, proteger, conservar, valorizar e transmitir às futuras gerações o patrimônio cultural e natural mencionado nos artigos 1o e 2o, situado em seu território, lhe incumbe primordialmente. Procurará tudo fazer para esse fim, utilizando ao máximo seus recursos disponíveis, e, quando for o caso, mediante a assistência e coopera-ção internacional de que possa beneficiar-se, notadamente nos planos financeiros, artístico, científico e técnico.

ARTIGO 5o

A fim de garantir a adoção de medidas eficazes para a proteção, conservação e valorização do patrimônio cultural e natural situado em seu território, os Estados Partes na presente Con-venção procurarão, na medida do possível, e nas condições apropriadas a cada país: a) adotar uma política geral que vise a dar ao pa-trimônio cultural e natural uma função na vida da coletividade e a integrar a proteção desse pa-trimônio nos programas de planificação geral; b) instituir em seu território, na medida em que não existam, um ou mais serviços de pro-teção, conservação e valorização do patrimônio cultural e natural, dotados de pessoal e meios apropriados que lhes permitam realizar as tarefas a eles confiadas;

c) desenvolver os estudos e as pesquisas cien-tíficas e técnicas e aperfeiçoar os métodos de intervenção que permitam a um estado fazer face aos perigos que ameacem seu patrimônio cultural ou natural;

d) tomar as medidas jurídicas, científicas, técnicas, administrativas e financeiras

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ade-25

Atos internacionais

quadas para a identificação, proteção, con-servação, revalorização e reabilitação desse patrimônio; e

e) facilitar a criação ou o desenvolvimento de centros nacionais ou regionais de formação no campo da proteção, conservação e revaloriza-ção do patrimônio cultural e natural e estimular a pesquisa científica nesse campo.

ARTIGO 6o

1. Respeitando plenamente a soberania dos Estados em cujo território esteja situado o patrimônio cultural e natural mencionado nos artigos 1o e 2o, e sem prejuízo dos direitos reais previstos pela legislação nacional sobre tal patrimônio, os Estados Partes na presente Convenção reconhecem que esse constitui um patrimônio universal em cuja proteção a comunidade internacional inteira tem o dever de cooperar.

2. Os Estados Partes comprometem-se, con-seqüentemente, e de conformidade com as disposições da presente Convenção, a prestar seu concurso para a identificação, proteção, conservação e revalorização do patrimônio cultural e natural mencionado nos parágrafos 2 e 4 do artigo 11, caso o solicite o Estado em cujo território o mesmo esteja situado. 3. Cada um dos Estados Partes na presente Con-venção obriga-se a não tomar deliberadamente qualquer medida suscetível de por em perigo, direta ou indiretamente, o patrimônio cultural e natural mencionado nos artigos 1o e 2o que esteja situado no território de outros Estados Partes nesta Convenção.

ARTIGO 7o

Para os fins da presente Convenção, entender--se-á por proteção internacional do patrimônio mundial cultural e natural o estabelecimento de um sistema de cooperação e assistência in-ternacionais destinado a secundar os Estados Partes na Convenção nos esforços que

desen-volvam no sentido de preservar e identificar esse patrimônio.

III. COMITÊ INTERGOVERNAMENTAL DA PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO MUNDIAL CULTURAL E NATURAL ARTIGO 8o

1. Fica criado junto à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura um comitê intergovernamental da proteção patrimônio cultural e natural de valor universal excepcional, denominado “o Comitê do Patri-mônio Mundial”. Compor-se-á de 15 Estados Partes nesta Convenção, eleitos pelos Estados Partes na Convenção reunidos em assembléia geral durante as sessões ordinárias da Confe-rência Geral da Organização das Nações Uni-das para a Educação, a Ciência e a Cultura. O número dos Estados membros do Comitê será aumentado para 21 a partir da sessão ordinária da Conferência Geral que se seguir à entrada em vigor para 40 ou mais Estados, da presente Convenção.

2. A eleição dos membros do Comitê deverá garantir uma representação eqüitativa das di-ferentes regiões e culturas do mundo.

3. Assistirão às reuniões do Comitê, com voto consultivo, um representante do Centro Inter-nacional de Estudos para a Conservação e Res-tauração dos Bens Culturais (Centro de Roma), um representante Conselho Internacional de Monumentos e Lugares de Interesse Artístico e Histórico (ICOMOS) e um representante da União Internacional para a Conservação da Natureza e de seus Recursos (UICN), aos quais poderão juntar-se, a pedido dos Estados Partes reunidos em Assembléia Geral durante as sessões ordinárias da Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Edu-cação, a Ciência e a Cultura, representantes outras organizações intergovernamentais ou não-governamentais que tenham objetivos semelhantes.

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atrimônio cultural

ARTIGO 9o

1. Os estados membros do Comitê do Patrimô-nio Mundial exercerão seu mandato a partir do término da sessão ordinária da Conferência Geral em que hajam sido eleitos até o término da terceira sessão ordinária seguinte.

2. No entanto, o mandato de um terço dos membros designados por ocasião da primeira eleição expirará ao término da primeira sessão ordinária da Conferência Geral que se seguir àquela em que tenham sido eleitos, e o manda-to de outro terço dos membros designados ao mesmo tempo expirará ao término da segunda sessão ordinária da Conferência Geral que se se-guir àquela em que hajam sido eleitos. Os nomes desses membros serão sorteados pelo Presidente da Conferência Geral após a primeira eleição. 3. Os Estados membros do Comitê escolherão para representá-los pessoas qualificadas no campo do patrimônio cultural ou do patrimô-nio natural.

ARTIGO 10

1. O Comitê do Patrimônio Mundial aprovará seu regimento interno.

2. O Comitê poderá a qualquer tempo convi-dar para suas reuniões organizações públicas ou privadas, bem como pessoas físicas, para consultá-las sobre determinadas questões. 3. O Comitê poderá criar os órgãos consultivos que julgar necessários para a realização de suas tarefas.

ARTIGO 11

1. Cada um dos Estados Partes na presente Convenção apresentará, na medida do pos-sível, ao Comitê do Patrimônio Mundial um inventário dos bens do patrimônio cultural e natural situados em seu território que possam ser incluídos na lista mencionada no parágrafo 2 do presente artigo. Esse inventário, que não

será considerado como exaustivo, deverá conter documentação sobre o local onde estão situados esses bens e sobre o interesse que apresentem. 2. Com base no inventário apresentado pelos Estados, em conformidade com o parágrafo 1, o Comitê organizará, manterá em dia e publicará, sob o título de “Lista do Patrimônio Mundial”, uma lista dos bens do patrimônio cultural e natural, tais como definidos nos artigos 1o e 2o da presente Convenção, que considere como tendo valor universal excepcional segundo os critérios que haja estabelecido. Uma lista atua-lizada será distribuída pelo menos uma vez em cada dois anos.

3. A inclusão de um bem na Lista do Patrimônio Mundial não poderá ser feita sem o consenti-mento do Estado interessado. A inclusão de um bem situado num território que seja objeto de reivindicação de soberania ou jurisdição por parte de vários estados não prejudicará em absoluto os direitos das partes em litígio. 4. O Comitê organizará, manterá em dia e pu-blicará, quando o exigirem as circunstâncias, sob o título de “Lista do Patrimônio Mundial em Perigo”, uma lista dos bens constantes da Lista do Patrimônio Mundial para cuja salva-guarda sejam necessários grandes trabalhos e para os quais haja sido pedida assistência, nos termos da presente Convenção. Nessa lista será indicado o custo aproximado das operações. Em tal lista somente poderão ser incluídos os bens do patrimônio cultural e natural que es-tejam ameaçados de perigos sérios e concretos, tais como ameaça de desaparecimento devido a degradação acelerada, projetos de grandes obras públicas ou privadas, rápido desenvol-vimento urbano e turístico, destruição devida a mudança de utilização ou de propriedade da terra, alterações profundas devidas a uma causa desconhecida, abandono por quaisquer razões, conflito armado que haja irrompido ou ameace irromper, catástrofes e cataclismas, grandes in-cêndios, terremotos, deslizamentos de terreno, erupções vulcânicas, alteração do nível das águas, inundações e maremotos. Em caso de

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Atos internacionais

urgência, poderá o Comitê, a qualquer tempo, incluir novos na Lista do Patrimônio Mundial e dar a tal inclusão uma difusão imediata. 5. O Comitê definirá os critérios com base nos quais um bem patrimônio cultural ou natural poderá ser incluído em uma ou outra das listas mencionadas nos parágrafos 2 e 4 do presente artigo.

6. Antes de recusar um pedido de inclusão de um bem numa duas listas mencionadas nos parágrafos 2 e 4 do presente artigo, o Comitê consultará o Estado Parte em cujo território se encontrar o bem do patrimônio cultural ou natural em causa.

7. O Comitê, com a concordância dos Estados interessados, coordenará e estimulará os estu-dos e pesquisas necessários para a composição listas mencionadas nos parágrafos 2 e 4 do presente artigo.

ARTIGO 12

O fato de que um bem do patrimônio cultural ou natural não sido incluído numa ou outra das duas listas mencionadas nos parágrafos 2 e 4 do artigo 11 não significará, em absoluto, que ele não tenha valor universal excepcional para fins distintos dos que resultam da inclusão nessas listas.

ARTIGO 13

1. O Comitê do Patrimônio Mundial receberá e estudará os pedidos de assistência internacional formulados pelos Estados Partes na presente Convenção no que diz respeito aos bens do patrimônio cultural e natural situados em seus territórios, que figurem ou sejam suscetíveis de figurar nas listas mencionadas nos parágrafos 2 e 4 do artigo 11. Esses pedidos poderão ter por objeto a proteção, a conservação, a revaloriza-ção, o reabilitação desses bens.

2. Os pedidos de assistência internacional em conformidade com o parágrafo 1 do presente

artigo poderão também ter por objeto a identifi-cação dos bens do patrimônio cultural e natural definidos nos artigos 1 e 2 quando as pesquisas preliminares dentonstrarem que merecem ser prosseguidas.

3. O Comitê decidirá sobre tais pedidos, deter-minará, quando for caso, a natureza e a ampli-tude de sua assistência e autorizará a conclusão, em seu nome, dos acordos necessários com o governo interessado.

4. O Comitê estabelecerá uma ordem de prio-ridade para suas invenções. Fa-lo-á tomando em consideração a importância respectiva dos bens a serem salvaguardados para o patrimônio cultural e natural, a necessidade de assegurar a assistência internacional aos bens mais repre-sentativos da natureza ou do gênio e a história dos povos do mundo, a urgência dos trabalhos que devam ser empreendidos, a importância dos recursos dos Estados em cujo território se achem os bens ameaçado em particular, a medida em que esses poderiam assegurar a sal-vaguarda desses bens por seus próprios meios. 5. O Comitê organizará, manterá em dia e di-fundirá uma lista dos bens para os quais uma assistência internacional houver sido fornecida. 6. O Comitê decidirá sobre a utilização dos re-cursos do fundo criado em virtude do disposto no artigo 15 da presente Convenção. Procurará os meios de aumentar-lhe os recursos e toma-rá todas medidas que para tanto se fizerem necessárias.

7. O Comitê cooperará com as organizações internacionais e nacionais governamentais e não-governamentais, que tenham objetivos se-melhantes aos da presente Convenção. Para ela-borar seus programas e executar seus projetos, o Comitê poderá recorrer a essas organizações e, em particular, ao Centro Internacional de Estudos para a Conservação e Restauração dos Bens Culturais (Centro de Roma), ao Conselho Internacional dos Monumentos e Lugares His-tóricos (ICOMOS) e à União Internacional para

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atrimônio cultural

a Conservação da Natureza e de seus Recursos (UICN), bem como a outras organizações pú-blicas ou privadas e a pessoas físicas.

8. As decisões do Comitê serão tomadas por maioria de dois terços dos membros presentes e votantes. Constituirá quorum a maioria dos membros do Comitê.

ARTIGO 14

1. O Comitê do Patrimônio Mundial será assistido por um secretariado nomeado pelo Diretor-Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. 2. O Diretor-Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, utilizando, o mais possível, os serviços do Cen-tro Internacional de Estudos para a Conserva-ção e a RestauraConserva-ção dos Bens Culturais (Centro de Roma), do Conselho Internacional do Monumentos e Lugares Históricos (ICOMOS) e da União Internacional para a Conservação da Natureza e seus Recursos (UICN), dentro de suas competências e possibilidades respec-tivas, preparará a documentação do Comitê, a agenda de suas reuniões e assegurará a excução de suas decisões.

IV. FUNDO PARA A PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO MUNDIAL CULTURAL E NATURAL

ARTIGO 15

1. Fica criado um fundo para a proteção do patrimônio mundial cultural e natural de valor universal excepcional, denominado “o Fundo do Patrimônio Mundial”.

2. O fundo será constituído como fundo fidu-ciário com o Regulamento Financeiro da Or-ganização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.

3. Os recursos do fundo serão constituídos:

a) pelas contribuições obrigatórias e pelas contribuições voluntárias dos Estados Partes na presente Convenção;

b) pelas contribuições, doações ou legados que possam fazer:

i) outros estados,

ii) a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, as outras organizações do sistema das Nações Unidas, e outras organizações intergovernamentais, e iii) órgãos públicos ou privados ou pessoas físicas;

c) por quaisquer juros produzidos pelos recur-sos do fundo;

d) pelo produto das coletas e pelas receitas oriundas de manifestações realizadas em pro-veito do fundo, e

e) por quaisquer outros recursos autorizados regulamento do fundo, a ser elaborado pelo Comitê do Patrimônio Mundial.

4. As contribuições ao fundo e as demais formas de assistência fornecidas ao Comitê somente poderão ser destinadas aos fins por ele difini-dos. O Comitê poderá aceitar contribuições destinadas a um determinado programa ou a um projeto concreto, contanto que o Comitê haja decidido por em prática esse programa ou executar esse projeto. As contribuições ao fun-do não poderão ser acompanhadas de qualquer condições políticas.

ARTIGO 16

1. Sem prejuízo de qualquer contribuição vo-luntária complementar, os Estados Partes na presente Convenção comprometem-se a pagar regularmente, de dois em dois anos, ao Fundo do Patrimônio Mundial, contribuições cujo montante, calculado segundo uma porcenta-gem uniforme aplicável a todos os Estados, será

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